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Vara de Execuções Penais em Meio Fechado de Teresina PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUI 0700012-64.2021.8.18.0032Processo Classe Assunto Principal: Data de Data Distribuição: Tipo Distribuição: Público 386 - Execução da Pena 7791 - Pena Privativa de Liberdade 23/02/2021 Redistribuição Automática 23/02/2021 Situação: Comarca: Comarca de Teresina Juiz: José Vidal de Freitas Filho7225Sequencial: Parte(s) do Nome: Tipo: Promovente O ESTADO DO PIAUÍ Data de Não cadastrada Não cadastradoRG: CPF/CNPJ: 05.700.724/0001-61 Nome: Tipo: Promovido ELSON FEITOSA DA SILVA Data de 06/04/1983 3960930 SSP/PIRG: CPF/CNPJ: 338.420.918-42 Filiação: MARIA DA PAIXAO FEITOSA DE SOUSA / AMANSO BORGES DA SILVA Advogado(s) da Parte 7444NPI EDUARDO RODRIGUES DE SOUSA DO CARMO BATISTA 30/07/21 22:46 Página 1 Data: 23/02/2021 Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL Por: TAIS VELOSO CRUZ Relação de arquivos da movimentação: - Guia de Execução/Recolhimento SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Ref. mov. 1.0 23/02/2021: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Página 2 Página 1 de 44ª VARA DE PICOS Picos Órgão judiciário: 4ª VARA DE PICOS N° da guia: 0000650-75.2020.8.18.0032.03.0003-27 N° do processo: 0000650-75.2020.8.18.0032 GUIA DE RECOLHIMENTO PROVISÓRIA Data da assinatura: 02/02/2021 13:04:01 Identificação do condenado Registro Judicial Individua(RJI): 20349202850 Nome: ELSON FEITOSA DA SILVA Alcunha: PELEGA Nome do pai: AMANSO BORGES DA SILVA Nome da mãe: MARIA DA PAIXAO FEITOSA DE SOUSA Data de nasc.: 06.04.1983 Grau de instrução: Profissão: LAVRADOR Naturalidade: Santo Inacio do Piaui Endereços: Logradouro Bairro Município UF N° CEP Complemento POVOADO GAMELEIRA ZONA RURAL Picos PI . - Telefones: Documento: Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 1 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 3 Página 2 de 44ª VARA DE PICOS Picos Dados processuais Tipificações penais 11343, 33; Orgão de origem: 4ª VARA DE PICOS UF: Piauí Município: Picos Número do processo de origem: 0000650-75.2020.8.18.0032 Data da Infração: 03/06/2020 Data de Recebimento da Denúncia/Queixa: 02/09/2020 Data de Publicação da Sentença: 26/01/2020 Data de Publicação da Pronúncia: Data de Publicação do Acórdão: Órgão do Tribunal: 4ª VARA DE PICOS Data do Trânsito em Julgado para Defesa: Data do Trânsito em Julgado para o Ministério Público: Data de Início da Suspensão pelo artigo 366 do CPP: Data do Fim da Suspensão pelo artigo 366 do CPP: Data do Fim da Suspensão pelo artigo 89 da Lei 9099/1995: Data de Início da Suspensão pelo artigo 89 da Lei 9099/1995: Local de Custódia: PENITENCIÁRIA REGIONAL JOSÉ DE DEUS BARROS Dados para Detração Penal Data da prisão Data da Sentença/Soltura/Fuga Dias detraídos 04/06/2020 20/01/2021 231 Total de dias detraídos: 231 Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 2 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 4 Página 3 de 44ª VARA DE PICOS Picos Penas impostas no processo Tipo de pena Anos(s) Mês(es) Dia(s) Crime Hediondo 19 0 20 Totais: 19 0 20 Reincidência: Pena pecuniária Dias-multa Valor do dia-multa 2060 0 Total de dias-multa: 2060 Nome do defensor: Gleuton Araújo Portela, OAB/CE 11.777 Regime prisional: Fechado Outros processos: Local de Ocorrência da Infração: Povoado Bocolo Município de Ocorrência: Picos UF de Ocorrência: Piauí Outras guias Outras informações: Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 3 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 5 Página 4 de 44ª VARA DE PICOS Picos Lavrado por: Picos, 26 de Janeiro de 2021. Documento assinado eletronicamente por IRLANDO DE MOURA BARBOSA em 26/01/2021 às 11:36hs (Horário Oficial de Brasília: 11:36hs) conforme art 1°, II, 'b', da Lei 11.419/2006. Documento assinado eletronicamente por SÉRGIO LUÍS CARVALHO FORTES em 02/02/2021 às 13:04hs (Horário Oficial de Brasília: 13:04hs) conforme art 1°, II, 'b', da Lei 11.419/2006. Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 4 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 6 Informação (2206729) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 5 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 7 Informação (2206729) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 6 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 8 Informação (2206729) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 7 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 9 Informação (2206729) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 8 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , con fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 10 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOS/PI Avenida Senador Helvídio Nunes, bairro Catavento, Centro Empresarial Premium, CEP 64.607-165, fone: (89) 3422.1141 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DA COMARCA DE PICOS/PI. Autos nº 0000650-75.2020.8.18.0032 IP nº 2892/2020/2º DP/PICOS O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, presentado pelo Promotor de Justça que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 129, I, da CF, arts. 24 e 41, do CPP, art. 100, do CP, art. 25, III, da Lei n. 8.625/93 (LONMP) e art. 36, III e 42, VI da Lei Complementar Estadual n. 12/93, na forma da Lei 11.343/2006, oferecer DENÚNCIA em face de: ELSON FEITOSA DA SILVA, vulgo “Pelega”, brasileiro, convivente, lavrador, natural de Santo Inácio do Piauí, nascido em 06/04/1983, inscrito sob RG n° 3.960.930 SSP/PI e CPF nº 338.420.918-42, flho de Maria da Paixão Feitosa de Sousa e Amanso Borges da Silva, residente e domiciliado no Povoado Gameleira, na estrada que dá acesso ao município de Santana do Piauí; VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMES, vulgo “Tatuado”, brasileiro, solteiro, lavrador, natural de Picos/PI, nascido em 09/10/1984, inscrito sob RG nº 2.310.910 SSP/PI e CPF nº 671.594.353-20, flho de Josefa Antônia de Moura Gomes e Raimundo Abel Gomes, residente e domiciliado no Povoado Bocolô, zona rural de Picos/PI. Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 9 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 11 Extrai-se do incluso inquérito policial que, no primeiro semestre do ano de 2020, na cidade de Picos e macrorregião, os denunciados adquiriram, venderam, ofereceram e forneceram drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, bem como se associaram para o fm de pratcar, reiteradamente, o crime previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/06. Consta nos autos que, em 03 de junho de 2020, por volta das 19h, no Povoado Bocolô, zona rural de Picos, agentes da Polícia Civil foram dar cumprimento ao mandado de busca e apreensão domiciliar deferido nos autos do processo nº 0000647-23.2020.8.18.0032 (4ª Vara de Picos), momento em que, ao se aproximarem do respectvo imóvel, avistaram ELSON FEITOSA DA SILVA (Pelega) parando seu veículo VW GOL 1.0, placa HJB8339, cor cinza, em frente à residência de VALDECI RAIMUNDO (Tatuado), que imediatamente saiu da casa e repassou um elevado montante de dinheiro, em espécie, ao PRIMEIRO DENUNCIADO, que permaneceu dentro do carro. Os policiais civis prontamente abordaram os denunciados, diante do fagrante cenário delitvo, porquanto já havia informações sobre a trafcância exercida pelos denunciados em Picos e microrregião, bem como nos municípios de Oeiras, Simplício Mendes, Santo Inácio, Floresta, entre outros, fgurando ELSON (Pelega) como proprietário das drogas e VALDECI (Tatuado) como responsável pelo estoque e venda do produto ilícito. Realizada a busca pessoal nos denunciados, em posse de ELSON foi encontrada uma grande quanta em dinheiro, contabilizado em R$ 7.455,00 (sete mil, quatrocentos e cinquenta e cinco reais), ao passo que VALDECI detnha R$ 448,00 (quatrocentos e quarenta e oito reais) e um celular da marca Motorola, modelo XT1672, cor cinza. Na residência do SEGUNDO DENUNCIADO, objeto da aludida busca e apreensão domiciliar, foram encontrados 60 (sessenta) tabletes de substância análoga a maconha, acondicionados em dois isopores, 1 (um) saco verde de pó, aparentando se tratar de cocaína, 6 (seis) pequenas porções de substância análoga crack, 1 (uma) balança de precisão pequena da marca Tomate, cor prata, 1 (uma) balança de precisão média da marca Uniweigh, cor prata, e 1 (uma) balança de precisão da cor branca, modelo SF-400. Dada a voz de prisão em fagrante, os denunciados foram encaminhados à Central de Flagrantes de Picos para a tomada das providências de praxe. Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 10 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 12 Em sede policial, VALDECI RAIMUNDO (Pelega) confessou a prátca do tráfco de drogas, assumindo sua exclusiva propriedade dos entorpecentes, que seriam destnados à mercância. Por sua vez, ELSON FEITOSA (Pelega) negou sua coautoria no ato delitvo. O laudo defnitvo de exame pericial de drogas apontou a presença de 775,8 g de cocaína e 59,155 kg de delta-9-tetrahidrocanibidinal, substâncias de uso proscrito no Brasil. O laudo de exame pericial em objetos/materiais, especifcamente no dinheiro encontrado em posse dos denunciados, revelou que tais cédulas contnham fragmentos de Cannabis Satva L. DAS INVESTIGAÇÕES Com fto de dar contnuidade ao procedimento investgatvo, a Autoridade Policial representou pela busca e apreensão no domicílio do PRIMEIRO DENUNCIADO e do sogro deste, além da extração de dados em aparelhos celulares, cuja decisão de deferimento foi prolatada nos autos nº 0000651-60.2020.8.18.0032 (4ª Vara de Picos). A operação de busca e apreensão foi realizada em 4 de junho de 2020, nos referidos domicílios, não tendo sido encontradas drogas e nem vultuosas quantas em dinheiro. Entretanto, foram apreendidos os celulares de Rita de Cássia Santos Ferreira, companheira de ELSON FEITOSA (Pelega), e dos irmãos dela, nominados Jailson Francisco dos Santos e “Kiko”. A Polícia Civil de Picos, atuando em cooperação técnica com o GAECO/MPPI, realizou a extração de dados em 4 (quatro) aparelhos celulares, pertencentes ao denunciado RAIMUNDO VALDECI DE MOURA GOMES (Tatuado), à Rita de Cássia Santos Ferreira, a Jailson Francisco dos Santos e ao indivíduo de alcunha “Kiko”. Depreende-se dos relatórios circunstanciados de extração de dados celulares que o PRIMEIRO DENUNCIADO era proprietário das drogas e mandante do esquema delitvo, ao passo que o SEGUNDO DENUNCIADO guardava os entorpecentes e fcava encarregado do fornecimento da droga para os clientes, dentro os quais, indivíduos de nome Fabrícia, Bruna e Amaurí. Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 11 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinadodigitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 13 Com efeito, a perícia no celular de VALDECI (Tatuado) apontou conversas entre os ora denunciados, além de tratatvas com vários clientes. Somado a isso, constavam fotografas de drogas e balanças de precisão, conforme se observa às fs. 194/206 do IP. Para fns de entendimento e clareza dos fatos, cumpre apontar a cadeia de acontecimentos descrita no auto circunstanciado de f. 175, oriundo de conversa do aplicatvo WhatsApp instalado no celular de VALDECI (Tatuado): - No dia 03 de junho de 2020, às 13h43min, VALDECI presta contas a ELSON em virtude de uma venda de maconha, ocasião em que envia os códigos dos tabletes de maconha (1198...1034...1053...1091); -No dia 3 de junho de 2020, às 16h30min, ELSON manda VALDECI se apressar com a distribuição de drogas, pois um trafcante de vulgo “Cigano mais velho” estava esperando VALDECI; - No dia 3 de junho de 2020, às 17h23min, ELSON determina que VALDECI separe meio tablete de crack, pois iria passar na casa deste para pegar a droga e levá-la ao pessoal de “Vilé”; - No dia 3 de junho de 2020, às 17h28min, VALDECI diz para ELSON que vai entregar as drogas para os trafcantes Brenda e Amauri, mostrando, ainda, preocupação em distribuir logo os entorpecentes, a fm de se livrar deles; - No dia 3 de junho de 2020, às 18h48min, ELSON determina que VALDECI forneça logo a droga para Brenda; - No dia 3 de junho de 2020, às 19h, ELSON determina que VALDECI separe as drogas que serão distribuídas, pois ele estava indo à casa de VALDECI para conferi-las. Em contrapartda, VALDECI enviou a numeração dos tabletes de drogas que seriam distribuídos, totalizando 68 tabletes de maconha; - No dia 3 de junho de 2020, às 19h18min, VALDECI manda uma mensagem para ELSON, avisando que estava com o dinheiro da venda da droga para entregá-lo. Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 12 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 14 Assim, claramente se verifca o poder de direção do PRIMEIRO DENUNCIADO, que agia em associação com o SEGUNDO DENUNCIADO, o qual estava incumbido de guardar os entorpecentes, fornecê-los aos clientes e prestar as devidas contas ao mandante. Infere- se, além disso, que os denunciados pratcavam a mercância de drogas há um tempo, em período temporal indeterminado, tendo em vista que possuíam clientela defnida e forneciam considerável quantdade de entorpecentes. Da análise dos dados constantes no aparelho celular de Rita de Cássia Santos Ferreira, igualmente se observa excertos de conversas em que ela afrma a prátca de trafcância do seu companheiro de ELSON FEITOSA (Pelega), senão vejamos: - No dia 4 de junho de 2020, às 8h7min, em conversa com “Elinha”, Rita de Cássia disse que não foi encontrada drogas com ELSON, mas sim na casa de VALDECI, apesar dos entorpecentes pertencerem àquele (vide f. 260 do IP); - No dia 4 de junho de 2020, às 7h55min, em conversa com “Marcos”, Rita de Cássia disse que avisou a ELSON sobre uma movimentação estranha de pessoas (polícia) em frente a sua casa, completando que “quem faz o que ele faz uma hora ou outra está sujeito a acontecer isso”, em clara menção à prisão pela prátca de tráfco de drogas (vide fs. 266/267 do IP); -No dia 4 de junho de 2020, às 8h30min, Deise, flha de ELSON, disse que a avó dela pediu para ele não ter mais flhos, em virtude da possibilidade de prisão, a qualquer momento, pelo seu envolvimento com tráfco de drogas; - Em áudio encontrado no celular de Rita de Cássia (PTT 20200604-WA0163), ela disse que já esperava que ELSON fosse preso uma hora ou outra, mas não da forma como aconteceu, dando a entender que ela tnha conhecimento das atvidades ilícitas pratcadas por seu companheiro (vide f. 272 do IP). Os indícios de materialidade e autoria delitva são fornecidos pelos depoimentos das testemunhas às fs. 9 e 16, pela confssão do segundo denunciado à f. 24, pelo auto circunstanciado de busca à f. 59, pelos laudos defnitvos de exame pericial em Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 13 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 15 droga às fs. 170/172, pelos autos circunstanciados de extração de dados em aparelho celular às fs. 175/274, além dos laudos de exame pericial em materiais às fs. 275/280 do IP. Ante o exposto, o Ministério Público do Estado do Piauí oferece DENÚNCIA em face de ELSON FEITOSA DA SILVA, vulgo “Pelega”, e VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMES, vulgo “Tatuado”, já qualifcados nos autos em epígrafe, como incursos nos artgos 33, caput, e art. 35, caput, ambos da Lei 11.343/2006, requerendo que, após o recebimento desta, sejam eles citados, interrogados, processados e ao fnal condenados, nos termos dos artgos 394 a 405 do Código de Processo Penal, ouvindo-se durante a instrução criminal as testemunhas arroladas. Rol de Testemunhas: Geyfre Marques Santos, PC/PI, qualifcado à f. 9 do IP; Luimaykell Ribeiro da Silva, PC/PI, qualifcado à f. 16 do IP. Picos, 24 de agosto 2020. MAURÍCIO VERDEJO G. JÚNIOR Promotor de Justça- respondendo Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 14 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 16 COTA INTRODUTÓRIA Autos nº 0000650-75.2020.8.18.0032 Ref. IP nº 2892/2020/2º DP/PICOS M.M. Juiz, 1. Ofereço denúncia em separado contra ELSON FEITOSA DA SILVA, vulgo “Pelega”, e VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMES, vulgo “Tatuado”, que segue em 6 (seis) laudas. 