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córtex cerebral (anatomia e fisiologia das áreas corticais)

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• 
O córtex cerebral é uma fina camada de 
substância cinzenta que reveste o centro branco 
medular. Ao córtex chegam impulsos 
provenientes de todas as vias da sensibilidade, 
que aí se tornam conscientes e são interpretadas. 
Dele saem impulsos nervosos que iniciam e 
comandam os movimentos voluntários e que 
estão relacionados também com os fenômenos 
psíquicos. 
No córtex existem neurônios, células neurogliais 
e fibras. Quanto a sua estrutura distinguem-se 
dois tipos de córtex: Isocórtex e alocórtex. As 
fibras que saem ou entram no córtex cerebral 
podem ser de associação ou de projeção. 
As fibras de projeção aferentes podem ter origem 
talâmica ou extratalâmica e terminam na camada 
IV, sendo muito desenvolvidas nas áreas 
sensitivas do córtex. Já as fibras de projeção 
eferentes do córtex estabelecem conexão com os 
centros subcorticais, originam-se em sua grande 
maioria na camada V, e são axônios das células 
piramidais aí localizadas. 
Em síntese, a camada IV é receptora de projeção, 
enquanto a camada V é efetuadora de projeção. 
As demais camadas corticais são de associação e 
seus axônios ligam-se a outras áreas do córtex, 
passando pelo centro branco medular. 
Os neurônios do córtex cerebral estão 
organizados em colunas. Os circuitos 
intracorticais são extensos e complexos. Devido 
ao grande número de neurônios, um mesmo 
neurônio cortical está sujeito a influência de 
muitos outros. 
O córtex cerebral não é homogêneo, o que 
permite a individualização de várias áreas. Na sua 
classificação anatômica, o córtex é dividido em 
giros, sulcos e lobos. Em um mesmo lobo há áreas 
corticais de funções e estruturas muito 
diferentes. 
• 
Em um ponto de vista funcional, as áreas corticais 
não são homogêneas. A primeira comprovação 
desse fato foi feita pelo cirurgião francês Paul 
Broca, que pôde correlacionar lesões em áreas 
restritas do lobo frontal (área de broca) com a 
perda da linguagem. Pouco mais tarde, surgiram 
os trabalhos de Fritsch e Hitzig, que conseguiram 
provocar movimentos de centenas de partes do 
corpo por estimulação elétrica em áreas 
específicas do córtex do cão. 
Esses autores fizeram assim o primeiro 
mapeamento da área motora do córtex, 
estabelecendo, pela primeira vez, o conceito de 
somatotopia das áreas corticais, ou seja, de que 
existe correspondência entre determinadas áreas 
corticais e certas partes corticais. 
O conhecimento das localizações funcionais no 
córtex tem grande importância para a 
compreensão do funcionamento do cérebro, mas 
também para diagnóstico das diversas lesões que 
podem acometer esse orgão. Essas áreas corticais 
(especializações funcionais) podem ser divididas 
em dois grandes grupos: áreas de projeção e 
áreas de associação. 
As áreas de projeção são aquelas que recebem ou 
dão origem a fibras relacionadas diretamente 
com a sensibilidade e com a motricidade; elas se 
dividem em motora e sensitiva. Já as áreas de 
associação estão relacionadas ao processamento 
mais complexo de informações. 
• 
Tipos específicos de sinais sensitivos, motores e 
integradores são processados em regiões 
distintas do córtex cerebral. Deste modo, as áreas 
sensitivas recebem informações sensitivas e 
estão envolvidas com a percepção, ato de ter 
consciência de uma sensação; as áreas motoras 
controlam a execução de movimentos 
voluntários; e as áreas associativas lidam com 
funções integradoras mais complexas, tais como 
memória, emoções, raciocínio, vontade, juízo 
crítico, traços de personalidade e inteligência. 
▪ Áreas sensitivas 
Os impulsos sensitivos chegam principalmente à 
metade posterior de ambos os hemisférios 
cerebrais, em regiões atrás do sulco central. No 
córtex cerebral, as áreas sensitivas primárias 
recebem informações sensoriais que foram 
transmitidas por receptores sensitivos primários 
de regiões inferiores do encéfalo. 
