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Resumo Semiologia do Abdome

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@yaasmin.luiza 
 
 
 
 
 O abdome é a maior cavidade do corpo 
humano e compreende a região do tronco 
que fica entre o tórax e a pelve. A divisão 
entre o tórax e o abdome é demarcada pelo 
diafragma, enquanto a abertura superior da 
pelve demarca os limites entre as cavidades 
abdominal e pélvica. Assim, o abdome 
comporta órgãos do sistema digestório e 
algumas estruturas do sistema urinário. 
 
 
 
 A cavidade abdominal comporta estômago, 
fígado, vesícula biliar, pâncreas e ductos 
biliares, baço, intestinos delgado e grosso, 
rins, glândulas suprarrenais e os vasos 
abdominais, que são ramificações da aorta 
abdominal. 
 
 A bexiga urinária, útero, tuba uterina e 
ovários (em mulheres) são considerados 
órgãos abdominais e pélvicos. 
 
 
 
 As paredes abdominais são formadas por 
diversas camadas, que além de se contrair, é 
capaz de se distender a fim de acomodar as 
expansões causadas pela ingestão alimentar, 
gravidez, deposição de gordura e outras 
doenças. Os órgãos internos são revestidos 
pelo peritônio, uma membrana serosa que se 
dobra sobre as vísceras abdominais como 
uma bolsa, formando a cavidade peritoneal, 
cujas dobras dão passagem aos vasos 
sanguíneos, linfáticos e nervos. 
 
 A parede abdominal tem três pares de 
músculos planos e dois pares de músculos 
verticais, são eles respectivamente: m. oblíquo 
externo do abdome, m. oblíquo interno do 
abdome, m. transverso do abdome (planos), 
m. reto do abdome e m. piramidal (verticais), 
esses dois últimos são contidos na bainha do 
músculo reto do abdome. 
 
º
 
 @yaasmin.luiza 
 Devido ao sua grande atividade, a cavidade 
abdominal requer boa vascularização. Com 
isso, o abdome é suprido pela aorta 
abdominal e suas ramificações, que são: 
artérias suprarrenais, renais, mesentéricas e 
ilíacas, que por sua vez irão se ramificar para 
suprir a pelve e membros inferiores, e o 
tronco celíaco, que dá origem às artérias 
hepática comum, esplênica e gástrica 
esquerda. Assim, o tronco celíaco irriga 
fígado, estruturas biliares, estômago e parte 
do pâncreas, a artéria mesentérica superior 
irriga os intestinos delgado e grosso, até a 
porção proximal do colo transverso, a 
mesentérica inferior irriga o restante do 
intestino grosso e porção proximal do reto. 
 
 As vísceras abdominais são responsáveis 
principalmente pela digestão dos alimentos, 
absorção dos nutrientes ingeridos e 
eliminação dos resíduos. Assim, o alimento, 
que entra pela boca, chega pelo esôfago ao 
estômago, onde é triturado e misturado ao 
suco gástrico, graças aos movimentos 
peristálticos, a fim de reduzir o conteúdo 
alimentar às suas moléculas absorvíveis. Daí, 
o bolo alimentar é encaminhado para o 
intestino delgado. 
 
 O intestino delgado é o principal local de 
absorção dos nutrientes ingeridos na 
alimentação, e fica situado entre o estômago e 
o intestino grosso. É no intestino grosso que 
ocorre a absorção da maior parte de água que 
está misturado ao bolo alimentar, que nessa 
porção do tubo gastrointestinal se torna bolo 
fecal. Do intestino grosso, o bolo fecal é 
transportado para o reto e expelido pelo canal 
anal. Os intestinos são supridos pelas artérias 
mesentéricas inferior e superior e suas 
ramificações, enquanto o estômago é suprido 
principalmente pelas artérias gástricas 
esquerda e direita, e drenado pelas veias 
gástricas direita e esquerda, que drenam para 
a veia porta. Além do tubo gastrointestinal, a 
digestão depende de glândulas anexas para 
acontecer, sendo elas o fígado e o pâncreas, 
que produzem secreções e hormônios que 
auxiliam nesse processo. 
 
 O fígado é um órgão macio e altamente 
vascularizado, visto que recebe uma grande 
quantidade de sangue imediatamente antes de 
entrar no coração. A maior parte da irrigação 
do fígado vem da veia porta hepática e uma 
porcentagem menor da artéria hepática, 
enquanto a drenagem é feita pela veia cava 
inferior (VCI) e pelas veias hepáticas, que não 
possuem válvulas. É um importante órgão no 
metabolismo de drogas, síntese de proteínas 
sanguíneas, armazenamento de nutrientes e 
secreção da bile, que é armazenada e expelida 
pela vesícula biliar. O pâncreas, por sua vez, é 
responsável por sintetizar principalmente a 
insulina e o glucagon, que regulam a 
glicemia, mas também produz o suco gástrico 
que participa da digestão de lipídios e 
proteínas. 
 
 Além dos órgãos digestórios, o abdome 
engloba o baço e a bexiga urinária. O baço é 
o maior órgão linfático do corpo, 
participando do sistema de defesa do corpo, e 
também contém uma grande quantidade de 
sangue, que é expelida para a circulação pela 
ação do músculo liso de sua cápsula. Com 
isso, os vasos esplênicos são mais calibrosos, 
sendo que a irrigação deste órgão é feita 
principalmente pela artéria esplênica, ramo 
do tronco celíaco. 
 
 @yaasmin.luiza 
 Exame físico: informações limitadas para 
órgãos praticamente inacessíveis como 
esôfago, estômago. Anamnese e exame físico 
geral: informações mais decisivas para 
qualquer órgão do sistema digestivo, até 
mesmo o esôfago. Anamnese segmentar: o 
sistema digestivo, que se inicia na boca e 
termina no ânus, deve ser avaliado por 
segmentos, de modo que cada órgão seja 
individualizado. O estudo segmentar será 
feito na seguinte abordagem: cavidade oral, 
esôfago, estomago, duodeno, jejuno e íleo, 
colos, reto e ânus; fígado e vias biliares, baço e 
pâncreas. 
 
Hipocôndrio Direito: fígado, vesícula biliar, rim 
direito, flexura hepática docólon. 
 
Epigástrio: fígado (lobo esquerdo), piloro, 
duodeno, cólon transverso e cabeça e corpo do 
pâncreas. 
 
Hipocôndrio Esquerdo: baço, estômago, flexura 
esplênica do cólon, pâncreas (cauda), rim 
esquerdo. 
 
Flanco Direito: cólon ascendente, jejuno e rim 
direito. 
 
Mesogástrio ou umbilical: duodeno, jejuno, íleo, 
aorta abdominal, mesentério, linfonodos. 
 
Flanco Esquerdo: cólon descendente, jejuno, íleo. 
 
Fossa Ilíaca Direita: ceco, apêndice, ovário e tuba 
uterina direita. 
 
Hipogástrio: bexiga, útero, ureter. 
 
Fossa Ilíaca Esquerda: cólon sigmoide, ovário e 
tuba esquerda. 
 
 
 
Quadrante superior direito: lobo direto do fígado, 
vesicular biliar, piloro do estômago, duodeno (1a 
– 3a parte), cabeça do pâncreas, glândula 
suprarrenal direita, rim direito, flexura hepática 
direita do colo, parte superior do colo ascendente, 
metade direita do colo transverso. 
 