2. Requer-se: a) folha de antecedentes dos denunciados à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí; b) certdão circunstanciada dos denunciados à Secretaria Judicial do município de Picos/PI, bem como certdão dos feitos que nela restarem consignados; c) comunicação ao INFOSEG e SIAPEN acerca do oferecimento e recebimento da denúncia, para os devidos registros; 3 . O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do seu Membro subscritor, vem se manifestar sobre o requerimento formulado pelo Delegado Regional de Polícia Civil de Picos, com vistas à autorização para incinerar as drogas apreendidas em posse de ELSON FEITOSA DA SILVA e VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMES, presos em fagrante pelos crimes de tráfco de drogas e associação para o tráfco. Para tal desiderato, a Autoridade Policial informou a existência de Laudo Toxicológico defnitvo de drogas, acostadoaos presentes autos em 30 de julho de 2020. Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 15 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 17 O procedimento de destruição de droga está disposto no art. 50, §§3º, 4º e 5º da Lei nº 11.343/2006, in verbis: Art. 50. § 3o Recebida cópia do auto de prisão em fagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certfcará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo defnitvo. § 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetvada a destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certfcando-se neste a destruição total delas. De se notar que já foi realizado o exame pericial nas drogas apreendidas, inclusive com elaboração do laudo toxicológico, cujo resultado apontou para a presença, além da cafeína, de cocaína e delta-9-tetrahidrocanibinol (THC), duas substâncias de uso proscrito no Brasil. Logo, resta desnecessária a manutenção das drogas em repartção policial, porquanto cumprida a fnalidade da apreensão, qual seja, instruir o inquérito policial. Assim, o MINISTÉRIO PÚBLICO manifesta-se favoravelmente à realização da incineração das drogas, com as cautelas da lei, declinando de estar presente a tal ato, em face da demanda das promotorias que acumula, mas requerendo a juntada, imediatamente após a realização da incineração, do respectvo auto circunstanciado e da certdão de destruição total das drogas. Picos, 24 de agosto de 2020. MAURÍCIO VERDEJO G. JÚNIOR Promotor de Justça- respondendo Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 16 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 18 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ GABINETE DA 4ª VARA DA COMARCA DE PICOS Rua Porfírio Bpo. de Souza, s/n. Bairro: Dner. Picos-PI., PICOS-PI 0000650-75.2020.8.18.0032PROCESSO Nº: Procedimento Especial da Lei AntitóxicosCLASSE: 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOSAutor: ELSON FEITOSA DA SILVA, VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMESRéu: SENTENÇA RELATÓRIO O Ministério Público ofereceu denúncia contra Elson Feitosa da Silva, vulgo “Pelega” e Valdeci Raimundo de Moura Gomes, vulgo “Tatuado”, ambos já devidamente qualificados, dando-os como incursos nas sanções do art. 33, caput, e art. 35, ambos da Lei 11.343/2006. Segundo a denúncia, no dia 03/06/2020, por volta das 19h, agentes da polícia civil foram dar cumprimento ao mandado de busca e apreensão domiciliar deferido nos autos do processo nº 0000647-23.2020.8.18.0032, momento em que, ao se aproximarem do respectivo imóvel, avistaram Elson Feitosa da Silva parando seu veículo VW GOL 1.0, placa HJB8339, cor cinza, em frente a residência de Valdeci Raimundo, que imediatamente saiu de casa e repassou um elevado montante de dinheiro, em espécie, ao primeiro denunciado, que permaneceu dentro do carro. Narra a exordial que, realizada a busca pessoal nos denunciados, em posse de Elson foi encontrada uma grande quantia em dinheiro, contabilizado em R$ 7.455,00 (sete mil, quatrocentos e cinquenta e cinco reais), ao passo que Valdeci detinha R$ 448,00 (quatrocentos e quarenta e oito reais) e um celular de marca Motorolla, modelo XT1672, cor cinza. Na residência de Valdeci, foram encontrados 60 (sessenta) tabletes de substância análoga a maconha, acondicionados em dois isopores, 1 (um) saco verde de pó, aparentando se tratar de cocaína, 6 (seis) pequenas porções de substância análoga a crack, 1 (uma) balança de precisão da marca Tomate, cor prata, 1 (uma) balança de precisão média da marca Uniweigh, cor prata, e 1 (uma) balança de precisão da cor branca, modelo SF-400. Em 02/09/2020 foi determinado a notificação dos acusados para oferecer defesa prévia. Em 23/09/2020 foi apresentado a defesa preliminar do réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes. Às fls. 314 o réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes requereu o relaxamento de sua prisão preventiva. Em 24/09/2020 foi habilitado nos autos um novo patrono para o réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes, o qual requereu a reabertura do prazo para apresentar a defesa prévia. Às fls. 320/321 foi autorizado a incineração da droga apreendida, indeferido o Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 17 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 19 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 pedido de desconsideração da defesa prévia apresentada pela Defensoria Pública, mantido a prisão preventiva dos acusados e determinado que se intimassem o advogado do réu Elson Feitosa da Silva para oferecer sua defesa prévia. O acusado Elson Feitosa da Silva apresentou defesa prévia em 06/10/2020. Foi designado a realização da audiência de instrução e julgamento para o dia 21/10/2020, determinado o apensamento dos autos 0000651-60.2020.8.18.0032 e 0000647-23.2020.8.18.0032, bem como determinado que fosse oficiado à autoridade policial para anexar aos autos o teor de todas conversas, fotografias e mensagens extraídas através das perícias realizadas nos celulares apreendidos, inclusive das conversas oriundas do aplicativo whatssapp. Em 08/10/2020 foram prestadas informações a fim de instruírem habeas corpus. Foi redesignada a realização da audiência para o dia 04/11/2020. Em 17/10/2020 foram prestadas informações a fim de instruírem habeas corpus. Em audiência a defesa requereu a suspensão do ato em razão de não ter tido acesso aos processos sigilosos 0000647-23.2020.8.18.0032 e 0000651-60.2020.8.18.0032, tendo sido redesignado o ato para o dia 13/11/2020. Na continuação da audiência de instrução e julgamento foi ouvida a testemunha arrolada na denúncia Geyffre MarquesSantos, dispensado a oitiva da testemunha Luimaykell Ribeiro da Silva, realizados os interrogatórios dos réus, tendo a defesa do acusado Elson requerido a realização de perícia pela polícia Federal nas cédulas apreendidas em poder do réu, e a defesa do acusado Valdeci Raimundo requereu a realização de parecer social na residência do acusado e de seus pais para informar as condições socioeconômicas dos mesmos, tendo sido indeferido ambos requerimentos e determinado que os autos sejam encaminhados as partes para apresentarem suas alegações finais. Em 04/12/2020 a defesa de Elson Feitosa da Silva requereu o relaxamento de sua prisão preventiva. Às fls. 356 foi determinado vista dos autos ao presentante Ministerial para apresentar alegações finais, bem como, se manifestar sobre pedido de relaxamento da prisão. Em 17/12/2020 o presentante Ministerial apresentou alegações finais em forma de memoriais, no qual requereu a condenação