TEORIA GERAL DA PROVA- EXAME CORPO DE DELITO

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DA PROVA
· Definição:
Conjunto de atividades de verificação e demonstração, mediante os quais se procura chegar à verdade dos fatos relevantes para o julgamento. 
Além da formação da convicção do magistrado acerca da existência ou não de uma situação fática.
· Objetivos: 
A reconstrução dos fatos narrados no processo, buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica.
- Não há presunção de culpa, caso o acusado não se defenda dos fatos, estes não serão presumidos verdadeiros.
· Art.155, CPP:
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
· Consequências da adoção do princípio do livre convencimento:
· Liberdade probatória (art.157);
· Ausência de hierarquia entre os meios de provas;
· Necessidade de motivação (art.381, III);
· As provas deverão constar nos autos do processo;
· Necessidade de provas produzidas sobre o crivo do contraditório e da ampla defesa;
· Necessidade de exame em conjunto e valor relativo das provas (art.197).
· Princípios:
1- Garantia da Jurisdição: Somente são considerados atos de provas, aqueles praticados dentro de um processo.
2- Presunção de Inocência, ônus da prova e “in dubio pro reo”.
 Art.156: A prova da alegação incumbe a quem fizer.
3- Contraditório e ampla defesa: Art.5º, LV, da CF.
4- Identidade Física do Juiz: O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
5- Vedação das Provas Ilícitas: 
Art.157, CPP: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.    
· Fatos que não precisam de provas:
· Fatos notórios: Aqueles que todo mundo sabe, que não existe dúvidas.
· Fatos evidentes
· Presunções legais: Art.27 do CPB (Menores de 18 anos são inimputáveis)
· Fatos inúteis: Não se demonstram como importantes.
OBS: Os fatos não contestados ou incontroversos devem ser objeto de prova, assim como os fatos confessados pelo acusado.
· Espécies de provas:
· Prova inominada: Ela não tem nome específico, não está previsto expressamente no CPP. Ex: Reconhecimento fotográfico.
· Prova nominada: A legislação prevê. Ex: Depoimento Testemunhal.
· Prova típica: O ordenamento jurídico prevê o procedimento de produção da prova. Ex: Depoimento Testemunhal
· Prova atípica: Não existe uma forma específica de produção prevista no CPP. Ex: Reprodução simulada de fatos.
· Prova anômala: Foi produzido com desvios de finalidade. Ex: Carta Precatória.
· Prova irritual: Sem observância do procedimento.
· Classificação:
· Objeto: Provas diretas (por si só são aptas a demonstrar a ocorrência do fato) e indiretas (não são aptas a demonstrarem diretamente a ocorrência do fato).
· Valor: Plenas (fazem um juízo de certeza da ocorrência do fato. EX: Prova pericial) e não plenas (por si só não autoriza uma condenação)
· Reais e pessoais.
· É permitido o uso de prova emprestada que é aquela produzida em outro processo, desde que ambas estejam cientes. Tal entendimento se deu pelo STJ.
· Ônus da Prova
· O ônus da prova é de quem alega, porém, pelo princípio do estado de inocência, como o acusado é presumidamente inocente, cabe ao Estado ou querelante provar sua culpa.
· Provas em Espécie
1- Perícia e exame de corpo e delito (arts.158 a 184)
· Exames periciais: O exame de corpo de delito é uma modalidade de prova pericial.
· Conceito de corpo de delito: Conjunto de vestígios sensíveis deixados pela infração penal.
Ex: Latrocínio em uma casa. Porta arrombada, vítima, projétil de arma de fogo, janela quebrada, pertences furtados. Podendo encontrar digital em um desses objetos.
· Art.159, caput e art.6°, VII: As perícias podem ser realizadas tanto na fase preliminar (inquérito) como na fase judicial. 
· A autoridade policial logo quando tiver conhecimento do crime deverá determinar, se for o caso, o exame de corpo de delito, bem como outras perícias.
· Quem realiza o exame é o perito, na falta dele o exame será realizado por duas pessoas idôneas, com ensino superior, preferencialmente na área específica. 
· Art.159, §2°: Apenas os peritos não oficiais devem prestar compromisso. 
· Perícia complexa – Art.159, §7°: Poderá se designar mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
· Formas de contraditório da prova pericial:
· Nomeação de assistente técnico e esclarecimento dos peritos;
· Quesitos (art.176).
· Material para contraprova – Art.159, §6°: O material probatório será disponibilizado no ambiente do órgão, e na presença do perito oficial, será examinado pelos assistentes. Apenas se for possível a conservação.
· Quem pode indicar o assistente técnico? 
 Art. 159, §3°
	Profissional de confiança das partes.
1- MP
2- Assistente de acusação
3- Ofendido
4- Querelante
5- Acusado
· Art.159, §4° - Momento para indicação: Na fase judicial, após a admissão pelo juiz e conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais.
· Laudo pericial: 
Peça técnica dividido em 4 partes – preâmbulo, exposição, fundamentação e conclusão técnica.
· Deve ser elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo ser prorrogado em casos excepcionais.
 
· Sistema liberatório – Art.182: O juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo, em todo ou em parte, mas deve fundamentar o porquê está rejeitando.
· O juiz pode nomear outro perito e/ou determinar a realização de nova perícia. Caso perceba alguma omissão ou obscuridade no laudo.
· Art.180 – Divergência entre peritos: Pode nomear terceiro.
· Art.167 – Se não for possível realizar o exame de corpo de delito, a prova testemunhal poderá suprir esta falta.
· Art.168 – Lesão corporal Laudo complementar
	Suprir deficiência do laudo
ou retificá-lo.
	A falta desse exame pode ser suprido pela prova testemunhal.
	
	
· Perícias específicas:
· Necropsia (art.162): A autópsia será feita pelo menos 6h depois do óbito, salvo se julgarem que possa ser feita antes daquele prazo.
· Exumação (art.163 a 166): Quando o corpo já foi enterrado, mas é necessário desenterrar para se tirar alguma dúvida.
· Rompimento de obstáculo à subtração da coisa e escalada (art.171): Os peritos devem descrever os vestígios, quais instrumentos, por que meios e a época que o fato pode ser acontecido.
· Incêndio (art.173): Deve verificar a causa e o lugar que começou, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou patrimônio, extensão do dano e o seu valor.
· Instrumentos do crime (art.175): Deve ser verificada a natureza e a eficiência.
· Reconhecimento de escritos (art.174): Por meio do exame grafotécnico.
· Exame do local onde foi praticada a infração (art.169): A autoridade providenciará para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos. Podendo instruir o laudo com fotografias, desenhos, etc.
· Perícias de laboratório (art.170): Guardarão material suficiente para eventualidade de nova perícia.
· Exame pericial e carta precatória (art.177): Nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. 
Ayanne Iris @direitocomanny__