Quadrante superior esquerdo: lobo esquerdo do 
fígado, baço, estômago, jejuno e íleo proximal, 
corpo e cauda do pâncreas, rim esquerdo, 
glândula suprarrenal, flexura cólica (esplênica) 
esquerda, metade esquerda do colo transverso, 
parte superior do colo descendente. 
 
Quadrante inferior direito: ceco, apêndice 
vermiforme, maior parte do íleo, parte inferior do 
colo ascendente, ovário direito, tuba uterina 
direita, ureter direito (parte abdominal) funículo 
espermático direito (parte abdominal), útero (se 
aumentado) e bexiga (se muito cheia). 
 
 
 @yaasmin.luiza 
Quadrante inferior esquerdo: colo sigmoide, 
parte inferior do colo descendente, ovário 
esquerdo, tuba uterina, ureter esquerdo (parte 
abdominal) funículo espermático esquerdo (parte 
abdominal), útero (se aumentado) e bexiga (se 
muito cheia). 
 
ANAMNESE E INTERROGATÓRIO 
SISTEMÁTICO 
 
 Na anamnese, quando a queixa principal é 
relativa ao abdome, é importante que se 
descreva todos os sintomas, especificando: 
 
1. O local de incômodo e irradiação da dor, 
utilizando como referência as 9 regiões e os 
4 quadrantes abdominais. 
 
2. Início, frequência, duração e horário 
preferencial dos sintomas. (Ex: Refere dor 
abdominal 2 vezes ao dia, por cerca de 5 
minutos, há uma semana, sem horário 
preferencial). 
 
3. Intensidade dos sintomas, que deve ser 
graduada em cruzes. (Ex: +++/4+, ou seja, 3 
cruzes em 4). 
 
4. Tipo de dor: em pontada, em aperto, latejante 
– é aconselhável colocar entre parênteses as 
palavras que o paciente utilizar para 
descrever a dor. 
 
5.Quantidade de vezes de ocorrência do 
evento. (Ex: Refere ter vomitado 3 vezes nas 
últimas 24h). 
 
6. Fatores desencadeantes: são as causas da dor 
atribuídas pelo paciente. (Ex: refere dor 
quando se senta). 
 
7. Fatores de melhora e piora: farmacológicos e 
não farmacológicos. (Ex: chás). 
 O interrogatório sistemático do abdome inclui 
perguntas sobre os aparelhos gastrointestinais 
e gênito-urinário, e ajuda a identificar sinais 
e sintomas menos graves que o paciente não 
refere espontaneamente. É importante que se 
comece descrevendo os sinais positivos, 
caracterizando da forma mais completa 
possível as queixas do paciente, e em seguida 
descrever os sinais negativos. Além disso, 
recomenda-se evitar a repetição de palavras, 
utilizando “nega” para relatar todos os dados 
negativos (Ex: Nega tosse, dispneia e escarro.) 
 
 Sobre o aparelho gastrointestinal é 
importante que o médico questione se o 
paciente apresenta: apetite ou inapetência, 
intolerância alimentar, disfagia, dispepsia, 
regurgitação, ânsia de vômito, vômito, vômito 
em jato (não associado à náuseas), pirose, 
constipação/obstipação, plenitude gástrica, 
hematêmese, diarreia, esteatorreia, melena, 
tenesmo, hematoquezia, hemorroidas ou 
enterorragia. 
 
 Nesse ponto também é fundamental relatar o 
ritmo intestinal do paciente, perguntando 
sobre número de evacuações e características 
das fezes (consistência, quantidade e odor), 
avaliando alterações no hábito intestinal. 
Sobre o aparelho gênito-urinário deve-se 
questionar se há disúria, poliúria, polaciúria, 
nictúria, oligúria, anúria, enurese, urgência 
ou incontinência urinária, hematúria e 
alterações de coloração e/ou odor da urina. 
Em pacientes homens, é importante perguntar 
se houve redução do calibre ou força do jato 
urinário, hesitação e gotejamento pós-
miccional. 
 
 
 @yaasmin.luiza 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL E 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 
 
Disfagia: dificuldade na deglutição, mais 
relacionada com doenças do esôfago. 
 
Odinofagia: dor no ato da deglutição. 
 
Soluço: contrações espasmódicas do diafragma, 
concomitantes com o fechamento da glote, 
acompanhadas de um ruído rouco. Pode ser 
isolado ou em crises. 
 
Hematêmese: vomito de sangue que, 
diferentemente da epistaxe e da hemoptise, é 
derivado das vias digestivas. 
 
Dor: pesquisar localização e demais 
características semiológicas. 
 
Dispepsia: conjunto de sintomas constituído de 
desconforto epigástrico, empanzinamento, 
sensação de distensão por gases, náuseas, 
intolerância a certos alimentos. 
 
Pirose (azia): sensação de queimação 
retroesternal. 
 
Náuseas: sensação de mal estar que precede o 
vômito, ou vontade de vomitar. Pesquisar o 
horário em que aparece e relações com a ingestão 
de alimentos. 
 
Vômitos: ato de expelir conteúdo digestivo pela 
boca. 
 
Diarreia: aumento no teor líquido das fezes, 
frequentemente associado ao aumento no 
número das evacuações e do volume fecal das 24 
h. 
 
Esteatorreia: aumento da quantidade de gorduras 
nas fezes. 
 
Disenteria: tipo de diarreia. 
Distensão abdominal: sensação de gases no 
abdome. 
 
Flatulência: eliminação de gases pelo ânus. 
 
Eructações: eliminação de gases pela boca. 
 
Melena: presença de sangue nas fezes perceptível 
através da eliminação de fezes negras, 
semelhante a borra de café, resultantes da 
decomposição bacteriana sofrida pela 
hemoglobina na luz intestinal. 
 
Hematoquezia: eliminação de sangue vivo pelo 
ânus, indicando, comumente, sangramentos 
maciços normalmente superiores a 1000 ml, 
acompanhados de transito intestinal rápido. 
 
Enterorragia: eliminação de sangue por meio do 
ânus, também decorrente do sistema digestivo. 
 
Obstipação: alteração no transito digestivo em 
que o paciente apresenta uma dificuldade para 
evacuar. 
 
Tenesmo: sensação falsa de querer evacuar ou 
manutenção do desejo de evacuar, mesmo depois 
de defecar. 
 
Sangramento anal: sangue oriundo da própria 
região anal, e não de estruturas profundas. 
 
Prurido: coceira que se apresenta como sintoma 
inespecífico, mas que se manifesta, 
principalmente, em doenças de obstrução das 
vias biliares. 
 
Icterícia: coloração amarelada da pele secundária 
a um aumento de bilirrubina no sangue. 
 
Perda ponderal: sinal inespecífico muito 
importante para o exame físico do aparelho 
digestivo, uma vez que a função deste aparelho é 
promover a nutrição do indivíduo. 
 
 @yaasmin.luiza 
Anemia: perda de sangue que pode ser causada 
por uma má absorção de alimentos. 
 
Febre: relacionada não só a processos infecciosos, 
mas que pode estar presente em afecções 
neoplásicas do sistema digestivo, bem como nas 
hemorragias digestivas. 
 
Desorientação: sinal inespecífico que pode 
ocorrer por afecções no aparelho digestivo (como 
por exemplo, nas doenças hepáticas crônicas 
descompensadas). 
 
Crescimento abdominal: pode se dar por ascite, 
distensão abdominal ou aumento de qualquer 
órgão do abdome. 
 
INSPEÇÃO 
 
 Por meio da inspeção, que deve ser feita com 
o paciente em decúbito dorsal com as pernas 
estendidas, são observadas as alterações de 
superfície cutânea, forma e volume do 
abdome. É importante pontuar que todo o 
exame físico é feito à direita do paciente, e o 
mesmo deve estar em decúbito dorsal e com 
os braços ao lado corpo. 
 
