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2
Renato Borelli
PROVA MPMG 2019 COMENTADA 
www.grancursosonline.com.br
Renato Borelli
Juiz Federal do TRF1. Foi Juiz Federal do TRF5. Exerceu a advocacia privada e pública. Foi servidor público 
e assessorou Desembargador Federal (TRF1) e Ministro (STJ). Atuou no CARF/Ministério da Fazenda como 
Conselheiro (antigo Conselho de Contribuintes). É formado em Direito e Economia, com especialização em 
Direito Público, Direito Tributário e Sociologia Jurídica.
PROVA MPMG 2019 COMENTADA
LVII CONCURSO PARA INGRESSO NA CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO 
ESTADO DE MINAS GERAIS
PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO
Prova realizada pela FUNDEP – Gestão de Concursos, dia 24 de novembro de 2019.
https://www.gestaodeconcursos.com.br/site/site/DetalheConcurso.aspx?CodigoConcurso=1322
GRUPO TEMÁTICO I
1. De acordo com a Constituição de 1988, a República tem como fundamento, exceto:
a. a soberania
b. o pluralismo político
c. a livre iniciativa
d. a cidadania
COMENTÁRIO
A questão diz que “a República tem como fundamento, EXCETO”, portanto pede a alterna-
tiva que NÃO traz um dos fundamentos da República.
A CF/1988 versa:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Há um mnemônico muito utilizado para se lembrar “SO-CI-DI-VA-PLU”:
SOberania.
CIdadania.
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Renato Borelli
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DIgnidade da pessoa humana.
VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
PLUralismo político..
A letra “A” traz a Soberania, que está disposta no inciso I, logo não é a resposta.
A letra “B” traz o disposto no inciso V, Pluralismo Político.
A letra “C” traz a Livre Iniciativa, contudo, o inciso IV se refere aos Valores Sociais do Traba-
lho e da Livre Iniciativa, e não a Livre Iniciativa em si. Então esta é a resposta da questão.
A letra “C” traz a Cidadania, disposta no inciso II.
2. Em qual Constituição o Presidente da República poderia submeter novamente ao exa-
me do Poder Legislativo lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal?
a. 1824
b. 1967
c. 1946
d. 1937
COMENTÁRIO
A Constituição de 1937, também conhecida como Constituição Polaca, por ter sido ins-
pirada no modelo semifascista polonês, era autoritária e concedia ao governo poderes 
praticamente ilimitados. Foi a constituição do ESTADO NOVO (Era Vargas), OUTORGADA 
por Getúlio Vargas. Vivia-se em Estado de Emergência, por isso, previu várias medidas 
autoritárias e restrição de direitos e garantias, como: proibição de greve, proibição de MS 
e Ação Popular, previsão de pena de morte sem guerra declarada.
Uma das medidas autoritárias foi a possibilidade de o Presidente da República submeter 
novamente à apreciação do Poder Legislativo uma lei declarada inconstitucional pelo Po-
der Judiciário, se a lei reanalisada fosse aprovada por 2/3 do Congresso, voltava ao orde-
namento jurídico como lei válida.
Essa medida foi prevista no art. 96 da CF/1937, e com ela o Presidente da República con-
trolava também o Poder Judiciário.
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3. Assinale a opção correta, segundo a Constituição de 1988:
a. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado 
de sítio nos casos de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos 
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa.
b. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, sem autorização do Congresso Nacional, decretar o estado de sítio 
nos casos de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa.
c. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, decretar o estado de sítio nos casos de declaração de estado de 
guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
d. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho 
de Defesa Nacional, sem autorização do Congresso Nacional, decretar o estado de 
sítio nos casos de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira.
COMENTÁRIO
A CF/1988 versa:
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio 
nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a inefi-
cácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de 
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Na-
cional decidir por maioria absoluta.
Deste modo:
A letra “A” está correta, pois é exatamente o que dispõe o art. 137, inciso I.
A letra “B” está incorreta, porque diz que poderá ser decretado sem a autorização do Con-
gresso Nacional.
A letra “C” está incorreta, pois omitiu que o Presidente da República deve solicitar ao Con-
gresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio.
A letra “D” está incorreta, pois também negou a necessidade de autorização do Congres-
so Nacional.
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4. Consoante o que dispõe a Constituição de 1988, são privativos de brasileiro nato os 
cargos, exceto:
a. de Ministro do Supremo Tribunal Federal
b. de Ministro de Estado da Justiça
c. da carreira diplomática
d. de Presidente da Câmara dos Deputados
COMENTÁRIO
A questão diz que “são privativos de brasileiros natos os cargos, EXCETO”, portanto pede 
a alternativa que NÃO traz uma das hipóteses privativas.
A CF/1988 versa, em seu art. 12:
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice–Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
Lembre-se que toda a linha sucessória do Presidente da República não pode ser ocupada 
por brasileiros não natos, ou seja, o Vice-Presidente da República, o Presidente da Câma-
ra dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e todos os Ministro do STF.
Além disso, devem ser natos os membros da carreira diplomática, oficiais das Forças Ar-
madas e o Ministro de Estado de DEFESA, pois em caso de guerra com outro país, o nosso 
Ministro de Defesa deve estar inteiramente focado no interesse do Brasil.
Os demais Ministros de Estado, assim como o Ministro da Justiça, presente na letra “B”, 
não precisa ser nato. Portanto, esta é a resposta.
5. De acordo com a Constituição de 1988, compete privativamente à União legislar so-
bre, exceto:
a. desapropriação
b. trânsito e transporte
c. produção e consumo
d. seguridade social
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COMENTÁRIO
A questão dispõe que “compete privativamente à União legislar sobre, EXCETO”, portanto 
pede a alternativa que NÃO traz uma das hipóteses previstas como privativas.
O art. 22 da CF/1988 apresenta as hipóteses de legislação privativa da União; o art. 23 fala 
sobre a competência comum; e o art. 24 sobre a legislação concorrente.
A letra “A” traz a Desapropriação, disposta no art. 22, inciso II: “Art. 22.Compete privativa-
mente à União legislar sobre: II – desapropriação.”
A letra “B” traz o Trânsito e Transporte, situação prevista no art. 22, inciso XI: “Art. 22. Com-
pete privativamente à União legislar sobre: XI – trânsito e transporte.”
A letra “C” traz a Produção e Consumo, hipótese prevista no art. 24, inciso V: “Art. 24. 
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: V 
– produção e consumo”. Logo, esta é a resposta da questão.
A letra “D” traz a Seguridade Social, presente no art. 22, inciso XXIII: “Art. 22. Compete 
privativamente à União legislar sobre: XXIII – seguridade social.”
6. Marque a alternativa incorreta, à luz do que determina a Constituição de 1988:
a. A emenda à Constituição será sancionada pelo Presidente da República e promul-
gada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem.
b. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros.
c. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado de sítio.
d. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não 
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
COMENTÁRIO
A questão pede a alternativa INCORRETA.