dos acusados nos termos da denúncia, o afastamento do tráfico privilegiado, a valoração negativa das circunstâncias judiciais da personalidade do agente, das circunstâncias e consequências do crime e o reconhecimento da agravante de reincidência, data em que apresentou manifestação pelo indeferimento do pedido de relaxamento da prisão preventiva de Elson Feitosa da Silva. Em 21/12/2012 a defesa do réu Elson Feitosa da Silva apresentou alegações finais em forma de memoriais, no qual requereu a absolvição em face da insuficiência ou ausência de provas para condenação, a nulidade do cumprimento do mandado de busca e apreensão e a nulidade da extração dos dados dos aparelhos de terceiros apreendidos, em especial Jailson Francisco dos Santos e do indivíduo Kiko. Em 27/12/2020 a defesa do réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes apresentou alegações finais em forma de memoriais, no qual requereu que seja declarado inconstitucionais e ilegais as buscas e apreensões domiciliares realizadas durante a noite, Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 18 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 20 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 que sejam desentranhadas do processo as provas ilícitas e as delas decorrentes, que seja o acusado Valdeci absolvido das imputações pelo artigo 33 e 35 da Lei n° 11.343/06, nos termos do art. 386, inc. V, do CPP, tendo em vista requer todas as provas sejam desentranhadas dos autos, por serem ilícitas, e em caso de condenação pelo artigo 33, da lei n° 11.343/06, requer a absolvição pelo crime previsto no artigo 35, da lei n° 11.343/06, nos termos do artigo 386, inciso VII, da Lei n° 11.343/06, requereu ainda, que sejam reconhecidas as atenuantes previstas no artigo 65, inciso III, ‘d’ e artigo 66, ambos do Código Penal, e que seja acolhida a causa de diminuição de pena prevista no §4°, do art. 33, da Lei n° 11.343/06. FUNDAMENTAÇÃO Foi imputado aos réus a prática dos delitos previstos nos arts. 33 e 35 ambos da Lei nº 11.343/2006: Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. DO DELITO DE TRÁFICO DE DROGAS O delito do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 é crime de ação múltipla no qual são admitidas várias condutas, todas tipificadas em um mesmo dispositivo, não fazendo a lei qualquer distinção entre os atos de trazer, guardar ou vender. A finalidade da norma é combater a proliferação nociva de substância entorpecente que cause dependência física ou psíquica, sendo indiferente a quantidade de droga apreendida para a tipificação do delito, e inaplicável o princípio da insignificância. As substâncias apreendidas foram submetidas a exame químico toxicológico. Os peritos subscritores dos laudos periciais concluíram que se tratava de delta-9-tetrahidrocanibinol (THC) e cocaína, substâncias capazes de causar dependência física e/ou psíquica. A materialidade delitiva foi provada. Quanto à autoria, a testemunha Geyffre Marques Santos, policial civil, declarou em juízo que: em relação ao Elson tem conhecimento da participação dele com o tráfico de drogas desde a chegada na cidade de Picos, que ele foi preso em uma operação policial Praga de Justiniano em Oeiras, que desde essa época ele comanda um esquema de tráfico de drogas que abastece os municípios ao norte, que ele se mudou para Picos, que tinha visto o Valdeci uma vez em uma região de boca de fumo, que ele acabou sendo liberado a época, que não tem conhecimento de atividades ilícitas desenvolvida pelos acusados, que Elson tinha um carro Fusion preto blindado, que tomou conhecimento que Elson se envolvia Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 19 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 21 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 com a atividades típicas de quem lida com cavalos, que era sabido que existia um ponto de entrega de drogas nas proximidades onde Valdeci mora e estavam tentando identificar quem era, que no dia anterior receberam a informação que Valdeci seria essa pessoa que trabalhava para o Elson, que houve uma informação anônima de chegada de ônibus clandestino de chegada de drogas do estado de São Paulo, com base nas informações se dirigiram até a casa do Valdeci e fizeram campana e conseguiram verificar toda a situação de tráfico, que acionaram o delegado para uma autorização judicial para adentrar na residência, que Elson foi até o local para fazer a conferencia da droga momento em que ele foi preso, que Elson se aproximou com o carro na frente da casa do Valdeci, que Valdeci saiu de casa se aproximou do carro e estavam lá conversando, que Elson não chegou a entrar na casa, que na posse do acusado Elson foi encontrado uma quantidade de dinheiro que o Valdeci repassou para o Elson, que Elson estava sem celular, que no momento eles ficaram calados, que a busca dentro da residência foiacompanhada pela companheira do Valdeci, que foi encontrado dois isopores grandes, um estava repleto de tabletes de maconha e a outra metade da droga já tinha sido distribuída, que veio em ônibus clandestino porque os adesivos da empresa ainda estavam colados nos isopores, que existia crack e cocaína sobre a mesa, que na cozinha era onde se dava a logística da traficância, que a companheira do Valdeci passava informações sem sentido dizendo que não sabia, que a residência era utilizada para fazer a distribuição para médios traficantes, que tinha informação que um cunhado do Elson também o ajudava, que o apelido dele é Kiko, que a participação era dar recados do Elson para o Valdeci e fazer algumas entregas também, que Rita de Cássia é esposa do Elson, que tinham um ponto no centro de Picos e tiveram informações que a loja de roupa também era utilizada por ponto de tráfico, que o dinheiro do tráfico era utilizado para comprar as confecções que a esposa do Elson vendia, que todo material produzido na extração é possível constatar vasto lastro probatório que demostra de maneira muito clara a traficância de drogas, que Valdeci trocava mensagem com o Elson sobre a numeração, valores, como entregar, o Elson coordenando a atividade e determinando como deve ser feito, que muitas entregas de drogas Valdeci fazia em uma estrada vicinal por trás do Shopping, que foi encontrado conversas da Rita de Cássia com familiares do Elson afirmando que a droga era do Elson, preocupados com a questão do Valdeci não assumir sozinho a questão da droga, que a região de moradia do Valdeci era uma localidade tranquila de poucas ocorrências policiais e em um ano a situação mudou drasticamente, encontrando vários jovens em bares, sem trabalhar e se formaram vários pequenos traficantes que não tinham envolvimento e acabaram entrando para o tráfico de drogas, a localidade foi duramente abalada com consequência secundária da atividade; que não se lembra da boca de fumo em que abordou o Valdeci há muito tempo atrás, que as conversas estavam no whatssap e as fotos de drogas tinham na memória do celular e no cartão de memória, que a residência do Valdeci era pequena de poucos cômodos e tinha o básico, que participou dessa investigação junto com o Delegado Agenor e o policial Luimaykel, que a residência do Valdeci fica localizado na zona rural, que no momento da busca Valdeci e Elson ficaram na calçada, que viu o Valdeci entregando o dinheiro para o Elson antes da abordagem, que a busca foi realizado no horário de penumbra, que o horário citado no depoimento da testemunha perante à autoridade policial é o correto, que em um dia foi na residência do Valdeci e dias depois na residência da Rita de Cássia e outras residências, que Elson se aproximou da residência do Valdeci vindo de Picos em direção a Santana, que a testemunha estava na mata do lado da casa do Valdeci, que o dinheiro entregue a Elson não estava acondicionado em nada, que deu para avistar perfeitamente, Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 