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Livro-Texto Unidade I - Comércio Exterior

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Fernando Gorni Neto
Colaboradores: Prof. Enzo Fiorelli Vasques
Prof. Livaldo dos Santos
Comércio Exterior - 
Exportação e Importação
Professor conteudista: Fernando Gorni Neto
Fernando Gorni Neto é graduado e pós-graduado pela Universidade Nove de Julho – Uninove em Marketing. 
Também é pós-graduado em Agronegócios pela Universidade Federal do Paraná – UFPR e em Formação em Educação 
a Distância pela Universidade Paulista – UNIP. Foi professor de Transportes Internacionais na Exportacian Assessoria 
em Comércio Exterior.
Atua como membro do Comitê Editorial do Seminário de Logística – Supply Chain Managemet, com a 
responsabilidade de avaliar trabalhos técnicos inscritos no evento sobre as melhores práticas de logística e supply 
chain management ligados à área siderúrgica. Acumula mais de 30 anos em comércio internacional nas áreas de 
desembaraço aduaneiro de importação e exportação, tráfego marítimo internacional de graneis tramp, tráfego 
marítimo de navios liners, distribuição de produtos em todo o Brasil por via rodoviária, ferroviária e marítima de 
cabotagem e em Business Intelligence Center.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G671s Gorni Neto, Fernando
Comércio Exterior - Exportação e Importação / Fernando Gorni 
Neto - São Paulo: Editora Sol, 2020.
 220 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Importação. 2. Exportação. 3. Produtos. I.Título.
CDU 658.7
U508.88 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Ana Luiza Fazzio
 Amanda Casale
 Marcília Brito
Sumário
Comércio Exterior - Exportação e Importação
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 O COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................................................................................ 17
1.1 História do comércio exterior no Brasil....................................................................................... 19
1.1.1 Período Colonial (1500 – 1822) ........................................................................................................ 19
1.1.2 Período do Império (1822 – 1889)................................................................................................... 20
1.1.3 Primeira República (1889 – 1930) ................................................................................................... 22
1.1.4 Era Vargas e Brasil Democrático (1930 – 1964) ......................................................................... 24
1.1.5 Regime Militar (1964 – 1985) ........................................................................................................... 28
1.1.6 Redemocratização (1985 – atual) .................................................................................................... 31
1.2 Contextualização do Brasil no comércio internacional ........................................................ 40
1.3 O desenvolvimento das exportações brasileiras (1990 a 2010) ......................................... 44
2 O COMÉRCIO INTERNACIONAL .................................................................................................................. 47
2.1 Organização Mundial do Comércio – OMC ............................................................................... 48
2.2 Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento – Bird ............................... 49
2.3 Fundo Monetário Internacional – FMI ......................................................................................... 50
2.4 Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID ................................................................. 51
2.5 Sistema Geral de Preferências – SGP ........................................................................................... 52
2.6 Sistema Global de Preferências Comerciais – SGPC .............................................................. 54
2.7 Blocos econômicos .............................................................................................................................. 54
2.7.1 Zona ou área de preferência tarifária ............................................................................................ 54
2.7.2 Zona ou área de livre-comércio ........................................................................................................ 55
2.7.3 União aduaneira ...................................................................................................................................... 55
2.7.4 Mercado comum ..................................................................................................................................... 55
2.7.5 União econômica e monetária .......................................................................................................... 56
2.7.6 Blocos econômicos ................................................................................................................................. 56
2.8 Barreiras ao comércio internacional ............................................................................................ 61
2.8.1 Barreiras técnicas .................................................................................................................................... 62
2.8.2 Barreiras comerciais tarifárias ........................................................................................................... 63
2.8.3 Barreiras comerciais não tarifárias .................................................................................................. 65
3 A ESTRUTURA BRASILEIRA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR ............................................................ 69
3.1 Ministério da Economia ..................................................................................................................... 69
3.1.1 Câmara de Comércio Exterior – Camex ......................................................................................... 70
3.1.2 Secretaria de Comércio Exterior – Secex ...................................................................................... 71
3.1.3 Secretaria de Inovação e Novos Negócios ................................................................................... 72
3.1.4 Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro .............................. 72
3.1.5 Instituto Nacional de Propriedade Industrial – Inpi ................................................................. 72
3.1.6 Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES ................................ 73
3.1.7 Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação – CZPE .......................73
3.2 Ministério da Economia ..................................................................................................................... 74
3.2.1 Secretaria de Assuntos Internacionais – Sain ............................................................................. 74
3.2.2 Secretaria de Política Econômica – SPE ........................................................................................ 74
3.2.3 Secretaria de Assuntos Internacionais – Seain ........................................................................... 74
3.2.4 Secretaria da Receita Federal – SRF ................................................................................................ 75
3.2.5 Banco Central do Brasil – Bacen ...................................................................................................... 75
3.2.6 Banco do Brasil – BB ............................................................................................................................. 75
3.3 Ministério das Relações Exteriores – MRE ................................................................................. 76
3.4 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa .......................................... 76
3.4.1 Secretaria de Política Agrícola – SPA.............................................................................................. 77
3.4.2 Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA .................................................................................... 77
3.4.3 Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio – SRI .............................................. 77
3.5 Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil ...... 77
3.6 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT .................................................................. 78
4 GESTORES E ANUENTES E AUTORIDADES EM COMEX ..................................................................... 78
4.1 Órgãos gestores ..................................................................................................................................... 78
4.2 Órgãos anuentes ................................................................................................................................... 78
4.2.1 Banco do Brasil ........................................................................................................................................ 79
4.2.2 Secretaria da Receita Federal – SRF ................................................................................................ 80
4.2.3 Banco Central do Brasil – Bacen ...................................................................................................... 80
4.3 Autoridades na área de transportes ............................................................................................. 81
4.3.1 Ministério da Infraestrutura ............................................................................................................... 81
4.3.2 Secretaria Nacional de Aviação Civil - Ministério da Infraestrutura ................................. 97
Unidade II
5 A POLÍTICA BRASILEIRA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................106
5.1 Exportação ............................................................................................................................................106
5.1.1 Documentos exigidos para a exportação ....................................................................................108
5.1.2 Exportações temporárias ...................................................................................................................109
5.1.3 Exportações em consignação ...........................................................................................................111
5.1.4 Fontes de financiamento à exportação .......................................................................................112
5.2 Importação ............................................................................................................................................ 115
5.2.1 Aspectos conceituais ...........................................................................................................................115
5.2.2 Tributos incidentes na importação ................................................................................................116
5.2.3 Valoração aduaneira ............................................................................................................................ 117
5.2.4 Cálculo dos tributos na importação ..............................................................................................118
5.2.5 Redução de alíquota dos tributos na importação...................................................................118
5.3 Regimes aduaneiros especiais .......................................................................................................121
5.3.1 Trânsito aduaneiro ............................................................................................................................... 122
5.3.2 Admissão temporária ......................................................................................................................... 122
5.3.3 Regime de drawback .......................................................................................................................... 123
5.3.4 Entreposto aduaneiro ......................................................................................................................... 125
5.3.5 Entreposto industrial .......................................................................................................................... 127
5.3.6 Exportação temporária ...................................................................................................................... 127
5.3.7 Depósito Alfandegado Certificado – DAC.................................................................................. 127
5.3.8 Operador Econômico Autorizado (OEA) ..................................................................................... 128
6 SISTEMA FISCAL .............................................................................................................................................129
6.1 Aspectos tributários na exportação ............................................................................................134
6.1.1 O IPI e o ICMS nas exportações ..................................................................................................... 135
6.1.2 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Cofins .................................. 136
6.1.3 Programa de Integração Social – PIS .......................................................................................... 137