Elas se localizam distribuídas nos lobos parietal, 
temporal e occipital. Se dividem em primárias (de 
projeção) e secundárias (de associação) 
relacionadas, respectivamente, à sensação do 
estímulo recebido e à percepção de 
características específicas desse estímulo. No 
homem, as áreas visuais são as mais importantes 
e ocupam a maior parte do lobo occipital. 
As áreas de associação estão próximas às áreas 
primárias, elas recebem aferência das áreas 
primitivas e de outras regiões encefálicas. Elas 
integram informações sensitivas para gerar 
padrões adequados de reconhecimento e 
percepção. 
-Área somatossensitiva primária ou área 
somestésica primária (áreas 1,2 e 3 de 
Brodmann) 
Situa-se diretamente posterior ao sulco central 
de cada hemisfério, no giro pós-central de cada 
lobo parietal. Se estende ao sulco cerebral lateral, 
ao longo da face lateral do lobo parietal em 
direção à fissura longitudinal, onde se projeta ao 
longo da face medial do lobo parietal. 
Nesta área, chegam radiações talâmica que 
trazem impulsos nervosos relacionados à 
temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção 
consciente da metade oposta do corpo. Quando 
estimulada eletricamente, os indivíduos 
apresentam manifestações sensitivas em partes 
determinadas do corpo, porém mal definidas, do 
tipo dormência ou formigamento. 
Um mapa inteiro está presente nessa área: cada 
ponto recebe impulsos de uma parte específica 
do corpo. Esse mapa sensitivo somático 
distorcido foi representado por Penfield e 
Raumussen, que imaginaram um homúnculo 
sensitivo, o qual está de cabeça para baixo no 
giro pós-central. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesões na área somestésica podem ocorrer, por 
exemplo, como consequência de acidentes 
vasculares cerebrais que comprometem as 
artérias cerebrais média ou anterior. Há então 
perda da sensibilidade discriminativa do lado 
aposto à lesão. 
-Área somestésica secundária (área 5 e parte da 
área 7) 
Situa-se no lobo parietal superior, logo atrás da 
área somestésica primária. Sua lesão causa 
agnosia tátil, ou seja, incapacidade de reconhecer 
objetos pelo tato. 
-Área visual primária 
Localizada na parte posterior do lobo occipital, 
mais especificamente nos lábios do sulco 
calcariano. Corresponde a área 17 de Brodmann, 
também denominada de córtex estriado. Aí 
chegam as fibras do trato geniculado calcariano, 
originadas no corpo geniculado lateral. 
Estimulações elétricas dessa área causam 
alucinações visuais. 
Existe uma correspondência entre a retina e o 
córtex visual, e a ablação bilateral dessa área 
causa cegueira complexa. A área visual primária 
mostra principalmente o contorno dos objetos, 
resultando em um esboço primitivo que é 
aperfeiçoado nas áreas visuais secundárias. 
-Áreas visuais secundárias 
Áreas de associação relacionadas com a visão. 
Elas se estendem por quase todo o lobo 
temporal, correspondendo às áreas 20,21 e 37 de 
Brodmann, e uma pequena parte do lobo 
parietal. São várias as áreas visuais secundárias, 
sendo unidas por duas vias corticais originadas 
em V1: a dorsal dirigida a parte posterior do lobo 
parietal, e a ventral, que une as áreas visuais do 
lobo temporal. 
Aspectos diferentes da percepção visual são 
processados nessas áreas. Na via ventral, estão 
áreas específicas para percepção de cores, 
reconhecimento de objetos e reconhecimento de 
faces. Já na via dorsal, estão áreas para a 
percepção do movimento, da velocidade e 
representação espacial dos objetos. Lesões das 
áreas corticais secundárias resultam em agnosia, 
ou seja, na incapacidade de identificar objetos ou 
aspecto dos objetos. 
-Área auditiva primária 
Está situada no giro temporal transverso anterior 
e corresponde às áreas 41 e 42 de Brodmann. 
Nela chegam fibras de radiação auditiva, que se 
originam no corpo geniculado medial. 
Estimulações elétricas da área auditiva causam 
alucinações auditivas. 
