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execução penal 0700012-64 2021 8 18 0032

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Vara de Execuções Penais em Meio Fechado de Teresina
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUI
0700012-64.2021.8.18.0032Processo
Classe
Assunto Principal:
Data de
Data Distribuição: Tipo Distribuição:
Público
386 - Execução da Pena
7791 - Pena Privativa de Liberdade
23/02/2021 Redistribuição Automática
23/02/2021 Situação:
Comarca: Comarca de Teresina
Juiz: José Vidal de Freitas Filho7225Sequencial:
Parte(s) do
Nome:
Tipo: Promovente
O ESTADO DO PIAUÍ
Data de Não cadastrada Não cadastradoRG: CPF/CNPJ: 05.700.724/0001-61
Nome:
Tipo: Promovido
ELSON FEITOSA DA SILVA
Data de 06/04/1983 3960930 SSP/PIRG: CPF/CNPJ: 338.420.918-42
Filiação: MARIA DA PAIXAO FEITOSA DE SOUSA / AMANSO BORGES DA SILVA
Advogado(s) da Parte
7444NPI EDUARDO RODRIGUES DE SOUSA DO CARMO BATISTA
30/07/21 22:46
Página 1
 
Data: 23/02/2021
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL
Por: TAIS VELOSO CRUZ
 
Relação de arquivos da movimentação:
 - Guia de Execução/Recolhimento
SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Ref. mov. 1.0
23/02/2021: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL.
Página 2
 
Página 1 de 44ª VARA DE PICOS
Picos
Órgão judiciário: 4ª VARA DE PICOS
N° da guia: 0000650-75.2020.8.18.0032.03.0003-27
N° do processo: 0000650-75.2020.8.18.0032
GUIA DE RECOLHIMENTO PROVISÓRIA
Data da assinatura: 02/02/2021 13:04:01
Identificação do condenado
Registro Judicial Individua(RJI): 20349202850
Nome: ELSON FEITOSA DA SILVA
Alcunha: PELEGA
Nome do pai: AMANSO BORGES DA SILVA
Nome da mãe: MARIA DA PAIXAO FEITOSA DE SOUSA
Data de nasc.: 06.04.1983
Grau de instrução:
Profissão: LAVRADOR
Naturalidade: Santo Inacio do Piaui
Endereços:
Logradouro Bairro Município UF N° CEP Complemento
POVOADO GAMELEIRA ZONA RURAL Picos PI . -
Telefones:
Documento:
Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 1
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[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 3
Página 2 de 44ª VARA DE PICOS
Picos
Dados processuais
Tipificações penais
11343, 33;
Orgão de origem: 4ª VARA DE PICOS
UF: Piauí
Município: Picos
Número do processo de origem: 0000650-75.2020.8.18.0032
Data da Infração: 03/06/2020
Data de Recebimento da Denúncia/Queixa: 02/09/2020
Data de Publicação da Sentença: 26/01/2020
Data de Publicação da Pronúncia:
Data de Publicação do Acórdão:
Órgão do Tribunal: 4ª VARA DE PICOS
Data do Trânsito em Julgado para Defesa:
Data do Trânsito em Julgado para o Ministério Público:
Data de Início da Suspensão pelo artigo 366 do CPP:
Data do Fim da Suspensão pelo artigo 366 do CPP:
Data do Fim da Suspensão pelo artigo 89 da Lei 9099/1995:
Data de Início da Suspensão pelo artigo 89 da Lei 9099/1995:
Local de Custódia: PENITENCIÁRIA REGIONAL JOSÉ DE DEUS BARROS
Dados para Detração Penal
Data da prisão Data da Sentença/Soltura/Fuga Dias detraídos
04/06/2020 20/01/2021 231
Total de dias detraídos: 231
Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 2
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SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ
[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 4
Página 3 de 44ª VARA DE PICOS
Picos
Penas impostas no processo
Tipo de pena Anos(s) Mês(es) Dia(s)
Crime Hediondo 19 0 20
Totais: 19 0 20
Reincidência:
Pena pecuniária
Dias-multa Valor do dia-multa
2060 0
Total de dias-multa: 2060
Nome do defensor: Gleuton Araújo Portela, OAB/CE 11.777
Regime prisional: Fechado
Outros processos:
Local de Ocorrência da Infração: Povoado Bocolo
Município de Ocorrência: Picos UF de Ocorrência: Piauí
Outras guias
Outras informações:
Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 3
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[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 5
Página 4 de 44ª VARA DE PICOS
Picos
Lavrado por: Picos, 26 de Janeiro de 2021.
Documento assinado eletronicamente por IRLANDO DE MOURA BARBOSA em 26/01/2021 às
11:36hs (Horário Oficial de Brasília: 11:36hs) conforme art 1°, II, 'b', da Lei 11.419/2006.
Documento assinado eletronicamente por SÉRGIO LUÍS CARVALHO FORTES em 02/02/2021 às
13:04hs (Horário Oficial de Brasília: 13:04hs) conforme art 1°, II, 'b', da Lei 11.419/2006.
Guia (2206726) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 4
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[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
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[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 10
8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOS/PI
Avenida Senador Helvídio Nunes, bairro Catavento, Centro 
Empresarial Premium, CEP 64.607-165, fone: (89) 3422.1141
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DA COMARCA DE PICOS/PI.
Autos nº 0000650-75.2020.8.18.0032
IP nº 2892/2020/2º DP/PICOS 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, presentado pelo Promotor de
Justça que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art.
129, I, da CF, arts. 24 e 41, do CPP, art. 100, do CP, art. 25, III, da Lei n. 8.625/93 (LONMP) e
art. 36, III e 42, VI da Lei Complementar Estadual n. 12/93, na forma da Lei 11.343/2006,
oferecer DENÚNCIA em face de:
 ELSON FEITOSA DA SILVA, vulgo “Pelega”, brasileiro,
convivente, lavrador, natural de Santo Inácio do Piauí, nascido
em 06/04/1983, inscrito sob RG n° 3.960.930 SSP/PI e CPF nº
338.420.918-42, flho de Maria da Paixão Feitosa de Sousa e
Amanso Borges da Silva, residente e domiciliado no Povoado
Gameleira, na estrada que dá acesso ao município de Santana
do Piauí;
VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMES, vulgo “Tatuado”,
brasileiro, solteiro, lavrador, natural de Picos/PI, nascido em
09/10/1984, inscrito sob RG nº 2.310.910 SSP/PI e CPF nº
671.594.353-20, flho de Josefa Antônia de Moura Gomes e
Raimundo Abel Gomes, residente e domiciliado no Povoado
Bocolô, zona rural de Picos/PI.
Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 9
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SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ
[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 11
Extrai-se do incluso inquérito policial que, no primeiro semestre do ano de
2020, na cidade de Picos e macrorregião, os denunciados adquiriram, venderam,
ofereceram e forneceram drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, bem como se associaram para o fm de pratcar, reiteradamente, o
crime previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/06. 
Consta nos autos que, em 03 de junho de 2020, por volta das 19h, no Povoado
Bocolô, zona rural de Picos, agentes da Polícia Civil foram dar cumprimento ao mandado de
busca e apreensão domiciliar deferido nos autos do processo nº 0000647-23.2020.8.18.0032
(4ª Vara de Picos), momento em que, ao se aproximarem do respectvo imóvel, avistaram
ELSON FEITOSA DA SILVA (Pelega) parando seu veículo VW GOL 1.0, placa HJB8339, cor
cinza, em frente à residência de VALDECI RAIMUNDO (Tatuado), que imediatamente saiu da
casa e repassou um elevado montante de dinheiro, em espécie, ao PRIMEIRO DENUNCIADO,
que permaneceu dentro do carro.
Os policiais civis prontamente abordaram os denunciados, diante do fagrante
cenário delitvo, porquanto já havia informações sobre a trafcância exercida pelos
denunciados em Picos e microrregião, bem como nos municípios de Oeiras, Simplício
Mendes, Santo Inácio, Floresta, entre outros, fgurando ELSON (Pelega) como proprietário
das drogas e VALDECI (Tatuado) como responsável pelo estoque e venda do produto ilícito.