 A inspeção do abdome deve se iniciar 
observando a pele da região, à procura de 
manchas, lesões e cicatrizes, especialmente 
cicatrizes cirúrgicas – a cicatriz umbilical 
também deve ser descrita, indicando se é 
centralizada ou descentralizada e protrusa ou 
intrusa. Com isso, deve-se observar a 
conformação do abdome, identificando se ele 
é plano, escavado ou globoso. Abdome 
escavado normalmente é sinal de desnutrição, 
enquanto o abdome pode ser globoso às 
custas de panículo adiposo, ascite, gases, 
tumores, etc, sendo importante sinalizar 
quando é globoso às custas de panículo 
adiposo e ascite. E além da conformação, é 
importante sinalizar se o abdome é simétrico 
ou não e se apresenta deformidades, 
utilizando as regiões e quadrantes para 
descrever a localização das anormalidades. 
Na inspeção também deve se observar a 
presença de circulação colateral, peristalse e 
pulsações visíveis. A circulação colateral pode 
ser do tipo porta ou do tipo veia cava inferior, 
e indicam hipertensão portal. 
 
 Hipertensão portal é uma condição em que o 
sistema porta apresenta aumento da 
resistência ao fluxo de sangue, o que pode ser 
causado por doenças dentro do fígado, 
obstrução da veia esplênica ou portal e fluxo 
venoso hepático insuficiente. A principal 
causa de hipertensão portal é a cirrose 
alcoólica, que é caracterizada por 
hepatomegalia e superfície com aspecto 
nodular. A cirrose é provocada pela 
destruição progressiva dos hepatócitos, que 
são substituídos por gordura e tecido fibroso, 
e por isso o aumento da resistência ao fluxo 
sanguíneo, visto que o tecido fibroso 
circundando os vasos hepáticos torna o fígado 
mais firme, impedindo a circulação. Sinais de 
Hipertensão Portal: • Ascite • Edema de 
membros inferiores • Hematêmese • Varizes 
esofágicas • Hemorroidas 
 
 Na inspeção, também é preciso avaliar a 
presença de hérnias, e para isso se realiza a 
manobra de Valsalva, que nada mais é do que 
solicitar ao paciente que sopre o punho 
fechado. Com isso, aumenta-se a pressão 
intra-abdominal, forçando o aparecimento 
das hérnias que podem estar presentes. 
Hérnia é definida como uma protrusão 
parcial ou total de um ou mais órgãos por um 
 
 @yaasmin.luiza 
orifício que se abriu, o que pode ocorrer por 
enfraquecimento da parede abdominal ou por 
má formação e a depender de sua localização, 
recebe diferentes nomenclaturas. 
 
 
 Os principais pontos semiológicos a serem 
abordados na inspeção são: 
 
Forma do abdome: é necessário avaliar o caráter 
do abdome como um todo, avaliando, também, a 
sua simetria. Um abdome assimétrico é 
encontrado nas hepatoesplenomegalias, 
neoplasias, hérnias da parede,megacólon e 
síndromes obstrutivas. 
 
Normal (atípico): geralmente é plano ou 
levemente abaulado e simétrico. 
 
Globoso: pode ser fisiológico, como na 
obesidade; ou patológico, como na ascite, 
pneumoperitônio, obstrução intestinal, 
grandes tumores ou hepatoesplenomegalia, 
 
Ventre de batráquio: caracteriza a ascite, em 
que, em decúbito dorsal, o líquido tende a 
escorrer pelos flancos; 
 
Pendular: caracteriza a gravidez; 
 
Em avental: caracteriza a obesidade, 
 
Escavado: como em doença consuptiva ou 
emagrecimento. 
 
Presença de abaulamentos: podem indicar a 
presença de massas abdominais no abdome 
superior (pâncreas, fígado, estômago ou cólon 
transverso) ou no abdome inferior (bexigomas, 
gravidez, massas ovarianas ou de cólon). O 
abdome na gravidez é descrito como 
abaulamento piriforme. 
 
 Para diferenciar se uma massa ou tumor está 
localizado (a) na parede abdominal ou na 
cavidade abdominal, solicita ao paciente para 
realizar contrações musculares. Se a massa 
ficar melhor distinguida, significa que está na 
parede. Caso contrário, está localizada na 
cavidade abdominal, em algum órgão interno. 
 
Presença de depressões (retrações): 
 
Retração generalizada: abdome escafoide ou 
escavado (má-nutrição, marasmo, caquexia, 
peritonite difusa- rigidez muscular). 
 
Retração localizada: bridas pós-cirúrgica. 
 
Movimentos respiratórios: é importante avaliar a 
movimentação da parede abdominal com a 
respiração. Nos processos inflamatórios agudos 
intraperitoneais (peritonite aguda), pode haver 
contratura muscular, cessando os movimentos 
respiratórios abdominais. O normal seria: 
 
Homens e crianças: respiração abdominal ou 
tóraco-abdominal. 
 
Mulheres: respiração torácica. 
 
Peritonite aguda: movimentos respiratórios 
são limitados ou desaparecem. 
 
Circulação colateral: em indivíduos normais, as 
veias abdominais geralmente não são visíveis. 
Quando há obstrução do sistema venoso porta ou 
 
 @yaasmin.luiza 
veia cava, os vasos superficiais podem se mostrar 
distendidos. 
 
Obstrução na circulação porta (circulação 
colateral tipo porta): desenvolvimento da 
cabeça de medusa (caput medusae), que se 
irradiam a partir do umbigo. 
 
Obstrução da veia cava inferior (circulação 
colateral tipo cava inferior): veias evidentes 
de fluxo ascendente (caudal-cranial) que 
surgem devido a uma trombose da veia cava 
inferior. 
 
Obstrução da veia cava superior (circulação 
colateral tipo cava superior): veias dilatadas e 
evidentes de fluxo descendente 
(craniocaudal) na superfície da parede 
torácica. 
 
 Determinação da direção do fluxo: localize 
um segmento da veia e a comprime com os 
dois indicadores, esvaziando-as. Depois, solte 
um dos dedos para observar se houve 
enchimento vascular, o que determinará o 
sentido do fluxo. Repita a técnica soltando, 
desta vez, o outro dedo para testar a 
veracidade. 
 
Ondas peristálticas: os movimentos peristálticos 
do intestino delgado, que normalmente não são 
observados à inspeção, podem tornar-se visíveis 
em pacientes caquéticos, com adelgaçamento da 
parede abdominal, ou em condições patológicas, 
como nas síndromes obstrutivas. É possível 
observar as contrações peristálticas gástricas na 
síndrome de estenose pilórica, e o peristaltismo 
exacerbado do intestino delgado, quando existe 
um obstáculo ao livre transito em sua luz. 
 
 Indivíduos normais: não visível. 
 
Obstrução pilórica: no epigástrio, do rebordo 
costal esquerdo para o direito. 
 
Obstrução intestinal: peristalse irregular ao 
redor do umbigo. 
 
Lesões cutâneas: 
 
Erupções cutâneas: quando acompanhadas de 
diarreia, sugere febre tifoide – roséolas 
 
Coloração: Condições normais: pigmentação 
abdominal mais clara que o restante do 
corpo; 
 
 Hipofunção adrenocortical crônica; 
 
Doença de Addison: hiperpigmentação na linha 
do cinturão; 
 
Sinal de Cullen: pigmentação azulada ao redor do 
umbigo; denota hemoperitônio; 
 
Sinal de Turner: pigmentação azulada nos 
flancos; denota hemoperitônio (pancreatite 
hemorrágica); 
 
Estrias: podem acontecer em condições 
fisiológicas (gravidez, adolescência, etc.) ou em 
condições patológicas (denotando Síndrome de 
Cushing). 
 
