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Citologia Membrana Plasmática Estrutura da Membrana Constituição: lipídios, proteínas e hidratos de carbono, de proporção variável conforme a função da célula. Exemplo: a membrana de mielina dos neurônios é 80% formada por lipídios, enquanto o envoltório interno das mitocôndrias, 70% de proteínas. Lipídios: são anfipáticos, pois forma duas camadas externas hidrofílicas, e uma interna, hidrofóbica. Lipídios importantes: fosfoglicerídeos e esfingolipídios, que contêm o radical fosfato, e o colesterol, presentes nos animais impedindo a fluidez das bicamadas. Estrutura lipídica importante: glicolipídios, lipídios conectados a carboidratos ligados ou não a radicais fosfato. Mosaico Fluído – toda membrana é constituída por duas camadas lipídicas fluídas e contínuas, onde se inserem proteínas e cuja ligação é hidrofóbica, fraca. As cadeias hidrofóbicas estão voltadas, portanto, para o interior, enquanto as hidrofílicas, para o exterior. As proteínas, além do mais, se alocam de modo que suas partes polares e apolares coincidam com as lipídicas, permitindo seu deslocamento. Unidade de Membrana – estrutura trilaminar da membrana – duas camadas polares externas e uma apolar interna – que pode variar conforme os seus componentes adicionais. Mede de 7 a 10nm. Proteínas: realizam principalmente as funções metabólicas da membrana. Podem ser integrais / intrínsecas (maioria) ou periféricas / extrínsecas. A adesão, quando integrais, é dada através de ligações hidrofóbicas. Caso uma mesma proteína atravesse toda a membrana plasmática é denominada proteína transmembrana ou proteína transmembrana de passagem múltipla, se o fizer mais de uma vez. Sabe-se, ainda, que as proteínas deslocam-se na membrana através do movimento do citoesqueleto. Grupos Sanguíneos: tanto o sistema ABO quanto o MN são determinados através de marcadores (carboidratos) que se alojam nos receptores glicolipídicos e glicoprotéicos. Assimetria: há uma forte assimetria entre as duas faces da membrana plasmática, devido ao posicionamento de lipídios e de proteínas, gerando até diferença de carga (internamente negativa). Esse fato é funcionalmente importante para que os ligantes possam posicionar-se corretamente. Proteínas periféricas ligam-se ao citoesqueleto, já proteínas externas alojam-se no glicocálice. Glicocálice: em toda extensão externa da membrana há carboidratos ligados a proteínas ou lipídios, denominando-se glicocálice. Sua composição não é estática, variando consoante o tipo e a região celulares. Essa estrutura, ainda, protege a célula contra agressões físicas e químicas, retém nutrientes e enzimas, participa do reconhecimento celular e realiza a inibição por contato. Fibronectina: glicoproteína secretada que também constituí o glicocálice. Em forma de “V”, possui determinadas regiões que se combinam com moléculas do meio extracelular (ex. colágeno) ou outras células. Os microfilamentos de actina do citoesqueleto ligam-se a moléculas de vinculina, que, por sua vez, prendem-se a proteínas intrínsecas da membrana, as quais se unem à fibronectina do glicocálice. O conjunto de actina, vinculina, proteína e fibronectina é denominado fibronexus, elo funcional e dinâmico da célula. Microvilos / Microvilosidades: expansões do citoplasma, sustentadas por filamentos de actina, que aumentam a superfície de absorção da membrana. Seu glicocálice é, por isso, muito desenvolvido. Individualizáveis apenas na microscopia eletrônica, na óptica são denominados borda em escova. Podem alojar, além do mais, enzimas. Exemplos: células intestinais e renais (túbulo contorcido proximal). Estereocílios: sem o movimento dos cílios verdadeiros, atuam como microvilosidades extremamente ramificadas e longas que aumentam consideravelmente a superfície de contato. Localização: epidídimo e ductos do aparelho genital masculino. Reconhecimento celular: o glicocálice é dotado de uma especificidade que permitem a diferenciação do material próprio do organismo (self) de estruturas estranhas (non-self). Essa estrutura, uma glicoproteína, é chamada de Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) e apresenta-se em dois tipos MHCI – genérica – e MHCII – exclusiva de células imunológicas. O MHC compõe-se de uma parte constante e outra variável, possuidora de uma seqüência de aminoácidos idêntica apenas em gêmeos univitelinos. Em transplantes, o doador deve possuir um MHC semelhante ao receptor, para amenizar a resposta imunitária. Transporte através da Membrana Plasmática: os compostos hidrofóbicos, solúveis nos lipídios que compõe a membrana, atravessam-na facilmente; substâncias hidrofílicas, no entanto penetram nas células com mais dificuldade. Permeabilidade à água (Osmose): há exceções, todavia, como a própria água, bem como o glicerol e a uréia, os quais atravessam a membrana através das proteínas que a constituem, denominadas poros funcionais. * Em meio excessivamente hipotônico, ocorre turgência; em meio hipertônico, o estado celular é de plasmólise – hemólise nos eritrócitos. Não ocorre gasto energético. Difusão passiva: como a distribuição de um soluto tende a ser uniforme em todo volume do solvente, ele penetra ou deixa a célula se sua concentração for muito alta ou baixa no meio extracelular. Não há gasto energético, pois ocorre a favor de um gradiente de concentração. Difusão facilitada: algumas substâncias, como a glicose e aminoácidos, adentram a célula a favor do gradiente de concentração, sem gasto energético, porém com maior velocidade, através de proteínas denominadas permeases. A velocidade do procedimento, pois, não é proporcional à concentração dos solutos, porquanto haja um número limitado de permeases na membrana da célula. Transporte ativo: acontece consumo de energia, pois há oposição de um gradiente de concentração químico ou químico e elétrico em solutos ionizados. Exemplo: Bomba de sódio e potássio – a proteína carreadora, intrínseca, recebe 3 moléculas de sódio e 1 ATP do citoplasma, que é quebrado em 1 ADP (expelido) e 1 fosfato. O carreador, então, muda sua conformação, repelindo cátions de sódio e atraindo 2 ânions de potássio. Depois da troca, o fosfato é expulso, restaurando a proteína, a qual libera as moléculas de potássio para dentro da célula. Co-transporte: geralmente relacionado à penetração de glicose na luz intestinal com a ajuda