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Circulação pulmonar

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Medicina UNESC 212
Brenda Rodrigues Sousa
Fisiologia
Circulação Pulmonar 
Elasticidade: capacidade que um objeto tem de voltar para o volume original, tem um sentido contrario a distensão dele
Distensibilidade: capacidade de distensão, de aumentar o volume do objeto. Nem todo objeto distensível é elástico, pois ele pode se distender e não voltar ao seu volume original.
Complacência: pressão que é colocada para ter determinada variação de volume. Quanto maior a força elástica mais difícil vai ser distender o objeto (pensar no balão), dessa forma menor será a complacência, pois será necessária mais pressão para ´´encher`` menos volume.
CORAÇÃO
O coração é formado por ´´dois corações``, direito e esquerdo, sem comunicação entre eles.
São formados por duas câmaras, átrio esquerdo/direito ventrículo esquerdo/direito, o lado direito (ventrículo) direciona sangue para a circulação pulmonar e todo o sangue que chega no ventrículo esquerdo vai para a circulação sistêmica. 
É uma bomba hidráulica muscular que exerce uma pressão sobre uma coluna de sangue, que é propelido pela pressão exercida pela contração do coração. 
Lado direito: empurrar para a circulação pulmonar. Lado esquerdo: empurra o sangue para todo o corpo, precisa ser mais forte, por isso é mais desenvolvido.
O sangue após ter percorrido toda a circulação sistêmica, liberando o O2 e captando o CO2 vai voltar para o coração por meio das veias cavas superiores e inferiores, vai entrar no átrio direito, vai passar pela válvula tricúspide e vai para o átrio direito, quando o coração se contrair esse sangue vai do átrio direito para a artéria pulmonar, esse sangue vai passar pelo pulmão, liberar o CO2 e captar O2. Depois esse sangue vai retornar ao coração pelas veias pulmonares entrar no átrio esquerdo, passar para o ventrículo esquerdo através da válvula mitral, quando ocorrer outra contração esse sangue oxigenado vai passar pela válvula aórtica, ser direcionado para a aorta e assim chegar a circulação sistêmica.
CIRCULAÇÃO PULMONAR
O pulmão tem duas circulações:
· Baixo fluxo e alta pressão: sangue arterial, rico em O2, não necessariamente em uma artéria. Baixo fluxo pois não é muito sangue que passa por ele, é uma circulação paralela que sai da aorta e vai nutrir/ oxigenar o pulmão. Em torno de 2% do debito cardíaco. 
-CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA: vasos brônquicos, originarias na aorta torácica, leva sangue para os pulmões, nutre os tecidos de suporte dos pulmões, tecido conjuntivo, septos e os grandes e pequenos brônquios. Drena para as veias pulmonares e entra no átrio esquerdo após ter liberado O2 no pulmão e captado CO2 do mesmo. Nesse caso tem-se uma pequena mistura de sangue, reduzindo um pouco o nível de oxigênio do sangue enviado para a circulação sistêmica 
OBS: essa circulação não tem a função de realizar a oxigenação sanguínea, e sim nutrir os pulmões e seus anexos.
-VASOS LINFÁTICOS: removem partículas que chegam aos alvéolos e proteínas que escapam dos capilares pulmonares. Iniciam nos espaços de tecido conjuntivo que circundam os alvéolos. Retira o excesso de liquido, evitando edemas pulmonares. Esses vasos confluem para o hilo pulmonar.
· Alto fluxo e baixa pressão: sangue venoso, pobre em O2, não necessariamente está numa veia. Alto fluxo pois todo o sangue do corpo passa por ela, porém de baixa pressão pois não precisa de muita pressão, o pulmão tem baixa resistência a passagem de sangue, os vasos do pulmão são muito complacentes, ou seja, se distendem com facilidade com baixas pressões. Em torno de 5L/min.