Cicatriz cirúrgica: perguntar sobre as cirurgias as 
quais o paciente foi submetido. Avaliar as 
características da cicatriz. 
 
Distribuição dos pelos pubianos: a quantidade 
pode ser modificada por doença hepática crônica 
e anormalidades endócrinas. 
 
 @yaasmin.luiza 
Mulheres: púbicos (distribuição triangular), 
com base voltada para a sínfise púbica. 
 
Homens: formato de diamante, com pelos 
continuando no abdome. 
 
Presença de hérnias: é comum nos pacientes com 
ascite ou depois de operações abdominais. Podem 
ser confirmadas por meio da manobra de 
Valsalva. 
 
Diástase dos Mm. retos abdominais: separação 
visível das fibras do músculo reto abdominal que 
é confirmada na palpação superficial. 
 
Cicatriz umbilical: normalmente é plana ou 
pouco deprimida (normotrusa), localizada na 
linha mediana no abdome. Contudo, pode 
apresentar-se retrusa ou protrusa. Um 
abaulamento da cicatriz pode sugerir um 
aumento da pressão intra-abdominal, aumento 
de órgão abdominal, etc. 
 
Pulsações epigástricas: podem ser fisiológicas 
quando visíveis em pessoas magras, mas podem 
apresentar-se na hipertrofia ventricular direita 
ou em casos de aneurisma da aorta abdominal. 
 
PALPAÇÃO 
 
 Antes de iniciar as manobras de palpação, é 
importante perguntar ao paciente se ele sente 
alguma dor abdominal, se está com a bexiga 
cheia e se defecou no dia do exame (assim 
como na percussão). Essa parte do exame é 
realizada em dois momentos: palpação 
superficial e palpação profunda. Na palpação 
superficial, deve-se palpar todos os 
quadrantes, com apenas uma mão, sem 
excluir as regiões laterais, buscando áreas 
sensíveis e/ou alteração de consistência 
durante a palpação. Na palpação profunda 
são palpados as mesmas regiões, também 
buscando áreas sensíveis e alterações de 
consistência, mas nessa manobra devem se 
usar as duas mãos, uma apoiada sob a outra, 
pesquisando a presença de massas. 
 
 É importante saber que algumas estruturas 
podem ser palpadas mas que não indicam 
anormalidades patológicas, como a aorta, a 
borda do fígado, alguns linfonodos, bexiga 
distendida, polo inferior do rim direito, 
músculo reto abdominal e seus tendões, cólon 
e fezes. 
 
 A palpação do fígado pode ser feita utilizando 
duas técnicas. Na técnica habitual, deve-se 
posicionar a mão por debaixo do paciente, 
paralela às 11ª e 12ª costelas, apoiando-as. 
Com isso, faz-se a compressão da mão 
esquerda para frente, palpando o fígado com 
a outra mão. Deve-se posicionar a mão 
direita à direita do abdome do paciente, 
lateralmente ao músculo reto, com as pontas 
dos dedos bem abaixo da borda inferior 
hepática. Nessa parte, deve-se fazer uma 
compressão suave para dentro e para fora, 
solicitar ao paciente que respire fundo, e na 
expiração deve sentir a borda do fígado, 
quando ela descer ao encontro dos dedos do 
médico. Nesse momento, deve-se diminuir a 
pressão na mão que está palpando e deslizar a 
ponta dos dedos para palpar a superfície 
anterior do fígado. É importante observar a 
presença de alguma hipersensibilidade ao 
toque e tentar delimitar as bordas medial e 
lateral do fígado. 
 
 A outra técnica para palpar o fígado é a mão 
em garra, que é muito útil em pacientes 
 
 @yaasmin.luiza 
obesos. Nessa manobra, deve-se posicionar as 
duas mãos, lado a lado, do lado direito do 
abdome, logo abaixo da borda do fígado. Em 
seguida, faz-se uma pressão com os dedos, 
para dentro e para cima, em direção ao 
rebordo costal, e nesse momento solicita-se ao 
paciente que respire fundo. Quando palpado, 
a borda do fígado saudável é mole, nítida e 
regular, e a superfície é lisa. 
 
 Quando o baço está aumentado, ele começa a 
ser palpado abaixo do rebordo costal. O baço 
fica acoplado no diafragma, na altura da 9ª, 
10ª e 11ª costelas, ocupando grandeparte da 
região posterior à linha axilar média 
esquerda. Porém, em alguns adultos é possível 
palpar a ponta do baço normal abaixo do 
rebordo costal esquerdo. A técnica para 
palpar o baço é semelhante à técnica habitual 
de palpação do fígado: o médico deve segurar 
o paciente com a mão esquerda, apoiando e 
comprimindo para frente a região inferior da 
caixa torácica e dos tecidos moles adjacentes; 
com a mão direita, por baixo do rebordo 
costal esquerdo, faz-se pressão para dentro, 
na direção do baço. Então, inicia-se a 
palpação em um nível baixo suficiente que 
seja capaz de detectar um possível aumento, e 
nesse momento deve se solicitar ao paciente 
que inspire profundamente; quando o baço 
descer de encontro aos dedos do examinador, 
este deve palpar a margem ou ponta do baço, 
pesquisar sensibilidade ao toque e avaliar o 
contorno esplênico e a distância entre o ponto 
mais baixo do baço e o rebordo costal 
esquerdo. Após isso, deve-se repetir a mesma 
manobra com o paciente em decúbito lateral 
direito (ou seja, de frente para o examinador), 
pois nessa posição, a gravidade desloca o baço 
para um local mais acessível para palpação. 
Essa posição também é chamada de posição 
de Schust. 
 
 Os rins normalmente não são palpados, mas é 
importante que se domine esta técnica 
também. Para palpar o rim direito, o médico 
deve posicionar a mão esquerda atrás do 
paciente, logo abaixo e paralela à 12ª costela, 
com as pontas dos dedos no ângulo 
costovertebral. Com isso, deve-se elevar a 
mão tentando deslocar o rim para a frente, e 
colocar a mão direita para devagar no 
quadrante superior direito, lateral e 
paralelamente ao músculo reto. Nesse 
momento, é solicitado ao paciente que respire 
fundo, e no pico da inspiração, comprime-se 
a mão direita profundamente ao quadrante 
superior direito, abaixo do rebordo costal, 
tentando capturar o rim entre as mãos. Nesse 
momento, o paciente deve expirar e ficar em 
apneia em curto período, com isso, o médico 
deve liberar lentamente a compressão 
exercida pela mão direita simultaneamente, 
tentando sentir o deslizamento do rim e seu 
retorno à posição que estava durante da 
expiração. Caso seja possível palpar o rim, é 
importante que se descreva seu tamanho, 
contorno e presença de sensibilidade ao 
toque. 
 
 Existem ainda algumas técnicas de 
palpação/percussão que auxiliam na pesquisa 
de ascite. As principais são as técnicas de 
macicez móvel, semi-círculo de skoda e 
pesquisa do sinal de piparote. 
 