6.2 Aspectos tributários na importação ...........................................................................................137
6.2.1 Imposto de importação ..................................................................................................................... 137
6.2.2 Regime de tributação unificada .................................................................................................... 138
6.2.3 Ex-tarifários ........................................................................................................................................... 139
6.2.4 Drawback – suspensão de tributos ............................................................................................... 140
6.2.5 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS ........................................... 142
6.2.6 Valoração aduaneira ........................................................................................................................... 143
6.2.7 Dumping e direitos antidumping .................................................................................................. 143
6.2.8 As medidas de salvaguarda .............................................................................................................143
6.3 Aspectos administrativos na exportação ..................................................................................144
6.3.1 Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex ........................................................... 144
6.3.2 Tratamento administrativo das exportações ............................................................................ 146
6.3.3 Controle administrativo das importações ................................................................................. 146
6.3.4 Controle cambial das operações de comércio exterior ........................................................ 147
6.4 Nomenclatura e classificação de mercadorias .......................................................................148
6.5 Contratação do transporte .............................................................................................................150
6.5.1 Composição do frete marítimo ...................................................................................................... 152
6.5.2 Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM ........................... 153
6.6 Termos Internacionais de Comércio – Incoterms ..................................................................155
6.6.1 Incoterms: Grupo D – até a chegada ao local nomeado ..................................................... 158
6.6.2 Incoterms: Grupo C – transporte internacional pago .......................................................... 159
6.6.3 Incoterms: Grupo F – transporte internacional não pago .................................................. 160
6.6.4 Incoterms: Grupo E ............................................................................................................................. 160
Unidade III
7 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO EM INGRESSAR NO COMÉRCIO INTERNACIONAL .............167
7.1 O acesso ao mercado internacional ............................................................................................171
7.2 O que exportar? ..................................................................................................................................173
7.3 Promoção comercial..........................................................................................................................174
7.4 Marketing internacional ..................................................................................................................175
7.4.1 Diferenças entre marketing internacional e local .................................................................. 176
7.5 Comércio eletrônico ..........................................................................................................................178
7.6 Para onde exportar ............................................................................................................................179
8 HABILITAÇÃO PARA UTILIZAR O SISCOMEX .......................................................................................179
8.1 Habilitação e credenciamento de responsável legal ............................................................180
8.2 Despachante aduaneiro ...................................................................................................................180
8.3 Despacho aduaneiro de exportação ...........................................................................................182
8.3.1 Início da operação de exportação ................................................................................................. 182
8.3.2 Declaração de exportação ................................................................................................................ 183
8.4 Despacho aduaneiro de importação ..........................................................................................184
8.4.1 Importação por conta e ordem de terceiro ............................................................................... 185
8.4.2 Importação por encomenda ............................................................................................................ 185
8.4.3 Declaração de Importação – DI...................................................................................................... 185
8.4.4 Tributos incidentes na importação ............................................................................................... 186
8.4.5 Início do despacho aduaneiro de importação ......................................................................... 186
8.4.6 Documentos de instrução da DI .................................................................................................... 186
8.4.7 Parametrização (canais verde, amarelo, vermelho e cinza) ................................................ 186
8.4.8 Desembaraço aduaneiro ................................................................................................................... 187
8.5 Formação do preço para a exportação ......................................................................................187
8.5.1 Metodologia para a fixação do preço de exportação ........................................................... 187
8.6 Passo a passo para a exportação .................................................................................................190
8.6.1 Fluxograma de exportação .............................................................................................................. 190
8.7 Passo a passo para importar ..........................................................................................................192
8.8 Documentos necessários para importação ..............................................................................195
8.9 Modalidades de pagamento ..........................................................................................................195
8.9.1 Pagamento antecipado ..................................................................................................................... 196
8.9.2 Remessa direta (ou remessa sem saque) .................................................................................... 196
8.9.3 Cobrança documentária .................................................................................................................... 197
8.9.4 Carta de crédito .................................................................................................................................... 197
8.9.5 Aspectos cambiais na exportação ................................................................................................. 198
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem por objetivo capacitar e propiciar ao aluno uma visão abrangente e integrada 
de gestão de negócios internacionais, analisar a dinâmica do ambiente de negócios, seus efeitos na 
estratégia e competitividade empresariais, e oferecer elementos para a compreensão dos conceitos 
essenciais, princípios, técnicas e processos dos modelos modernos de gestão dos processos de importação 
e exportação.
Para que uma empresa possa ingressar no clube fechado dos negócios internacionais, deve haver uma 
preparação interna, assim como pesquisa, análise e desenvolvimento de habilidades que lhe permitam 
sobreviver no ambiente internacional e avaliar níveis de concorrência para definição de estratégias de 
comercialização de produtos ou serviços.
Ao adquirir os conhecimentos sobre as operações de importação e exportação, tanto na legislação 
brasileira quanto conceitos comuns em outros países, e conhecendo a documentação característica 
e a regulamentação do comércio exterior, o aluno estará capacitado a gerenciar operações para 
negociações internacionais.
Apresentamos, assim, abordagens do comércio internacional e as políticas comerciais estratégicas; 
os sistemas cambiais; as relações econômicas internacionais do Brasil e a sua evolução recente; o 
desenvolvimento contemporâneo do capitalismo em nível das relações internacionais; o sistema 
monetário internacional e sua evolução; e a integração regional.INTRODUÇÃO
Cabe a esta disciplina capacitar o aluno a analisar a dinâmica do ambiente de negócios 
internacionais e seus efeitos na estratégia e competitividade das pequenas e médias empresas, bem 
como para a compreensão de conceitos essenciais, princípios, técnicas e processos dos modelos 
modernos de gestão no âmbito dessas organizações, sejam elas de comércio, indústria ou de 
serviços, públicas ou privadas.
Segundo o Ministério da Economia, indicadores da economia mundial entre exportações e 
importações, o mundo movimentou a quantia de 30 trilhões de dólares, valores nada desprezíveis, dos 
quais o Brasil não chegou a mais do que 1,3% de participação.
Isso denota que existe um grande potencial no mercado mundial e as empresas brasileiras não só 
devem olhar o mercado internacional como opção mas como uma obrigação, ainda que o mercado 
interno tenha muito a ser desenvolvido.
Os gestores devem conhecer e praticar as técnicas de planejamento e de gestão estratégica 
profissional. Para que aprimorem seus conhecimentos de forma objetiva, e entendam como gerenciar 
os processos de importação e exportação serão abordados os aspectos que cercam a sistemática do 
comércio exterior, envolvendo:
10
• a legislação e a estrutura brasileira para o comércio exterior;
• os termos internacionais de comércio;
• algumas práticas adotadas no Brasil no comércio internacional;
• as atualidades sobre o mercado internacional, levando em consideração os efeitos da globalização;
• conhecimento da documentação característica e regulamentação, e adquirir noções da estratégia 
de operações e condições para negociações internacionais.
Exportar é uma estratégia de ampliação de mercado, assim como o acirramento da concorrência 
entre empresas, que já não mais respeitam fronteiras e se intensificam a cada dia, representando 
diversas ameaças e oportunidades que devem ser consideradas em decisões sobre entrada em 
mercados internacionais.
11
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Unidade I
Pode-se dizer que o fenômeno da globalização se iniciou com o surgimento do ser humano na face 
da terra, quando percorria longos caminhos em busca de alimentos ou bens. É lógico que, em uma época 
na qual havia somente fronteiras geográficas naturais, qualquer metro percorrido podia ser considerado 
território estrangeiro, ainda que não tivesse dono.
Na Antiguidade, o comércio internacional pouco existia. Uma das civilizações mais antigas que se 
conhece é a egípcia. No Egito, o comércio exterior era inexpressivo e as importações e exportações se 
limitavam apenas a artigos de luxo.
Em épocas posteriores surgiu a civilização mesopotâmica. Foi constatado que o comércio da 
Mesopotâmia era mais intenso do que o Egito; chegaram a estabelecer postos comerciais fora do país.
Um salto mais à frente, temos os grandes descobridores, que navegavam em busca daquilo que 
necessitavam em seu país. Podem-se citar os navegadores fenícios (milênios a.C., com o comércio em 
toda a região do Mediterrâneo e do Atlântico Norte europeu), grandes navegadores, o que permitiu 
que se tornassem também grandes comerciantes. Instalaram postos de vendas em diversos pontos da 
Europa. A Grécia Antiga não tinha produção suficiente de alimentos, por exemplo. Isso fez com que ela 
comprasse produtos do exterior e pagasse com azeite e vinho.
O Império Romano (27 a.C. a 476 d.C., pela força impuseram, por meio de Leis, comércio, moeda, 
costumes, língua, religião e cultura na Europa, Norte da África e Mesopotâmia.) desenvolveu bastante 
o comércio exterior, mesmo porque Roma dominava o mundo. Negociaram até com países distantes 
como China e Índia, os comerciantes venezianos como Marco Polo e os navegadores espanhóis e 
portugueses (século XIV e XV foram épocas das grandes descobertas, novos continentes, abertura 
para o Oriente). O século XIX foi marcado pela colonização europeia da África e da Ásia, o tratado de 
livre-comércio entre França e Inglaterra.
Portanto, verifica-se que a troca de mercadorias entre as nações advém do início da civilização, mas 
consolidou-se mesmo com as práticas mercantilistas na Europa, nos séculos XV e XVI, principalmente, 
por causa do desenvolvimento da navegação marítima, que foi largamente utilizado para o comércio 
entre Europa, Índia, África e América.
