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Lu d m il a V io le ta d e M or a es 1 - Método de investigação: saúde-doença; determinantes; intervenção; - Objetivos: estudar história e prognóstico das doenças; frequência; extensão e impacto; etiologia; ajudar a elaboração de medidas terapêuticas e preventivas; políticas públicas. Divide-se em: - Descritiva: analisa como a doença ocorre na população, no tempo (período) e no local; - Analíticas: testa hipóteses. - EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA: Conceitos associados ao tempo: - Endemia: ocorrência de uma doença em níveis esperados e previsíveis em um determinado tempo e local. Exemplo: dengue no Ceará. Diz-se que uma doença é endêmica quando: • Está presente em uma população dentro de alguns limites esperados. Ou seja, sempre tem aquela mesma variação de casos de acordo com seu histórico. • Mesmo que em alguns momentos ela aumente um pouco, se continuar dentro do previsível e regular, continua sendo endêmica. - Epidemia: aumento no número de casos de uma doença acima do esperado para aquele tempo e local. Ocorre em várias regiões. Gráficos medcell, ilustrando quando uma endemia passa a ser epidemia. - Surto epidêmico: quando ocorre o aumento de casos de determinada doença em um local e num curto período. Ex.: surto de varicela em uma escola, escabiose em lares de idosos, intoxicações alimentares advindas de um mesmo estabelecimento (como o que houve no São Luís por conta do sushi). - Pandemia: acontece quando a epidemia atinge nível mundial, estando presente em vários continentes ao mesmo tempo. Geralmente é alertado pela OMS. Ex.: Covid. - EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA: Pretende responder o “por que adoeceu?” • Relação causal entre variáveis; • Variáveis: fatores de risco, proteção a doenças e/ou tratamento... • Ex. de estudos: transversais e ecológicos (quando testa hipóteses), caso-controle, coorte e ensaios clínicos randomizados. • É o pilar para a medicina baseada em evidências. - MEDIDAS DE FREQUÊNCIA: Incidência: 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒏𝒐𝒗𝒐𝒔 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒔𝒐𝒃 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐 x 𝟏𝟎𝒏 𝟏𝟎𝒏 • Envolve casos novos na população; • O tempo está envolvido; • Pessoas que não estavam doentes e se tornam doentes ao longo da observação do estudo; • Incidência é obtida em estudos longitudinais: ensaios clínicos e coorte; • Avalia a mudança do estado de saúde; • A medida expressa a probabilidade da doença ocorrer; • Na parte de baixo da divisão na fórmula, quando for fazer o cálculo, é necessário tirar pessoas que desistiram do estudo ou que morreram durante ele. - Prevalência: 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒔𝒐𝒃 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐 x 𝟏𝟎𝒏 𝟏𝟎𝒏 • Demonstra o número de casos existentes em uma população; • Mostra quantos indivíduos estão doentes (desfecho); Epidemiologia Introdução O QUE PODE INTERFERIR NA INCIDÊNCIA? A imigração (entrada) de doentes naquela população determinada e/ou emigração (saída) de sadios dessa mesma população. Ambos aumentam a incidência. Lu d m il a V io le ta d e M or a es 2 • Os que morreram durante o período da observação não devem ser contabilizados na população sob risco, valor que ficará embaixo na divisão; - PREVALÊNCIA x INCIDÊNCIA: • Uma doença aguda e/ou de curta duração é mais bem avaliada pela incidência; • Doenças crônicas, tendem a ter uma alta prevalência, mesmo que a incidência seja alta; • Incidência é dinâmica, ou seja, mostra a mudança do estado de saúde da população; • Prevalência é estática, ou seja, mostra o cenário atualizado de determinada