 Ascite consiste no acúmulo anormal de 
líquido na cavidade abdominal, que além de 
causar aumento do volume abdominal, pode 
gerar aumento de peso, desconforto 
 
 @yaasmin.luiza 
abdominal e dispneia. Normalmente, a ascite 
está associada à doenças hepáticas graves 
associadas à hipertensão portal e déficit na 
síntese de albumina, que causam 
desequilíbrio entre as pressões osmótica e 
coloidosmótica, forçando o extravasamento 
de líquido para o terceiro espaço (vasos 
linfáticos) 
 
 A palpação do abdome pode ser de dois tipos: 
a palpação superficial (feita de forma mais 
delicada, em que se pesquisa possíveis 
alterações na parede abdominal) ou a 
palpação profunda (feita de maneira mais 
profunda, com mais força, para pesquisar 
possíveis alterações nos órgãos abdominais). 
 
 A palpação pode ser mono ou bimanual e 
mono ou bidigitial. De modo geral, a palpação 
monomanual é utilizada para avaliar a 
parede, e a bimanual para avaliar o conteúdo 
abdominal. Para a palpação bimanual, as duas 
mãos podem atuar de modo ativo ou uma 
ativa e outra passiva. A mão passiva serve 
para relaxar a parede, estabelecer um ponto 
de apoio e, com isso, ajudar a mão ativa na 
palpação profunda. A palpação com as mãos 
superpostas (a dominante sobre a não-
dominante) é útil para avaliação do conteúdo 
abdominal em pessoas com obesidade ou para 
vencer uma contratura voluntária da parede 
abdominal. 
 
 O normal do abdome à palpação é ser flácido. 
Se for dolorido ou não, classifica-se com 
abdome com dor ou sem dor. 
 
 Palpação superficial: tem o objetivo de avaliar 
a sensibilidade, a integridade anatômica e o 
grau de distensão da parede abdominal. Os 
pacientes com dor abdominal devem ser 
solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a 
palpação, sempre começando de fora da área 
indicada como mais sensível para a área de 
mais dor. Deve ser feita com uma mão 
(unimanual) à 45o ou duas mãos superpostas, 
sempre levemente postas sobre a parede 
abdominal do paciente. É aconselhável 
esquentar um pouco as mãos antes de usá-las 
na palpação, uma vez que mãos frias podem 
causar contratura da musculatura. É 
preferível espalmar a mão sobre o abdome do 
paciente e fazer movimentos sutis, de baixo 
para cima, em todos os quadrantes. Por meio 
da palpação superficial, avalia-se: 
 
Tensão abdominal: é testada palpando-se 
delicadamente a parede com as falanges distais 
dos dedos com o paciente em decúbito dorsal. 
Devem ser avaliadas hipertonia muscular 
localizada (que acompanha processos 
inflamatórios viscerais que comprometem o 
peritônio parietal) ou generalizada (abdome em 
tábua, encontrada em perfurações de vísceras 
ocas). 
Deve-se distinguir ainda a tensão de origem 
parietal do de origem intra-abdominal. No 
primeiro caso, geralmente acompanha-se de 
contratura muscular, que é determinante do 
quadro. Entretanto, o aumento de tensão de 
origem intra-abdominal, usualmente, não é 
acompanhado de contratura muscular, exceto de 
houver irritação do peritônio parietal. 
As ascites volumosas, as massas intra-abdominais 
e as distensões intestinais, entre outras causas, 
constituem exemplos de situações em que a 
tensão abdominal está aumentada sem que haja 
contratura da musculatura. As peritonites difusas 
com irritação do peritônio parietal e as lesões do 
neurônio motor central ou dos nervos intercostais 
 
 @yaasmin.luiza 
causam aumento de tensão associado à 
contratura muscular. 
Deve-se ainda diferenciar se a contratura é 
voluntária (psicomotora) ou involuntária (reflexo 
viscero-motor). Para diferenciá-las pede-se para 
o paciente respirar com a boca semiaberta e fletir 
as pernas, procedimentos que distraem o 
paciente, para só então palpar a área. 
 
 O aumento patológico da tensão abdominal 
pode ter um significado semiológico 
importante, quando produzido por um 
reflexo víscero-motor que leva a um estado 
de contração tônica dos músculos parietais, 
denominado defesa abdominal. 
 
Sensibilidade da parede abdominal: por meio do 
toque, verificar o aumento da sensibilidade que 
pode manifestar-se sob a forma de hiperestesia 
cutânea ou dor. A hiperestesia cutânea é 
pesquisada deslizando-se suavemente as pontas 
dos dedos ou um objeto pontiagudo sobre a pele. 
 
Hiperestesia cutânea (testada com os dedos os 
objetos pontiagudos sobre a pele) reflete irritação 
de neurônio (radiculopatias, reflexo víscero-
sensitivo). 
 
Em caso de dor, discriminar pontos dolorosos. 
Pontos dolorosos: são pontos na parede 
abdominal que têm a particularidade de se 
tornarem hipersensíveis quando há 
comprometimento dos órgãos a eles 
correspondentes e devem ser pesquisados. São 
eles: 
 
Ponto epigástrico: na metade da linha xifo-
umbilical. Mostra-se sensível na úlcera 
péptica em atividade. 
 
Ponto cístico: situa-se no ângulo formado 
pela reborda costal direita com a borda 
externa do músculo reto abdominal, bem na 
intersecção da linha hemiclavicular com o 
rebordo costal direito. Desperta dor nos 
processos inflamatórios da vesícula biliar. A 
colecistite aguda pode ser pesquisada pelo 
sinal de Murphy durante a palpação 
profunda. 
 
Ponto apendicular (Ponto de McBurney): 
união do terço externo com os dois terços 
internos da linha que une a espinha ilíaca 
anterossuperior à cicatriz umbilical. A dor 
neste ponto sugere apendicite aguda, 
especialmente quando há sinais de reação 
peritoneal. A dor na descompressão significa 
a presença do sinal de Blumberg, verificado 
na palpação profunda. 
 
Pontosureterais: localizam-se na borda 
externa dos músculos retos abdominais em 
dois níveis: na interseção com uma linha 
horizontal que passa pela cicatriz umbilical e 
outra que liga as duas espinhas ilíacas 
anterossuperiores. A maior sensibilidade 
nestes pontos é encontrada na cólica nefrética 
durante a migração de um calculo renal. 
 
Presença de nodulações: discriminar a 
localização das nodulações e as características 
das mesmas. 
 
Presença de herniações: vísceras que ultrapassam 
a parede abdominal (são bem evidenciadas 
fazendo uso do sinal de Valsalva). 
 
Espessura da parede: põe-se a parede abdominal 
pinçada entre os dedos indicador e polegar. A 
espessura do tegumento cutâneo encontra-se 
aumentada na obesidade, pelo aumento do 
panículo adiposo, e quando há edema, nos casos 
 
 @yaasmin.luiza 
de anasarca. A diminuição da espessura pode ser 
por perda de tecido adiposo, nos pacientes 
emagrecidos, ou devida à desidratação. 
 
Temperatura: identificar áreas com temperaturas 
acima ou abaixo do normal. Áreas com maior 
espessura e aumento da temperatura sugerem 
abscessos. 
 
Continuidade da parede: é avaliada tocando-se a 
mão por toda a superfície da parede. Deste modo 
é possível reconhecer diástases ou hérnias. A 
diástase mais comumente encontrada é a dos 
músculos abdominais e consiste na separação 
destes músculos, criando-se, na linha mediana, 
uma brecha por onde os dedos podem 
aprofundar-se. A diástase dos retos abdominais é 
mais frequente acima da cicatriz umbilical. 
 