O período mercantilista vai de 1500 a 1750. A Europa já vivia o fim do feudalismo e da Idade Média. 
O regime corporativista perdia força e o comerciante individual estava em ascensão. Cerca de 80% a 
90% da população europeia trabalhava na agricultura.
Os artesãos, isto é, alfaiates, carpinteiros e ferreiros eram os industriais da época, logo, uma produção 
de natureza doméstica.
12
Unidade I
Os governantes tinham no ouro e na prata a forma mais importante de riqueza, sendo, portanto, o 
principal fundamento do poder nacional. A exportação precisava ser maior do que a importação, para a 
nação ter benefícios com o comercio exterior. Assim, estimulavam as exportações e desestimulavam as 
importações, até quando isso proporcionava prejuízos para o povo.
No fim do século XVIII, a Europa passou por transformações muito grandes. Foi o que se chamou 
de I Revolução Industrial; as indústrias passaram a trabalhar com máquinas que, para a época, eram 
muito eficientes. O crescimento da produção industrial estimulou as migrações dos camponeses para 
as cidades.
Esse fato ficou mais agravado porque a agricultura também teve um progresso técnico, o que tornou 
necessário menos trabalhadores rurais. Os empresários passaram a ter mais força política.
Entre o século XIX até 1914, ocorreram diversos eventos políticos com grande efeito na vida 
econômica, como as Guerras Napoleônicas e a Primeira Grande Guerra.
Por sua posição insular, a Inglaterra ficou longe dos campos de batalha, o que lhe permitiu viver com 
uma tranquilidade que a Europa não teve. Isso lhe proporcionou um crescimento econômico maior do 
que o dos outros países, tornando-se, assim, a nação de maior projeção do mundo.
Nessa época, ocorreram novos inventos. O trem a vapor proporcionou facilidades que desenvolveram 
o comércio interno e externo. Nasceu a indústria automobilística. Novas máquinas foram introduzidas 
nas fábricas.
Ford criou um sistema novo de trabalho, isto é, a produção em linha de montagem. Houve, portanto, 
uma revolução na economia internacional que se denominou II Revolução Industrial.
O artesão, com sua produção doméstica, foi substituído pela fábrica. Assim, mudou toda a 
estrutura social; surgiram as lideranças sindicais, que representavam os operários, e também as 
lideranças empresariais.
O sistema monetário vigente até 1914 era o padrão-ouro (gold exchange): as moedas tinham 
lastro em ouro e eram conversíveis em ouro. Os Bancos Centrais de cada país trocavam moedas 
por ouro. Estavam, portanto, livres da intervenção do Estado. A exportação e a importação do 
ouro eram livres.
A paridade da moeda de um país em relação a de outro era feita de acordo com a quantidade de 
ouro que elas representavam. Portanto, as flutuações monetárias eram insignificantes. Os déficits dos 
balanços de pagamento eram cobertos em ouro.
A participação americana na Guerra de 1914 trouxe como consequência o desenvolvimento industrial 
muito grande dos Estados Unidos, porque o parque industrial europeu ficou destruído e também porque 
as indústrias americanas tiveram que crescer, durante o conflito, para atender às necessidades bélicas.
13
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
A partir de 1927, o Canadá e a Inglaterra passaram por um período recessivo e isso afetou as 
indústrias dos Estados Unidos, que tiveram quedas em suas vendas. Um contrassenso foi que, enquanto 
as empresas americanas sofriam os efeitos dessa recessão, na Bolsa de New York o preço das ações 
mantinha-se em nível elevado, sustentado pelos especuladores.
Diante disso, o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) tomou algumas medidas para 
refrear a especulação. Houve uma onda de falências muitogrande. Fazendeiros endividados perderam 
suas terras. O desemprego atingiu níveis insuportáveis, 25% dos trabalhadores estavam desempregados. 
Os Estados Unidos importaram, em 1929, US$ 4,4 bilhões. Em 1932, apenas US$ 1,3 bilhões.
Em fase posterior ao final da Segunda Guerra Mundial, no período 1950 –1973, teria ocorrido o mais 
espantoso aumento das trocas mundiais, na ordem de 8% ao ano em valores reais. Nesse momento, o 
crescimento do comércio mundial e da produção foi acompanhado de grandes mudanças no tamanho 
relativo das economias participantes.
Nesse intervalo (1950 a 1973), os países que mais se destacavam eram da Europa Ocidental e o 
Japão. A reconstrução no período de pós-guerra e a guerra da Coreia estimularam as exportações 
japonesas e europeias.
Em história bem mais recente, nos anos 60, surge a Teoria da Comunicação, conhecida como “Aldeia 
Global”, de Herbert Marshall McLuhan (Edmonton, 21 de julho de 1911 – Toronto, 31 de dezembro de 
1980), um filósofo e educador canadense, cujas ideias e teorizações revolucionaram a comunicação no 
mundo moderno, relatou o processo crescente dos meios de comunicação e trouxe para a educação 
novo enfoque, baseado em suas teorias sobre comunicação.
Era o princípio do termo que hoje conhecemos como globalização, difundido pelos economistas no 
final dos anos 70, e nos anos 90 saiu das esferas dos economistas para cair em domínio público. Nesse 
período, a globalização entrou num ritmo jamais visto na história humana.
Os capitais passaram a circular instantaneamente de um país para outro e as empresas multinacionais, 
escoradas em novo patamar de produtividade, foram buscar mão de obra mais barata em países da 
Ásia ou da América Latina. Apenas como ilustração, na década de 1980, a Ford decidiu produzir seus 
caminhões da linha Cargo, na Austrália, com a função de abastecer a Ásia; na Inglaterra para abastecer 
a Europa e o Brasil para abastecer as Américas.
Convencionou-se uma data para o início, ainda que simbólica, da globalização turbinada dos 
mercados. Ela teria seu ponto de partida em 25 de dezembro de 1991, dia que marcou o fim do 
comunismo na extinta União Soviética.
Para se ter uma ideia do que ocorreu no mundo, no período de 1950 a 1973, teria ocorrido o mais 
espantoso aumento das trocas mundiais, na ordem de 8% ao ano em valores reais. No gráfico a seguir, 
a evolução comparativa do comércio e a evolução da população mundial:
14
Unidade I
Comparativo de crescimento
Comércio mundial x população
Valores em trilhões US$ x População bilhões pessoas
Comércio mundial (Imp+Exp) População
4.114 4.453
7.069
5.306
13.108
37.564
7.200
1980 1990 2000 2010
6.122
Figura 1 – Comparativo de crescimento do comércio mundial
 Saiba mais
O site da United Nations Conference on Trade and Development 
(UNCTAD) disponibiliza dados sobre a economia mundial, população, 
finanças e tendências econômicas.
Disponível em: http://unctadstat.unctad.org. Acesso em: 16 mai. 2014.
Mas o que significa essa globalização? Para Antonio Negri (2001, p. 15), essa nova dominação que 
ele batiza de “Império” no livro de mesmo nome, a globalização é constituída por redes assimétricas, e 
as relações de poder se dão mais por via cultural e econômica do que uso de força.
Negri entende que entidades organizadas como redes (tais como corporações, ONGs – Organizações 
Não Governamentais e até grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto, mais chances de 
sobrevivência no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas (representação de um padrão a ser 
seguido) da modernidade como o Estado, partidos e empresas tradicionais.
Portanto, a globalização trata do conjunto de transformações de ordem política e econômica mundial, 
com a interligação dos mercados internacionais, explorada pelas grandes corporações internacionais, 
alterando o conceito de mundo. O ambiente se mostra extremamente competitivo, sem fronteiras, 
sedento na busca por novas tecnologias, uma permanente à sensação de ameaça.
O cenário atual de negócios internacional é, dessa forma, caracterizado por uma dinâmica crescente de 
adaptação a novas tecnologias e mercados, desencadeada pelo acirramento da concorrência, crescente integração 
econômica e financeira, e principalmente uma necessidade de obtenção de diferenciais e recursos que 
garantam a competitividade e a sustentabilidade das corporações.
15
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Os governos também possuem interesses particulares no comércio internacional, pois a sua prática 
agrega valor e confiança internacionais, além da movimentação de divisas, o que impacta no câmbio e 
na balança comercial do país.
 Lembrete
Balança comercial é um termo econômico que representa as importações 
e exportações de bens entre os países.
Logo, tais vantagens despertaram os interesses de empresários e de governos, conduzindo esse 
comércio a um patamar em que toda a economia é regulamentada por práticas capitalistas, o que 
provocou uma reaproximação de países anteriormente avessos a essas práticas, para tornar viável o 
ingresso de todos nesse mercado global. Dessa forma, muitas economias reformularam suas ações 
comerciais para se remodelarem aos novos rumos tomados pela economia mundial.
