Buscar

Cópia de MEGE - PROVA OBJETIVA COMENTADA (MP-MG 2021)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
1 
 
 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
2 
 
SUMÁRIO 
 
GRUPO I (CONSTITUCIONAL, ADM., ELEITORAL, TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO) ................ 3 
GRUPO II (PENAL, CRIMINOLOGIA E PROCESSO PENAL) ................................................ 34 
GRUPO III (CIVIL E PROCESSO CIVIL) ............................................................................... 68 
GRUPO IV (DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL COLETIVO) ............................................ 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
3 
PROVA MP-MG (2021) 
 
GRUPO I 
(CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO, ELEITORAL, TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO) 
 
QUESTÃO 1 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A) O “estado de coisas inconstitucional”, lido pela doutrina pátria como princípio da 
proibição de proteção deficiente, indica uma situação fática de desídia estatal diante de 
determinado direito fundamental. 
B) O realismo jurídico, movimento teórico que superou o formalismo, ressalta a estrita 
vinculação das decisões judiciais ao comando legal, importando mais a lei em si do que 
as consequências fáticas de sua aplicação. 
C) A ideia da “desconstitucionalização” reconhece a recepção de preceitos 
constitucionais anteriores, porém na condição de direito ordinário, e desde que 
compatíveis com a nova ordem constitucional. 
D) O conceito de efetividade da norma jurídica, distinto da mera ideia de eficácia, não 
se aplica às normas constitucionais, naturalmente dependentes da ação política e da 
realidade social vivenciada, circunstâncias limitadoras da materialização concreta do 
preceito legal. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. O primeiro ponto a ser questionado nesta questão diz respeito à origem 
da discussão a respeito do Estado de Coisas Inconstitucional. Segundo Márcio André 
Lopes Cavalcante, a ideia de que pode existir um Estado de Coisas Inconstitucional e que 
a Suprema Corte do país pode atuar para corrigir essa situação surgiu na Corte 
Constitucional Colombiana, em 1997, com a chamada “Sentencia de Unificación (SU). 
Segundo a doutrina nacional, pacífica, foi a primeira vez que se usou essa expressão. 
Proibição de Proteção Deficiente (Untermassverbot), por sua vez, é um termo da 
doutrina alemã, de cunho constitucional, que significa uma atuação positiva por parte 
das Cortes Constitucionais em casos explícitos de descumprimento do papel de legislar 
em matéria de norma constitucional de eficácia limitada. Nos termos do HC 
102.087/MG, p. 94, [...] O ato não será adequado caso não proteja o direito fundamental 
de maneira ótima; não será necessário na hipótese de existirem medidas alternativas 
que favoreçam ainda mais a realização do direito fundamental; e violará o subprincípio 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
4 
da proporcionalidade em sentido estrito se o grau de satisfação do fim legislativo for 
inferior ao grau em que não se realiza o direito fundamental de proteção. BERNAL 
PULIDO, Carlos. El principio de proporcionalidad y los derechos fundamentales. Madrid: 
Centro de Estudios Políticos y Constitucionales; 2003, p. 798 e segs. Alfim, um caso atual 
envolvendo esse conceito é veiculado no Info 944, ADO 26 e MI 4.733/DF, pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
B) INCORRETA. É exatamente o contrário. Vamos nos embasar nos ensinamentos de 
Norberto Bobbio para um melhor entendimento. Para ele, formalismo jurídico é uma 
certa teoria da justiça, em particular a teoria segundo a qual justo é aquele que é 
conforme a lei, e injusto, aquele que está em desacordo com ela. Para Bobbio, esse 
formalismo deveria ser chamado de formalismo ético, concepção muito mais comum 
entre os juristas. 
C) CORRETA. De acordo com a teoria da desconstitucionalização, as normas 
constitucionais que não sejam materialmente constitucionais e que tenham 
compatibilidade com a nova ordem vigente podem ser mantidas com natureza de lei, 
desconstitucionalizando-se (lei ordinária - CF/88, art. 59, III; por exemplo) . Em regra, 
não é admitida no direito brasileiro. A título de aprofundamento, é importante frisar 
que essa teoria tem previsão expressa na Constituição de Portugal - art. 292. No Brasil, 
por sua vez, o art. 147 da Constituição de 1967 do Estado de São Paulo previa tal 
viabilidade. 
D) INCORRETA. Já salta aos olhos o extremismo da afirmação: não se aplica às normas 
constitucionais. Temos que sempre ter cuidado com essas expressões em provas, e aqui 
não foi diferente. Segundo Luís Roberto Barroso, efetividade é a própria realização do 
direito, o desempenho concreto de sua função social. 
 
QUESTÃO 2 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A) Os Estados, titulares de competências legislativas concorrentes, só poderão 
disciplinar a forma de funcionamento de bingos e loterias diante da omissão legislativa 
da União. 
B) Os Municípios, com base no princípio do interesse, podem legislar sobre gratuidade 
no uso de estacionamento em estabelecimentos comerciais privados (shopping centers, 
supermercados, etc.), sediados nos limites de seu território. 
C) Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais de intervenção no 
domínio econômico, exigíveis no mesmo ano em que criadas, desde que observada a 
anterioridade nonagesimal, 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
5 
D) No âmbito da competência concorrente, a superveniência de lei federal que disponha 
sobre normas gerais não revoga a lei estadual anteriormente editada, mas suspende a 
eficácia dos dispositivos que lhe forem contrários. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. De acordo com a Súmula Vinculante n. 2: É inconstitucional a lei ou ato 
normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, 
inclusive bingos e loterias. Ademais, nos parâmetros da CF/88, art. 22, XX: Compete 
privativamente à União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios. 
B) INCORRETA. Vamos a alguns julgados em que o Supremo Tribunal Federal enfrentou 
a matéria. “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL. 
ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA 
AO ART. 22, I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou 
entendimento no sentido de que invade a competência da União para legislar sobre 
direito civil (art. 22, I da CF/88) a norma estadual que veda a cobrança de qualquer 
quantia ao usuário pela utilização de estabelecimento em local privado (ADI 1.918, rel. 
min. Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney Sanches; ADI 1.472, rel. min. Ilmar 
Galvão). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente” (RT 909/337). “AÇÃO 
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 1.º DA LEI N.º 1.094/96, DO DISTRITO 
FEDERAL. ALEGADA VIOLAÇÃO AOS ARTS. 5.º, XXII; E 22, I, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. Norma que, dispondo sobre o direito de propriedade, regula matéria de 
direito civil, caracterizando evidente invasão de competência legislativa da União. 
Precedente. Ação julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade da 
expressão ‘privadas ou’, contida no art. 1.º da lei distrital sob enfoque” (STF, ADI 1.472-
DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ilmar Galvão, 05-09-2002, v.u., DJ 25-10-2002, p. 24). 
Sendo mais específico quanto em matéria de jurisprudência, segundo a ADI 4.862/PR: É 
inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança de estacionamento 
de veículos. 
C) INCORRETA. Nos termos do art. 149 da CF/88: Compete exclusivamente à União 
instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do 
previsto no art. 195, §6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Ainda 
na dicção do art. 150, I e III: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados,ao Distrito Federal e aos Municípios exigir 
ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, cobrar tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
6 
aumentado; no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; e, antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b. Dessa 
forma, é necessário observar tanto o princípio da anterioridade ordinária quanto a 
anterioridade nonagesimal. 
D) CORRETA. Não há revogação, mas suspensão da Lei Estadual, em caso de 
competência concorrente. Segundo o art. 24, §4º da CF/88: Compete à União, aos 
Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre [...] A superveniência de 
lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for 
contrário. 
 
