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Insercao das Novas Tecnologia Unidades 1 e 2

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Prévia do material em texto

Luci Carlos de Andrade
Luci Carlos de Andrade
Inserção das Novas 
Tecnologias da Informação 
e Comunicação no Ensino
Inserção d
a
s N
ova
s Tecnologia
s d
a
 Inform
a
ção e C
om
unica
ção no E
nsino
1ª Edição / Novembro / 2012
Impressão em São Paulo - SP
1ª Edição / Novembro / 2012
Impressão em São Paulo - SP
Inserção das Novas 
Tecnologias da Informação 
e Comunicação no Ensino
Luci Carlos de Andrade
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
A553i Andrade, Luci Carlos de.
 Inserção das novas tecnologias da informação e 
 Comunicação no ensino. / Luci Carlos de Andrade – 
 São Paulo Know How, 2012.
 141 p. : 21 cm.
	 	 Inclui	bibliografia
 ISBN: 978-85-8065-178-2 
 1. Tecnologia da informação. 2. Comunicação.
 3. Educação e tecnologia. 4. Mídia. 5. Ensino. I. Título. 
 CDD 371.334
Inserção das novas 
TecnologIas da 
Informação e comunIcação 
no ensIno 
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Grisiela Reis
Professor Responsável
Luci Carlos de Andrade
Projeto Gráfico, Capa 
e Diagramação
Giulia Paolillo
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
Coordenadora Pedagógica de 
Cursos EaD
Esp. Maria de Lourdes Araujo
1ª Edição: Novembro de 2012
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publicação pode ser re-
produzida por qualquer meio sem a prévia au-
torização desta instituição.
Parabéns!
Você está recebendo o livro-texto da disciplina INTRO-
DUÇÃO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFOR-
MAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO, construí-
do	especialmente	para	este	curso,	baseado	no	seu	perfil	e	
nas	necessidades	da	sua	formação.	A	finalidade	deste	livro	
é disponibilizar aos alunos da EAD conceitos e exercícios 
referentes às Tecnologias, no contexto da Educação Esco-
lar, bem como conceitos, perspectivas e possibilidades dos 
meios de informação e comunicação e suas contribuições 
para o campo da educação escolar, tendo em vista o desen-
volvimento e a aprendizagem do educando. 
Estamos constantemente atualizando e melhorando este 
material, e você pode nos auxiliar, encaminhando suges-
tões e apontando melhorias, via monitor, tutor ou profes-
sor. Desde já agradecemos a sua ajuda. 
Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina 
será também acompanhada pelo Sistema de Ensino EaD 
Know How, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail 
ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
Entre sempre em contato conosco quando surgir alguma 
dúvida	 ou	 dificuldade.	 Participe	 dos	 bate-papos	 (chats)	
marcados e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas.
Toda	equipe	está	à	disposição	para	atendê-lo	(a).	Seu	desen-
volvimento	intelectual	e	profissional	é	o	nosso	maior	objetivo.
Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo!
Equipe EaD Know How. 
Introdução
sumário
CARTA DO PROFESSOR 
PLANO DE ESTUDOS 
UNIDADE 01
A Escola e os Meios de 
Comunicação Social 
UNIDADE 02
As Tecnologias de Informação e 
Comunicação no Espaço Escolar 
UNIDADE 03
Educação Tecnológica 
UNIDADE 04
Educação, Infância e Mídia 
UNIDADE 05
Educação: Tecnologia e 
Interatividade 
 
UNIDADE 06
A Criança e a Mídia: Reflexões, 
Contextos e Avanços 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
GABARITO
9 
11 
 
13 
 
 
 
35
 
 
 
59
 
 
77
 
 
101
 
 
 
121 
 
 
 
