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Universidade Federal da Integração Latino-Americana Curso de Medicina Matriz de Funcionamento Sistêmico e Biológico II 2020.9 (2020.2) Situação-problema 1: Tudo se encaixa Professor: Queridos alunos, bom semestre a todos! Vamos começar nosso módulo estudando a composição dos organismos vivos. Já pensaram do que somos formados? Por mais surpreendente que possa parecer, os seres vivos são muito semelhantes entre si e compartilham a mesma organização química apesar da diversidade aparente. João: Mas professor, não é possível que eu seja formado pelas mesmas biomoléculas de uma ameba! Professor: Não se assuste João! Apesar da complexidade, a organização molecular é semelhante para todos! E digo mais, nossas moléculas são as mesmas! Maria: O grande segredo está no fato de que esses grupos de substâncias podem ser combinados de diferentes formas para produzir uma grande variedade de compostos orgânicos. Professor: Correto, Maria! As biomoléculas se unem formando estruturas complexas com uma grande variedade de funções! Vocês conhecem o brinquedo LEGO? João: Sim professor! Sou capaz de fazer inúmeras combinações com poucas unidades! Maria: Podemos dizer que as peças são poucas, mas quando unidas as funções são muitas! João: E quais são as biomoléculas afinal? Elas sempre se unem e desempenham diversas funções? E ficam assim para sempre ou se desmontam? Maria: Já viu que está na hora de estudar, né João? Boa pesquisa pessoal! Articulação Teórico-prática: 01/07/2021 - Cezar 02/07/2021 - Cezar Intencionalidades: Conhecer as biomoléculas que formam os seres vivos, bem como a sua classificação e estrutura básica. Entender quais as principais funções das biomoléculas na manutenção da vida. SP1 – Tudo se Encaixa Palavras-chave: Organização química, Biomoléculas, organização molecular, moléculas, compostos orgânicos, organismos vivos, combinações, LEGO, microrganismos, estruturas complexas, mesmas biomoléculas, composto químicos, unidade, funções, se montam e desmontam, resultado final. Problemas: Não compreensão da estrutura biomolecular dos organismos vivos; não entendimento das interações químicas; não conhecimento da diversidade de biomoléculas e monômeros; Hipóteses: 1. Monômero é a estrutura primária de formação das biomoléculas (polímeros). Podendo ser nucleotídeos {ácidos nucleicos DNA/RNA}, aminoácido {proteínas}, monossacarídeos (glicose, frutose, galactose), ácidos graxos {lipídios}, … os ácidos graxos não são monômeros dos lipídeos. 2. Bactérias têm a mesma estrutura gênica que a gente. E nossa estrutura celular é a mesma que a de outros animais. 3. Proteínas são os polímeros com estrutura e função mais variadas com funções: estrutural, catalítica, anabólica, transporte, defesa de agentes externos. 4. Biomoléculas são moléculas presentes nas células dos seres vivos, podendo ser orgânicas e inorgânicas (como sais minerais, íons e água). 5. Algumas biomoléculas são quebradas por hidrólise. 6. Nucleotídeos (formados de base nitrogenada, grupo fosfato e pentose, que pode ser ribose ou desoxirribose) formam ácidos nucléicos. 7. Os bioelementos são classificados em: primários (Nitrogênio, Oxigênio, Carbono, Fósforo, Enxofre, Hidrogênio), secundários são diferenciados em Indispensáveis (Cálcio, Sódio, Potássio, Magnésio e Cloro) e Variáveis. Questões de Aprendizagem 1. Quais as principais biomoléculas que compõem as principais estruturas de uma célula? Proteína que participa da membrana plasmática, dos ribossomos e do retículo endoplasmático rugoso. Carboidrato compõe a parede celular vegetal e a pentose dos nucleotídeos. Lipídios formam a parede celular, são precursores dos sais biliares e hormônios. Ácidos nucleicos formam o DNA e o RNA das células. 2. O que são biomoléculas (orgânicas e inorgânicas e como se diferenciam) e suas funções? Biomoléculas são moléculas que compõem os organismos vivos. Possuem diversas funções e são formadas pelos elementos químicos Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, Fósforo e Enxofre. As biomoléculas orgânicas apresentam o carbono como o principal elemento químico enquanto as biomoléculas inorgânicas não apresentam o carbono como o principal elemento da sua composição. a. Proteínas - Estrutural, transporte, catálise, defesa b. Lipídios - Armazenamento, estrutural, c. Carboidratos - Estrutual, reserva, energia d. Vitaminas e. Sais Minerais f. Colesterol g. Neurotransmissores h. Ácidos nucleicos Proteínas e Aminoácidos Introdução: As proteínas são os polímeros