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MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 1 Doença exantemática: são desordens, de causa infecciosa (viral, bacteriana ou fúngica), medicamentosa ou reumatológica, caracterizadas pelo surgimento agudo de lesões cutâneas disseminadas pelo corpo ▪ Febre ▪ Aspecto de exantema ▪ Forma de evolução ▪ Forma de involução As síndromes exantemáticas de origem infeciosa, possuem a seguinte evolução clínica: 1. Fase de incubação: vai desde a entrada do agente até o início dos sinais e sintomas 2. Fase prodrômica 3. Fase exantemática 4. Fase de convalescença: fase de recuperação da doença ASPECTO DO EXANTEMA → Máculo-papular: tem alteração da coloração da pele e alteração da espessura da pele → Vesicular: conteúdo líquido no interior de uma pápula (< 2cm) → Papular: elevação da pele. Ex: molusco contagioso (pápula umbilicada) → Purpúrico: coloração avermelhada que não desaparece a vitropressão FAIXA ETÁRIA ▪ Lactente: exantema súbito ▪ Pré-escolares e escolares: doença de Kawasaki, eritema infeccioso ▪ Adolescentes: rubéola e síndrome da mononucleose SINAIS CLÍNICOS ASSOCIADOS ▪ Conjuntivite: sarampo, D. de Kawasaki ▪ Faringoamigdalite exsudativa: síndrome da mononucleose, escarlatina ▪ Hepatoesplenomegalia: rubéola, síndrome da mononucleose e doença de Kawasaki SINAIS CLÍNICOS PATOGNOMÔNICOS ▪ Manchas de Koplik: sarampo ▪ Manchas de Forscheimer e sinal de Theodor: rubéola ▪ Sinal de pastia e sinal de Filatov: escarlatina SARAMPO Etiologia: ▪ Vírus do sarampo: família Paramyxoviridae, RNA vírus, gênero Morbilivírus Transmissão: ▪ Gotículas de secreção respiratória, sob a forma de aerossol (vírus viáveis por 1 hora) ▪ Porta de entrada do vírus: mucosa respiratória e conjuntival Epidemiologia: ▪ Vacina: 1963 (imunidade em > 90% dos casos). Queda na incidência e morbimortalidade MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 2 ▪ Endêmico na Europa, devido a baixa cobertura vacinal – 21.000 casos notificados em 2017 ▪ Erradicado no Brasil: desde de dezembro de 2000. Em fevereiro de 2018 – surto epidêmico (pela diminuição da vacinação) ▪ Fevereiro de 2018 – janeiro de 2019: 10.302 casos confirmados/ 9.803 na Amazonia Caso suspeito do Sarampo: doença de notificação compulsória. Todo indivíduo que, independente de idade ou estado vacinal, apresente febre e exantema, associado a pelo menos um dos seguintes sintomas: tosse, coriza ou conjuntivite. Infectividade: ▪ Inicia 3 dias antes da erupção cutânea e transmite até 4 dias após seu início ▪ Infecta até 90% dos indivíduos que entram em contato (alta infectividade) Patologia: ▪ Necrose do epitélio respiratório ▪ Infiltrado linfocítico inflamatório ▪ Vasculite de pequenos vasos ▪ Células gigantes de Warthin Firnkeldey são visualizadas através de biópsia do epitélio respiratório de um paciente com sarampo. Esse histopatológico é patognomônico Patogênese: 1. Fase de incubação (8 a 12 dias): penetração do vírus – viremia 2. Fase prodrômica (2 a 4 dias): necrose do epitélio/ multiplicação 3. Fase exantemática: marca o início da produção de anticorpos. 4. Fase de convalescença: recuperação do paciente OBS: nas doenças exantemáticas virais, a fase de exantema normalmente está associada a produção de complexos antígenos-anticorpos Clínica: ▪ Doença grave, de alta morbimortalidade ▪ Fase de pródromos: febre, conjuntivite e fotofobia, tosse proeminente e enantema (manchas de Koplik) ▪ Fase exantemática: lesões maculo- papulares eritematosas (início na face, disseminam-se pelo dorso, extremidades, solas e palmas) + regressão dos sintomas ▪ Fase de convalescença: o rash desaparece em 7 dias. Há descamação furfurácea da pele. A tosse é o último sintoma a