 Palpação profunda: tem como objetivo palpar 
o conteúdo abdominal, procurando 
visceromegalias ou tumorações. Para que a 
palpação profunda atinja seu objetivo, é 
necessário que a musculatura parietal esteja 
relaxada. Por isso, é aconselhável palpar na 
fase expiratória. Nessa fase, a pressão intra-
abdominal é menor e a musculatura da 
parede encontra-se mais flácida. Na palpação 
profunda das vísceras, se faz bimanualmente, 
com as mãos superpostas. Tenta-se ir um 
pouco mais fundo do que a palpação 
superficial, usando a técnica do deslizamento: 
desliza-se as mãos na superfície abdominal 
em movimentos de vai-e-vem, pois existem 
estruturas que não são fixas, mas são móveis. 
 
 É necessário avaliar fígado, baço, estômago e 
intestino. Normalmente, as estruturas não são 
palpáveis. A avaliação dos pontos dolorosos 
vem por último, aproveitando para avaliar os 
sinais e evitar a contratura indesejada do 
abdome. 
 
 Órgãos não-palpáveis incluem corpo e antro 
gástrico, duodeno, vesícula biliar, baço, alças 
jejunais, cólon ascendente, cólon descendente, 
bexiga, útero, trompa, ovários. 
 
 Órgãos palpáveis incluem a borda inferior do 
fígado, piloro, ceco, cólon transverso, cólon 
sigmoide, polo inferior Rim D (mulher), 
coluna vertebral. 
 
Palpação do fígado: é importante para encontrar 
a borda inferior do fígado, abaixo da 12a costela 
direita. Para ter noção da localização do fígado, 
pode-se percutir a região a procura da macicez 
hepática. A palpação do fígado pode ser feita por 
meio das seguintes manobras: 
 
Método de Mathieu: o examinador posiciona-
se à direita do tórax do paciente com as costas 
voltadas para o rosto do paciente. A seguir, 
tenta agarrar com os dedos fletidos das duas 
mãos (em paralelo, formando uma garra) a 
borda anterior do fígado durante a inspiração 
profunda, com se estivesse procurando o 
fígado abaixo das costelas (no hipocôndrio 
direito). Antes de chegar a região subcostal, 
deve-se iniciar a garra desde a região 
umbilical, para avaliar casos de expansão 
hepática. 
 
Método de Lemos Torres: com a mão esquerda 
espalmada sobre a região lombar direita (no 
dorso) do paciente, o examinador tenta 
evidenciar (com esta mão) o fígado para 
frente e, com a mão direita espalmada sobre a 
parede anterior do abdome, tenta palpar a 
borda hepática anterior, durante a inspiração 
 
 @yaasmin.luiza 
profunda, com as falanges distais dos dedos 
indicador e médio ou em forma de gancho 
com o polegar e indicador. 
 
Localização do limite inferior do fígado: Mão 
direita aberta e espalmada na fossa ilíaca direita e 
subindo, por meio de movimentos telegrafados 
ascendentes, chega ao hipocôndrio direito, 
procurando a margem anterior do fígado abaixo 
do rebordo costal. 
 
Outra manobra é realizar uma garra, colocando 
os dedos indicador e polegar, em garra, na região 
do hipocôndrio direito para tentar palpar o 
fígado durante a inspiração profunda. 
 
 
 
 Depois de achada a borda inferior do fígado, 
deve-se verificar a espessura do órgão. O 
fígado sem patologia pode ou não ser 
palpável. Se palpável, é macio, tem superfície 
lisa, borda fina e, usualmente, é pouco 
doloroso. Contudo, podemos achar os 
seguintes parâmetros: borda fina ou romba; 
avaliar a regularidade da superfície; 
sensibilidade; consistência: elástica ou 
normal; firme ou aumentada; diminuída; 
presença de nodulações hepáticas; 
características da vesícula biliar. 
 
Palpação do baço: normalmente, não é um órgão 
palpável. O baço é palpável quando atinge duas 
ou três vezes o seu tamanho normal. 
Esplenomegalia reflete em abaulamento do flanco 
esquerdo. Para palpá-lo, o médico se posiciona à 
esquerda (ou a direita) do paciente, e com a mão 
direita em garra, procura sentir o polo inferior 
esplênico durante a inspiração profunda, abaixo 
ou junto ao rebordo costal, esquerdo. 
 
O mesmo procedimento anterior é repetido com 
o paciente em posição de Shuster: em posição 
intermediária entre o decúbito lateral direito e o 
dorsal, o paciente estende a perna direita e 
flexiona a esquerda; e põe o braço esquerdo por 
traz da cabeça. Isso faz com que a ação da 
gravidade desloque o baço para diante e para a 
direita, facilitando a sua palpação. 
 
Esplenomegalia – causas: Hipertensão portal, 
infecção ou parasitose (mononucleose, hepatite 
viral, febre tifoide, malária, esquistossomose), 
hematológica (anemia hemolítica, policitemia 
Vera, leucemia), neoplásica (linfomas sim e não 
de Hodgkin), metabólica (reticuloendoteliose), 
colagenose (artrite reumática, lúpus eritematoso), 
cistos, amiloidose. 
 
 
 @yaasmin.luiza 
 
 
 
Palpação do estômago: avalia-se apenas na região 
epigástrica, com movimentos telegrafados acima 
da cicatriz umbilical. 
 
Palpação da vesícula biliar: a vesícula biliar em 
condições normais não é palpável. Entretanto, é 
possível percebê-la, quando for sede carcinoma 
ou estiver distendida em consequência de 
colecistite ou obstrução biliar por carcinoma 
pancreático. A sensibilidade da vesícula deve ser 
avaliada por meio do sinal de Murphy no ponto 
cístico. 
 
Palpação do intestino: segue-se a moldura do 
intestino, da fossa ilíaca direita à fossa ilíaca 
esquerda a procura de nodulações ou fecalomas. 
 
Palpação da bexiga: acima da sínfise púbica. 
 
Pesquisa dos sinais nos pontos dolorosos: 
 
Sinal de Murphy: o examinador toca o fundo 
da vesícula no ponto cístico e solicita a 
inspiração forçada do paciente. O sinal de 
Murphy é positivo se o paciente reagir com 
uma contratura de defesa e interrupção da 
inspiração. Sugere colecistite aguda. 
 
Manobra da descompressão súbita e Sinal de 
Blumberg: comprime-se o ponto de 
McBurney (ponto apendicular), na fossa 
ilíaca direita, até o máximo tolerado, 
descomprimindo subitamente. Esse sinal é 
positivo quando ocorre um aumento súbito da 
dor após a descompressão. Sugere, 
geralmente, apendicite aguda com inflamação 
de peritônio. Inicialmente, esta manobra foi 
descrita para a fossa ilíaca direita nos casos 
de apendicite aguda supurada, no entanto, ela 
é positiva em todos os casos de irritação 
peritoneal que qualquer que seja a causa. 
 
Sinal de Rowsing: realiza-se a palpação 
profunda e ascendente, desde o colon 
descendente (na fossa ilíaca esquerda), 
seguindo a moldura do intestino grosso, 
levando o ar, em sentido contrário ao trajeto 
do bolo fecal, até o apêndice. Este movimento 
estimula o deslocamento do ar desde a fossa 
ilíaca esquerda até a região do apêndice.A 
distensão do apêndice sugere uma apendicite 
aguda. 
 
Manobra de Valsalva: para exame de hérnia. 
Com o paciente em pé, solicita-o para soprar 
contra a mão, o que faz com que aumente a 
pressão abdominal e a hérnia se torna 
palpável. 
 