estruturais e funcionais dos sistemas vivos. Apresentam uma ampla gama de atividades, incluindo a catálise de reações metabólicas e o transporte de vitaminas, minerais, oxigênio e substâncias combustíveis. Algumas proteínas compõem a estrutura dos tecidos, enquanto outras participam da transmissão nervosa, da contração muscular e da motilidade celular, e outras ainda da coagulação sanguínea, da defesa imunológica ou como hormônios e moléculas reguladoras. As proteínas são sintetizadas como uma sequência de aminoácidos unidos formando uma estrutura poliamídica linear (polipeptídios), porém elas assumem formas tridimensionais complexas para desempenhar suas funções. Há aproximadamente 300 aminoácidos nos diversos sistemas animais, vegetais e microbianos, mas apenas 20 aminoácidos codificados pelo DNA estão presentes nas proteínas. Muitas proteínas também contém aminoácidos modificados e componentes acessórios, denominados grupos prostéticos. Diversas técnicas químicas são empregadas para isolar e caracterizar proteínas empregando uma variedade de critérios incluindo a massa, a carga e a estrutura tridimensional. A proteômica é uma área emergente que estuda os aspectos globais da expressão das proteínas em uma célula ou organismo e as modificações da expressão das proteínas em resposta ao crescimento, aos hormônios, ao estresse e ao envelhecimento. Para gerar uma determinada proteína, os aminoácidos se ligam de modo covalente em uma sequência linear característica. O mais marcante é que as células produzem proteínas com propriedades e atividades completamente diferentes ligando os mesmos 20 aminoácidos em combinações e sequências muito diferentes. A partir desses blocos de construção, diferentes organismos podem gerar produtos tão diversos como enzimas, hormônios, anticorpos, transportadores, fibras musculares, proteínas das lentes dos olhos, penas, teias de aranha, chifres de rinocerontes, proteínas do leite, antibióticos, venenos de cogumelos e uma miríade de outras substâncias com atividades biológicas distintas. Estrutura básica do aminoácido: Para todos os aminoácidos comuns, exceto a glicina, o carbono alfa está ligado a quatro grupos diferentes: um grupo carboxila, um grupo amino, um grupo R e um átomo de hidrogênio . O átomo de carbono é, portanto, um centro quiral. Em decorrência do arranjo tetraédrico dos orbitais de ligação em volta do átomo de carbono a, os quatro grupos diferentes podem ocupar dois arranjos espaciais únicos e, portanto, os aminoácidos têm dois estereoisômeros possíveis. Classificação: As propriedades de cada aminoácido são dependentes de sua cadeia lateral (—R); as cadeias laterais são grupos funcionais que constituem os principais determinantes da estrutura e função das proteínas, assim como da carga elétrica da molécula. O conhecimento das propriedades dessas cadeias laterais é importante para a compreensão dos métodos de análise, purificação e identificação das proteínas. Os aminoácidos com cadeias laterais polares, hidrofílicas ou dotadas de carga estão geralmente expostos na superfície das proteínas. Os resíduos hidrofóbicos apolares geralmente estão mergulhados no interior hidrofóbico ou núcleo proteico e fora do contato com a água. Os 20 aminoácidos encontrados nas proteínas, codificados pelo DNA são classificados de acordo com os grupos funcionais de suas cadeias laterais. Aminoácidos Alifáticos: Os aminoácidos alanina, valina, leucina e isoleucina, classificados como aminoácidos alifáticos, possuem hidrocarbonetos saturados comocadeias laterais. A glicina, que possui apenas um hidrogênio como cadeia lateral, está incluída nesse grupo. A alanina tem uma estrutura relativamente simples, contando com um grupo metil na cadeia lateral, enquanto a leucina e a isoleucina possuem grupos sec butil e isobutil, respectivamente. Todos esses aminoácidos. Aminoácidos Aromáticos: A fenilalanina, a tirosina e o triptofano têm cadeias laterais aromáticas. Os aminoácidos aromáticos e alifáticos apolares estão normalmente inseridos no núcleo proteico e envolvidos nas interações hidrofóbicas entre eles. A tirosina tem um grupo hidroxila fracamente ácido e pode estar localizada na superfície proteica. A fosforilação reversível do grupo hidroxila da tirosina de algumas enzimas é importante na regulação de vias metabólicas. Os aminoácidos aromáticos são responsáveis pela absorção da luz ultravioleta na maioria das proteínas. Aminoácidos Polares Neutros: Os aminoácidos polares neutros possuem cadeias laterais com grupos hidroxila