20 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 22 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 que não se recorda onde encontraram o dinheiro com o Elson, que durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na residência do sogro do Elson ou do Elson não foram encontrados nada, que tinha informações que Elson residia também na casa do sogro, que todas as pessoas que estavam na casa residiam lá, que apreenderam todos os aparelhos que estavam na residência, que a foto as fls. 203 é a residência onde foi apreendido a droga, que as fls. 205 a foto da mesa é do interior da casa, que a campana começou cedo a tarde e ficaram esperando o mandado de busca e apreensão. No interrogatório o réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes declarou em juízo que a foto apresentada as fls. 203 é da residência do depoente, que as fotos de fls. 204 são dos sois isopores que tinham chegado no dia anterior, que um rapaz perguntou ao depoente se tinha onde guardar a droga e chegou um carro lá e entregou, que o depoente é usuário de drogas e conhece muita gente desse meio, que não conhece o rapaz, que falou que ia vender um pouco para pagar os débitos, que ia vender uns dois tablets, que a balança veio junto, que foi a primeira vez que fez isso, que não se recorda das fotos tiradas em maio, que conhecia o Elson porque vendeu dois cavalos para ele por seis mil os dois, que não mandou mensagens para Elson no dia 03, que não tem o número dele, que a companheira é a Kaira, que não tem contato com Rita de Cássia, que não conhece a Brenda, que não estava com dinheiro nenhum, que Elson passou em frente o depoente estava no terreiro e ele parou e perguntou se o depoente tinha mais animal para vender, que a droga era de sua responsabilidade porque estava em sua casa, que não entregou nenhum objeto para Elson, que procurou uma quantidade pequena de droga para vender e o rapaz ofereceu para guardar mais droga, que a droga que não vendesse ia devolver, que já teve câncer e fez tratamento no Hospital São Marcos, que foi usuário de drogas e já fez tratamento, que a mãe do depoente tem problemas de saúde e mora por trás da casa do depoente, que a residência que mora é da mãe, que tem uma vida simples e a esposa vende salgado na praça, que ajudava a esposa a vender na praça, que conheceu um Pelega de Simões, que acha que manteve contato com Pelega de Simões, que conhece Elson por Elson, que no momento em que foi abordado pela polícia Elson estava dentro do carro, que Elson andava com o cunhado e a criança dele, que não manteve contato com Elson, que Elson só desceu do carro na hora que a polícia abordou, que já era noite mais de sete horas da noite. No interrogatório em juízo o réu Elson Feitosa da Silva declarou que conhecia Valdeci porque ele ofereceu animais ao depoente, que eram dois cavalos e o depoente comprou os dois, que não frequentava a casa dele e nem trocava mensagens por celular, que no dia ia passando e ele estava em frente a casa dele, que encostou o carro e ficou conversando sobre animais, que no carro estava o filho e um cunhado, que estava vindo de casa sentido a Santana, que ia deixar cinco mil reais ao rapaz em São José, que tinha comprado o carro que andava, que não estava com um mês que tinha o carro, que ele só ia fazer a transferência quando quitasse o carro, que ele não tinha telefone, que sabia onde o amigo dele morava e fechou o negócio na casa do amigo, que ia deixar o dinheiro sem avisar para ele, que tinha recebido o dinheiro de uma moto que tinha vendido, que não tem o apelido de Pelega, que não recorda o número do celular, que o Valdeci não tinha o número do depoente, que morava com o sogro, a esposa, a sogra e um cunhado, que Rita de Cássia é sua companheira, que os celulares dela, do irmão e da cunhada Bruna foram apreendidos, que Valdeci não tinha nada nas mãos, que Valdeci só pegou na mão do depoente para cumprimenta-lo, que não desligou o carro, que tinha dinheiro no bolso e na carteira do depoente, que na hora da abordagem vieram carro comum e viaturas da força tática, que estava sem aparelho celular, que a esposa vende confecção e é cabelereira, que Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 21 D oc um ento a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 23 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 foi apreendido confecção da esposa mesmo depois do depoente preso, que nunca teve contato com o Valdeci por telefone, que não tem o apelido de Pelega. As defesas de ambos os réus requereram em sede de alegações finais, a nulidade do cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado na residência do acusado Valdeci Raimundo de Moura Gomes, em virtude de ter sido cumprido durante a noite. O ingresso em domicílio é possível com o consentimento do morador, ou sem esse consentimento em caso de flagrante delito, desastre, para prestar socorro, ou durante o dia por determinação judicial. Inicialmente, deve ser esclarecido que a autoridade policial tem a obrigação de investigar de ofício (oficiosidade), sempre que tomar conhecimento da pratica de um delito, seja através de delação por qualquer do povo, verbal ou por escrito feito (delatio criminis simples), por notícia anônima (notitia criminis inqualificada), por meio de sua atividade rotineira (cognição imediata), ou no caso de prisão em flagrante, tal qual ocorreu no caso em apreço, no qual houve uma denúncia anônima e foram realizadas diligências preliminares a fim de verificar a veracidade da informação, e o investigado acabou preso em flagrante delito, e segundo o STJ "[...] o delito de tráfico de entorpecentes, nas modalidades guardar, ter em depósito, expor à venda, transportar e trazer consigo, é crime permanente que, como tal, se protrai no tempo, sendo, portanto, prescindível a existência de mandado de busca e apreensão" (RHC 91.442/SP), já que a “própria Constituição Federal autoriza a violação ao domicílio seja durante o dia ou durante a noite nos casos de flagrante delito independentemente de prévia autorização judicial. Conforme Renato Brasileito “O próprio Código Penal, em seu art. 150, § 3º, inciso II, dispõe que não constitui crime de violação de domicílio a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências a qual¬quer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Nesses casos, para que a polícia possa adentrar em uma residência, sem mandado judicial, exige-se aquilo que se costuma chamar de “causa provável” (no direito norte-americano, probable cause), ou seja, quando os fatos e as circunstâncias permitiriam a uma pessoa razoável acreditar ou ao menos suspeitar, com elementos concretos, que um crime está sendo cometido no interior da residência. Aliás, em recente julgado, o Supremo admitiu que não há ilegalidade na prisão em flagrante realizada por autoridade policial baseando-se em notícia anônima” Ora, conforme relatado pela testemunha, “em relação ao Elson tem conhecimento da participação dele com o tráfico de drogas desde a chegada na cidade de Picos, que ele foi preso em uma operação policial Praga de Justiniano em Oeiras, que desde essa época ele comanda um esquema de tráfico de drogas que abastece os municípios ao norte, era sabido que existia um ponto de entrega de drogas nas proximidades onde Valdeci mora e estavam tentando identificar quem era, que no dia anterior receberam a informação que Valdeci seria essa pessoa que trabalhava para o Elson, que houve uma informação anônima de chegada de ônibus clandestino de chegada de drogas do estado de São Paulo, com base nas informações se dirigiram até a casa do Valdeci e fizeram campana e conseguiram verificar toda a situação de tráfico, que acionaram o delegado para uma autorização judicial para adentrar na residência, que Elson foi até o local para fazer a conferencia da droga momento em que ele foi preso; que viu o Valdeci