QUESTÃO 3 
Sobre a interpretação das normas constitucionais, é INCORRETO afirmar que: 
A) O princípio da justeza, ou da conformidade funcional, exige do intérprete a busca da 
maior efetividade social possível na aplicação da norma constitucional. 
B) O princípio da concordância prática, ou da harmonização, pressupõe a ideia de 
unidade da Constituição e de inexistência hierárquica entre as normas nela consagradas, 
de modo a evitar-se o sacrifício de valores constitucionais igualmente relevantes. 
C) O método histórico de interpretação constitucional, embora próprio dos países do 
chamado common law, é admitido pelo Supremo Tribunal Federal em situações 
específicas, notadamente quando necessário para revelar o sentido da norma na 
conjuntura social em que foi promulgada. 
D) Dentro do juízo de proporcionalidade, o subprincípio da adequação julga se as 
medidas de intervenção no direito fundamental são razoáveis e aptas para se alcançar 
o fim almejado. 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
A) CORRETA. De acordo com Hesse (1998), citado por Marcelo Novelino, o princípio da 
conformidade funcional orienta os órgãos encarregados de interpretar a constituição a 
agirem dentro de seus respectivos limites funcionais, evitando decisões capazes de 
subverter ou perturbar o esquema organizatório-funcional constitucionalmente 
estabelecido. Dessa forma, trata-se de diretriz voltada, sobretudo, à atuação dos 
tribunais constitucionais em suas relações com os poderes públicos, sendo atualmente 
considerada mais como princípio autônomo de competência do que propriamente de 
interpretação constitucional, isso nas lições de J.J Gomes Canotilho (2000). Importante 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
7 
frisar que esse princípio também é sinônimo de exatidão funcional ou correção funcional 
- são nomes que podem aparecer em provas. 
B) INCORRETA. Vamos usar um trecho do julgado, MS 26.750/DF - Luis Fux, para 
entender claramente o princípio da alternativa. [...] Ambas essas garantias, que 
constituem cláusulas elementares do princípio constitucional do justo processo da lei 
(due process of law), devem ser interpretadas sob a luz do critério da chamada 
concordância prática, que, como se sabe, consiste numa recomendação para que o 
aplicador das normas constitucionais, em se deparando com situações de concorrência 
entre bens constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize a realização de 
todos eles, mas, ao mesmo tempo, não acarrete a negação de nenhum. A título de 
informação complementar é importante destacar que Friedrich Muller se inclina em 
uma diretriz que entende contraditória a existência deste princípio com a lógica do 
sopesamento de bens, ponderação de valores constitucionais. Noutra monta, dando 
força ao alinhamento do STF e da Corte Alemã Constitucional, Robert Alexy pensa que 
o modelo de sopesamento (Teoria dos Direitos Fundamentais) é equivalente à 
concordância prática, não havendo que falar em contradição no mundo prático. 
C) INCORRETA. Pelo método histórico devem ser sempre observadas as origem da 
produção de uma norma, todas as realidades envolvidas que estavam presente em sua 
gênese, o momento moral, ético e social que o legislador estava inserido, exatamente 
para se chegar à sua vontade quando do exercício hermenêutico. 
D) INCORRETA. O princípio da proporcionalidade como concebido no Brasil, por vezes, 
é confundido com o princípio da razoabilidade - até os Tribunais Superiores costumam 
fazer essa equiparação em seus julgados. Contudo há que se fazer uma distinção inicial 
quanto à origem de cada um para destacar os subconceitos da proporcionalidade. 
Razoabilidade como princípio nasce dentro de uma discussão jurisprudencial-
doutrinária nos Estados Unidos (Ronald Dworkin), enquanto proporcionalidade tem 
como gênese o Tribunal Constitucional Alemão pelos trabalhos do já citado Robert 
Alexy. Este, ademais, se subdivide em adequação (compatibilidade do meio com o fim 
almejado pelo intérprete), necessidade (meio menos gravoso em respeito à finalidade 
do bem envolvido), e proporcionalidade em sentido estrito (juízo de análise entre 
vantagens e desvantagens quanto ao objeto final de análise). 
 
QUESTÃO 4 
Analise as assertivas abaixo e, conforme sejam verdadeiras (V) ou falsas (F), assinale a 
alternativa CORRETA: 
I. A livre concorrência, expressamente consagrada na Constituição Federal, impede que 
incentivos fiscais não extensivos às empresas privadas sejam concedidos às empresas 
públicas e sociedades de economia mista, prestadoras de serviço público. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
8 
II. Ao contrário dos serviços de saúde e educação, o serviço postal é considerado 
“privilégio” estatal, não podendo ser prestado direta e livremente pela iniciativa 
privada. 
III. Não ofende o princípio da isonomia norma legal que concede tratamento tributário 
especial e diferenciado às microempresas e empresas nacionais de pequeno porte. 
IV. O Supremo Tribunal Federal não reconhece o direito de “desaposentação” e 
“reaposentação”, devendo o aposentado que permanece empregado no mercado de 
trabalho contribuir para a previdência social, em razão do princípio da solidariedade que 
rege o sistema. 
A) V-V-V-F 
B) F-V-V-V 
C) F-F-F-V 
D) V-F-V-F 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
I - FALSO. No RE 596.729, AgR ano 2010: Este Tribunal possui entendimento no sentido 
de que o art. 173, §2º da CF/88 não se aplica às empresas públicas prestadoras de 
serviços públicos. Dessa afirmação, porém, não se pode inferir que a Constituição tenha 
garantido a essas entidades a isenção de custas processuais ou o privilégio do prazo em 
dobro para a interposição de recursos. Segundo o art. 173, §2º - As empresas públicas e 
as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensíveis 
às do setor privado. 
II - VERDADEIRO. Na ADPF 46, 2010, o Ministro Eros Graus já havia se posicionado a 
respeito do tema: A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime 
de exclusividade na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, 
o privilégio postal. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são prestados os serviços 
públicos importam em que essa atividade seja desenvolvida sob privilégio, inclusive, em 
regra, o da exclusividade. 
III - VERDADEIRO. Vamos à ADI 1.643 para melhor compreensão: [...] 3. Por disposição 
constitucional (CF, artigo 179), as microempresas e as empresas de pequeno porte 
devem ser beneficiadas, nos termos da lei , pela "simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução 
destas" (CF, artigo 179). 4. Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por 
motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de 
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
9 
aquelas cujos sócios têm condição de disputaro mercado de trabalho sem assistência 
do Estado. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. 
IV - VERDADEIRO. Por fim, ao analisar o RE 381.367/RS e o RE 827.833, veiculados no 
Info 965, temos a fundamentação: No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - 
RGPS, somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por 
ora, previsão legal do direito à 'desaposentação' ou à ‘reaposentação’, sendo 
constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/1991. STF. Plenário. RE 381367 
ED/RS e RE 827833 ED/SC, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 6/2/2020 (repercussão geral). 
 
QUESTÃO 5 
I . A liberdade de expressão, mesmo ocupando posição de destaque no rol dos direitos 
fundamentais, não se traduz em direito absoluto, razão por que o Supremo Tribunal 
Federal vedou a publicação de biografias não autorizadas, especialmente em casos de 
ofensa direta a direitos de personalidade do biografado. 
II. Consoante entendimento do STF, a liberdade de reunião prescinde de autorização da 
autoridade competente, mas a prévia comunicação é requisito condicionante do 
exercício do direito, sob pena de ilegalidade do ato público realizado. 
III. A jurisprudência majoritária nega aplicação, aos direitos sociais, do “princípio da 
proibição do retrocesso”, notadamente em razão das constantes transformações 
econômicas da realidade social, que exigem contínua revisão jurisprudencial e legislativa 
sobre o alcance e extensão desses direitos. 
IV. O direito de greve do servidor público não é absoluto, só podendo ser exercido por 
policiais civis nos estritos limites estabelecidos em lei específica, em razão dos 
imperativos da continuidade do serviço público essencial. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A) As assertivas I, II, III e IV são incorretas. 
B) Apenas as assertivas I e III são incorretas. 
C) Apenas as assertivas II e IV são incorretas. 
D) Apenas a assertiva III é incorreta. 
 