Realizada a busca pessoal nos denunciados, em posse de ELSON foi
encontrada uma grande quanta em dinheiro, contabilizado em R$ 7.455,00 (sete mil,
quatrocentos e cinquenta e cinco reais), ao passo que VALDECI detnha R$ 448,00
(quatrocentos e quarenta e oito reais) e um celular da marca Motorola, modelo XT1672, cor
cinza.
Na residência do SEGUNDO DENUNCIADO, objeto da aludida busca e
apreensão domiciliar, foram encontrados 60 (sessenta) tabletes de substância análoga a
maconha, acondicionados em dois isopores, 1 (um) saco verde de pó, aparentando se tratar
de cocaína, 6 (seis) pequenas porções de substância análoga crack, 1 (uma) balança de
precisão pequena da marca Tomate, cor prata, 1 (uma) balança de precisão média da marca
Uniweigh, cor prata, e 1 (uma) balança de precisão da cor branca, modelo SF-400.
Dada a voz de prisão em fagrante, os denunciados foram encaminhados à
Central de Flagrantes de Picos para a tomada das providências de praxe.
Denúncia (2206730) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 10
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Em sede policial, VALDECI RAIMUNDO (Pelega) confessou a prátca do tráfco
de drogas, assumindo sua exclusiva propriedade dos entorpecentes, que seriam destnados à
mercância. Por sua vez, ELSON FEITOSA (Pelega) negou sua coautoria no ato delitvo.
O laudo defnitvo de exame pericial de drogas apontou a presença de 775,8 g
de cocaína e 59,155 kg de delta-9-tetrahidrocanibidinal, substâncias de uso proscrito no
Brasil.
O laudo de exame pericial em objetos/materiais, especifcamente no dinheiro
encontrado em posse dos denunciados, revelou que tais cédulas contnham fragmentos de
Cannabis Satva L.
 DAS INVESTIGAÇÕES
Com fto de dar contnuidade ao procedimento investgatvo, a Autoridade
Policial representou pela busca e apreensão no domicílio do PRIMEIRO DENUNCIADO e do
sogro deste, além da extração de dados em aparelhos celulares, cuja decisão de deferimento
foi prolatada nos autos nº 0000651-60.2020.8.18.0032 (4ª Vara de Picos).
A operação de busca e apreensão foi realizada em 4 de junho de 2020, nos
referidos domicílios, não tendo sido encontradas drogas e nem vultuosas quantas em
dinheiro. Entretanto, foram apreendidos os celulares de Rita de Cássia Santos Ferreira,
companheira de ELSON FEITOSA (Pelega), e dos irmãos dela, nominados Jailson Francisco
dos Santos e “Kiko”.
A Polícia Civil de Picos, atuando em cooperação técnica com o GAECO/MPPI,
realizou a extração de dados em 4 (quatro) aparelhos celulares, pertencentes ao denunciado
RAIMUNDO VALDECI DE MOURA GOMES (Tatuado), à Rita de Cássia Santos Ferreira, a
Jailson Francisco dos Santos e ao indivíduo de alcunha “Kiko”. 
Depreende-se dos relatórios circunstanciados de extração de dados celulares
que o PRIMEIRO DENUNCIADO era proprietário das drogas e mandante do esquema delitvo,
ao passo que o SEGUNDO DENUNCIADO guardava os entorpecentes e fcava encarregado do
fornecimento da droga para os clientes, dentro os quais, indivíduos de nome Fabrícia, Bruna
e Amaurí.
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Com efeito, a perícia no celular de VALDECI (Tatuado) apontou conversas
entre os ora denunciados, além de tratatvas com vários clientes. Somado a isso, constavam
fotografas de drogas e balanças de precisão, conforme se observa às fs. 194/206 do IP.
Para fns de entendimento e clareza dos fatos, cumpre apontar a cadeia de
acontecimentos descrita no auto circunstanciado de f. 175, oriundo de conversa do
aplicatvo WhatsApp instalado no celular de VALDECI (Tatuado):
- No dia 03 de junho de 2020, às 13h43min, VALDECI presta contas a ELSON
em virtude de uma venda de maconha, ocasião em que envia os códigos dos tabletes de
maconha (1198...1034...1053...1091); 
-No dia 3 de junho de 2020, às 16h30min, ELSON manda VALDECI se apressar
com a distribuição de drogas, pois um trafcante de vulgo “Cigano mais velho” estava
esperando VALDECI;
- No dia 3 de junho de 2020, às 17h23min, ELSON determina que VALDECI
separe meio tablete de crack, pois iria passar na casa deste para pegar a droga e levá-la ao
pessoal de “Vilé”;
- No dia 3 de junho de 2020, às 17h28min, VALDECI diz para ELSON que vai
entregar as drogas para os trafcantes Brenda e Amauri, mostrando, ainda, preocupação em
distribuir logo os entorpecentes, a fm de se livrar deles;
- No dia 3 de junho de 2020, às 18h48min, ELSON determina que VALDECI
forneça logo a droga para Brenda;
- No dia 3 de junho de 2020, às 19h, ELSON determina que VALDECI separe as
drogas que serão distribuídas, pois ele estava indo à casa de VALDECI para conferi-las. Em
contrapartda, VALDECI enviou a numeração dos tabletes de drogas que seriam distribuídos,
totalizando 68 tabletes de maconha;
- No dia 3 de junho de 2020, às 19h18min, VALDECI manda uma mensagem
para ELSON, avisando que estava com o dinheiro da venda da droga para entregá-lo.
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Assim, claramente se verifca o poder de direção do PRIMEIRO DENUNCIADO,
que agia em associação com o SEGUNDO DENUNCIADO, o qual estava incumbido de guardar
os entorpecentes, fornecê-los aos clientes e prestar as devidas contas ao mandante. Infere-
se, além disso, que os denunciados pratcavam a mercância de drogas há um tempo, em
período temporal indeterminado, tendo em vista que possuíam clientela defnida e
forneciam considerável quantdade de entorpecentes.
Da análise dos dados constantes no aparelho celular de Rita de Cássia Santos
Ferreira, igualmente se observa excertos de conversas em que ela afrma a prátca de
trafcância do seu companheiro de ELSON FEITOSA (Pelega), senão vejamos:
- No dia 4 de junho de 2020, às 8h7min, em conversa com “Elinha”, Rita de
Cássia disse que não foi encontrada drogas com ELSON, mas sim na casa de VALDECI,
apesar dos entorpecentes pertencerem àquele (vide f. 260 do IP);
- No dia 4 de junho de 2020, às 7h55min, em conversa com “Marcos”, Rita de
Cássia disse que avisou a ELSON sobre uma movimentação estranha de pessoas (polícia) em
frente a sua casa, completando que “quem faz o que ele faz uma hora ou outra está sujeito
a acontecer isso”, em clara menção à prisão pela prátca de tráfco de drogas (vide fs.
266/267 do IP);
-No dia 4 de junho de 2020, às 8h30min, Deise, flha de ELSON, disse que a
avó dela pediu para ele não ter mais flhos, em virtude da possibilidade de prisão, a
qualquer momento, pelo seu envolvimento com tráfco de drogas;
- Em áudio encontrado no celular de Rita de Cássia (PTT 20200604-WA0163),
ela disse que já esperava que ELSON fosse preso uma hora ou outra, mas não da forma
como aconteceu, dando a entender que ela tnha conhecimento das atvidades ilícitas
pratcadas por seu companheiro (vide f. 272 do IP).
Os indícios de materialidade e autoria delitva são fornecidos pelos
depoimentos das testemunhas às fs. 9 e 16, pela confssão do segundo denunciado à f. 24,
pelo auto circunstanciado de busca à f. 59, pelos laudos defnitvos de exame pericial em
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droga às fs. 170/172, pelos autos circunstanciados de extração de dados em aparelho
celular às fs. 175/274, além dos laudos de exame pericial em materiais às fs. 275/280 do IP.