doença na população. • INCIDÊNCIA, associar a casos NOVOS; • PREVALÊNCIA, associar a casos EXISTENTES. - MORBIDADE: é referente ao comportamento de doenças. Analisa os indivíduos que adquirem determinada doença, em um determinado tempo (período) ou população. • Percebe-se, dessa forma, que a incidência e a prevalência são os principais indicadores de morbidade; (OMNI - 2021 - Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) A morbidade é um dos importantes indicadores de saúde é um termo usado para designar o conjunto de casos de uma dada doença ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo de indivíduos utilizando principalmente as medidas de incidência e prevalência. Sobre prevalência é CORRETO afirmar: a) É a frequência de novos casos de uma determinada doença ou problema de saúde num determinado período, oriundo de uma população sob risco de adoecer no início da observação. b) Pode ser utilizada para o planejamento de ações e serviços de saúde, previsão de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos, é uma medida mais adequada para doenças crônicas ou de longa duração. c) Pode ser mensurada de forma bastante simples, basta contabilizar a ocorrência de determinado agravo sobre uma população num determinado período, o que representa o número de casos incidentes. d) É bastante utilizada em investigações etiológicas para elucidar relações de causa e efeito, avaliar o impacto de uma política, ação ou serviço de saúde, além de estudos de prognóstico. - MORTALIDADE: os índices de mortalidade servem como indicadores da saúde. Olhando para o lado “negativo” da saúde, como doenças, mortes e afins, ou seja, pode-se interpretar quando esses índices são baixos em determinada população, que a população está saudável. • É importante para tomadas de decisões na saúde; • Indicador de saúde; • Os dados são de fontes primárias, como o SINAN, SIM e SINASC; • É necessário analisar vários, pois apenas um não expressa a situação da saúde; - Mortalidade infantil: 𝒏º 𝒅𝒆 ó𝒃𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒆𝒎 < 𝒅𝒆 𝟏 𝒂𝒏𝒐 𝒅𝒆 𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒏𝒂𝒔𝒄𝒊𝒅𝒐𝒔 𝒗𝒊𝒗𝒐𝒔 • Indicador mais sensível para avaliação de saúde pública; • Pode ser subdividida em neonatal precoce ou tardia e pós-neonatal; • Neonatal precoce: de 0 a 6 dias, pode estar associada à má qualidade de pré-natal e parto; • Neonatal precoce: entre 7 e 28 dias, pode estar associada a má formação, doenças genéticas ou qualidade pediátrica intra e extra-hospitalar; • Pós-neonatal: de 28 dias até 1 ano, pode estar associada a problemas econômicos, socioambientais. Como saneamento básico, vacina etc. - Mortalidade materna: 𝒏º 𝒅𝒆 ó𝒃𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒎𝒖𝒍𝒉𝒆𝒓𝒆𝒔 𝒈𝒓á𝒗𝒊𝒅𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒔𝒅𝒆 𝒐 𝒑𝒓é−𝒏𝒂𝒕𝒂𝒍 𝒂𝒕é 𝟒𝟐 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒂𝒑ó𝒔 𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒏𝒂𝒔𝒄𝒊𝒅𝒐𝒔 𝒗𝒊𝒗𝒐𝒔 • É considerada perda evitável; • Indicador elevado reflete baixo nível de condições d saúde da mulher; • Principais causas: HAS, hemorragia e infecção puerperal. - Coeficiente de letalidade: mede quanto determinada doença pode causar óbito ao indivíduo. O QUE PODE INTERFERIR NA PREVALÊNCIA? Pode ser aumentada por: aumento da incidência, da imigração de doentes, da emigração de sadios; aumento na expectativa de vida; melhora dos diagnósticos; melhora dos tratamentos em doenças crônicas como diabetes; ausência de tratamentos. NOTA: o 𝟏𝟎𝒏 mencionado nas contas (equações) desse resumo, pode significar, dependendo de quantos zeros forem usados, porcentagem ou o valor da taxa por 100.000 nascidos vivos (ex.: mortalidade materna). - QUESTÃO EXEMPLO: NOTA: a análise desse conjunto de indicadores pode levar a comparação mais próxima do correto, entre a qualidade da saúde em diferentes locais. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/omni-2021-prefeitura-de-lencois-paulista-sp-enfermeiro-de-saude-da-familia Lu d m il a V io le ta d e M or a es 3 transversal - CARACTERÍSTICAS: • Posicionamento passivo do investigador, ou seja, ele só observa, não interfere na exposição e nem na distribuição dos indivíduos;• Podem usar dados secundários (utiliza bases de dados); • Podem usar dados primários (obtidos durante o estudo, pesquisa cara a cara); • Pode ser descritivo ou analítico. • Pode ser chamado de seccional, de prevalência ou de inquérito; • Pode ser descritivo ou analítico; • Tem como principal objetivo investigar a PREVALÊNCIA de uma doença ou fatores associados; • A doença/desfecho e a exposição são determinadas simultaneamente; • A coleta de dados é feita transversalmente, ou seja, em um único ponto do tempo; • É como se fosse uma foto do que se quer ser estudado; • NÃO podem avaliar CAUSALIDADE; • Contribuem para a elaboração de planejamento para melhorar a saúde; • A coleta de dados é feita cara a cara/pessoa- pessoa (trabalha com uma amostra proporcional ao censo); • Pode-se analisar também prontuários de pacientes em hospitais; • Não existe o acompanhamento dos indivíduos estudados; • Geralmente o pesquisador só tem contato com os indivíduos da pesquisa uma vez; • Dificuldade de separar casos novos de casos já existentes; • Geralmente pode-se confundir sobre o que apareceu primeiro o fator de exposição (característica) ou a doença, pois são estudados ao mesmo tempo; • São baratos; • Mais rápido que o caso-controle e o coorte; • Não serve para estudar doenças raras, pois possuem amostras muito numerosas da população; • Suscetível a vieses de prevalência/incidência. - MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO NOS ESTUDOS TRANSVERSAIS: • Calcula a Razão de Prevalência; • OBS.: o cálculo e a tabela 2x2 (de contingência) será igual a de Risco Relativo; O cálculo é feito da seguinte forma: RP= 𝑷𝒆 (𝒑𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒐𝒔 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔) 𝑷𝒏𝒆 (𝒑𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒐𝒔 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔) Sendo: • PE = 𝒂 𝒂+𝒃 • 𝑷𝑵𝑬 = 𝒄 𝒄+𝒅 DOENTE NÃO DOENTE Total EXPOSTO a b a+b Ñ EXPOSTO c d c+d Total a+c b+d a+b+c+d - INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO: • RP = 1,0 (não há associação) • RP > 1,0 (associação positiva) • RP < 1,0 (associação negativa) Em uma amostra de 1267 pessoas, foi feito um estudo para investigar a associação entre a prevalência de casos de hipertensão em obesos e não obesos. Nessa população, 160 pessoas são obesas e 953 não são hipertensas. 78 pessoas são obesas e hipertensas e 871 não são obesas e nem hipertensas. Qual a Razão de prevalência de hipertensão em pessoas que possuem obesidade com relação as que não possuem? Possuem HAS NÃO possuem HAS Total OBESOS 78 82 160 Ñ OBESOS 236 871 1107 Total 314 953 1267 Vantagens • Fáceis, rápidos e baratos • Pode ser utilizado para o planejamento de serviços da saúde; Desvantagens • Não se sabe o que acontece primeiro: causa ou efeito; • Desconhecimento dos fatores anteriores; • Não estuda doenças raras. • Não estabelece relação causal; Estudos observacionais - QUESTÃO EXEMPLO: Lu d m il a V io le ta d e M or a es 4 - CÁLCULO: RP = 𝟕𝟖/𝟏𝟔𝟎 𝟐𝟑𝟔/𝟏𝟏𝟎𝟕 = 2,3 - COMO RESPONDER À QUESTÃO: A prevalência de HAS nos obesos é 2,3 vezes a prevalência nos não obesos. OU... A prevalência de HAS nos obesos é 1,3 maior que a prevalência nos não obesos. • Analisa um grupo