A letra “A” está em desacordo com o disposto no art. 60, “§ 3º A emenda à Constituição 
será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem.” O Presidente não sanciona, como diz a alternativa, nem veta 
a emenda à Constituição.
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A letra “B” está de acordo com o art. 60, “§ 2º A proposta será discutida e votada em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.”
A letra “C” está em conformidade com o art. 60, “§ 1º A Constituição não poderá ser emen-
dada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.”
A letra “D” está prevista no art. 60, “§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejei-
tada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa.”
Atenção! O Art. 67 traz uma exceção ao apresentado na letra “D”, pois versa: “A matéria 
constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na 
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qual-
quer das Casas do Congresso Nacional.” Entretanto, como a regra é o apresentado no art. 
60, § 5º, e é literalmente o que a CF dispõe, esta letra não pode ser considerada incorreta.
7. O dever do Estado em relação à educação, consoante a Constituição de 1988, será 
efetivado mediante a garantia de, exceto:
a. progressiva universalização do ensino médio gratuito.
b. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-
mente na rede regular de ensino.
c. educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças de até 6 (seis) anos de idade.
d. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, 
segundo a capacidade de cada um.
COMENTÁRIO
A questão diz que “será efetivado mediante a garantia de, EXCETO”. Deste modo, pede 
uma hipótese que não se enquadra no dever do Estado em relação à educação.
Este assunto está disposto no art. 208 da CF/1988:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-
gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na 
rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a 
capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
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A letra “A” está disposta no art. 208, inciso II.
A letra “B” está presente no art. 208, inciso III.
A letra “C” está em desacordo com o art. 208, inciso IV, pois a CF determina até 5 (cinco) 
anos de idade, e não 6 (seis), como é dito na alternativa.
A letra “D” está disposta no art. 208, inciso V.
8. Em conformidade com a Constituição vigente, incumbe ao poder público, para assegu-
rar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, exceto:
a. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecoló-
gico das espécies e ecossistemas.
b. facultar, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causa-
dora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambien-
tal, a que se dará publicidade.
c. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente.
d. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os ani-
mais a crueldade.
COMENTÁRIO
A questão diz que “incumbe ao poder público, para assegurar a efetividade do direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, EXCETO”, portanto a alternativa certa será a 
em desacordo com a CF/1988.
O art. 225, § 1º, trata deste assunto e consta:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das es-
pécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades 
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade;
V– controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
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VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública 
para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
A letra “A” está em conformidade com o inciso I.
A letra “B” diverge do inciso IV, pois enquanto a alternativa diz que é facultado, a CF fala 
sobre a exigência. Logo, é a resposta da questão.
A letra “C” está disposta no inciso VI.
A letra “D” está de acordo com o inciso VII.
9. Assinale a afirmativa incorreta à luz da ordem jurídica brasileira:
a. Não existeno ordenamento a previsão normativa expressa do direito à boa adminis-
tração ou à boa governança.
b. Uma das dimensões de accountability consiste no dever de prestação de contas dos 
resultados das ações dos administradores públicos, garantindo a transparência da 
gestão e das políticas públicas adotadas, em sintonia com o modelo democrático.
c. O planejamento administrativo, compreendido como poder de produzir ou obter 
determinado planejador estratégico, tático conteúdo ou operacional na Administração 
Pública, consubstancia-se em faculdade jurídica do gestor público, funcionando como 
antecedente da eficiência administrativa.
d. A melhor articulação e a integração entre os ocupantes de cargos públicos, as pes-
soas que exercem funções públicas, os funcionários tercei rizados e o Terceiro Setor 
não são satisfeitas por meio da teoria weberiana, revelando, num ângulo, a rede 
complexa de obrigações do governante para a realização de direitos fundamentais na 
sociedade contemporânea.
COMENTÁRIO
A questão pede a afirmativa INCORRETA.
A letra “A” está correta, pois Governança no setor público compreende essencialmente os 
mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e 
monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação 
de serviços de interesse da sociedade. Governança é a capacidade de implementar de 
forma eficiente as políticas públicas. É um conceito direto, mas muito subjetivo. Assim, não 
há norma legal que preveja.
A letra “B” está correta. O accountability horizontal exalta a prestação de contas e a pena-
lização dos agentes referente a suas ações e omissões.
Accountability envolve, principalmente, transparência, responsabilização, comunicação e presta-
ção sistemática de contas. Os responsáveis pela política pública devem primar por esses as-
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pectos, de forma a possibilitar a análise e o escrutínio do comportamento e do desempenho dos 
diversos atores responsáveis pela implementação. Um arcabouço de accountability prevê, ainda, 
mecanismos de incentivo e sanção aos responsáveis pelo alcance dos objetivos da política, bem 
como 66 instrumentos de imposição de medidas corretivas. A responsabilização é especialmente 
importante em regimes democráticos.
(AUCOIN e HEINTZMAN, 2000 apud PETERS, 2013)
A letra “C” está incorreta, porque o planejamento estratégico, tático e operacional da Admi-
nistração Pública não é uma faculdade ao gestor público, mas sim um dever.
A letra “D” está correta. A teoria weberiana destacava os gastos e a burocracia, diferente-
mente do gerencialismo que enfatizava os resultados, promovendo uma melhor articulação 
para maior eficiência.
10. Em matéria de licitação, é incorreta a seguinte assertiva:
a. O concurso, modalidade de licitação, é previsto de forma expressa na Lei n. 8.666, de 
21 de junho de 1993, juntamente com a concorrência, a tomada de preços, o convite 
e o leilão.
b. As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão 
à sequência consubstanciada em: I -projeto básico (conjunto de elementos necessá-
rios e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou ser-
viço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas 
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e 
o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite 
a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução); 
II -projeto executivo (conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução 
completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas -ABNT) e III -execução das obras e serviços.
c. Diversamente das modalidades de procedimento licitatório, os tipos de licitação, 
exceto no concurso, são a de menor preço -quando o critério de seleção da proposta 
mais vantajosa para a Administração determina que será vencedor o licitante que 
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar 
o menor preço; a de melhor técnica; a de técnica e preço, e a de maior lance ou oferta 
- nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.
d. Subordinam-se ao regime da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, além dos órgãos 
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, 
as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades contro-
ladas diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, excluídas as 
entidades controladas indiretamente.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A Lei n. 8.666/1993 institui as normas para licitações e contratos da Administração Pública. 
Segundo os artigos desta lei, seguem as considerações sobre as alternativas da questão.
A letra “A” está correta, conforme o art. 22: “São modalidades de licitação: I – concorrência; 
II – tomada de preços; III – convite; IV – concurso; V – leilão.”
A letra “B” está correta. De acordo com os artigos abaixo:
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao dis-
posto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: I – projeto básico; II – projeto executivo; 
III – execução das obras e serviços.
