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Ana Júlia Melo MED 101 Farmacologia: Carbapenêmicos e monobactâmicos: · São de uso hospitalar. · Descoberto no Japão em 1972 por Hata e Col. Na Universidade de Kitassato. · A pesquisa inicial era para descobrir inibidores de beta-lactamases. · São resistente as betalactamases por isso são antibióticos com espectro de ação extremamente amplo. · 1976 pesquisadores do laboratório Merckk Sharp e Dohme, e da companhia Espanhola da Penicilina e Antibióticos, anunciaram a descoberta de um novo antibiótico, denominado Tienamicina,obtido de culturas do Streptomyces cattleya. · O isolamento do agente ativo mostrou-se inicialmente difícil, devido à sua instabilidade química; mas em 1978 Albers-schomberg e col. Puderam estabelecer que a estrutura da tienamicina era a de uma carbapenema.Não foi possível usar tianamicina clinicamente devido a sua instabilidade. · Todos os carbapenêmicos usados hoje são 100% sintéticos. · A presença do anel carbapenêma dá a essa substância a propriedade de agir com elevada potencia contra microorganismos gram positivos e gram negativos. · Pesquisas para estabilização da Tianamicina chegaram a um composto sintético –Imipenem. Mecanismo de ação: · Semelhante aos outros betalactamicos. · São bactericidas · Ligam-se às PBPs · Levam a lise da parede celular bacteriana pela inibição da formação dos peptídoglicanos. · Resistência à inativação por betalactamases, inclusive as beta- lactamases de espectro de ação ampliado. (ESBL) · Atravessa com facilidade a parede celular de gram -. Altamente solúvel em água, alem de ser uma molécula pequena. · Liga-se a todas as PBPs. Nefrotoxicidade e inativação Renal do IMIPENEM: · É uma exclusividade do Imipenem, não serve para Meropenem e Ertapenem. · Imipenem sofre hidrolise enzimática por uma dipeptidase (DHP-1) renal ( esta enzima é produzida pela túbulo contornado proximal) circula no organismo e sofre filtração glomerular. · Quando o imipenem circula no organismo e sofre filtração glomerular a DHP-1 hidrolisa o imipenem inativando-o (quando administrado sozinho no corpo), ele é rapidamente filtrado pelo rim e inativado por essa enzima. · O imipenem é inativado por ela, quebrado em metabolitos, estes são nefrotóxicos e causam necrose do túbulo contornado proximal, levando a insuficiência renal aguda. · A DHP-1 não tem ação sobre penicilinas, cefalosporinas, Ertapenem e Meropenem. · O Imipenem deve ser administrado junto com o inibidor de DHP-1: Cilastatina, ela tem estrutura química muito parecida com a do Imipenem, e age como inibidor competitivo e reversível com a deidropeptidase tipo 1. A sua capacidade de se ligar a deidropeptidase tipo 1 inibindo-a é 30.000 vezes maior que a afinidade do imipenem pela enzima.” Então eu dou um composto junto com o Imipenem que tem uma afinidade pela DHP-1 muito maior que o próprio Imipenem,então quem vai se ligar é a cilastatina.” · A Cilastatina, não tem ação antimicrobiana, nem antagoniza, potencializa, ou sinergiza o Imipenem, ela apenas é administrada junto para inibir a deidropeptidase 1.Na proporção 1:1. · A combinação dos dois tem como resultado o bloqueio do metabolismo renal do antibiótico, o que faz com que o Imipenem atinja elevada concentração na urina. Além disso a combinação resulta na eliminação da nefrotoxicidade do antibiótico. Farmacocinética: · Não são absorvíveis por via oral. · Eliminação renal. · Não sofrem metabolismo exceto o Imipenem sozinho que sofre metabolismo pelo rim através da DHP-1. · Meia vida curta, cerca de 1 hora. Mantendo o efeito terapêutico por 4 a 6 horas (efeito pós antibiótico, mesmo que o nível sérico do antibiótico caia, uma vez que a bactéria teve contato com o antibiótico, ele continua agindo por 4 a 6 horas). Normalmente o intervalo de administração dos Carbapenêmicos é de 8 em 8 horas. · O imipenem tem pouca ligação protéica sérica, entre 13% e 25%. · Se concentram bem em quase todos os líquidos corporais, atingem muitos órgãos: pulmão,músculos, pele, vesícula biliar, rins, humor aquoso, secreção gastroduodenal, liquido peritoneal e secreção brônquica. · Atravessa barreira hematoencefálica em pacientes com meningoencefalites alcançando concentração liquórica de 20% da presente no sangue. Isso é ótimo. · Atravessa a barreira placentária, dando concentração terapêutica no feto e no liquido