ou determinada população/agregado, em determinado local; • Pode analisar a ocorrência de uma doença em determinada comunidade; • Possui área geográfica bem definida, pode ser: país, região, estado, cidade, setor censitário etc.; • Utiliza dados secundários, ou seja, de base de dados já existentes. Exemplo: SINAN, DATASUS. • O pesquisador NÃO tem contato com o ÍNDIVÍDUO; • Rápidos e baratos; • Apresenta “fatores de confusão”; • Quando analisam tendências históricas é necessário dados retrospectivos; • Transversal; • Pode usar territórios ou instituições, como fábricas, escolas; • Como não existe informações individuais sobre as pessoas que participaram do estudo, não se pode fazer tabela de contingência (tabela 2x2); • Não apresenta relação causal, pois não há informação individual das pessoas; • Analisa grandes populações; analisa efeitos de um programa de saúde. - FALÁCIA ECOLÓGICA: Segundo o MedCel: “consistem em atribuir a um indivíduo o que se observou com base em análises de grupo.” Segundo o MedCurso: “fazer inferências causais em relação a indivíduos tendo como base de observação grupos. Ocorre por conta da distribuição heterogênea da exposição ao fator.” Segundo M.E.D (MEDERI): “Nos estudos ecológicos, os dados são agregados e não individuados, pois analisam toda a população. Dessa forma, não se sabe o que está acontecendo com o indivíduo. Por exemplo, observou-se, através de um estudo ecológico, que a população do Rio de Janeiro está sujeita à epidemia de hepatite A e que existe associação deste agravo com a existência de precária rede de esgoto na cidade. Mas será que isso é verdade também para os moradores de áreas ricas ou somente para os moradores de áreas mais pobres? É claro que para moradores de áreas mais pobres! Se a análise fosse individual, isso poderia ser mais facilmente observado. Esse erro que ocorre ao se individualizar uma situação que foi vista de maneira coletiva, frequente nos estudos ecológicos, é chamado de falácia ecológica.” • Seleciona-se indivíduos que possuam o fator de risco para desenvolver determinada doença ao longo do tempo (LONGITUDINAL), mas que ainda não estejam doentes; • Procura saber a frequência com que as pessoas que estão expostas a determinado fator e adoecem; • Ou seja, baseado no aparecimento de novas doenças, que é o mesmo conceito de incidência; • Compara-se o grupo de indivíduos expostos ao fator de risco com o grupo de indivíduos não expostos ao fator de risco; • Em questão ao tempo, pode ser: Prospectivo ou concorrente: do presente para o futuro no acompanhamento da observação; Retrospectivo ou não concorrente: do presente para o passado, através de dados históricos; • Pode ser chamado de “estudo de acompanhamento”, “de incidência” ou “follow-up”; • Possui como objetivo a comparação de incidência entre os grupos; • Prospectivo: permite uma coleta mais detalhada dos dados de exposição; observa-se o aparecimento de casos novos nesse grupo; • Retrospectivo: tanto a exposição quanto o desfecho já aconteceram; depende de dados já obtidos; • Exemplo de estudo: associação entre fumo e DCV (doença cardiovascular); poderia selecionar 3000 indivíduos de acordo com o hábito de fumar antes de terem o diagnóstico de DCV, esses serão acompanhados para observar se ocorrerá ou não o desenvolvimento de DCV; Vantagens • Fácil, rápido e barato; • Pode gerar hipóteses; • Análise simples; • Estuda casos raros; Desvantagens • Não confirmam as hipóteses geradas; • Pode ocorrer a falácia ecológica; Ecológico Coorte Lu d m il a V io le ta d e M or a es 5 - QUESTÃO EXEMPLO: - MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO: feita através do cálculo de risco relativo; • Expresso em INCIDÊNCIA; • Compara-se