dos íons de sódio, havendo gasto de energia. Como a concentração de Na+ é maior no meio extracelular, por causa das bombas de sódio e potássio, ele tende a adentrar as células naturalmente. A energia liberada nessa ação é fornecida às moléculas de glicose para que possam sobrepujar um gradiente de concentração, já que esse glicídio é mais presente no meio intracelular. Quando substâncias realizam esse procedimento na mesma direção, caracteriza-se como simporte, do contrário, é chamado antiporte. Transporte em massa: transferência de macromoléculas ou seres microscópicos para o interior das células, através da endocitose, ou excreção de substâncias para o exterior, exocitose. Há gasto energético. Exocitose – o produto da secreção de células é armazenado dentro da célula em grânulos citoplasmáticos, que se fundem com a membrana plasmática. O transporte é dificultado, porque o envoltório interno da célula e a película externa da secreção são negativos. Faz-se necessário, portanto, a utilização de proteínas fusogênicas, que fundem os dois invólucros. Fagocitose – projeção de pseudópodos (evaginações), englobando partículas sólidas, após a sua fixação em receptores específicos da membrana. Dentro da célula, forma-se o fagossomo, puxado para o interior do citoplasma pelo citoesqueleto e fundido aos lisossomos. O processo de formação do fagossomo é estimulado em altas temperaturas. Funciona como mecanismo de defesa (macrófagos) ou alimentação, em protozoários. Pinocitose – invaginação, em locais específicos da membrana, formando pequenas vesículas, que, conduzidas pelo citoesqueleto para o interior da célula, carregam porções de líquido em seu interior. Pode ser não-seletiva, quando engloba-setodos os solutos do meio extracelular, ou seletiva, se as substâncias englobadas ligam-se a receptores . Exemplo de pinocitose seletiva: transferrina. Reciclagem de membrana – depois da introdução da substância da pinocitose nos endossomos, ou da digestão das partículas sólidas pelos lisossomos, a membrana das vesículas é reincorporada à MP, de modo a manter a constância no volume celular. Aderência entre as células: CAM (cell adhesion molecules) são glicoproteínas integrais transmembrana para reconhecimento e adesão celular. Exemplos: Ig-CAM, lembram as imunoglobulinas, e classificam-se como: C-CAM (superfície dos hepatócitos), Ng-CAM (neurônios e glia) e I-CAM (leucócitos). Caderinas - dependentes da manutenção da concentração dos íons Ca2+, no meio extracelular, para manter a ligação. Clínica Médica – a transformação das células normais em malignas causa disfunção nas moléculas CAM, iniciando o processo de mestástase. Interações intermembranosas: têm função de união, vedação ou comunicação intercelular. Desmossomos (união) – placa arredondada constituída pela membrana de células vizinhas, cujo espaço interno é revestido por material filamentoso. Na face interna dos envoltórios plasmáticos, há uma zona elétron-densa: placa do desmossomo – local de fixação dos filamentos intermediários do citoesqueleto, que efetivamente realizam a ligação. Sua atividade depende das caderinas. Localização: epitélio da língua, do esôfago e a epiderme (células submetidas à tração). Hemidesmossomos (união) – metade de desmossomo, que fixa as células das camadas mais profundas do epitélio à lâmina basal, estrutura de separação do tecido conjuntivo. Junção aderente (união) – cinto que recobre a parte apical das células (zônula aderente), em cuja face interna, deposita-se material amorfo, formando placas. Nessas, prendem-se filamentos de actina contráteis. É sensível aos níveis de cálcio. Exemplo: epitélio de revestimento intestino. Zônula oclusiva / Tight Junctions (vedação) – faixa na porção apical dos epitélios de revestimento que impede a passagem de moléculas e íons por entre as células, de modo a submeter a absorção de substâncias ao controle celular. É também essencial para a segregação de compartimentos fisiológicos diferentes, com potenciais elétricos igualmente distintos. COMPLEXO JUNCIONAL (adesão / vedação) – convergência de zônulas oclusivas, junções aderentes e desmossomos no mesmo epitélio. É caracterizado pela trama terminal, filamentos de actina, miosina e proteínas diversas que preenchem as zônulas aderentes, funcionando como prolongamento dos filamentos internos das células que a circunda. Junção Comunicante / Gap Junction / Nexo / Junção em hiato (comunicação): tubo protéico cilíndrico, que atravessa a membrana de duas células, composto pela aposição de dois conexons – túbulos menores, com seis unidades protéicas, de cada uma das células. O poro ou canal hidrofílico do nexo permite o funcionamento harmônico das unidades de um tecido, permitindo, por exemplo, o transito de sinalizadores secundários (AMPc). Podem ser fechados. Localização: células musculares, epiteliais e nervosas. Comunicação celular Sinalização química: sinais / mensageiros / ligantes químicos, juntamente com os receptores, realizam o principal meio de comunicação entre as células. Funções: formar tecidos, coordenar o metabolismo, a multiplicação celular, a secreção, a fagocitose, a produção de anticorpos e a contração muscular. Tipos de sinalização: hormonal, parácrina, sináptica e comunicação pro gap junction. Resposta ao sinal químico – depende exclusivamente da posse ou não (definida no período embrionário) de receptores específicos para o sinal químico, das características da maquinaria celular responsável por sua interpretação, e da estrutura molecular do receptor. Adaptação / Dessensibilização – uma célula exposta ao mesmo estímulo por um longo período de tempo diminui sua sensibilidade reversivelmente. Fatores: 1. diminuição na quantidade de receptores; 2. alteração do receptor, com minimização de sua sensibilidade; 3. modificações nas proteínas intermediárias entre receptores e mensageiros secundários; 4. seqüestro de receptores (aumento exagerado da concentração do sinalizador ocupa todos os receptores disponíveis); 5. downregulation (digestão dos receptores pelo pH ácido das de hidrolases, na formação do endossomo, impedindo sua renovação). Comunicação parácrina: secreção de mediadores químicos de ligação local por células especializadas. Exemplo1: mastócitos, de estímulo imunitário. Exemplo2: fosfolipídios da membrana, devido às fosfolipases, transformam-se em ácido aracdônico, que forma três