RESPOSTA: A 
 
 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
10 
COMENTÁRIOS 
I - INCORRETA. No gancho do explicitado por Márcio André Lopes Cavalcante - Dizer o 
Direito: Para que seja publicada uma biografia não é necessária autorização prévia do 
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa 
autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade 
de expressão consagrada pela CF/88. Caso o biografado ou qualquer outra pessoa 
retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação, ele terá 
direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização 
pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de 
nova edição com correção, de direito de resposta etc. STF. Plenário. ADI 4.815, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 10/06/2015. 
II - INCORRETA. A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de 
reunião é satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar 
para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no 
mesmo local. STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão 
Min. Edson Fachin, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003). 
III - INCORRETA. Em matéria de Direitos Sociais (considerados de segunda dimensão - 
Flávia Piovesan), na verdade, há a aplicação da teoria da vedação ao retrocesso. 
Também chamado de efeito cliquet, expressão francesa, significa, em linhas gerais: “não 
voltar para trás”. Tem como seu nascedouro de debate a jurisprudência alemã em um 
caso emblemático envolvendo o direito à educação. 
IV - INCORRETA. Vamos ao julgado que explica a afirmação: A atividade policial é 
carreira de Estado imprescindível a manutenção da normalidade democrática, sendo 
impossível sua complementação ou substituição pela atividade privada. A carreira 
policial é o braço armado do Estado, responsável pela garantia da segurança interna, 
ordem pública e paz social. E o Estado não faz greve. O Estado em greve é anárquico. A 
Constituição Federal não permite. Aparente colisão de direitos. Prevalência do interesse 
público e social na manutenção da segurança interna, da ordem pública e da paz social 
sobre o interesse individual de determinada categoria de servidores públicos. 
Impossibilidade absoluta do exercício do direito de greve às carreiras policiais. 
Interpretação teleológica do texto constitucional, em especial dos artigos 9º, § 1º, 37, 
VII e 144. Recurso provido, com afirmação de tese de repercussão geral: “1 - O exercício 
do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a 
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. 2 - 
É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos 
classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do Código de 
Processo Civil, para vocalização dos interesses da categoria. (ARE 654432, Relator(a): 
Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal 
Pleno, julgado em 05/04/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 08-06-2018 
PUBLIC 11-06-2018) 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
11 
 
QUESTÃO 6 
Sobre o controle de constitucionalidade das leis, é CORRETO afirmar que: 
A) O Governador de Estado possui legitimidade para propor ação direta contra lei 
estadual interna, não podendo questionar a constitucionalidade de normas emanadas 
de outras unidades da federação. 
B) Tratados e convenções internacionais que versem, exclusivamente, sobre direitos 
humanos constituem-se em parâmetro de controle de constitucionalidade, ainda que 
pendentes de ratificação pelo Congresso Nacional. 
C) Por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental, o Supremo 
Tribunal Federal pode realizar o controle abstrato de uma lei municipal em face da 
Constituição Federal. 
D) No entendimento do Supremo Tribunal Federal, as resoluções editadas pelo Conselho 
Nacional do Ministério Público, enquanto atos administrativos normativos, não podem 
ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
A) FALSO. Vamos nos furtar do segmentado na ADO 31 AgR/DF: Alegação de omissão 
legislativa na implementação de imposto de competência da União – Imposto sobre 
Grandes Fortunas (IGF). Ausência de previsão constitucional de repartição de receitas 
desse tributo com os demais entes federados. A jurisprudência desta CORTE é pacífica 
no sentido de que a legitimidade para a propositura das ações de controle concentrado 
de constitucionalidade, em face de ato normativo oriundo de ente federativo diverso, 
por governadores de Estado, exige a demonstração de pertinência temática, ou seja, a 
repercussão do ato, considerados os interesses do Estado. Precedentes. Ausência de 
pertinência temática. Ilegitimidade ativa do Governador do Estado do Maranhão para 
propor Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão com o objetivo de instituir 
imposto de competência da União. 
B) FALSO. A fundamentação pode ser extraída do art. 5º, §3º da CF/88: Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
C) VERDADEIRO. Lei n. 9.882/99, art. 1º - A arguição prevista no §1º do art. 102 da 
Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por 
objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
12 
Público. Parágrafo único - Caberá também arguição de descumprimento de preceito 
fundamental quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre 
lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anterioresà 
Constituição. 
D) FALSO. Segundo a ADI 4.263/DF: Resolução editada pelo CNMP no exercício de sua 
competência constitucional, em caráter geral e abstrato, não constitui ato normativo 
secundário. Ausentes outros vícios na petição inicial, as questões preliminares devem 
ser rejeitadas e ação direta conhecida. 
 
QUESTÃO 7 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A) O custeio dos serviços de iluminação pública se dará por meio de taxa, obedecidos os 
critérios de proporcionalidade em relação ao uso dos serviços por parte de cada um dos 
contribuintes. 
B) A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador, mas a lei pode atribuir 
ao sujeito passivo a responsabilidade pelo pagamento antecipado do tributo, antes de 
concretizada a hipótese de incidência. 
C) Isenções, anistias e imunidades, relativas a impostos, taxas e contribuições, só 
poderão ser concedidas mediante lei específica federal, estadual ou municipal. 
D) De acordo com a Constituição Federal, a repartição da receita tributária é definida 
pela respectiva competência, cabendo ao ente tributante a totalidade do produto de 
sua arrecadação. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. De acordo com a súmula vinculante 41: “O serviço de iluminação pública 
não pode ser remunerado mediante taxa”. Não se trata de serviço específico e divisível, 
umas vez que não seria possível mensurar com clareza o benefício de cada contribuinte 
por contar com a iluminação pública em si. 
B) CORRETA. De acordo com o artigo 113, § 1º do CTN, “A obrigação principal surge com 
a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.” No entanto, é 
importante que se verifique a redação do art. 150, do §7º da CF/88, o qual informa que 
“A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável 
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
13 
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso 
não se realize o fato gerador presumido.” A análise dos dois dispositivos representa o 
teor da letra B, que deve ser assinalada como correta. 
C) INCORRETA. As imunidades são tratadas na CF/88, e não concedidas mediante lei 
específica. Portanto, não podem ser tratadas como as demais hipóteses citadas. 
D) INCORRETA. Podemos citar os arts. 157 a 162, CF para exemplificarmos divisões de 
arrecadações de seus tributos. Logo, em nosso modelo, não é uma premissa correta 
afirmar que cabe ente tributante a totalidade do produto de sua arrecadação. Seguem 
exemplos de repartições de valores arrecadados. 
 Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias 
e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a 
União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída 
pelo art. 154, I. 
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da 
arrecadação, os montantes de cada um dos tributos 
arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem 
tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos 
critérios de rateio. 
 
QUESTÃO 8 
Sobre o tema da responsabilidade civil do poder público, analise as assertivas abaixo e 
assinale a alternativa CORRETA: 
I. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas 
de direito privado prestadoras de serviço público pelos danos causados à vítima, 
conforme previsto na Constituição Federal, subsume-se à teoria do risco administrativo, 
podendo ser excluída somente quando comprovada a existência de caso fortuito ou 
força maior. 
II. Ao apreciar o Tema nº 362, da repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal 
assentou que a responsabilidade civil do Estado por omissão no dever de vigilância, 
pelos danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, é 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
14 
objetiva, sendo desnecessária a demonstração do nexo causal direto entre o momento 
da fuga e a conduta praticada. 
III. Conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal, em regime de repercussão geral, 
Tema nº 246, o inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do 
contratado transfere automaticamente ao poder público contratante a 
responsabilidade pelo pagamento, em razão da responsabilidade solidária do Estado, 
nos termos da Lei nº 8.666/93. 
IV. O Estado possui o dever, imposto pelo sistema normativo, de manter em seus 
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, 
devendo ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos 
pela falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento, nos termos do art. 
37, § 6º, da CF/88. 
A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
B) As assertivas I, II, III e IV estão incorretas. 
C) Apenas a assertiva I está correta. 
D) Apenas a assertiva IV está correta. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
I - INCORRETO. Segundo Renério de Castro Júnior, o direito brasileira adota, em regra, 
a responsabilidade objetiva do Estado na modalidade fundada na Teoria do Risco 
Administrativo. Isso quer dizer que o Poder Público poderá valer-se, em sua defesa, de 
causas excludentes da responsabilidade, o que não seria possível no caso de adoção da 
teoria do risco integral. Segundo o mesmo autor, e seguindo a doutrina pacífica, são 
excludentes de responsabilidade: culpa exclusiva da vítima (exclusiva ou concorrente), 
caso fortuito ou força maior, fato exclusivo de terceiros (exemplo: danos causados por 
multidões). 
II - INCORRETO. De acordo com o RE 608.880/MT: [...] Entretanto, o princípio da 
responsabilidade objetiva não se reveste de caráter absoluto, eis que admite o 
abrandamento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil do Estado, nas 
hipóteses excepcionais configuradoras de situações liberatórias como o caso fortuito e 
a força maior ou evidências de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima. A fuga de 
presidiário e o cometimento de crime, sem qualquer relação lógica com sua evasão, 
extirpa o elemento normativo, segundo o qual a responsabilidade civil só se estabelece 
em relação aos efeitos diretos e imediatos causados pela conduta do agente. Nesse 
cenário, em que não há causalidade direta para fins de atribuição de responsabilidade 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
15 
civil extracontratual do Poder Público, não se apresentam os requisitos necessários para 
a imputação da responsabilidade objetiva prevista na Constituição Federal - em especial, 
como já citado, por ausência do nexo causal. Recurso Extraordinário a que se dá 
provimento para julgar improcedentes os pedidos iniciais. Tema 362, fixada a seguinte 
tese de repercussão geral: “Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não 
se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de 
crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o 
nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada”. 
III - INCORRETO. Essa transferência não ocorre de forma automática, como citado na 
afirmativa, vejamos o julgado: [...] A Administração Pública, pautada pelo dever de 
eficiência (art. 37, caput, da Constituição), deve empregar as soluções de mercado 
adequadas à prestação de serviços de excelência à população com os recursos 
disponíveis, mormente quando demonstrado, pela teoria e pela prática internacional, 
que a terceirização não importa precarização às condições dos trabalhadores. O art. 71, 
§ 1º, da Lei nº 8.666/93, ao definir que a inadimplênciado contratado, com referência 
aos encargos trabalhistas, não transfere à Administração Pública a responsabilidade 
por seu pagamento, representa legítima escolha do legislador, máxime porque a Lei 
nº 9.032/95 incluiu no dispositivo exceção à regra de não responsabilização com 
referência a encargos trabalhistas. [...] Recurso Extraordinário parcialmente conhecido 
e, na parte admitida, julgado procedente para fixar a seguinte tese para casos 
semelhantes: “O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do 
contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a 
responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos 
termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93”. (RE 760931, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 26/04/2017, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-206 DIVULG 11-09-2017 PUBLIC 12-09-2017) 
IV - CORRETO. Esse tema, de alto conhecimento no mundo jurisprudencial, já tinha sido 
noticiado pelo MPMG em 10/02/2020. RE 580.252/MS: Considerando que é dever do 
Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos 
de humanidade previstos no art. 37, §6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os 
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da 
falta ou da insuficiência das condições legais de encarceramento. 
 
