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Nozoe - Furtado caps. 21 e 23

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FES – Aula do dia 10/11/2008 (segunda)
Hoje:
Celso furtado, caps. 21 e 23
Sergio Silva até pagina 62 para este curso, depois disso vem a política de valorização do café.
Próximas: 
Carvalho, a construção da ordem.
Prado Junior a historia econômica do Brasil, caps. 15 e 18.
Beiguelman, pequenos estudos, cap1 pagina 3-8.
Furtado, cap. 24
Furtado, caps22
Petrone – imigração assalariada paginas 274-296.
O professor vai falar de como ler os textos. 
O texto do Sérgio Silva trata das condições da expansão cafeeira com dois itens:
A expansão cafeeira
Condições que permitem esta expansão
Variação das relações de trabalho para assalariado
Mecanização (no beneficiamento)
Sistema ferroviário
Sistema comercialização e sistema bancário (somente 1 exemplo – Toledo Piza e Antonio de Silva Prado, sobre a diversificação do capital cafeeiro), de financiamento, mas não tem nada de comercialização.
Celso furtado no capitulo 21 trata da Oferta Potencial interna de MO, na época 1850 com o fim do tráfico que significa o fim da oferta externa e portanto a única alternativa que	sobrava era a oferta interna (escravos e MO livre, seja rural ou urbana), conclui que todas essas MOs eram inviáveis.
No cap. 23, trata da Transumância Amazônica, em 1875-1910 com migração do NE para a Amazônia, com a economia da borracha (de 750 mil para 1 milhão).
O professor observa que na prova, os alunos entendem a seqüência da leitura que ele deu.
O professor dá uma tabela com uma média de milhões de sacas de café por decênio. Na década de 30 eram 0,3 x 10 E06 media de café, em 1851-60, 2,6 E06 e 1891-1900 com 7,2 E06 sacas.
Segundo ele seguem os fatores responsáveis por esse rápido crescimento da produção cafeeira.
Com relação à mecanização (do beneficiamento) a mesma faz parte da parte final do processo, que deu na década de 1870 e cuja necessidade acentuou-se a partir de1850 (década de 60), com abolição da escravatura, guerra de secessão dos EUA. O objetivo da mecanização, segundo Silva, é expô-la como um meio de contornar o problema da MO:
Secadeiras mecânica (professor desconhece o uso, uma vez que o beneficiamento dava-se por via seca).
Classificadoras movidas a vapor (muito prática)
Esses equipamentos são onerosos, com subsunção real do trabalho ao capital (maquinada o ritmo de trabalho – Quem lê o Sergio silva, vê que a cafeicultura é o meio como se introduz o capitalismo no Brasil), recursos vultosos e permitindo processamento de grandes quantidades.
Com relação ao desenvolvimento das estradas de ferro, estas foram fundamentais para a cafeicultura, viabilizando o cultivo em terras cada vez mais distantes do litoral e férteis (isso no caso paulista). Isso segundo alguns estudos chegava a ser 6 vezes mais barato que utilizando-se as mulas. Calcula-se que sem as ferrovias o café iria somente até campinas, mas justamente no limiar do inicio da terra roxa de São Paulo.
Primeiras ferrovias, as principais zonas cafeeiras são atendidas pelas ferrovias:
1859 – D. Pedro II – primeira ferrovia do café (a primeira do Brasil, que não pertenceu ao café foi do Mauá, em 1864).
1867 – São Paulo Railway (tinha o monopólio do porto de santos)
1872 – Paulista
1875 – Sorocabana
1875 - Mogiana
A ferrovia propiciou o café ou vice-versa? Num primeiro momento tinha uma região cafeeira mas carecia de transportes. Mas analisando a evolução ferroviária, percebe-se que a ferrovia levou o café para mais longe.
Explica-se em teorias que a localização de São Paulo é que favoreceu seu desenvolvimento (cidade), pois suas terras eram ruins.