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: (...) IX – Projeto Básico – conjunto de elementos 
necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, 
ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos 
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do 
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a defini-
ção dos métodos e do prazo de execução (...). X – Projeto Executivo – o conjunto dos elementos 
necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
A letra “C” está correta, de acordo com o art. 45:
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: I – 
a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração 
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifi-
cações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II – a de melhor técnica; III – a de técnica e 
preço. IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito 
real de uso.
A letra “D” está incorreta, pois exclui as entidades controladas indiretamente pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a lei deixa claro que elas também são subordi-
nadas à 8.666:
Art. 1º, Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração 
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as socie-
dades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios.
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11. Marque a afirmativa verdadeira sobre licitações:
a. A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida 
pela Constituição (art. 37, XXI), pode ser relativizada pela lei, mediante o estabele-
cimento de condições de diferenciação exigíveis em abstrato, e pela autoridade res-
ponsável pela condução do processo licitatório, que poderá estabelecer elementos de 
distinção circunstanciais, de qualificação técnica e econômica, sempre vinculados à 
garantia de cumprimento de obrigações específicas.
b. A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecidapela Constituição (art. 37, XXI), pode ser relativizada apenas pela lei, mediante o 
estabelecimento de condições de diferenciação exigíveis em abstrato.
c. A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida 
pela Constituição (art. 37, XXI), somente pode ser relativizada por norma jurídica 
constitucional, mediante o estabelecimento de condições de diferenciação exigíveis 
em abstrato.
d. A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida 
pela Constituição (art. 37, XXI), pode ser relativizada apenas pela autoridade respon-
sável pela condução do processo licitatório, que poderá estabelecer elementos de 
distinção circunstanciais, de qualificação técnica e econômica, sempre vinculados à 
garantia de cumprimento de obrigações especificas.
COMENTÁRIO
Vejamos a ementa da ADIN 3735:
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI 3.041/05, DO ESTADO DO MATO GROSSO DO 
SUL. LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES COM O PODER PÚBLICO. DOCUMENTOS EXIGIDOS 
PARA HABILITAÇÃO. CERTIDÃO NEGATIVA DE VIOLAÇÃO A DIREITOS DO CONSUMIDOR. 
DISPOSIÇÃO COM SENTIDO AMPLO, NÃO VINCULADA A QUALQUER ESPECIFICIDADE. IN-
CONSTITUCIONALIDADE FORMAL, POR INVASÃO DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO 
PARA LEGISLAR SOBRE A MATÉRIA (ART. 22, INCISO XXVII, DA CF).
1. A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida pela 
Constituição (art. 37, XXI), pode ser relativizada por duas vias: (a) pela lei, mediante o es-
tabelecimento de condições de diferenciação exigíveis em abstrato; e (b) pela autoridade 
responsável pela condução do processo licitatório, que poderá estabelecer elementos de 
distinção circunstanciais, de qualificação técnica e econômica, sempre vinculados à garan-
tia de cumprimento de obrigações específicas.
2. Somente a lei federal poderá, em âmbito geral, estabelecer desequiparações entre os concor-
rentes e assim restringir o direito de participar de licitações em condições de igualdade. Ao direito 
estadual (ou municipal) somente será legítimo inovar neste particular se tiver como objetivo esta-
belecer condições específicas, nomeadamente quando relacionadas a uma classe de objetos a 
serem contratados ou a peculiares circunstâncias de interesse local.
3. Ao inserir a Certidão de Violação aos Direitos do Consumidor no rol de documentos exigidos 
para a habilitação, o legislador estadual se arvorou na condição de intérprete primeiro do direito 
constitucional de acesso a licitações e criou uma presunção legal, de sentido e alcance amplíssi-
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mos, segundo a qual a existência de registros desabonadores nos cadastros públicos de prote-
ção do consumidor é motivo suficiente para justificar o impedimento de contratar com a Adminis-
tração local.
4. Ao dispor nesse sentido, a Lei Estadual 3.041/05 se dissociou dos termos gerais do ordena-
mento nacional de licitações e contratos, e, com isso, usurpou a competência privativa da União 
de dispor sobre normas gerais na matéria (art. 22, XXVII, da CF). 5. Ação direta de inconstitucio-
nalidade julgada procedente.
(ADI 3735, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 08/09/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 31-07-2017 PUBLIC 01-08-2017)
A parte grifada é exatamente o disposto na letra “A”, portanto é a opção correta.
12. Assinale a assertiva verdadeira com relação às parcerias público-privadas:
a. A contraprestação da Administração Pública, nos contratos de parceria público-pri-
vada, não poderá ser feita por cessão de créditos não tributários.
b. A concessão patrocinada é o contrato de prestação de serviços de que a Administra-
ção Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou 
fornecimento e instalação de bens, ao passo que a concessão administrativa é a con-
cessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n. 8.987, de 13 
de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, 
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
c. A repartição de riscos entre as partes, típica das concessões ordinárias, não se aplica, 
por expressa disposição legal, às parcerias público- privadas; por outro lado, é diretriz 
normatizada na Lei das PPPs o respeito aos interesses e direitos dos destinatários 
dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução.
d. As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato de 
parceria público-privada poderão ser garantidas mediante a vinculação de receitas, 
observada a Constituição da República, e a instituição ou utilização de fundos espe-
ciais previstos em lei.
COMENTÁRIO
A Lei n. 11.079/2004 institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-
-privada no âmbito da administração pública. Esta lei será necessária para a resolução 
desta questão:
A letra “A” está incorreta, pois contraria o art. 6º, inciso II da Lei citada:
“Art. 6º A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-
-privada poderá ser feita por: II – cessão de créditos não tributários;”
A letra “B” está incorreta, pois está em descordo com o expresso nos §§1° e 2° do art. 2º:
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Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patroci-
nada ou administrativa.
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata 
a quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do 
parceiro público ao parceiro privado.
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração 
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e 
instalação de bens.
A letra “C” está incorreta, porque se opõe ao estabelecido no art. 5°, III:
Art. 5º As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no que cou-
ber, devendo também prever:
V – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato 
do príncipe e álea econômica extraordinária.