Ante o exposto, o Ministério Público do Estado do Piauí oferece DENÚNCIA
em face de ELSON FEITOSA DA SILVA, vulgo “Pelega”, e VALDECI RAIMUNDO DE MOURA
GOMES, vulgo “Tatuado”, já qualifcados nos autos em epígrafe, como incursos nos artgos
33, caput, e art. 35, caput, ambos da Lei 11.343/2006, requerendo que, após o recebimento
desta, sejam eles citados, interrogados, processados e ao fnal condenados, nos termos dos
artgos 394 a 405 do Código de Processo Penal, ouvindo-se durante a instrução criminal as
testemunhas arroladas.
Rol de Testemunhas:
 Geyfre Marques Santos, PC/PI, qualifcado à f. 9 do IP;
 Luimaykell Ribeiro da Silva, PC/PI, qualifcado à f. 16 do IP.
 
 Picos, 24 de agosto 2020.
 MAURÍCIO VERDEJO G. JÚNIOR
 Promotor de Justça- respondendo
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COTA INTRODUTÓRIA
Autos nº 0000650-75.2020.8.18.0032
Ref. IP nº 2892/2020/2º DP/PICOS
M.M. Juiz,
1. Ofereço denúncia em separado contra ELSON FEITOSA DA SILVA, vulgo
“Pelega”, e VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMES, vulgo “Tatuado”, que segue em 6
(seis) laudas.
2. Requer-se:
 a) folha de antecedentes dos denunciados à Secretaria de Segurança Pública do
Estado do Piauí;
 b) certdão circunstanciada dos denunciados à Secretaria Judicial do município
de Picos/PI, bem como certdão dos feitos que nela restarem consignados;
 c) comunicação ao INFOSEG e SIAPEN acerca do oferecimento e recebimento
da denúncia, para os devidos registros;
3 . O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do seu
Membro subscritor, vem se manifestar sobre o requerimento formulado pelo Delegado
Regional de Polícia Civil de Picos, com vistas à autorização para incinerar as drogas
apreendidas em posse de ELSON FEITOSA DA SILVA e VALDECI RAIMUNDO DE MOURA
GOMES, presos em fagrante pelos crimes de tráfco de drogas e associação para o tráfco.
Para tal desiderato, a Autoridade Policial informou a existência de Laudo
Toxicológico defnitvo de drogas, acostadoaos presentes autos em 30 de julho de 2020.
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O procedimento de destruição de droga está disposto no art. 50, §§3º, 4º e 5º
da Lei nº 11.343/2006, in verbis: 
Art. 50. § 3o Recebida cópia do auto de prisão em fagrante, o juiz, no
prazo de 10 (dez) dias, certfcará a regularidade formal do laudo de
constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas,
guardando-se amostra necessária à realização do laudo defnitvo. 
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia
competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério
Público e da autoridade sanitária. 
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetvada a destruição
das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto circunstanciado pelo
delegado de polícia, certfcando-se neste a destruição total delas. 
De se notar que já foi realizado o exame pericial nas drogas apreendidas,
inclusive com elaboração do laudo toxicológico, cujo resultado apontou para a presença,
além da cafeína, de cocaína e delta-9-tetrahidrocanibinol (THC), duas substâncias de uso
proscrito no Brasil.
Logo, resta desnecessária a manutenção das drogas em repartção policial,
porquanto cumprida a fnalidade da apreensão, qual seja, instruir o inquérito policial.
Assim, o MINISTÉRIO PÚBLICO manifesta-se favoravelmente à realização da
incineração das drogas, com as cautelas da lei, declinando de estar presente a tal ato, em
face da demanda das promotorias que acumula, mas requerendo a juntada, imediatamente
após a realização da incineração, do respectvo auto circunstanciado e da certdão de
destruição total das drogas.
Picos, 24 de agosto de 2020.
 MAURÍCIO VERDEJO G. JÚNIOR
 Promotor de Justça- respondendo
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[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
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Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ
GABINETE DA 4ª VARA DA COMARCA DE PICOS
Rua Porfírio Bpo. de Souza, s/n. Bairro: Dner. Picos-PI., PICOS-PI
 0000650-75.2020.8.18.0032PROCESSO Nº:
 Procedimento Especial da Lei AntitóxicosCLASSE:
 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOSAutor:
 ELSON FEITOSA DA SILVA, VALDECI RAIMUNDO DE MOURA GOMESRéu:
SENTENÇA
RELATÓRIO
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Elson Feitosa da Silva, vulgo
“Pelega” e Valdeci Raimundo de Moura Gomes, vulgo “Tatuado”, ambos já devidamente
qualificados, dando-os como incursos nas sanções do art. 33, caput, e art. 35, ambos da Lei
11.343/2006.
Segundo a denúncia, no dia 03/06/2020, por volta das 19h, agentes da polícia
civil foram dar cumprimento ao mandado de busca e apreensão domiciliar deferido nos
autos do processo nº 0000647-23.2020.8.18.0032, momento em que, ao se aproximarem do
respectivo imóvel, avistaram Elson Feitosa da Silva parando seu veículo VW GOL 1.0, placa
HJB8339, cor cinza, em frente a residência de Valdeci Raimundo, que imediatamente saiu
de casa e repassou um elevado montante de dinheiro, em espécie, ao primeiro denunciado,
que permaneceu dentro do carro.
Narra a exordial que, realizada a busca pessoal nos denunciados, em posse
de Elson foi encontrada uma grande quantia em dinheiro, contabilizado em R$ 7.455,00
(sete mil, quatrocentos e cinquenta e cinco reais), ao passo que Valdeci detinha R$ 448,00
(quatrocentos e quarenta e oito reais) e um celular de marca Motorolla, modelo XT1672, cor
cinza. Na residência de Valdeci, foram encontrados 60 (sessenta) tabletes de substância
análoga a maconha, acondicionados em dois isopores, 1 (um) saco verde de pó,
aparentando se tratar de cocaína, 6 (seis) pequenas porções de substância análoga a
crack, 1 (uma) balança de precisão da marca Tomate, cor prata, 1 (uma) balança de
precisão média da marca Uniweigh, cor prata, e 1 (uma) balança de precisão da cor branca,
modelo SF-400.
Em 02/09/2020 foi determinado a notificação dos acusados para oferecer
defesa prévia.
Em 23/09/2020 foi apresentado a defesa preliminar do réu Valdeci Raimundo
de Moura Gomes.
Às fls. 314 o réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes requereu o relaxamento
de sua prisão preventiva.
Em 24/09/2020 foi habilitado nos autos um novo patrono para o réu Valdeci
Raimundo de Moura Gomes, o qual requereu a reabertura do prazo para apresentar a
defesa prévia.
Às fls. 320/321 foi autorizado a incineração da droga apreendida, indeferido o
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Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
pedido de desconsideração da defesa prévia apresentada pela Defensoria Pública, mantido
a prisão preventiva dos acusados e determinado que se intimassem o advogado do réu
Elson Feitosa da Silva para oferecer sua defesa prévia.
O acusado Elson Feitosa da Silva apresentou defesa prévia em 06/10/2020.
Foi designado a realização da audiência de instrução e julgamento para o dia
21/10/2020, determinado o apensamento dos autos 0000651-60.2020.8.18.0032 e
0000647-23.2020.8.18.0032, bem como determinado que fosse oficiado à autoridade
policial para anexar aos autos o teor de todas conversas, fotografias e mensagens extraídas
através das perícias realizadas nos celulares apreendidos, inclusive das conversas oriundas
do aplicativo whatssapp.
Em 08/10/2020 foram prestadas informações a fim de instruírem habeas
corpus.
Foi redesignada a realização da audiência para o dia 04/11/2020.