tipos de eicosanóides (derivações) – prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos. Funções das Prostaglandinas: regulação da flexibilidade dos eritrócitos, da secreção de ácido clorídrico e do ciclo menstrual, contrações uterinas e infecções. Antiinflamatórios esteróides – inibem a formação de ácido araquidônico pelas fosfolipases da membrana, bloqueando todos os mediadores. Exemplo: Cortisona. Antiinflamatórios não-esteróides – impedem a formação das prostaglandinas e os tromboxanos, mas são ineficazes contra os leucotrienos. Exemplo: aspirina e indometacina. Comunicação sináptica: executada pelos neurônios, constituídos pelo pericário / corpo celular – receptor de neurotransmissores pelos dentritos, ramificações que aumentam sua área – e axônios. Sinapse: no terminal axônico, porção final do axônio, há mitocôndrias, retículo endoplasmático e mediadores, armazenados em vesículas sinápticas. Através do estímulo elétrico, canais de Ca2+ são abertos, provocando a liberação dos neurotransmissores, que atravessam a membrana pré-sináptica. Percorrem, depois, a fenda sináptica e ligam-se a receptores na membrana da célula pós-sináptica (musculares, glandulares ou mesmo nervosas), abrindo canais de Na+. A nova carga da célula receptora, então, produz outro estímulo elétrico ou um processo intracelular. Inativação: a finalização do estímulo, fundamental para que os neurotransmissores não percam sua eficácia, ocorre por difusão ou pela enzima acetil-colinesterase, no caso de estímulo neuromuscular. Comunicação hormonal: sinalização relativamente lenta, cujos mensageiros são os hormônios. Essas substâncias químicas, depois de secretadas pelas glândulas endócrinas, trafegam pelas vias sangüíneas e atuam em células-alvo. O controle é feito, pois, à distância. Hipotálamo: une os sistemas nervoso e endócrino, ao comunicar-se com a hipófise pelo pedículo hipofisário. Constituído de vasos sangüíneos e axônios de células nervosas que secretam hormônios (neuroendócrinas), o pedículo transmite esses estímulos diretamente à hipófise, instigando ou inibindo sua atividade secretora. Exemplo: secreção de ADH (hormônio antidiurético – que diminui a eliminação de água) ou oxitocina (contrator da musculatura uterina no parto) pela neuro-hipófise. Hormônios lipossolúveis: atravessam a membrana plasmática com facilidade, fixando-se a receptores citoplasmáticos e da carioteca. Medeiam reações de duração mais prolongada e são transportados por proteínas carreadoras, anfipáticas. Exemplos: hormônios esteróides (tiroxina, testosterona e progesterona). Após adentrarem o meio intracelular, podem ligar-se a proteínas receptoras, que invadem o núcleo e unem-se ao DNA, estimulando a transcrição de determinados genes. Hormônios hidrossolúveis: captados por receptores na MP. Há duas vias de resposta: (1) receptores catalíticos que atuam como enzimas, acelerando reações no meio intracelular; (2) receptores que iniciam uma cadeia de reações através de segundos mensageiros (AMPc ou Ca2+). (2) Exemplo1 – Ca2+ como Segundo Mensageiro � quando um hormônio une-se ao receptor, a proteína G a este atrelada muda sua conformação, desconectando-se do receptor e permutando GDP da subunidade α pelo GTP. Essa porção, logo, desliga-se de β e γ e une-se a um canal de cálcio, abrindo-o*. Os íons Ca2+ combinam-se, dentro da célula, com moléculas de calmodulina,proteína que promove processos intracelulares variados. Finalização do estímulo: enzimas fosforilases retiram um fosfato do GTP, implicando a perda de afinidade da subunidade α pelo canal, com concomitante aumento de atração pelas outras partes da proteína G. Ela, recomposta, novamente conecta-se ao receptor. *A liberação intracelular de Ca2+ também acontece com o estímulo da enzima fosfolipase-C, que produz inositol trifosfato. Essa substância executa a abertura dos canais de cálcio do retículo endoplasmático, importante armazenador do íon. (2) Exemplo2 – AMPc como Segundo Mensageiro � um hormônio estimula, pelo receptor, a proteína G, que une-se a adenilato ciclase. A enzima, a partir de ATP forma AMPc. Essa substância une-se a α-kinases, catalisadores que, através da fosforilação de moléculas, promovem ou inibem reações. Amplificação de sinal – acontece se várias proteínas G forem ativadas pelo mesmo ligante. Comunicação por Junções Gap: comunicação direta entre duas células, que permite o transporte de íons e outras moléculas menores. Citoesqueleto Conceitos básicos: Função – mantém e modifica a forma da célula, a posição dos seus componentes e realiza o movimento celular. Composição – microtúbulos, filamentos de actina, filamentos de miosina, filamentos intermediários, e proteínas diversas. Apenas os filamentos intermediários são estáveis, por isso o aspecto do citoesqueleto muda conforme o tipo celular. Microtúbulos: Proteína motora – transforma o ATP em energia motora, deslocando estruturas no sentido positivo (transporte anterógrado – quinesinas) ou negativo (transporte retrógrado – dineínas). Têm duas cabeças globulares e uma cauda. Morfologia – cilindros delgados e longos, formados pela associação em hélice de 13 dímeros protéicos (tubulina α e β). Estão em constante reorganização: na extremidade mais (+) são adicionados dímeros, na extremidade menos (-), retirados. O desequilíbrio entre polimerização e despolimerização ocasiona o encurtamento e prolongamento das fibras. O citoplasma funciona como um pool para as tubulinas. Regulação – íons de Ca2+ - que em altas concentrações podem inibir a polimerização – e MAPS (proteínas associadas aos microtúbulos). Estabilidade – variável, dependendo da proteína TAU*: é alta nos cílios e flagelos, e baixa no fuso mitótico. *Disfunções na TAU – uma MAP – podem estar relacionadas ao mal de Alzheimer. Funções – movimentam cílios e flagelos, deslocam estruturas no intracelular e mantém a forma das células. Centríolos – toda célula animal possui um par de centríolos: cilindros formados por 9 feixes de 3 microtúbulos em circulo. Posicionam-se em ângulo reto na região do centrossomo ou centro celular, que forma os microtúbulos (MTOC – Microtubule Organazing Center). Corpúsculos basais – originam cílios e flagelos e são morfologicamente idênticos aos centríolos. Cílios – dupla de microtúbulos centrais (axonema), circundado por nove duplas da substância. Drogas que agem sobre os microtúbulos – Colchicina: paralisa a mitose na metáfase, porque impede a polimerização. Utilizada no tratamento da gota. Taxol: interrompe a despolimerização, ocupando toda a tubulina livre no citoplasma e impedindo a formação do fuso mitótico. Usado no tratamento de tumores malignos. Vincristina / Vimblastina: usadas no tratamento de tumores malignos semelhantes à colchicina. Actina: Proteína Motora – miosina: forma o anel contrátil da citocinese. Morfologia – duas cadeias em espiral de monômeros globosos da proteína actina G. A estrutura final do conjunto é fibrosa quaternária, chamada actina F. Também é ajustada por polimerização e despolimerização. Funções – presente nos músculos e na matriz intracelular. Formam uma o córtex celular camada de revestimento interno da MP, reforçando-a e participando dos movimentos amebóides (células embrionárias, leucócitos, macrófagos, fibroblastos) e da fagocitose. Regulação – proteínas fixadoras da actina (PFA): profilina (impede a polimerização), brevina (impossibilita o prolongamento), fragmina (liga-se no meio da actina F, fragmentando os filamentos); foldina, espectrina e filamina (atuam no afrouxamento ou condensação da união dos dois filamentos) de actina. Tropomiosina é outra proteína reguladora da atividade da actina. Drogas que agem sobre a actina – Citoclasina: impedem a polimerização, unindo-se as moléculas de actina. Faloidinas: acoplam-se lateralmente aos filamentos, estabilizando-os. Ambos impedem os movimentos realizados pela actina. *Proteínas que reveste as vesículas pinocítinas – clatrina. Filamentos intermediários: Morfologia – espessura intermediária entre os filamentos de actina (finos) e de miosina (grossos). Formados por três cadeias polipeptídicas em hélice. A constituição é variável de acordo com o tecido*: queratina (células epiteliais), vimentina (mesênquima embrionário, fibroblastos), desmina (musculares), laminas (lamina nuclear – reforça internamente o núcleo). Funções – primordialmente estruturais, permanecem intactos mesmo em solução. Especialmente presente nas células que sofrem atrito. Exemplo: epiderme e axônio neuronal. Participam dos desmossomos. � Células que se dividem constantemente e embriões jovens não têm filamentos intermediário � Realizam funções específicas em células especializadas, apenas. *Importância Clínica – a análise da composição dos filamentos intermediários das células tumorais, por causa de sua especificidade, permite o conhecimento sobre a malignidade ou não do tumor, bem como sua proveniência, em caso positivo. Movimentos celulares: actina, miosina, microtúbulos e proteínas motoras são responsáveis pela maioria dos movimentos celulares. Movimentos que modificam a forma da célula: contração (cel. musculares, mioepiteliais, endoteliais e mióides), amebóide (macrófagos e leucócitos), citocinese. Movimentos que NÃO modificam a forma da célula: transporte intracelular de organelas e substâncias, bem como extrusão de vesículas de secreção de células glandulares. Síntese de Macromoléculas Evolução: o surgimento da célula eucarionte deveu-se ao aparecimento de membranas internas, que individualizassem compartimentos de composição química e funções diferentes. Em constante renovação as organelas, excetuando o DNA, estável, são constantemente renovadas por síntese e degradação. Principais macromoléculas – proteínas, lipídios, hidratos de carbono e ácidos nucléicos. Tipos celulares: dependendo da localização da célula, predominam diferentes organelas. Retículo endoplasmático: Morfologia – conjunto de cisternas citoplasmáticas comunicantes que se estendem da carioteca de todas as células eucariontes. Tipos – Retículo endoplasmático rugoso (RER): têm ribossomos aderidos à superfície e é constituído por lâminas achatadas dispostas paralelamente. Embora não sejam visíveis na microscopia de luz, o uso de corantes básicos evidencia porções basófilas do citoplasma, o ergastoplasma. Em neurônios, essas partes foram denominadas Corpúsculos de Nissl, antes de descobrir-se que compunham um conjunto RER. Funções: sintetizar e segregar proteínas. Retículo endoplasmático liso (REL): sem ribossomos, pode agregar-se ao RER. Morfologia: vesículas globulares ou túbulos contorcidos. Função: metabolizam (incluindo hormônios esteróides) e segregam lipídios (processo continuado no Complexo de Golgi), desintoxicam o organismo (através do citcocromo p450 e sua redutase), armazenam Ca2+ (importante para a transmissão de estímulos elétricos), e executam a glicogenólise (glicogênio � glicose). Enzimas marcadoras - enzimas específicas de determinada organela. No casso do retículo endoplasmático liso, é a glicose-6-fosfatase, catalisadora da glicogenólise. Doenças relacionadas à disfunção do enovelamento do Retículo Endoplasmático: Fibrose Cística – inabilidade em exportar reguladores transmembrana mutantes, afetando o sistema respiratório e o pâncreas. Doença efisematosa pulmonar – dificuldade em exportar alfa-antitripsina mutante, injuriando os sistemas respiratório e hepático. Hipotireoidismo congênito– não-exportação de tiroxina mutante, comprometendo a tireóide. Osteogenisis imperfecta – osteoblastos secretam substância mutante, danificando o tecido ósseo. Polirribossomos: união de ribossomos e RNAm. Polirribossomos do RER – sintetizam proteínas para a formação do próprio retículo, o complexo de Golgi, os lisossomos, a membrana plasmática, e secreções celulares. Polirribossomos dispersos – proteínas para o citoplasma, núcleo, mitocôndrias e peroxissomos. Complexo de Golgi: Morfologia – conjunto de sacos membranosos achatados empilhados, próximo ao núcleo. Cada conjunto de cisterna constituí uma unidade da estrutura total, chamando-se dictiossomo. Função – na face côncava opera a cis-formação e na convexa a trans-maturação. Executa modificações pós-traducionais, como glicosilações, sulfatações e fosforilações em moléculas já sintetizadas pelo RE. Lisossomos – forma resíduos de manose-6-fosfato. Membrana Plasmática – sintetiza lipídios que formam o envoltório citoplasmático. Secreções – produz o colágeno e hormônios. Matriz celular – produz proteoglicanos – componente das cartilagens. Enzima marcadora – tiamilfosfatase. Vias de degradação de proteínas: sendo importante para a constância dos níveis celulares das proteínas, a degradação determina a vida média dessas moléculas. Bastante variável, é, por exemplo, curta