ou amida. A serina e a treonina contêm grupos hidroxila. Esses aminoácidos são às vezes encontrados nos sítios ativos de proteínas catalíticas, as enzimas. A fosforilação reversível de resíduos periféricos de serina e de treonina nas enzimas está também envolvida na regulação do metabolismo energético e no armazenamento de combustível no organismo. A asparagina e a glutamina possuem cadeias laterais contendo amida. Esses aminoácidos são polares, mas não apresentam carga nas condições fisiológicas. A serina, a treonina e a asparagina constituem os sítios primários de ligação dos açúcares às proteínas, formando as glicoproteínas. Aminoácidos Ácidos: A cadeia lateral dos ácidos aspártico e glutâmico contém ácidos carboxílicos que estão ionizados em pH 7,0. Aminoácidos Básicos: As cadeias laterais da lisina e da arginina estão totalmente protonadas em pH neutro, e, portanto, positivamente carregadas. A lisina contém um grupo amino primário (NH2 ) ligado ao carbono εterminal da cadeia lateral. O grupo ε-amino da lisina tem pKa ∼ 11. A arginina é o aminoácido mais básico (pKa ∼ 13), e seu grupo guanidina encontra-se como íon guanidino protonado em pH 7,0. A histidina (pKa ∼ 6) contém um anel imidazólico em sua cadeia lateral e atua como um catalisador ácido-básico geral em muitas enzimas. A forma protonada do imidazol é denominada íon imidazólio. Aminoácidos contendo enxofre: A cisteína e sua forma oxidada, a cistina, são aminoácidos sulfurados que se caracterizam pela baixa polaridade. A cisteína desempenha um papel importante na estabilização da estrutura da proteína, já que participa da formação de pontes dissulfeto com outros resíduos de cisteína, originando resíduos de cistina, que estabelecem ligações cruzadas nas cadeias proteicas e estabilizam a estrutura da proteína. Estrutura primária das proteínas: A estrutura primária das proteínas consiste na sequência linear dos aminoácidos Nas proteínas, o grupo carboxila de um aminoácido está ligado ao grupo amino do aminoácido seguinte, formando uma ligação amídica (peptídica); uma molécula de água é eliminada durante a reação. Ao se escrever uma sequência peptídica, utiliza-se a abreviatura para os aminoácidos composta de três letras ou de uma letra, como: Asp-Arg-Val-Tyr-Ile-His-Pro-Phe-His-Leu. Esse peptídeo exemplificado é a angiotensina, um hormônio peptídico que afeta a pressão sanguínea. O resíduo de aminoácido que possui um grupo amino livre na extremidade do peptídeo, o Asp, é denominado aminoácido N-terminal (amino terminal), enquanto o resíduo que possui um grupo carboxila livre na outra extremidade, a Leu, é chamado de aminoácido C-terminal (carboxila terminal). Estrutura secundária das proteínas: A estrutura secundária de uma proteína refere-se a uma estrutura local da cadeia polipeptídica. Essa estrutura é determinada por interações por pontes de hidrogênio entre o oxigênio do grupo carbonila de uma ligação peptídica e o hidrogênio amídico de outra ligação peptídica vizinha. Há dois tipos de estrutura secundária: a α-hélice e a folha pregueada β. A α-hélice é uma estrutura cilíndrica formada pelo firme enrolamento da cadeia peptídica, apresentando as cadeias laterais dos resíduos de aminoácidos projetadas para fora do eixo da espiral. Cada grupo carbonila de uma amida está ligado através de uma ponte de hidrogênio ao hidrogênio da amida de uma ligação peptídica distante quatro resíduos na mesma cadeia. Quando as pontes de hidrogênio são formadas entre as ligações peptídicas de cadeias diferentes, as cadeias assumem uma disposição paralela ou antiparalela uma em relação à outra, formando uma estrutura habitualmente denominada folha pregueada β. Estrutura terciária das proteínas: A conformação tridimensional, enovelada e biologicamente ativa de uma proteína é denominada estrutura terciária. A estrutura terciária tridimensional de uma proteína é estabilizada por interações entre os grupos funcionais das cadeias laterais: ligações dissulfeto covalentes, pontes de hidrogênio, pontes salinas e interações hidrofóbicas. Estrutura quaternária das proteínas: A estrutura quaternária é formada por um complexo ou reunião de duas ou mais cadeias peptídicas separadas que são mantidas juntas por interações não covalentes ou, em alguns casos, covalentes. Em geral, a maioria das proteínas com mais de 50 kDa têm mais de uma cadeia e são classificadas como proteínas diméricas, triméricas ou multiméricas. Muitas proteínas formadas por várias subunidades são compostas de diferentes tipos de subunidades