desaparecer Complicações: a maior morbimortalidade está associada aos extremos de idade (< 1 ano e > 20 anos) ▪ Respiratórias: pneumonia (maior mortalidade – é a que mais mata), bronquilotie, traqueite, OMA (otite média aguda – é a mais comum) ▪ SNC: convulsões febris (< 3%), encefalite (letalidade de 15%) ▪ TGI: diarreia e vômitos, apendicite ▪ Panencefalite esclerosante subaguda: doença crônica que ocorre quando a infecção acontece em crianças pequenas. O vírus do sarampo quando ocorre em crianças menores de 1 ano de idade, pode ficar latente no SNC, sendo reativado de 7 a 10 anos após a infecção pelo sarampo. Prognóstico: óbito em 1 a 3 anos. É uma doença degenerativa Diagnóstico: ▪ Clínica: conjuntivite + tosse + exantema + manchas de Koplik + febre alta ▪ Laboratório: hemograma, dosagem de IgM e IgG, isolamento e cultura viral Tratamento: ▪ Suporte: hidratação, antipiréticos, O2 umidificado, suporte ventilatório (casos graves) ▪ Vitamina A: redução da morbimortalidade (ajuda na regeneração de pele e mucosa). MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 3 Dose: < 1 ano (100.000 UI); > 1 ano (200.000 UI) Profilaxia: → Primária - Vacina: tríplice viral (SRC – sarampo, rubéola, caxumba). É uma vacina de vírus vivo atenuado. É feita SC aos 12 meses (primeira dose) e 15 meses (tetra viral) → Secundária - Após exposição: o Vacina de bloqueio em até 72 horas após exposição (devido ao tempo de incubação do vírus) o Pessoas do mesmo domicílio, vizinhos próximos, creche, colega de trabalho RUBÉOLA Etiologia: ▪ Vírus da rubéola: família Togaviridae, RNA vírus, gênero Rubivírus Epidemiologia: ▪ Antes da vacina: pré-escolares e escolares ▪ Após a vacina: maiores de 19 anos Transmissão: ▪ Através de gotículas de saliva e secreção respiratória contendo partículas virais ▪ Infectividade: 5 dias antes e 6 dias após o rash O maior risco da doença são em mulheres em idade reprodutiva, especialmente grávidas do primeiro trimestre (porque o vírus tem potencial teratogênico). Clínica: ▪ Doença exantemática febril, leve, breve (1 a 4 dias) e de bom prognóstico ▪ 25 a 40% dos casos: infecção subclínica, sem rash ▪ Fase de pródromos: febre baixa, odinofagia, conjuntivite, cefaleia, mal estar e linfonodomegalia na cadeia cervical posterior (Sinal de Theodor) ▪ Fase exantemática: rash maculo-papular róseo. Começa crânio-caudal e centrífuga (dura em média 3 dias e desaparece sem descamar). Lesões na transição do palto duro para o palato mole: manchas de Forcheimer Complicações: ▪ São raras: trombocitopenia, artrite, encefalite Diagnóstico: ▪ Clínico ▪ Laboratorial: hemograma (leucopenia com neutropenia), sorologia IgM Tratamento: ▪ Suporte: hidratação, analgésicos e antipiréticos (dipirona ou paracetamol) Profilaxia: → Após exposição: o Grupos de alto risco de infecção o Vacina tríplice viral em até 72 horas após exposição (não é feito de rotina) OBS: gestante não pode fazer profilaxia pós exposição porque a vacina de bloqueio é atenuada. → Primária – vacinação: o É realizada com 1 ano (tríplice viral) e com 15 meses (tetra viral) LEMBRAR! Quando mulheres em idade fértil se vacinam, devemos recomendar que só engravidem 28 dias após a vacinação, para não correr o risco de ter alguma ação teratogênica. ERITEMA INFECCIOSO Etiologia: ▪ Parvovírus B19, RNA vírus, da família Parvoviridae, gênero Erythrovírus (é atraído pelos eritrócitos) Epidemiologia: ▪ Disseminação global; doença frequente ▪ Acomete escolares: 5 a 15 anos ▪ 40 a 60% dos adultos já tiveram a infecção Transmissão: ▪ Ocorre por disseminação de gotículas de orofaringe ▪ Infectividade: 15 a 30% nos susceptíveis Patogênese: ▪ Principal alvo do vírus: linhagem eritrocitária (pronormoblastos). Deixa o paciente