Alguns países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – conhecidos atualmente pela sigla 
BRICS (acrônimo formulado pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, 
intitulado “Building Better Global Economic BRICS”, para se referir aos quatro maiores países emergentes 
do mundo e que agora inclui a África do Sul, pois em abril de 2011, por ocasião da III Cúpula do BRICS 
na cidade de Sanya, na China, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla 
BRICS), que representa os países economicamente emergentes – aproveitaram suas potencialidades 
naturais, humanas e tecnológicas para iniciar um novo ciclo em suas economias, estabelecendo parcerias 
para otimizar suas balanças comerciais e desenvolver seus polos industriais, além de outras ações, como 
geração de emprego e renda, livre concorrência, câmbio, atração de investimentos estrangeiros, abertura 
de novos negócios etc.
O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Segundo artigo e dados do Ministério das 
Relações Exteriores do Brasil – MRE, entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 
65% da expansão do Produto Interno Bruto – PIB mundial.
 Observação
O Produto Interno Bruto representa a soma (em valores monetários) 
dos bens e serviços finais produzidos numa determinada região ou país, 
durante um período determinado, geralmente, um ano.
Em paridade de poder de compra (em inglês: purchasing power parity), o Produto Interno Bruto – PIB 
dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia.
Para dar uma ideia do ritmo de crescimento desses países, em 2003, os BRICS respondiam por 9% do 
Produto Interno Bruto – PIB mundial e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto 
dos cinco países (incluindo a África do Sul) totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. 
16
Unidade I
Considerando o Produto Interno Bruto – PIB pela Paridade de Poder de Compra – PPC, esse índice é ainda 
maior: US$ 19 trilhões, ou 25% da economia mundial, de acordo com dados do Banco Mundial.
 Lembrete
A PPC é um método para se calcular o poder aquisitivo da pessoa com 
o custo de vida do local, se ela consegue comprar tudo que necessita com 
seu salário.
Empresas e governos devem estar preparados para enfrentar os novos desafios que se apresentam 
no dia a dia de suas atividades. Essa preparação consiste no condicionamento correto da empresa para 
vencer na arena internacional e exige pessoal capacitado, treinado, motivado e apto a lutar em um 
campo no qual os adversários são competentes e agressivos.
O mercado de capitais internacional também se desenvolveu muito, passando a oferecer novos 
produtos e tecnologias financeiras, possibilitando novas relações entre os centrosfinanceiros e as 
economias dos países. Essas relações nem sempre são estáveis, pois a mobilidade de capitais provoca, 
por vezes, grandes oscilações na taxa de câmbio e mudanças estruturais nos padrões de comércio 
que, por sua vez, podem resultar em fortes pressões políticas.
Embora tenham sido citados valores expressivos, e o Brasil ocupe a 8ª posição no Ranking Mundial 
do Produto Interno Bruto – PIB, de acordo com dados compilados, conforme pode ser verificado a 
seguir, nossa participação no comércio mundial atingiu 1,3% em 2010.
Confira a seguir o Produto Interno Bruto – PIB, medido em milhões de US$, das 10 maiores economias 
mundial e a participação no comércio mundial. Na sequência, o gráfico da evolução da participação 
brasileira no comércio internacional:
Tabela 1 – Ranking do PIB x participação no comércio mundial
Países POS PIB 2013
PIB Nominal 
2013 em US$ 
bilhões
POS EXP 
2012
Valor 
em US$ 
bilhões
Part. % nas 
exportações 
mundiais
Estados Unidos 1 15.653,4 2 1.547,0 8,4
China 2 8.250,2 1 2.049,0 11,2
Japão 3 5.984,4 4 799,0 4,4
Alemanha 4 3.336,7 3 1 407 7,7
França 5 2.875,0 6 569,0 3,1
Brasil 6 2.673,6 22 243,0 1,3
Reino Unido 7 2.585,8 11 468,0 2,6
Itália 8 1.980,4 8 529,0 2,9
Rússia 9 1.953,6 9 500,0 2,7
Índia 10 1.946,8 19 293,0 1,6
17
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Países POS PIB 2013
PIB Nominal 
2013 em US$ 
bilhões
POS EXP 
2012
Valor 
em US$ 
bilhões
Part. % nas 
exportações 
mundiais
Canadá 11 1.770,1 13 446,0 2,4
Austrália 12 1.542,1 21 257,0 1,4
Espanha 13 1.340,3 18 300,0 1,6
México 14 1.162,9 17 301,0 1,6
Coreia do Sul 15 1.151,3 7 548,0 3
Indonésia 16 894,9 26 188,0 1
Países Baixos 17 770,2 5 656,0 3,6
Arábia Saudita 18 657,0 15 386,0 2,1
Suíça 19 622,9 23 230,0 1,3
Suécia 20 520,3 28 172,0 0,9
Fonte: Fundo Monetário Internacional (2013); Organização Mundial do Comércio (WTO) (2012).
1,40%
1,20%
1,00%
0,80%
0,60%
0,40%
0,20%
0,00%
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
Figura 2 – O Brasil no comércio internacional – 1990/2010 (%)
1 O COMÉRCIO EXTERIOR
Nos últimos 500 anos, o mundo das relações internacionais passou por transformações em três 
movimentos definidos:
I. O crescimento do Ocidente, que trouxe a substituição das ferramentas manuais por máquinas, 
da energia humana pela energia vapor e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril, 
que constituiu a Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do século XVIII e encerrou a 
transição entre feudalismo e capitalismo, e a dominação do Ocidente em escala global.
II. O crescimento dos Estados Unidos, a partir dos fins do século XIX, que foi uma nação capaz 
de exercer uma hegemonia mundial a qualquer outra referência na história, principalmente, 
18
Unidade I
após a Segunda Guerra Mundial. Houve um grande esforço por parte das empresas e 
do Estado à pesquisa científica para desenvolver novas técnicas de produção. A siderurgia 
avançou qualitativamente e quantitativamente, assim como as indústrias mecânicas, pelo 
aperfeiçoamento da fabricação do aço. Na indústria química, a descoberta de novos elementos 
e materiais ampliou as possibilidades para outros setores, como o petroquímico. A descoberta 
da eletricidade beneficiou tanto as indústrias como a sociedade em geral, pois promoveu a 
melhoria na qualidade de vida. Além da Primeira Guerra Mundial, ocorreu a Revolução Russa 
de 1917, a Crise de 1929, e a Grande Depressão, a ascensão do nazifascismo na Europa e a 
Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Nessas poucas décadas, o capitalismo passou por 
crises e transformações, adquirindo novos contornos.
III. A emergência do “resto do mundo”. A economia mundial seguiu em direção à região da 
Ásia-Pacífico, desde a década de 1970, primeiro com a ascensão econômica do Japão e em seguida 
com a emergência dos Tigres Asiáticos (Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul e Cingapura), a ascensão 
da China e da Índia ao status de grandes potências econômicas, tendo como consideração a 
enorme capacidade de produção destinada à exportação e seu enorme mercado interno, que 
somam juntos quase 40% da população do planeta.
A história mostra que, após cada crise, isto é, ao fim de cada período de crescimento em 
determinado prazo, uma economia emerge com novos padrões e instituições que orientam as práticas 
econômicas e as formas de geração de riqueza. Ao longo dos últimos 100 anos, é possível identificar 
três momentos nos quais a economia internacional viveu crises associadas a mudanças de ciclos 
econômicos de longo prazo.
O colapso econômico da década de 1930 com a Grande Depressão, também chamada, por 
vezes, de Crise de 1929 foi uma grande depressão econômica que teve início em 1929 e que persistiu 
ao longo da década de 1930, terminando somente na Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão 
foi considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Esse período de 
depressão econômica causou altas taxas de desemprego, grandes quedas do produto interno bruto de 
diversos países, bem como quedas na produção industrial, nos preços de ações e em praticamente todo 
medidor das atividades econômicas, em diversos países no mundo. A crise na verdade era uma evidência 
do esgotamento da ordem liberal herdada do século XIX.
O segundo momento de crise associada a mudanças foi a crise associada aos choques do petróleo 
e à crise do endividamento dos países considerados em desenvolvimento, que revelava o fim de 
um ciclo de crescimento centrado no financiamento de grandes obras e de estímulo da economia por 
intermédio de agências oficiais de desenvolvimento.
