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Processo Saúde-Doença

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Epidemiologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
 Saúde: pode ser definida pela ausência de algum 
sinal, sintoma ou diagnostico de uma determinada 
doença; 
❖ Sinal: é tudo aquilo que um profissional de 
saúde consegue identificar, como por 
exemplo a febre; 
❖ Sintomas: é tudo aquilo que um profissional 
de saúde não consegue quantificar, como por 
exemplo uma dor de cabeça, tontura. 
 Outras formas de se definir saúde: 
 Saúde é um completo estado de bem-estar 
físico, mental e social, e não meramente 
ausência de doença; 
 Saúde é o estado do indivíduo cujas funções 
orgânicas, físicas e mentais se acham em 
situação normal; 
 Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico 
entre o indivíduo e o seu meio ambiente. 
 Doença: é caracterizada por uma falta ou 
perturbação da saúde (bem-estar físico, mental e 
social); sendo ela qualificada pela presença de 
algum sinal, sintomas ou diagnostico de doença. 
 Doenças podem ser classificadas em: 
 Infecciosas: resulta de infecção, que é: 
penetração e desenvolvimento ou 
multiplicação de um ser vivo patogênico no 
organismo de uma pessoa ou animal; 
 Não infecciosas: não resultam de uma 
infecção. Estão incluídos também abuso de 
substâncias, acidentes e violência; 
 Agudas: de curto prazo; 
 Crônicas: de longo prazo; 
Etiologia Duração 
 Agudas Crônicas 
Infecciosas Tétano, gripe, 
sarampo etc. 
Tuberculose, 
doença de 
Chagas, 
hanseníase etc. 
Não infecciosas Acidentes, 
envenenamento 
por picada de 
cobra etc. 
Diabetes, 
hipertensão, 
cirrose devido 
ao álcool etc. 
 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
 Processo no qual o ser humano passa por múltiplas 
situações, que exigem do seu meio interno um 
trabalho de compensações e adaptações sucessivas. 
 Visão da doença a partir dos serviços: as 
observações se referem à demanda espontânea de 
pacientes que procuram um serviço de saúde. 
 Visão da doença a partir da comunidade: os dados 
para descrever a história natural da doença provêm 
da busca ativa de pacientes na comunidade, através 
dos inquéritos populacionais. 
FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
 Embora visualizados conceitualmente como 
contínuos, cortes são feitos no processo saúde-
doença, visando a formar categorias a serem 
tratadas como unidades isoladas. Seria também útil 
dividir a fase de saúde em categorias, com o intuito 
de melhor organizar o conhecimento sobre a 
ocorrência da doença. Na verdade, isto é feito 
implicitamente, tendo como referência os fatores 
de risco. 
 As doenças não necessariamente vão passar por 
todas essas fases, alguns pacientes podem chegar 
até a fase pré-clínica como também podem chegar 
na fase residual. 
 1º Fase inicial ou de susceptibilidade: é quando não 
há doença propriamente dita, mas já existem 
condições que favorecem o seu aparecimento, isso 
porque as pessoas não apresentam o mesmo risco 
de adoecer, atributos ou hábitos que facilitam ou 
dificultam a ocorrência de danos à saúde; sendo um 
fator de risco ou proteção. Dessa forma o individuo 
pode vir a não desenvolver a doença, como também 
a desenvolver. 
 Ex.: a eliminação do fator de risco ou 
alteração da sua intensidade — exemplo: 
cessar de fumar ou reduzir a taxa de 
colesterol sérico; 
 Ex.: o uso de determinadas características 
que funcionam como “marcadores de risco”. 
As pessoas portadoras destas 
características são protegidas, através de 
medidas em função do risco ou 
acompanhadas, sistematicamente, visando ao 
diagnóstico precoce de intercorrências 
patológicas — exemplos de marcadores de 
risco uma determinada ocupação ou a 
presença de um estado fisiológico especial, 
como a gestação ou a lactação. 
 
 2º Fase patológica pré-clínica: é quando não se 
alcançou o limiar clínico, ou seja, é quando não se 
tem sintomas, sinais, nada que se consiga 
identificar alguma alteração patológica, mas a 
doença existe, sendo em nível celular, tecidual, 
porém ela ainda não está expressa, ou seja, a 
doença existe, porém, não conseguimos identifica-
la. Dessa forma o individuo pode evoluir para cura 
 Epidemiologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
sem nunca atingir um limiar clínico 
(assintomático)ou progredir para fase seguinte. 
 Ex.: “Rastreamento”, “triagem” ou “screening” 
é a procura por indivíduos suspeitos de 
estarem enfermos ou em risco de adoecer, no 
seio da população aparentemente sadia. A 
realização de um rastreamento permite 
aplicar, depois, em menor número de indivíduos, 
ou seja, naqueles que apresentam resposta 
positiva ao teste inicial, outros exames 
diagnósticos de maior precisão ou 
complexidade, que não podem ser usados em 
toda a população, por dificuldades econômicas 
ou operacionais. Trata-se de uma estratégia 
que facilita a tarefa de proporcionar maior 
cobertura populacional de serviços de saúde, 
de modo a proteger maior número de pessoas, 
com menor esforço. 
 