QUESTÃO 9 
Sobre o tema do controle da administração pública, analise as assertivas abaixo e 
assinale a alternativa CORRETA: 
I. Conforme Súmula n° 473, do Supremo Tribunal Federal, os atos administrativos podem 
ser anulados, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, bem como revogados, por 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
16 
motivo de conveniência e oportunidade, tanto na esfera administrativa, como na 
judicial, respeitados os direitos adquiridos. 
II. Considerando-se que o ato administrativo tem presunção de legitimidade, pode-se 
dizer que, interposto recurso pelo administrado, somente haverá efeito suspensivo se 
houver previsão legal, caso em que ficará suspenso o prazo prescricional. 
III. Tendo em conta a independência de instâncias, ainda que recebido no efeito 
suspensivo o recurso interposto na via administrativa, poderá o interessado recorrer à 
via judicial para a defesa de seu direito, visto que nenhuma lesão ou ameaça de lesão 
será excluída da apreciação do Poder Judiciário. 
IV. Constitui exceção à independência de instâncias a absolvição levada a efeito no juízo 
criminal, qualquer que seja o fundamento, caso em que a responsabilidade do servidor 
será afastada na esfera administrativa. 
A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
B) As assertivas I, II, III e IV estão incorretas. 
C) Apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
D) Apenas a assertiva III está correta. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
I - INCORRETA. Essa questão entra em um ponto exatamente polêmico envolvendo a 
intervenção do Poder Judiciário nos atos administrativos, sobretudo os discricionários. 
Há que se observar que o mérito administrativo não pode ser alterado pelo Poder 
Judiciário, isso se contradiz com a separação de poderes e com doutrina tradicionalista 
administrativista. Segundo REsp 1.271.057/PR: 1. Consoante entendimento 
consolidado nesta Corte Superior, a intervenção do Poder Judiciário nos atos 
administrativos cinge-se à defesa dos parâmetros da legalidade, permitindo-se a 
reavaliação do mérito administrativo tão somente nas hipóteses de comprovada 
violação aos princípios da legalidade, razoabilidade e proporcionalidade, sob pena de 
invasão à competência reservada ao Poder Executivo. 2. Na hipótese dos autos, 
declarada a nulidade do auto de infração pela ilegalidade da apreensão e decretação de 
perdimento de mercadorias, por malferimento à proporcionalidade, é defeso ao Poder 
Judiciário imiscuir-se no mérito administrativo, para o fim de substituir aquelas 
penalidades contidas no Auto de Infração, lavrado pela Autoridade Alfandegária, por 
multa prevista na legislação aduaneira, sob pena de o provimento jurisdicional substituir 
o próprio Administrador Público, a quem compete a aplicação e mensuração da sanção 
administrativa. Precedente: RMS 20.631/PR, Rel. 3. Agravo Interno da Fazenda Nacional 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
17 
desprovido. (AgInt no REsp 1271057/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/05/2017, DJe 25/05/2017) 
II - INCORRETA. Fundamenta-se no art. 61, parágrafo único da Lei n. 9.784/99: Havendo 
justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a 
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar 
efeito suspensivo ao recurso. 
III - INCORRETA. Essa afirmação é bastante polêmica, sobretudo porque a alternativa D 
poderia ser uma possível resposta. Contudo, ousamos discordar de contradições e 
reafirmar o gabarito, uma vez que há exceções: justiça desportiva; ato administrativo 
contrário à súmula vinculante; habeas data; ações previdenciárias administrativas (RE 
631.240). 
IV - INCORRETA. A sentença proferida no âmbito criminal somente repercute na esfera 
administrativa quando reconhecida a inexistência material do fato ou a negativa de sua 
autoria. Assim, se a absolvição ocorreu por ausência de provas, a administração não está 
vinculada à decisão proferida na esfera penal (STJ, REsp 1.323.123, 2013). 
 
QUESTÃO 10 
Quanto ao tema da administração pública, assinale a alternativa CORRETA: 
A) Pelo princípio da imputação volitiva, característica da teoria do órgão, a atividade 
exercida por agente que não tenha investidura legítima não pode ser imputada à pessoa 
jurídica de direito público. 
B) O órgão, por ser despersonalizado, apenas integra a pessoa jurídica de direito público, 
razão pela qual não pode, em nenhuma hipótese, figurar em qualquer dos polos de uma 
relação processual. 
C) As decisões prolatadas pelas agências reguladoras, a despeito da autonomia decisória 
no exercício da função do controle de determinadas atividades públicas e privadas de 
interesse social, devem indicar os motivos de fato e de direito que as determinam, 
inclusive quanto à edição ou não de atos normativos. 
D) As autarquias, conquanto dotadas de personalidade jurídica de direito público, 
praticam atos administrativos de direito privado, os quais são considerados atos de 
autoridade para fins de controle de legalidade por mandado de segurança. 
 
RESPOSTA: C 
 
 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
18 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. Segundo Renério de Castro Júnior (2021), a teoria do órgão consegue 
justificar a validade dos atos praticados pelo servidor de fato (aquele cuja investidura 
foi irregular, mas cuja situação tem aparência de legalidade). Ainda de acordo com Celso 
Antônio Bandeira de Mello, em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos 
administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de legalidade dos atos 
administrativos, reputam-se válidos os atos praticados pelo servidor de fato, se por outra 
razão não forem viciados. 
B) INCORRETA. A exceção fica a cargo dos órgãos independentes e autônomos. Segundo 
a Súmula n. 525 do STJ: Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, 
somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. 
C) CORRETA. O fundamento é aquele previsto na Lei n. 13.848/19, art. 5º: A agência 
reguladora deverá indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem suas 
decisões, inclusive a respeito da edição ou não de atos normativos. 
D) INCORRETA. As autarquias compõem a Administração Pública indireta, e conforme 
doutrina majoritária praticam atos administrativos públicos, ou seja, diferente daquelas 
praticados pelas associações e partidos políticos, por exemplo, regidos pelo CC/02. 
 