entregando o dinheiro para o Elson antes da abordagem”, ou seja, estava ocorrendo uma investigação preliminar, havia informações anteriores de que o suspeito traficava Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 22 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 24 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 drogas, houve informações de que existia um ponto de entrega de drogas próximo à casa onde Valdeci morava, e que havia chegado um ônibus clandestino com drogas de São Paulo, a polícia tinha conhecimento do envolvimento dos dois réus com o tráfico de drogas em Picos e na região, durante a campanha o policial viu Elson entregando dinheiro para Valdeci, e ao entrarem na residência os policiais confirmaram as suspeitas encontrando grande quantidade de drogas, que havia sido transportada em um ônibus”. Se não admitirmos que os fatos e as circunstâncias relatadas permitiam a uma pessoa razoável acreditar ou ao menos suspeitar, que um crime está sendo cometido no interior da residência, e que, portanto, havia fundadas razões para acreditar que havia drogas na residências, estaremos esvaziando o instituto, já que somente seria possível adentrar a residência com uma certeza absoluta da medida. Este entendimento está em consonância com jurisprudência pátria, especialmente do STF onde o Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 603616/RO asseverou que “Assim, por exemplo, no crime de tráfico de drogas – art. 33 da Lei 11.343/06 –, estando a droga depositada em uma determinada casa, o morador está em situação de flagrante delito, sendo passível de prisão em flagrante. Um policial poderia ingressar na residência, sem autorização judicial, e realizar a prisão. Do policial que realiza a busca sem mandado judicial não se exige certeza quanto ao sucesso da medida. Em verdade, dificilmente a certeza estará ao alcance da polícia. Se certeza do crime e de sua autoria houvesse, a diligência seria desnecessária. (grifo nosso). Por conseguinte, no caso em apreço, era completamente dispensável o mandado de busca e apreensão, sendo cabível o ingresso na residência sem o mandado, seja durante o dia ou durante a noite. Desta feita, eventual nulidade decorrente da fundamentação da decisão, ou do horário de cumprimento do mandado de busca e apreensão, não dá ensejo à nulidade da medida, já que os réus estavam em flagrante delito pelo crime de tráfico de drogas e era patente a justa causa da medida: AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. INDEFERIMENTO LIMINAR. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO AO SISTEMA RECURSAL. TRAFICO DE DROGAS. NULIDADE DA DECISÃO QUE PERMITIU A BUSCA E APREENSÃO NA RESIDÊNCIA DO ACUSADO. PROVIMENTO JUDICIAL MOTIVADO. CRIME DE NATUREZA PERMANENTE. FUNDADARAZÃO PARA O INGRESSO NO IMÓVEL. DESNECESSIDADE DE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO OU DA AUTORIZAÇÃO DO MORADOR PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA MEDIDA. COAÇÃO ILEGAL INEXISTENTE. DESPROVIMENTO DO RECLAMO. 4. É dispensável o mandado de busca e apreensão quando se trata de flagrante de crime permanente, podendo-se realizar a prisão sem que se fale em ilicitude das provas obtidas. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. 5. Ainda que pudesse cogitar da nulidade da decisão que permitiu a busca e apreensão, havendo fundadas suspeitas de que o agravante estaria armazenando entorpecentes em seu imóvel, era legítima até mesmo a entrada forçada dos policiais no imóvel, não havendo que se falar, assim, em ilicitude da prova decorrente da medida. Precedentes. 6. Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg no HC: 565006 RS 2020/0056239-9). Em relação à decisão da busca e apreensão, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça firmaram o entendimento que a notícia anônima sobre a eventual pratica de crime, por si só, não é idônea para embasar a medida de busca e Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 23 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 25 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 apreensão, ou mesmo instauração de inquérito policial, servindo, porém, para embasar procedimentos investigatórios preliminares em busca de indícios que corroborem as informações da fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal estatal, e no caso sub iudice, conforme acima relatado houve investigações preliminares, e constou na decisão que deferiu a medida que “Segundo a autoridade policial foi realizada investigação pelo Núcleo de Inteligência de Picos onde foi possível identificar um nacional responsável pela traficância de drogas (crack, cocaína e maconha) nesta cidade, uma pessoa conhecida como "Tatuado", um homem moreno, jovem, forte e possui tatuagem no pescoço, que tatuado anda pelas ruas de Picos em uma moto branca e diversas denúncias anônimas dão conta do envolvimento deste nacional com a traficância de drogas, e no decorrer da investigação apontou-se, ainda, que o Tatuado estoca drogas em sua residência. No caso em apreço consta que foram realizadas diligências iniciais conforme relatório de ordem de missão no qual consta inclusive fotos da residência do investigado, o que permite concluir que a autoridade policial empreendeu esforços para averiguar o envolvimento destes indivíduos com o tráfico de drogas, e que a busca e apreensão foi requerida após a realização de diligências que restaram conclusivas quanto à participação dos requeridos no tráfico de drogas, sendo possível o deferimento da medida”, ou seja, o deferimento da busca e apreensão não foi “tão somente com base em denúncia anônima”. Quanto ao horário do cumprimento da diligência, conforme esclarece Norberto Avena, havia três entendimentos sobre o conceito de dia: “Primeira: Compreende-se o período entre as 6 horas e as 20 horas, por interpretação analógica do art. 212 do CPC/2015. Neste sentido: Aury Lopes Jr.. É, também, a posição a que aderimos. Segunda: Deve ser considerado o período entre às 6 horas e às 18 horas, visando-se, com isso, preservar ao máximo a vida privada e a intimidade no âmbito doméstico. Em apertada maioria, tem sido esta a orientação dominante. Neste sentido: José Afonso da Silva86 e Fernando da Costa Tourinho Filho. Terceira: O critério deve ser o físico-astronômico, considerando-se como dia o período em que houver iluminação solar. Neste sentido: Guilherme de Souza Nucci e Fernando Capez”. Ocorre que a Lei de Abuso de Autoridade em seu art. 22, § 1º, inc. III passou a tipificar como crime cumprir mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas), e este passou a ser o parâmetro legal para se definir o dia, conforme inclusive constou no mandado de busca e apreensão: “Constitucionalidade do conceito de noite (e de dia) constante do art. 22, §1º, III, da Lei n. 13.869/19, sem a necessidade de interpretação conforme a Constituição (nossa posição): de modo a superar controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais, o legislador optou por positivar o conceito de dia (05h-21h) e o de noite (21h-05h), e não o condicionou à existência de luminosidade solar. Há de se ter em mente que são dois os objetivos da proteção constitucional à inviolabilidade do domicílio durante a noite constante do art. 5º, XI, da Constituição Federal: primeiro, não atrapalhar o merecido descanso das pessoas; segundo, evitar quaisquer arbitra¬riedades por parte dos agentes públicos em um período de maior precariedade de vigilância e defesa decorrente do recolhimento das pessoas para o repouso durante a noite. Por mais que se queira argumentar que não há mais luminosidade solar às 20h59min, trata-se de horário em que as pessoas ainda estão acordadas, pelo menos em regra. Portanto, o fato de o legislador autorizar o cumprimento Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 24 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 26 