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APOL 1 LITERATURA BRASILEIRA

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Questão 1/10 - Literatura Brasileira
Leia os fragmentos do poema abaixo: 
                       I 
“No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.”
...........................................................................
                       IV 
“Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;”
....................................
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. 
Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionou chamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa:
Nota: 10.0
	
	A
	é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85)
	
	B
	é o efeito que ocorre em poemas compostos por estrofes de quatro a seis versos, com cinco ou sete sílabas.
	
	C
	é o tipo de assimilação vocálica, em que as vogais de uma palavra se tornam foneticamente semelhantes a outra vogal da mesma palavra.
	
	D
	é a correspondência harmônica que ocorre em poemas de 14 versos, formados por duas estrofes de quatro versos e duas de três.
	
	E
	é o efeito que se obtém em composições poéticas populares antigas, acompanhadas ou não de música.
Questão 2/10 - Literatura Brasileira
Leia o trecho de texto a seguir:
“Não se trata com efeito de ser brasileiro à Chateaubriand, o que é, como vimos há pouco, aceitar uma visão de estrangeiro, inclinado a ver o exótico e, confinando a ele os escritores, negar-lhes acesso aos grandes temas universais [...]. Trata-se de descrever e analisar os vários aspectos de uma sociedade, no tempo e no espaço, exprimindo a sua luta pela autodefinição nacional como povo civilizado, ligado ao ciclo da cultura do Ocidente”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CANDIDO, A. A formação da literatura Brasileira – momentos decisivos. 10. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006, p. 680.
O trecho acima foi extraído das páginas finais de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido. Nessa altura do livro, o crítico vê os traços de amadurecimento de nossa literatura, o que vai tomando forma a partir do romantismo e do arcadismo. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, para Candido, a consolidação da literatura brasileira se dá com:
Nota: 10.0
	
	A
	Machado de Assis
Você acertou!
Alternativa a porque, para Candido, a partir de Machado de Assis “a literatura brasileira entra em uma nova etapa. É momento em que toma corpo e se complexifica do ponto de vista formal”. Segundo Candido, a literatura passa, no final do século XIX, a se aprofundar e se organizar de modo programático e consciente. Nesse momento “houve uma reflexão sobre a validade dos pressupostos estéticos e ideológicos oitocentistas”. (Livro-base, p. 18).
	
	B
	José de Alencar
	
	C
	Gonçalves Dias
	
	D
	Tomás Antônio Gonzaga
	
	E
	Castro Alves
Questão 3/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir: 
“A miséria e os miseráveis que haviam perdido suas habitações na derrubada violenta do cortiço [o Cabeça de Porco] tinham à disposição o morro contíguo – e as madeiras da demolição que a própria prefeitura lhes permitira recolher. Barracos de madeira já estavam disseminados no morro de Santo Antônio, ponto privilegiado da cidade, e logo estariam presentes no da Providência, nos anos que se seguiram às picaretas de Barata Ribeiro. Na vizinhança do Cabeça de Porco, surgia a ‘Favela’, apelido que seria dado ao morro da Providência pelas tropas vindas de Canudos em 1897, as quais estacionaram ali e acabaram denominando o local [com esse] nome por associação a plantas com favas, comuns tanto no morro carioca quanto nas cercanias do arraial de Antônio Conselheiro, o Belo Monte”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GARCEZ, P. C. G. Habitação e vizinhança: limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras. In: SEVCENKO, Nicolau. História da Vida Privada no Brasil, v. 3. Organização Fernando A. Novais. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998, p. 141. 
As mudanças ocorridas no final do século XIX e início do século XX na então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, alçaram o país à modernização. Houve um verdadeiro “bota abaixo” dos casebres e cortiços da área central da cidade e, em seu lugar, foram construídas amplas avenidas, ou bulevares ao estilo parisiense. Os pobres foram empurrados para a periferia fazendo surgir as favelas cariocas. No interior do Brasil a miséria e a exploração rural, assim como o voto a cabresto, mostravam as mazelas de um país desigual. Esse cenário atravessou temas e estilos da literatura brasileira desse período entressecular. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira, a produção literária brasileira que antecipa o movimento modernista da década de 1920, marcada por uma produção de transição e consolidação do sistema literário brasileiro, ficou conhecida como:
Nota: 10.0
	
	A
	Arcadismo, marcado pela produção antibarroca de Tomás Antônio Gonzaga.
	