A letra “D” está correta, é o previsto no art. 8º, incisos I e II:
Art. 8º As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato de parceria 
público-privada poderão ser garantidas mediante:
 I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV, artigo 167 da Constituição Federal;
 II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;
13. O Supremo Tribunal Federal, no leading case referente a contratações temporárias (RE 
658026/MG), elencou requisitos de validade da contratação temporária, indicando ex-
pressamente:
a. apenas a previsão em lei, a determinabilidade temporal do vínculo jurídico estabele-
cido entre poder público e contratado, e a excepcionalidade de situação fática atípica, 
na Administração Pública, ensejadora de risco ao princípio da continuidade do ser-
viço público.
b. apenas a previsão em lei, o prazo de contratação predeterminado, a necessidade tem-
porária, o interesse público excepcional, e a necessidade de contratação indispensá-
vel, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, 
e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração.
c. apenas a temporariedade do vínculo jurídico firmado, a previsão em lei, e o excepcio-
nal interesse público, consubstanciado na situação fática anômala ocorrida na Admi-
nistração Pública, ensejadora de risco ao princípio da continuidade do serviço público.
d. apenas o prazo de contratação predeterminado, a necessidade temporária, o inte-
resse público excepcional, e a necessidade de contratação indispensável, sendo 
vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que 
devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração.www.grancursosonline.com.br
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COMENTÁRIO
Conforme a decisão citada no enunciado RE 658026/MG:
O conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição Federal pode ser resumido, ratificando-se, 
dessa forma, o entendimento da Corte Suprema de que, para que se considere válida a contrata-
ção temporária, é preciso que:
a. os casos excepcionais estejam previstos em lei;
b. o prazo de contratação seja predeterminado;
c. a necessidade seja temporária;
d. o interesse público seja excepcional;
e. a necessidade de contratação seja indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços 
ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais 
da Administração.
A letra “B” é a opção correta.
14. Na decisão paradigmática do Supremo Tribunal Federal (RE 1041210/SP) sobre os 
cargos em comissão, é incorreto afirmar que:
a. as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e obje-
tiva, na lei que os instituir ou em ato normativo secundário, sendo imprescindível a 
descrição transparente das funções de chefia, direção ou assessoramento, uma vez 
que a descrição obscura ou vaga traduz ofensa direta aos comandos constitucionais.
b. a criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de 
direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades 
burocráticas, técnicas ou operacionais.
c. o número de cargos em comissão criados deve guardar proporcionalidade com a 
necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de 
cargos efetivos no ente federativo que os criar.
d. a criação de cargo em comissão deve pressupor a necessária relação de confiança 
entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado, o que é detectável na descrição 
das atribuições dos cargos.
COMENTÁRIO
A ementa do RE 1041210/ SP versa:
Criação de cargos em comissão. Requisitos estabelecidos pela Constituição Federal. Estrita ob-
servância para que se legitime o regime excepcional de livre nomeação e exoneração. Reper-
cussão geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência da Corte sobre o tema. 1. A criação de 
cargos em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso público 
de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os pressupostos constitucio-
nais para sua instituição. 2. Consoante a jurisprudência da Corte, a criação de cargos em comissão 
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pressupõe: a) que os cargos se destinem ao exercício de funções de direção, chefia ou assesso-
ramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; 
b) necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c) que o 
número de cargos comissionados criados guarde proporcionalidade com a necessidade que eles 
visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os 
institui; e d) que as atribuições dos cargos em comissão estejam descritas de forma clara e objetiva 
na própria lei que os cria. 3. Há repercussão geral da matéria constitucional aventada, ratificando-
-se a pacífica jurisprudência do Tribunal sobre o tema. Em consequência disso, nega-se provi-
mento ao recurso extraordinário. 4. Fixada a seguinte tese: a) A criação de cargos em comissão 
somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não 
se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal 
criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o 
servidor nomeado; c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcio-
nalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes 
de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em co-
missão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir. (RE 
1041210 RG, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 27/09/2018, PROCESSO ELETRÔNI-
CO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-107 DIVULG 21-05-2019 PUBLIC 22-05-2019)
(STF - RG RE: 1041210 SP - SÃO PAULO 2074201-70.2016.8.26.0000, Relator: Min. DIAS TO-
FFOLI, Data de Julgamento: 27/09/2018, Tribunal Pleno - meio eletrônico, Data de Publicação: 
DJe-107 22-05-2019)
A questão pede a INCORRETA:
A letra “A” está incorreta, pois o item “d)” da tese fala somente de lei que os instituir, não 
autorizando por ato normativo: “d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar 
descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.”
A letra “B” está correta, é o que está estabelecido no item “a)” da tese: “a) A criação de 
cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, 
chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráti-
cas, técnicas ou operacionais;”
A letra “C” está correta, conforme no item “c)” da tese: “c) o n. de cargos comissiona-
dos criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam su-
prir e com o n. de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que 
os criar; e”
A letra “D” está correta, com base no item “b)” da tese: “b) tal criação deve pressupor a 
necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; “
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15. Assinale a assertiva verdadeira:
a. A lei municipal que regulamenta o horário de funcionamento dos estabelecimentos 
comerciais padece de inconstitucionalidade formal derivada da imprópria ingerência 
da Administração Pública em atividade privada.
b. Ofende o direito à livre concorrência a lei municipal que possibilita à Administração 
Pública impedir a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em 
determinada área.
c. Os estabelecimentos comercias, por força da diretriz da livre iniciativa, não podem 
sofrer restrições de direitos pela Administração Pública municipal, excetuando-se nas 
matérias tributárias e na temática de vigilância sanitária.
d. O horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e as restrições ao seu 
funcionamento não representam assunto de interesse local e, portanto, podem sofrer 
interferências pelo Prefeito apenas nas situações estritas autorizadas pela legislação 
estadual, conforme o direito à livre iniciativa.
COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta, pois segundo a “Súmula Vinculante 38: É competente o Muni-
cípio para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.” Ou seja, se o 
Município é competente para tratar sobre este assunto, a lei não pode ser inconstitucional.
A letra “B” está correta, pois é exatamente o teor da “Súmula Vinculante n. 49: Ofende o 
princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabeleci-
mentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”
A letra “C” está incorreta. Como visto na resposta da letra “A”, os estabelecimentos comer-
ciais podem sofrer restrições, como a de horário. A exceção é o horário de atendimento 
bancário que, por necessidade de padronização nacional e por se tratar de atividade finan-
ceira, é competência da União, conforme a Súmula 19 do STJ.
Segundo o Supremo, o Município pode editar legislação própria, com fundamento na au-
tonomia constitucional que lhe é inerente (CF, art. 30, I), com objetivo de determinar, às 
instituições financeiras, que instalem, em suas agências, em favor dos usuários dos 
serviços bancários (clientes ou não), equipamentos destinados a proporcionar-lhes se-
gurança (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras) ou a propiciar-lhes confor-
to, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento de cadeiras de 
espera, ou colocação de bebedouros, ou, ainda, prestação de atendimento em prazo 
razoável, com a fixaçãode TEMPO MÁXIMO de permanência dos usuários em FILA 
DE ESPERA (RE 251542/SP).
Igualmente, o STF entende que a imposição legal de um limite ao tempo de espera em 
fila dos usuários dos serviços prestados pelos CARTÓRIOS não constitui matéria relativa 
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à disciplina dos registros públicos, mas assunto de interesse local. (STF - RE: 397094 
DF, Relator: SEPÚLVEDA PERTENCE, Data de Julgamento: 29/08/2006, Primeira Turma, 
Data de Publicação: DJ 27-10-2006)
A letra “D” está incorreta. Não é necessário que haja autorização em lei estadual, pois trata-
-se de assunto de interesse local (art. 30, I, da CR/1988). Nesse sentido dispõe a Súmula 
n. 419 do STF: “os Municípios têm competência para regular o horário do comércio local, 
desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas".