mais susceptível a desenvolver anemia ▪ Em indivíduos com anemia hemolítica crônica (anemia falciforme, talassemia): crise aplástica grave ▪ A doença evolui emduas fases MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 4 1. Primeira fase (7 a 11 dias após contato): o Viremia (vírus na nasofaringe) o Cai contagem de reticulócitos e hemoglobina o Surgem anticorpos: regridem sintomas respiratórios 2. Segunda fase (17 a 18 dias após contato): aparecimento do rash e artralgia Clínica: ▪ Muitas infecções assintomáticas ▪ Fase de pródromos: febre baixa, cefaleia, sintomas de IVAS, linfadenopatia ▪ Fase exantemática: exantema evolui em 3 estágios o Exantema em face: “bochecha esbofeteada” o Disseminação para tronco e extremidades: “aspecto rendilhado” o Recidiva em 1 a 3 semanas: calor, exercício, sol, estresse Diagnóstico: ▪ Clínico ▪ Laboratorial: hemograma (pancitopenia), sorologia IgM Tratamento: ▪ Suporte: hidratação, analgésicos e antipiréticos, sem terapia antiviral ▪ Imunodeprimidos: imunoglobulina endovenosa (mas não é rotina) Profilaxia: ▪ Sem vacina ou imunoglobulina EXANTEMA SÚBITO (ROSÉOLA) Etiologia: ▪ Vírus herpes 6 (maioria) e 7, DNA vírus, fa família Herpesviridae Epidemiologia: ▪ Bebês de até 6 meses: proteção via anticorpos maternos transplacentários ▪ Pico de incidência: 6 meses a 18 meses (aos 2 anos, 80% das crianças foram expostas ao vírus) ▪ Apenas ¼ desenvolve o quadro típico. Demais: síndrome febril inespecífica ▪ Doença benigna, autolimitada e que não deixa sequelas Transmissão: ▪ Principal fonte: adultos saudáveis com vírus na forma latente ▪ Via partículas virais presente na saliva do hospedeiro saudável (mucosa respiratória ou conjuntival do lactente) Clínica: ▪ Período de incubação: média de 10 dias ▪ Fase de pródromos: rinorreia, inflamação faríngea e irritação conjuntival leve ▪ Fase pré exantemática: febre alta (39 a 40 °C), irritabilidade e anorexia. 5 a 10% das crianças irão apresentar convulsão febril. A febre cessa em “crise” (febre desaparece do nada) ou em “lise” (febre que persiste, mas vai ficando branda até sumir) ▪ Úlceras de Nagayama: lesões orais aftosas OBS: o risco de convulsão febril não está associada a quão alto a febre chega e sim a quão rápido a temperatura sobe. ▪ Fase exantemática: 12 a 24 horas após o desaparecimento da febre há o aparecimento de máculas róseas e pequenas de distribuição centrífuga (começa no tronco). Não há prurido ou descamação. Dura em média 3 dias O diagnóstico é retrospectivo! Febre alta + lesão oral aftosa + uso de antibiótico = controle aparente da febre e surgimento de rash (essa questão faz da alergia ao antibiótico o principal diagnóstico diferencial do exantema súbito). Na alergia ao antibiótico o rash é pruriginoso e urticariforme. Diagnóstico: ▪ Clínico e retrospectivo ▪ Hemograma: durante febre tem tendência à leucocitose (fase aguda); após exantema: leucopenia com linfocitose (70 a 90%) Tratamento: ▪ Suporte: hidratação e antitérmicos (alívio dos sintomas e controle térmico) ▪ Imunocomprometidos: ganciclovir ou cidofovir por 2 a 3 semanas (não faz parte da rotina) MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 5 SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA Etiologia: ▪ Vírus Cocksackie A e enterovírus, família Picornaviridae, RNA vírus Transmissão: ▪ fecal-oral ou respiratória Epidemiologia: ▪ circulam o ano todo em países tropicais ▪ mais comum em lactentes e crianças pequenas Clínica: ▪ febre baixa ▪ vesículas em toda orofaringe ▪ rash maculopapular, vesicular ou pustular em mãos, pés e nádegas, lesão aftosa na boca Diagnóstico: ▪ clínica – sintomas + faixa etária Tratamento: ▪ suporte: hidratação + antitérmicos OBS: o vírus se replica na raiz