QUESTÃO 11 
No tocante aos atos administrativos, analise as assertivas abaixo e marquea alternativa 
CORRETA: 
I. Tratando-se de parecer obrigatório, mas não vinculante, a autoridade competente 
para proferir a decisão poderá deixar de acolhê-lo, sendo-lhe dispensável explicitar os 
motivos da recusa. 
II. O ato administrativo praticado no uso do poder discricionário que nega, limita ou 
afeta direitos ou interesses dos administrados, deve ser devidamente motivado, sendo 
suficiente indicar que se trata de interesse público. 
III. Considerando que os decretos regulamentadores, de competência do Chefe do 
Executivo, são atos administrativos que estabelecem normas gerais com a finalidade de 
explicitar o teor das leis – completando-as, se for o caso –, podem, no intuito de 
possibilitar a execução da lei, restringir ou ampliar seus preceitos. 
IV. Tratando-se de ato discricionário em que se permite ao agente maior liberdade de 
aferição da conduta, segundo critérios de conveniência e oportunidade, tem-se que, 
explicitada a motivação do ato, essa não pode ser revista pelo Poder Judiciário em 
nenhuma hipótese, visto não ser possível o controle judicial do mérito do ato 
administrativo discricionário. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
19 
A) As assertivas I, II, III e IV são corretas. 
B) Apenas a assertiva IV está correta. 
C) As assertivas I, II, III e IV são incorretas. 
D) Apenas a assertiva I é correta. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
I - INCORRETA. De acordo com um julgado do ano de 2012 (Info 680): É possível a 
responsabilização de advogado público pela emissão de parecer de natureza opinativa, 
desde que reste configurada a existência de culpa ou erro grosseiro. MS 27.867 AgR/DF. 
Em importante oportunidade no julgamento do MS 24.631/DF, o Ministro Joaquim 
Barbosa apresentou a seguinte conceituação: 
PARECER 
FACULTATIVO OBRIGATÓRIO VINCULANTE 
O administrador não é 
obrigado a solicitar o 
parecer do órgão jurídico. 
O administrador é 
obrigado a solicitar o 
parecer ao órgão jurídico. 
O administrador é obrigado 
a solicitar o parecer do 
órgão jurídico. 
O administrador pode 
discordar da conclusão 
exposta no parecer, desde 
que o faça 
fundamentadamente. 
O administrador pode 
discordar da conclusão 
exposta pelo parecer, 
desde que o faça 
fundamentadamente 
como base em novo 
parecer. 
A administração não pode 
discordar da conclusão 
exposta pelo parecer. O 
administrador decide nos 
termos da conclusão do 
parecer, ou então, não 
decide. 
Em regra, o parecerista não 
tem responsabilidade pelo 
ato administrativo, contudo, 
pode ser responsabilizado, 
se ficar configurada a 
existência de culpa ou erro 
grosseiro. 
Em regra o parecerista 
não tem 
responsabilidade pelo 
ato administrativo, 
contudo, pode ser 
responsabilizado, se ficar 
configurada a existência 
de culpa ou erro 
Há uma partilha do poder 
de decisão entre o 
administrador e o 
parecerista, já que a 
decisão do administrador 
deve ser de acordo com o 
parecer. Logo, o 
parecerista responde 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
20 
grosseiro. solidariamente com o 
administrador pela prática 
do ato, não sendo 
necessário demonstrar 
culpa ou erro grosseiro. 
 
 
QUESTÃO 12 
Sobre o tema do servidor público, assinale a alternativa INCORRETA: 
A) Cargos em comissão, ou de confiança, destinam-se somente a funções de chefia, 
direção e assessoramento, e podem ser ocupados por pessoas que não pertencem aos 
quadros funcionais da administração, ao passo que as funções de confiança, ou 
gratificadas, são reservadas exclusivamente aos servidores ocupantes de cargo efetivo. 
B) O servidor público não tem direito à imutabilidade do estatuto; no entanto, 
preenchidos os requisitos previstos em lei, passa a ter direito adquirido ao benefício ou 
vantagem que o favorece, ainda que tal direito venha a ser exercido após mudança na 
lei instituidora. 
C) Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias podem ser 
recrutados pelos gestores locais do Sistema Único de Saúde por meio de processo 
seletivo público, de acordo com a natureza e a complexidade de suas atribuições e 
requisitos para seu desempenho. 
D) A investidura em cargo efetivo, após aprovação em concurso público, gera para o 
servidor a efetividade e a estabilidade. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. CF/88, art. 37, V: As funções de confiança exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
B) INCORRETA. RE 594.296 - Conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal 
Federal, a revogação de ato administrativo que já gerou efeitos concretos exige regular 
processo administrativo em que se oportunize a manifestação do interessado, sob pena 
de infringência às garantias do contraditório e da ampla defesa. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
21 
C) INCORRETA. CF/88, art. 198, §4º: Os gestores locais do sistema único de saúde 
poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por 
meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas 
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 
D) CORRETA. Esta alternativa está correta por estar incorreta, uma vez que não há essa 
estabilidade automática no ato de investidura. A estabilidade, conforme previsão da 
CF/88, ocorre somente após 3 anos de efetivo exercício. 
 
QUESTÃO 13 
Quanto à responsabilidade do poder público em caso de posse em cargo público 
determinada por decisão judicial, à luz do que foi decidido pelo Supremo Tribunal 
Federal no julgamento do RE 724.347/DF, em regime de repercussão geral (Tema nº 
671), é CORRETO afirmar que: 
A) Comprovados o ato ilícito da administração (ausência de nomeação), reconhecido por 
decisão judicial transitada em julgado; o dano causado (nomeação e posse tardias), e o 
nexo de causalidade entre esses elementos, a indenização é devida, com fundamento 
na responsabilidade civil objetiva do Estado, conforme artigo 37, § 6º, da CF/88. 
B) Apenas em situação de flagrante arbitrariedade o servidor faz jus a indenização, com 
o fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior. 
C) A anulação judicial de qualquer ato administrativo praticado em concurso público 
atrairá a incidência do art. 37, § 6º, da CF/88, sendo, portanto, devida a indenização pelo 
tempo em que o candidato aguardou solução judicial definitiva sobre sua participação e 
aprovação em concurso público. 
D) Não é possível haver mitigação da responsabilidade civil objetiva do poder público, 
em nenhuma hipótese, em se tratando de investidura em cargo público determinada 
por decisão judicial. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por 
meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções 
ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse ocorrido, a tempo e modo, a 
nomeação. STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
8/6/2017 (repercussão geral) (Info 868). 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
22 
B) CORRETA. Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, 
o servidor não faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido 
em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. [Tese definida no RE 
724.347, rel. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min. Roberto Barroso, P, j. 26-2-2015, DJE 
88 de 13-5-2015, Tema 671.] 
C) INCORRETA. A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não 
gera direito à indenização, ainda que a demora tenha origem em erro reconhecido pela 
própria Administração Pública (...). Além disso, determinar o pagamento de valores 
retroativos nessa hipótese desencorajaria o exercício do poder-dever daAdministração 
Pública para corrigir seus próprios equívocos, estimulando-se, na mão inversa, a 
indesejada judicialização de demandas desse feitio. REsp 1.353.602-RS, Rel. Min. 
Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em 30/11/2017, DJe 07/12/2017. 
D) INCORRETA. Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão 
judicial, o servidor não faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido 
investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. [Tese 
definida no RE 724.347, rel. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min. Roberto Barroso, P, j. 
26-2-2015, DJE 88 de 13-5-2015, Tema 671.] 
 
QUESTÃO 14 
Compete ao Procon-MG, órgão de administração do Ministério Público, exercer, no 
Estado, a coordenação da política do Sistema Estadual de Defesa do Consumidor – SEDC, 
EXCETO: 
A) Processar reclamações e denúncias que noticiarem lesão ou ameaça de lesão a 
interesses individuais. 
B) Dar orientação permanente aos consumidores sobre seus direitos e deveres. 
C) Fiscalizar as relações de consumo e aplicar as sanções e penalidades administrativas 
previstas na Lei Federal nº 8.078/1990 e em outras normas relativas à defesa do 
consumidor. 
D) Atuar, no processo administrativo, como instância de instrução e julgamento, no 
âmbito de sua competência, observado o disposto na Lei Federal nº 8.078/1190 e na 
legislação complementar. 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
23 
A) INCORRETA. Não se trata de competência atribuída ao Procon-MG, nos termos da 
LC 61/2001, que dispõe sobre a organização do Ministério Público do Estado de Minas 
Gerais. Ocorreu uma tentativa de confundir o candidato com a leitura do inciso II do art. 
23 da lei: “II – receber, analisar, avaliar e apurar consultas, reclamações e denúncias 
apresentadas por entidades representativas, por grupo, categoria ou classe de pessoas, 
por pessoas jurídicas de direito público ou privado ou por consumidores individuais, 
processando aquelas que noticiarem lesão ou ameaça de lesão a interesses ou direitos 
difusos, coletivos ou individuais homogêneos”; 
A ausência da hipótese de “processar” constitui o erro na assertiva da prova no 
comparativo com o teor do dispositivo citado. 
B) CORRETA. Art. 23, inciso III da LC 61/2001 que dispõe sobre a organização do 
Ministério Público do Estado de Minas Gerais. 
C) CORRETA. Art. 23, inciso V da LC 61/2001 que dispõe sobre a organização do 
Ministério Público do Estado de Minas Gerais. 
D) CORRETA. Art. 23, inciso VI da LC 61/2001 que dispõe sobre a organização do 
Ministério Público do Estado de Minas Gerais. 
 
