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Estudos transversais

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@braozinnn- Abraão Filipe – T5C- Uninove- Osasco 
 1 
Estudos transversais 
É um tipo de desenho de pesquisa do 
tipo observacional- não experimental, 
ou seja, o pesquisador não tem 
invenção ele apenas estuda o que já existe, 
do tipo individual e analítico (que faz 
comparação de grupo x com grupo y, por 
exemplo). 
Objetivos: 
•Estimar parâmetros e descrever 
características de um evento x investigado 
na população-alvo; 
• Realizar associações/comparações entre 
variáveis desfecho e exposição; 
• Contribuir com o estudo dos fatores 
etiológicos das doenças, testando hipóteses. 
Característica principal: 
• Avalia exposição (ex: fumar cigarro) e 
desfecho (possuir ou não câncer de pulmão) 
SIMULTANEAMENTE → não é possível distinguir 
a temporalidade e causalidade dos eventos. 
 
Questões de pesquisa 
Qual a frequência do fator de risco A e da 
doença B? 
Ex: qual a frequência do consumo de gordura 
e de obesidade? 
A exposição e a doença estão associadas? 
Ex: Qual a relação entre nicotina e 
aterosclerose? 
 
Utilidade em saúde publica 
✓Descrever a frequência de doenças; 
✓Medir a frequência de doenças e 
características de fatores de risco 
conhecidos; 
✓Identificar novos fatores de risco; 
✓Planejar serviços e programas de saúde; 
 ✓Avaliar serviços e programas de saúde; 
 ✓São de grande utilidade para a realização 
de diagnósticos comunitários da situação 
local de saúde. 
✓Tipo de estudo mais empregado na prática 
concreta de investigação no campo da 
saúde coletiva → não representa o ideal 
metodológico da Epidemiologia moderna 
 
Tipos de medidas utilizadas 
Medida de ocorrência (frequência com que 
o agravo acontece em uma população geral 
em determinado tempo, ou seja, casos 
existentes)→ Prevalência: imagine que a 
prevalência é como se fosse uma foto você 
só tem aquele momento e a incidência um 
filme no qual vc consegue acompanhar a 
história e o enredo. 
Medida de associação e de impacto (faz-se 
comparação de grupos expostos e não 
expostos): Razão de prevalência (RP) e 
diferença de prevalências (DP); 
Estudos transversais são também chamados 
de estudos de prevalência pois analisa e 
estuda a população em determinado 
momento, não se infere a causa e sim a 
alteração. 
 
Tabela 2x2 
Essa tabela é muito importante pois nos 
mostra os expostos e não expostos e o 
desfecho em cada grupo 
 
 
Primeiro lê-se a tabela no sentido horizontal e 
notamos o número de pacientes expostos 
com ou sem o desfecho na linha de cima e 
@braozinnn- Abraão Filipe – T5C- Uninove- Osasco 
 2 
na linha de baixo os não expostos com ou 
sem o desfecho. Em seguida lemos no sentido 
vertical no qual podemos observar os 
pacientes que tiveram o desfecho com a 
exposição e sem a exposição e os que não 
tiveram o desfecho com a exposição ou sem. 
 
Medida de associação: RP → razão de 
prevalência (divisão entre prevalência do 
desfecho dos expostos e a prevalência do 
desfecho entre não expostos). Fórmula : RP= 
[a/ a+b] / [c/c+d] 
Medida de impacto: Resultado da subtração 
entre a prevalência dos expostos e a 
prevalência dos não expostos. Fórmula: DP= 
a/a+b – c/c+d 
 
Vamos colocar isso em prática? 
Ex: Existe associação entre fumar 
diariamente e ter DPOC? 
Um grupo de pesquisadores envolveu 210 
homens em sua pesquisa, buscando elucidar 
se há associação entre fumar diariamente e 
ter DPOC. 
Os dados encontrados pelos pesquisadores 
são expostos a seguir: 
Homens que fumam diariamente = 89. 
Destes, 67 têm DPOC. 
Homens que não fumam diariamente 
= 121. Destes, 82 não têm DPOC. 
• Qual o quociente entre a prevalência de 
DPOC entre homens que fumam diariamente 
e homens que não fumam diariamente? → RP 
• Qual a diferença entre a prevalência de 
DPOC entre homens que fumam diariamente 
e homens que não fumam diariamente? → 
DP 
Vamos colocar todos esses dados em uma 
tabela 2x2 
 DPOC 
Fumam Sim Não Total 
Sim 67 22 89 
Não 39 82 121 
Total 106 104 210 
 