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 de um mandado de busca nesse horário não importa em violação ao núcleo es-sencial do dispositivo constitucional. Pelo contrário. Bem ou mal, agiu dentro de uma margem de razoabilidade e proporcionalidade para definir o conceito de noite e, a contrario sensu, de dia. A inovação deriva de espaço lídimo de conformação normativa do tema pelo legislador ordinário. Não se está a interpretar a Constituição à luz da Lei n. 13.869/19, mas sim o oposto: em um país de dimensões continentais como o nosso, em que ora se utiliza o denominado horário de verão, ora não, é perfeitamente possível que o sol já tenha raiado às 5h e que ainda haja certa luminosidade por volta de 20h, 20h30min, a depender, logicamente, da região do país e da época do ano em que estivermos. É dizer, à semelhança do art. 2º da Lei n. 13.869/19 e do art. 150, §4º, do Código Penal, que definiram, respectivamente, os conceitos de agente público e de casa, para fins de interpretação da Constituição Federal e aplicação da própria lei penal, por que não se admitir que o legislador ordinário possa, enfim, definir o conceito de noite (e de dia)? Em conclusão, por não haver lesão ao núcleo essencial do art. 5º, XI, da Constituição Federal, nem tampouco violação da finalidade da proteção constitucional, respeitando-se, ademais, o princípio da proporcionalidade,é tempo de abandonarmos critérios doutrinários e jurisprudenciais, deixando a sorte ou o azar do agente público responsável pelo estrito cumprimento do dever legal condicionados à distribuição de seu futuro habeas corpus a este ou àquele Tribunal, para, enfim, trabalharmos com um conceito legal, positivo, capaz, portanto, de transmitir maior segurança jurídica não apenas aos agentes públicos responsáveis pelo cumprimento de mandados de busca domiciliar, mas também a todos os cidadãos, que, doravante, saberão antecipadamente o horário em que são obrigados a franquear o acesso ao seu domicílio diante da exibição de mandado judicial. Destarte, caso a polícia tenha em mãos mandado de busca domiciliar, expedido pela autoridade judiciária competente, poderá invadir o domicílio entre as 5h (cinco horas) e 21h (vinte e uma horas), pouco importando se já há, ou ainda perdura, respectivamente, a luz solar, eis que a lei não fez nenhuma referência ao critério físico-astronômico, hipótese em que a prova obtida será considerada lícita. Por outro lado, cumprido o mandado antes das 5h (cinco) horas e depois de 21h (vinte e uma horas), para além da ilicitude das provas então obtidas, o crime restará caracterizado, mesmo que o sol já tenha raiado, naquele caso, ou que ainda perdure a luz do sol, nesta última hipótese”. (Renato Brasileiro, Manual de Processo Penal) Verifico que conforme consta no auto circunstanciado juntado aos autos as fls. 59, a diligência foi cumprida às 19h30min, do dia 03 de junho de 2020, assim, seja pelo entendimento de que dia é o período entre as 6 horas e as 20 horas, por interpretação analógica do art. 212 do CPC/2015, ou pelo novel art. 22, § 1º, inc. III da lei de abuso de autoridade, segundo o qual o mandado poderá ser das 05h00min até as 21h00min, posição a qual nos filiamos, o mandado foi cumprido em horário permitido, e autorizado no mandado. Assim, considerando que o mandado de busca e apreensão foi cumprido dentro do horário noturno estabelecido, sem olvidar a situação de flagrância existente e desnecessidade de mandado judicial, não vislumbro a alegada nulidade, portanto, rejeito a preliminar. APELAÇÃO. RECURSOS MINISTERIAL E DEFENSIVO. TRÁFICO DE DROGAS E POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES DE USO PERMITIDO. PRELIMINAR. REFUTADA. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. DEPOIMENTO POLICIAL. MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO E READEQUAÇÃO DA REPRIMENDA. Preliminar. O ilícito de tráfico de drogas é crime permanente, cuja Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 25 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 27 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 consumação se prolonga no tempo, razão pela qual o estado de flagrância é constante. Neste norte, observo que o mandado de busca e apreensão autorizava os policiais a adentrar na residência no horário compreendido entre 06h e 21h. Ademais, importa referir que, em relação à alegação de nulidade absoluta pela ocorrência de prova ilícita pela inviolabilidade de domicílio, tal vedação comporta exceções, tal qual na hipótese de flagrante delito, prevista no art. 5º, inciso XI, da CF, que dispensa mandado judicial para ingresso na residência. Da mesma forma, a fundamentação para autorizar a expedição do mandado em horário noturno está adequadamente lançada, pois analisou o caso concreto, bem como as informações trazidas nas investigações policiais, em razão das atividades realizadas pelo grupo criminoso. Mérito. Não há que se falar em reforma da sentença, eis que devidamente comprovadas tanto a materialidade quanto a autoria dos delitos de tráfico de drogas e de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, em comunhão de esforços e conjugação de vontades entre os réus, através do auto de prisão em flagrante, auto de apreensão (05 petecas de cocaína, pesando 3,27g, um revólver Taurus calibre 32, 13 cartuchos calibre 32, R$ 6.170,00 em dinheiro, um saco de balões e quatro rolos de plástico filme usados), laudos periciais, bem como pela prova oral carreada ao feito, mais precisamente, nos testemunhos prestados pelos policiais que participaram da ocorrência. Não se pode contestar, em princípio, a validade da palavra dos agentes de segurança, pois o exercício da função não desmerece nem torna suspeito o seu titular, presumindo-se que digam a verdade, como qualquer testemunha. Além do mais, o agente não precisa ser flagrado na prática do ato de comércio, bastando que realize quaisquer dos verbos nucleares previstos no art. 33, da Lei 11.343/06 (no caso em comento, guardar, ter em depósito). Igualmente demonstrado que os acusados detinham a arma de fogo e munições sem autorização e em desacordo com determinação legal e regulamentar, incidindo nas sanções respectivas. Condenação mantida. Apenamento. (...) (TJ-RS - APR: 70081514150 RS). A defesa do acusado Elson Feitosa da Silva, requereu também, a nulidade do cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência do mesmo, em especial a apreensão dos aparelhos dos terceiros Jailson Francisco dos Santos e do indivíduo KiKo, como também tornando nulas as extrações de dados dos referidos aparelhos, pois inadmissíveis as provas provenientes da referida ilegalidade, pois frutos de uma árvore envenenada, restituindo consequentemente os aparelhos apreendidos, alegando que ambos não eram alvo da referida investigação e consequentemente do mandado de busca e apreensão. Ocorre que, “A busca e apreensão nos termos do artigo 240, do Código de Processo Penal permite que qualquer objeto relacionado à materialidade ou autoria do fato delituoso pode ser objeto de apreensão por ocasião da busca domiciliar. Ainda que tal objeto – celular e notebook, seja de propriedade de um familiar do investigado” (TJRJ, 0059922-06.2019.8.19.0000), e compulsando os autos, verifico que na decisão que deferiu a realização da referida diligência, constou que o objetivo do mandado era apreender dinheiro, substâncias entorpecentes, aparelhos celulares ou qualquer outro elemento necessário que se preste a subsidiar a investigação pelo tráfico de drogas, e segundo relatado pela testemunha Geyffre em juízo, esse afirmou que tinha informação que um cunhado do Elson também o ajudava na traficância, que o apelido dele é Kiko, estando o acusado Elson inclusive andando com um cunhado no dia em que foi preso, como o mesmo Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 26 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 28 