QUESTÃO 15 
No tocante à novel Lei nº 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos), 
assinale a alternativa CORRETA: 
A) A par de extinguir as modalidades de convite e de tomada de preços, criar a 
modalidade de diálogos competitivos e incorporar os institutos RDC e pregão, a Lei nº 
14.133/2021 permitiu ao gestor, no prazo de 2 (dois) anos, decidir pela aplicação das 
leis por ela revogadas, ainda que a opção escolhida não conste do edital, do aviso ou do 
instrumento de contratação direta. 
B) Foi inserida, na comissão de licitação, a figura do agente de contratação, bem como 
estabelecido o princípio do segregamento de funções. 
C) Foi criado o Portal Nacional das Contratações Públicas, destinado à divulgação 
centralizada e obrigatória dos atos exigidos na Lei nº 14.133/2021, além de terem sido 
inseridos diversos princípios, entre os quais o do planejamento e o da transparência. 
D) A Lei nº 14.133/2021 abrange os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando 
no desempenho de função administrativa, bem como as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303/2016. 
 
RESPOSTA: C 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
24 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. Na verdade, a nova lei de licitações e contratos exige que o instrumento 
convocatório preveja antecipadamente o regime a ser adotado. Pode ocorrer a 
aplicação de uma legislação ou outra, em sua inteireza, nunca de forma complementar. 
B) INCORRETA. A Lei n. 8.666/93 já trazia a figura do agente de contratação: comissão 
de licitação. Trata-se de uma comissão responsável para a realização de cada processo 
licitatório. 
C) CORRETA. O art. 174 da Lei n. 14.133/21 afirma que foi criado o PNCP (Portal Nacional 
de Contratações Públicas). 
D) INCORRETA. A lei n. 13.303/16 continua a reger as licitações e contratos envolvendo 
as empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 
QUESTÃO 16 
I. A base de cálculo do ICMS é o valor da transação, desconsiderados os descontos 
concedidos pelo fornecedor. Todavia, caso o contribuinte seja optante pelo Simples 
Nacional, a base de cálculo se altera e passa a ser a receita bruta dos últimos doze meses, 
excluindo o sistema de débito e crédito para cálculo do imposto. 
II. Segundo o Supremo Tribunal Federal, nas hipóteses de substituição tributária “para 
trás” ou regressiva, o eventual pagamento do ICMS referente a fato gerador que não se 
consumou, ou que se realizou com base de cálculo a menor, poderá importar em 
compensação tributária ou repetição do indébito. 
III. Constitui um dos fatos geradores do ICMS a entrada de bem ou mercadoria 
importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte 
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, cabendo o imposto ao Estado 
onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, 
bem ou serviço. 
IV. Compete ao Senado Federal fixar, por resolução, as alíquotas do ICMS nas operações 
interestaduais. Também é facultado ao Senado Federal regular as alíquotas mínimas do 
ICMS nas operações internas e as alíquotas máximas nas mesmas operações para 
resolver conflito específico que envolva interesse de Estados. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
B) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas. 
C) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
25 
D) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
Apenas os itens I, III e IV estão corretos. 
ITEM I – CORRETO. De acordo com a Lei Complementar 87/96 (que trata do ICMS): 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, 
o valor da operação; 
§ 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese 
do inciso V do caput deste artigo: 
II - o valor correspondente a: 
a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou 
debitadas, bem como descontos concedidos sob condição; 
Descontos concedidos pelo fornecedor, sem nenhuma condição, não integra a base de 
cálculo do ICMS. 
Segundo a Lei Complementar 123/06 (Simples Nacional): 
Art. 18. (...) 
§ 1º Para efeito de determinação da alíquota nominal, o sujeito passivo utilizará a 
receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do período de apuração. 
ITEM II - INCORRETO. Há duas situações a serem verificadas, tidas no item como de 
mesmo fim (mas que importam em soluções distintas): 
1. Se o fato gerador que não se consumou (pode ocorrer compensação) 
2. Se o fato gerador se realizou com base de cálculo a menor (não seria caso de 
compensação). 
O STF pronunciou-se sobre o caso no RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.849 (MG): 
MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA – 
DIFERENÇA APURADA ENTRE A BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA E A BASE DE CÁLCULO 
DO REAL VALOR DE VENDA DO PRODUTO – COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS DE ICMS – 
POSSIBILIDADE APENAS NO CASO DO FATO GERADOR NÃO SE REALIZAR. Só é devida a 
restituição ou complementação do imposto pago na hipótese de não realização do fato 
gerador, no caso de substituição tributária progressiva, possuindo a base de cálculo do 
ICMS caráter definitivo, não sendo devida quandoapurada diferença entre a base de 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
26 
cálculo presumida e a base de cálculo do real valor de venda do produto ao consumidor 
final”. 
III. CORRETO. Item em acordo com a CF/88, art. 155, §2º): 
IX - incidirá também: 
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou 
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua 
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao 
Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da 
mercadoria, bem ou serviço; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 
2001). 
IV. CORRETO. De acordo com a CF/88, (CF Art. 155 §2º, IV e V): 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da 
República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria 
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis 
às operações e prestações, interestaduais e de exportação; 
V - é facultado ao Senado Federal: 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, 
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela 
maioria absoluta de seus membros; 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver 
conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante 
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois 
terços de seus membros; 
 