	B
	Romantismo, alicerçado na produção de José de Alencar.
	
	C
	Romantismo, marcado pela figuração e valorização do índio brasileiro.
	
	D
	Realismo pela transição de uma literatura influenciada pelos padrões europeus a uma literatura de caráter e convenções nacionais.
	
	E
	Pré-modernismo, marcado por autores como Euclides da Cunha, que supera uma visão inicial determinista dos fatos e passa a problematizar aspectos da realidade.
Você acertou!
O caso de Euclides da Cunha (1866-1909) representa um marco dessa mudança de perspectiva. Engenheiro de formação, é enviado como correspondente jornalístico a Canudos em 1897, a fim de fazer a cobertura da reação das forças republicanas ao grupo liderado por Antônio Conselheiro. Munido de uma perspectiva teórica formada no determinismo do século XIX, em que raça, meio e momento histórico seriam capazes de explicar a natureza humana, Euclides da Cunha, ao defrontar-se com a exposição dos acontecimentos ocorridos no sertão baiano, atinge, em Os sertões (1902), uma superação da perspectiva puramente determinista dos fatos. [...]. Supera largamente uma perspectiva sociológica de gabinete, ou mesmo o puro ensaísmo, a fim de construir uma representação literariamente relevante e problematizar o aspecto da realidade a que se dirige” (Livro-base, p. 167,168).
Questão 4/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir 
“De noite, no dia seguinte, em toda aquela semana pensei o menos que pude nos cinco contos, e até confesso que os deixei muito quietinhos na gaveta da secretária. Gostava de falar de todas as coisas, menos de dinheiro, e principalmente de dinheiro achado; todavia não era crime achar dinheiro, era uma felicidade, um bom acaso, era talvez um lance da Providência. Não podia ser outra coisa.Não se perdem cinco contos, como se perde um lenço de tabaco. Cinco contos levam-se com trinta mil sentidos, apalpam-se a miúdo, não se lhes tiram os olhos de cima, nem as mãos, nem o pensamento, e para se perderem assim totalmente, numa praia, é necessário que... Crime é que não podia ser o achado; nem crime, nem desonra, nem nada que embaciasse o caráter de um homem. Era um achado, um acerto feliz, como a sorte grande, como as apostas de cavalo, como os ganhos de um jogo honesto e até direi que a minha felicidade era merecida, porque eu não me sentia mau, nem indigno dos benefícios da Providência. Nesse mesmo dia levei-os ao Banco do Brasil. Lá me receberam com muitas e delicadas alusões ao caso da meia dobra, cuja notícia andava já espalhada entre as pessoas do meu conhecimento; respondi enfadado que a coisa não valia a pena de tamanho estrondo; louvaram-me então a modéstia, — e porque eu me encolerizasse, replicaram-me que era simplesmente grande”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000167.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2017. 
O fragmento acima do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas corresponde à noite posterior ao achado do embrulho contendo 5 mil réis. Brás Cubas encontra-o na praia e acaba ficando com ele, como se lê acima. Alguns capítulos atrás tinha acontecido algo semelhante: Cubas havia topado com uma moeda de ouro e a encaminhado ao delegado para que este a devolvesse ao dono. Mas os 5 mil réis, valor muito superior, ele não devolveu. No final do episódio fica com o dinheiro e com a fama de grande homem. Os fatos e a forma de contar esses episódios expressam a complexidade da narrativa machadiana. Essa passagem remete ao que Antonio Candido em “Esquema de Machado de Assis” diz da modernidade da obra machadiana. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance de Machado, entre as técnicas machadianas que revelam sua modernidade, segundo Candido, está...
Nota: 0.0
	
	A
	a capacidade de mostrar ao leitor sem contradições ou ironia a realidade das relações sociais do Rio de Janeiro do século XIX, distinguindo claramente o protagonista de seu antagonista.
	
	B
	a habilidade em detalhar os ambientes e os espaços romanescos de modo a expressar como num inventário todas as particularidades da sociedade de seu tempo.
	