nos fatores de transcrição e proteínas de iniciação de replicação do DNA, porém longa nas enzimas da glicólise. Há indicações de que aminoácidos terminais possam marcar o tempo de vida de proteínas. Via Lisossômica – principal responsável pela degradação das moléculas provenientes da pinocitose e fagocitose. Não é seletiva. Via Ubiquitina-Proteossomo (SUP): realizam a degradação seletiva de moléculas do interior da célula. Depois de marcadas, com o auxílio das enzimas E1, E2 e E3, pela ubiquitina, moléculas protéicas penetram o proteossoma. Essa estrutura, um complexo poli-enzimático de formato cilíndrico, presente no núcleo e no citoplasma, retira a ubiquitina para reutilização e degrada a proteína até o estágio de peptídeos. Enviados para o meio intracelular, são reduzidos até aminoácidos por outras enzimas, para que sejam reaproveitados. Importância clínica – a inibição da atividade proteossômica retarda ou interrompe a progressão de células cancerosas. Organelas Celulares Lisossomos: Morfologia – delimitados por 1 UM, apresentam-se sob grande variedade de forma e tamanho (polimorfismo – deve-se aos diferentes materiais fagocitados). Em seu interior, resguardam cerca de 50 hidrolases capazes de digerir muitas substâncias, as quais, embora, não digerem a membrana pelo revestimento interno de polissacarídeos. O pH interno é de 5. Enzima marcadora: fosfatase ácida. Bomba de prótons – responsável pela acidificação do interior do lisossomo. Processos digestivos – Heterofagia: substâncias exógenas, provenientes da fagocitose e pinocitose. Autofagia: digere estruturas da própria célula. Autólise: rompimento das vesículas com morte da célula, provocando necrose do tecido. Exemplo patológico: Silicose. Classificação dos lisossomos - Lisossomo Primário / Vesícula Hidrolítica: corpúsculo virgem, contendo as enzimas secretadas pelo RER e endereçadas pelos lisossomos. Lisossomo secundário / Fagossomo / Heterofagossomo / Vacúolo digestivo: contém material em digestão pelas hidrolases. Vacúolo autofágico / Citolisossomo / Autofagossomo: contém partes intracelulares em vias de digestão. Corpos residuais: digestão incompleta de substâncias, causando acúmulo de grânulos de lipofucsina danoso, especialmente nas células permanentes (neurônios e cardiócitos). Endereçamento das hidrolases ácidas: sintetizadas no RER, são enviadas ao aparelho de Golgi. Lá, são maturadas, selecionadas, concentradas e endereçadas. Sofrem a fosforilação por enzimas na membrana da organela, sendo marcadas pela manose-6-fosfato. Doenças e Síndromes: geralmente envolve a ausência ou mutação de uma das enzimas dos lisossomos, formando depostos de substâncias dentro da célula. Exemplo: doença de Tay-Sachs. Outras doenças: Deficiência na biossíntese do resíduo Man6P – ocasiona endereçamento errôneo para o meio extracelular. Asbescose / Silicose – afecções por inalação de sílica ou amianto. Anóxia, Acidose ou choque: elevam os níveis de enzimas lisossômicas no sangue, processo comum no infarto de miocárdio. Defesa do organismo – lisossomos dos leucócitos e macrófagos intervêm à presença de corpos estranhos, porém há doenças resistentes (lepra e tuberculose). Peroxissomos: Morfologia – estruturas presentes em todas as células eucarióticas. Limitado por uma UM, têm forma ovóide, abrigando enzimas oxidativas (ex. catalase, utato-oxidase e D-aminoácido-oxidase). Função: cisão de moléculas (principalmente ácidos graxos de cadeia longa), usando oxigênio, pela oxidação, gerando energia térmica. Têm a capacidade de se auto-replicar sem possuir genoma próprio (divisão binária). Reação dos peroxissomos - RH2 + O2 � R + H2O2 Catalases: enzimas especiais por – (1) usar o peróxido de hidrogênio gerado por outros catalisadores para oxidar novas substâncias. (2) Transformá-lo em água, quando acumulado. (3) Remover substâncias tóxicas, principalmente no fígado e rim, segundo a reação: H2O2 + TH2 � 2H2O + T Tipo: varia conforme o conjunto de enzimas oxidativas no peroxissomo contidas. Endereçamento das enzimas oxidativas: as enzimas dos peroxissomos são sintetizadas em polirribossomos livres. O destino dessas moléculas é determinado pelo peptídeo-sinal: seqüência de aproximadamente três aminoácidos que funciona como um sinalizador sua importação pela organela. Doenças e Síndromes: Síndrome de Zellweger (Cérebro-hepato-renal): de transmissão hereditária, causa defeitos neurológicos, hepáticos e renais letais. Esses são provocados pela deficiência na importação de enzimas. Adrenoleucodistrofia (ALD): deficiência de uma enzima transcrita pelo cromossomo X causa problemas de secreção da glândula adrenal e conseqüente acúmulo de ácidos graxos de cadeia longa. Mitocôndrias: Morfologia – limitada por duas UM, são principalmente formadas por proteínas e lipídios. Contém material genético (DNA/RNA), renovando-se constantemente. De forma esférico-alongada, localizam-se nas porções citoplasmáticas onde há maior gasto energético, em quantidade e número de cristas proporcionais ao metabolismo. Crista – divisão interna das mitocôndrias, de formato esférico ou tubular. Endereçamento das enzimas - sintetizadas em polirribossomos dispersos, são endereçadas pelo peptídeo-sinal, seqüência de até 80Aa removida posteriormente pela peptidase mitocondrial. Funções - (1) liberar energia pela oxidação de ácidos graxos e glicose, dispersando-a na forma de calor ou armazenando-a como ATP.* Se há necessidade de liberação de energia, a enzima ATPase cliva a molécula de ATP em um ADP e um fosfato inorgânico (Pi). Função oxidativa da mitocôndria: embora os ácidos graxos constituam uma maior fonte potencial de energia, os glicídios são mais utilizados. Nos seres humanos, por exemplo, a energia armazenada sob a forma de glicogênio dura um dia, sob a forma de gordura, até um mês. Processos oxidativos: Glicólise anaeróbia - sem utilizar O2, origina, no citoplasma, dois ATP a partir de uma molécula de glicose. Fosforilação oxidativa - usa O2 para obter, dentro das mitocôndrias, 36ATP. Fases da fosforilação: (1) Produção de acetil-coenzima A, (2) Ciclo de Krebs / dos Ácidos Tricarboxílicos / do Ácido Cítrico, (3) Sistema transportador de elétrons. Reação geral: C6H12O6 + 6O2 = 6CO2 + 6H2O + ATP + Energia Calorífica Dissipada Genoma mitocondrial: o DNA mitocondrial origina proteínas mitocondriais, sintetizadas nos polirribossomos livres do