PERCUSSÃO 
 
 Para essa parte do exame físico, é importante 
que o médico esteja com as unhas cortadas e 
aqueça as mãos. Antes de começar as 
manobras, é importante perguntar ao 
paciente se ele está sentindo alguma dor 
 
 @yaasmin.luiza 
abdominal, se está com a bexiga cheia e se 
defecou no dia do exame (ou se estar com 
vontade de ir ao banheiro). Durante a 
percussão, especialmente naqueles pacientes 
que referirem dor, é necessário que o 
profissional pesquise sinais de desconforto na 
expressão do paciente. 
 
 A percussão é usada para fazer a 
hepatimetria, ou seja, mensuração do 
tamanho do fígado, percussão do espaço de 
Traube, a fim de identificar visceromegalia 
(VCM) e percussão geral para identificar se o 
som é timpânico (normal) ou maciço, 
indicando que há massas sólidas anormais na 
cavidade abdominal. 
 
 A hepatimetria é feita utilizando os dedos 
como medida. Começando na região abaixo 
do umbigo, deve-se percurtir em direção ao 
fígado até que o som mude de timpânico 
(abdominal normal) para maciço, indicando a 
margem inferior do fígado. Após isso, deve-se 
percurtir da região hemiclavicular direita na 
altura dos pulmões em direção ao fígado, até 
o som mude de som claro pulmonar 
(atimpânico) para maciço, indicando o início 
do fígado. Com isso, mede-se a distância entre 
esses dois pontos (início e margem inferior do 
fígado), considerando que cada dedo tenha 1 
cm de largura. Vale pontuar que a percussão 
normalmente fornece estimativas inferiores à 
realidade e o fígado pode ser deslocado para 
baixo pelo diafragma em pacientes com 
DPOC. 
 
 A esplenomegalia pode ser identificada 
através de duas técnicas: percussão da região 
inferior esquerda da parede torácica anterior 
(espaço de Traube) e verificação da presença 
do sinal de percussão esplênica. O espaço de 
Traube fica entre a área de atimpanismo 
pulmonar e o rebordo costal abaixo, e ao 
percurtir esse espaço, deve-se ouvir som 
timpânico, indicando que não há 
visceromegalia, ou seja, que o espaço de 
Traube está livre. Para verificar o sinal de 
percussão esplênica, deve percurtir o espaço 
intercostal mais abaixo da linha axilar 
anterior esquerda, região que costuma ser 
timpânica. Em seguida, é importante solicitar 
ao paciente que respire fundo e percutir 
novamente esta região. 
 
 Quando o tamanho do baço está normal, o 
som timpânico à percussão se mantém mesmo 
com a respiração funda. O baço cresce em 
direção ao umbigo (sentido anterior, inferior 
e medial), e muitas vezes substitui o 
timpanismo do estomago e do cólon pela 
macicez de órgão, que é sólido (assim como o 
fígado). Então deve-se percutir nesse sentido 
(direção do umbigo) para mensurar o 
tamanho deste órgão, lembrando que isso só é 
possível quando já há esplenomegalia, pois o 
baço não deve ser palpado abaixo do rebordo 
costal esquerdo. 
 
 Por intermédio da percussão, pode-se 
identificar a presença de ar livre, líquidos e 
massas intra-abdominais. O método é digito-
digital, assim como se realiza a percussão no 
exame do aparelho respiratório. A exemplo 
da palpação, a percussão deve ser sempre 
iniciada fora da área de maior sensibilidade, 
estendendo-se a todo o abdome com a mesma 
intensidade. 
 
 
 @yaasmin.luiza 
 Som normal: maciço (baço e fígado), 
timpanismo (vísceras ocas), submaciço 
(quando há conteúdo alimentar no intestino). 
 
Som de órgão maciço: zona hepática, espaço de 
Traube ocupado (6ª a 10ª costelas), vísceras 
sólidas aumentadas, vísceras ocas repletas de 
líquido, ascite (macicez de declive), gravidez, 
tumores. 
 
 Percussão normal: Macicez hepática no 
hipocôndrio direito; timpanismo (presença de 
ar na víscera oca) no espaço de Traube (que 
inclui as regiões epigástrica e hipocôndrio 
esquerdo); timpanismo nas demais regiões. 
 
Em alguns casos, é comum encontrar macicez 
também nos flancos, além do hipocôndrio direito, 
compatível com órgão maciço ou víscera oca com 
conteúdo sólido ou líquido. As massas abdominais 
sólidas ou líquidas (como na ascite) e os 
hematomas também se revelam maciços à 
percussão. 
 
 Hipertimpanismo: aerofagia com meteorismo; 
gastrectasia, meteorismo, obstrução intestinal, 
pneumoperitônio. 
 
O timpanismo indica a presença de ar livre na 
cavidade peritoneal ou no interior de víscera oca 
ou formação cística. 
 
 Timpanismo generalizado: como em casos de 
obstrução Timpanismo localizado: em casos 
de perfuração, volvo. 
 
 A presença de líquidos na cavidade 
peritoneal, em volume superior a 1,5 litros, 
pode ser detectada pela percussão, que revela 
macicez, cuja localização é constante 
(macicez fixa) ou variável, de acordo com a 
mudança da posição do paciente (macicez 
móvel). Na macicez móvel, revelada em casos 
de ascite de médio volume, quando o paciente 
está em decúbito dorsal, o líquido se acumula 
nas regiões laterais do abdome e as alças 
intestinais aproximam-se da parede anterior, 
revelando timpanismo na região anterior e 
macicez nos flancos e região lombar. Quando 
o paciente adota decúbitos laterais, o líquido 
desloca-se para a região mais baixa, 
determinando o aparecimento de som maciço, 
enquanto que na parte oposta obtém-se som 
timpânico. Portanto, nestes casos, ao mudar o 
decúbito, as áreas de macicez e de 
timpanismo se invertem. 
 
 Macicez fixa: sugere tumores; plastrões. 
Macicez móvel: sugere a presença de líquidos, 
sendo uma das maneiras de verificar ascite 
(juntamente do sinal do Piparote e do 
semicírculo de Skoda. 
 
 Paciente em decúbito dorsal: havendo ascite, 
encontra-se timpanismo no mesogástrio e 
macicez nos flancos. Paciente em decúbito 
lateral demonstra inversão dos sons. Esta 
inversão não ocorre em casos de cistos de 
ovário. 
 
 Abordagem semiológica da ascite: a ascite é a 
acumulação excessiva de fluidos na cavidade 
do peritônio. Essa condição patológica deve 
ser avaliada por meio das seguintes 
manobras: 
 
Sinal de macicez móvel: é avaliado por meio da 
percussão nos flancos direito e esquerdo e 
mesogástrio com o paciente em decúbito dorsal e 
depois, em decúbito lateral. Em decúbito dorsal, 
percute-se macicez nos flancos e timpanismo do 
 
 @yaasmin.luiza 
mesogástrio, devido ao depósito de líquido nos 
flancos. Contudo, em decúbito lateral esquerdo, o 
timpanismo encontra-se em flanco direito e 
mesogástrio, mas com macicez no flanco 
correspondente ao decúbito (por estar repleto de 
líquido que se concentrou na região). 
 
Semicírculos de Skoda: serve para diferenciar 
uma ascite de pequeno volume de nodulações na 
região do hipogástrio. Com o paciente em 
decúbito dorsal, com o leito inclinado em torno 
de 30o, percute-se a região infra-umbilical de 
forma radiada, em direção às fossas ilíacas e 
hipogástrio. Em casos de ascite, observa-se 
alteração do timpanismo característico da região 
do mesogástrio e nas fossas ilíacas. 
 