145 
 
151
9
Carta do Professor
Prezado(a)	aluno(a),
É com grande satisfação que apresentamos a referida 
disciplina como forma de colaborar, com uma formação cada 
vez mais sólida e condizente com o mercado de trabalho, tendo 
em vista a preparação e o aprimoramento dos estudos para uma 
aplicabilidade	eficiente	na	sua	área	de	atuação	profissional.	
É necessário que a escola hoje, enquanto espaço 
formativo esteja articulda com os meios de informação e 
comunicação para atender às demandas sociais da criança e 
do jovem, cujo objetivo é oferecer um ensino que contem-
ple as exigências da atualidade e a dos educandos, cujas ne-
cessidades, estão ligadas a conexão com o mundo virtual. 
A Educação apoiada na Tecnologia traz susten-
tação para a educação escolar e subsidia o professor nas 
suas ações pedagógicas, quando oferece novos meios de 
aprendizagem através da utilização da mídia nos espaços 
da escola. As tecnologias de informação e comunicação 
estão presentes no cotidiano das pessoas e podem ser 
amplamente utilizadas no trabalho educativo, conside-
rando,	os	desafios	atuais	presentes	na	sociedade	digital.
Nosso objetivo é principalmente oferecer às ati-
vidades acadêmicas a base para a prática pedagógica e a 
sustentação teórica necessária para o enfrentamento dos 
desafios	profissionais.	Desejamos	êxito	e	sucesso	nos	es-
tudos para alcançar as metas propostas pela disciplina.
Atenciosamente,
Professora Luci Carlos de Andrade
11
Plano de Estudos
Conteúdo 
O conteúdo da disciplina concentra-se no estu-
do teórico sobre Introdução das Novas Tecnologias de 
Informação e Comunicação no Ensino. Apresentaremos 
conceitos, princípios e a importância do uso das tecnolo-
gias aliado ao trabalho educativo na escola. Estudaremos 
a importância dos meios de comunicação no processo de 
ensino e aprendizagem do aluno, e a presença da mídia 
na vida da criança, bem como a aplicação das tecnologias 
em sala de aula, e a utilização do computador e do vídeo 
como apoio didático ao professor. Faremos uso de textos 
e exercícios como recursos didáticos. 
Competências
Ao término desta disciplina o aluno deverá 
ser capaz de compreender a importância dos meios 
de comunicação social na escola, identificar e anali-
sar as novas tecnologias aplicadas ao ensino. Deverá 
compreender também as contribuições da tecnologia 
à educação escolar. Discutiremos também aspectos 
referentes à infância e ao aprendizado da criança co-
nectado às mídias presentes na sociedade. 
A ESCOLA E OS MEIOS DE 
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Caro	(a)	Aluno	(a)
Nesta unidade estudaremos os meios 
de comunicação social nos espaços es-
colares. Entatizaremos a importância 
da tecnologia na prática do professor, 
bem como o domínio do professor me-
diante as linguagens tecnológicas. 
Bom Estudo!
Unidade 1
Objetivos da Unidade 
Ao	final	desta	unidade,	você	deverá	ter	
condições de:
▪	Refletir	sobre	as	tecnologias	de	infor-
mação e comunicação.
▪	 Compreender	 a	 importância	 do	 uso	
da tecnologia no espaço escolar 
▪	Compreender	o	novo	contexo	educa-
tivo com o uso da tecnologia.
Conteúdos da Unidade 
→	A	Educação	na	era	da	informática
→	A	Tecnologia	na	prática	escolar	
→	As	linguagens	tecnológicas
17
1. A Educação na Era da Informática
A tecnologia sempre interagiu com o homem. Desde os tempos mais remotos da história 
da humanidade. Constantemente, o homem busca inovar e 
aperfeiçoar o seu trabalho através de novos instrumentos que 
facilitam seu modo de viver no mundo globalizado que o 
cerca. Dentro de um contexto de mudança da sociedade 
industrial para a sociedade informatizada, a utilização dos 
recursos computacionais implica em redimensionamento 
da	conduta	do	homem	perante	os	desafios	do	momento,	
que o leva através dessa tecnologia a uma educação de qua-
lidade para todos.
O uso das tecnologias, cada vez mais presente no 
cotidiano, cria novas relações, novos conhecimentos e novas 
maneiras de aprender e de pensar, que transforma o mundo 
numa grande aldeia globalizada e socializada. Assim a edu-
cação especial assegurada na LDB, deve ser atendida dentro 
dos princípios, e da política que dá direito a todo o cidadão 
com necessidades educacionais especiais que estimulem o 
aprender	a	aprender	não	se	detendo	frente	a	sua	deficiên-
cia, mas avançando dentro das suas potencialidades. Dentro 
desta	perspectiva,	Valente	(2005,	p.	20)	afirma:
As observações de Piaget contribuíram muito 
para clarificar a relação entre ação e desenvol-
vimento intelectual. Piaget observou que de fato 
as ações que o indivíduo realiza no ambiente 
onde vive são responsáveis pelo seu desenvol-
vimento cognitivo.Entretanto, a própria ação 
18
é intermediada pelo conhecimento e pelo pen-
samento e não pré-requisito. Portanto, agir no 
ambiente é uma atividade cognitiva que por sua 
vez contribui para o desenvolvimento cognitivo 
e não meramente perceptomotor.
Em termos pedagógicos cumpre observar que 
a utilização do computador não pode ser reduzida a 
um simples instrumento para fornecer instruções 
ao educando, mas os novos recursos da informática 
podem redimensionar toda a referência da educação 
como um todo.
O aluno durante o período escolar necessita de 
vários estímulos a cada passo para que não desista, princi-
palmente quando está desenvolvendo um trabalho marca-
do por um forte sentimento de incapacidade presente em 
todas as suas realizações. Não se pode deixar de fazer uma 
reflexão	sobre	o	tratamento	dado	ao	erro	na	aprendizagem.	
O	erro	oferece	a	(re)	construção	do	conhecimento,	quando	
olhado do aspecto cognitivo. No entanto, pelo lado afetivo, 
esquecer que o acerto é necessário, estaria em outro erro, 
faz-se necessário buscar o equilíbrio entre o cognitivo e o 
afetivo, para que a prática pedagógica seja coerente.
A interação, entre o aluno e o computador, pre-
cisa	 ser	mediada	por	um	profissional	que	 tenha	conhe-
cimento do processo de ensino/aprendizagem através 
da construção do conhecimento. Os educadores de hoje 
precisam	estar	afinados	com	as	ferramentas	tecnológicas	
para utilizá-las da melhor forma possível, de maneira a fa-
19
zer com que o aluno avance no crescimento educacional, 
interagindo consigo mesmo, com o outro e com o mundo. 
Para tanto, é necessário conduzir o professor para uma re-
flexão	de	sua	prática,	revendo	continuamente	a	fundamen-
tação teórico-metodológica que embasa as suas ações.
O	objetivo	deste	trabalho	é	refletir	sobre	as	no-
vas	 tecnologias	 de	 informação	 e	 comunicação	 (TICs)	
aplicadas na área educacional. Visando analisar como as 
utilizações das tecnologias computacionais podem ofere-
cer tanto ao professor quanto aos alunos, oportunidades 
interessantes e incursões na construção e reconstrução do 
conhecimento do aluno. 
A atualidade mostra que o homem vive rodeado 
pela informática em todos os momentos de sua vida. Po-
demos dizer que esta é a era da comunicação, que traz de 
forma intensa para a sociedade contemporânea, a televisão, 
o computador e a conexão em rede. É preciso entender o 
que representa esses meios de informação e comunicação 
cada vez mais presentes, mesmo em diferentes comunida-
