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Nozoe - Furtado caps. 17 e 18

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FES – Aula do dia 22/10/2008 (quarta) 
Furtado – caps. 17 e 18
O desenvolvimento econômico do Brasil x EUA e a crise da primeira metade do séc XIX. (rev. Francesa e guerras napoleônicas). Tais acontecimentos aceleraram a evolução política do Brasil, porém, o esgotamento do ouro, a abertura dos portos e os tratados de 1810 contribuirão para uma séria limitação à autonomia econômica do governo brasileiro. A separação de Portugal em 1822 e a consolidação da posição da Inglaterra em 1827 reafirmam tal situação. 
Segundo Roberto Simonsen, a política comercial liberal ocorreu mediante a vinda das cortes para o Brasil que acertou a abertura dos portos e os tratados com a Inglaterra. Porém o tratado de 1810 “aniquila” (prefere-se o termo “inibiu”, pois não houve tempo hábil, em 2 anos, para desenvolvimento sólido) o surto manufatureiro no Brasil que se verifica desde (até?) 1808, com a quebra do decreto de Da. Maria I. Segundo Simonsen, a política comercial liberal do Brasil levou a destruição do surto manufatureiro, e a protecionista dos EUA levou ao desenvolvimento industrial. Furtado se empenhará em negar tais correlações. 
Furtado reconhece que a tarifa de M preferencial para a Inglaterra fechada em 1810 e renovada em 1827, de 15%, era baixa, mas alega que isto seria ajustado na taxa de câmbio. O recém-formado governo independente do Brasil tinha no imposto sobre M sua maior receita, o que significa que esta limitação reduz as receitas do Governo e limita sua atuação (?) no setor econômico. Concomitantemente o país estava em guerra com o Uruguai (1825-8), e, porém, com despesas crescentes. Com estes déficits fiscais, o Governo ordena emissão de moeda, e duplica o volume de moeda em circulação, gerando inflação. O déficit comercial (M alta e X baixa) pressiona a taxa de câmbio, desvalorizando o “réis”, portando o preço da mercadoria importada aumenta, o que gera uma “proteção natural”; isto é, é o mesmo efeito de uma alíquota alta, maior que 15%, anulando a tarifa preferencial da Inglaterra. O setor industrial nos EUA de indústria têxtil, que começa em 1797, tem tarifas de M de 5%, bem inferior a do Brasil e, em 1808, sobe para 17,5%. Exclui-se, portanto, o liberalismo e o protecionismo em ambos os Estados. 
Nos EUA, peculiaridades de sua colonização permitiram o estabelecimento de indústrias não concorrentes com a metrópole: acumulação de experiência técnica, o Brasil precisaria importar este conhecimento (a máquina). No momento das independências, as elites de ambos os países diferem-se entre grandes agricultores escravistas exportadores e pequenos agricultores e grandes comerciantes. Há uma diferença de entendimento da doutrina liberal: nos EUA ação direta de promoção da indústria e de construção de uma infra-estrutura, enquanto no Brasil, dizia-se “deixai fazer, deixai passar, deixai vender”. Do ponto de vista interno, o governo americano foi intervencionista e o brasileiro não o foi. Nos EUA não há “proteção natural” pois o déficit na balança comercial não pressiona o câmbio, devido ao fato de ser compensado pela alta da balança de K através da emissão de títulos pelo Governo, no mercado externo. O grande trunfo dos EUA foi a expansão da produção de algodão dos EUA apesar da queda de seu preço externo, e, de 1800 a 1860, as exportações de algodão vão de 8% a 54% das exportações totais. Aumento da produção mediante incorporação de terras férteis do meio Oeste juntamente ao mecanismo de Plantation, o que aumenta a produtividade, gerando queda dos custos e, portanto, continua viável produzir apesar da baixa dos preços. Portanto o país exporta produto de grande demanda internacional, e é o maior exportador em termos internacionais, enquanto o Brasil exportava “sobremesas”. 
Portanto, as causas do não desenvolvimento do Brasil se devem a: dada a carência técnica, o país só se industrializaria através de importações, mas recursos suficientes para fazê-lo só viriam com grandes Exportações, as quais foram insuficientes de 1800 a 1850, o que inviabilizou as importações (M) para industrialização.

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