Lesões bilaterais do giro temporal transverso 
anterior causamsurdez completa. Enquanto 
lesões unilaterais causam déficits auditivos 
pequenos. Isso ocorre, pois, a via auditiva não é 
totalmente cruzada. Na via auditiva existe uma 
representação tonotópica, ou seja, sons de 
determinada frequência projetam-se em parte 
específicas dessa área. 
-Área auditiva secundária 
Localiza-se no lobo temporal (área 22 de 
Brodmann), adjacente à área auditiva primária. 
Sua função é pouco conhecida, mas, 
possivelmente está associada a alguns tipos 
especiais de informação auditiva. 
-Área vestibular 
Localiza-se no lobo temporal. Está mais 
relacionada com a área de projeção da 
sensibilidade proprioceptiva do que com a 
auditiva. Os receptores do vestíbulo já foram 
denominados de proprioceptores especiais, pois 
informam sobre a posição e o movimento da 
cabeça. 
-Área Olfatória 
Ocupa no homem apenas uma pequena área 
situada na parte anterior do úncus e do giro para-
hipocampal. Conhecida também como córtex 
piriforme. Certos casos de epilepsia local do 
úncus causam alucinações olfatórias, nas quais os 
doentes subitamente se queixam de cheiros, em 
geral, desagradáveis. 
-Área gustativa primária 
Localiza-se na parte posterior da ínsula. A simples 
visão ou mesmo o pensamento em um alimento 
saboroso pode ativar a área gustativa da ínsula. 
Nessa área existem neurônios sensíveis não só ao 
paladar, mas também ao olfato e à sensibilidade 
somestésica da boca. 
-Área gustativa secundária 
Recebe aferências da ínsula. Está localizada na 
região orbitofrontal da área pré-frontal. 
▪ Áreas motoras 
A decisão de executar um determinado 
movimento depende da integração entre os 
sistemas sensoriais e motor. O processamento 
sensorial tem como resultado uma representação 
interna do mundo e do corpo no espaço, e o 
planejamento motor se inicia a partir de uma 
dessas representações. 
O objetivo do movimento é determinado pelo 
córtex pré-frontal, que passa sua decisão às áreas 
motoras do córtex que são: área motora primária 
e as secundárias pré-motora e motora 
suplementar. 
-Área motora primária 
Encontra-se localizada na parte posterior do giro-
pré-central, correspondente à área 4 de 
Brodmann. A área 4 tem menor limiar para 
desencadear movimentos com a estimulação 
elétrica, e determina movimentos de grupos 
musculares do lado oposto. Do mesmo modo, 
focos epilépticos na área 4 causam movimentos 
de grupos musculares isolados. 
Esses dois fatores possibilitaram mapear o córtex 
motor primário de acordo com a representação 
das diversas partes do corpo, ou seja, fazer a sua 
somatotopia, a qual é representada através do 
homúnculo de cabeça para baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No homúnculo observa-se que a representação 
cortical de uma parte do corpo, na área 4, é 
proporcional não a seu tamanho, mas à 
delicadeza dos movimentos realizados pelos 
grupos musculares nele representado. Esta 
organização pode sofrer modificações decorrente 
de aprendizado e de lesões. 
As principais conexões aferentes da área motora 
são com o tálamo, através do qual recebe 
informações do cerebelo e dos núcleos de base, 
com a área somestésica e com as áreas pré-
motora e motora suplementar. A área 4 dá 
origem a grande parte das fibras dos tratos 
corticoespinhal e corticonuclear, principais 
responsáveis pela motricidade voluntária, 
especialmente na musculatura distal. 
-Áreas motoras secundárias 
Pré-motora 
A área pré-motora localiza-se no lobo frontal e 
ocupa toda a extensão da área motora 6 de 
Brodmann, situada na face lateral do hemisfério. 
Ela é menos excitável que a área motora 
primária, exigindo correntes elétricas mais 
intensas para que se obtenham respostas 
motoras, e as respostas obtidas são menos 
localizadas, envolvendo grupos musculares 
maiores, como os do tronco ou da base dos 
membros. 
Através da via córtico-retículo-espinhal, que nela 
se origina, a área pré-motora coloca o corpo, 
especialmente a musculatura proximal dos 
membros, em uma postura básica preparatória 
para realização de movimento mais delicados, a 
cargo da musculatura distal dos membros. 