Finalmente, a terceira crise ou fim de um ciclo de crescimento de longo prazo refere-se ao 
momento atual, e pode ser identificada como a crise da economia da globalização e da fé 
irrestrita numa presumida racionalidade dos mercados, especialmente, financeiros. A economia 
vive agora um processo de transição para um novo ciclo econômico, no qual novos elementos 
estão passando a servir de base para o crescimento, embora muitos dos elementos do ciclo que 
vai se encerrando continuem ainda presentes.
19
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
1.1 História do comércio exterior no Brasil
1.1.1 Período Colonial (1500 – 1822)
A descoberta do Brasil, em 22 de abril de 1500, pela esquadra de Pedro Álvares Cabral, integra o 
ciclo da expansão marítima portuguesa. Assim, a economia brasileira é integrada ao processo mundial 
de expansão do capitalismo mercantil, tendo, Portugal, a exclusividade do comércio com a colônia. 
A agricultura é rudimentar e provoca rápido esgotamento da terra, com a produção centrada no 
latifúndio, e na utilização de mão de obra escrava – primeiro dos indígenas e depois dos negros.
A partir de 1530, aconteceu o início efetivo da ocupação portuguesa, com um sistema de produção 
baseado nos princípios mercantilistas, dominantes na época: formação de colônias preferencialmente 
nas áreas tropicais, para fornecer gêneros alimentícios tropicais, matéria-prima e metais preciosos que 
atendessem às necessidades do mercado europeu.
1.1.1.1 O ciclo do pau-brasil
O primeiro produto a ser “exportado” foi a madeira denominada pau-brasil, retirada das terras 
brasileiras e embarcadas para a Europa.
A utilidade principal era como madeira de construção, na fabricação de móveis e a de tingir panos. 
Aos índios cabia o trabalho da derrubada, do corte e do transporte dos toros, que depois eram embarcados 
para a Europa.
Era a época da chamada Revolução Comercial. Formou-se aqui uma economia dependente, a fim de 
atender às economias europeias dominantes.
1.1.1.2 O ciclo da cana-de-açúcar
O cultivo da cana-de-açúcar foi introduzido no Brasil por Martim Afonso de Souza, na capitania de 
São Vicente, e foi um período da história do Brasil no qual o plantio da cana-de-açúcar foi a principal 
atividade econômica do país.
O auge da cana-de-açúcar ocorreuentre 1570 e 1650. Dois fatores contribuíram para a perda 
dessa posição: primeiro, a exploração do ouro nas “Minas Gerais”, a partir do final do século XVII e 
durante o século XVIII ocupou a centralidade econômica colonial. Segundo a exploração do produto 
em outras áreas (particularmente nas Antilhas), quebrou o monopólio do Brasil sobre o mercado 
mundial de açúcar.
Ainda ocorria a plantação do milho e a mandioca. Da mandioca os indígenas faziam a farinha e que 
se tornou de uso comum na alimentação do povo brasileiro.
20
Unidade I
1.1.1.3 O ciclo do ouro
A descoberta das lavras de ouro nas Minas Gerais, nos finais do século XVII e início do século XVIII, foi 
o acontecimento mais espetacular da história econômica do Brasil Colônia. Desde os primeiros tempos 
da descoberta, por Cabral, acreditava-se que o Brasil tinha ouro e outros metais, e pedras preciosas. 
Porém, quase 200 anos depois da ocupação, não haviam sido encontrados em volume significativo.
A descoberta de ouro no Brasil provocou uma verdadeira “corrida do ouro”, durante todo século XVIII 
(auge do ciclo do ouro). Houve uma grande migração para as regiões auríferas, buscando o 
enriquecimento rápido.
A população naquele século decuplicou, atingindo mais de 3 milhões de habitantes, sendo que 
650 mil concentravam-se na área das minas.
A pecuária se desenvolveu no interior, expandindo a ocupação de regiões próximas ao rio São Francisco 
e da região sul do Brasil, mas essa produção era apenas para consumo local.
Em 1808, foi promulgado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas pelo príncipe-regente 
de Portugal Dom João de Bragança, depois D. João VI, após sua chegada, com a família real e a nobreza 
portuguesa, em 24 de janeiro de 1808.
Esse Decreto autorizava a abertura dos portos do Brasil ao comércio com as nações amigas de 
Portugal; a primeira experiência liberal do mundo após a Revolução Industrial.
Outra das iniciativas de D. João VI durante seu período no Brasil foi a criação do primeiro Banco do 
Brasil, por meio da assinatura do Alvará de 12 de outubro de 1808, entrando em operação em 1809, com 
autorização de funcionamento por 20 anos. O fundo de capital era de 1.200 contos, divididos em 1.200 
ações de um conto de réis cada uma:
O início das operações do primeiro Banco do Brasil, em 1809, pode ser considerado 
um marco fundamental na história monetária do Brasil e de Portugal, tanto por ter 
sido a primeira instituição bancária portuguesa quanto pelo fato de representar 
uma significativa mudança no meio circulante do Brasil por meio da emissão de 
notas bancárias (MÜLLER; LIMA, 20071).
1.1.2 Período do Império (1822 – 1889)
Em 1822, ocorre o chamado “Grito do Ipiranga”, declarando a Independência do Brasil, processo que 
culminou com a emancipação política do país do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no início 
do século XIX.
1MÜLLER, E.; LIMA, F. C. C. Moeda e Crédito no Brasil: breves reflexões sobre o primeiro Banco do Brasil (1808 – 
1829). Revista Tema Livre, Niterói, ano VI, n. 12, 25 abr. 2007. Disponível em: http://www.revistatemalivre.com. Acesso em: 
17 mai. 2011.
21
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Um fato importante dessa época foi a assembleia constituinte que iniciou seu trabalho em 03 de 
maio de 1823, quando o imperador Dom Pedro I discursou sobre o que esperava dos legisladores.
D. Pedro I queria ter poder sobre o legislativo por meio do voto, iniciando uma desavença com uma 
parte dos constituintes que tinha orientação liberal-democrata. Assim, mandou o exército invadir o 
plenário em 12 de novembro de 1823, prendendo e exilando diversos deputados, episódio que ficou 
conhecido como “a noite da agonia”.
Feito isto, reuniu dez cidadãos de sua inteira confiança, os quais, após algumas discussões a portas 
fechadas, redigiram a primeira Constituição do Brasil no dia 25 de março de 1824.
Quando foi revogada com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, era a terceira 
constituição mais antiga do mundo que estava em vigor. Só era mais nova que as constituições dos 
Estados Unidos, de 1787 e da Suécia, de 1809. A constituição recebeu importantes modificações por 
meio do ato adicional de 1834, que, dentre outras alterações, criou as assembleias legislativas provinciais.
Durante o período do Império, o café era o principal produto de exportação e gerador de renda. 
Acredita-se que o café tenha sido introduzido no Brasil durante o século XVIII, período no qual o 
produto já alcançara grande popularidade na Europa. As primeiras plantações foram registradas no Rio 
de Janeiro, por volta de 1760, e ao longo do século XIX e início do século XX o café se transformou no 
principal produto brasileiro vendido no mercado internacional.
Na última década do Império, o café representava 60% do total de exportação do Brasil, enquanto o 
açúcar entrava em crise. Os engenhos foram desaparecendo, o açúcar brasileiro começou a sofrer cada 
vez mais a concorrência do que era produzido nas possessões francesas das Antilhas e em outras partes 
do globo, enquanto na Europa, cada vez mais se utilizava açúcar extraído da beterraba.
O modo de produção adotado pelos produtores era a mão de obra escrava. A partir de 1850, com a 
proibição do trabalho escravo, e com a expansão da cafeicultura no oeste paulista optando pelo uso de 
novas tecnologias e pelo trabalho assalariado, o modelo de produção fluminense se tornou ultrapassado.
O ciclo do café provocou significativas mudanças socioeconômicas no Brasil, permitindo que a 
economia brasileira ganhasse uma nova dinâmica. Foi a partir desse momento que surgiram as primeiras 
associações de trabalhadores e os primeiros sindicatos. Em compensação, o ciclo do café fortaleceu 
ainda mais os grandes produtores rurais com mais poder político, especialmente, no período conhecido 
como República Velha.
No período de 1850, até o fim da monarquia, o Brasil passou por um processo de modernização. A 
integração geográfica foi marcada pela introdução de um meio de transporte que representava uma 
revolução – a estrada de ferro.
O centro da expansão ferroviária durante o Império se situou em São Paulo e no Rio de Janeiro, pois 
o café precisava chegar aos portos para ser exportado. Além do café, outras culturas se destacaram 
como produto de exportação.
22
Unidade I
O cacau, produzido na Bahia; a borracha, explorada na bacia do rio Amazonas; o algodão, cultivado 
em larga escala no Maranhão, em Pernambuco e no Ceará passaram a ser produtos expressivos na 
economia brasileira.