des e culturas. 
Na área da Educação tais recursos utilizados de 
forma adequada pelos professores, favorecem diferentes 
conhecimentos,	 apontando	 infinitas	 possibilidades	 de	
contato com o mundo. Os avanços tecnológicos podem 
mediar e disponibilizar esses conhecimentos para a socie-
dade.	(Lévy,	1993).
O papel da educação que tem como objetivo 
promover a formação integral do homem precisa repen-
sar as ações educativas com o intuito de explorar estes re-
cursos da vida moderna em aplicação efetiva no processo 
20
de ensinar e aprender. 
A escola, além de um espaço formativo, é também 
um ambiente sociocultural que faz parte da sociedade em 
que vivemos, não pode desconsiderar a busca pelas novas 
tecnologias, para apresentar e preparar o aluno, de forma 
vivenciar a era da informática no seu dia a dia, em interação 
com o outro e com o mundo.
A educação hoje se caracteriza por uma socieda-
de interconectada, pelos meios de comunicação. As for-
mas de ensinar sofreram alterações, tantos os professores 
como os alunos percebem que muitas aulas convencio-
nais estão ultrapassadas. Ensinar, hoje, se apresenta como 
um	 desafio	 constante.	 As	 informações	 estão	 cada	 vez	
mais rápidas e de longo alcance, o que exige novos olha-
res para a educação, no sentido de alterar metodologias 
em novos modos de ensinar. Ao considerar que “Conhe-
cer significa compreender todas as dimensões da realidade, captar 
e saber expressar essa totalidade de forma cada vez mais ampla e 
integral”	(MORAN,	2000,	p.	01).
A escola deve estar ajustada e articulada com os 
atuais meios de infomação e comunicação característicos 
desse século. A construção do conhecimento na socieda-
de da informação se dá forma mais livre, em um processo 
de leitura rápida, criando diferentes interpretações e in-
terconexões no aprendizado humano. Vejamos tais con-
siderações evidenciadas na fala do professor Luis Carlos 
de Menezes, docente na Universidade de São Paulo, para 
a Revista Nova Escola/Maio/2012: 
21
Tecnologia na Educação: Quanto e Como Utilizar
A escola deve se valer cada vez mais de recursos 
que facilitam a comunicação e o acesso à informação sem, 
porém, se tornar refém deles.
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) 
estão transformando a vida em sociedade, mudando os ser-
viços e equipamentos usados em casas, indústrias, empresas, 
lojas, escritórios, bancos e hospitais. É ilusório imaginar que 
elas não interferirão cada vez mais nas escolas, cuja função, 
é claro, inclui informar e comunicar. Mas quanto e de que 
forma lançar mão delas? Essa é uma questão discutida em 
todo o mundo. Já tratamos do tema nesta coluna, quando 
sugerimos às redes de ensino o uso delas para simplificar a ro-
tina de educadores e escolas, como no controle de frequência 
e desempenho de alunos. 
A o discutir o assunto, é preciso lembrar a dispa-
ridade de condições entre as escolas do país, pois, enquanto 
algumas já trocam por tablets os notebooks com que os alu-
nos acessam a internet e a intranet, outras carecem de meios 
elementares, como espaço - mas fazem um trabalho digno 
nas condições em que atuam.
Não esqueçamos que discussões em torno de recur-
sos técnicos são antigas, como usar ou não calculadoras ao 
estudar aritmética, questão que pode se repetir agora, com 
relação à utilização do editor de texto no aprendizado de or-
tografia. Evitemos, contudo, posicionamentos radicais, pró 
ou contra. O essencial, naturalmente, é que o tecnológico 
esteja a serviço do pedagógico, e não o contrário.
Certos recursos devem ser rapidamente incorpora-
22
dos ao instrumental educativo, pois permitem, por exemplo, 
ver células vivas em três dimensões, observar galáxias distan-
tes por meio de um telescópio em órbita e acessar exposições 
de arte e ciência em museus de todo o mundo. Em janeiro, 
em Londres, uma feira mostrou as mais recentes novidades 
em tecnologia voltada à Educação, que ainda não estão, ob-
viamente, disponíveis nas redes brasileiras. No entanto, es-
colas públicas já contam com telões, retroprojetores e, mais 
recentemente, tablets - e não é justo negar aos nossos jovens 
oportunidades de contato com o conhecimento universal, 
pois o custo disso é cada vez menor.
À medida que a nova cultura de comunicação vai 
sendo incorporada à vida escolar, uma série de procedimen-
tos de rotina se altera para melhor, assim como outros sur-
gem. Pode-se incrementar a comunicação entre escolas e fa-
mílias, de certa forma restaurando um diálogo que foi maior 
no passado. Outra possibilidade é partilhar com estudantes 
ou entre eles orientações e sugestões de trabalho. Além disso, 
fica facilitado o intercâmbio entre escolas de diversas regiões 
e mesmo de diferentes países, contribuindo para a formação 
de uma cidadania global, em que ocorram intercâmbios cul-
turais contínuos e o exercício de solidariedade em desastres 
naturais e outras situações críticas. Trata-se, enfim, de inserir 
a escola em uma inevitável transformação de alcance mun-
dial, mais do que levá-la a aderir a uma tendência transitó-
ria.
Ao educar para o uso dessas tecnologias, há aspectos 
que são de natureza socioafetiva, e não simplesmente cogniti-
va. Um jovem que tenha centenas de “amigos ou seguidores” 
numa rede social pode carecer de amigos com quem parti-
23
lhe sentimentos olhando nos olhos, troque observações sobre 
questões sociais ou ambientais e faça arte, experimentações 
ou esportes coletivos.
Por isso, a escola deve ser um contraponto real ao 
mundovirtual, promovendo aulas participativas, projetos 
sociais, grupos teatrais, hortas coletivas e campeonatos espor-
tivos, além de manter seus laboratórios sempre abertos. Nem 
tudo é possível ao mesmo tempo, mas em cada atividade as 
tecnologias estarão a serviço da vida escolar, que, sem ser sua 
refém, se beneficia delas. Seria impensável, isso sim, ignorar 
a onda tecnológica que nos alcança. Se não aprendermos a 
surfar nela, acabaremos submergindo.
1.1. A Tecnologia na Prática Escolar
O	atual	 cenário	 tecnológico	exige	profissionais	
educadores cada vez mais habilitados a trabalhar na pers-
pectiva das tecnologias, com uso das multimídias no pro-
cesso de ensinar. Os meios de comunicação presentes no 
nosso cotidiano fazem toda diferença na prática pedagó-
gica do professor. A relação da criança e do jovem com as 
multimídias é impressionante do ponto de vista da habili-
dade dos mesmos em operá-las. O professor precisa estar 
atento a essas novas possibilidades educativas. 
O educador deve acompanhar a evolução dos 
tempos, incorporando a utilização das máquinas, sem, 
contudo, atribuir a estas a responsabilidade do fazer pe-
dagógico. A realidade na sociedade atual evidencia uma 
24
escola e uma sala de aula conectada à Internet e cada alu-
no com um notebook. Nesse contexto, o professor pre-
cisa	rever	suas	habilidade	e	competências,	além	de	refletir	
constantemente sobre sua prática, conectado à realidade 
virtual, na qual o aluno é um sujeito hiperdinâmico. O 
computador, por exemplo, proporciona uma forma di-
ferente para a realização de uma ação educativa, sendo 
incapaz de dar soluções mágicas para as possíveis atribu-
