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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
MICHEL TEIXEIRA PEREIRA
UNIDADE 01
Unidade 1 | Introdução
O que pretende a análise de balanços?
Quais são os seus métodos? 
Quem a usa? 
Qual a sua validade? 
Qual a sua confiabilidade, extensão e profundidade? 
Onde obter os dados contábeis sobre a empresa? 
Quais informações se pode obter com a Análise de balanço? 
Figura1: Freepik
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Unidade 1 | Objetivos
Compreender os objetivos, quem são os usuários e finalidades da análises das demonstrações contábeis.
Entender a padronização e os limites da análise das demonstrações contábeis.
Identificar a estrutura das demonstrações contábeis e o Balanço Patrimonial.
Assimilar a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Objetivos e usuários da análise das demonstrações contábeis
Qual a finalidade das demonstrações contábeis? 
Quais são elas? 
Quem são os seus usuários?
Figura2: Pixabay
Conceitos e objetivos da análise das demonstrações
A Contabilidade trata da mensuração e do acompanhamento do patrimônio. 
O objetivo primordial da Contabilidade é fornecer informações úteis para seus usuários, que auxiliem na tomada de decisões.
Figura3: Pixabay
Conceitos e objetivos da análise das demonstrações
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis :
Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte:
(a) ativos; 
(b) passivos; 
(c) patrimônio líquido; 
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e 
(f) fluxos de caixa. 
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.
Conceitos e objetivos da análise das demonstrações
O produto da análise de balanços são relatórios escritos em linguagem corrente. Sempre que possível, recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das demonstrações contábeis, os relatórios de análise devem ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer mediano dirigente da empresa, gerente de crédito ou gerente de banco.
Conceitos e objetivos da análise das demonstrações
O que se pode incluir em um relatório de análise de balanços:
Situação financeira.
Situação econômica
Desempenho
Eficiência na utilização dos recursos.
Pontos fortes e fracos.
Tendências e perspectivas
Quadro evolutivo.
Adequação das fontes às aplicações de recursos.
Causas das alterações na situação financeira.
Causas das alterações na rentabilidade.
Evidência de erros da administração.
Providências que deveriam ser tomadas e não foram.
Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
Usuários da análise das demonstrações contábeis
Os resultados obtidos na análise das demonstrações contábeis se destinam a um grupo muito abrangente de usuários, que a utilizarão principalmente como instrumento de decisões de financiamento e investimento.
Exemplos: Sócios e gestores, Instituições financeiras, Clientes e fornecedores em geral, Investidores, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Poder Judiciário, Fiscalização tributária, Comissões de licitação, Empregados e sindicatos.
Na concepção de Hendriksen e Breda (1999), os investidores e credores são os destinatários prioritários das demonstrações contábeis, já que os investidores basicamente tomam decisões de compra, manutenção e venda, e os credores tomam decisões associadas à concessão de crédito à empresa.
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Finalidades da análise das demonstrações contábeis
A análise das demonstrações contábeis é um instrumento flexível que permite a seu usuário valorizar o que for mais importante para a sua necessidade específica.
Nao há, portanto, uma única forma de analisar demonstrações contábeis. 
Existem, sim, conceitos de análise, cuja importância relativa pode mudar de um usuário para outro.
É fundamental que, antes de se iniciar um processo de análise das demonstrações contábeis, seja de pleno conhecimento qual é o objetivo do usuário nessa análise, ou seja, que uso será feito dela.
