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PR O CE SS O P EN AL P R O V A S E M E S P É C I E P R I N C I P A I S A R T I G O S 1 5 6 , 1 5 7 , 1 5 8 , 1 6 1 , 1 6 2 , 1 6 7 , 1 7 0 , 1 8 5 , 1 8 6 , 1 8 7 , 1 8 9 , 1 9 0 , 1 9 8 , 2 0 0 , 2 0 1 , 2 0 6 , 2 1 2 , 2 1 7 , 2 1 8 , 2 3 4 , 2 4 1 , 2 4 4 , 2 4 5 D O C P P . A T E N Ç Ã O P A R A A S A L T E R A Ç Õ E S L E G I S L A T I V A S D A L E I 1 3 . 9 6 4 / 2 0 1 9 ( P A C O T E A N T I C R I M E ) I M P O R T A N T E : S a b e r a d e f i n i ç ã o d e p r o v a , a f i n a l i d a d e d a p r o v a e s e u s d e s t i n a t á r i o s , o q u e s ã o o b j e t o s d e p r o v a c o m a r e s p e c t i v a d i f e r e n c i a ç ã o d e m e i o s d e p r o v a , m e i o s o b t e n ç ã o d e p r o v a e f o n t e d e p r o v a . S e a t e n t a r p a r a ô n u s d a p r o v a , c l a s s i f i c a ç ã o e t e r m i n o l o g i a d a s p r o v a s . C o m p r e e n d e r o s s i s t e m a s d e v a l o r a ç ã o d a p r o v a e p r i n c i p a l m e n t e o s l i m i t e s d o d i r e i t o à p r o v a n o p r o c e s s o p e n a l c o m a d i s t i n ç ã o d e p r o v a i l í c i t a e i l e g í t i m a e s e u t r a t a m e n t o e a a d m i s s i b i l i d a d e d a p r o v a i l í c i t a . 1.PROVA PERICIAL A prova pericial é uma das mais importantes (senão a mais importante) prova que pode ser produzida no âmbito de um processo penal. Isso porque a prova pericial está conectada a conhecimentos científicos, que permitem, de forma técnica, evidenciar a existência de certos fatos, o que não seria possível de outra forma. Vejamos um exemplo. Exame de Corpo de Delito O exame de corpo de delito é uma das espécies de prova pericial, sendo uma das mais importantes e abordadas em prova. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Uma das peculiaridades do exame de corpo de delito é justamente essa: Ele é obrigatório nos casos de infração que deixa vestígios. Entretanto, é também importante observar que a confissão do acusado não irá suprir a falta de exame de corpo de delito, quando este se fizer necessário. PR O CE SS O P EN AL P R O V A S E M E S P É C I E 2.PERITOS É o especialista em determinada área do conhecimento humano que auxiliará o juiz por meio de seus conhecimentos técnicos. O perito deve ter nível superior completo. Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR. O legislador, em face da tamanha importância da perícia criminalística, atribuiu ao perito autonomia técnica, científica e funcional: Art. 2o, Lei 12.030/09 - No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurado AUTONOMIA TÉCNICA, CIENTÍFICA E FUNCIONAL, exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial. 1.1 Classificação dos peritos OFICIAL: É o perito nomeado por aprovação em concurso público, podendo atuar isoladamente. Ele não precisa prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo toda vez que atua, pois já o fez quando foi empossado e entrou em exercício. De acordo com o CPP, em regra, as perícias serão realizadas por um perito oficial, no entanto, em se tratando de perícia complexa, poderá essa ser realizada por mais de um perito, sendo admitido a parte a indicação de mais de um assistente técnico. PR O CE SS O P EN AL P R O V A S E M E S P É C I E Art. 159, §7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. NÃO-OFICIAL/JURAMENTADO: é a pessoa comum, portadora de diploma de nível superior, que é convocada a atuar como perito e compromissada a desempenhar esse encargo. Deve atuar em conjunto, ou seja, pelo menos dois. §1o do art. 159 do CPP: “Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame”. §2o do art. 159 do CPP: “Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo”. PR O CE SS O P EN AL 3. ASSISTENTE TÉCNICO Assistente técnico é pessoa indicada pelas partes para reanalisar as conclusões a que chegaram o perito. Várias pessoas e órgãos detém legitimidade para indicar assistente técnico. São eles: MP, assistente de acusação, ofendido, querelante e acusado. PERITO OFICIAL Basta um perito oficial Não precisa prestar compromisso PERITO NÃO OFICIAL São necessários dois Precisam prestar compromisso PR O CE SS O P EN AL A atuação do assistente técnico deverá ser ADMITIDA PELO JUIZ, sendo autorizado apenas na FASE PROCESSUAL, após a liberação do laudo pelos peritos oficiais. A sua atuação limita-se ao ambiente oficial de perícia, não agindo em laboratório particular, estando ainda condicionado à presença do perito oficial durante a perícia. Art. 159, §3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. §4o O assistente técnico atuará a partir de sua ADMISSÃO PELO JUIZ e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. §5o Durante o CURSO DO PROCESSO JUDICIAL, é permitido às partes, quanto à perícia: I. Requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (DEZ) DIAS, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; II. Indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. §6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado NO AMBIENTE DO ÓRGÃO OFICIAL, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. PR O CE SS O P EN AL 4. LAUDO PERICIAL O laudo pericial é o produto da perícia, o instrumento que formaliza a atuação do perito, apresentando ao juiz a percepção técnica do objeto periciado. Vale dizer que laudo pericial é um instrumento produzido necessariamente por um agente oficial do estado. Quanto ao assistente técnico, ele não emite laudo, mas sim um PARECER. PRAZO: 10 dias (prorrogáveis a requerimento do perito e por deliberação da autoridade judicial). Parágrafo Único do art. 160 do CPP: “O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos”. ATENÇÃO! Hoje é admitido que o perito acesse os autos do Inquérito Policial ou do Processo, visando assim uma melhor elaboração do laudo. Quesitos são as perguntas que podem ser formuladas pelo MP, assistente de acusação, ofendido, querelante, acusado e também pelo juiz e que serão respondidas pelos peritos. Poderão ser determinados os quesitos até o ato de diligência. Stumvall entende que “até o ato de diligência” consiste em “ATÉ O FECHAMENTO DO LAUDO PERICIAL”. §3o do art. 159 do CPP: “Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico”. Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos ATÉ O ATO DA DILIGÊNCIA. Nomear um 3o perito para solucionar adivergência; Determinar uma nova perícia com a intervenção de outros peritos. Caso o laudo apresente algum vício ou obscuridade, a autoridade judicial poderá mandar suprir o defeito. Além disso, o juiz poderá também requisitar nova perícia. Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente. 4. DIVERGÊNCIA ENTRE OS PERITOS Caso a perícia seja realizada por mais de um perito, é possível que eles tenham conclusões conflitantes, e quando isso acontecer eles poderão realizar laudos individuais ou podem confeccionar um único laudo, porém devem deixar claro os motivos da divergência. Caso isso aconteça, o juiz poderá resolver a celeuma da seguinte forma: Art. 180 do CPP: “Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos”. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Assim, poderá o perito ser inquirido em audiência marcada previamente (antecedência de 10 dias), apresentando o perito um laudo complementar. PR O CE SS O P EN AL 5. EXAME DE CORPO DELITO Ainda sobre o exame de corpo de delito, é importante verificar que ele pode ser realizado de forma direta ou indireta. O exame será direto quando o perito atuar diretamente sobre o objeto a ser periciado, e indireto quando este analisar outros meios de prova admitidos no direito, como fotos e filmagens. Veja que o exame indireto é perfeitamente lícito, podendo inclusive ser realizado através de prova testemunhal – que nem mesmo precisa de um laudo pericial para ter validade (conforme entendimento tanto do STF quando do STJ). Temos duas importantes exceções no que diz respeito ao exame de corpo de delito como meio de prova, previstas na lei Maria da penha (11.340/06) e na lei dos Juizados Especiais (9.099/95). Embora tal legislação extravagante não seja o tema principal de nossa aula, é salutar fazer uma breve observação sobre tais diplomais legais, que apresentam uma peculiaridade quanto ao exame em estudo. Veja só: Lei Maria da Penha § 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. Note que a norma acima é uma exceção à regra do art. 158 do CPP, visto que o diploma legal admite laudos ou prontuários médicos como meio de prova de violência doméstica contra a mulher, efetivamente dispensando a realização do exame de corpo de delito. O mesmo ocorre na lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis ou Criminais), que também admite boletins médicos ou equivalentes como meio de prova, dispensando o exame de corpo de delito da mesma forma. PR O CE SS O P EN AL Ademais, temos ainda a inclusão de um parágrafo no art. 158 do CPP, alteração esta realizada pela lei 13.721/2018, a saber: Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I – violência doméstica e familiar contra mulher; II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. Assim sendo, veja que o Código de Processo Penal foi alterado para estabelecer prioridades na realização do exame de corpo de delito. PR O CE SS O P EN AL
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