Em 17/10/2020 foram prestadas informações a fim de instruírem habeas
corpus.
Em audiência a defesa requereu a suspensão do ato em razão de não ter tido
acesso aos processos sigilosos 0000647-23.2020.8.18.0032 e 0000651-60.2020.8.18.0032,
tendo sido redesignado o ato para o dia 13/11/2020.
Na continuação da audiência de instrução e julgamento foi ouvida a
testemunha arrolada na denúncia Geyffre MarquesSantos, dispensado a oitiva da
testemunha Luimaykell Ribeiro da Silva, realizados os interrogatórios dos réus, tendo a
defesa do acusado Elson requerido a realização de perícia pela polícia Federal nas cédulas
apreendidas em poder do réu, e a defesa do acusado Valdeci Raimundo requereu a
realização de parecer social na residência do acusado e de seus pais para informar as
condições socioeconômicas dos mesmos, tendo sido indeferido ambos requerimentos e
determinado que os autos sejam encaminhados as partes para apresentarem suas
alegações finais.
Em 04/12/2020 a defesa de Elson Feitosa da Silva requereu o relaxamento de
sua prisão preventiva.
Às fls. 356 foi determinado vista dos autos ao presentante Ministerial para
apresentar alegações finais, bem como, se manifestar sobre pedido de relaxamento da
prisão.
Em 17/12/2020 o presentante Ministerial apresentou alegações finais em forma
de memoriais, no qual requereu a condenação dos acusados nos termos da denúncia, o
afastamento do tráfico privilegiado, a valoração negativa das circunstâncias judiciais da
personalidade do agente, das circunstâncias e consequências do crime e o reconhecimento
da agravante de reincidência, data em que apresentou manifestação pelo indeferimento do
pedido de relaxamento da prisão preventiva de Elson Feitosa da Silva.
Em 21/12/2012 a defesa do réu Elson Feitosa da Silva apresentou alegações
finais em forma de memoriais, no qual requereu a absolvição em face da insuficiência ou
ausência de provas para condenação, a nulidade do cumprimento do mandado de busca e
apreensão e a nulidade da extração dos dados dos aparelhos de terceiros apreendidos, em
especial Jailson Francisco dos Santos e do indivíduo Kiko.
Em 27/12/2020 a defesa do réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes
apresentou alegações finais em forma de memoriais, no qual requereu que seja declarado
inconstitucionais e ilegais as buscas e apreensões domiciliares realizadas durante a noite,
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Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
que sejam desentranhadas do processo as provas ilícitas e as delas decorrentes, que seja o
acusado Valdeci absolvido das imputações pelo artigo 33 e 35 da Lei n° 11.343/06, nos
termos do art. 386, inc. V, do CPP, tendo em vista requer todas as provas sejam
desentranhadas dos autos, por serem ilícitas, e em caso de condenação pelo artigo 33, da
lei n° 11.343/06, requer a absolvição pelo crime previsto no artigo 35, da lei n° 11.343/06,
nos termos do artigo 386, inciso VII, da Lei n° 11.343/06, requereu ainda, que sejam
reconhecidas as atenuantes previstas no artigo 65, inciso III, ‘d’ e artigo 66, ambos do
Código Penal, e que seja acolhida a causa de diminuição de pena prevista no §4°, do art.
33, da Lei n° 11.343/06.
 
 
FUNDAMENTAÇÃO
Foi imputado aos réus a prática dos delitos previstos nos arts. 33 e 35 ambos
da Lei nº 11.343/2006:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta
Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos)
a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
DO DELITO DE TRÁFICO DE DROGAS
O delito do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 é crime de ação múltipla no qual são
admitidas várias condutas, todas tipificadas em um mesmo dispositivo, não fazendo a lei
qualquer distinção entre os atos de trazer, guardar ou vender. A finalidade da norma é
combater a proliferação nociva de substância entorpecente que cause dependência física
ou psíquica, sendo indiferente a quantidade de droga apreendida para a tipificação do delito,
e inaplicável o princípio da insignificância.
As substâncias apreendidas foram submetidas a exame químico toxicológico.
Os peritos subscritores dos laudos periciais concluíram que se tratava de
delta-9-tetrahidrocanibinol (THC) e cocaína, substâncias capazes de causar dependência
física e/ou psíquica. A materialidade delitiva foi provada.
Quanto à autoria, a testemunha Geyffre Marques Santos, policial civil, declarou
em juízo que: em relação ao Elson tem conhecimento da participação dele com o tráfico de
drogas desde a chegada na cidade de Picos, que ele foi preso em uma operação policial
Praga de Justiniano em Oeiras, que desde essa época ele comanda um esquema de tráfico
de drogas que abastece os municípios ao norte, que ele se mudou para Picos, que tinha
visto o Valdeci uma vez em uma região de boca de fumo, que ele acabou sendo liberado a
época, que não tem conhecimento de atividades ilícitas desenvolvida pelos acusados, que
Elson tinha um carro Fusion preto blindado, que tomou conhecimento que Elson se envolvia
Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 19
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conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
com a atividades típicas de quem lida com cavalos, que era sabido que existia um ponto de
entrega de drogas nas proximidades onde Valdeci mora e estavam tentando identificar
quem era, que no dia anterior receberam a informação que Valdeci seria essa pessoa que
trabalhava para o Elson, que houve uma informação anônima de chegada de ônibus
clandestino de chegada de drogas do estado de São Paulo, com base nas informações se
dirigiram até a casa do Valdeci e fizeram campana e conseguiram verificar toda a situação
de tráfico, que acionaram o delegado para uma autorização judicial para adentrar na
residência, que Elson foi até o local para fazer a conferencia da droga momento em que ele
foi preso, que Elson se aproximou com o carro na frente da casa do Valdeci, que Valdeci
saiu de casa se aproximou do carro e estavam lá conversando, que Elson não chegou a
entrar na casa, que na posse do acusado Elson foi encontrado uma quantidade de dinheiro
que o Valdeci repassou para o Elson, que Elson estava sem celular, que no momento eles
ficaram calados, que a busca dentro da residência foiacompanhada pela companheira do
Valdeci, que foi encontrado dois isopores grandes, um estava repleto de tabletes de
maconha e a outra metade da droga já tinha sido distribuída, que veio em ônibus
clandestino porque os adesivos da empresa ainda estavam colados nos isopores, que
existia crack e cocaína sobre a mesa, que na cozinha era onde se dava a logística da
traficância, que a companheira do Valdeci passava informações sem sentido dizendo que
não sabia, que a residência era utilizada para fazer a distribuição para médios traficantes,
que tinha informação que um cunhado do Elson também o ajudava, que o apelido dele é
Kiko, que a participação era dar recados do Elson para o Valdeci e fazer algumas entregas
também, que Rita de Cássia é esposa do Elson, que tinham um ponto no centro de Picos e
tiveram informações que a loja de roupa também era utilizada por ponto de tráfico, que o
dinheiro do tráfico era utilizado para comprar as confecções que a esposa do Elson vendia,
que todo material produzido na extração é possível constatar vasto lastro probatório que
demostra de maneira muito clara a traficância de drogas, que Valdeci trocava mensagem
com o Elson sobre a numeração, valores, como entregar, o Elson coordenando a atividade
e determinando como deve ser feito, que muitas entregas de drogas Valdeci fazia em uma
estrada vicinal por trás do Shopping, que foi encontrado conversas da Rita de Cássia com
familiares do Elson afirmando que a droga era do Elson, preocupados com a questão do
Valdeci não assumir sozinho a questão da droga, que a região de moradia do Valdeci era
uma localidade tranquila de poucas ocorrências policiais e em um ano a situação mudou
drasticamente, encontrando vários jovens em bares, sem trabalhar e se formaram vários
pequenos traficantes que não tinham envolvimento e acabaram entrando para o tráfico de
drogas, a localidade foi duramente abalada com consequência secundária da atividade; que
não se lembra da boca de fumo em que abordou o Valdeci há muito tempo atrás, que as
conversas estavam no whatssap e as fotos de drogas tinham na memória do celular e no
cartão de memória, que a residência do Valdeci era pequena de poucos cômodos e tinha o
básico, que participou dessa investigação junto com o Delegado Agenor e o policial
Luimaykel, que a residência do Valdeci fica localizado na zona rural, que no momento da
busca Valdeci e Elson ficaram na calçada, que viu o Valdeci entregando o dinheiro para o
Elson antes da abordagem, que a busca foi realizado no horário de penumbra, que o horário
citado no depoimento da testemunha perante à autoridade policial é o correto, que em um
dia foi na residência do Valdeci e dias depois na residência da Rita de Cássia e outras
residências, que Elson se aproximou da residência do Valdeci vindo de Picos em direção a
Santana, que a testemunha estava na mata do lado da casa do Valdeci, que o dinheiro
entregue a Elson não estava acondicionado em nada, que deu para avistar perfeitamente,
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Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
que não se recorda onde encontraram o dinheiro com o Elson, que durante o cumprimento
dos mandados de busca e apreensão na residência do sogro do Elson ou do Elson não
foram encontrados nada, que tinha informações que Elson residia também na casa do
sogro, que todas as pessoas que estavam na casa residiam lá, que apreenderam todos os
aparelhos que estavam na residência, que a foto as fls. 203 é a residência onde foi
apreendido a droga, que as fls. 205 a foto da mesa é do interior da casa, que a campana
começou cedo a tarde e ficaram esperando o mandado de busca e apreensão.