A área pré-motora integra os sistemas de 
neurônio-espelhos. Ela recebe aferências do 
cerebelo (via tálamo) e de várias áreas de 
associação do córtex. Contudo, a função mais 
importante dessa via está relacionada com o 
planejamento motor. 
Motora suplementar 
A área motora suplementar ocupa parte da área 
6, situada na face medial do giro frontal superior. 
Suas principais conexões são com o corpo 
estriado, via tálamo, com a área motora primária 
e com a área pré-frontal. A sua função mais 
relevante é o planejamento motor, de sequências 
complexas de movimentos para o que são 
importantes suas amplas conexões aferentes com 
o corpo estriado, que também está envolvido 
neste planejamento motor. 
Quando se faz um movimento ou gesto, há a 
ativação de uma das áreas de associação 
secundárias (pré-motora ou motora 
suplementar), indicando aumento da atividade 
metabólica nos neurônios dessas áreas. Após um 
ou dois segundos, a atividade cessa e passa a ser 
ativada a área motora primária, principal origem 
do trato corticoespinhal. Simultaneamente 
ocorre o movimento. 
Assim, na execução de um movimento, há uma 
etapa de planejamento, a cargo das áreas 
motoras secundárias e uma etapa de execução 
pela área motora primária. Contudo, vale 
destacar que a iniciativa de fazer o planejamento 
não é das áreas secundárias, mas sim da área pré-
frontal. 
▪ Sistema de neurônios espelhos 
Neurônio espelho é um tipo de neurônio que é 
ativado, não só quando um indivíduo faz um ato 
motor específico como estender a mão para 
pegar um objeto, mas também quando ele vê 
outro indivíduo fazendo a mesma coisa. Ele é 
frontoparietal, ocupando parte da área pré-
motora e estendendo-se também à parte inferior 
do lobo parietal. 
Os neurônios espelhos tem ação moduladora da 
excitabilidade dos neurônios responsáveis pelo 
ato motor observado, facilitando sua execução. 
Eles estão na base da aprendizagem motora por 
imitação. 
▪ Áreas de associação terciárias 
As áreas de associação terciárias são 
supramodais, ou seja, não se relacionam 
isoladamente com nenhuma modalidade 
sensorial. Recebem e integram as informações 
sensoriais já elaboradas por todas as áreas 
secundárias e são responsáveis também pela 
elaboração das diversas estratégias 
comportamentais (estão relacionadas com a 
atividade psíquica superior). 
As principais áreas terciárias são: área pré-
frontal, área parietal posterior, córtex insular 
anterior e as áreas límbicas. 
-Área pré-frontal 
Compreende a parte anterior não motora do lobo 
frontal. Ela ocupa 1/4 da superfície do córtex 
cerebral, e possui conexões com quase todas as 
áreas corticais, vários núcleos talâmicos, 
amígdala, hipocampo, núcleos de base, cerebelo, 
tronco encefálico, além de projeções 
monoamnérgicas dos sistemas modulatórios de 
projeção difusa. 
Este vasto números de conexões permite exercer 
funções coordenadoras das funções neurais. Esta 
área é responsável por nosso comportamento 
inteligente e memória operacional. 
Do ponto de vista funcional pode-se dividir a área 
pré-frontal em duas subáreas, o dorso lateral e 
orbitofrontal. 
Área pré-frontal dorsolateral 
Ocupa a superfície anterior e dorsolateral do lobo 
frontal. Liga-se ao corpo estriado integrando o 
circuito cortico-estriado-talâmico-cortical. Ele 
tem papel importante nas funções executivas, as 
quais envolvem o planejamento e a execução das 
estratégias comportamentais mais adequadas à 
situação física e social do indivíduo. Envolve 
também a avaliação das consequências dessas 
ações e soluções de problemas novos. 
Essa área também é responsável pela memória 
ocupacional, um tipo de memória a curto prazo, 
temporária e suficiente para manter as 
informações relevantes para a conclusãode uma 
atividade que está em andamento. 
Área pré-frontal orbitofrontal 
Ocupa a parte ventral do lobo frontal adjacente 
às orbitas, compreendendo os giros orbitários. 