-VEIA PULMONAR: drena sangue que passou pelos pulmões para o átrio esquerdo (leva sangue arterial)
PRESSÕES NO SISTEMA PULMONAR
sangue arterial: rico em O2, não necessariamente numa artéria 
sangue venoso: pobre em O2, não necessariamente numa veia
-PRESSÃO NO VD: Sístole, contração do ventrículo, pressão de 25 mmhg e na diástole cai para 0 mmHg que é quando o ventrículo está se enchendo 
-PRESSÃO NA ARTÉRIA PULMONAR: na sístole 25 mmHg e na sístole de 8 mmHg, ela não cai para 0 pois ela vai caindo aos pouco para evitar que o sangue volte do átrio para o ventrículo, ai quando vai cair mais a pressão (cair a baixo de 8mmHg) o ventrículo direito, que já recebeu mais sangue, se contrai empurrando mais sangue para a artéria pulmonar, aumentando novamente a pressão e o fluxo sanguíneo. A medida que o sangue vai fluindo na circulação pulmonar as pressões vão caindo, mas ai vem uma nova sístole e aumenta essas pressões novamente. 
Conforme os vasos pulmonares vão se ramificando o sangue vai chegar no capilar com uma pressão menor, com cerca de 7 mmHg, depois vai para a veia pulmonar, com a pressão continuando caindo, até chegar no átrio esquerdo com uma pressão de cerca de 2 mmHg.
-PRESSÃO ATRIAL ESQUERDA E NAS VEIAS PULMONARES: cerca de 2mmHg
Medição por cateter nas veias do lado direito do coração vai medir a pressão, porém é muito difícil medir a pressão nas veias pulmonares e no átrio esquerdo, são valores estimados.
Obs.: As pressões da circulação pulmonar são muito menores do que as pressões na circulação sistêmica.
VOLUMES SANGUÍNEOS DOS PULMÕES
Cerca de 70 ml localizados nos capilares pulmonares, 380 ml nas artérias e veias pulmonares, sendo 450ml totais dentro dos pulmões (9% do volume total do sangue)
Os pulmões funcionam como reservatório de sangue, vasos se distendem para acomodar o volume de sangue (alteração do calibre dos vasos), sendo muito complacentes. Pode variar até 2x o volume normal. O aumento da pressão torácica (numa expiração forçada) pode ejetar até 250ml para a circulação sistêmica, sendo remanejado esse sangue de acordo com a demanda corporal.
O fluxo de sangue pelos pulmões é igual ao débito cardíaco, assim, os vasos pulmonares se dilatam com o aumento da pressão e se estreitam com a diminuição da pressão permitindo a acomodação do sangue.
A falta de oxigênio em tecidos, na circulação sistêmica, provoca vasodilatação, porém na circulação pulmonar é diferente, ao invés de promover a vasodilatação, vai promover a vasoconstrição dos lugares mais pobres em oxigênio, diminuindo a quantidade de sangue que passa por aquele lugar, e aumentando a quantidade de sangue que passa por lugares mais oxigenados, para assim, conseguir oxigenar o sangue. Quando a concentração de O2 no ar alveolar cai para menos de 70% (PO2<73mmHg) os vasos sanguíneos adjacentes se contraem desviando o sangue para locais bem mais ventilados.
GRADIENTE DE PRESSÃO HIDROSTÁTICA NOS PULMÕES
A pressão sanguínea no ápice do pulmão é diferente do que na base do pulmão, diferença gerada pela gravidade, sendo cerca de 23mmHg de diferença, sendo 15mmHg acima do coração e 8 mmHg abaixo. Essa diferença altera o fluxo sanguíneo nos diferentes segmentos do pulmão, por isso tem pouco fluxo no ápice e alto fluxo na base, pois para o sangue chegar ao ápice ele tem que vencer a gravidade. No adulto em pé a base dos pulmões fica 30 cm abaixo do ápice. Ou seja, pouco fluxo no ápice e maior fluxo na base, cerca de 5x menos.
OBS: isso quando a pessoa está em pé, quando está deitada a diferença de pressão é mínima, pois a diferença de altura entre o ápice e a base é muito pequena.