16. Sobre o poder de polícia e o exercício da segurança pública municipal, é correto afirmar, 
à luz do posicionamento consolidado no Supremo Tribunal Federal, que:
a. a segurança pública, numa de suas dimensões, toca o exercício do poder de polí-
cia, o que confere à polícia militar a titularidade da imposição de multas de trânsito, 
excluindo-se a possibilidade de a guarda municipal executar essa atividade.
b. a fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente 
previstas, embora possa dar-se ostensivamente, constitui atividade típica de segu-
rança pública.
c. o poder de polícia não se confunde com segurança pública; o exercício do primeiro não 
é prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com 
exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da segurança pública.
d. a ordem jurídica brasileira estabeleceu que a atividade administrativa de fiscalização 
do trânsito é permitida à guarda municipal nas hipóteses de convênios celebrados 
com os órgãos policiais constitucionalmente legitimados para tanto.
COMENTÁRIO
O RE 658.570 gerou uma tese de repercussão geral sobre o assunto:
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃO 
DE MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia 
não se confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das 
entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as fun-
ções de promoção da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções 
administrativas legalmente previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exer-
cício de poder de polícia, não havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não poli-
ciais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro, observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a 
competência comum dos entes da federação para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro 
de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os Municípios podem determinar que o poder de 
polícia que lhe compete seja exercido pela guarda municipal. 5. O art. 144, §8º, da CF, não impede 
que a guarda municipal exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações 
do Município. Até mesmo instituições policiais podem cumular funções típicas de segurança pú-
blica com exercício de poder de polícia. Entendimento que não foi alterado pelo advento da EC n. 
82/2014. 6. Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em repercussão geral, da seguinte 
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tese: é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de 
trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
(RE 658570, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Tribu-
nal Pleno, julgado em 06/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO 
DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015)
A letra “A” está incorreta, pois não é atribuição exclusiva da Polícia Militar. E ainda o STF 
estabeleceu, em sede de repercussão geral, que a guarda municipal também pode exercer 
o poder de polícia de trânsito, inclusive com aplicação de multas.
A letra “B” está incorreta. A aplicação de multas constitui mero exercício do poder de polí-
cia, e não atividade típica de segurança pública, segundo entendimento do STF.
A letra “C” está correta, em consonância com o item 1 da Ementa supracitada.
A letra “D” está incorreta. Não existe tal previsão e não é necessário convênio com a polícia 
para que as guardas possam exercer o referido poder de polícia.
17. Acerca das ações eleitorais e suas finalidades, assinale a alternativa incorreta:
a. Poderá o Ministério Público Eleitoral propor investigação judicial eleitoral, após o 
deferimento do registro de candidatura, por atos ilícitos decorrentes de abuso do 
poder económico elou político. Nesse caso, se o pedido final importar em cassação 
do registro, diploma ou mandato, haverá litisconsórcio passivo necessário entre o titu-
lar e o vice da chapa majoritária.
b. A ação de impugnação a mandato eletivo poderá ser proposta pelo Ministério Público 
Eleitoral ou por qualquer candidato, partido ou coligação, visando a cassação do 
diploma de candidatos eleitos que tenham agido com abuso do poder político ou eco-
nômico, dentre outros. No caso de eleição majoritária, julgada procedente a AIME, os 
votos do candidato eleito serão considerados nulos, e automaticamente será diplo-
mado o segundo colocado no certame, em virtude do efeito imediato das decisões da 
Justiça Eleitoral em ações dessa natureza.
c. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibili-
dade infraconstitucional superveniente, inelegibilidade de natureza constitucional e 
falta de condição de elegibilidade. Na primeira hipótese, não basta que a inelegibili-
dade seja desconhecida, é preciso que seja superveniente ao processo de registro de 
candidatura.
d. As representações eleitorais baseadas na Lei n. 9.504/97 têm por finalidade, em 
regra geral, garantir a lisura do pleito e do exercício do voto, ensejando a aplicação 
de multa àqueles que incidirem em infrações às normas eleitorais. Excepcionalmente, 
a representação eleitoral por captação ilícita de sufrágio, prevista no art. 41-A da Lei 
n. 9.504/97, em caso de procedência, ensejará a aplicação de multa e a cassação do 
registro de candidatura.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra “A” está correta. Conforme o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral, 
fixado na Súmula n. 38: “Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, 
há litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.”
A letra “B” está incorreta. Nos termos do art. 14, § 10, da CF: “O mandato eletivo poderá 
ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, 
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.”
Se houver a procedência dessa ação eleitoral nas eleições majoritárias para governador 
e prefeito, independentemente do número de votos obtidos pelo cassado, deve-se fazer 
novas eleições, com base o art. 224, § 3º, do Código Eleitoral.
A letra “C” está correta. Em consonância com o art. 262 do Código Eleitoral: “O recurso 
contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente 
ou de natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade.”
A letra “D” está correta. Segundo a citada no enunciado, Lei n. 9.504/1997:
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada 
por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o 
voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde 
o registro da candidaturaaté o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil 
Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei 
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
18. Tomando por base a Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, e 
considerando as proposições abaixo acerca dos cargos de Procurador-Geral de Justiça 
e de Corregedor-Geral do Ministério Público, assinale a alternativa correta:
 I – A nomeação do Procurador-Geral de Justiça é feita pelo Governador do Estado, pre-
cedida facultativamente de lista tríplice formada pelos votos de todos os membros da 
instituição.
 II – O Corregedor-Geral do Ministério Público é nomeado pelo Governador do Estado, 
após eleição pelo Colégio de Procuradores de Justiça, excluída a participação de 
Promotores de Justiça no processo de escolha.
 III – Compete ao Corregedor-Geral do Ministério Público propor ação civil para decreta-
ção da perda do cargo de membro do Ministério Público, após decisão definitiva em 
processo disciplinar administrativo.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp64.htm#art22
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 IV – Compete ao Corregedor-Geral do Ministério Público propor ação penal pública contra 
o Procurador-Geral de Justiça pela prática de crime apenado com reclusão, provo-
cando o automático afastamento do cargo a partir do recebimento da denúncia.
 V – Compete ao Procurador-Geral de Justiça dirimir conflito de atribuições entre mem-
bros da instituição, designando quem deva oficiar no feito.
a. as assertivas III, IV e V estão incorretas.
b. as assertivas II, III e IV estão incorretas.
c. as assertivas I, II e IV estão incorretas.
d. as assertivas I, II e III estão incorretas.
COMENTÁRIO
O item "I" está incorreto. Art. 5º, “§ 1º O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo 
Governador do Estado, entre os Procuradores de Justiça com o mínimo de 10 (dez) anos 
de serviço na carreira, indicados em lista tríplice, para mandato de 2 (dois) anos, permi-
tida uma recondução, observado o mesmo procedimento.” O ato de nomeação do PGJ é 
vinculado, e não discricionário, ou seja, não é precedida facultativamente de lista tríplice 
como diz o enunciado do item.