QUESTÃO 17 
Sobre os crimes contra a ordem tributária, assinale a alternativa CORRETA: 
A) O pagamento integral do débito tributário, incluindo todos os acessórios, extingue a 
punibilidade do agente, mesmo se realizado após o oferecimento da denúncia. 
B) O crime de apropriação indébita tributária não se aplica à omissão de recolhimento 
de ICMS próprio. 
C) É cabível a tipificação da tentativa de sonegação fiscal com base no art. 1º, incisos I a 
IV, da Lei nº 8.137/90. 
D) As modalidades culposas dos crimes contra a ordem tributária não dependem da 
prévia constituição do crédito tributário. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
27 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
A) CORRETA. 
Importante o conhecimento do artigo 83 da lei 9.430/1996: 
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos 
crimes contra a ordem tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei 
no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a 
Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), será 
encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a 
decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do 
crédito tributário correspondente. (Redação 
dada pela Lei nº 12.350, de 2010) 
§ 4o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos 
no caput quando a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada 
com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos 
oriundos de tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido 
objeto de concessão de 
parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 
2011). 
No entanto, ainda não havia um posicionamento na lei acerca da extinção 
mesmo após o recebimento da denúncia. O que foi firmado pela jurisprudência. 
AÇÃO PENAL. EX-PREFEITO E ATUAL DEPUTADO FEDERAL. 
DENÚNCIA DE INFRAÇÃO AO DECRETO-LEI 201/1967, ART. 1º, III 
E IX. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. EMENDATIO 
LIBELLI. ABSOLVIÇÃO EM RELAÇÃO A PARCELA DA 
APROPRIAÇÃO, EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO 
PAGAMENTO, EM RELAÇÃO AO MAIS. 1. A apropriação indébita 
previdenciária (art. 168-A do Código Penal) prevalece sobre o 
tipo previsto no art. 1º, XIV, do Decreto-Lei 201/1967, quando a 
hipótese versa descumprimento de lei municipal atinente a 
recolhimento a autarquia previdenciária. 2. Ausência de 
descrição própria de desvio de renda pública, independente da 
suposta apropriação indébita, leva à absolvição, sobretudo 
quando a prova dos autos evidencia não ter havido o suposto 
fato. Improcedência da denúncia, no ponto. 3. Incide, no caso, o 
entendimento de que o pagamento do tributo, a qualquer 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12350.htm#art43
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12350.htm#art43
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12382.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12382.htm#art6
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
28 
tempo, extingue a punibilidade do crime tributário. 
Precedente. (AP 450, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda 
Turma, julgado em 18/11/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-028 
DIVULG 10-02-2015 PUBLIC 11-02-2015) 
PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME 
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PAGAMENTO INTEGRAL DO 
TRIBUTO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL EVIDENCIADO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
1. É possível o reconhecimento da extinção de punibilidade, 
mesmo após o recebimento da denúncia, quando existe prova 
convergente e pré-constituída no sentido da ocorrência do 
pagamento integral dos tributos devidos. Precedentes. 
2. No caso, as informações prestadas pelo Chefe do Núcleo Fiscal 
de Cobrança de Marília/SP indicam que, após a inscrição do 
débito em dívida ativa, foram realizados três recolhimentos, em 
13/6/2016, 11/7/2016 e 22/7/2016, suficientes para liquidar 
integralmente o valor devido. 
3. Recurso provido para trancar a ação penal na origem. 
(RHC 98.508/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, 
SEXTA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 13/11/2018) 
B) INCORRETA. Após o julgamento do HC 399.109, a 3ª Seção do STJ entendeu que 
também configura crime de apropriação indébita tributária o destaque do ICMS na nota 
fiscal sem o respectivo recolhimento do imposto devido em operações próprias cujo 
“ônus financeiro” foi repassado no preço pago pelo consumidor final. O fator distintivo 
entre o mero inadimplemento de tributo — que é um fato atípico — e a apropriação 
indébita tributária, seria o dolo do contribuinte de manter sob sua posse a parcela do 
preço produto que se refere ao ICMS devido ao Estado. 
O tema foi submetido ao STF, o qual analisou a questão nos autos do Recurso em Habeas 
Corpus 163.334, onde entendeu que configura crime contra a ordem tributária, com 
fundamento no artigo 2º, II, da Lei 8.137/1990, o não pagamento do ICMS-próprio 
destacado na nota fiscal e declarado ao Fisco. 
C) INCORRETA. O crime não envolve tentativa, pois até o final do prazo para que se 
cumpra a obrigação acessória, ela não produzirá efeitos. 
De acordo com a SV 24: “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, 
previsto no artigo 1º incisos I a IV da lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do 
tributo”. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
29 
A súmula cita o artigo 1º, inciso I a IV da Lei 8.137/90. Nos crimes do artigo 1º, inciso I, 
II, III e IV da Lei 8.137/90 que são crimes materiais contra a ordem tributária, não se 
tipifica o crime antes do lançamento definitivo do tributo. Logo, fica inviável falarmos 
em tentativa neste caso. 
D) INCORRETA. No que toca aos crimes contra a ordem tributária, a figura do dolo é 
indispensável, já que as condutas tipificadas nos artigos da Lei n. 8.137/90 são puníveis, 
meramente, na modalidade dolosa por inexistir previsão da punibilidade na modalidade 
culposa devido à intenção do agente de fraudar a Fazenda Pública, através da prática de 
atos abalizados para tanto, não caracterizando o delito penal o simples fato de abster-
se de honrar com seu débito fiscal, evento que corrobora para a aplicação de infrações 
tributárias anteriormente distinguidas. 
Os tiposinseridos na lei de crimes contra a ordem tributária são, em regra, dolosos, ou 
seja, determinam uma vontade livre e consciente de produzir um crime contra a ordem 
tributária. A exceção de delito culposo que se tem na Lei 8.137/90 compreende-se a 
tipos referente aos crimes contra a relação de consumo, existente no art. 7º, parágrafo 
único. 
Como a alternativa refere-se exclusivamente aos crimes contra a ordem tributária, (e 
não de consumo (embora tratados pela mesma lei neste caso), encontra-se equivocada. 
 
QUESTÃO 18 
A pandemia da Covid-19 impôs desafios aos gestores públicos. Em razão disso, o Poder 
Legislativo federal promoveu relativizações na Lei de Responsabilidade Fiscal. As 
alternativas a seguir correspondem a uma dessas relativizações, EXCETO: 
A) A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual 
decorra renúncia de receita independe de estimativa do impacto orçamentário-
financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, quando 
decretado estado de calamidade pública e desde que o incentivo ou benefício, a criação 
ou o aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública. 
B) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão realizar aditamento contratual 
que suspenda os pagamentos devidos no exercício financeiro de 2020, incluindo o 
principal e quaisquer outros encargos de operações de crédito interno e externo 
celebradas com o sistema financeiro e instituições multilaterais de crédito, desde que 
os aditamentos sejam firmados no exercício financeiro de 2020. 
C) A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete 
aumento da despesa durante a vigência de estado de calamidade pública decretado pelo 
Chefe do Poder Executivo independe de estimativa do impacto orçamentário-financeiro 
no exercício em que devam entrar em vigor e nos dois subsequentes. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
30 
D) A suspensão, na forma do regulamento, dos pagamentos dos refinanciamentos de 
dívidas dos Municípios com a Previdência Social com vencimento entre 1º de março e 
31 de dezembro de 2020. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
A alternativa C, a ser marcada, encontra-se em desacordo com a LC 101/2000, por força 
do artigo 16 da LC 101/2000, logo deveria ser marcada em prova. 
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete 
aumento da despesa será acompanhado de: 
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em 
vigor e nos dois subsequentes; 
 
QUESTÃO 19 
Sobre as garantias e vedações dos membros do Ministério Público, analise as assertivas 
abaixo e assinale a alternativa CORRETA: 
I. É vedado aos membros do Ministério Público que ingressaram na instituição após a 
Constituição de 1988 o exercício de cargos comissionados no Poder Executivo, ainda que 
com funções inerentes às funções institucionais do Parquet. 
II. A filiação político-partidária de membros do Ministério Público é vedada, ressalvada 
a hipótese de prévio licenciamento, exoneração ou aposentadoria. 
III. As garantias da inamovibilidade e independência funcional impedem que o 
Procurador-Geral de Justiça realize designações, ainda que excepcionais, de membro do 
Ministério Público para acompanhar inquérito policial ou diligência investigatória. 
IV. Os dois primeiros anos de efetivo exercício na carreira são considerados de estágio 
probatório, durante os quais será examinada pelo Conselho Superior do Ministério 
Público, pela Corregedoria-Geral do Ministério Público e pelo Centro de Estudos e 
Aperfeiçoamento Funcional a conveniência da permanência na carreira e do 
vitaliciamento do membro da instituição. 
A) As assertivas I e II estão corretas. 
B) As assertivas II e IV estão corretas. 
C) As assertivas I e IV estão corretas. 
D) As assertivas I e III estão corretas. 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
31 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
Alternativas I e IV estão corretas. 
Os itens II e III estão equivocados pelos motivos abaixo: 
Item II - A filiação político-partidária de membros do Ministério Público é vedada por 
força do art. 128, § 5º, II, e), sem exceção feita à prévio licenciamento, o que só poderia 
ser entendido como correto se o examinador especificasse a condição dos membros do 
MP que ingressaram antes da CF/88, o art. 29, § 3º, do ADCT, em que se permitiu a 
opção pelo regime jurídico anterior, o que lhes acabou facultando, em consequência, o 
exercício da atividade político-partidária, ainda que sem licença do cargo. 
Item III - Esse caso não ofende o princípio do promotor natural, que combate 
designações casuísticas de membros, em nítido caráter de perseguição (STF, HC 
136.503), o que não fica claro no enunciado. Não há ilegalidade nas designações de 
membro do Ministério Público para acompanhar inquérito policial ou diligência 
investigatória. 
 