No interrogatório o réu Valdeci Raimundo de Moura Gomes declarou em juízo
que a foto apresentada as fls. 203 é da residência do depoente, que as fotos de fls. 204 são
dos sois isopores que tinham chegado no dia anterior, que um rapaz perguntou ao depoente
se tinha onde guardar a droga e chegou um carro lá e entregou, que o depoente é usuário
de drogas e conhece muita gente desse meio, que não conhece o rapaz, que falou que ia
vender um pouco para pagar os débitos, que ia vender uns dois tablets, que a balança veio
junto, que foi a primeira vez que fez isso, que não se recorda das fotos tiradas em maio, que
conhecia o Elson porque vendeu dois cavalos para ele por seis mil os dois, que não mandou
mensagens para Elson no dia 03, que não tem o número dele, que a companheira é a Kaira,
que não tem contato com Rita de Cássia, que não conhece a Brenda, que não estava com
dinheiro nenhum, que Elson passou em frente o depoente estava no terreiro e ele parou e
perguntou se o depoente tinha mais animal para vender, que a droga era de sua
responsabilidade porque estava em sua casa, que não entregou nenhum objeto para Elson,
que procurou uma quantidade pequena de droga para vender e o rapaz ofereceu para
guardar mais droga, que a droga que não vendesse ia devolver, que já teve câncer e fez
tratamento no Hospital São Marcos, que foi usuário de drogas e já fez tratamento, que a
mãe do depoente tem problemas de saúde e mora por trás da casa do depoente, que a
residência que mora é da mãe, que tem uma vida simples e a esposa vende salgado na
praça, que ajudava a esposa a vender na praça, que conheceu um Pelega de Simões, que
acha que manteve contato com Pelega de Simões, que conhece Elson por Elson, que no
momento em que foi abordado pela polícia Elson estava dentro do carro, que Elson andava
com o cunhado e a criança dele, que não manteve contato com Elson, que Elson só desceu
do carro na hora que a polícia abordou, que já era noite mais de sete horas da noite.
No interrogatório em juízo o réu Elson Feitosa da Silva declarou que conhecia
Valdeci porque ele ofereceu animais ao depoente, que eram dois cavalos e o depoente
comprou os dois, que não frequentava a casa dele e nem trocava mensagens por celular,
que no dia ia passando e ele estava em frente a casa dele, que encostou o carro e ficou
conversando sobre animais, que no carro estava o filho e um cunhado, que estava vindo de
casa sentido a Santana, que ia deixar cinco mil reais ao rapaz em São José, que tinha
comprado o carro que andava, que não estava com um mês que tinha o carro, que ele só ia
fazer a transferência quando quitasse o carro, que ele não tinha telefone, que sabia onde o
amigo dele morava e fechou o negócio na casa do amigo, que ia deixar o dinheiro sem
avisar para ele, que tinha recebido o dinheiro de uma moto que tinha vendido, que não tem
o apelido de Pelega, que não recorda o número do celular, que o Valdeci não tinha o
número do depoente, que morava com o sogro, a esposa, a sogra e um cunhado, que Rita
de Cássia é sua companheira, que os celulares dela, do irmão e da cunhada Bruna foram
apreendidos, que Valdeci não tinha nada nas mãos, que Valdeci só pegou na mão do
depoente para cumprimenta-lo, que não desligou o carro, que tinha dinheiro no bolso e na
carteira do depoente, que na hora da abordagem vieram carro comum e viaturas da força
tática, que estava sem aparelho celular, que a esposa vende confecção e é cabelereira, que
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conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
foi apreendido confecção da esposa mesmo depois do depoente preso, que nunca teve
contato com o Valdeci por telefone, que não tem o apelido de Pelega.
As defesas de ambos os réus requereram em sede de alegações finais, a
nulidade do cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado na residência do
acusado Valdeci Raimundo de Moura Gomes, em virtude de ter sido cumprido durante a
noite.
O ingresso em domicílio é possível com o consentimento do morador, ou sem
esse consentimento em caso de flagrante delito, desastre, para prestar socorro, ou durante
o dia por determinação judicial.
Inicialmente, deve ser esclarecido que a autoridade policial tem a obrigação de
investigar de ofício (oficiosidade), sempre que tomar conhecimento da pratica de um delito,
seja através de delação por qualquer do povo, verbal ou por escrito feito (delatio criminis
simples), por notícia anônima (notitia criminis inqualificada), por meio de sua atividade
rotineira (cognição imediata), ou no caso de prisão em flagrante, tal qual ocorreu no caso
em apreço, no qual houve uma denúncia anônima e foram realizadas diligências
preliminares a fim de verificar a veracidade da informação, e o investigado acabou preso em
flagrante delito, e segundo o STJ "[...] o delito de tráfico de entorpecentes, nas modalidades
guardar, ter em depósito, expor à venda, transportar e trazer consigo, é crime permanente
que, como tal, se protrai no tempo, sendo, portanto, prescindível a existência de mandado
de busca e apreensão" (RHC 91.442/SP), já que a “própria Constituição Federal autoriza a
violação ao domicílio seja durante o dia ou durante a noite nos casos de flagrante delito
independentemente de prévia autorização judicial.
Conforme Renato Brasileito “O próprio Código Penal, em seu art. 150, § 3º,
inciso II, dispõe que não constitui crime de violação de domicílio a entrada ou permanência
em casa alheia ou em suas dependências a qual¬quer hora do dia ou da noite, quando
algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Nesses casos, para que a
polícia possa adentrar em uma residência, sem mandado judicial, exige-se aquilo que se
costuma chamar de “causa provável” (no direito norte-americano, probable cause), ou seja,
quando os fatos e as circunstâncias permitiriam a uma pessoa razoável acreditar ou ao
menos suspeitar, com elementos concretos, que um crime está sendo cometido no interior
da residência. Aliás, em recente julgado, o Supremo admitiu que não há ilegalidade na
prisão em flagrante realizada por autoridade policial baseando-se em notícia anônima”
Ora, conforme relatado pela testemunha, “em relação ao Elson tem
conhecimento da participação dele com o tráfico de drogas desde a chegada na cidade de
Picos, que ele foi preso em uma operação policial Praga de Justiniano em Oeiras, que
desde essa época ele comanda um esquema de tráfico de drogas que abastece os
municípios ao norte, era sabido que existia um ponto de entrega de drogas nas
proximidades onde Valdeci mora e estavam tentando identificar quem era, que no dia
anterior receberam a informação que Valdeci seria essa pessoa que trabalhava para o
Elson, que houve uma informação anônima de chegada de ônibus clandestino de chegada
de drogas do estado de São Paulo, com base nas informações se dirigiram até a casa do
Valdeci e fizeram campana e conseguiram verificar toda a situação de tráfico, que
acionaram o delegado para uma autorização judicial para adentrar na residência, que Elson
foi até o local para fazer a conferencia da droga momento em que ele foi preso; que viu o
Valdeci entregando o dinheiro para o Elson antes da abordagem”, ou seja, estava ocorrendo
uma investigação preliminar, havia informações anteriores de que o suspeito traficava
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[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 24
Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
drogas, houve informações de que existia um ponto de entrega de drogas próximo à casa
onde Valdeci morava, e que havia chegado um ônibus clandestino com drogas de São
Paulo, a polícia tinha conhecimento do envolvimento dos dois réus com o tráfico de drogas
em Picos e na região, durante a campanha o policial viu Elson entregando dinheiro para
Valdeci, e ao entrarem na residência os policiais confirmaram as suspeitas encontrando
grande quantidade de drogas, que havia sido transportada em um ônibus”.