os riscos de duas populações que diferem quanto à exposição; • Pode-se calcular o odds rattio também (será demonstrado no próximo estudo; • Responde à pergunta “quantas vezes mais provável são os indivíduos expostos virem a desenvolver a doença em relação aos indivíduos não expostos?” O cálculo é feito da seguinte forma: RR = 𝑰𝒆 (𝒊𝒏𝒄𝒊𝒅ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒐𝒔 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔) 𝑰𝒏𝒆 (𝒊𝒏𝒄𝒊𝒅ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒐𝒔 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔) Sendo: • IE = 𝒂 𝒂+𝒃 • 𝑰𝑵𝑬 = 𝒄 𝒄+𝒅 DOENÇA FATOR SIM NÃO Total PRESENTE a b a+b = 𝒏𝟑 AUSENTE c d c+d = 𝒏𝟒 Total a+c = 𝒏𝟏 b+d = 𝑛2 a+b+c+d = N - INTERPRETAÇÃODO RESULTADO: • RR = 1,0 (não há associação entre fator e efeito) • RR > 1,0 (existirá a possibilidade de o fator ser de risco, pois a exposição a ele aumentou o risco) • RR < 1,0 (existirá a possibilidade de o fator ser de proteção, pois a exposição a ele diminui o risco de surgimento do efeito). Em um estudo envolvendo 1090 pessoas, 490 são fumantes e 1010 não apresentam câncer de próstata. Calcule o risco relativo da incidência do câncer de próstata associado ao hábito de fumar - CÁLCULO: RR = 𝟕𝟎/𝟒𝟗𝟎 𝟏𝟎/𝟔𝟎𝟎 = 8,6 - COMO RESPONDER À QUESTÃO: A chance de pessoas expostas ao fator de risco de desenvolver a doença é de 7,6 a mais em comparação as que não são expostas. - ATENÇÃO: diminuir 1 e sempre colocar “A MAIS”, fica uma resposta mais correta; - POR QUE SUBTRAI 1 DO RESULTADO? EX.: 8,6 – 1= 7,6 (Uado na resposta) Pois quando o RR dá igual a 1 não há associação entre fator e efeito. - Incidência ou Risco Absoluto: novos doentes (a+c) sobre indivíduos com risco de adoecer/total dado na tabela (a+b+c+d); - PRATICANDO com o exemplo dado acima: 80/1090 = 0,073 ou 7,3%. • O estudo parte de um grupo com o desfecho/doença presente; • Nele estuda-se o impacto das exposições, diferente do coorte que estuda o risco de uma pessoa com o fator predisponente, que no entanto ainda não está doente, de desenvolver a doença; • São selecionados dois grupos, um com o desfecho/doença presente (CASO) e outro sem o desfecho/doença (CONTROLE), porém da mesma população, expostos ao mesmo fator; • No final existirão casos que foram expostos e controles que foram expostos; • Longitudinal, retrospectivo; • Pode ser utilizado no estudo de doenças raras ou com grande período de incubação; • Baixo custo em relação coorte; • Pode-se obter informações com base em um número pequeno de casos; Vantagens • Pode calcular o risco de uma doença ocorrer a partir de determinado fator; • Trabalha com a INCIDÊNCIA; • Menor risco de conclusões falsas; • Úteis para estudar doenças fatais; Desvantagens • Dificuldade de ser reproduzido; • Alto custo devido a quantidade de exames sensíveis para garantir que no início do estudo os indivíduos não apresentem a doença; • Dura vários anos, ou seja, demora muito; • Pode ocorre abandonos durante o período do estudo; CA DE PROSTATA FATOR (fumante) SIM NÃO Total PRESENTE 70 420 490 AUSENTE 10 590 600 Total 80 1010 1090 Caso-controle Lu d m il a V io le ta d e M or a es 6 - MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO: • É utilizada o odds ratio (razão de chances), que é uma probabilidade; • Chances de doença no grupo exposto em relação ao não exposto; • Não tem sentido obter a soma total, tendo em vista que os grupos são diferentes; O cálculo é feito da seguinte forma: OR = 𝒂.𝒅 𝒃.