 3º Fase clínica: nela ocorre a manifestação da 
doença que pode ser de forma leve, mediana ou 
grave e sua evolução sendo aguda ou crônica. 
 Ex.: Nesta fase, a atuação pode ser 
exclusivamente curativa, como é o caso da 
remoção cirúrgica de um cálculo de grande 
tamanho incrustado na pelve renal, ou 
preventiva de um risco em potencial, como a 
acidificação da urina por meio de fármacos 
para prevenir a formação de novos cálculos. 
 Ex.: é o do infarto agudo do miocárdio. Em uma 
unidade coronariana utilizam-se vários 
recursos terapêuticos com o intuito de limitar 
a área infartada. Concomitantemente, tomam-
se medidas para prevenir a ocorrência de novos 
infartos, por atuação nos fatores de risco: por 
exemplo, dieta, abstenção do fumo, controle da 
pressão arterial e da dislipidemia e uso de 
antiadessivo plaquetário, para evitar a 
trombose coronariana. 
 
 4º Fase de incapacidade residual: se a doença não 
progrediu até a morte ou não houve cura completa, 
as alterações anatômicas e funcionais se 
estabilizaram, sob efeito da terapêutica ou do seu 
próprio curso natural, deixando, por vezes, 
sequelas. 
 
UTILIDADE DA DIVISÃO DA HISTÓRIA 
NATURAL EM FASES 
 As fases em que foi dividido o processo saúde-
doença, enfatize-se, representam etapas artificiais 
de algo que é, no mais das vezes, contínuo. 
Entretanto, a representação esquemática em fases 
é útil para a compreensão do processo saúde-
doença, para colocar os indivíduos em diferentes 
categorias, em função dos riscos e danos à saúde 
que apresentem, bem como para localizar ações 
preventivas e curativas, em diversos momentos. É 
possível especificar algumas diferenças, conforme 
seja analisado em nível individual ou coletivo. 
 Em nível individual: quanto mais a pessoa 
estiver à esquerda, no esquema da história 
natural da doença, mais fácil será diagnosticá-
la corretamente como sadia. Inversamente, 
quanto mais ela estiver à direita, neste mesmo 
esquema, com uma plenitude de sinais e 
sintomas, mais fácil será diagnosticá-la 
corretamente como doente ou como portadora 
de uma sequela. Na porção intermediária da 
mesma figura, isto é, na zona de transição 
representada pela fase pré-clínica, ou próximo 
a ela, o reconhecimento do verdadeiro estado 
do indivíduo é mais difícil e sujeito a maior 
probabilidade de erros. 
 Em nível coletivo: quando se procura conhecer 
o estado de saúde da população, as pessoas 
podem ser avaliadas individualmente e 
colocadas em duas categorias: sadias ou 
doentes (ou nas outras fases da classificação 
apresentada). Isto feito, a contagem das 
pessoas em cada categoria permite o preparo 
de estatísticas que fornecem o diagnóstico da 
situação de saúde da população. Outras vezes, 
o processo de diagnóstico coletivo é menos 
elaborado, baseando-se em informações já 
existentes: frequentemente, o que se tem 
disponível resume-se a estatísticas de 
internação em hospitais, de notificações de 
doenças ou de óbitosadvindos do sistema de 
estatísticas vitais. Tais informações refletem 
apenas, parcialmente, o quadro da morbidade e 
não um retrato fiel das doenças que incidem na 
população, de modo que a interpretação deve 
ser cuidadosa, baseada no conhecimento 
detalhado de como foram produzidas. 
 Epidemiologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
 
PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS 
 O curso da doença não é uniforme no organismo, 
podendo apresentar enormes variações de um caso 
para outro. Apesar desta variabilidade, as doenças 
progridem segundo alguns padrões que podem ser 
colocados em cinco categorias principais. 
a) Evolução aguda, rapidamente fatal: como na 
raiva, na exposição a altas doses de radiação, 
ebola. 
b) Evolução aguda, clinicamente evidente: rápida 
recuperação na maioria dos casos, como por 
exemplo muitas doenças infecciosas, como as 
viroses respiratórias, enquadram-se neste 
grupo. 
c) Evolução sem alcançar limiar clínico: não alcança 
o linear clinico, sendo uma infecção subclínicas, 
como por exemplo a hepatite A, hepatite C, 
alguns tipos de herpes, toxoplasmose etc. 
d) Evolução crônica progressiva: que se 
exterioriza e progride para o êxito letal após 
longo período, ou seja, sendo fruto de um 
processo com uma progressão lenta e letal, 
como por exemplo doenças cardiovasculares, 
diabetes, Alzheimer, neuromusculares etc. 
e) Evolução crônico, com períodos assintomáticos 
com algumas exacerbações clínicas: como por 
exemplo o caso de muitas afecções 
psiquiátricas, dermatológicas e alergias. 
 