Se não admitirmos que os fatos e as circunstâncias relatadas permitiam a uma
pessoa razoável acreditar ou ao menos suspeitar, que um crime está sendo cometido no
interior da residência, e que, portanto, havia fundadas razões para acreditar que havia
drogas na residências, estaremos esvaziando o instituto, já que somente seria possível
adentrar a residência com uma certeza absoluta da medida.
Este entendimento está em consonância com jurisprudência pátria,
especialmente do STF onde o Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 603616/RO
asseverou que “Assim, por exemplo, no crime de tráfico de drogas – art. 33 da Lei
11.343/06 –, estando a droga depositada em uma determinada casa, o morador está em
situação de flagrante delito, sendo passível de prisão em flagrante. Um policial poderia
ingressar na residência, sem autorização judicial, e realizar a prisão. Do policial que realiza
a busca sem mandado judicial não se exige certeza quanto ao sucesso da medida. Em
verdade, dificilmente a certeza estará ao alcance da polícia. Se certeza do crime e de sua
autoria houvesse, a diligência seria desnecessária. (grifo nosso).
Por conseguinte, no caso em apreço, era completamente dispensável o
mandado de busca e apreensão, sendo cabível o ingresso na residência sem o mandado,
seja durante o dia ou durante a noite. Desta feita, eventual nulidade decorrente da
fundamentação da decisão, ou do horário de cumprimento do mandado de busca e
apreensão, não dá ensejo à nulidade da medida, já que os réus estavam em flagrante delito
pelo crime de tráfico de drogas e era patente a justa causa da medida:
AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. INDEFERIMENTO LIMINAR.
IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO
REMÉDIO CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO AO SISTEMA RECURSAL. TRAFICO DE
DROGAS. NULIDADE DA DECISÃO QUE PERMITIU A BUSCA E APREENSÃO NA
RESIDÊNCIA DO ACUSADO. PROVIMENTO JUDICIAL MOTIVADO. CRIME DE
NATUREZA PERMANENTE. FUNDADARAZÃO PARA O INGRESSO NO IMÓVEL.
DESNECESSIDADE DE MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO OU DA AUTORIZAÇÃO
DO MORADOR PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA MEDIDA. COAÇÃO ILEGAL
INEXISTENTE. DESPROVIMENTO DO RECLAMO. 4. É dispensável o mandado de busca
e apreensão quando se trata de flagrante de crime permanente, podendo-se realizar a
prisão sem que se fale em ilicitude das provas obtidas. Doutrina. Precedentes do STJ e do
STF. 5. Ainda que pudesse cogitar da nulidade da decisão que permitiu a busca e
apreensão, havendo fundadas suspeitas de que o agravante estaria armazenando
entorpecentes em seu imóvel, era legítima até mesmo a entrada forçada dos policiais no
imóvel, não havendo que se falar, assim, em ilicitude da prova decorrente da medida.
Precedentes. 6. Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg no HC: 565006 RS
2020/0056239-9).
Em relação à decisão da busca e apreensão, o Supremo Tribunal Federal e o
Superior Tribunal de Justiça firmaram o entendimento que a notícia anônima sobre a
eventual pratica de crime, por si só, não é idônea para embasar a medida de busca e
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Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
apreensão, ou mesmo instauração de inquérito policial, servindo, porém, para embasar
procedimentos investigatórios preliminares em busca de indícios que corroborem as
informações da fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal estatal, e no
caso sub iudice, conforme acima relatado houve investigações preliminares, e constou na
decisão que deferiu a medida que “Segundo a autoridade policial foi realizada investigação
pelo Núcleo de Inteligência de Picos onde foi possível identificar um nacional responsável
pela traficância de drogas (crack, cocaína e maconha) nesta cidade, uma pessoa conhecida
como "Tatuado", um homem moreno, jovem, forte e possui tatuagem no pescoço, que
tatuado anda pelas ruas de Picos em uma moto branca e diversas denúncias anônimas dão
conta do envolvimento deste nacional com a traficância de drogas, e no decorrer da
investigação apontou-se, ainda, que o Tatuado estoca drogas em sua residência. No caso
em apreço consta que foram realizadas diligências iniciais conforme relatório de ordem de
missão no qual consta inclusive fotos da residência do investigado, o que permite concluir
que a autoridade policial empreendeu esforços para averiguar o envolvimento destes
indivíduos com o tráfico de drogas, e que a busca e apreensão foi requerida após a
realização de diligências que restaram conclusivas quanto à participação dos requeridos no
tráfico de drogas, sendo possível o deferimento da medida”, ou seja, o deferimento da
busca e apreensão não foi “tão somente com base em denúncia anônima”.
Quanto ao horário do cumprimento da diligência, conforme esclarece Norberto
Avena, havia três entendimentos sobre o conceito de dia:
“Primeira: Compreende-se o período entre as 6 horas e as 20 horas, por
interpretação analógica do art. 212 do CPC/2015. Neste sentido: Aury Lopes Jr.. É, também,
a posição a que aderimos.
Segunda: Deve ser considerado o período entre às 6 horas e às 18 horas,
visando-se, com isso, preservar ao máximo a vida privada e a intimidade no âmbito
doméstico. Em apertada maioria, tem sido esta a orientação dominante. Neste sentido: José
Afonso da Silva86 e Fernando da Costa Tourinho Filho.
Terceira: O critério deve ser o físico-astronômico, considerando-se como dia o
período em que houver iluminação solar. Neste sentido: Guilherme de Souza Nucci e
Fernando Capez”.