Em 1860, o algodão chegou a ser o segundo produto de exportação nacional. A expansão de sua 
cultura, nesse período, é consequência da Guerra de Secessão norte-americana (1861 – 1865), que 
desorganizou a produção algodoeira dos Estados Unidos.
A pecuária, voltada ao mercado interno, era a mais importante atividade econômica na região centro-sul.
Na Constituição outorgada de 1824, apareceram os primeiros sinais para a abolição da escravatura. 
Falava-se em “homens livres”, embora defendessem como legítima a propriedade sobre os não livres, o 
que é uma forma violenta de racismo, pois só os negros eram escravizados.
O Brasil foi o último país do ocidente a conceder a libertação dos escravos. Algumas leis que 
antecederam a Lei Áurea, como a que proibiu o tráfego de escravos, embora nunca fosse cumprida 
fortificou o movimento abolicionista que acabou levando a outras leis como a Lei do Ventre Livre, de 
28 de setembro de 1871. Essa lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir de sua 
promulgação, que determinava a liberdade a todo filho de escravo, a partir daquela lei.
Em 1885, foi aprovada a Lei Saraiva-Cotegipe ou Lei dos Sexagenários, que beneficiava os negros de 
mais de 65 anos.
A pressão política dos abolicionistas levou ao fim da escravidão por meio da Lei Áurea assinada pela 
Princesa Isabel, no dia 13 de maio de 1888, redigida pelo então ministro dos Negócios da Agricultura, 
Rodrigo Augusto da Silva, que apenas declaravaextinta a escravidão.
1.1.3 Primeira República (1889 – 1930)
Depois de instaurada a República no Brasil, foi promulgada, em 24 de fevereiro de 1891, a primeira 
Constituição. Estabeleceu como forma de governo o regime representativo, no qual o povo exerceria 
indiretamente o poder ao escolher, por meio de voto, seu representante pelo período de quatro anos. 
Todos os cidadãos masculinos maiores de 21 anos poderiam votar.
A Constituição reconheceu as divisas dos estados e o princípio de federação, e a União só interviria 
nos estados para manter a ordem ou em casos de invasão estrangeira. Foi também essa Constituição 
que previu a transferência da capital para o planalto central, em seu Art. 3º. Só para constar, essa 
transferência se deu somente quando Brasília foi inaugurada, em 1960.
A Primeira República foi caracterizada pela agricultura de exportação, na qual o café ainda ocupava 
o posto mais importante. A partir de 1880, a borracha da Amazônia, extraída da seringueira, foi o 
segundo produto de exportação, superando o açúcar. Era grande a demanda desse produto no que hoje 
chamamos de Primeiro Mundo: quando se iniciou a produção de pneus de borracha para bicicletas; 
depois com o surgimento do automóvel.
23
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
No final do século XIX, a recém-criada indústria de automóveis estava em plena expansão. A demanda 
pela borracha aumentou significativamente, pois a borracha era matéria-prima para a fabricação de 
pneus. A riqueza gerada por ela mudou a fisionomia de Manaus e de Belém.
Na primeira década do século XX, o Brasil tornou-se o maior produtor e exportador mundial de 
borracha. Em 1910, por exemplo, chegou a exportar, aproximadamente, 40 mil toneladas do produto.
Mas, por volta de 1910, começou a crise; os empresários holandeses e ingleses entraram no lucrativo 
mercado mundial de borracha. Passaram a produzir o produto em larga escala e custos baixos na Ásia 
(Ceilão, Indonésia e Malásia) e que hoje responde, junto com a Índia, por 78% da produção mundial.
A concorrência fez com que, no começo da década de 1920, a exportação da borracha brasileira 
caísse significativamente. Além disso, ocorreu aqui o ataque de uma série de pragas, era o fim do ciclo 
da borracha no Brasil. Muitas cidades se esvaziaram, entrando em plena decadência.
Entre 1898 e 1911, o Brasil não pagou a dívida externa. Depois, abriu negociação com os banqueiros 
da casa Rothschild & Sons para voltar aos pagamentos.
Em troca, o Brasil teve que hipotecar as rendas da Alfândega do Porto do Rio de Janeiro; adotou 
um programa de cortes dos gastos públicos; aumentou os impostos e os bancos privados passaram a 
fiscalizar as contas públicas.
Nos negócios do café, o capital estrangeiro atuou de duas formas. A exportação esteve 
praticamente nas mãos de grandes firmas estrangeiras – americanas, alemãs e inglesas. Além disso, 
alguns grupos financeiros forneciam recursos para valorizar o produto: se o preço do café no 
mercado internacional estivesse muito baixo, ele era retido nos portos, mas o produtor era pago 
com recursos obtidos no exterior.
A riqueza acumulada com o café dinamizava o mercado consumidor e estimulava o desenvolvimento 
industrial. Em 1910, o Brasil possuía cerca de 3.500 indústrias. Depois de dez anos, já eram 13 mil 
estabelecimentos industriais, com uma grande concentração, entre 1915 e 1919, em consequência das 
dificuldades de importação durante a Primeira Guerra Mundial e da política de incentivo à industrialização 
dos governos republicanos. No início do século XX, o capital estrangeiro ampliou sua presença no Brasil, 
principalmente o norte-americano.
A indústria de alimentação foi a que mais cresceu nas primeiras décadas da República e chegou a 
representar 40% dos estabelecimentos industriais do país.
 Observação
N. M. Rothschild & Sons é o banco da família Rothschild, fundado em 
Londres, em 1811.
24
Unidade I
1.1.4 Era Vargas e Brasil Democrático (1930 – 1964)
Ao assumir o poder, em novembro de 1930, Getúlio Vargas suspendeu a Constituição em vigor, 
dissolveu o Congresso Nacional e nomeou interventores para o governo dos estados. Além dessas 
medidas, criou dois novos ministérios: o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde. Com a criação do 
Ministério do Trabalho, o governo de Vargas inaugurava uma fase de diálogo com a classe trabalhadora.
Em 1931, reiniciou a política de valorização do café e criou o Conselho Nacional do Café, que, em 
1933, foi substituído pelo Departamento Nacional de Café (DNC), autarquia federal subordinada ao 
Ministério da Fazenda, que controlou o setor até 1946, quando foi extinto.
Em 1º de junho de 1933, criou também o Instituto do Açúcar e do Álcool – IAA, para coordenar a 
agricultura canavieira, controlar a produção, o comércio, a exportação e os preços do açúcar e do álcool.
Segundo Baer (1988, p. 16), “a depressão dos anos 1930 teve severo efeito negativo sobre as exportações 
brasileiras, cujo valor caiu de US$ 445,9 milhões, em 1929, para US$ 180,6 milhões, em 1932”.
A crise da cafeicultura estimulou a agricultura de novos produtos como frutas, algodão e óleos 
vegetais, e também na área de minérios, mas os rendimentos não conseguiram equilibrar o balanço 
de pagamentos do país. A Segunda Guerra Mundial interrompeu as vendas de algodão para o Japão e 
Alemanha, feitas em grandes volumes até 1939.
A redução das receitas com as exportações afetou o balanço de pagamentos do país, entre 1931 e 
1939, devido à crise econômica que precede a guerra.
Para contornar o problema, ocorreram sucessivas desvalorizações da moeda e as medidas adotadas 
desagradaram aos investidores internacionais: redução da margem de remessa de lucros, suspensão 
dos pagamentos dos juros da dívida externa e recusa em pagar uma grande parte da dívida pública 
negociada com os bancos estrangeiros.
Em agosto de 1931, durante o governo provisório, o governo Getulio Vargas suspendeu o pagamento 
da dívida externa e fez uma auditoria nas contas públicas. Comprovou que apenas 40% do total da dívida 
estavam baseados em contratos escritos. Do restante, não foram encontrados qualquer documento que 
comprovasse sua existência.
Assim, negociou o cancelamento de grande parte da dívida externa brasileira, o que viabilizou a 
política de desenvolvimento industrial do Brasil.
As medidas de governo, relativas às dificuldades externas, constituíram elemento essencial para 
a criação das condições necessárias ao desenvolvimento do chamado Processo de Substituição de 
Importações. As reduções das divisas e da capacidade de importar favoreceram o desenvolvimento da 
indústria. Entre 1930 e 1945, o país passou por um grande desenvolvimento industrial.
O mandato de Getúlio deveria terminar no começo de 1938, quando haveria novas eleições 
presidenciais. Em setembro de 1937, os aliados de Getúlio anunciaram a descoberta de um plano 
25
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
terrorista atribuído aos comunistas, conhecido como “Plano Cohen”. O plano era falso, mas era o que 
Getúlio precisava para dar o golpe de Estado que instituiu o Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, 
e o país passava a ter outra Constituição, inspirada nas constituições fascistas da Itália e da Polônia.