Prevalência do desfecho entre e𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠: 𝑎 / (𝑎 
+ 𝑏) 
Prevalência do desfecho entre não e𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠: 
𝑐 / (𝑐 +𝑑) 
Prevalência do desfecho: (𝑎 + 𝑐) / 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 
𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜𝑠 
Prevalência do desfecho entre e𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠: 𝟔𝟕/ 
𝟖𝟗 = 𝟎,𝟕𝟓 
Prevalência do desfecho entre não e𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠: 
𝟑𝟗/𝟏𝟐𝟏= 𝟎,𝟑𝟐 
Prevalência do desfecho: 𝟏𝟎𝟔/𝟐𝟏𝟎 = 𝟎,5 
 
O RP vamos calcular dividindo a prevalência 
entre expostos e não expostos, temos: 
0,75/0,32 = ~2,34 
O DP calculamos subtraindo a prevalência do 
desfecho dos expostos pela prevalência do 
desfecho dos não expostos, temos: 0,75-0,32 
= 0,43 
Tá, mas o que isso significa? 
Se RP < 1 dizemos que a exposição é 
protetora, ou seja, reduz a ocorrência da 
doença/agravo, como dizer que fumar 
diariamente reduz a chance de ter DPOC 
Se RP = 1: dizemos que não tem associação 
Se RP > 1: dizemos que a exposição é 
prejudicial, ou seja, aumenta a ocorrência da 
doença/agravo. 
 
Para dizermos isso para que alguém possa 
entender, temos as seguintes regras: 
0 < RP < 1: interpretação associada ao 
complementar do valor obtido, ex: RP = 0,4 , 
logo vamos ter que verificar quanto falta para 
1 e transformamos em porcentagem, nesse 
caso a ocorrência da doença reduzida em 
60% entre expostos do que entre os não 
expostos; 
1< RP < 2: interpretação associada ao 
acrescimento percentual, nesse caso só 
diminuir com o número 1 e transformar em 
porcentagem (multiplicando por 100), ex: RP= 
1,4, logo subtraindo 1 temos 0,4 multiplicando 
@braozinnn- Abraão Filipe – T5C- Uninove- Osasco 
 3 
por 100 temos 40%, ou seja, ocorrência da 
doença aumentada em 40% entre os 
expostos do que entre os não expostos. 
RP > 2: interpretação escrita em termos do 
número de vezes que a RP está aumentada, 
ex: RP=3,0, dizemos que a ocorrência da 
doença é três vezes maior entre os expostos 
do que entre os não expostos. 
 
Em relação ao DP, temos a seguinte 
interpretação 
• DP < 0 → exposição protetora 
• DP > 0 → exposição prejudicial 
• DP = 0 → não há associação 
 
Intervalo de confiança (IC): 
• Verificar a significância estatística (p-valor 
deve ser menor que 0,05!!!); 
• Se o IC não contém o valor 1 (nulo → 
prevalência similar entre expostos e não 
expostos) a diferença do fenômeno é 
estatisticamente significativa entre os dois 
grupos para o nível de confiança 
estabelecido (p ≤ 0,05). 
 
Problemas do delineamento transversal 
✓ Viés de Prevalência ou de Sobrevivência 
Seletiva: são excluídos os curados e falecidos. 
Erros em decorrência de medidas 
“instantâneas” que não capturam dados da 
etiologia e de sobrevivência. 
 
✓ Viés da Causalidade reversa: ocorre 
quando a exposição muda como resultado 
da doença. Pode ocorrer em estudos 
transversais e de casos e controles. Exemplo: 
estudo conduzido para a verificar fatores de 
risco para a rinite alérgica, verificou que havia 
maior prevalência da doença em ex-
fumantes do que entre fumantes. Isso poderia 
levar o investigador a pensar que o fumo fosse 
protetor em relação à rinite. → A 
interpretação mais convincente é que 
pessoas que fumavam e passaram a ter rinite 
alérgica ou a sua piora tenham abandonado 
o hábito de fumar 
 
Vantagens e Limitações 
Vantagens: 
- Baseados em amostras representativas de 
populações 
- Baixo custo (desenvolvimento em curto 
espaço de tempo); 
- Avaliação preliminar de hipóteses 
- Investigação de potenciais fatores de risco 
- Investigar múltiplas exposições e múltiplas 
doenças - Identificar associações a doenças 
de longa duração 
Estabelecer hipóteses sobre possíveis relações 
entre variáveis dependentes e 
independentes ROUQUAYROL, 2018 
 
Limitações: 
- Dificuldade de separar causa e efeito (não 
se identifica o momento da exposição) → não 
se estabelece uma relação temporal; 
- Baixo poder analítico 
- Dificuldadeem identificar doenças de curta 
duração. 
NÃO ATRIBUI RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
ENTRE DESFECHO E EXPOSIÇÃO 
 
Mediante ao exposto, podemos afirmar que 
o hábito de fumar diariamente causa DPOC? 
Por quê? 
Não, porque exposição e desfecho foram 
medidos no mesmo momento, não sabemos 
o que veio antes. 
 
Referências

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