O item "II" está incorreto. Art. 37, “§2º O Corregedor-Geral do Ministério Público, membro 
nato da Câmara de Procuradores de Justiça e do Conselho Superior do Ministério Público, 
será nomeado pelo Procurador-Geral de Justiça e empossado, com imediato exercício, 
perante o Colégio de Procuradores de Justiça.” Não é pelo Governador.
O item "III" está incorreto. “Art.38. Ao Procurador-Geral de Justiça compete: LX – propor 
ação civil para decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público.” Não é da 
competência do Corregedor-Geral, e sim, do Procurador-Geral.
O item “IV” está correto. “Art. 17. O Procurador-Geral de Justiça ficará afastado de suas 
funções: I – em caso de cometimento de infração penal, cuja sanção cominada seja de 
reclusão, desde o recebimento da denúncia oferecida pelo Corregedor-Geral do Ministério 
Público, ou queixa-crime, até o trânsito em julgado da decisão judicial.”
O item “V” está correto. “Art. 18. Ao Procurador-Geral compete: XXII – dirimir conflitos de 
atribuições entre membros do Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito.”
Portanto, a letra “D” é a opção correta.
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19. A Lei n. 4.320/64, ainda sob a vigência da Constituição da República de 1946, estabe-
leceu regras sobre orçamento e sua execução pelo poder público. A Constituição da 
República de 1988 recepcionou a legislação anterior naquilo que era materialmente 
compatível. No entanto, o tratamento constitucional dado às leis orçamentárias promo-
veu profundas alterações no sistema jurídico criado pela legislação anterior, em espe-
cial dispondo sobre as três modalidades distintas de leis orçamentárias.
Sobre o novel tratamento constitucional dado à Lei n. 4.320/64, aponte a alternativa 
incorreta:
a. No âmbito federal, o plano plurianual deverá ser apresentado por iniciativa do Chefe 
do Poder Executivo Federal e estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, 
objetivos e metas da administração pública da União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal, para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para as relativas 
aos programas de duração continuada.
b. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da adminis-
tração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subse-
quente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações 
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financei-
ras oficiais de fomento.
c. A lei orçamentária anual aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional com-
preenderá, dentre outros, o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus 
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações 
instituídas e mantidas pelo poder público.
d. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das emendas parlamentares 
individuais, em percentual definido pela Constituição da República, sendo a metade 
desse montante destinada a ações e serviços públicos de saúde.
COMENTÁRIO
Primeiramente, atenção ao enunciado, foi pedida a INCORRETA. E ainda pede sobre o 
tratamento constitucional sobre a lei, deste modo, a justificativa das alternativas está se-
gundo a CF:
A letra “A” está incorreta. “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 
1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, 
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras 
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.”
A letra “B” está correta. Art. 165, “§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as 
metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital 
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para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, 
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação 
das agências financeiras oficiais de fomento.”
A letra “C” está correta. Art. 165, “§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I – o orça-
mento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da admi-
nistração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”
A letra “D” está correta Art. 166, “§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária 
serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente 
líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste 
percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.”
20. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em julgamento de 26 de outubro de 
2018, decidiu por unanimidade não dar provimento ao agravo regimental no Recurso 
Extraordinário n. 1.053.254/RS, no qual se discutia a limitação ao poder de tributar 
da União, mediante a revogação de benefício fiscal para o cálculo de PIS/COFINS. 
O Tribunal considerou que a revogação do benefício fiscal provocaria uma majoração 
indireta do tributo, o qual, por essa razão, deveria ser submetido ao princípio da não 
surpresa, buscando, em especial, garantir a segurança jurídica ao contribuinte, para 
que este não fosse surpreendido com um aumento inesperado da carga tributária sem 
a concessão de prazo mínimo para adaptação da sua política fiscal.
Nessa hipótese, a Corte garantiu a aplicação de qual princípio constitucional em maté-
ria tributária?
a. Princípio do nãoconfisco
b. Princípio da anterioridade nonagesimal
c. Princípio da liberdade de tráfego
d. Princípio da não discriminação tributária
COMENTÁRIO
A letra “B” é a opção correta, conforme próprio julgado apontado no enunciado:
“DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IN-
CENTIVO FISCAL. REVOGAÇÃO. MAJORAÇÃO INDIRETA. ANTERIORIDADE. 1. A ju-
risprudência do Supremo Tribunal Federal concebe que não apenas a majoração direta de 
tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta 
decorrente de revogação de benefícios fiscais. Precedentes. 2. Agravo interno a que se 
nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. (STF. 
AG Reg em RE 1.053.254 /RS, Relator Min. Luis Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018)”.
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GRUPO TEMÁTICO II
21. Analise as assertivas sobre a prescrição e marque a alternativa correta:
 I – Os prazos fornecidos pelos incisos do artigo 109 do Código Penal servirão não só 
para o cálculo da prescrição, considerando-se a pena máxima em abstrato, como 
também para aqueles relativos à pena já concretizada na sentença condenatória.
 II – A prescrição superveniente ou intercorrente ocorre depois do trânsito em julgado para 
a acusação, ou quando improvido seu recurso, tomando-se por base a pena fixada na 
sentença penal condenatória, e permite a confecção do título executivo judicial.
 III – O parâmetro para o limite da suspensão do curso do prazo prescricional, em caso 
de suspensão do processo nos termos do artigo 366 do Código de Processo Penal, 
é aquele determinado pelos incisos do artigo 109 do Código Penal, adotando- se o 
máximo da pena abstratamente cominada ao delito.
 IV – Em relação às hipóteses previstas no artigo 117 do Código Penal, a interrupção da 
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime, exceto nos casos 
de reincidência e pronúncia.
 V – As causas de aumento e de diminuição de pena influenciam no cálculo da prescrição, 
que deverá ser feito considerando o percentual de maior elevação, nas hipóteses de 
causas de aumento de pena de quantidade variável, e o de menor redução, nas hipó-
teses de causas de diminuição de pena de quantidade variável.
a. As assertivas I, III e IV estão corretas.
b. As assertivas II, III, IV e V estão corretas.
c. As assertivas I, III e V estão corretas.
d. As assertivas I, II e V estão corretas.
COMENTÁRIO
O item "I" está correto. O disposto no art. 109 do Código Penal serve de base para o cálculo 
da prescrição em abstrato e também para o em concreto.
“Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto 
no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade 
cominada ao crime.” Assim, os prazos servirão para realização do cálculo da prescrição, 
considerando-se a pena máxima em abstrato.
Já o art. 110 dispõe: “A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se 
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.” Ou seja, os prazos do artigo ante-
rior, o 109, também servirão para calcular a prescrição, considerando-se a pena concreta.