Ocorre que a Lei de Abuso de Autoridade em seu art. 22, § 1º, inc. III passou a
tipificar como crime cumprir mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e
uma horas) ou antes das 5h (cinco horas), e este passou a ser o parâmetro legal para se
definir o dia, conforme inclusive constou no mandado de busca e apreensão:
“Constitucionalidade do conceito de noite (e de dia) constante do art. 22, §1º,
III, da Lei n. 13.869/19, sem a necessidade de interpretação conforme a Constituição (nossa
posição): de modo a superar controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais, o legislador optou
por positivar o conceito de dia (05h-21h) e o de noite (21h-05h), e não o condicionou à
existência de luminosidade solar. Há de se ter em mente que são dois os objetivos da
proteção constitucional à inviolabilidade do domicílio durante a noite constante do art. 5º, XI,
da Constituição Federal: primeiro, não atrapalhar o merecido descanso das pessoas;
segundo, evitar quaisquer arbitra¬riedades por parte dos agentes públicos em um período
de maior precariedade de vigilância e defesa decorrente do recolhimento das pessoas para
o repouso durante a noite. Por mais que se queira argumentar que não há mais
luminosidade solar às 20h59min, trata-se de horário em que as pessoas ainda estão
acordadas, pelo menos em regra. Portanto, o fato de o legislador autorizar o cumprimento
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conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
de um mandado de busca nesse horário não importa em violação ao núcleo es-sencial do
dispositivo constitucional. Pelo contrário. Bem ou mal, agiu dentro de uma margem de
razoabilidade e proporcionalidade para definir o conceito de noite e, a contrario sensu, de
dia. A inovação deriva de espaço lídimo de conformação normativa do tema pelo legislador
ordinário. Não se está a interpretar a Constituição à luz da Lei n. 13.869/19, mas sim o
oposto: em um país de dimensões continentais como o nosso, em que ora se utiliza o
denominado horário de verão, ora não, é perfeitamente possível que o sol já tenha raiado às
5h e que ainda haja certa luminosidade por volta de 20h, 20h30min, a depender,
logicamente, da região do país e da época do ano em que estivermos. É dizer, à
semelhança do art. 2º da Lei n. 13.869/19 e do art. 150, §4º, do Código Penal, que
definiram, respectivamente, os conceitos de agente público e de casa, para fins de
interpretação da Constituição Federal e aplicação da própria lei penal, por que não se
admitir que o legislador ordinário possa, enfim, definir o conceito de noite (e de dia)? Em
conclusão, por não haver lesão ao núcleo essencial do art. 5º, XI, da Constituição Federal,
nem tampouco violação da finalidade da proteção constitucional, respeitando-se, ademais, o
princípio da proporcionalidade,é tempo de abandonarmos critérios doutrinários e
jurisprudenciais, deixando a sorte ou o azar do agente público responsável pelo estrito
cumprimento do dever legal condicionados à distribuição de seu futuro habeas corpus a
este ou àquele Tribunal, para, enfim, trabalharmos com um conceito legal, positivo, capaz,
portanto, de transmitir maior segurança jurídica não apenas aos agentes públicos
responsáveis pelo cumprimento de mandados de busca domiciliar, mas também a todos os
cidadãos, que, doravante, saberão antecipadamente o horário em que são obrigados a
franquear o acesso ao seu domicílio diante da exibição de mandado judicial. Destarte, caso
a polícia tenha em mãos mandado de busca domiciliar, expedido pela autoridade judiciária
competente, poderá invadir o domicílio entre as 5h (cinco horas) e 21h (vinte e uma horas),
pouco importando se já há, ou ainda perdura, respectivamente, a luz solar, eis que a lei não
fez nenhuma referência ao critério físico-astronômico, hipótese em que a prova obtida será
considerada lícita. Por outro lado, cumprido o mandado antes das 5h (cinco) horas e depois
de 21h (vinte e uma horas), para além da ilicitude das provas então obtidas, o crime restará
caracterizado, mesmo que o sol já tenha raiado, naquele caso, ou que ainda perdure a luz
do sol, nesta última hipótese”. (Renato Brasileiro, Manual de Processo Penal)
Verifico que conforme consta no auto circunstanciado juntado aos autos as fls.
59, a diligência foi cumprida às 19h30min, do dia 03 de junho de 2020, assim, seja pelo
entendimento de que dia é o período entre as 6 horas e as 20 horas, por interpretação
analógica do art. 212 do CPC/2015, ou pelo novel art. 22, § 1º, inc. III da lei de abuso de
autoridade, segundo o qual o mandado poderá ser das 05h00min até as 21h00min, posição
a qual nos filiamos, o mandado foi cumprido em horário permitido, e autorizado no
mandado.
Assim, considerando que o mandado de busca e apreensão foi cumprido
dentro do horário noturno estabelecido, sem olvidar a situação de flagrância existente e
desnecessidade de mandado judicial, não vislumbro a alegada nulidade, portanto, rejeito a
preliminar.
APELAÇÃO. RECURSOS MINISTERIAL E DEFENSIVO. TRÁFICO DE
DROGAS E POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES DE USO
PERMITIDO. PRELIMINAR. REFUTADA. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS.
DEPOIMENTO POLICIAL. MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO E READEQUAÇÃO DA
REPRIMENDA. Preliminar. O ilícito de tráfico de drogas é crime permanente, cuja
Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 25
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Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
consumação se prolonga no tempo, razão pela qual o estado de flagrância é constante.
Neste norte, observo que o mandado de busca e apreensão autorizava os policiais a
adentrar na residência no horário compreendido entre 06h e 21h. Ademais, importa referir
que, em relação à alegação de nulidade absoluta pela ocorrência de prova ilícita pela
inviolabilidade de domicílio, tal vedação comporta exceções, tal qual na hipótese de
flagrante delito, prevista no art. 5º, inciso XI, da CF, que dispensa mandado judicial para
ingresso na residência. Da mesma forma, a fundamentação para autorizar a expedição do
mandado em horário noturno está adequadamente lançada, pois analisou o caso concreto,
bem como as informações trazidas nas investigações policiais, em razão das atividades
realizadas pelo grupo criminoso. Mérito. Não há que se falar em reforma da sentença, eis
que devidamente comprovadas tanto a materialidade quanto a autoria dos delitos de tráfico
de drogas e de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, em comunhão de
esforços e conjugação de vontades entre os réus, através do auto de prisão em flagrante,
auto de apreensão (05 petecas de cocaína, pesando 3,27g, um revólver Taurus calibre 32,
13 cartuchos calibre 32, R$ 6.170,00 em dinheiro, um saco de balões e quatro rolos de
plástico filme usados), laudos periciais, bem como pela prova oral carreada ao feito, mais
precisamente, nos testemunhos prestados pelos policiais que participaram da ocorrência.
Não se pode contestar, em princípio, a validade da palavra dos agentes de segurança, pois
o exercício da função não desmerece nem torna suspeito o seu titular, presumindo-se que
digam a verdade, como qualquer testemunha. Além do mais, o agente não precisa ser
flagrado na prática do ato de comércio, bastando que realize quaisquer dos verbos
nucleares previstos no art. 33, da Lei 11.343/06 (no caso em comento, guardar, ter em
depósito). Igualmente demonstrado que os acusados detinham a arma de fogo e munições
sem autorização e em desacordo com determinação legal e regulamentar, incidindo nas
sanções respectivas. Condenação mantida. Apenamento. (...) (TJ-RS - APR: 70081514150
RS).
A defesa do acusado Elson Feitosa da Silva, requereu também, a nulidade do
cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência do mesmo, em especial a
apreensão dos aparelhos dos terceiros Jailson Francisco dos Santos e do indivíduo KiKo,
como também tornando nulas as extrações de dados dos referidos aparelhos, pois
inadmissíveis as provas provenientes da referida ilegalidade, pois frutos de uma árvore
envenenada, restituindo consequentemente os aparelhos apreendidos, alegando que
ambos não eram alvo da referida investigação e consequentemente do mandado de busca
e apreensão.
Ocorre que, “A busca e apreensão nos termos do artigo 240, do Código de
Processo Penal permite que qualquer objeto relacionado à materialidade ou autoria do fato
delituoso pode ser objeto de apreensão por ocasião da busca domiciliar. Ainda que tal
objeto – celular e notebook, seja de propriedade de um familiar do investigado” (TJRJ,
0059922-06.2019.8.19.0000), e compulsando os autos, verifico que na decisão que deferiu
a realização da referida diligência, constou que o objetivo do mandado era apreender
dinheiro, substâncias entorpecentes, aparelhos celulares ou qualquer outro elemento
necessário que se preste a subsidiar a investigação pelo tráfico de drogas, e segundo
relatado pela testemunha Geyffre em juízo, esse afirmou que tinha informação que um
cunhado do Elson também o ajudava na traficância, que o apelido dele é Kiko, estando o
acusado Elson inclusive andando com um cunhado no dia em que foi preso, como o mesmo
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conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .3087324513D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
afirmou em juízo, portanto, conforme a investigação policial haviam elementos que
justificaram as apreensões dos celulares na residência de Elson, já que todos moravam
juntos.