A Carta de 1937 suprimiu a autonomia dos estados e substituiu a democracia representativa por um 
sistema de governo autoritário e centralizado. Os partidos foram extintos e a imprensa passou a sofrer 
censura. Entretanto, a legislação trabalhista foi mantida.
Em abril de 1938, Getúlio implantou o salário-mínimo. Criaram-se, então, a Companhia Siderúrgica 
Nacional – CSN (1940), a Companhia Vale do Rio Doce – CVRD (1942) e a Companhia Hidro Elétrica do 
São Francisco – CHESF (1945).
Ao eclodir a Segunda Guerra Mundial, o Brasil procurou manter uma posição de neutralidade em relação 
aos dois lados envolvidos no conflito, mas a neutralidade brasileira começou a ser afetada em dezembro 
de 1941, quando os japoneses atacaram a base militar norte-americanade Pearl Harbor, no Havaí. Os EUA 
entraram na guerra contra o Eixo e exigiram que os países latino-americanos fizessem o mesmo.
Durante a Segunda Guerra, o crescimento industrial caiu para 5,4% ao ano, e o Brasil chegou a 
exportar tecidos para a América Latina, África do Sul e Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, a população começou a se mobilizar, pressionando o governo a declarar guerra 
contra a Alemanha, em manifestações de rua lideradas pela União Nacional dos Estudantes – UNE, 
criada em 1937. Nesse período, alguns navios brasileiros foram afundados por submarinos alemães, 
quando o governo de Vargas declarou guerra aos países do Eixo, em agosto de 1942.
Vargas também assinou o Tratado de Washington com o presidente norte-americano Franklin Delano 
Roosevelt, garantindo a produção de 45 mil toneladas de látex para as forças aliadas, o que impulsionou 
o segundo ciclo da borracha.
No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar, sendo conduzido ao exílio 
na sua cidade natal, São Borja. No dia 2 de dezembro do mesmo ano, foram realizadas eleições livres para o 
parlamento e presidência, nas quais Getúlio seria eleito senador pela maior votação da época.
Em 1951, Getúlio Vargas retornou a presidência da República, dessa vez por meio do voto popular, 
vencendo o pleito de 1950 com 48,7% dos votos. O segundo mandato presidencial de Getúlio Vargas foi 
marcado por importantes iniciativas nas áreas sociais e econômicas. Nesse período foram fundados a 
Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras (1953), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, hoje com 
a denominação de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
Na fase final do seu governo, porém, as pressões de grupos oposicionistas civis e militares 
desencadearam uma aguda crise política que levou Vargas a interromper seu mandato com um ato 
que atentou contra sua própria vida. Após ser muito pressionado, Getúlio Vargas não suportou e, 
supostamente, suicidou-se com um tiro no peito, em 24 de agosto de 1954.
26
Unidade I
Após a morte de Vargas, João Fernandes Campos Café Filho, Vice de Vargas, assumiu o poder. Nas 
eleições de 1956, o candidato Juscelino Kubitschek de Oliveira venceu, tendo João Belchior Marques 
Goulart (Jango) como vice-presidente. Assumiu o governo no dia 31 de janeiro de 1956, ficando no 
poder até 31 de janeiro de 1961, quando passou o cargo para Jânio da Silva Quadros.
O governo de Juscelino foi marcado pelas políticas cambial e de comércio exterior, bem como pela 
política industrial, delineada pelo Plano de Metas e apoiada num complexo sistema cambial e numa nova 
tarifa alfandegária. Essas políticas provocaram grandes mudanças na sociedade e na economia brasileira.
No começo de seu governo, Juscelino Kubitschek apresentou ao povo brasileiro o seu Plano de Metas, 
cujo lema era “50 anos em 5”, com a pretensão de desenvolver o país 50 anos em apenas cinco anos 
de governo. O plano previa investimentos em áreas necessárias para o desenvolvimento econômico, 
principalmente, infraestrutura (rodovias, hidrelétricas, aeroportos) e indústria, uma delas a Usiminas – 
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A.
Foi na área do desenvolvimento industrial que teve maior êxito, com a abertura da economia para o 
capital internacional, atraindo o investimento de grandes empresas, como as montadoras de automóveis, 
por exemplo, Ford, Volkswagen, Willys-Overland e General Motors.
Essas indústrias instalaram suas fábricas na região sudeste do Brasil, principalmente nas cidades de 
São Paulo, Rio de Janeiro e região do ABC (Santo André, São Caetano e São Bernardo), nas proximidades 
da cidade de São Paulo.
Esse fato fez aumentar o êxodo rural (saída do homem do campo para as cidades) e a migração 
de nordestinos e nortistas de suas regiões para as grandes cidades do sudeste. A região centro-oeste 
também cresceu com a construção de Brasília – a nova capital do Brasil – com capital originário de 
empréstimos internacionais. Juscelino Kubitschek conseguiu finalizar e inaugurar Brasília, em 21 de 
abril de 1960.
Dois anos após assumir o governo, a inflação já havia crescido, surgindo as manifestações de greve 
por todo o país e as contas externas sofriam grande desequilíbrio, como aponta Leopoldi (1991, p. 115). 
Em 1959, criou-se a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste – Sudene para integrar a 
região ao mercado nacional.
A política econômica desenvolvimentista de Juscelino apresentou pontos positivos e negativos ao 
país. A entrada de multinacionais gerou empregos, porém, deixou nosso país mais dependente do capital 
externo. O investimento na industrialização prejudicou o trabalhador do campo e a produção agrícola, 
pois não estavam sendo considerados no Plano de Metas. O país ganhou uma nova capital, todavia a 
dívida externa, contraída para essa obra, aumentou significativamente.
Com relação às importações e exportações, o governo deu continuidade à política cambial, 
estabelecida ainda no governo de Vargas, no qual os importadores pagavam ágio de acordo com a 
essencialidade do produto e os exportadores recebiam bônus. Foi mediante tal política que o Juscelino 
Kubitschek captou receitas para os gastos resultantes da construção de Brasília.
27
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
O regime cambial cumpria, assim, a função fiscal, uma vez que tributava o importador, dele 
arrecadando a receita sobre as importações. Tributava também o exportador, que perdia para o governo 
a diferença entre o valor do dólar no mercado livre e o dólar exportação (LEOPOLDI, 1991, p. 115).
“A partir de 1958, houve uma simplificação no sistema cambial, mediante tarifa organizada e 
produzida na Confederação Nacional da Indústria – CNI”, como afirma Leopoldi (1991, p. 122).
A simplificação do sistema cambial, com a gradual redução dos controles (licenças prévias, 
câmbio múltiplo, quotas de importação), respondia em parte às recomendações do Fundo Monetário 
Internacional – FMI, em inglês International Monetary Fund – IMF.
Por essa época, o Fundo Monetário Internacional – FMI estava começando a financiar programas 
de estabilização na América Latina e uma das exigências da instituição era a simplificação de câmbio.
Em 1960, a balança comercial ficou deficitária, os fluxos de capital privado se reduziram e aumentou 
o pagamento de serviços no exterior, o que levou o governo a retomar relações com o FMI, rompidas 
quando o Fundo se negou a conceder um empréstimo de longo prazo caso não ocorresse uma reforma 
cambial, porque o país não teria condições de pagar futuras dívidas, o que resultaria na queda da 
inflação e no saque de empréstimos de curto prazo.
Nos anos de governo juscelinista, o país cresceu 7,5% ao ano, modernizou-se, foram construídas 
grandes estradas como a Rodovia Belém-Brasília, a Rodovia Régis Bittencourt e a Rodovia Fernão Dias, e 
diversas obras de infraestrutura. No entanto, a dívida externa bruta aumentou, chegando a um total de 
US$ 3,291 bilhões e reservas de US$ 470 milhões, de acordo com Anderson Caputo Silva, Lena Oliveira 
de Carvalho, Otavio Ladeira de Medeiros, organizadores do livro Dívida pública: a experiência brasileira 
(CAPUTO, et al, 2009, p. 467).
A queda das exportações de produtos agrícolas, o pagamento de elevados fretes e seguros para os 
produtos importados e as remessas de lucros das empresas internacionais foram os principais fatores de 
desequilíbrio do balanço de pagamentos.