citoplasma e posteriormente importadas pela organela com gasto de energia. À necessidade de mais mitocôndrias na célula, além disso, moléculas são acrescentadas, para que cresçam e dividam-se por fissão. Desvantagem do DNA mitocondrial: não possui mecanismos regulatórios para mutação, embora possua várias cópias da mesmamolécula. Teoria Endossimbiótica: postula que os cloroplastos e as mitocôndrias dos organismos eucariontes têm origem num procarionte autotrófico – provavelmente um antepassado das cianobactérias atuais - que viveu em simbiose dentro de outro organismo, também unicelular, mas provavelmente de maiores dimensões. Obteve, assim, proteção, enquanto forneceu ao hospedeiro a energia. (Fonte: Wikipédia). Mitocôndrias x Fertilização: diz-se que as mitocôndrias tenham origem exclusivamente materna, pelo fato de as organelas paternas permanecerem fora do zigoto depois de sua formação. Sabe-se, entretanto, que a distribuição dessas estrutura seja randômica nos gametas, portanto doenças de origem mitocondrial não são constantes em todos os membros da família. Doenças mitocondriais: a capacidade oxidativa das mitocôndrias decai de forma constante durante a vida dos indivíduos, sendo maximizada por doenças mitocondriais e pelo envelhecimento precoce. Encefalopatias mitocondriais funcionais: raras, são causadas por defeito na utilização do substrato, na oxidação e produção de ATP ou na cadeia respiratória. A célula muscular esquelética aumenta o número das mitocôndrias para superar o déficit energético. Febre mitocondrial: anormalidade na oxidação – a mitocondrial prioriza a produção de energia térmica em detrimento da química. Sintomas – febre, magreza, sudorese excessiva e intolerância ao calor. Diagnóstico diferencial: hipertireoidismo, que aumenta a quantidade de mitocôndrias por estímulos excessivos dos hormônios T3 e T4 Mitocondrioma: tumores específicos das glândulas salivares e fígado, caracterizado por um descontrole na duplicação mitocondrial e compressão das outras organelas. A anormalidade é atualmente classificada como um tumor benigno das mitocôndrias. Núcleo da Célula Considerações iniciais: o núcleo é a principal estrutura que difere a célula eucarionte da procarionte. Geralmente posicionado no centro da célula, em número de um, pode ser basal (células caliciformes), duplo (hepatócitos – de alta função metabólica) ou múltiplo (fibras musculares estriadas). Morfologia: geralmente acompanha a forma da célula. Células prismáticas têm núcleos alongados; poligonais / esféricas, esféricos. Há, também, núcleos de formato bastante irregular. Seu tamanho, além do mais, é proporcional à quantidade de DNA da célula e às taxas metabólicas. Componentes do núcleo: envoltório nuclear, lâmina nuclear, nucleoplasma, cromatina, nucléolo e retículo endoplasmático. Envoltório nuclear: compartimentaliza o núcleo, de modo a facilitar o controle do acesso ao material genético. Invisível à microscopia de luz, compõe-se de duas UM: a unidade externa tem ribossomos aderidos e continua-se com o RER, a interna, por outro lado, é envolvida pela lâmina nuclear. Ao espaço entre as duas membranas dá-se o nome de cisterna perinuclear. Composição: lipoprotéica, com 70% de proteínas e 30% de lipídios – especialmente fosfolipídios. Complexos de poro: a fusão das membranas externa e interna origina poros, preenchidos por agregados protéicos, os complexos de poro, que têm a função de regular o trânsito de moléculas entre o núcleo e o citoplasma. Essa estrutura, cuja quantidade é proporcional à atividade metabólica da célula, forma-se por proteínas diversas, genericamente denominadas nucleoporinas (Nup). Lâmina Nuclear: associada internamente ao envoltório nuclear, é uma rede protéica que se interrompe nos poros nucleares. Composição: envolve três famílias de proteínas: laminas A, B e C. Função: mantém a forma e suporta estruturalmente o envoltório, além de ligá-lo as fibras de cromatina. Cromatina: porção do núcleo que se cora ao microscópio de luz. Sua organização é dinâmica, porquanto depende da fase do ciclo celular: no núcleo interfásico, mostra-se intermediária entre a compactação e descompactação, durante a divisão, contudo, está totalmente condensada, constituindo os cromossomos. Nucleossomo / Cromatossomo: unidade estrutural sumária da cromatina. Composição: DNA, proteínas histonas, não-histonas e RNA em transcrição. DNA – duas cadeias de polinucleotídeos complementares e antiparalelas, que se associam por pontes de hidrogênio no formato de dupla-hélice. Cada hélice é constituída de um radical fosfato, de uma pentose (desoxirribose) e uma base nitrogenada (guanina, citosina, timina e adenina). Histonas – proteínas básicas, bastante estáveis, que se unem ao fosfato do DNA pelo grupamento amino. Como não há amino suficiente para neutralizar todos os radicais do ácido desoxirribonucléico, a cromatina é basófila: sendo ácida, é colorida por corantes basófilos. Tipos de histonas: H1, H2A, H2B, H3 e H4. Proteínas não-histonas: presentes majoritariamente em células de alta atividade metabólica, participando da estrutura cromossômica, do controle da replicação de DNA, bem como da ativação e repressão gênicas. RNA – há quatro diferentes tipos, de funções distintas. RNAmensageiro – codifica proteínas. RNAribossomal – forma a estrutura de ribossomos, juntamente com proteínas. RNAtransportador – utilizado na tradução (síntese de proteínas a partir do RNAm), transportando os aminoácidos livres e encaixando-os corretamente no peptídeo através da correspondência entre códon (RNAm) e anti-códon (RNAt). Expressão gênica: um gene é uma seqüência de nucleotídeos do DNA expressos em um produto funcional. Dividem-se em éxons, porções codificadoras, e íntrons, não-codificadoras, porém igualmente transcritas. Splicing é o processo de remoção e digestão dos íntrons na molécula de RNAm, seguidas da junção dos éxons. O Spliceossoma, grupo de ribozimas, enzimas e proteínas, é a estrutura responsável pela tarefa. Splicing alternativo – explicação para a complexidade do proteoma humano, apesar da pequena quantidade de genes. Descobriu-se que a identificação de porções codificantes do RNA é relativa: uma mesma área pode ser identificada por diferentes tecidos como íntron ou éxon. Uma única molécula de RNA, gera, pois, muitas proteínas diferentes, dependendo do tipo celular. Atividades do DNA: Replicação / Duplicação – caracterizada como semi-conservativa, pois utiliza uma fita de DNA como base para a construção de uma fita complementar (Enzimas: DNA-polimerase e helicase). Transcrição – formação de RNAm por uma fita de DNA. O processo inicia-se com a separação da hélice dupla de DNA pela helicase, decodificação de uma seqüência exata de nucleotídeos (promotora) pelo primer e subseqüente decodificação pela RNA-polimerase. O crescimento da cadeia sempre ocorre no sentido 5’ � 3’. A finalização dá-se por um sinal de término. Estados funcionais da cromatina: as zonas identificadas no microscópio de luz como intensamente coradas foram descritas como heterocromatina, aquelas pouco coloridas, eucromatina. O primeiro tipo, muito compactado, geralmente não é transcrito para o RNA**. A eucromatina, embora totalmente transcrita, têm 10% de sua estrutura ativa e 90% inativa. O DNA, portanto, só é expresso no organismo na forma de eucromatina ativa. **Um exemplo raro de cromatina transcrita, mas inativada posteriormente é a cromatina sexual, originalmente um cromossomo X (sexual) do cariótipo feminino. Cromossomo: corresponde à cromatina na divisão celular, durante a qual a condensação dos cromossomos excessiva impede a sua transcrição. O estágio de condensação máxima é a metáfase. Estrutura: Constrição Primária / Centrômero – zona de estrangulamento, com condensação total, em que as duas cromátides de um cromossomo se unem. A posição dos centrômeros classifica os cromossomos em: metacêntricos, submetacêntricos, acrocêntricos e telocêntricos. Cinetócoro – prolongamento protéico de cada cromátide, que envolve lateralmente o centrômero para receber os microtúbulos da divisão. Constrição secundária – contém, por exemplo, informações para a constituição do nucléolo. Cariótipo: conjunto de características constantes dos cromossomos da espécie, quanto ao número, tamanho e morfologia. Cada par compõe-se de cromossomos homólogos, um de origem maternae outro, paterna. O cariótipo humano só é haplóide (n) nos gametas. É, normalmente, por conseguinte, diplóide (2n). Nucléolo: estrutura nuclear esférica, não envolvida por membrana, dentro do núcleo. Normalmente única, seu tamanho varia consoante a síntese protéica realizada pela célula, já que é a estrutura responsável pela biogênese e montagem dos ribossomos. Composição: proteínas, RNAr e seu DNA de origem. Partes: centro fibrilar, componente fibrilar denso e componente granular. Ciclo Celular Conceito: compreende o período de divisão e a interfase, sendo essencial para a manutenção e reposição das células do indivíduo. G1 – de variável duração: é curto em tecidos de rápida renovação, ou longo / permanente (G0)*. S – duplicação de DNA e histonas. G2 – reparação de DNA e preparativos para mitose*. *Períodos reduzidos nas clivagem. M – ocorre a divisão celular, com interrupção na síntese de RNA, e surgimento de duas células filhas idênticas. Regulação / Checkpoints: realizada pelas ciclinas, que alternam períodos de crescente síntese e rápida degradação. A ciclina G1 aumenta sua concentração em G1, baixando em G2. Já em G2, sobem os níveis de ciclina mitótica, que diminuem na fase M, entre a metáfase e a anáfase. Quinase dependentes de ciclina (CDK): são enzimas de níveis constantes que fosforilam substâncias essenciais para a divisão (CDC2 e CDK2). FPR – união de cdk2 com ciclina G1, que fosforila as enzimas intermediárias e ativam as moléculas responsáveis pela replicação de DNA na passagem de G1 para S. A diminuição da concentração de ciclina desfaz o complexo cdk2-G1. FPM – complexo cdc2 e ciclina mitótica, fosforila proteínas importantes para a divisão celular equacional: na reorganização do citoesqueleto (formação do fuso mitótico e estrangulamento na citocinese pela actina), na condensação cromossômica e no rompimento do envoltório celular. p53 – proteína reparadora de danos de DNA mutante. Fazem controle de qualidade no final de G1, atuam como supressores da replicação de proteínas de células tumorais ao inibir a enzima CDK2 e provoca a morte de células por apoptose. Mitose: Prófase – condensação dos cromossomos, diminuição dos nucléolos, fragmentação do RE e Golgi, formação do fuso mitótico. Pró-metáfase: curta, compreende a destruição do envoltório nuclear pela fosforilação das laminas, invasão da área do núcleo pelas fibras cinetocóricas, polares e fibras do áster. Metáfase: cromossomos, condensados ao máximo, na placa equatorial. Anáfase: divisão dos centrômeros, separação das cromátides-irmãs e subseqüente migração para pólos opostos da célula. As fibras polares se enlongam, implicando aspecto ovóide à célula. Telófase: cromátides-irmãs atingem os pólos, desaparecem as fibras cinetocóricas, fibras polares alongam-se, descondensam-se os cromossomos, desfosforilam-se as laminas, restituindo o envoltório nuclear, e reorganiza-se o nucléolo. Citocinese: partição do citoplasma, pelo anel contrátil de actina e miosina e reorganização do citoesqueleto. Fatores de Proliferação: cada indutor atua sobre um receptor específico, e é traduzido até desencadear a resposta esperada. Exemplo1: somatomedina, sintetizada no fígado em resposta à estímulos hipofisários, induz a proliferação cartilaginosa. Exemplo de fatores de crescimento: fatores de crescimento fibroblástico (FGF); fatores de crescimento epidérmico (FGE); fatores de crescimento plaquetário (PDFG); fatores de crescimento de hepatócitos (HGF); fatores de crescimento de neurônios (NGF); fatores de crescimento do endotélio vascular (VEGF). Exemplo de fatores hematopoiéticos: IL-2, estimula a proliferação dos linfócitos; eritropoetrina, induz a proliferação de hemácias. Meiose I: neste processo o número de cromossomos das células filhas é reduzido à metade. É importante para manter constante o número de cromossomos da espécie e assegurar a variabilidade genética pelo crossing-over. Prófase I – este período está dividido em cinco subfases. Leptóteno: individualização cromossômica. Zigóteno: ocorre a sinapse, pareamento de homólogos, com formação do complexo sinaptonêmico. Paquíteno: pode acontecer a permutação, troca de pedaços entre cromossomos homólogos. Os cromossomos aqui são chamados díades e bivalentes por estarem aos pares ou tétrades por haver quatro cromátides juntas. Diplóteno: se houve crossing-over, aparecem as quiasmas. Diacinese: quiasmas começam a se