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .3087324513D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 afirmou em juízo, portanto, conforme a investigação policial haviam elementos que justificaram as apreensões dos celulares na residência de Elson, já que todos moravam juntos. Consoante a jurisprudência do STF, é admissível a apreensão de bens em poder de terceiro, morador do mesmo imóvel em que reside o investigado, quando interessarem às investigações, especialmente diante de indícios de um liame entre ambos, diante da impossibilidade de indicação anterior de todos os bens a serem apreendidos, e da necessidade de se conferir certa margem de liberdade, no momento da diligência, à autoridade policial: Agravo Regimental. Busca domiciliar. Apreensão de bens em poder de terceiro. Admissibilidade. Morador do mesmo imóvel, alvo da busca, em que reside um dos investigados. Necessidade da medida abranger a totalidade do imóvel, ainda que diversas suas acessões, sob pena de se frustrarem os seus fins. Indícios, ademais, de um liame entre ambos. Bens apreendidos. Ausência de sua discriminação no mandado de busca. Irrelevância. Diligência que tinha por finalidade “apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos”, “descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do réu” e “colher qualquer elemento de convicção” (art. 240, § 1º, b, e e h, do Código de Processo Penal). Impossibilidade de indicação, ex ante, de todos os bens a serem apreendidos. Necessidade de se conferir certa margem de liberdade, no momento da diligência, à autoridade policial. Restituição de bens. Indeferimento. Objetos, componentes do corpo de delito, que têm relação com a investigação. Prova destinada ao esclarecimento dos fatos e suas circunstâncias (arts. 6º, II e III, do Código de Processo Penal). Possibilidade, inclusive, de decretação de sua perda em favor da União. Recurso não provido. 1. O mandado de busca domiciliar deve compreender todas as acessões existentes no móvel alvo da busca, sob pena de se frustrarem seus fins. 2. É admissível a apreensão de bens em poder de terceiro, morador do mesmo imóvel em que reside o investigado, quando interessarem às investigações, máxime diante de indícios de um liame entre ambos. 3. É inexigível a discriminação, no mandado de busca, de todos os bens a serem apreendidos, uma vez que dele constava a determinação para “apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos”, “descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do réu” e “colher qualquer elemento de convicção” (art. 240, § 1º, b, e e h, do Código de Processo Penal). 4. Dada a impossibilidade de indicação, ex ante, de todos os bens passíveis de apreensão no local da busca, é mister conferir-se certa discricionariedade, no momento da diligência, à autoridade policial. 5. Descabe a restituição de bens apreendidos em poder de terceiro quando ainda interessarem às investigações, por se destinarem ao esclarecimento dos fatos e de suas circunstâncias (arts. 6º, II e III, CPP), e diante da possibilidade de decretação de sua perda em favor da União. 6. Recurso não provido. (Pet 5173 AgR). Deste modo, indefiro o pedido de decretação da nulidade da apreensão dos aparelhos dos terceiros Jailson Francisco dos Santos e do indivíduo KiKo, e das extrações de dados dos referidos aparelhos, já que não são decorrente de uma prova obtida ilegalmente. Sobre a validade dos testemunhos dos policiais, o art. 202 do CPP diz que "toda pessoa poderá ser testemunha", e o art. 157 do CPP reza que "O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova”, devendo ser mencionado que os policiais são testemunhas compromissadas, como qualquer outra testemunha, são agentes públicos recrutados mediante concurso público e compromissados antes mesmo de oferecerem seus Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 27 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P n º 2. 20 0- 2/ 20 01 , L ei n º 11 .4 19 /2 00 6, r es ol uç ão d o P ro ju di , d o T JP R /O E V al id aç ão d es te e m h ttp s: //s ee u. pj e. ju s. br /s ee u/ - Id en tif ic ad or : P JT X J 7J K V G 7 G Z R C X 27 G K SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ [1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021 Página 29 Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055 depoimentos, milita em seu favor a presunção de legitimidade e legalidade de seus atos, e tem a obrigação de reprimir o crime, e o fato de fazer o seu trabalho de repressão não é motivo, per si, de se considerá-los como suspeito. Se houver motivo para suspeição do depoimento do policial arrolado como testemunha, esta deve ser invocada de pela defesa de forma clara, apresentando os fatos e provas pertinentes, não sendo cabível não se dar crédito aos depoimentos prestados por policiais, inclusive, porque, muitas vezes, o policial é a única testemunha de crimes em locais e horários onde só se encontram os criminosos, ou ainda, em se tratando de crime organizado ou de tráfico de drogas, não seria concebível se impedir o depoimento de policial infiltrado, que tenha conhecimentos aprofundados sobre a organização criminosa. A doutrina e a jurisprudência pátria há tempos já superaram o entendimento de que a testemunha é suspeita, simplesmente por ser policial: PENAL – PROCESSUAL PENAL – BUSCA E APREENSÃO DE BENS – ARRESTO E SEQUESTRO (PET 6.599/BA) – PEDIDO DE DEVOLUÇÃO – AUSÊNCIA DE PROVAS – ILAÇÕES POLICIAIS – VALIDADE DA TESTEMUNHA POLICIAL – AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. (…) 4. A afirmação do investigado à autoridade policial que o veículo lhe pertencia não se trata de mera ilação policial desprovida de provas. Nada impede que na ausência de testemunhas, os policiais que efetuaram a prisão funcionem como tal. 5. O policial é agente do Estado, responsável pela segurança pública, legalmente investido no cargo e que tem a seu favor a presunção de legalidade e legitimidade nos atos praticados, o que, longe de desqualificá-lo, torna-o idôneo. 6. A suspeição de qualquer testemunha deve estar baseada em fatos concretos, não se prestando para tal meras conjecturas. 7. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg na APn 510 / BA). HABEAS CORPUS. PACIENTES CONDENADOS PELA PRÁTICA DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES (ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/06). PENAS DE 5 ANOS, 2 MESES E 5 DIAS DE RECLUSÃO E 5 ANOS, 1 MÊS E 20 DIAS DE RECLUSÃO. REGIME INICIAL FECHADO. APREENSÃO DE 23 BUCHAS DE MACONHA, 4 PAPELOTES DE COCAÍNA E 3 PEDRAS DE CRACK. VALIDADE DOS DEPOIMENTOS PRESTADOS, EM JUÍZO, POR POLICIAIS QUE EFETUARAM A PRISÃO. PRECEDENTES DESTE STJ. PRETENSÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA USO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. AMPLA DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPROPRIEDADE DO MANDAMUS. PEDIDO DE INCREMENTO DA FRAÇÃO REDUTORA PREVISTA NO ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/06. INADMISSIBILIDADE DA PRETENSÃO NA VIA ELEITA. REDUÇÃO EM 1/6 JUSTIFICADA NA QUANTIDADE E NA QUALIDADE DA DROGA APREENDIDA. PARECER PELO CONHECIMENTO PARCIAL DO WRIT E, NESSA EXTENSÃO, PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADA A ORDEM. 1. Conforme orientação há muito sedimentada nesta Corte Superior, são válidos os depoimentos dos Policiais em juízo, mormente quando submetidos ao necessário contraditório e corroborados pelas demais provas colhidas e pelas circunstâncias em que ocorreu o delito, tal como se dá na espécie em exame. (...) (STJ, Habeas Corpus nº 168476/ES (2010/0062820-5). Portanto, diante das provas colacionadas aos autos resta claro e evidente a conduta de traficância por parte dos réus, tendo em vista que no momento em que o Valdeci foi preso foi encontrado em sua residência 60 (sessenta) tabletes de substância
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