	C
	a capacidade em expressar coisas espantosas da forma mais suave possível, fazendo uso da ironia, de forma a fazer com que algo excepcional pareça normal e vice-versa.
Segundo Antonio Candido, mencionado no livro-base, a técnica de Machado de Assis “consiste essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cândida (como os ironistas do século XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a normalidade social dos fatos e a sua anormalidade essencial; ou em sugerir, sob aparência do contrário, que o ato excepcional é normal, e anormal seria o ato corriqueiro. Aí está o motivo da sua modernidade, apesar de seu arcaísmo de superfície” (livro-base, p. 114) As demais alternativas estão erradas porque a ironia está no centro da “poética” machadiana; porque a ideia de escrever de modo realista à semelhança de um inventário é contrária ao estilo de Machado, que usou essa mesma imagem (do inventário) para criticar o realismo de Eça de Queiroz; porque as características psicológicas das personagens de Machado não são elaboradas pelas teorias darwinistas ou deterministas que influenciaram escritores como Aluísio Azevedo, entre outros; porque apesar da vontade de elaborar uma literatura nacional não estivesse fora dos horizontes de Machado, ele jamais empregou linguagem transparente ou grandiloquente, uma vez que empregou a ironia.
	
	D
	a habilidade em elaborar a psicologia e os caracteres das personagens de acordo com as determinações do espaço e da raça às quais elas pertencem.
	
	E
	a vontade de elaborar uma literatura nacional por meio da criação de personagens alegóricos, expressos em uma linguagem transparente e grandiloquente.
Questão 5/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, numa desordem geral de ciganos que não escolhem terreno para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o atravancamento. Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre outras, encardidas como panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se os corpos seminus, indistintos. Respiravam um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz evidenciava cruelmente”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CAMINHA, Adolfo. Bom crioulo. Domínio Público, p. 20. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000052.pdf>. Acesso em: 28/07/2017. 
De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira sobre o romance naturalista Bom crioulo (1898), de Adolfo Caminha (1867-1897), é correto afirmar que:
Nota: 10.0
	
	A
	Além da temática homossexual, o romance denuncia os maus-tratos dispensados aos marinheiros engajados nas Forças Armadas Brasileiras.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque o tema central de Bom crioulo é a relação homossexual entre Aleixo e Amaro, protetor e protegido. Comprovando a tese naturalista de que o meio influencia na formação do caráter e dos comportamentos, Adolfo Caminha procura demonstrar que a forma com que os marinheiros se encontravam a bordo da corveta beneficiou os comportamentos de Aleixo e Amaro. Além disso, denuncia os castigos físicos sofridos pelos marinheiros, como as chibatadas. A maioria dos marinheiros era negra, escravos ou ex-escravos (Livro-base, p. 131). As demais alternativas referem-se a outros romances, como o Cortiço, ou mencionam temáticas, personagens ou espaços que não dizem respeito aos do romance de Adolfo Caminha, como a periferia de Recife, Maria das Hortaliças ou o cortiço.
	
	B
	o romance revela as condições precárias de certa parcela da população nordestina e o mundo violento, sem lei nem rei, do qual as personagens fazem parte.
	
	C
	o cortiço, onde se passa o romance, é apresentado de tal forma que surge diante dos olhos do leitor como mais uma personagem do romance.
	
	D
	o romance apresenta a mulher independente, caracterizada na figura de Maria das Hortaliças.
	
	E
	além da temática homossexual, o romance retrata os problemas da periferia do Recife e as viagens de trem pelo interior do país.
 
Questão 6/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça!...
e não dizia mais nada.
Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ANDRADE, M. Macunaíma. 26. ed. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: EditorasReunidas/ Vila Rica, 1990, p. 9.
Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, leia as afirmativas abaixo e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas
I. ( ) O “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, nasce indígena e negro, depois se transforma em homem louro de olhos azuis. Desde criança, na tribo, revela-se preguiçoso, malicioso e espertalhão.
II. ( ) Segundo Mário de Andrade, Macunaíma é mais uma “rapsódia” do que um romance.
III. (  ) Macunaíma é um herói que, partindo do Amazonas em direção a São Paulo, salva o Brasil das interferências europeias.
IV. ( ) O romance usa recursos de linguagem humorística, misturados a elementos trazidos de mitos, fábulas e lendas e a registros da língua oral. 
Agora, marque a sequência correta:
Nota: 10.0
	