𝒄 = multiplica os extremos. DOENÇA FATOR SIM NÃO Total PRESENTE a b a+b = 𝒏𝟑 AUSENTE c d c+d = 𝒏𝟒 Total a+c = 𝒏𝟏 b+d = 𝑛2 a+b+c+d = N - INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO: • OR = 1,0 (não há associação entre efeito e fator) • OR > 1,0 (existirá a possibilidade de o fator ser de risco, pois no grupo de casos a presença do fator teve maior proporção) • OR < 1,0 (existirá a possibilidade de o fator ser de proteção, pois no grupo dos controles a presença do fator teve maior proporção). - INTERVALO DE CONFIANÇA: • Quanto mais estreito (menor), mais precisa a estimativa; • Capacidade de um resultado se repetir em diferentes medidas da mesma realidade. Um estudo de caso-controle foi feito para analisar a presença ou ausência da exposição a tabagismo, em indivíduos com e sem IAM. Em um total de 160 pessoas, 80 dos que tiveram IAM eram tabagistas. Dos 60 que não apresentaram IAM, 10 eram tabagistas. - CÁCULO: OR = 80 𝑥 50 20 𝑥 10 = 20 - COMO RESPONDER À QUESTÃO: Conclui-se que há 20 vezes mais chances de infarto no grupo de tabagistas. • O pesquisador pode interferir em etapas da pesquisa; • Provoca uma modificação intencional; • Podem ser controlados ou não; • Podem referir-se ao indivíduo ou a uma comunidade; • Experimento controlado em voluntários humanos; • Avalia segurança e eficácia de um tratamento ou de intervenções (ex.: cirurgias); • Determina efeitos farmacológicos, farmacocinéticos e farmacodinâmicos de novos medicamentos; • Inclui o estudo das reações adversas; • São uma classe especial de estudos de coorte; • A seleção do grupo de controle, as intervenções e tratamentos, são especificadas pelo pesquisador; • Possui finalidade de fazer comparações imparciais (sem vieses); Vantagens • Barato, rápido (em relação a coortes); • Permite investigação simultânea de múltiplas exposições; • Adequado para doenças raras; • Informações com base em um número pequeno de dados; Desvantagens • Dificuldade para selecionar o grupo controle; • Dados retrospectivos (no passado) podem estar incertos; • Presença de fatores de confusão dificulta a interpretação; • Não calcula incidência, prevalência, nem risco relativo. Pois não utiliza denominadores populacionais e os critérios de seleção são estabelecidos pelo observador. IAM FATOR (fumante) SIM NÃO Total PRESENTE 80 10 90 AUSENTE 20 50 70 Total 100 60 160 - NOTA: Estudam doenças raras: estudos ecológicos e caso-controle; Não estudam doenças raras: transversal e coorte. - QUESTÃO EXEMPLO: Estudos de intervenção Ensaio clínico Lu d m il a V io le ta d e M or a es 7 Definição da população Novo tratamento Melhora Não melhora Tratamento concorrente ou placebo Melhora Não melhora - CARACTERÍSTICAS: • O pesquisador pode atribuir a exposição de forma aleatória (randomizada); • Prospectivos, longitudinais; • A seleção NÃO é baseada no resultado da exposição; • Pretende-se isolar a contribuição de um fator mantendo-se todos os outros; - INTERVENÇAO OU TRATAMENTO: podem ser medicamentos, procedimentos cirúrgicos, medidas preventivas, programas educacionais, regime dietético etc. - ALOCAÇÃO DE PACIENTES: • O método aleatório é o preferido, pois se baseia no acaso; • Randomização: alocação ao acaso, como se fosse um “sorteio”, assim elimina o viés de seleção; - GRUPO CONTROLE: • Indivíduos que recebem a intervenção e por comparação (contraste), servem para avaliar a utilidade relativa da terapia experimental; • Devem receber o melhor tratamento que existir no momento e se não houver, utiliza-se o placebo, para que possa ser fita a comparação com o novo tratamento que está sendo testado; • Em caso de vacinas, selecionam indivíduos sadios que tem predisposição a desenvolver a característica escolhida; - EVENTO E DESFECHO: o ensaio pode acabar devido: • Podem ser determinações bioquímicas, fisiológicas ou microbiológicas; • Escala de atividade da doença; • Eventos clínicos; • Medidas de bem-estar ou funcionalidade; • Tempo de sobrevivência. - EFEITOS