Em termo de desenvolvimento de um sistema comercial formado pelas casas de exportação e rede bancária, Silva cita:
Toledo Piza. Grande família de exportadores
Antonio da Silva Prado (1840-1929). Também grande família. Seguem detalhes dele para explicar sua importância
Banco do comercio e indústria do estado de SP
Prefeito de SP
Presidente da Cia. Paulista de E.F.
Vidraria Santa Marina, frigorífico em Barretos. Sergio silva não cita a famosa casa comissária Charles chaves, que negocia com exportadores.
Silva Prado é uma ilustração de diversificação do capital cafeeiros, ou seja, tudo gira em torno do aspecto dominante que é o capital comercial, tendo conseqüências daí o capital agrário, industrial e bancário.
A partir daí, Furtado estima que a partir da metade do séc XIX a força de trabalho era aproximadamente 2 milhões de pessoas (mais precisamente de escravos) a partir daí o café dá um grande salto. Para defender a idéia de que o trabalho escravo não seria o ideal, argumenta que a oferta era inelástica, como exemplo o Brasil X EUA. No inicio do séc. XIX, Furtado mostra que o estoque é na ordem de 1 milhão de escravos, mas o crescimento vegetativo era baixo. Furtado analisa o volume das importações de escravos, no Brasil era em volta de 750 mil e 1 milhão ate 1850, e nos EUA 320 mil.
Em 1888 no Brasil tinha-se uma baixa taxa de crescimento e somente 1,5 milhões de escravos, mas no EUA na guerra de secessão tinha-se 4 milhões e com crescimento vegetativo alto. 
A razão dos EUA estarem crescendo era porque no Velho Sul (costa leste) existam pequenas propriedades, com melhores condições de alimentação e trabalho. Alem disso, os proprietários incentivavam a procriação, para que lucrassem com a venda de escravos. A estimativa é que os velhos estados exportam para o sul (região inferior central dos EUA) cerca de 720 mil pessoas.
Razões das taxas negativas no Brasil: a população de escravos estava em zonas exportadoras, com condições de vida mais precárias (açucareira, e algodoeira). Por outro lado, a zona cafeeira demanda escravos e há uma redução do trafico, com aumento do preço do escravo, intensificando o uso do mesmo, para aproveitar ao máximo seu alto custo e aumentando o desgaste. Ou seja, o proprietário só compra o escravo se seu preço for menor que a soma de sua produção física nos 7 anos de vida útil multiplicado pelo preço do produto. Ou seja, sua única alternativa é aumentar o tempo de trabalho, piorando as condições de alimentação e trabalho, diminuindo ainda mais sua vida útil.
Passando a discussão da MO livre, mostra como a Europa resolveu seu problema de falta de trabalhadores, que aumentaria os salários, diminuiria a produtividade e deixaria mais caros os produtos: resposta, crescimento tecnológico, que gera desorganização dos setores mais atrasados, criando um estoque de pessoas desempregados (reserva) que é absorvida pelo setor em expansão com salários estáveis. A urbanização gera melhoria da assistência medica e social, gerando um crescimento vegetativo mais alto. Isso não existe no Brasil.
No Brasil, não há revolução tecnológica, e o problema da MO é o principal, cuja oferta potencial interna são os escravos, e a MO livre rural e urbana, mas nenhuma delas será a solução, pois existe alto custo de recrutamento (dispersa), mas os proprietários das terras não têm interesse em promover a saída dessa população (devido a ser clientela política e social). No setor urbano, a população é inadaptada ao trabalho agrícola. Ainda se insiste no Brasil à mão de obra escravista, pensando-se na importação de coolies (chineses), devido ao grande preconceito (cheiradores de ópio) provenientes das ilhas ocidentais inglesas (antigua e barbuda). Percebia-se que a elite brasileira queria um Brasil branco.
Furtado explica o fluxo da mão de obra do NE para a Amazônia (borracha) insumo associado à demanda por veículos pneumáticos. Em 1840 o preço por toneladas é 45 libras e em 1900 era 512 libras. Para verificar a contribuição do NE na exportação da borracha, foi na ordem de200 mil pessoas a partir da diferença do calculo do crescimento vegetativo do PA e AM entre o período analisado.
Essa MO foi justamente o que o governo não teve interesse de recrutar.

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