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Padronização e limitação na análise das demonstrações contábeis
Porque padronizar as demonstrações contábeis? 
Quais as limitações que ocorrem na análise?
Figura4: Freepik
Padronização na análise das demonstrações contábeis
Consiste numa crítica às contas, bem como na transcrição delas para um modelo previamente definido.
A padronização é feita pelos seguintes motivos: 
Simplificação: unir aquelas contas que fazem sentido estarem juntas.
Comparabilidade: enquadramento num modelo que permita comparação com outros balanços.
Adequação aos objetivos de análise: há pelo menos uma conta que deve sempre ser reclassificada: Duplicatas Descontadas; do ponto de vista contábil, é uma dedução de Duplicatas a Receber; do ponto de vista de financimentos, porém, é um recurso tomado pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência de recursos próprios. 
Padronização na análise das demonstrações contábeis
Precisão nas classificações de contas: é frequente encontrarem-se balanços e demonstrações de resultados com falhas nas classificações de contas
Descoberta de erros: há casos de erros, intecionais ou não, verificados nas demonstrações contábeis. 
Intimidade do analista com as demonstrações contábeis da empresa: familiaridade com os números da empresa e, em consequência, poderá enxergar detalhes que, de outra forma, não conseguiria.
Modelos de padronização
Estrutura do Balanço Patrimonial a partir de 2008
	ATIVO	PASSIVO
	ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO-CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível	PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
Exigível a Longo Prazo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados
	TOTAL DO ATIVO	TOTAL PASSIVO+PL
Limitações da análise das demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis não são confiáveis.
Ausência da captação dos efeitos da inflação nas demonstrações contábeis.
Defasagem temporal entre as demonstrações analisadas e o momento da análise, maior é o risco de as demonstrações não mais refletirem a realidade da empresa estudada.
O fato de uma empresa, por exemplo, apresentar retornos crescentes nos últimos três anos nao é um argumento válido para inferir que no próximo ano o retorno sera ainda maior.
Comparação dos dados os respectivos concorrentes setoriais. 
Limitações da análise das demonstrações contábeis
Notas explicativas: 
Práticas não condizentes com a melhor técnica contábil.
Identificar se as práticas adotadas estão em sintonia com as dos concorrentes.
Acompanhamento das notícias veiculadas sobre a empresa e seu segmento econômico.
Relatório dos Auditores Independentes: 
Possíveis destaques quanto aos critérios e práticas contábeis utilizadas.
Estrutura das demonstrações contábeis
Todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa.
Figura5: Freepik
Principais alterações introduzidas no Brasil pela Lei Nº 11.638/07 e complementos
	LEI ANTERIOR	NOVA LEGISLAÇÃO
	ATIVO	PASSIVO + PL
	ATIVO CIRCULANTE 	ATIVO CIRCULANTE
	ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 	ATIVO NÃO CIRCULANTE
	ATIVO PERMANENTE 	Realizável a Longo Prazo
	Investimentos 	Investimentos
	Imobilizado 	Imobilizado
	Diferido 	Intangível
	PASSIVO CIRCULANTE	PASSIVO CIRCULANTE
	PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO	PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS	Exigível aLongo Prazo
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	Capital Social	Capital Social
	Reservas de Capital	Reservas de Capital
	Reservas de Reavaliação	Ajustes Avaliação Patrimonial
	Reservas de Lucros	Reservas de Lucros
	Lucros ou Prejuízos Acumulados	Prejuízos Acumulados
Principais alterações introduzidas no Brasil pela Lei Nº 11.638/07 e complementos
	LEI ANTERIOR	NOVA LEGISLAÇÃO
	BALANÇO PATRIMONIAL - BP	MANTIDA
	 	 
	DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO - DRE	MANTIDA
	 	 
	DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS (PREJUÍZOS) ACUMULADOS OU DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL	MANTIDAS
	 	 
	DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS - DOAR	DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC
	 	 
	 	DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA (SOMENTE PARA COMPANHIAS ABERTAS)
Balanço Patrimonial (BP)
Ativo
Ativo Circulante
Disponível
Aplicações Financeiras – Possível avaliação a valor de mercado (Ajuste de Avaliação Patrimonial).
Valores a Receber no Curto Prazo (Realizáveis a Curto Prazo) - Duplicatas Descontadas e PDD.
Estoques - Custo Histórico, com possibilidade de provisão para ajuste de estoque; diferentes critérios de avaliação possíveis (só um aceito pela lei).
Despesas Antecipadas
Balanço Patrimonial (BP)
Ativo
Ativo Circulante
Ativo Não-Circulante - Inclui itens de baixa liquidez (lenta transformação em dinheiro e também aqueles que não se destinam a venda, revelando liquidez mínima
Ativo Realizável a Longo Prazo - Direitos de natureza idêntica ao ativo circulante, mas realizáveis (recebíveis) após o término do exercício seguinte. 
Investimentos - Para as participações em outras empresas: método de custo ou método de equivalência patrimonial. 
Balanço Patrimonial (BP)
Imobilizado - Bens tangíveis, que se destinam ao funcionamento normal da empresa. (depreciação, impairment, leasing financeiro).
Intangível - Bens de propriedade industrial ou comercial, geralmente conferidos à empresa, originando-se disto seu valor, e não da propriedade física dos mesmos. Bens de propriedade industrial ou comercial, geralmente conferidos à empresa, originando-se disto seu valor, e não da propriedade física dos mesmos. 
Balanço Patrimonial (BP)
Passivo Exigível
Circulante
Não-Circulante
Patrimônio líquido
Capital Social
Reservas de Capital
Ajuste de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados 
Ações em Tesouraria
Demonstrações de resultados
Todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa.
Figura6: Freepik
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Receita Bruta: Por regime de competência; 
(-) Deduções: descontos incondicionais; devoluções; abatimentos e impostos incidentes sobre vendas;
Receita Líquida = Receita Bruta (-) Deduções
(-) CMV, CPV, CSP: O custo no período é influenciado pelo método de avaliação de estoques usado e pelo método de custeio (no caso do custo industrial);
	CMV = EI + CO – EF (Semelhante nas Indústrias)
Lucro Bruto = Receita Líquida (-) CMV
(-) Despesas de Vendas 
(-) Despesas Administrativas
(-) Despesas Financeiras Líquidas (resultado financeiro;
(-) Outras Receitas e Despesas Operacionais (Não existe mais a linha destinada para despesas e receitas não operacionais);
Resultado Operacional = Lucro Bruto (-/+) Receitas e Despesas Operacionais
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Resultado Operacional = Lucro Bruto (-/+) Receitas e Despesas Operacionais)
(-) Provisão para IR e CS: São apurados com base no lucro fiscal, dependendo da forma de tributação na qual a empresa se enquadra. 
Lucro Líquido Antes das Participações e Contribuições = Resultado Operacional (-) Provisão para IR e CS
(-) Participações / Contribuições; (+) Reversão de JSCP
Resultado (Lucro ou Prejuízo) Líquido do Exercício: Resultado líquido antes das Partic. E Contribuições (-) Participações e Contribuições.
Lucro por Ação
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Promove a integração entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
A DRE apura o lucro líquido do exercício e a DLPA destaca como foi decidida a sua destinação. A parcela retida (não distribuída) é mantida como origem de recursos no balanço da empresa, compondo seu Patrimônio Líquido. 
	SALDO INICIAL	
	(+/-)	Ajustes de Exercícios Anteriores
	(-)	Parcela de Lucros Incorporada ao Capital Social
	(+)	Reversões de Reservas
	(+/-)	Resultado Líquido do Exercício
	(-)	PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO
	 	Transferências para Reservas
	 	Dividendos a Disrtribuir
	 	Juros Sobre o Capital Próprio
	(=)	SALDO FINAL
Demonstração das Mutações do Patromônio Líquido (DMPL)
É um demonstrativo contábil mais abrangente que a DLPA, podendo a sociedade optar por sua elaboração ou não.
Se publicado, esse demonstrativo substitui a DLPA;
Abrange todas as contas do Patrimônio Líquido, identificando os fluxos incorridos em uma conta e suas variações verificadas no exercício.
	Descrição da Conta	Capital Social	Reservas de Capital 	Reservas de Lucro	Lucros/Prejuízos Acumulados	Total do Patrimônio Líquido
	SALDO do Início do Exercício					
	Ajustes de Exercícios Anteriores					
	Dividendos Extraordinários					
	Aumento de Capital por Incorporação de Reservas					
	Aumento de Capital pro Subscrição e Integralização de Novas Ações					
	Reversão de Reservas					
	Lucro/Prejuízo do Exercício					
	Proposta de Destinação do Lucro					
	Transferência para Reservas					
	Dividendos Propostos					
Obrigado!

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