FATORES ETIOLÓGICOS 
 Não existe um modelo ideal de representação deste 
processo, mas sim um que melhor se ajuste ao 
cenário individual ou coletivo, sendo uma forma de 
estudar como as doenças ocorrem, os principais 
modelos são: 
 Cadeias de eventos; 
 Rede de causas; 
 Múltiplas causas- múltiplos efeitos; 
 Modelo ecológicos; 
 Etiologia social das doenças; 
 Abordagem sistêmica social; 
CADEIA DE EVENTOS 
 Trata-se de um modelo simples que apresenta a 
doença como uma relação estreita entre o agente 
causador e o indivíduo susceptível. O agente pode 
ser de natureza biológica, genética, química, física, 
psíquica ou psicossocial. Nesse modelo, o vetor pode 
ser necessário para fechar o ciclo de transmissão 
entre o agente e o susceptível; 
 Muito utilizado para descrever as doenças 
infectocontagiosas; 
 Tipos de agentes: As características dos agentes 
estão relacionadas a sua capacidade de causar 
doença; 
 Utilidade: Compreender as relações entre os 
agentes e o hospedeiro; confere alvos de 
prevenção; 
 
 
 Limitação: Não cogita outros fatores importantes 
que determinam o grau de exposição, as 
características intrínsecas dos indivíduos, o acesso 
e a qualidade dos serviços de saúde; 
 
REDE DE CAUSAS 
 são muito utilizados para representar a 
multicausalidade de problemas de saúde; 
 Um exemplo clássico desse modelo é o da doença 
coronariana, que apresenta inúmeros fatores de 
risco: altos níveis de colesterol, hipertensão 
arterial, obesidade, idade, gênero, genética, entre 
outros; 
 Epidemiologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
 
 Natureza multicausal dos agravos: 
 A complexa rede de causas dificulta a 
prevenção da doença; 
 A eliminação de um ou mais fatores tende a 
reduzir o risco do adoecimento; 
 Se outros fatores continuam a atuar com a 
mesma intensidade, 
 novos casos continuam a incidir na população 
 “Competição de riscos; 
 
MÚLTIPLAS CAUSAS- MÚLTIPLOS EFEITOS 
 Este modelo de representação da doença está 
bastante atual tendo em vista a ocorrência de 
múltiplas doenças que compartilham dos mesmos 
fatores de risco. Portanto, poderíamos utilizar 
como base e acrescentar ao desfecho o infarto 
agudo do miocárdio ou o acidente vascular cerebral; 
 Este é um modelo muito útil para representar 
doenças crônico-degenerativas, em que o indivíduo 
está susceptível a vários agentes ao longo da vida, 
que acabam provocando diversos efeitos (agravos à 
saúde); 
 Complementar a de rede de causas; 
 Algumas causas podem causar mais de um efeito 
(doença); 
 
MODELO ECOLÓGICOS 
 Passou a considerar o ambiente como parte 
determinante do processo saúde-doença; 
 O “desequilíbrio” desses “sistemas” leva ao 
surgimento e/ou aumento de casos de doenças; 
 Limitação: igualdade de importância entre os 
elementos; algumas doenças não são explicadas 
pelos agentes; 
 Segundo Pereira (2013), os dois principais modelos 
ecológicos são: a tríade ecológica (agente, 
hospedeiro e meio ambiente) e a dupla ecológica 
(hospedeiro e meio ambiente). As grandes 
diferenças da dupla para a tríade ecológica são: a 
ausência explícita do “agente” e a ampliação do 
conceito de ambiente e hospedeiro; 
 Tríade ecológica: trata-se de um modelo 
bastante conhecido e também muito utilizado 
para representar as doenças infecciosas; 
 
 Dupla ecológica: podem ser considerados 
inúmeros fatores do hospedeiro (estilo de vida, 
herança genética, anatomia, fisiologia, etc.) e 
do ambiente (saneamento, presença de 
vetores, disponibilidade de serviços de saúde, 
moradia, etc) como causadores da doença, 
dentro de um processo interativo, no qual tais 
fatores exercem influência entre si

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