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O item "II" está incorreto. A prescrição superveniente ou intercorrente não permite a con-
fecção do título executivo judicial. Ela é regulada pela pena em concreto com trânsito em 
julgado para a acusação ou sendo seu recurso improvido. Conta-se a prescrição da pu-
blicação da sentença condenatória até a data do trânsito em julgado final. O CPC, no art. 
515, VI, prevê, dentre o rol de títulos executivos judiciais, a sentença penal condenatória 
transitada em julgado. Como a sentença penal que extingue a punibilidade pela prescrição 
é DECLARATÓRIA, e não condenatória, não há a formação de título executivo judicial.
O item "III" está correto. Conforme a Súmula n. 415 do STJ: "O período de suspensão do 
prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada".
O item "IV" está incorreto. A exceção é apenas no caso de reincidência.
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 – O curso da prescrição interrompe-se:
 V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI – pela reincidência.
§ 1º – Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efei-
tos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo 
processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
O item "V" está correto. Chamado de Teoria da Pior das Hipóteses. Na busca da pena 
máxima abstrata, para efeito de cálculo da prescrição da pretensão punitiva em abstrato, 
consideram-se as causas de aumento (percentual de maior elevação) ou de diminuição de 
pena (percentual de menor redução), com exceção do concurso formal e do crime conti-
nuado, pois nestes a prescrição será analisada sobre a pena de cada crime, isoladamente 
considerado.
Deste modo, a letra “C” é a opção correta.
22. Assinale a assertiva incorreta acerca do dolo:
a. O dolo alternativo é espécie de dolo indireto e apresenta-se quando o aspecto volitivo 
do agente se encontra direcionado, de maneira alternativa, seja em relação ao resul-
tado, seja em relação à pessoa contra a qual é cometido o crime.
b. O nominado dolo de consequências necessárias é uma espécie de dolo indireto 
ou mediato.
c. O erro sucessivo caracteriza hipótese em que o agente atua com dolo geral, isto é, o 
agente, supondo já ter alcançado o resultado por ele visado, pratica nova ação que 
efetivamente dá causa ao resultado por ele pretendido.
d. Para a teoria extremada do dolo, a real consciência da ilicitude é elemento do dolo, 
enquanto para a teoria limitada do dolo, este é integrado pelo potencial consciência 
da ilicitude.
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COMENTÁRIO
O enunciado está pedindo a INCORRETA.
O dolo direto, o agente prevê que sua conduta pode causar o resultado e a pratica dese-
jando a sua produção. Subdivide-se em:
*Dolo direto de primeiro grau: o agente tem a consciência que sua conduta causará um 
resultado, bem como a vontade de praticar a conduta e produzir o resultado.
*Dolo direto de segundo grau (dolo de consequências necessárias): previsão dos efeitos 
colaterais como consequência necessária do meio escolhido. O agente prevê e quer a pro-
dução do resultado como consequência inevitável para atingir outro fim proposto.
Fonte: Alexandre Salim e Marcelo de Azevedo.
Assim, a letra “B” está incorreta, pois afirma que o dolo de consequências necessárias é 
uma espécie de dolo indireto, quando na verdade é de dolo direto.
23. Sobre os institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/95, marque a alternativa 
incorreta:
a. A transação penal não será admitida nas seguintes hipóteses: ter sido o autor da 
infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sen-
tença definitiva; ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) 
anos, com a transação penal; não indicarem os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e 
suficiente a adoção da medida.
b. É perfeitamente viável a utilização de prestação pecuniária ou de serviços à comu-
nidade tanto como pena restritiva de direitos, quanto como condição na proposta de 
sursis processual sem caráter sancionatório.
c. Aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa não se aplicam os benefícios da 
transação penal e da suspensão do processo, se o agente estiver: sob a influência de 
álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; partici-
pando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, deexibição 
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela 
autoridade competente; transitando em velocidade superior à máxima permitida para 
a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).
d. A suspensão do processo será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a 
ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do 
dano, e poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, 
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
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COMENTÁRIO
A questão pede a alternativa INCORRETA.
A letra "A" está correta.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, 
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
 § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
 I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por 
sentença definitiva;
 II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena 
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
 III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os 
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
A letra "B" está correta.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, 
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
A letra "C" está incorreta. O art. 291 do CTB dispõe:
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74 (composição 
civil), 76 (transação penal) e 88 (representação do ofendido) da Lei n. 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, exceto se o agente estiver:
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição 
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade 
competente;
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta 
quilômetros por hora).
 O CTB não exclui a suspensão condicional do processo da 9.099. Assim, esta é possível.
A letra "D" está correta. As hipóteses de revogação obrigatória e facultativa da suspensão 
condicional do processo estão previstas no Art. 89, §§ 1º, 2º e 3º, da Lei n. 9.099/1995.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas 
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do 
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha 
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denún-
cia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes 
condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
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III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas 
atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que 
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por 
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.”
24. Analise as assertivas e marque a alternativa correta:
 I – Uma parcela da doutrina entende que no caso de uma única subtração patrimonial 
com pluralidade de mortes, considerando a unidade delituosa, não obstante desdo-
brada em vários atos, há crime único, com o número de mortes atuando como agra-
vante judicial na determinação da pena-base. No entanto, o Superior Tribunal de 
Justiça vem decidindo que, nos crimes de latrocínio, a prática de uma subtração, com 
mais de uma morte, dá ensejo ao reconhecimento do concurso formal.
 II – O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstan-
ciado exige fundamentação, mas é suficiente para a sua exasperação a indicação do 
número de majorantes.
 III – O pagamento de cheque emitido sem suficiente provisão de fundos, após o recebi-
mento da denúncia, não obsta o prosseguimento da ação penal, mas permite o reco-
nhecimento do arrependimento posterior.
 IV – A pena do roubo é aumentada de 1/3 (um terço) até metade, se há o concurso de duas 
ou mais pessoas; se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância; se a subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior; se o agente mantém a vítima em 
seu poder, restringindo sua liberdade; se há destruição ou rompimento de obstáculo 
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
 V – O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem, tra-
tando-se, assim, de delito formal que não admite a tentativa.
a. As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
b. As assertivas I, III e IV estão corretas.
c. As assertivas I e III estão corretas.
d. As assertivas II e V estão corretas.
COMENTÁRIO
No gabarito preliminar, a letra “C” foi apontada como a resposta, entretanto todas as alter-
nativas estão erradas, e a questão foi ANULADA.
O item “I” está correto.
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STF e doutrina: (...) Segundo entendimento acolhido por esta Corte, a pluralidade de vítimas atin-
gidas pela violência no crime de roubo com resultado morte ou lesão grave, embora único o patri-
mônio lesado, não altera a unidade do crime, devendo essa circunstância ser sopesada na indivi-
dualização da pena. STF. 2ª Turma. HC 96736”
“STJ: É pacífico na jurisprudência do STJ o entendimento de que há concurso formal impróprio 
no latrocínio quando ocorre uma única subtração e mais de um resultado morte, uma vez que se 
trata de delito complexo, cujos bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a vida. STJ. 5ª Turma. 