do leito ungueal. Depois de 1 a 2 meses que a criança fica boa, as unhas podem cair. VARICELA Etiologia: ▪ vírus varicela-zoster, DNA vírus, família Herpesviridae Transmissão: ▪ gotículas respiratórias em aerossol ou contato direto com conteúdo das vesículas ▪ infectividade: dois dias antes do surgimento do rash até a última lesão em vesícula Epidemiologia: ▪ Altamente contagiosa ▪ Infectividade 65 a 86% Patogênese: ▪ Vírus replica no epitélio da mucosa respiratória e endotélio ▪ Primeira viremia: sintomas gerais ▪ Segunda viremia: exantema ▪ Reposta imune celular: impede a disseminação para órgãos nobres ▪ VZV fica em estado latente nas terminações nervosas dos gânglios dorsais Clínica: ▪ Síndrome febril associada a um exantema máculo-vésico-pústulo-crostoso (pleomórfico) ▪ Fase de pródromos: febre baixa a moderada por 1 a 2 dias, cefaliea e adinamia ▪ Fase exantemática: lesões 48 horas após fase prodrômica: mácula → pápula → vesícula → pústula (lesões em vários estágios: pleomórfico). Distribuição centrípeta Complicações: ▪ A infecções bacterianas da pele são as complicações mais comuns ▪ Trombocitopenia ▪ Ataxia cerebelar aguda ▪ Meningite viral ▪ Pneumonia (letalidade alta – é a que mais mata) ▪ Síndrome de Reye (vírus varicela ou influenza e recebe AAS, ocorre uma reação imunológica causando sinais e sintomas de hepatite e encefalite) Diagnóstico: ▪ Clínico ▪ Laboratorial: sorologias (IgG); citodiagnóstico de Tzanck; leucopenia com linfocitose; aumento das transaminases (75% dos casos) Tratamento: ▪ Suporte: hidratação e analgésicos; permanganato de potássio (tem efeito antisséptico); anti-histamínicos ▪ Aciclovir VO (ambulatorial): MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 6 o Adolescentes > 13 anos, saudáveis o Indivíduos com doença cutânea ou pulmonar crônica o Uso de corticoide ou AAS o Dose: 20 mg/kg/dia, 4 doses/dia, 5 dias ▪ Aciclovir EV (hospitalar): o Imunocomprometidos o Corticoide em dose imunossupressora o Mulheres grávidas o Sinais de infecção sistêmica o Dose: 500 mg/m²/dose de 8/8 horas por 7 dias Iniciar o aciclovir em até 72 horas após início do rash Profilaxia: → Primária: vacina antivaricela, vírus vivo atenuado (dose única aos 15 meses) ou 2 doses quando é vacinado com mais de 13 anos → Secundária – após exposição: o Vacina de bloqueio: 3 a 5 dias após exposição o Imunoglobulina específica antivaricela (VZIG): 400 mg/kg nas 96 horas após exposição. Para imunodeprimidos, gestantes, RN de mães com varicela, prematuros expostos MONONUCLEOSE Etiologia: ▪ Epstein Barr, DNA vírus, família Herpesviridae Transmissão: ▪ Gotículas de saliva e intercusso sexual – “doença do beijo” Epidemiologia: ▪ Mais de 95% da população mundial já teve contato com EBV ▪ Crianças pequenas: assintomático ou inespecífico ▪ Adolescentes e adultos jovens: tríade clássica Clínica: ▪ EBV tem potencial oncogênico: câncer de nasofaringe, linfome de Burkitt ▪ Síndrome linfoglandular ▪ Período de incubação: 30 a 50 dias ▪ Sintomas: mal estar, adinamia, febre, odinofagia, dor abdominal, náuseas e mialgia ▪ Sinais: amígdalas (aumentadas, hiperemiada, petéquias e exsudato), linfadenomegalia (90% dos casos – cervicais), hepatomegalia (10%), esplenomegalia (50%) ▪ Edema de pálpebras ▪ Rash (3 a 15%): máculo papular eritematoso/ rash associado a ampicilina/ amoxicilina Complicações: ▪ Sintomas neurológicos ▪ Anemia hemolítica ▪ Obstrução de vias aéreas superiores (pela linfonodomegalia) ▪ Ruptura de baço OBS: orientar pacientes com mononucleose a ficarem de 30 a 60 dias sem fazerem atividades físicas que tenham risco de trauma na região abdominal (para evitar ruptura de baço) Diagnóstico: ▪ Clínico ▪ Sorologias ▪ Hemograma: leucocitose com 20 a 40% de