lações na relação aluno-professor. 
É preciso salientar que a presença do computa-
dor na sala de aula não reduz os problemas educacionais 
e não substitui a relação afetiva necessária entre o educador 
e seu aluno. Estas questões auxiliam o educador a não super-
valorizar o emprego da informática na prática pedagógica.
Segundo	Valente	(2005,	p.23)
Nesse aspecto, a experiência pedagógica do pro-
fessor é fundamental. Conhecendo as técnicas de 
informática para a realização dessas atividades 
e sabendo o que significa construir conhecimen-
to, o professor deve indagar se o uso do computa-
dor está ou não contribuindo para a construção 
de novos conhecimentos.
O professor precisa sempre estar revendo e re-
fletindo	sua	prática,	e	no	caso	da	utilização	do	computa-
dor nas atividades pedagógicas mais ainda. A tecnologia 
vem auxiliar a educação para direcionar os objetivos com 
o processo de ensino-aprendizagem. Não pode ser uti-
25
lizada	 como	 um	fim	 em	 si	mesmo.	Devendo	 levar	 em	
conta a realidade de cada lugar, de cada escola.
Observa-se a importância do uso da tecnologia 
no sentido de apresentar meios, instrumentos para colabo-
rar no desenvolvimento do processo de aprendizagem, que 
engloba professores e alunos e suas interações propiciando 
colaboração mútua na construção do conhecimento. 
 O computador pode funcionar como uma fer-
ramenta,	um	meio,	um	caminho	com	desafios	e	possibi-
lidades em que o aluno “aprende fazendo”, facilitando as 
ações educativas, motivando o aluno para as descobertas. 
Tanto	 professor	 quanto	 aluno	 podem	 usufruir	 das	 infi-
nidades de opções que esta máquina oferece, de forma a 
contribuir para a construção do conhecimento. “As facili-
dades técnicas oferecidas pelos computadores possibilitam 
a exploração de um leque ilimitado de ações pedagógicas, 
permitindo uma ampla diversidade de atividades que pro-
fessores e alunos podem realizar”	(VALENTE,	2005,	p.23).
Para este autor, a experiência pedagógica do pro-
fessor é de suma importância. Porque, sabendo o que signi-
fica	construir	conhecimento,	e	em	posse	das	técnicas	de	in-
formática, pode observar se realmente o computador está 
contribuindo para a aquisição de novos conhecimentos ou 
se está apenas oferecendo informações ao aluno. Conside-
rando que o meio em que vivemos é inteiramente informa-
tizado, não se pode negar a existência de uma ferramenta 
que pode se tornar valiosa no processo de aprendizagem, 
porém com bastante cautela por parte do educador.
Valente	 (2005)	 afirma	 que	 é	 necessário	 que	 o	
professor esteja preparado para lidar tanto com a parte 
26
técnica quanto com o pedagógico, um complementando 
o outro. E que o próprio domínio das técnicas vai se apri-
morando à medida que o pedagógico exige e vice-versa.
Não é mais possível ignorar a presença do com-
putador na escola, pois já faz parte da vida do homem. A 
educação como via de formação do cidadão pertencente 
a uma sociedade informatizada, e precisa encarar que o 
computador, assim como a Internet, recursos multimídia 
etc., auxiliem de forma dinâmica os caminhos educativos, 
o que já fazem parte da vida do aluno. Muitas escolas 
ainda não possuem o computador como instrumento de 
ensino, mas as crianças já conhecem esta máquina através 
dos jogos eletrônicos, dos heróis, das máquinas calcula-
doras, por meio da televisão ou de um amigo. 
O	 aluno	 não	 pode	 ficar	 alheio	 a	 esta	 realidade,	
dentro do meio sociocultural onde está inserido. O com-
putador, o vídeo, os recursos multimídias, podem ser uma 
fonte	de	estímulos	e	de	desafios	que	atendam	as	necessi-
dades e interesses do próprio aluno, no processo de apren-
dizagem.	Com	ações	organizadas	a	partir	da	 reflexão	do	
professor. Porque é preciso estar atento no sentido de que 
a partir das informações o aluno possa interagir com o 
mundo e com as pessoas e nesse processo construir seu 
conhecimento.	De	acordo	com	Valente	(2005,	p.24).
O que significa conhecimento e como ele dife-
re da informação? A informação será tratada 
aqui como os fatos, os dados que encontramos 
27
nas publicações, na Internet ou mesmo aquilo 
que as pessoas trocam entre si. Assim, passamos e 
trocamos informações. O conhecimento é o que 
cada indivíduo constrói como produto do pro-
cessamento, da interpretação, da compreensão 
da informação. É o significado que atribuímos 
e representamos em nossa mente sobre a nossa 
realidade. É algo construído por cada um, mui-
to próprio e impossível de ser passado – o que é 
passado é a informação que advém desse conhe-
cimento, porém nunca o conhecimento em si.
Por	isso	a	necessidade	da	reflexão	constante	da	es-
cola e do professor como mediadores da educação do ho-
mem. O objetivo maior dessa educação é a construção do 
conhecimento que deve ser baseada e encaminhada por meio 
das inovações pedagógicas. Pois, o mundo está em constan-
te transformação e a escola tem que acompanhar este ritmo 
apresentando	 currículos	 flexíveis	 e	 métodos	 participativos	
voltados para a realidade de cada lugar. Com um ensino cen-
trado no aluno, na estruturação do seu conhecimento. 
O professor torna-se estimulador e coordena-
dor desse processo com ações pedagógicas criativas e 
contextualizadas para favorecer a formação e aquisi-
ção de valores. Uma educação que tenha como meta as 
gerações futuras. É possível abrir caminho para novas 
relações do aluno por meio da mediação pedagógica e 
isso inclui, os materiais, o próprio contexto, com seus 
companheiros de aprendizagem, com o professor, 
28
1.2. As Linguagens Tecnológicas
Este contexto tecnológico exige que o sistema 
de ensino tenha a capacidade de redirecionar suas ações 
para atender as demandas atuais, cujas expectativas por 
parte	dos	alunos	estão	ficando	cada	vez	mais	aceleradas	
em função da informatização. Desta forma, amplia-se a 
necessidade de oferecer uma educação baseada em mui-
tas linguagens, para capacitar o aluno de acordo com as 
exigências	próprias	da	sociedade.	Verifica-se	nesse	con-
texto a importância de cada unidade educacional desen-
volver o seu próprio projeto pedagógico, para que seja o 
consigo mesmo e com seu futuro.
O professor tem um importante papel como 
agente promotor do processo de aprendizagem 
do aluno, que constrói o conhecimento num am-
biente que o desafia e motiva para a exploração, 
a reflexão, a depuraçãode idéias e a descoberta 
de novos conceitos. (VALENTE, 1998, p.162)
No entanto, as possibilidades abertas com esses re-
cursos	tecnológicos	são	infinitas	e	a	escola	precisa	estar	atenta	
e explorar esses dispositivos pedagógicos de forma inteligente 
e responsável visando um objetivo maior que é o de buscar 
novos conhecimentos e não como máquinas divertidas e 
agradáveis	para	passar	o	tempo.	(VALENTE,	1998).
29
mais adequado possível de forma a atender toda a comu-
nidade	escolar	específica	de	cada	escola.	
Diferenciadas linguagens tem sido veiculadas 
pelos meios de informação e comunicação e a escola tem 
que trabalhar a construção do conhecimento do aluno 
na perspectiva de incorporar esse novo modo de inte-
ragir e se relacionar no cotidiano. Estamos vivenciando 