HC 336.680/PR”
O item “II” está incorreto. “Súmula n. 543 do STJ: O aumento na terceira fase de aplicação 
da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo su-
ficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.”
O item “III” está incorreto. “Art. 16 Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da quei-
xa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.”
O item “IV” está incorreto. Pois nem todas apresentadas no item são de 1/3. Por exemplo:
“§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): II – se há destruição ou rompimento de obs-
táculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.”
O item “V” está incorreto. Embora seja delito formal, é possível fracionar o "iter criminis", 
admitindo a tentativa.
25. No tocante à teoria do delito, marque a alternativa incorreta:
a. Para a teoria causal, o resultado, como parte integrante da ação causal, deve estar 
contido necessariamente em todos os delitos, pois o conceito causal não pode reco-
nhecer crimes sem resultado.
b. A reformulação neokantista na teoria do delito tem profunda repercussão na relaçãotipo-antijurídicidade, e com Mezger a perda da autonomia do tipo atinge seu clímax, 
ao ser concebido como um momento da antijuricidade. O delito é, assim, definido 
como a ação tipicamente antijurídica e culpável.
c. Característica básica da postura finalista é tratar o delito culposo segundo a condu-
ção da atividade humana estabelecida no tipo de injusto, quer tendo por base o objeto 
de um juízo de valor negativo sobre essa atividade, quer o desvio do processo causal 
ou defeito de congruência.
d. A tipicidade, no conceito neoclássico de delito (neokantismo), foi profundamente afe-
tada pelo descobrimento de elementos normativos do tipo. Os elementos subjetivos 
do injusto, por sua vez, somente vieram a integrar a tipicidade com o advento do 
finalismo.
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COMENTÁRIO
A letra "A" está correta. A principal crítica da teoria causalista, dentre outras, é que não 
explica os crimes formais, nem os de mera conduta. Pois para a causalista, a conduta é o 
movimento corporal voluntário que causa um resultado naturalístico, ou seja, que causa 
uma modificação no mundo exterior, tendo por base a chamada “fotografia do resultado”. 
Esta teoria tem como premissa as ciências naturais, orientadas pelas leis da causalidade, 
em que se analisa uma relação de causa e efeito, independentemente de dolo ou culpa do 
agente (que se encontram na culpabilidade).
A letra "B" está correta. Mezger, um dos expoentes do neokantismo, desenvolveu a teoria 
da ratio essendi ou tipicidade como essência da ilicitude. Para ele, a tipicidade é essência 
da ilicitude, formando um tipo penal de injusto. Há, assim, uma mistura impossível de se 
dissociar entre a tipicidade e ilicitude.
A letra "C" está correta. Para a teoria finalista, conduta penalmente relevante é o compor-
tamento humano voluntário (ação ou omissão) em que há a vontade de uma finalidade. 
A principal crítica a ela é em relação aos crimes culposos, pois não se pode aceitar uma 
orientação da vontade a um resultado involuntário. Embora haja fundamento nesta crítica, 
no crime culposo também há vontade dirigida a uma finalidade, a um resultado. Nestes 
crimes, o resultado – involuntário – ocorre em razão dos meios negligentes, imprudentes e 
imperitos utilizados pelo agente ao direcionar a sua conduta.
A letra "D" está incorreta. No causalismo, o tipo penal constituía somente elementos obje-
tivos descritivos (chamados de tipos normais). Os tipos penais que possuíam elementos 
normativos e/ou subjetivos eram chamados de tipos penais anormais. Assim, diferente-
mente do afirmado na alternativa, os elementos normativos e os subjetivos passaram a 
integrar o tipo penal no neokantismo.
26. Assinale a alternativa correta:
a. Nos crimes de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, a pena pri-
vativa de liberdade é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o agente conduz o 
veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão 
corporal leve, grave ou gravíssima.
b. Constitui crime descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgên-
cia previstas na Lei nº 11.340/2006; no entanto, o crime somente se configura na 
hipótese de as medidas terem sido deferidas por juiz com competência criminal.
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c. De acordo com a Lei nº 11.340/2006, as medidas protetivas de urgência poderão ser 
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida; 
na hipótese de requerimento pela ofendida, o Ministério Público deverá se manifestar 
antes da concessão da medida.
d. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, o delito descrito no artigo 90 da Lei nº 
8.666/1993 (fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório) é formal, bas-
tando, para se consumar, a demonstração de que a competição foi frustrada, inde-
pendentemente de demonstração de recebimento de vantagem indevida pelo agente 
e de comprovação de dano ao erário.
COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a lesão deve ser 
grave ou gravíssima para haver esta qualificação do crime:
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. [...]
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima.
A letra “B” está incorreta, pois não há esta imposição de competência na letra da lei: 
“Art. 24-A.
Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.”
A letra “C” está incorreta. A concessão das medidas protetivas é feita para assegurar a 
integridade física e a vida da vítima, portanto deve ser célere, não necessitando do aval do 
MP para a concessão.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.
A letra “D” está correta. À época da aplicação da prova, o entendimento não era sumulado, 
mas já constava firmado pelo STJ – Edição 134 da jurisprudência em teses: “O crime do 
artigo 90 da Lei n. 8.666/1993 é formal e prescinde da existência de prejuízo ao erário, 
haja vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os lici-
tantes interessados em contratar, causada pela frustração ou pela fraude no procedimento 
licitatório”.
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Recentemente, dia 10/02/2021, foi editada a Súmula n. 645 do STJ, que diz: “O crime de 
fraude à licitação é formal, e sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou 
da obtenção de vantagem”.
Lembrando que prescindir é dispensar.
Deste modo, continua estando correta esta alternativa, mas agora o entendimento encon-
tra um embasamento mais consolidado por estar sumulado.
27. De acordo com a Lei n. 11.343/2006 e com a sua interpretação pelo Superior Tribunal 
de Justiça, marque a alternativa correta:
a. A expropriação de bens em favor da União, decorrente da prática de crime de trá-
fico ilícito de entorpecentes, não constitui efeito automático da sentença penal 
condenatória.
b. A posse de substância entorpecente para uso próprio configura crime doloso e, 
quando cometido no interior de estabelecimento prisional, constitui falta grave, nos 
termos do artigo 52 da Lei de Execução Penal.
c. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e 
o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e 
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, poderá 
ser isento de pena ou ter a pena reduzida de um terço a dois terços.
d. São requisitos para o reconhecimento do tráfico privilegiado que o agente seja pri-
mário, de bons antecedentes e boa conduta social, que não se dedique às atividades 
criminosas nem integre organização criminosa.
COMENTÁRIO
A letra "A" está incorreta, pois de acordo com o STJ constitui efeito automático:
2. Na hipótese dos autos, as circunstâncias em que ocorreu o delito, em especial o número de 
porções, e a nocividade do entorpecente apreendido, denotam que a medida substitutiva não se 
mostra

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