Em 1961, das 66 empresas com maior concentração de capital, 32 eram estrangeiras e apenas 19 
pertenciam a grupos privados nacionais. O capital estrangeiro controlava mais de 90% das indústrias de 
tratores e das indústrias automobilísticas, mais de 80% do setor de cigarros, das indústrias farmacêuticas, 
e do setor de eletricidade, e mais de 70% das indústrias de máquinas e das indústrias químicas.
Ao deixar o poder em 31 de janeiro de 1961, assumiu, por eleição direta, Jânio da Silva Quadros, 
primeiro chefe de Estado a tomar posse em Brasília, tendocomo Vice o candidato da oposição João Belchior 
Marques Goulart. Renunciou ao cargo sete meses depois, abrindo uma grave crise política no país.
Assumiu o governo João Belchior Marques Goulart, empossado na Presidência da República, em 
7 de setembro, após a aprovação pelo Congresso da emenda constitucional que instaurou o regime 
parlamentarista de governo, tendo como primeiro-ministro Tancredo Neves.
28
Unidade I
Em janeiro de 1963, com a realização do plebiscito que decidiu pela volta do regime 
presidencialista, João Goulart assumiu plenamente os poderes de presidente, até que foi deposto 
pelo golpe militar de 1964.
A renda obtida com as exportações de US$ 1,43 bilhões correspondia a 43% da dívida externa do 
país que era de US$ 3,29 bilhões, e a Inflação Geral de Preços/Disponibilidade Interna – IGP/DI, medido 
pela Fundação Getúlio Vargas atingiu o índice de 92,1% ao ano.
 Observação
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – reflete as variações 
mensais de preços, pesquisados do dia 1º ao último dia do mês corrente.
1.1.5 Regime Militar (1964 – 1985)
O Supremo Comando Revolucionário, que assumiu o poder em 31 de março de 1964, resultou no 
afastamento do Presidente da República, João Goulart, assumindo provisoriamente o presidente da 
Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli.
Conforme consta no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Centro de Informação de 
Acervos dos Presidentes da República – CIAPR, por meio da decretação do Ato Institucional nº 1, foi 
eleito, pelo Congresso Nacional, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, chefe do Estado-Maior 
do Exército, no dia 11 de abril de 1964, tomando posse em 15 de abril de 1964, permanecendo no poder 
até 15 de março de 1967.
No início do Regime Militar, a inflação estava em alta, o crescimento do Produto Interno Bruto – 
PIB era negativo em relação ao ano de 1963 (US$ 20,921 bilhões contra US$ 23,262 bilhões do ano 
anterior), as exportações não passaram de US$ 1,43 bilhões e a taxa de investimentos era quase nula.
Em fins de 1966, o Congresso Nacional foi fechado e, no início do ano seguinte, foi convocado 
para aprovar uma nova Constituição, promulgada em 24 de janeiro de 1967. As medidas econômicas 
adotadas tinham por objetivo combater a inflação e favorecer a retomada dos investimentos, com uma 
política recessiva e monetarista, consolidada no Programa de Ação Econômica do Governo – PAEG.
Seus objetivos principais eram sanear a economia e baixar a inflação para 10% ao ano, criar 
condições para que o PIB crescesse 6% ao ano, equilibrar o balanço de pagamentos e diminuir as 
desigualdades regionais. Parte desses objetivos foi alcançada. Nesse sentido, o novo governo renegociou 
novos empréstimos com o FMI.
Também estabeleceu o controle sobre os salários, instituiu a correção monetária, criou o Fundo 
de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, fundou o Banco Nacional de Habitação – BNH que, com os 
recursos do FGTS, deveria financiar a construção de casas populares, e criou o Instituto Brasileiro de 
Reforma Agrária e o Estatuto da Terra.
29
COMÉRCIO EXTERIOR - EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Apesar de não atingir as metas propostas, as medidas de Castelo Branco criaram condições para o 
crescimento econômico que ocorreu posteriormente.
Os setores que mais cresceram foram as indústrias da construção civil e de bens de consumo duráveis, 
a pecuária e os produtos agrícolas de exportação. Os bens de consumo não duráveis como calçados, 
vestuário, têxteis e produtos alimentícios, tiveram crescimento reduzido ou até negativo.
Castelo Branco foi sucedido por Arthur da Costa e Silva, ex-ministro da Guerra, no governo anterior, 
cujas maiores marcas no período foram de crescimento, com a expansão industrial, facilidade de crédito, 
política salarial restritiva e controle da inflação, que ficou em torno de 23% ao ano.
Foram criadas a Empresa Brasileira de Aeronáutica – Embraer e a Companhia de Pesquisa e Recursos 
Minerais – CPRM.
Em agosto de 1969, Arthur da Costa e Silva se afastou do cargo em consequência de uma trombose 
cerebral, sendo substituído por uma junta militar, composta pelo ministro da Marinha, Augusto Hamann 
Rademaker Grünewald, pelo ministro do Exército, Aurélio de Lira Tavares e pelo ministro da Aeronáutica, 
Márcio de Sousa e Melo.
Em 30 de outubro de 1969, assumiu a Presidência da República Emílio Garrastazu Médici, que teve 
seu nome indicado pelo Alto Comando do Exército à sucessão presidencial, governando o país até 15 
de março de 1974.
O modelo de crescimento econômico instaurado pela ditadura contou com recursos do capital 
externo, do empresariado brasileiro e o Estado participou como agente econômico. O PIB cresceu, em 
média, 10% ao ano, entre 1968 e 1973.
Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda nos governos Marechal Artur da Costa e Silva, o segundo 
presidente do regime militar, e seu sucessor, Emílio Garrastazu Médici foi o principal artífice do “milagre 
econômico”; apostou nas exportações para obter parte das divisas necessárias às importações de 
máquinas, equipamentos e matérias-primas.
O crescimento do mercado mundial, na época, favoreceu essa estratégia, mas foi a política 
de incentivos governamentais aos exportadores que garantiu seu sucesso, com grandes subsídios 
aos exportadores. Nesse período foi assinado com o Paraguai o acordo para construção da usina 
hidrelétrica de Itaipu e, com a Bolívia, para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de la 
Sierra e Paulínia.
Para estimular a indústria, Delfim Netto expandiu o sistema de crédito ao consumidor e garantiu 
à classe média o acesso aos bens de consumo duráveis. A partir de 1973, decorrente do 1º choque de 
petróleo, o crescimento econômico começou a declinar.
30
Unidade I
1.1.5.1 O primeiro choque do petróleo: 1973
Após a Guerra do Yom Kipur, também conhecida como Guerra Árabe-Israelense, em outubro de 
1973, os países árabes decretaram completo bloqueio do fornecimento de petróleo aos aliados de Israel, 
atingindo principalmente Estados Unidos, Holanda e Portugal.
Segundo dados do Sindipreto-SJC – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Destilação e 
Refinação de Petróleo de São José dos Campos - SP, no artigo Os choques mundiais do petróleo, “o 
barril de petróleo, de tipo Brent, salta de US$ 8 para US$ 38”. O preço se manteve por um longo tempo, 
mesmo após o fim do bloqueio. Os países árabes, organizados na Opep, chegaram a aumentar mais de 
300% o preço do petróleo. O Brasil, muito dependente do petróleo importado, deu ênfase na produção 
de álcool anidro para a mistura com gasolina.
1.1.5.2 O segundo choque do petróleo: 1979/80
Com a Revolução Islâmica no Irã, o Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini, líder espiritual e 
político da Revolução Iraniana implantou uma ampla renegociação dos contratos de exploração de 
petróleo das companhias estrangeiras estabelecidas no país.
No ano seguinte, eclodiu a Guerra Irã-Iraque, iniciada em 1980 e que durou até 1988, por Saddam 
Hussein (nome completo Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti) contra o novo regime xiita do Irã. O 
preço do barril se elevou a US$ 78/79 entre 1979 e 1980, os preços mais altos até então.
 Lembrete
O preço de um produto é resultado da relação entre oferta e demanda. 
Como a demanda por petróleo vem registrando uma alta taxa de consumo, 
o preço continua subindo.
Com o choque do petróleo e a possibilidade de produzir álcool em grande quantidade, foram criados 
incentivos governamentais e começaram a surgir os primeiros carros movidos exclusivamente a álcool. 
A proporção de carros a álcool, no total de automóveis produzidos no país, passou de 0,46%, em 1979, 
a 26,8%, em 1980.
No dia 15 de outubro de 1978, o Colégio Eleitoral elegeu o general João Baptista de Oliveira Figueiredo, 
que permaneceu no cargo até 15 de março de 1985. Seu mandato foi marcado pela continuação da 
abertura política iniciada no governo Geisel e, pouco após assumir, houve a concessão de uma anistia 
ampla geral e irrestrita aos políticos

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