de forma acelerada aos mecanismos da informatização 
em que são produzidas novas maneiras de comunicação. 
“As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar 
de termos educadores maduros, intelectuais e emocional-
mente	 curiosos,	 que	 saibam	motivar	 e	 dialogar”.	 (MO-
RAN,	2000,	p.	01).	
As propostas educacionais e os currículos de-
vem	proporcionar	flexibilidade	e	criatividade	nas	práticas	
pedagógicas frente aos novos tempos da era da informa-
ção. É necessário pensar outra forma de construção do 
conhecimento diferente da educação tradicional. Não 
mais impor e transmitir o conhecimento, mas construir 
uma relação recíproca de aprendizagem no contexto de 
linguagens novas e características da tecnologia. O pro-
fessor ao ensinar precisa ter a consciência desse novo 
momento, e assim redirecionar a metodologia de trabalho 
tendo em vista a necessidade do aluno frente aos aparatos 
telemidiáticos, conforme aponta Moran:
Os meios de comunicação, principalmente os 
áudio-vídeo-gráficos, desenvolvem formas so-
fisticadas de comunicação, de superposição de 
linguagens e mensagens, que facilitam a apren-
30
dizagem e condicionam outras formas de espaço 
e comunicação. (1997, p.32). 
Sabemos que o homem está sempre em proces-
so de construção do conhecimento e que a aprendiza-
gem se dá através da inter-relação do ser com o objeto, 
partindo, na maioria das vezes, do concreto para o abs-
trato. Dessa forma, aprendizagem ocorre mesmo antes 
do nascimento e se prolonga pela vida afora, sendo um 
processo dinâmico, contínuo, global, pessoal e que gra-
dativamente vai acumulando saberes a vida de cada um. 
Portanto, o ser humano é um eterno aprendiz, e a cada 
construção ocorrem transformações que vão estruturan-
do as aquisições para novos conhecimentos.
A construção do conhecimento na sociedade da 
informação deve habilitar o aluno a compreender todas 
as dimensões da realidade, captando, interagindo e ex-
pressando essa totalidade de forma cada vez mais am-
pla e integral. O desenvolvimento dessas habilidades é 
fundamental para a compreensão do mundo. Para Moran 
(2000),	a	construção	do	conhecimento,	mediante	as	pos-
sibilidades	da	multimídia,	é	mais	livre	e	tem	mais	flexibili-
dade passando pelo sensorial, emocional e pelo racional. 
Essas diferentes formas de linguagens da informação e 
da comunicação estarão presentes no processamento se-
quencial, hipertextual ou multimídico, facilitando a com-
preensão do aluno. Assim, explica Moran:
A informação dá-se de várias formas, segundo 
31
o nosso objetivo e o nosso universo cultural. A 
forma mais habitual é o processamento lógico-
-seqüencial, que se expressa na linguagem falada 
e escrita, na qual o sentido vai sendo constru-
ído aos poucos, em seqüência concatenada. A 
informação de forma hiper-textual, contando 
histórias, relatando situações que se interlaçam, 
ampliam-se, nos mostrando novos significados 
importantes, inesperados. É a comunicação 
“linkada”. A construção do pensamento é lógica, 
coerente, sem seguir uma única trilha, como em 
ondas que vão ramificando-se em diversas ou-
tras. Hoje, cada vez mais processamos as infor-
mações de forma multimídia, juntando pedaços 
de textos de várias linguagens superpostas, que 
compõem um mosaico ou tela impressionista, 
e que se conectam com outra tela multimídico. 
Uma leitura em flash, uma leitura rápida que 
cria significações provisórias, dando uma inter-
pretação rápida para o todo, através dos interes-
ses, percepções, do modo de sentir e relacionar-se 
de cada um.(2000, p. 02).
Ficam evidentes para nós as novas configura-
ções processadas pela tecnologia que estão sendo di-
namicamente incorporadas pela criança e pelo jovem. 
O professor tem necessariamente que ter o domínio 
dessas linguagens para que possa trabalhar com os 
alunos nesse novo contexto que apresenta novas for-
mas de ensinar e aprender.
33
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1.	 Segundo	Moran	 (2000):	 “Conhecer	 significa	
compreender todas as dimensões da realidade, captar e 
saber expressar essa totalidade de forma cada vez mais 
ampla e integral”. Esclareça, de acordo com sua opinião, 
o papel da Tecnologia no contexto acima. 
2. “A relação da criança e do jovem com as mul-
timídias é impressionante do ponto de vista da habilida-
de dos mesmos em operá-las. O professor precisa estar 
atento a essas novas possibilidades educativas”. Comente 
sobre o papel do professor nessa realidade tecnológica. 
3. Em sua opinião, de que forma o professor 
pode obter o domínio das linguagens tecnológicas?
4. Apresente sua interpretação sobre a presença 
da Internet na vivência escolar do educando.
5. O que são as TICs?
O ENSINO NO CONTEXTO 
TECNOLÓGICO
Caro	(a)	Aluno	(a)
Nesta unidade apresentamos as consi-
derações e estudos sobre as novas for-
mas de ensinar e aprender mediante as 
novas	 tecnologias.	 Refletimos	 sobre	 a	
necessidade	da	flexibilidade	do	currícu-
lo no contexto da informatização. 
Bom Estudo!
Unidade 2
Objetivos da Unidade 
Ao	final	desta	unidade,	você	deverá	ter	
condições de:
▪	Conhecer	as	novas	formas	de	apren-
der por meio das tecnologias. 
▪	 Refletir	 sobre	 a	 educação	 no	 novo	
contexto de aprendizagem.
▪	Refletir	sobre	o	currículo	na	realidade	
tecnológica.
Conteúdos da Unidade 
→	A	aprendizagem	e	a	informática
→	O	currículo	escolar	frente	às	inova-
ções tecnológicas
39
2. A Aprendizagem e a Informática
A educação e a escola que visam à forma-ção integral do indivíduo precisam cami-
nhar juntamente com os avanços da sociedade moderna, 
procurando explorar todos os recursos que a informática 
oferece. Desconhecer o valor e a utilização do computador 
nas salas de aula pode comprometer o direcionamento no 
processo de ensino e aprendizagem, fragmentando a pró-
pria construção do conhecimento, causando uma distância 
entre a real vivência do aluno. Pois, o ambiente sociocultu-
ral do indivíduo atualmente é rodeado pela informática nas 
mais diversas situações do cotidiano.
Ensinar deixa de ser o ato de transmitir in-
formação e passa a ser o de criar ambientes de 
aprendizagem para que o aluno possa interagir 
com uma variedade de situações e problemas, 
auxiliando-o em sua interpretação para que 
consiga construir novos conhecimentos (VA-
LENTE, 2005, p.24).
A informática traz ricas contribuições no 
campo educacional porque viabiliza um ambiente al-
tamente construtivo para a aprendizagem, uma vez 
que é uma ciência abrangente e dinâmica com apli-
cações a todas as áreas do conhecimento, com usos 
ilimitados. Estas características são de suma impor-
tância no campo do ensino para a formação da crian-
40
ça. As ferramentas virtuais disponíveis são de extre-
ma valia no processo educacional, tanto das crianças 
quanto dos jovens.
Ensinar é organizar situações de aprendi-
zagem, criando condições que favoreçam a 
compreensão da complexidade do mundo, 
do contexto, do grupo, do ser humano e da 
própria identidade. Diz respeito a levantar 
ou incentivar a identificação de temas ou 
problemas de investigação, discutir sua im-
portância, possibilitar a articulação entre 
diferentes pontos de vista, reconhecer distin-