amniótico. É pequena a passagem para o leite materno. · COM CARBANÊMICOS CONSEGUE-SE TRATAR 90% DE TODAS AS INFECÇÕES HUMANAS. Espectro de ação: · O estrepto pneumoniae multiresistente também podem ser tratados com carbapenêmicos. · Só fica de fora alguns estafilos que são resistentes a meticilina. Por isso normalmente se associa carbapenema a Vancomicina. (Ex: meropenem+ vancomicina. · São os ANTB com o maior espectro de ação: É ativo contra estreptococos, pneumococos, estafilococos oxacilina sensíveis, hemófilos, gonococo, meningococo, Escherichia coli, Klebsiella, proteus, Morganella, Salmonella, Shigella e outras enterobactérias, Pseudomonasaeruginosa e bactérias anaeróbicas, incluindo o B. fragilis. · Gram + e -. · Anaeróbicos · S. pneumoniae resistente a penicilina. · Enterococos · Estafilococos (alguns são resistentes, principalmente os que são resistentes a meticilina) · Listeria ( bacilo gram+ causador de infecção oportunista, normalmente gastrointestinal) · Enterobacteriaceae. · A resistência vem crescendo em gram - de origem hospitalar, Pseudomonas e Acinetobacter e klebisiella carbapenemase(KPC). Essa resistência se da principalmente por não expressão de canais de porinas—nesse caso só a polimixina trata. ( OBS: A Vancomicina é uma molécula muito grande, ela não consegue entrar em gram -, por isso so trata gram +. ) Mecanismos de resistência: · Carbapenemazes (KPC), como todo betalactâmicos o principal mecanismo de resistência são enzimas que hidrolisam o ANTB , no caso dos Carbapenêmicos são as KPC , que são crescentes em Klebisiellas, Pseudomonas e Acinetobacter. (Gram – de origem hospitalar) · São indutores de betalactamases , muitas vezes quando se faz carbapenemicos , a bactéria pode ate não produzir uma betalactamase que destrua o carbapenemico , mas muitas vezes ela vai passar a produzir betalactamases que irão destruir os ANTB do “degrau anterior”, ou seja as penicilinas e cefalosporinas. “Então quando eu faço um carbapenema no paciente eu posso induzir uma resistência a penicilina e cefalosporima”. Este é um dos motivos pelos quais o uso dele é restrito para infecções potencialmente grave. · Resistência nas pseudômonas por incapacidade de penetração nas porinas. · Bactérias atípicas causam infecção e se localizam no intracelular. (a maioria das bactérias não causam infecções intracelular) ex: Chlamydia, Mycoplasma e Mycobacterium é observada sensibilidade dessas bacterias para o carbapenema no laboratório, porém in vivo ela é resistente, porque o carbapenema tem pequena concentração intracelular. Indicação: · A principal indicação são as infecções graves hospitalares por microorganismos com resistência selecionada a outros medicamentos. · Recomendado no tratamento de infecções pós operatórias graves, nas sepses hospitalares, infecções em pacientes com neoplasias e diabetes melito descompensado. Em infecções graves de neonatos e lactentes, causadas normalmente por bacilos gram – de origem hosp. · Carbapenemicos tem índice de curade 90% em pacientes com infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, osteoarticulares e intra-abdominais, compreendendo peritonites, colecistites, abscessos hepático, sulfrênico, pancreático e perirretais e sepse. Tem sido observados resultados favoráveis em pacientes com meningoencefalites bacterianas. · Os carbapenemicos são terapeuticamente equivalentes na pratica. · Na teoria fala-se que o meropenem tem maior atividade contra P. aeruginosas. · Na teoria Ertapenem tem maior meia vida. Pior atividade contra P. aeruginosa e Acinetobacter. Boa ação contra aneróbicos. Reações adversas: · Náuseas e vômitos. · Convulsões (carbapenêmicos diminuem o limiar convulsivantes, as vezespaciente que nunca teve convulsão durante o ciclo de carbapenêmico pode apresentar convulsões) normalmente faz um anticonvulsivante junto. · Hipersensibilidade (quem tem manifestações de hipersensibilidade como alergias cutâneas, também terá à cefalosporinas e penicilinas = reação cruzada) · Ajuste renal ( a molécula sai inteira na urina) Quando o paciente tem perda da função renal normalmente aumenta o tempo entre as tomadas, se dialisa, fazer uma dose pós diálise, porque eles são dialisáveis. Monobactâmicos: Só tem o Aztreonam como representante. É monocíclico, ou seja, o anel betalactâmico não esta ligado a outro grupamento cíclico. Só tem o Anel betalactâmico. Mecanismo de ação: O mesmo de todo betalactâmico. 