funcionais, como as subunidades reguladora e catalítica. A hemoglobina é uma proteína tetramérica. Carboidratos Resumo: Os carboidratos são hidrofílicos; os carboidratos menores, como o açúcar de leite e o açúcar de mesa, são solúveis em solução aquosa, enquanto polímeros como o amido e a celulose formam dispersões coloidais ou são insolúveis. Em contraste com as proteínas, os carboidratos e os lipídios são as principais fontes de energia, e são armazenados no corpo sob a forma de reservas energéticas como glicogênio e triglicerídeos (gordura). Tanto os carboidratos quanto os lipídios podem ligar-se às proteínas e desempenhar funções estruturais e regulatórias importantes. Nomenclatura: A definição clássica de um carboidrato é a de um aldeído ou uma cetona poli-hidroxilado. Os carboidratos mais simples, possuindo dois grupamentos hidroxila, são o gliceraldeído e a dihidroxiacetona. Esses açúcares com três átomos de carbono são chamados de trioses; o sufixo “ose” designa um açúcar. O gliceraldeído é uma aldose, e a di-hidroxiacetona, uma cetose. Dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos: Os carboidratos são geralmente acoplados um ao outro por meio de ligações glicosídicas para formar dissacarídeos, triscarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Os sacarídeos compostos de um único açúcar são denominados homoglicanas, enquanto os sacarídeos com composição complexa são denominados heteroglicanas. O nome das estruturas mais complexas inclui não somente o nome dos açúcares componentes, mas também a conformação do anel dos açúcares, a configuração anomérica da ligação entre os açúcares, o sítio de ligação de um açúcar ao outro e a natureza do átomo envolvido na ligação, geralmente um oxigênio ou ligação O-glicosídica, e às vezes um nitrogênio ou ligação N Glicosídica. Lipídeos Introdução: Ácidos graxos: Os ácidos graxos ocorrem na forma livre e como componentes de lipídios mais complexos. Os ácidos graxos com uma única dupla ligação são denominados monoinsaturados, enquanto aqueles com duas ou mais duplas ligações são denominados ácidos graxos poli-insaturados. Os ácidos graxos poli-insaturados são classificados comumente em dois grupos, dos ácidos graxos ω-3 e ω-6, dependendo de a primeira dupla ligação aparecer a uma distância de três ou seis carbonos a partir do grupo metila terminal. O ponto de fusão dos ácidos graxos, assim como o de lipídios mais complexos, aumenta com o comprimento da cadeia do ácido graxo, porém diminui com onúmero de duplas ligações. As duplas ligações cis provocam uma torção na estrutura linear do ácido graxo, interferindo com o empacotamento justo, consequentemente requerendo uma temperatura mais baixa para congelar-se, isto é, eles possuem um ponto de fusão mais baixo. Triglicerídeos: Os ácidos graxos nos tecidos animais e vegetais estão geralmente esterificados com o glicerol, formando um triacilglicerol (triglicerídeo), como óleos (líquidos) ou gorduras (sólidas). Nos seres humanos, os triglicerídeos são armazenados na forma sólida (gordura) no tecido adiposo. Eles são degradados a glicerol e ácidos graxos em resposta aos sinais hormonais, e a seguir liberados no plasma para o metabolismo em outros tecidos, principalmente no músculo e no fígado. Referências: Bioquímica Médica - John Baynes https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/luciamariacararetoal ves/aula-1-biomoleculas-2015.pdf http://www.unirio.br/nutricaoesaude/dinamica-de-educacao-nutricional-para-crianca s/modulo-iii-lipideo https://www.scielo.br/j/abc/a/GGYvjtdbVFRQS4JQJCWg4fH/?lang=pt# http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/24006/15017 https://molecularbrain.biomedcentral.com/articles/10.1186/1756-6606-4-3 https://www.scielo.br/j/qn/a/6QpByS45Z7qYdBDtD5MTNcP/?lang=pt https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/luciamariacararetoalves/aula-1-biomoleculas-2015.pdf https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/luciamariacararetoalves/aula-1-biomoleculas-2015.pdf http://www.unirio.br/nutricaoesaude/dinamica-de-educacao-nutricional-para-criancas/modulo-iii-lipideos http://www.unirio.br/nutricaoesaude/dinamica-de-educacao-nutricional-para-criancas/modulo-iii-lipideos https://www.scielo.br/j/abc/a/GGYvjtdbVFRQS4JQJCWg4fH/?lang=pt# http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/24006/15017 https://molecularbrain.biomedcentral.com/articles/10.1186/1756-6606-4-3 https://www.scielo.br/j/qn/a/6QpByS45Z7qYdBDtD5MTNcP/?lang=pt
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