tos caminhos a seguir na busca de sua com-
preensão ou solução, negociar redefinições,incentivar a busca de distintas fontes de in-
formações ou fornecer informações relevan-
tes, favorecer a elaboração de conteúdos e a 
formalização de conceitos que propiciem a 
aprendizagem significativa. Criar ambien-
tes de aprendizagem com a presença da TIC 
significa utilizá-la para a representação, a 
articulação entre pensamentos, a realização 
de ações, o desenvolvimento de reflexões que 
questionam constantemente as ações e as sub-
metem a uma avaliação contínua. (ALMEI-
DA, 2005. p. 72). 
Dessa forma, não há como ignorar a presença 
41
da Internet na vivência escolar do educando. O aluno 
hoje está envolvido pela realidade tecnológica, e esse 
contexto favorece a construção de uma dimensão cul-
tural e social e amplia os conhecimentos através prin-
cipalmente do computador. 
Portanto, a prática pedagógica realizada com 
o apoio do computador pode estimular o interesse e a 
motivação pela descoberta do conhecimento, pois a tec-
nologia	tem	o	papel	de	trazer	inúmeros	desafios	e	assim	
atrair a atenção da criança que é movida pelo aprender-
-fazendo. As experiências com a informática despertam 
o prazer pela descoberta, e provocam mudanças de com-
portamento no aluno, desenvolvendo capacidades lógicas 
e	de	raciocínio,	com	a	rapidez	e	flexibilidade	necessárias	
para a transformação desejada no campo educacional. 
Moran	(2000)	pode	complementar	essa	ideia:
O computador permite cada vez mais pesquisar, 
simular situações, testar conhecimentos especí-
ficos, descobrir novos conceitos, lugar e idéias. 
Com a Internet pode-se modificar mais facil-
mente a forma de ensinar e aprender. Procurar 
estabelecer uma relação de empatia com os alu-
nos, procurando conhecer seus interesses, forma-
ção e perspectivas para o futuro. É importante 
para o sucesso pedagógico a forma de relaciona-
mento professor/aluno. Descobrir as competên-
cias dos alunos motivá-los para aprender, para 
participar de aulapesquisa e para a tecnologia 
que será usada entre elas a Internet (p. 06).
42
A escola precisa se preparar no sentido de rees-
truturar e reorganizar suas ações e equipe pedagógicas, 
para integrar as novas tecnologias nesse novo contexto 
de aprendizagem. Veremos a seguir de que forma a escola 
pode se adequar a essa cultura digital, com uma sugestão 
da Professora Léa Fagundes para a Revista Nova Escola, 
em que aponta sete passos importantes para essa integra-
ção da escola aos meios tecnológicos:
Informática: 7 passos para o futuro
Ações simples para inserir a equipe e os alunos 
em uma verdadeira cultura virtual
Que tal trocar a caneta e o papel pelo teclado na 
hora de elaborar a ata da reunião de planejamento, orga-
nizar um espaço de formação tecnológica para os professo-
res dentro do horário coletivo de trabalho ou incentivá-los 
a construir planilhas de acompanhamento do aprendiza-
do dos alunos no computador?
Essas ações podem quebrar a resistência da equi-
pe e criar um ambiente favorável para desenvolver e 
fortalecer em sua escola o hábito de usar a informática 
nos processos do dia-a-dia. Os gestores podem e devem 
favorecer a utilização de novas mídias ao lançar mão de 
estratégias como essas.
Léa Fagundes, da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS), lembra que antes de tudo é pre-
ciso facilitar o acesso. “Alguns diretores impedem que o 
laboratório seja usado, com medo de os alunos danifica-
rem os equipamentos. Elaborou uma lista de sete passos 
43
que podem ajudar sua escola a tomar o rumo do futuro.
1. Colocar máquinas em uso
Faça um levantamento dos recursos de que a esco-
la dispõe. Relacione computadores, televisores, aparelhos de 
vídeo e DVD, máquinas fotográficas e de vídeo, gravadores 
de voz e microfones. Todos esses equipamentos são ferramen-
tas de ensino. “Os recursos devem estar na mão de alunos e 
professores. Não dá para ter um controle autoritário do uso. 
Empregar novas mídias para favorecer a aprendizagem é fa-
lar em processos de criação. Por isso, o ponto de partida é a 
liberdade de acesso”, destaca Lia Paraventi, coordenadora de 
informática educativa da Secretaria Municipal de Educação 
de São Paulo. 
2. Inserir no projeto pedagógico
Na EMEF Pracinhas da FEB, na capital paulista, 
gestores e professores escolhem, nas reuniões de planeja-
mento, as linguagens que serão usadas nos projetos. “Em 
2008, trabalhamos a produção de um jornal no computa-
dor, do texto à diagramação”, conta Paloma Fernandez, 
orientadora de Informática Educativa da escola. Os pro-
fessores das disciplinas envolvidas se reuniram com ela no 
horário de trabalho coletivo para juntar conteúdo e tecno-
logia. Em História, os alunos produziram notícias sobre a 
Revolução de 1930 e as guerras mundiais. Em Matemática, 
criaram um encarte com desafios de lógica, e em Ciências, 
reportagens sobre higiene e prevenção de doenças. Este ano, 
as turmas aprenderão a fazer audiovisuais. 
3. Formar a equipe
Se o mouse ainda é um objeto estranho para a 
equipe (ou só para você), promova um curso de capaci-
44
tação. Márcia Jubett, diretora da EMEF Marta Warten-
berg, em Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, mal 
sabia ligar o computador, mas isso não a impediu de in-
formatizar a escola. “Criamos um espaço para a forma-
ção dentro do horário coletivo de trabalho e passamos a 
discutir a montagem de projetos didáticos usando novas 
mídias.” A professora de informática repassa à equipe o 
que aprende em cursos oferecidos pelas secretarias muni-
cipal e estadual. Outra ideia é incentivar os professores 
que já dominam as linguagens a compartilhar seus sabe-
res com o grupo. 
4. Mudar a gestão
Escola que não tem pessoal suficiente para coor-
denar o uso do laboratório de informática pode fazer um 
projeto com alunos monitores. “Isso ajuda no compro-
metimento com as atividades”, analisa Márcia Padilha, 
coordenadora do Instituto para o Desenvolvimento e a 
Inovação Educativa, da Organização de Estados Ibero-
-Americanos. O essencial é dar condições para que os es-
tudantes entrem no laboratório nos horários em que não 
estão em aula (a escola e a sala de informática têm de 
estar abertas e em condições de uso), além de acompanhar 
o trabalho. Os equipamentos precisam de manutenção e 
atualização. Um bom caminho é definir regras de uso de 
sites e comunidades virtuais e gerir o acesso e a organiza-
ção das atividades dentro e fora do laboratório. 
5. Usar a tecnologia todo dia
Substituir a correspondência em papel com os 
pais por e-mails personalizados, colocar os balancetes de 
gastos numa planilha digital, construir arquivos para o 
45
acompanhamento das aprendizagens dos alunos ou criar 
uma comunidade virtual para compartilhar o resultado 
das reuniões de planejamento são exemplos de como a in-
formática pode estar presente na gestão da escola. Na EE 
Professora Neuza Maria Nazatto de Carvalho, em Santa 
Bárbara do Oeste, a 130 quilômetros de São Paulo, a di-
retora Sirlei Dantes adotou a digitalização das planilhas 
com as notas dos 850 alunos. “Para quebrar a resistência 
dos professores, fizemos um trabalho de formação mos-