TOTAIS: melhora espontânea + respostas inespecíficas + efeitos específicos. - EFICÁCIA: “se o tratamento funciona em condições ideais, se o tratamento eficaz traz mais benefícios que prejuízo.” Condições ideais: laboratorial com paciente sem HAS, diabetes etc. (Resumo Mª Eduarda Nogueira). - EFETIVIDADE: “se o tratamento funciona em condições normais, se o tratamento efetivo traz mais benefício que prejuízo” Condições normais: disponível a população com HAS, diabetes etc. (Resumo Mª Eduarda Nogueira). - VALIDADE: garante que o efeito observado é por conta da intervenção que foi feita e não por outros fatores. • Externa: resultados possibilitam aplicabilidade para outras circunstâncias; •Interna: desenho e condução de um estudo podem prevenir erros sistemáticos ou viés, para que isso ocorra alguns aspectos são indispensáveis: ➢ Aleatoriedade; ➢ Seguimento (acompanhamento) completo dos pacientes; ➢ Análise por intenção de tratar. - ALEATORIZAÇÃO (RANDOMIZAÇÃO): assegura a distribuição equilibrada de todas as variáveis de confusão, conhecidas ou não e/ou difíceis de medir. - SEGUIMENTO COMPLETO: todos devem ser monitorados durante o estudo e avaliados na finalização desse. • Caso não aconteça pode ocorrer a formação de grupos que não são semelhantes; • Desistências e retiradas devem informar as causas. - ANÁLISE POR INTENÇÃO DE TRATAR: é incluir e analisar os sujeitos no grupo ao qual foram alocados, mesmo que esses recebam ou não a intervenção. Os pesquisadores podem querer excluir os indivíduos por: • Não receber a intervenção; • Baixa adesão; • Falhas ao protocolo; • Motivos relacionados ao prognóstico. Ex.: Quando a vacina pfizer começou a ser comercializada precisava de condições bem específicas de armazenamento e manejo, pois sabia- se que naquelas condições ideais ela trazia mais benefícios que prejuízos. Mas logo ela acabou sendo submetida a condições normais, devido a realidade de vacinação de cada país. Como vacinação domiciliar de idosos, na qual ela deveria ser transportada em isopor e afins. Provou- se também que em condições normais ela traz mais benefício que prejuízo. Lu d m il a V io le ta d e M or a es 8 - MASCARAMENTO (CEGAMENTO): tentativa de evitar que se saiba quem está recebendo a intervenção para evitar que isto interfira no resultado. Ex.: Efeito HAWTHORNE: mudança de comportamento do indivíduo devido ao fato de estar sendo observado. Como, em um estudo sobre uma nova droga para diabetes, o paciente começa a fazer dieta. Simples cego Apenas os participantes desconhecem o grupo ao qual pertencem. Duplo-cego Nem médicos e nem pacientes sabem quem pertence a qual grupo. Triplo-cego Médicos, paciente e outros profissionais desconhecem quem pertence aos grupos. Aberto Todos sabem quem pertence aos grupos. • Vantagens: diminui o risco de diferenças no estilo de tratamento e na resposta dos pacientes. • Desvantagens: inviáveis em intervenções que não podem ser escondidas do paciente ou médico (apresentam muitos efeitos colaterais). - VALIDADE EXTERNA: envolvem aspectos como variação de pacientes, etnoculturais, gravidade, custo-benefício, risco, infraestrutura. Está relacionada com a efetividade. - MEDIDAS DE EFEITO: Risco Relativo (RR): Desfecho Intervenção Sim Não Total Tratamento a b a+b Controle c d c+d Risco no grupo com intervenção R (t) = a/a+b Risco no grupo controle R (c) = c/c+d RR = 𝑹𝒕 𝑹𝒄 Desfecho Intervenção Sim Não Total Betametasona 36 496 532 Placebo 60 478 538 TOTAL 96 974 1070 - Cálculo: R(t) = 36/532 = 0,068 ou 6,8% R(c) = 60/538 = 0,112 ou 11,2% RR = 0,068/0,112 = 0,61 - INTERPRETAÇÃO: Representa quanto o risco do grupo tratado é maior ou menor que o risco do grupo controle. No caso dessa questão, menor. Ou