Consoante a jurisprudência do STF, é admissível a apreensão de bens em
poder de terceiro, morador do mesmo imóvel em que reside o investigado, quando
interessarem às investigações, especialmente diante de indícios de um liame entre ambos,
diante da impossibilidade de indicação anterior de todos os bens a serem apreendidos, e da
necessidade de se conferir certa margem de liberdade, no momento da diligência, à
autoridade policial:
Agravo Regimental. Busca domiciliar. Apreensão de bens em poder de
terceiro. Admissibilidade. Morador do mesmo imóvel, alvo da busca, em que reside um dos
investigados. Necessidade da medida abranger a totalidade do imóvel, ainda que diversas
suas acessões, sob pena de se frustrarem os seus fins. Indícios, ademais, de um liame
entre ambos. Bens apreendidos. Ausência de sua discriminação no mandado de busca.
Irrelevância. Diligência que tinha por finalidade “apreender coisas achadas ou obtidas por
meios criminosos”, “descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do réu” e
“colher qualquer elemento de convicção” (art. 240, § 1º, b, e e h, do Código de Processo
Penal). Impossibilidade de indicação, ex ante, de todos os bens a serem apreendidos.
Necessidade de se conferir certa margem de liberdade, no momento da diligência, à
autoridade policial. Restituição de bens. Indeferimento. Objetos, componentes do corpo de
delito, que têm relação com a investigação. Prova destinada ao esclarecimento dos fatos e
suas circunstâncias (arts. 6º, II e III, do Código de Processo Penal). Possibilidade, inclusive,
de decretação de sua perda em favor da União. Recurso não provido. 1. O mandado de
busca domiciliar deve compreender todas as acessões existentes no móvel alvo da busca,
sob pena de se frustrarem seus fins. 2. É admissível a apreensão de bens em poder de
terceiro, morador do mesmo imóvel em que reside o investigado, quando interessarem às
investigações, máxime diante de indícios de um liame entre ambos. 3. É inexigível a
discriminação, no mandado de busca, de todos os bens a serem apreendidos, uma vez que
dele constava a determinação para “apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos”, “descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do réu” e
“colher qualquer elemento de convicção” (art. 240, § 1º, b, e e h, do Código de Processo
Penal). 4. Dada a impossibilidade de indicação, ex ante, de todos os bens passíveis de
apreensão no local da busca, é mister conferir-se certa discricionariedade, no momento da
diligência, à autoridade policial. 5. Descabe a restituição de bens apreendidos em poder de
terceiro quando ainda interessarem às investigações, por se destinarem ao esclarecimento
dos fatos e de suas circunstâncias (arts. 6º, II e III, CPP), e diante da possibilidade de
decretação de sua perda em favor da União. 6. Recurso não provido. (Pet 5173 AgR).
Deste modo, indefiro o pedido de decretação da nulidade da apreensão dos
aparelhos dos terceiros Jailson Francisco dos Santos e do indivíduo KiKo, e das extrações
de dados dos referidos aparelhos, já que não são decorrente de uma prova obtida
ilegalmente.
Sobre a validade dos testemunhos dos policiais, o art. 202 do CPP diz que
"toda pessoa poderá ser testemunha", e o art. 157 do CPP reza que "O juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova”, devendo ser mencionado que os policiais são
testemunhas compromissadas, como qualquer outra testemunha, são agentes públicos
recrutados mediante concurso público e compromissados antes mesmo de oferecerem seus
Sentença (2206731) SEI 21.0.000012889-6 / pg. 27
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SEEU - Processo: 0700012-64.2021.8.18.0032 - Assinado digitalmente por TAIS VELOSO CRUZ
[1.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 23/02/2021
Página 29
Documento assinado eletronicamente por SERGIO LUIS CARVALHO FORTES, Juiz(a), em 20/01/2021, às 16:29,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tjpi.jus.br/themisconsulta/documento
informando o identificador e o código verificador .30873245 13D6E.56A70.F4119.BF4CE.8D34D.79055
depoimentos, milita em seu favor a presunção de legitimidade e legalidade de seus atos, e
tem a obrigação de reprimir o crime, e o fato de fazer o seu trabalho de repressão não é
motivo, per si, de se considerá-los como suspeito.
Se houver motivo para suspeição do depoimento do policial arrolado como
testemunha, esta deve ser invocada de pela defesa de forma clara, apresentando os fatos e
provas pertinentes, não sendo cabível não se dar crédito aos depoimentos prestados por
policiais, inclusive, porque, muitas vezes, o policial é a única testemunha de crimes em
locais e horários onde só se encontram os criminosos, ou ainda, em se tratando de crime
organizado ou de tráfico de drogas, não seria concebível se impedir o depoimento de
policial infiltrado, que tenha conhecimentos aprofundados sobre a organização criminosa.
A doutrina e a jurisprudência pátria há tempos já superaram o entendimento de
que a testemunha é suspeita, simplesmente por ser policial:
PENAL – PROCESSUAL PENAL – BUSCA E APREENSÃO DE BENS –
ARRESTO E SEQUESTRO (PET 6.599/BA) – PEDIDO DE DEVOLUÇÃO – AUSÊNCIA DE
PROVAS – ILAÇÕES POLICIAIS – VALIDADE DA TESTEMUNHA POLICIAL – AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. (…) 4. A afirmação do investigado à autoridade policial que
o veículo lhe pertencia não se trata de mera ilação policial desprovida de provas. Nada
impede que na ausência de testemunhas, os policiais que efetuaram a prisão funcionem
como tal. 5. O policial é agente do Estado, responsável pela segurança pública, legalmente
investido no cargo e que tem a seu favor a presunção de legalidade e legitimidade nos atos
praticados, o que, longe de desqualificá-lo, torna-o idôneo. 6. A suspeição de qualquer
testemunha deve estar baseada em fatos concretos, não se prestando para tal meras
conjecturas. 7. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg na APn 510 / BA).
HABEAS CORPUS. PACIENTES CONDENADOS PELA PRÁTICA DE
TRÁFICO DE ENTORPECENTES (ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/06). PENAS DE 5 ANOS, 2
MESES E 5 DIAS DE RECLUSÃO E 5 ANOS, 1 MÊS E 20 DIAS DE RECLUSÃO. REGIME
INICIAL FECHADO. APREENSÃO DE 23 BUCHAS DE MACONHA, 4 PAPELOTES DE
COCAÍNA E 3 PEDRAS DE CRACK. VALIDADE DOS DEPOIMENTOS PRESTADOS, EM
JUÍZO, POR POLICIAIS QUE EFETUARAM A PRISÃO. PRECEDENTES DESTE STJ.
PRETENSÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA USO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE.
AMPLA DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPROPRIEDADE DO MANDAMUS. PEDIDO DE
INCREMENTO DA FRAÇÃO REDUTORA PREVISTA NO ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/06.
INADMISSIBILIDADE DA PRETENSÃO NA VIA ELEITA. REDUÇÃO EM 1/6 JUSTIFICADA
NA QUANTIDADE E NA QUALIDADE DA DROGA APREENDIDA. PARECER PELO
CONHECIMENTO PARCIAL DO WRIT E, NESSA EXTENSÃO, PELA DENEGAÇÃO DA
ORDEM. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO,
DENEGADA A ORDEM. 1. Conforme orientação há muito sedimentada nesta Corte
Superior, são válidos os depoimentos dos Policiais em juízo, mormente quando submetidos
ao necessário contraditório e corroborados pelas demais provas colhidas e pelas
circunstâncias em que ocorreu o delito, tal como se dá na espécie em exame. (...) (STJ,
Habeas Corpus nº 168476/ES (2010/0062820-5).
Portanto, diante das provas colacionadas aos autos resta claro e evidente a
conduta de traficância por parte dos réus, tendo em vista que no momento em que o Valdeci
foi preso foi encontrado em sua residência 60 (sessenta) tabletes de substância

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