trando que a mudança facilitaria os processos. Hoje eles 
editam online esse material. Na direção, acrescentamos 
outros dados dos estudantes e enviamos por e-mail para a 
secretaria”, ensina a diretora. 
6. Sair do laboratório
Ter um espaço reservado para os computa-
dores é importante, mas, com o tempo, o laboratório 
convencional pode se transformar num espaço de pro-
dução multimídia com som e imagem. Ganha muito 
a escola que instala uma rede sem fio e cria ambientes 
de aprendizagem com computadores portáteis - para 
o uso dos alunos ou na formação dos professores. 
7. Integrar a comunidade
É importante criar redes de relacionamento 
e cooperação com o entorno. “Muitas vezes, a escola é 
o único lugar onde o aluno tem acesso à tecnologia. 
Por isso, ela precisa dar a ele os instrumentos para a 
socialização e inserção no mercado de trabalho”, afir-
ma José Manuel Moran, pesquisador em Tecnologias 
da Educação da Universidadede São Paulo (USP).
46
Percebe-se que, mediante a sociedade atual, com 
uma escola informatizada, não pode mais ser alheia a re-
alidade, devendo incorporar em sua rotina todas as con-
dições para que a criança e o jovem tenham acesso aos 
meios tecnológicos como rescursos para o processo de 
aprendizagem, que só poderá ter bons resultados ao de-
senvolverem habilidades com a informática, para respon-
derem	de	maneira	eficaz	às	solicitações	e	as	exigências	do	
mundo moderno. No entanto, para Valente:
As questões técnicas e pedagógicas da informática 
na educação mostram que os grandes desafios des-
sa área na combinação do técnico com o pedagó-
gico e, essencialmente, na formação do professor 
para que ele saiba orientar e desafiar o aluno para 
que a atividade computacional contribua para a 
aquisição de novos conhecimentos (2005, p. 30). 
O preparo do professor deve envolver muito 
mais que a simples habilidade técnica ao utilizar as mul-
timídias. Este precisa ter um bom domínio pedagógico 
ao criar condições para a construção do conhecimento 
sobre os aspectos computacionais, compreendendo as 
perspectivas educacionais com relação às diferentes apli-
cações da tecnologia, e, de que forma, a mesma pode es-
tar integrada à prática pedagógica. Proporcionando um 
aprendizado aliado às experiências reais do aluno, sempre 
atendendo às suas necessidades sem deixar de considerar 
os	objetivos	pedagógicos	propostos.	Valente	(2005,	p.30),	
47
pode complementar:
Nesse sentido, o desafio dessa formação é enor-
me. Ela deve ser pensada na forma de um espiral 
crescente de aprendizagem, permitindo ao edu-
cador adquirir simultaneamente habilidades e 
competências técnicas e pedagógicas. No entan-
to, a preparação desse professor é fundamental 
para que a educação dê o salto de qualidade e 
deixe de ser baseada na transmissão da infor-
mação para incorporar também aspectos da 
construção do conhecimento pelo aluno, usando 
para isso as tecnologias digitais, que estão cada 
vez mais presentes em nossa sociedade. 
Observamos que o ensinar e aprender hoje exige 
muito	mais	flexibilidade	por	parte	do	professor.	Os	mo-
delos	de	conteúdos	fixos	já	estão	ficando	ultrapassados,	
é preciso que os educadores busquem processos mais 
abertos de pesquisa e comunicação. São grandes os desa-
fios	do	professor,	pois	é	necessário	aprender	a	equilibrar	
planejamento e criatividade, organização e adaptação a 
cada situação, aceitar os imprevistos e trabalhar com 
o inesperado, recriando novos caminhos de apren-
dizagem. Nesse sentido, o currículo inclusive preci-
sa ser revisto para superar um ensino ultrapassado 
e tradicional, para que se incorpore efetivamente as 
tecnologias nos espaços escolares.
48
1.2. O Currículo Escolar Frente às 
Inovações Tecnológicas
As inovações tecnológicas implicam um “re-
pensar a educação” em sua estrutura. As diretrizes e 
propostas curriculares, necessariamente, precisam es-
tar articuladas com as possibilidades tecnológicas. É 
importante a integração de todas as tecnologias na 
aprendizagem do aluno: as telemáticas, audiovisuais, 
lúdicas, textuais e musicais.
Atualmente, já se fala em webcurrículo. Ou 
seja, um currículo organizado mediante as tecnologias 
disponibilizadas. Para integrar as tecnologias de infor-
mação	 e	 comunicação	 (TICs)	 não	 basta	 introduzir	 o	
computador na escola ou simplesmente disponibilizar 
materiais didáticos na Internet. É um processo muito 
mais complexo, quando se considera que a tecnologia 
digital pode ser desenvolvida em diferentes linguagens.
De acordo com a especialista no uso das 
novas tecnologias em Educação, a Professora Maria 
Elizabeth	Bianconcini	de	Almeida	(2010,	p.	01)	escla-
rece o que é webcurrículo:
É o currículo que se desenvolve por meio 
das tecnologias digitais de informação e co-
municação, especialmente mediados pela 
Internet. Uma forma de trabalhá-lo é in-
formatizar o ensino ao colocar o material 
didático na rede. Mas o webcurrículo vai, 
além disso: ele implica a incorporação das 
49
principais características desse meio digital 
no desenvolvimento do currículo. Isto é, im-
plica apropriar-se dessas tecnologias em prol 
da interação, do trabalho colaborativo e do 
protagonismo entre todas as pessoas para o 
desenvolvimento do currículo. É uma inte-
gração entre o que está no documento pres-
crito e previsto com uma intencionalidade 
de propiciar o aprendizado de conhecimentos 
científicos com base naquilo que o estudante 
já traz de sua experiência. O webcurrículo 
está a favor do projeto pedagógico. Não se 
trata mais da eventual tecnologia, mas de 
uma forma integrada com as atividades em 
sala de aula. 
Para enriquecer a discussão sobre a questão do 
currículo no contexto educativo, apresentamos na íntegra 
a entrevista da referida professora à Revista Nova Escola, 
em	que	 traz	 considerações	 importantes	 para	 reflexão	 e	
complementação dos estudos.
A Tecnologia Precisa Estar na Sala de Aula/Julho/2010
Maria Elizabeth de Almeida fala sobre 
tecnologia na sala de aula
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida alerta 
que o currículo escolar não pode continuar dissociado 
das novas possibilidades tecnológicas
50
Em um mundo cada vez mais globalizado, uti-
lizar as novas tecnologias de forma integrada ao projeto 
pedagógico é uma maneira de se aproximar da geração 
que está nos bancos escolares. A opinião é de Maria Eliza-
beth Bianconcini de Almeida, coordenadora e docente do 
Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 
Defensora do uso das Tecnologias de Infor-
mação e Comunicação (TICs) em sala de aula, Beth 
Almeida faz uma ressalva: a tecnologia não é um en-
feite e o professor precisa compreender em quais situ-
ações ela efetivamente ajuda no aprendizado dos alu-
nos. “Sempre pergunto aos que usam a tecnologia em 
alguma atividade: qual foi a contribuição? O que não 
poderia ser feito sem a tecnologia? Se ele não consegue 
identificar claramente, significa que não houve um 
ganho efetivo”, explica. 
Nesta entrevista para NOVA ESCOLA, a espe-
cialista no uso de novas tecnologias em Educação, forma-
ção docente e gestão falou sobre os problemas na formação 
inicial e continuada dos professores para o uso de TICs e de 