atipias linfocitárias, plaquetopenia leve Tratamento: ▪ Suporte: hidratação, repouso e antitérmicos ▪ Corticoide (se complicação): prednisona ESCARLATINA Etiologia: ▪ Streptococcus pyogenes ou Streptococo beta hemolítico do grupo A de Lancefield (GAS) Transmissão:▪ Gotículas de secreção respiratória/ altamente contagiosa MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 7 Epidemiologia: ▪ Pode ocorrer em qualquer época do ano: mais comum no inverno e primavera ▪ Complicação imediata da faringite estreptocócica: 3 a 15 anos ▪ Ser humano é o reservatório natural Patogênese: ▪ Quem causa o exantema é uma exotoxina da bactéria (exotoxina pirogênica) ▪ Proteína M: virulência e imunidade Clínica: ▪ Período de incubação: 2 a 5 dias ▪ Acomete crianças entre 5 – 15 anos ▪ Febre alta, calafrios, cefaleia, adinamia e odinofagia ▪ Exame físico: o Hiperemia faringea e tonsilar o Adenopatia o Rash → progressão centrífuga, pápulas eritematosas puntiformes próximas (pele em lixa) o Rubor facial com palidez perioral (sinal de Filatov) o Exantema intensifica nas pregas dos membros (sinal de pastia) o Enantema: proeminência das papilas da língua (língua em framboesa) Diagnóstico: ▪ Clínico ▪ Se dúvida: cultura se swab de orofaringe (meio ágar-chocolate) → padrão ouro ▪ Aumento nos anticorpos: ASO (anti estreptolisina O) e anti-DNAse B ▪ Hemograma: leucocitose com desvio para esquerda Tratamento: ▪ Escolha: penicilina benzatina IM dose única: 600.000 UI (< 27 k) ou 1.200.000 UI (> 27kg) ▪ Alérgicos a penicilina: eritromicina por 10 dias ▪ Objetivo do tratamento: o Reduzir a duração dos sintomas o Reduzir o risco de complicações supurativas (glomerulonefrite difusa aguda) o Reduzir o risco de febre reumática DOENÇA DE KAWASAKI Etiologia: ▪ Desconhecida, provavelmente infecciosa ▪ 2005: associação com infecção pós coronavírus Epidemiologia: ▪ Indicência substancialmente maior entre os asiáticos e no sexo masculino ▪ 80% dos casos ocorre em menores de 5 anos e maiores de 4 meses ▪ Comporta-se como uma vasculite Patogênese: ▪ Vasculite necrosante de artérias de vários calibres, principalmente as de médio calibre ▪ Promove um infiltrado inflamatório nas três camadas do vaso/ IgA ▪ Destruição e enfraquecimento da camada elástica ▪ Formação de aneurisma no local (risco de ruptura e formação de trombos) Clínica: ▪ Conjuntivite, exantema (de qualquer tipo), alteração de mãos, pés e extremidades (edema ou descamação), língua em framboesa Diagnóstico: ▪ É necessário um alto grau de suspeição clínica, pois não há sinal patognomônico ▪ É clínico, com base nos seguintes critérios: o Febre alta por no mínimo 5 dias (obrigatório) + o 4 dos seguintes critérios: alteração de extremidades; exantema polimórfico; conjuntivite bilateral; alteração de cavidade oral; linfadenopatia cervical ▪ Laboratório: o Hemograma: anemia normocítica e normocrômica, leucocitose discreta, plaquetose o Aumento de PCR e VHS o Exame sumário de urina: piúria estéril o Enzimas hepáticas: levemente elevadas o ECO: exame de eleição para detecção dos aneurismas ( 2 a 3 semanas após fase aguda) MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – MEDICINA - PEDIATRIA 8 Tratamento: REVISÃO ▪ Febre + conjuntivite + tosse + exantema maculo papular + manchas de koplik (sarampo) ▪ Febre alta + rash cutâneo maculo papular após término da febre (exantema súbito) ▪ Febre baixa + rubor malar + rash rendilhado que piora ao sol (eritema infeccioso) ▪ Febre + cefaleia + exantema pleomorfico pruriginoso (varicela) ▪ Febre alta + exsudato amigdaliano + sinal de pastia e filatov (escarlatina) ▪ Febre baixa + exantema maculo papular + linfonodo retroauricular (rubéola)
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