	A
	V – V – V – F
	
	B
	F – V – V – V
	
	C
	V – V – F – V
Você acertou!
As afirmativas I, II e IV são verdadeiras porque a personagem passa pela metamorfose descrita na afirmativa; porque o autor considera o livro uma rapsódia, que segundo ele é uma soma de temas tirados das histórias populares levados para a literatura por um escritor culto; porque “mistura lendas e expressões de diferentes partes do país em uma mesma história, saturando-a de elementos contraditórios, com o fim de destacá-los de sua realidade etnográfica. Do ponto de vista da influência estrangeira, embora tenha se baseado em pesquisas europeias e, até mesmo, tirado seu personagem de uma dessas fontes, o tom parodístico leva-o, segundo a autora francesa Pascale Casanova (2002, p. 348), a ‘uma postura dupla muito refinada: enquanto reúne e enobrece explicitamente um patrimônio cultural até então monopolizado pela etnologia, adota um tom irônico e parodístico que, em um modo literário, denega e sabota os fundamentos do empreendimento’” (livro-base, p. 187 e 188). A afirmativa III é falsa, pois o livro, entre outros aspectos, faz uma paródia da história do Brasil ao mesmo tempo uma afirmação da “estabilização de uma consciência criadora nacional” (livro-base, p. 189).
	
	D
	F – V – F – V
	
	E
	F – F – V – V
Questão 7/10 - Literatura Brasileira
Leia os trechos do poema a seguir: 
“............................
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
............................
Porque o escrever – tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal… nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!” 
Os versos acima são de  
Profissão de fé, de Olavo Bilac. Certamente é o poeta mais conhecido do Parnasianismo. Os escritores parnasianos em boa parte voltaram-se contra a poética romântica buscando em autores como Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Bocage modelos para seus versos. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira, entre as características do Parnasianismo estão:
Nota: 10.0
	
	A
	a melopeia, expansão da subjetividade, preferência pelas redondilhas e os octossílabos.
	
	B
	os versos livres, a ambiguidade, polissemia, ausência de rimas e uso de metáforas e alegorias.
	
	C
	a melopeia, fanopeia, palavras-valise, poemas visuais e abandono do sujeito lírico em prol da forma.
	
	D
	os versos decassílabos, cultismo e conceptismo, uso da alegoria, emprego da figuratização. 
	
	E
	o descompromisso com a realidade, a objetividade, a exatidão das palavras e perfeição formal.
Você acertou!
Em reação à melopeia romântica intensificada na década anterior, os poetas parnasianos elaboram uma dicção em que a exatidão das palavras e o desenvolvimento claro das ideias são o princípio básico para a composição do poema. É por conta disso que os poetas parnasianos apostam em certas opções formais. Elege-se por exemplo o verso alexandrino [...] e desqualificam-se em grande medida, as redondilhas menores e maiores ou octossílabos e eneassílabos. [...] a principal preocupação dos parnasianos esteve sempre ligada à correção da linguagem, que está associada, por sua vez, à busca pela palavra exata e à aposta em uma linguagem culta, castiça” (Livro-base, p. 136-137). Por essas razões, estão incorretas as demais alternativas, já que a melopeia, o cultismo, versos livres entre outras características não eram próprias da escola parnasiana.
Questão 8/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Neste sentido, também a primeira literatura dos descobrimentos, com seu tom grandiloquente, é literatura barroca Como também o é, em bloco, a literatura dos jesuítas: não só por sua temática contrarreformista, por sua concepção trágica da vida e do pecado, mas também por sua forma”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed.  Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 98. 
O barroco no Brasil sofreu um processo de aclimatação, que se caracterizou por meio dos ajustes que os escritores da colônia procederam em relação às convenções literárias europeias. Esses ajustes se deram tanto no plano estilístico quanto no plano ideológico, que podem ser resumidos em dois conceitos. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que esses dois conceitos são:
Nota: 10.0
	
	A
	visão laica e visão alegórica.
	
	B
	visão literária e visão transfiguradora.
	
	C
	visão religiosa e visão reformista.
	
	D
	visão religiosa e visão transfiguradora.
Você acertou!
“O ajuste que as convenções literárias da Europa sofreram ao serem utilizadas pelos escritores coloniais estabeleceu alguns traços estilísticos e ideológicos que caracterizaram a produção dos primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil. Esses traços estão sintetizados nos conceitos denominados visão religiosa e visão transfiguradora” (livro-base, p. 41). As demais visões citadas (literária, alegórica, reformista) não são denominações empregadas no livro-base como conceitos que sintetizam esses traços da literatura barroca no Brasil.
	