seja, a betametasona está fazendo efeito. - EFICÁCIA = (1-RR) x 100 ou 1- (Rt/Rc) = 1 – (0,068/0,112) = 39,3% (calculado pela questão exemplo). ELE FALOU QUE ESSE CÁLCULO NÃO VAI CAIR. - REDUÇÃO ABSOLUTA DE RISCO (TAMBÉM FALOU QUE NÃO VAI CAIR): • R(c) – R(t) = 0,112 – 0,068 = 0,044 ou 4,4% - FASES DO ENSAIO CLÍNICO: Pré-clínico • Estudos realizados em animais, reúnem informações farmacológicas da droga e se os efeitos passam para a prole. FASE 1 • Feito em pequenos grupos (20-80 pessoas); • Envolve seres humanos; • Objetivo: avalia segurança, perfil farmacocinético e farmacodinâmico; • Investiga dosagem, via de administração e toxicidade. FASE 2 • Estudo terapêutico-piloto; • Pequeno número de pacientes (100- 200); • Medicamento utilizado em pessoas que possam se beneficiar dele; • Ex.: diminuição de tumor; • Acompanhamento intenso; • Objetivo: avaliar a eficácia e a segurança a curto prazo e determinar a melhor dose a ser utilizada. FASE 3 (considerada a etapa dos ensaios clínicos) PRESTAR ATENÇÃO. • Tenta colocar maior número de pacientes e grupos variados; • Objetivo: determinar a eficácia e segurança a curto e longo prazo das diversas formulações do novo princípio ativo e estabelecer o valor terapêutico absoluto e relativo do medicamento; • Extensa e rigorosa; • Duplo-cegos e randomizados; • Condições o mais próximas possíveis das condições normais de uso; • Solicita aprovação, após isso pode ser comercializado. FASE 4 • Estudos de farmacovigilância, que podem ser feitos por outros tipos de estudos já mencionados. Como o transversal, caso-controle, coorte; • Medicamento vendido desde o começo dessa fase; • O uso generalizado possibilita detectar efeitos colaterais incomuns. - ATENÇÃO: fases 1 e 2 são de estudos explanatórios, fase 3 registro no órgão de vigilância de sanitária, fase 4 pragmática. - QUESTÃO EXEMPLO: Lu d m il a V io le ta d e M or a es 9 - QUESTÕES ÉTICAS: (toda parte de questão ética do resumo de Mª Eduarda Nogueira) Código de Nuremberg (1947); Declaração dos Direitos Humanos (1948); Declaração de Helsinque (1964,1975,1983, 1989); Diretrizes éticas internacionais para pesquisas biomédicas envolvendo seres humanos (CIOMS. International ethical guidelines for biomedical research involving humans subjects. Geneva: WHO, 1993.); Brasil: Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde Só pode ser realizado o ensaio clínico: • Benefício máximo e risco mínimo • Desenho bem fundamentado e investigadores qualificados • Protocolado e autorizado por um CEP • TCLE • Comitês de monitoramento de dados e segurança » Critérios para suspensão da pesquisa • Registrado em um banco de ensaios clínicos • Produzir um relatório final detalhado ECR – Protocolo – Principais questões: → Métodos a serem utilizados devem ser preestabelecidos • Doença sob investigação • Fonte de recrutamento (amostra) seleção de pacientes – critérios de inclusão e exclusão de pacientes = Validade externa • Intervenções sob comparação – nenhum tratamento, placebo ou tratamento padrão/ como serão administradas • Reações adversas. VANTAGENS • Evidência mais forte de causa e efeito; • Algumas vezes, é exceção, pode produzir uma resposta mais rápida e mais barata que estudos observacionais; DESVANTAGENS • Muitas perguntas ficam sem respostas; • Barreira ética; • Resultado muito raro; • Intervenção padronizada (idealizada), muito diferente da prática; - AVALIAÇÃO DA LITERATURA: busca da evidência; avaliação da validade do estudo; interpretação dos resultados; aplicabilidade dos resultados. - “CONSORT”: estudos clínicos devem ser registrados e deve-se haver o emprego de uma lista de checagem. Teste diagnóstico
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