QUESTÃO 20 
Correspondem a hipóteses de crime eleitoral, EXCETO: 
A) Divulgar pesquisa eleitoral fraudulenta. 
B) Publicar novos conteúdos ou impulsionamento de conteúdos através da internet, no 
dia da eleição. 
C) Manter, movimentar ou utilizar qualquer recurso ou valor paralelamente à 
contabilidade exigida pela legislação eleitoral. 
D) Usar, na propaganda eleitoral, símbolos, frases ou imagens, associados ou 
semelhantes às empregadas por órgão de governo. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
É importante destacar ao aluno que os crimes eleitorais não estão exclusivamente 
elencados no código eleitoral. As alterna 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
32 
A) INCORRETA. A conduta é tida por crime de acordo com o art. 33, § 4º da Lei das 
Eleições: “A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção 
de seis meses a um ano e multa no valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR”. 
B) INCORRETA. De acordo com o art. 39, § 5º, da Lei das Eleições: “Constituem crimes, 
no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de 
prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil 
a quinze mil UFIR: (...) 
IV - a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas aplicações 
de internet de que trata o art. 57-B desta Lei, podendo ser mantidos em funcionamento 
as aplicações e os conteúdos publicados anteriormente. (Incluído dada pela Lei 
nº 13.488, de 2017)”. 
C) CORRETA (pois se trata da exceção). A questão é polêmica e a redação um tanto 
confusa (entendemos que, inclusive, deveria ser anulada). De acordo com a resposta 
da banca, a conduta de caixa 2 não teria um crime eleitoral correspondente de forma 
imediata. Ocorre que o TSE posição consolidada que a conduta pode ser caracterizadas 
como o crime de “falsidade ideológica eleitoral”, conforme abaixo: 
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração 
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais: 
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, 
se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento 
de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular. 
Segue, inclusive, julgado do TSE sobre o tema: 
“[...] 5. Esta Corte Superior já decidiu que a doação eleitoral por meio de caixa dois e a 
omissão de recursos na prestação de contas de campanha eleitoral podem configurar 
o crime previsto no art. 350 do CE, não sendo exigido que a conduta ilícita tenha sido 
cometida necessariamente durante o período eleitoral, porquanto a caracterização da 
finalidade eleitoral está relacionada ao potencial dano às atividades–fins desta Justiça 
especializada. 6. O tipo penal da falsidade ideológica eleitoral objetiva proteger a fé 
pública eleitoral do falso conteúdo posto em documento verdadeiro, consumando–se 
com a simples potencialidade do dano, de natureza eleitoral, visado pelo agente, não 
sendo imprescindível,para a sua configuração, a efetiva ocorrência de prejuízo. É delito 
formal, cuja consumação independe de qualquer resultado naturalístico ou efetiva lesão 
à administração eleitoral. 7. No caso, a potencialidade lesiva do ilícito de falsidade 
ideológica eleitoral surgiu quando foi instrumentalizada a intenção de prejudicar a 
regularidade da prestação de contas pelo candidato que participou da disputa eleitoral. 
A investigação [...] está relacionada à inserção de declaração ideologicamente falsa no 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art1
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
33 
conjunto da prestação de contas de campanha, composta por diversos documentos 
(idôneos e inidôneos), apresentada à Justiça Eleitoral. [...]” 
(Ac. de 2.6.2020 no CC nº 060073781, rel. Min. Og Fernandes.) 
É importante mencionar que este assunto caiu na prova oral do MP-MG 2020 e que foi 
comentado no vídeo abaixo pelo professor Arnaldo Bruno, quando analisou algumas 
questões de direito eleitoral exigidas no concurso: 
Link: https://youtu.be/Sm4BV12OBs0 
Para considerar esta a assertiva a ser marcada em prova, só podemos imaginar que o 
examinador quis questionar se havia um crime específico de caixa 2 com a redação das 
condutas como ele elencou na alternativa, o que (até o momento) realmente não 
existe. Mas a conduta é sim tida como crime e pode ser tipificada no artigo 350 do 
Código eleitoral, o que nos soa uma redação e intenção um tanto polêmicas como 
posta ao candidato do concurso, que precisa de total clareza do enunciado para 
compreender como direcionar sua resposta. Registramos, portanto, críticas à essa 
questão, que com boa vontade poderia ter sido melhor apresentada para o mesmo 
fim. 
D) INCORRETA. A conduta é tida como crime, de acordo com o art. 40 da Lei das 
Eleições: 
“O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou 
semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de 
economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a 
alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor 
de dez mil a vinte mil UFIR”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://inter03.tse.jus.br/sjur-consulta/pages/inteiro-teor-download/decisao.faces?idDecisao=1173141&noChache=1747051404
https://youtu.be/Sm4BV12OBs0
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
34 
GRUPO II 
(PENAL, CRIMINOLOGIA E PROCESSO PENAL) 
 
QUESTÃO 21 
 Acerca da relação de causalidade e da teoria da imputação objetiva, é INCORRETO 
afirmar: 
A) Para a denominada “teoria da equivalência”, é causal, no sentido jurídico-penal, toda 
e qualquer condição que não possa ser suprimida mentalmente, em um juízo hipotético 
de eliminação, sem que o resultado seja excluído. 
 B) A “teoria da conditio sine qua non” não faz distinção entre causa e condição. 
 C) As denominadas concausas preexistentes relativamente independentes não afastam 
a imputação do resultado. 
 D) De acordo com a denominada “teoria do aumento ou incremento do risco”, ainda 
que haja certeza - em um juízo ex post -, sobre a ineficácia do comportamento lícito 
alternativo, a imputação do resultado não deve ser excluída. 
 
RESPOSTA D 
COMENTÁRIOS 
A) CORRETA. A teoria da equivalência das condições equipara causa e condição, de 
forma que todo e qualquer evento que faça parte da cadeia causal é considerado causa 
para a teoria. 
B) CORRETA. A teoria da equivalência das condições equipara causa e condição, de 
forma que todo e qualquer evento que faça parte da cadeia causal é considerado causa 
para a teoria. 
C) CORRETA. As concausas preexistentes, quanto relativamente independentes, aderem 
a um curso causal posteriormente deflagrado, unindo forças para produzir o resultado, 
motivo pelo qual não afastam a imputação do resultado. 
D) INCORRETA. No segundo nível de imputação, trabalha com as condutas alternativas 
conforme ao direito, partindo da premissa que se o agente eleva o risco, mas o 
comportamento exigido não alteraria o resultado, há exclusão da imputação. 
Em exemplo, citado por Roxin e Jakobs, o diretor de uma fábrica de pincéis entrega 
às suas trabalhadoras pelo de cabra-china para confecção de pincéis, sem esterilizá-
los previamente conforme dispõe a norma, causando a morte de quatro 
trabalhadoras que foram infectadas com bacilos de carbunco. Posteriormente, a 
investigação realizada comprova que ainda que tivesse sido utilizado o desinfetante 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
35 
prescrito, esse seria ineficaz contra o bacilo. 
No exemplo, não há dúvidas quanto a omissão do diretor da fábrica, mas o resultado 
morte não lhe pode ser imputado porque o risco criado não produziu reflexos no 
resultado. Dessarte, comparando-se a conduta conforme o Direito, confrontando-se 
a conduta praticada e a conduta adequada, ainda assim o resultado teria ocorrido 
(Direito Penal para concursos, Fernando Abreu). 
 
QUESTÃO 22 
No que se refere aos delitos de roubo e de extorsão mediante sequestro, é CORRETO 
afirmar: 
A) No delito de roubo, a pena aumenta-se de 2/3 (dois terços) se ocorre destruição de 
obstáculo, em qualquer caso. 
B) No delito de roubo, a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade caso haja 
emprego de arma de fogo. 
C) Na extorsão mediante sequestro, o resultado morte pode derivar do emprego de 
grave ameaça. 
D) O delito de extorsão, que é de natureza formal, não admite a modalidade tentada. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. Consoante dispõe o Art. 157, § 2º-A do Código Penal, com redação dada 
pelo Lei 13.654/18, a pena aumenta de 2/3 (dois terços) nos seguintes casos: 
 I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
 II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
Assim, verifica-se que a causa de aumento não recai sobre qualquer conduta que 
acarrete destruição ou rompimento de obstáculo, mas tão somente naquela em que é 
praticada mediante emprego de explosivo ou artefato análogo e que cause perigo 
comum. 
B)INCORRETA. Consoante exposto alhures, aduz o art. 157, § 2º-A do Código Penal que 
a pena aumenta de 2/3 (dois terços): 
 I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
 
PAGE \* 
MERGEFO
RMAT2 
36 
ATENÇÃO! Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de 
uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput do art. 157 do 
CP. 
C)CORRETA. O núcleo do tipo é a ação de constranger, que se traduz em uma obrigação, 
em uma imposição, realizada sob forma de grave ameaça ou violência à pessoa. 
Consoante a melhor doutrina, é um crime de forma vinculada, já que exige mecanismos 
específicos e para a produção do constrangimento: ameaça ou violência. Ademais, não 
há limites para a forma de ameaça prevista como meio de realização do 
constrangimento. Apenas é certo que ela deve ser grave, ou seja, revestir-se de 
importância. Os objetos da ameaça, inclusive, não se restringem à promessa do mal 
físico, podendo consistir em “promessa de revelar fatos escandalosos ou difamatórios, 
segredos e etc... A violência, por sua vez, pode ser qualquer forma de agressão, desde 
as lesões corporais até as vias de fato. 
D) INCORRETA. De fato, trata-se de crime formal ou de consumação antecipada, uma 
vez que, presente o constrangimento que leva alguém a fazer, tolerar que se faça ou 
deixar de fazer alguma coisa, o crime está consumado antes da obtenção da pretendida 
vantagem econômica. 
O tema foi sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça (Súmula 96) que, corretamente, 
entendeu que: “O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da 
vantagem indevida”. 
Não obstante, a tentativa é possível,

Continue navegando