	E
	visão reformista e visão alegórica.
Questão 9/10 - Literatura Brasileira
Leia o poema abaixo: 
“Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e às vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: COSTA, C. M. Poemas escolhidos. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 32.
O poema acima é do árcade Cláudio Manoel da Costa, cujos versos marcam o início da escola arcadista no Brasil. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre a estética árcade e a obra de Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que:
Nota: 10.0
	
	A
	na poesia árcade inicial é forte a presença dos problemas citadinos e políticos de Vila Rica.
	
	B
	poema acima evoca a tristeza do eu lírico diante de um cenário que no passado foi lugar de um idílio amoroso.
Você acertou!
A alternativa b está correta porque reflexão do eu lírico trata do desencontro dos sentimentos que eram atribuídos àquele cenário revisitado. No passado foi palco de um amor que não mais existe. As demais alternativas estão erradas porque a presença da natureza é um traço predominante na poesia inicial árcade, como se vê nas referências a florestas, rios, montanhas etc. Outra característica importante do arcadismo é a presença dos elementos locais, como a descrição da rústica floresta, que caracteriza melhora paisagem brasileira em comparação com o ambiente bucólico dos poemas das escolas europeias Por fim, não há referência no poema à ideia de felicidade e reencontro amoroso, tampouco a elementos ligados ao pecado e afins (livro-base, p. 62-64).
	
	C
	o eu lírico canta a felicidade do reencontro amoroso e das possibilidades de um amor feliz.
	
	D
	as convenções árcades revelam elementos religiosos e contritos do pecador, como pode se observar na segunda estrofe do poema.
	
	E
	não há elementos locais no poema, característica do estilo arcadista, que adota as convenções europeias integralmente.
 
Questão 10/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“A grande noite do poeta seria, porém, a de 7 de setembro de 1868, quando recitou, com voz vibrante e, mais do que nunca, arrebatado de emoção, ‘Tragédia no mar’, que depois tomaria o nome de ‘O navio negreiro’. [...] O poema foi escrito para ser recitado em voz alta. [...] E é em voz alta que esse poema em seis movimentos, cada um deles a pedir uma inflexão diferente, trabalha em nós e nos comove e nos revolta”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Alberto Costa e. Castro Alves. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 98 (Coleção Perfis Brasileiros).
E leia um fragmento de “O Navio Negreiro”: 
‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.
 
‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…
 
..........................................................”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALVES, C. O navio negreiro. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952, p. 795. 
Conhecido como poeta dos escravos, porque defendia a abolição da escravidão, Castro Alves difundiu seus versos em teatros, nas ruas e em salões literários ou íntimos. Suas apresentações provocavam forte impacto nos auditórios por que passava. Considerando os fragmentos de texto, o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre a poesia de Castro Alves é correto afirmar que:
Nota: 10.0
	
	A
	a obra de Castro Alves se desenvolveu por um grande período, e dividiu-se em três fases: amorosa, sacra e satírica.
	
	B
	o grande traço de sua poesia é o desalento, que transparece nos poemas em que critica a escravidão.
	
	C
	seus versos apresentam uma visão pessimista do futuro, o que explica a dureza e rigidez de seus versos.
	
	D
	a eloquência é o ponto forte de seu estilo, que expressa o entusiasmo com que via a experiência humana e a natureza.
Você acertou!
Esta alternativa está correta porque o “principal traço estilístico de sua obra (Castro Alves) é a eloquência verbal de sua poesia [que] deriva [...] do consórcio entre música e a poesia elaborada pelos poetas românticos anteriores e amplifica-se pelos problemas políticos do momento. [...] Castro Alves opunha à poesia do desalento, da geração de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, uma poesia nascida do ‘entusiasmo’ perante os dramas da vida humana e os espetáculos da natureza. É com sua obra [...] que essa poesia entusiasmada assume problemas sociais e políticos no calor da hora” (livro-base, p. 106, 108). As demais alternativas estão erradas porque Castro Alves morreu muito jovem, aos 24 anos, e sua poesia não foi classificada em fases; porque, como se viu, não havia traço de contenção ou melancolia em sua poesia, muito pelo contrário.
	
	E
	inconformado com a escravidão, Castro Alves escreveu uma obra melancólica, que o inseriu na segunda geração romântica.

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