1- Interagir com as PBPs 2- Inibir as transpeptidases. 3- Impedir o ancoramento do peptídeoglicano. 4- Lise da parede celular, morte da bactéria. O Aztreonam tem uma particularidade no processo, que é o fato dele ter pouca afinidade pelas PBPs de gram + e muita afinidade pela PBPs de gram - . Por isso so se liga a PBPs de gram-. Resitência: · Não serve para gram +. · Não tem atividade indutora da produção de beta-lactamases pelas bactérias gram -. · Resistente a maioria das betalactamases. · Não resiste às KPC. Farmacocinética: · Não é absorvido por via oral · Administrado por vias IM e IV (preferencialmente). · Difundi-se pelo espaço extracelular, atingindo concentração terapêutica nos pulmões, rins, fígado, próstata,ovário,útero,osso,coração,intestino,pele,bile,saliva,humor aquoso,liquido peritoneal, pericárdio,pleural e sinovial. É pequena a concentração na secreção brônquica, mas em geral é suficiente para agir contra os patógenos sensíveis. · Atravessa barreira placentária, atingindo concentração terapêutica no feto e no liquido amniótico. Aparece no leite materno em pequena quantidade (1% da concentração sérica). · Sua ligação às proteínas séricas é de 56% · Atravessa a barreira hematoencefálica tanto em pacientes com meninges sãs como naqueles com meninges inflamadas, atingindo concentrações inibitórias para a maioria dos bacilos gram negativos, podendo inclusive atingir a pseudomonas aeruginosas. · A meia vida sanguinea do Aztreonam é 1 a 2 horas o que permite sua administração em intervalos de 8 horas. Espectro de ação: · Gram – · Ecoli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Providencia, Haemophillus influenzae, Gonococo, Meningococo. · A atividade contra Pseudomonas aeruginosa exige concentrações mais elevadas, mas cerca de 90% das cepas desse microorganismo são inibidas. · Não age contra legionelas, clamídias e micoplasmas, e é pequena sua ação contra Enterobacter. · Na atualidade, Bacilos gram – de origem hospitalar podem apresentar ressitencia ao Aztreonam. Indicações: · O Aztreonam não é feito de forma empírica. · Infecções causadas por bacilos gram negativos, especialmente as determinadas por germes comunitários. · Infecções urinarias,pulmonares e ginecológicas, em sepses e em infecções osteoarticulares causadas por patogenos sensíveis. É particularmente indicado nas infecções intra-abdominais cirúrgicas,incluindo peritonites, abscessos hepático, subfrênico,intrabdominais e de parede, em pelviperitonites e apendicites.Nessa circunstancia,deve ser associado a antimicrobianos ativos contra Bacterióides Fragilis e outros anaeróbicos (clindamicina,metronidazol,clorofenicol- não é muito utilizado pois causa aplasia de medula). · Alternativa para o tratamento de meningoencefalites por microrganismos gram neg. incluindo o meningococo, hemófilo e enterobacterias. · Já foi utilizado com bons resultados em alguns casos de meningite por pseudômonas aeruginosas. · O Aztreonam pode ser eficaz em infecções causadas a bactérias gram neg. hospitalares, na dependência da sensibilidade do agente. · A INDICAÇÃO DE AZTREONAM É SEMPRE GUIADA POR CULTURA OU ANTIBIOGRAMA, PRA INDICAR PRECISA SABER SE O PATOGÉNO É SENSÍVEL OU NÃO. · Não é indicado para anaeróbicos, para tratar infecções abdominais com Aztreonam precisa incluir um ANTB que seja bom para tratar anaeróbios. Obs: no caso dos Carbapenemas não precisa fazer essa associação, o Próprio Carbapenema já é anaerobicida. Reações adversas: · Em geral é bem tolerado. · Flebite (inflamação do vaso onde o fármaco esta sendo infundido) em cerca de 2% dos pacientes, geralmente após uma semana de uso. Dor e edema podem ocorrer no local da injeção IM. · Erupção maculopapular tem sido observada em 1% dos enfermos tratados; outras manifestações de hipersensibilidade, como febre, prurido, eosinofilia e púrpura, são raras. · Não apresenta “hipersensibilidade cruzada” a outros Betalactamicos (exceto Ceftazidima). O Aztreonam é estruturalmente muito diferente dos outros Betalactamicos,o que faz com que se uma pessoa tiver alergia a Cefalosporinas,penicilina, não necessariamente terá alergia ao Aztreonam. · Dessa maneira, a droga pode ser utilizada, com os devidos cuidados, em pacientes alérgicos a Penicilinas e Cefalosporinas.
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