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Aluna: Valeria Maciel REDES DE MICORRIZAS: a) Explicação de Micorrizas Uma micorriza é tipicamente uma simbiose mutualística entre um fungo e uma raiz de planta, onde os nutrientes do solo forrageados por fungos são trocados por fotossintatos (os compostos orgânicos solúveis produzidos durante a fotossíntese) derivados da planta. Os fungos micorrícicos se classificam como ectomicorrizas (EM) quando o fungo penetra só entre as paredes celulares das células epidérmicas y endomicorrizas quando o fungo penetra o córtex da raiz, que incluem micorrizas arbusculares (AM). Colonizam más do 80% das raízes das plantas terrestres, proporcionando nutrientes do solo e formando uma rede de hifas clamada internet de das plantas b) Explicação das redes micorrizas e a sua importância A extensão do micélio fúngico no solo é vasta e os mutualismos entre as espécies fúngicas e as plantas hospedeiras são geralmente difusos, permitindo a formação de redes micorrízicas. Essas redes são compostas de micélios fúngicos contínuos que ligam duas ou mais plantas da mesma espécie ou de espécies diferentes. É importante porque é considerada ecologicamente e evolutivamente significativa por causa de seus efeitos positivos na aptidão das plantas e fungos membros. Nossa compreensão desse significado deriva de evidências de que as redes micorrizas influenciam na sobrevivência, o crescimento, a fisiologia, a saúde, a capacidade competitiva e o comportamento das plantas e fungos ligados na rede. Como a rede afeta as plantas e fungos membros é cada vez mais entendido como envolvendo a comunicação planta-fungo- planta e pode envolver sinalização bioquímica, transferências de recursos, ou sinais elétricos impulsionados pelo potencial de ação c) Relação das redes micorrizas com as plantas A relação das redes micorrizas com as plantas são comparadas como redes de conexão de internet, devida a estreita relação simbiótica estas servem como canais de comunicação entre as plantas Nas Ectomicorrizas, em cuja associação os fungos penetram o córtex da raiz intercelularmente, se forma uma rede, conhecida como "rede de Harting", e externamente formam um manto de hifas e rizomorfas, com profundas alterações morfoanatômicas na raiz. Ocorrem predominantemente em espécies arbóreas de clima temperado As plantas que estão conectadas por meio de uma rede micorrizica podem modificar rapidamente seu comportamento em resposta à colonização por fungos e à comunicação bioquímica entre plantas. As respostas comportamentais das plantas que foram medidas até agora incluem mudanças rápidas na colonização micorrízica, crescimento da raiz, taxa fotossintética, nutrição foliar, química de defesa foliar e resposta de defesa. Por exemplo, os hospedeiros vegetais responderam à colonização micorrízica via redes de micorrizas ajustando a produção de raízes finas (por exemplo, Pickles et al. 2010 ), provavelmente devido à produção de auxinas vegetais, e isso foi observado em ambos EMF https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4497361/#PLV050C52 micélios funcionam como uma rede de comunicação entre as plantas, até mesmo aquelas que estão distantes umas da outras por quilômetros, unidas somente pela micorriza presente embaixo da terra. A pesquisadora e sua equipe identificaram que árvores “mães”, de onde outras mudas se originaram, são capazes de enviar nutrientes, como carbono e nitrogênio, por intermédio dos micélios para favorecer o desenvolvimento das próximas gerações. E se alguma das árvores dessa mesma “família” sofre algum tipo de ameaça (por pragas, contato com alguma toxina, ou mudança climática extrema), são enviados sinais bioquímicos que funcionam como informações para as outras plantas de como se defender contra essa ameaça externa específica. d) Possíveis aplicações na Biotecnologia Com a biotecnologia, é possível desenvolver produtos agrícolas que contenham espécies desses fungos capazes de desenvolver a micorriza junto com o desenvolvimento da plantação, com os chamados inoculantes (ou bioinoculantes, pela presença de um fator biológico). Esses produtos são utilizados ainda nas sementes das plantas, atuando como um revestimento protetor que possui esporos dos fungos desejados, que, ao entrar em contato com o solo e se desenvolver na raiz da planta durante seu crescimento, é capaz de desenvolver seu micélio. Com sua aplicação, a rede de micélios irá aumentar o rendimento adquirido na agricultura ao auxiliar numa maior absorção de nutrientes, contribuindo grandemente com a sustentabilidade do processo ao diminuir a necessidade de serem adicionados ao solo fertilizantes, que nem sempre possuem origem biológica. A rede de comunicação biológica de fungos e plantas possui várias similaridades com a nossa rede tecnológica, assim como nos ensina que nenhum organismo se desenvolve, de fato, sozinho. E, ao fazer uso dessa ferramenta como um fator que agrega sustentabilidade ao processo agrícola, mostramos o potencial da biotecnologia como ciência para alcançar o desenvolvimento sustentável! FRANCO et al. (1992) desenvolveram uma tecnologia baseada na utilização de espécies de leguminosas arbóreas associadas à rizóbios e fungos micorrízicos arbusculares como forma de superar as deficiências de nitrogênio e fósforo em áreas degradadas. Pois os fungos aumentam a disponibilidade de nutrientes, dentre estes o fósforo, potencializam a absorção de água, garantindo maior resistência à seca nas plantas hospedeiras (AZEVEDO, 2010). Micorrizas arbusculares são um método de controle biológico de patógenos, cuja eficiência varia muito, em função das espécies envolvidas e de condições ambientais (DUMAS- GAUDOT et al., 1996). Na indústria, os fungos são utilizados na produção de antibióticos, alimentos e bebidas alcoólicas. As micorrizas são fungos com enormes possibilidades para a exploração comercial, visando aumentar a produção de madeira, fibras e alimentos e, ainda, reduzir os custos financeiros e o impacto dos sistemas modernos de produção sobre o meio ambiente (SOUZA et al., 2006). Tirado daqui MICORRIZAS E SUA IMPORTÂNCIA AGROECOLÓGICA: https://www.conhecer.org.br/enciclop/2015E/Micorrizas.pdf https://www.conhecer.org.br/enciclop/2015E/Micorrizas.pdf
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