Os capilares pulmonares são distendidos pela pressão arterial mas comprimidos pela pressão de ar nos alvéolos, para ter circulação no pulmão tem que ter o equilíbrio de forças, da pressão dos capilares e a força que o ar faz na parede dos alvéolos (capilares passam no meio dos alvéolos). Se a pressão de ar no alvéolo for maior que a pressão arterial no capilar, ele se fecha, interrompendo o fluxo sanguíneo.
· Existem 3 padrões de fluxo possíveis em condições fisiológicas ou patológicas.
ZONA 1: ausência de fluxo sanguíneo durante todas as partes do ciclo cardíaco, vaso comprimido. Isso não ocorre num pulmão normal
ZONA 2: fluxo intermitente, interrompido na diástole (pois a pressão alveolar é maior do que a pressão nos capilares, ocluindo a passagem de sangue) e liberado na sístole,
ZONA 3: fluxo constante, sem interrupção, tanto na sístole quanto na diástole a pressão capilar vaiser sempre maior do que a pressão alveolar
PULMÃO NORMAL: presença da zona 2 no ápice e zona 3 nas bases.
Por que na zona dois a circulação é intermitente?
-SÍSTOLE: a pressão arterial no ápice é maior do que a pressão alveolar, mantendo o capilar aberto na sístole.
-DIÁSTOLE: a pressão diastólica é cerca de 8 mmHg, não sendo capaz de vencer os 15mmHg gerados pela pressão hidrostática, interrompendo o fluxo temporariamente no ápice da diástole.
Pressão arterial Sistólica 10mmHg - HÁ FLUXO NA SÍSTOLE. A pressão sistólica de 25mmHg, é capaz de empurrar o sangue contra o gradiente de pressão hidrostática de 15mmHg gerada pela gravidade. Pressão arterial Sistólica 25mmHg
NÃO HÁ FLUXO NA DIÁSTOLE: A pressão diastólica de 8mmHg, não é capaz de empurrar o sangue contra o gradiente de pressão hidrostática de 15mmHg gerada pela gravidade- Pressão arterial Distólica 8mmHg.
Em decúbito (deitado) todo o pulmão vira zona 3, já em pé a zona 2 começa 10 cm acima do nível médio do coração até o ápice, abaixo disso é zona 3. 
CIRCULAÇÃO PULMONAR NO EXERCÍCIO FÍSICO
 ↑ pressão arterial pulmonar converte zonas 2 em 3. 
· ↑ Fluxo sanguíneo em todas as partes do pulmão – de 4-7x, pois o coração vai aumentar o debito cardíaco para oxigenar todo o ar que entra.
· Para acomodar esse fluxo, o pulmão: 
1- aumenta o número de capilares abertos
2- distende os vasos pulmonares
3- aumenta a pressão arterial pulmonar
Assim, a resistência vascular pulmonar (resistência para a passagem de sangue pelos pulmões) é diminuída.
Permite um grande aumento de fluxo sem aumentar tanto a pressão
Debito cardíaco é a quantidade de sangue que é ejetado pelo coração por minuto, assim o aumento no débito cardíaco não vai aumentar tanto a pressão na artéria pulmonar.
CIRCULAÇÃO PULMONAR NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Caso o coração esteja falhando pode-se começar a ter acúmulo de sangue no pulmão. Se o lado esquerdo começar a falhar (ex: infarto) terei problema para empurrar o sangue para dentro da aorta, dessa forma, o sangue vai começar a se acumular, primeiro no átrio esquerdo e depois vai se acumular dentro da circulação pulmonar, resultando em um possível edema pulmonar, dificultando a troca gasosa e respiração. Num caso desse, o ventrículo esquerdo para de contrair resultando no acúmulo de líquidos dentro do mesmo, dessa forma, com esse acúmulo sanguíneo dentro do ventrículo e do átrio esquerdo vai ser elevada a sua pressão de 1-5mmHg até valores de 40-50mmHg. Apesar de os vasos pulmonares terem grandes complacências isso tem um limite, a complacência não é infinita.
· Até 7mmHg, não geram repercussão na circulação pulmonar
· > 7mmHg causam aumento proporcional da pressão na circulação pulmonar
· >30mmHg pode causar edema pulmonar.

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