Este circuito está envolvido no processamento de 
emoções, supressão de comportamentos 
socialmente indesejáveis e manutenção da 
atenção. 
Área parietal posterior 
Compreende o lóbulo parietal inferior, ou seja, os 
giros supramarginal, área 40, e angular, área 39, 
estendendo-se também às margens do sulco 
temporal superior e parte do lóbulo parietal 
superior. Situa-se entre as áreas secundárias 
auditiva, visual e somestésica, funcionando como 
centro que integra informações recebidas dessas 
três áreas. 
Reúne informações já processadas de diferentes 
modalidades para gerar uma imagem mental 
completa dos objetos sob a forma de percepções, 
podendo reunir além da aparência do objeto, seu 
cheiro, som, tato e seu nome. Esta área está 
envolvida não só na sensação somática, mas 
também na sensação visual. Ela ainda participa 
do planejamento de movimentos e na atenção 
seletiva 
A área parietal posterior é importante para a 
percepção espacial, permitindo ao indivíduo 
determinar as relações entre os objetos no 
espaço extrapessoal. Ela permite também que se 
tenha uma imagem das partes componentes do 
próprio corpo e sua relação com o espaço. Lesões 
nessa área provocam a síndrome de negligência 
ou síndrome de inatenção. 
Córtex insular anterior 
A ínsula é dividida em duas partes, anterior e 
posterior, separadas pelo sulco central. O córtex 
insular posterior é isocórtex heterotípico 
granular, característico das áreas de projeção 
primárias, no caso as áreas gustativas e sensoriais 
primárias. Já o córtex insular anterior é isocórtex 
homotípico, característico das áreas de 
associação. 
O córtex insular anterior está envolvido nas 
seguintes funções: Empatia, ou seja, a capacidade 
de se identificar com outras pessoas, e 
sensibilizar-se com seu estado emocional; 
conhecimento da própria fisionomia como 
diferente dos outros; sensação de nojo na 
presença ou simplesmente com a imagem de 
fezes, vômitos, carniça e outras situações 
consideradas nojentas; e percepção dos 
comportamentos subjetivos das emoções. 
Áreas límbicas 
As áreas corticais límbicas compreendem áreas 
de alocórtex (hipocampo, giro dentado, giro para-
hipocampal), de mesocórtex (giro do cíngulo), 
isocórtex (insula anterior) e a área pré-frontal 
orbitofrontal. Elas relacionam com a memória e 
as emoções. No caso do giro do cíngulo, essas 
duas funções ocupam regiões diferentes. O 
cíngulo anterior relaciona-se com as emoções, 
enquanto o posterior está ligado à memória. 
Áreas relacionadas com a linguagem 
A linguagem verbal é um fenômeno complexo do 
qual participam áreas corticais e subcorticais. Há 
a existência de duas áreas principais para a 
linguagem, uma anterior e outra posterior, ambas 
de associação terciária. 
A área anterior da linguagem corresponde à área 
de broca e está relacionada com a expressão da 
linguagem. Ela situa-se nas partes opercular e 
triangular do giro frontal inferior, 
correspondendo à área 44 e parte da área 45 de 
Brodmann. A área de broca é responsável pela 
programação da atividade motora relacionada 
com a expressão da linguagem. 
A área posterior da linguagem situa-se na junção 
entre os lobos temporal e parietal, e corresponde 
à parte posterior da área 22 de Brodmann. Ela é 
conhecida como área de Wernicke e está 
relacionada basicamente com a percepção de 
linguagem. 
Assim, em síntese, a área de broca contém 
programas motores da fala, enquanto a área de 
Wernicke está relacionada ao significado da fala, 
e a conexão entre as duas possibilitaria entender 
e responder ao que os outros dizem. Estas duas 
áreas estão ligadas pelo fascículo longitudinal 
superior ou fascículo arqueado, através do qual 
informações relevantes para correta expressão da 
linguagem passam da área de Wernicke para a 
área de broca. 
A leitura e a escrita também dependem dessas 
duas áreas. Informações passam do córtex visual 
para a área de Wernicke. E lesões dessas áreas 
dão origem a distúrbios denominados afasias. 
Existe ainda também outras áreas cerebrais 
relacionadas com a linguagem.

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