Sinal do Piparote: para a palpação da ascite de 
grau importante. O médico, posicionado do lado 
direito do paciente, percute o lado direito do 
abdome com pequenos golpes com a ponta dos 
dedos (como “petelecos”) enquanto a outra mão 
(a esquerda), fica posicionada no lado oposto às 
batidas. Se houver líquidos, a mão esquerda capta 
os choques das ondas líquidas ocasionadas pelos 
piparotes. 
 
Sinal de Torres-Homem: realiza-se punho-
percussão na região da loja hepática. Qualquer 
sinal de dor, caracteriza a presença de abscesso 
inflamatório hepático. 
 
Sinal de rechaço hepático: serve para avaliar ou 
encontrar o fígado em pacientes com ascite 
volumosa. Para isso, realiza-se compressões na 
região do hipocôndrio direito do paciente. Ao se 
encontrar o fígado, o médico, ao soltar a 
compressão, sente o retorno hepático contra a sua 
mão. 
 
Sinal de Giordano: percute-se estesinal por meio 
de golpes leves na região lombar (dorsal) do 
paciente sentado. Os golpes serão concentrados 
na região da loja renal. O desencadeamento de 
dor por este tipo de percussão (que geralmente 
faz o paciente retirar o corpo da posição normal), 
sugere afecções inflamatórias retroperitoniais 
(refletindo dor renal ou uretérica). 
 
Sinal de Jobert: encontro de timpanismo ao nível 
da linha axilar média sobre a área hepática ou no 
próprio hipocôndrio direito, indicando a 
presença de ar livre na cavidade peritoneal 
(pneumoperitônio), via de regra decorrente de 
perfuração de víscera. 
 
AUSCULTA 
 
 A ausculta abdominal visa identificar dois 
principais sinais: ruídos hidroaéreos (RHA) e 
sopro nas artérias abdominais – aorta, 
artérias renais e artérias ilíacas. Para isso, é 
preciso posicionar o estetoscópio em 7 pontos. 
 
 A ausência de sopros pode ser confirmada 
quando não se ouve nenhum ruído nos 
pontos abaixo. Para ouvir os RHA basta 
posicionar o estetoscópio em áreas difusas do 
abdome, permanecendo por cerca de 2 
minutos – ouvir um ruído já exclui a 
possibilidade de íleo paralítico e não é 
necessário ficar os 2 minutos inteiros caso se 
ouça antes disso. 
 
 Íleo paralítico é um doença causada por 
defeitos ou ausência da motilidade intestinal 
(peristalse). Isso gera inapetência, obstipação 
grave, vômitos, obstrução intestinal, que 
causa muito desconforto para o paciente, 
além de muita flatulência e risco de peritonite 
 
 @yaasmin.luiza 
e sepse, visto que o conteúdo intestinal fica 
paralisado, gerando aumento das microbiota 
residente. 
 
 
 
 
 Auscultam-se os quatro quadrantes, 
inicialmente, de forma superficial e delicada 
para avaliar os ruídos hidroaéreos. Para 
avaliar alterações no fluxo aórtico (sopros ou 
aneurismas), aprofunda-se mais o diafragma 
do estetoscópio ao longo do trajeto mediano 
da aorta e de seus ramos. 
 
 Os ruídos intestinais são produzidos pela 
interação do peristaltismo com os líquidos e 
gases. A ausculta normal do abdome revela 
ruídos hidroaéreos que refletem o 
deslocamento dos gases misturados ao bolo 
alimentar ao longo de uma víscera oca. O 
melhor local para auscultar os ruídos 
hidroaéreos é na fossa ilíaca esquerda. 
 
 De um modo geral, a exacerbação do 
peristaltismo é menos significativa que a 
redução. As exceções ocorrem na fase final da 
obstrução intestinal, nas hemorragias 
digestivas intraluminares e nas 
gastroenterites agudas não complicadas. 
 
 
 
 
 As principais alterações a serem pesquisadas 
durante a ausculta são: 
 
Presença de ruídos hidroaéreos: descrever sua 
tonalidade, intensidade, timbre e frequência 
(normal entre 5 e 10 por minuto). 
 
Burburinhos: som de gases e líquido passando 
por dobras intestinais. 
 
Peristaltismo da luta: obstrução. 
 
Sopros: sugerem aneurismas e compressões, 
arteriais, fístulas arteriovenosas. 
 
O sinal de Corvoisier-Terrier é caracterizado por 
três sinais: icterícia, vesícula palpável e indolor, 
ausência de irritação peritoneal. Estes três sinais 
em conjunto indicam neoplasia obstrutiva das 
vias biliares. 
 
A tríade de Charcot é caracterizada por icterícia 
(baixa intensidade), vesícula dolorosa (palpável 
ou não) e febre. Indica colangite (inflamação nas 
vias biliares). 
 
 
 @yaasmin.luiza 
Modelo de descrição de exame físico 
normal do abdome de um adulto 
 
(Inspeção) Abdome plano, simétrico, ausência de 
lesões, cicatrizes, circulação colateral, peristalse e 
pulsações visíveis; cicatriz umbilical intrusa. 
 
(Ausculta) RHA presentes, ausência de sopros. 
 
(Percussão) Predomínio de som timpânico à 
percussão geral, hepatimetria 9 cm na linha 
média clavicular (LMC) e 4 cm na linha médio 
esternal (LME = nível do apêndice xifoide), espaço 
de Traube livre. 
(Palpação) Indolor à palpação superficial e 
profunda, ausência de VCM, Giordano negativo 
(em alguns casos é importante negar outros 
sinais). 
SINAIS E SINTOMAS ABDOMINAIS 
 
Sinal de Cullen corresponde à coloração azulada 
ao redor do umbigo, sugestivo de hemorragia 
retroperitoneal. 
 
Sinal de Grey Turner é referente à equimoses não 
traumáticas nos flancos, que pode indicar 
pancreatite hemorrágica, estrangulamento 
intestinal ou abcessos com extravasamento de 
sangue. 
 
Sinal de Murphy corresponde à dor profunda à 
palpação da área subcostal direita, que sugere 
colecistite. 
 
 
 
Sinal de Blumberg é referente à dor à compressão 
e principalmente à descompressão súbita da fossa 
ilíaca direita, no ponto de McBurney (ponto 
apendicular), sugestivo de apendicite aguda. Essa 
manobra também pode identificar peritonite, que 
também pode ser pesquisada pinçando e 
puxando uma parte do abdome, e caso o paciente 
sinta dor quando soltar rapidamente a pinça, é 
sugestivo de peritonite. 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal de Rovsing refere-se à dor no quadrante 
inferior direito quando há compressão do 
 
 @yaasmin.luiza 
quadrante inferior esquerdo, e esta manobra é 
utilizada para identificar apendicite. Sinal do 
Psoas é positivo quando o indivíduo sente dor ao 
realizar o movimento de extensão do quadril, 
sendo um indicativo de apendicite. 
 
 
 
Sinal do Obturador também é investigado para 
diagnóstico de apendicite e consiste na elevação 
da perna direita, flexionando-a até 90º. O sinal é 
positivo quando o indivíduo sente dor ao realizar 
esse movimento, visto que o músculo obturador 
fica próximo ao apêndice cecal. 
 
 
 
Sinal de Giordano é positivo quando se tem dor à 
punho percussão das lojas renais, o que sugere 
pielonefrite.

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