como integrá-las ao cotidiano escolar.
O que é o webcurrículo?
MARIA ELIZABETH: É o currículo que se 
desenvolve por meio das tecnologias digitais de infor-
mação e comunicação, especialmente mediados pela 
internet. Uma forma de trabalhá-lo é informatizar o 
ensino ao colocar o material didático na rede. Mas o 
51
webcurrículo vai além disso: ele implica a incorpo-
ração das principais características desse meio digital 
no desenvolvimento do currículo. Isto é, implica apro-
priar-se dessas tecnologias em prol da interação, do traba-
lho colaborativo e do protagonismo entre todas as pessoas 
para o desenvolvimento do currículo. É uma integração 
entre o que está no documento prescrito e previsto com 
uma intencionalidade de propiciar o aprendizado de co-
nhecimentos científicos com base naquilo que o estudante 
já traz de sua experiência. O webcurrículo está a favor do 
projeto pedagógico. Não se trata mais do uso eventual da 
tecnologia, mas de uma forma integrada com as ativida-
des em sala de aula. 
O uso das TICs facilita o interesse 
dos alunos pelos conteúdos?
MARIA ELIZABETH: Sim, pois estamos falan-
do de diferentes tecnologias digitais, portanto de novas 
linguagens, que fazem parte do cotidiano dos alunos e 
das escolas. Esses estudantes já chegam com o pensamento 
estruturado pela forma de representação propiciada pelas 
novas tecnologias. Portanto, utilizá-las é se aproximar 
das gerações que hoje estão nos bancos das escolas.
Como integrar efetivamente essas tecnologias ao 
currículo escolar e ao projeto pedagógico?
MARIA ELIZABETH: A primeira coisa é ter 
52
a tecnologia disponível. É por isso que não se obser-
vam resultados tão favoráveis quando há apenas um 
laboratóriopara toda a escola. A tecnologia tem de 
estar na sala de aula, à mão no momento da neces-
sidade. Pode ser um pequeno laboratório na sala ou 
um computador por aluno. Não estou falando exclusi-
vamente de computador, mas de diversas tecnologias 
digitais.
A ideia do computador como o único acesso às
TICs é ultrapassada?
MARIA ELIZABETH: Sem dúvida! Não que o 
laboratório não deva existir. Ele precisa estar na escola, 
mas passa a ser ressignificado. O laboratório é para uma 
atividade mais sofisticada, que exige recursos de uma re-
configuração, digamos, mais pesada e atualizada. Essa 
tecnologia precisa estar à mão para a produção de conheci-
mento dos alunos à medida que surja a necessidade.
Isso pressupõe um alto investimento, incompatível 
com a infraestrutura de muitas escolas.
MARIA ELIZABETH: O porcentual de alu-
nos em escolas muito precárias é pequeno. Em termos 
de política pública, não há solução única. É preciso 
buscar ações diferenciadas. Há que superar esses desa-
fios quase simultaneamente e trabalhar em duas fren-
tes: recuperar atrasos, alguns bem antigos, e inserir 
essa nova geração na sociedade digital.
53
Os telefones celulares já são amplamente acessíveis e 
oferecem muitas possibilidades didáticas - o trabalho 
com fotos, filmagens, mensagens e mesmo com a inter-
net -, mas a maioria das escolas prefere proibi-los. Não 
é uma atitude retrógrada?
MARIA ELIZABETH: Vetar o uso não adianta 
nada porque o aluno vai levar e utilizar ali, embaixo 
da carteira. É preciso criar estratégias para que os celu-
lares sejam incorporados, pois oferecem vários recursos 
e não custam nada à escola. A proibição só incentiva o 
uso escondido e a desatenção na dinâmica da aula. Ge-
ralmente os estudantes, inclusive de escolas públicas, têm 
celular e o levam a todos os lugares. Ele é o instrumento 
mais usado pela população brasileira. Basta olhar as es-
tatísticas. O que o webcurrículo prevê é o uso integrado 
da tecnologia. Os alunos, com seu celular, podem fazer o 
registro daquilo que encontram numa pesquisa de cam-
po. Podem trabalhar textos e fotos e preparar pequenos 
documentários em vídeo. Isso precisa estar integrado ao 
conteúdo.
E como enfrentar as questões éticas e desenvolver 
uma postura crítica em relação a essas mídias?
MARIA ELIZABETH: Da mesma forma que 
nos preocupamos com essas questões em todos os cam-
pos. A tecnologia não é uma exceção, até porque ela 
potencializa o trabalho com diversas mídias, com 
imagens e textos. Ela facilita a cópia, o plágio. Mas 
54
não que isso não existisse antes. O bom é que, assim 
como simplifica a fraude, também facilita a detecção. 
E o que nos cabe como educadores? Cabe ajudar o alu-
no a entender o que é ético para que ele possa se pau-
tar por uma conduta adequada aos dias de hoje, mas 
baseado em princípios que sempre existiram. A única 
novidade é o meio.
Temos bons exemplos de currículos que já 
incorporaram a tecnologia?
MARIA ELIZABETH: Já temos várias iniciati-
vas importantes no país, mas é preciso ter em mente que 
os resultados, em Educação, não vêm em um curto prazo. 
Os currículos estão se alterando hoje e a diferença será 
sentida daqui a algum tempo. Mas a hora da mudança 
é agora.
As pesquisas conseguem demonstrar o impacto do uso 
das tecnologias no aprendizado dos alunos?
MARIA ELIZABETH: É preciso trabalhar com 
a perspectiva de análise macro, pois ela é importantíssi-
ma para ter a ideia do que acontece no todo. Entretanto, 
é necessário fazer estudos de casos específicos porque assim 
é possível identificar as inovações, aquilo que aparece de 
mudança, o que há de diferente. Para detectar os fatores 
que levaram à aprendizagem, é preciso acompanhar o 
aluno por algum tempo. Às vezes, ele demonstra um ren-
dimento muito bom, mas isso é anterior e não necessaria-
55
mente está relacionado ao uso das TICs. É difícil pegar 
essas situações. Os xames nacionais e internacionais não 
são feitos para identificar esses aprendizados. Nós vive-
mos uma situação paradoxal. Os sistemas de ensino estão 
preocupados em desenvolver os alunos para que eles te-
nham autonomia para atuar em uma sociedade em cons-
tante mudança. Mas o ritmo das escolas é o oposto disso.
O que é preciso para que a tecnologia seja 
integrada ao currículo?
MARIA ELIZABETH: O currículo da sala de 
aula não é apenas o prescrito. Ele se desenvolve do que 
emerge das experiências de alunos e professores, do diálogo 
entre eles. Nesse sentido, o uso das TICs pode auxiliar 
muito porque, quando é desenvolvido um currículo 
mediatizado, é feito o registro dos processos e com 
essa base é possível identificar qual foi o avanço do 
aluno, quais as suas dificuldades e como intervir 
para ajudá-lo. Isso é pouco aproveitado ainda. 
56
57
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Por que as propostas educacionais e os currí-
culos	devem	proporcionar	flexibilidade	e	criatividade	nas	
práticas pedagógicas atualmente?
2. Em sua opinião, como seria criar ambientes 
de aprendizagens com a presença das TICs?
3. “Com	a	Internet	pode-se	modificar	mais	fa-
cilmente	a	forma	de	ensinar	e	aprender”	(MORAN,	2000,	
p.	06).	Comente	esta	afirmação.
4. Aponte os sete passos para a adequação da 
escola às tecnologias, confome sugere a professora Léa 
Fagundes e comente objetivamente sobre cada um deles.
5. Esclareça o que é o webcurrículo.

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