terminalizar, escorregar para a ponta. Metáfase I – Desintegração da membrana nuclear. – Espalham sobre o citoplasma e migram para o centro aos pares. Anáfase I – Os Cromossomos homólogos migram para pólos opostos da célula. – Os quiasmas findam a terminalização. Telófase I – Reorganização do núcleo. Citocinese – Ocorre a separação das células após a meiose I. Meiose II: semelhante à meiose I, executada, contudo, em células haplóides. Ovogênese: período multiplicativo (da fase embrionária até a infância), período dictióteno (suspensão) período de crescimento (maturidade sexual), maturação (só é completada com a fertilização). Espermatogênese: contínuo, completando-se na pré-adolescência. Diferenças entre meiose e mitose: Mitose – gera duas células diplóides, idênticas à mãe e entre si. Acontece com segregação das cromátides-irmãs, sem crossing-over, durando uma hora. Meiose – produz quatro células haplóides (gametas), diferentes da mãe e distintas entre si, graças à recombinação. Leva muito tempo para ser concluída. Diferenciação e envelhecimento celular Diferenciação celular: é o processo de transformação de uma célula indiferenciada à especializada (induzido por elementos intra e extracelulares). Implica síntese de proteínas específicas, mesmo que provenientes do mesmo gene (splicing alternativo) . Não acarreta, no entanto, perda de informação genética. Esse processo pode ser exemplificado pela introdução de um núcleo de célula epitelial de rã em um ovo sem núcleo. A clivagem contínua e a formação de um girino completa-se: a diferenciação não é uma implicação da modificação do material genético, porém da forma como ele é expresso. Interdependência: núcleo e citoplasma correlacionam-se estreitamente. Sabe-se, por exemplo, que substâncias presentes no citoplasma afetam a atividade do núcleo. Na célula ovo, os determinantes citoplasmáticos são os responsáveis pelas primeiras diferenciações, sendo responsáveis, inclusive, pelo controle da síntese de RNA e DNA. Herança da memória celular – as especializações que deve sofrer cada tipo de célula são transmitidas através das gerações. Graus de diferenciação: Totipotência: capaz de gerar um indivíduo completo, é encontrada em embriões de até 8 blastômeros. Pluripotência ou Multipotência: capacidade de uma célula em gerar várias linhagens celulares e tecidos, não um indivíduo completo. Corresponde à massa interna do blastocisto (embrioblasto). Oligopotência: capacidade de se diferenciar em poucos tipos celulares. Unipotência: capacidade de se diferenciar em um único tipo celular. Competência: capacidade de assumir nova via de desenvolvimento. Envelhecimento celular: fase final na vida da célula, a qual, embora presente em todos os seres vivos, pode ser adiantada por estados patogênicos. A senescência é o envelhecimento que causa alteração danosa à organela. Características das células senescentes: Incremento – anormalidades cromossômicas, núcleos anormais, número e tamanho de lisossomos, taxa de degradação de proteínas, proteínas estruturalmente alteradas, lipofucsina. Redução – número de receptores, especializações de membrana, taxa de transcrição e tradução, sensitividade a fatores de crescimento e hormônios Alterações – volume celular, mitocôndrias. Telômero: parte final da fita de DNA, que, progressivamente, diminui, definindo o tempo de vida restante da célula. A porção tem função de impedir a união das duas extremidades do cromossomo. Após cerca de 50-60 divisões, a célula entra em estado de senescência, estável em G1 ou G2. A perda total do telômero ocasiona instabilidade gênica e morte celular. Célulasde divisões infinitas por restauração do telômero através da enzima telomerase: células-tronco hematopoiéticas, linfócitos ativados, células basais da epiderme e células reprodutivas. Vocabulário: Neoplasia – células anormais. Tumor benigno – células um pouco diferenciadas que afetam apenas o órgão em que se encontram ou estruturas adjacentes por compressão. Tumor maligno (câncer) – perdem a capacidade de aderência, por serem compostos de células indiferenciadas. Realizam metástase, portanto. Secretam enzimas que atacam a matriz extracelular, invadem tecidos sangüíneos e vasos linfáticos. Neoplasia: resultado de mutações cromossômicas e alterações na atividade da enzima telomerase, que sensibiliza ainda mais o DNA (estado pré-canceroso). Um estímulo, de natureza desconhecida, determina o aglomeramento dessas células, havendo angiogênese – vascularização do tecido anormal. O centro neoplásico, todavia, necrosa, pois a rede arteriovenosa é bastante superficial. Metástase – a ruptura de parte desse aglomerado, seguida da diapedese, causam metástase, espalhamento das células anormais por via hematogênica ou linfática. Causas das Neoplasias: alteração genética do núcleo, alterações nos protoncogenes ou defeito nos genes supressores de tumor – relacionados ao ciclo celular. A desdiferenciação, que precede o processo de metástase é estimulado por antígenos fetais produzidos pelo tumor. Características Histológicas: polimorfismo, aneuploidia / poliploidia, relação núcleo / citoplasma alterada, mitoses abundantes, citoplasma basófilo (proliferação de ribossomos), poucos RE, lisossomos e mitocôndrias, citoesqueleto desorganizado, proteínas de MP com grande mobilidade, redução das junções celulares. Tipos: Carcinomas - tumores malignos de células epiteliais de revestimento; Adenomas – tumores benignos originados das células epiteliais secretoras; Adenocarcinomas – tumores malignos de células epiteliais secretoras. Tumores benignos de tecido conjuntivo recebem terminação oma adicionada ao nome da célula originária (ex. fibroma e osteoma). Tumores malignos, sufixo sarcoma (ex. fibrosacroma, osteosarcoma) Genes Supressores de Tumor – recessivos, neutralizam a proliferação anormal, causada por mutações gênicas de deleção ou translocação. Exemplos: p53, Rb, MCC. DCC, WT. Protoncogenes – genes normais que, por mutação, codificam oncogenes. Oncogenes – mutações, de caráter dominante, de genes, como o codificador da proteína RAS. Tumores Virais: tanto ribovírus, quando desoxivírus podem causar tumores, de natureza maligna ou benigna. Desoxivírus – codificam proteínas que paralisam o checkpoint. Ribovírus – contém oncogenes adquiridos pelo vírus em infecções anteriores.
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