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HISTÓRIA DO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
AULA 9 – CULTURA DE MASSA, MULTICULTURALISMO E 
PÓS-MODERNIDADE.
GLOBALIZAÇÃO E CULTURA - AULA 09
HISTÓRIA DO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
Nesta aula abordaremos:
▪ Aspectos centrais relativos ao 
multiculturalismo.
▪ Questões relativas a diversidade 
cultural.
▪ As relações entre cultura de 
massa e o fenômeno da 
globalização;
GLOBALIZAÇÃO E CULTURA - AULA 09
HISTÓRIA DO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
“ADMIRÁVEL MUNDO NOVO...”
O mundo contemporâneo está atravessando um importante
processo de expectativas diante de eventos mundiais e
processos internacionais que tem marcado a sociedade
como um todo. Vivemos em um meio onde a diversidade
é cada vez mais presente: com valores, opções, decisões,
direções cada vez mais plurais capacitam a formação das
mais variadas identidades.
Uma das razões que contribuiu fundamentalmente para isso
foi a aceleração dos meios de comunicação. Entretanto o
fenômeno central que de fato impactou essa cada vez
mais nova realidade que experimentamos foi o processo
de globalização ou mundialização econômica e
universalização da cultura.
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O NOVO MUNDO: UM CALDEIRÃO CULTURAL COMPLEXO
O Continente americano por 
exemplo pode ser visto como 
um imenso caleidosópio 
cultural, onde as culturas 
autóctones se articularam 
(pela força, mas também 
pela comunicação) com as 
diversas culturas européias 
de conquista e colonização. 
Esse processo pode ser 
caracterizado como um dos 
mais complexos exemplos de 
DIVERSIDADE CULTURAL de 
nosso planeta.
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MAS O QUE É CULTURA?
O termo CULTURA é algo dificílimo de ser definido. Vimos que
em Freud por exemplo ele se opõe ao termo CIVILIZAÇÃO em
uma perspectiva conceitual. Entretanto podemos
compreender seu significado com o auxílio de ramos do saber
como é o caso da ANTROPOLOGIA. O antropólogo e estudioso
dos processos culturais CLIFFORD GEERTZ elaborou na década
de 1970 uma TEORIA INTERPRETATIVA DA CULTURA, onde
define o papel ativo do homem na elaboração de uma TEIA DE
SIGNIFICADOS AUTOREFERENTES e define o papel da cultura
como sendo a INTERPRETAÇÃO DESTA TEIA. Cultura seria
portanto a sofisticada relação entre a ação do homem no
mundo e as representações decorrentes dela.
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Em termos culturais denominamos MULTIPLICIDADE a
pluralidade de fatores que juntos formam um panorama
rico e complexo de uma cultura. Já o termo ALTERIDADE se
refere a percepção do OUTRO como tal e sua constituição
como SUJEITO dotado de direitos e de liberdade de
expressão; e finalmente utilizamos o termo DIFERENÇA para
exaltar os dois primeiros ou seja: o respeito e a tolerância
às DIFERENÇAS é o que garante a afirmação democrática da
DIVERSIDADE CULTURAL em toda a sua riqueza e plenitude.
UNUN ET PLURIBUM.
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O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da
individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o
discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças
parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de
que se fala é igualdade normativa, relativa aos direitos e
deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere
são diferenças de valores, de costumes, posto que se trata de
indivíduos de raças diferentes entre si. É preciso que se
reconheça e se respeite as diferenças próprias de cada
indivíduo. Isto é ponto de partida para que se possa conviver
em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve
existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano,
social, o que nos interessa é realmente ser diferentes.
MULTICULTURALISMO: CONCEITO E DEFINIÇÃO
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Um dos mais importantes 
trabalhos acerca da questão da 
alteridade é a obra A Conquista 
da América: a questão do outro
de Tzvetan Todorov. O autor faz 
um estudo sobre o estranhamento 
entre culturas a partir da leitura 
de conquistadores e indígenas 
sobre si mesmos. A ausência do 
desejo de reconhecer o outro 
como tal teria marcado a 
brutalização do elemento 
indígena nas formações coloniais 
e sua tentativa de extermínio.
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O livro de Todorov remonta a uma história ocorrida há mais
de 500 anos, mas até os dias de hoje percebemos esse
estranhamento e, principalmente, a questão do preconceito
quando vemos algo diferente. É a política do estranhamento
e da falta de uma visão multicultural, fatores que podem
levar ao radicalismo e, temos que estar sempre atentos a
isso, abertos à compreensão daquilo que é diferente de
forma a desenvolvermos um olhar múltiplo, plural.
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O fenômeno multicultural na GLOBALIZAÇÃO
A GLOBALIZAÇÃO tem contribuído sobremaneira para a
aceleração de uma sociedade mundial multicultural, mas
não sem engendrar em si mesma todo um universo de
contradições. Ao mesmo tempo que tem proporcionado
uma interconexão de culturas, línguas e sociedades, ela
também tem causado fenômenos de massificação e até
mesmo de mutilação cultural, na medida em que um
mundo cada vez mais interligado pode acabar
desarticulando culturas originais, desmobilizando
comunidades culturais, padronizando exageradamente.
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GLOBALIZAÇÃO? O QUE É?
Uma das principais possibilidades (não a única!) de definir
globalização é a partir de argumentos econômicos. Um
mundo cada vez mais interdependente a partir de fins da
década de 1970 aponta para uma aceleração na tecnologia
de transportes e na internacionalização acelerada do
capitalismo. É exatamente por isso que a primeira definição
importante de globalização é GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA.
Não podemos falar de uma globalização política de forma
plena, embora isso seja cada vez mais discutido. Entretanto
o fenômeno da globalização aponta para uma situação
política de grandes HEGEMONIAS MULTIPOLARES. Em termos
culturais podemos falar em MUNDIALIZAÇÃO ou
UNIVERSALIZAÇÃO da cultura (ROUANET)
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CULTURA DE MASSA
A expressão ‘cultura de massa’, 
posteriormente trocada por 
‘indústria cultural’, é aquela criada 
com um objetivo específico: atingir 
a massa popular, maioria no interior 
de uma população, transcendendo, 
assim, toda e qualquer distinção de 
natureza social, étnica, etária, de 
gênero ou psíquica. Todo esse 
conteúdo é disseminado por meio 
dos veículos de comunicação de 
massa e propaganda.
http://www.infoescola.com/cultura/industria-cultural/
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A ESCOLA DE FRANKFURT
A Escola de Frankfurt foi o nome dado ao grupo de pensadores,
filósofos e cientistas sociais alemães que se dedicaram aos
estudos de variados temas que compreendiam desde os
processos civilizadores modernos e o destino do ser humano na
era da técnica (ou tecnologia) até a política, a arte, a música,
a literatura e o cotidiano. Dentro desses temas, chamaram à
atenção para a extrema importância da mídia (meios de
comunicação) como fomentador da cultura de mercado e
formadora do modo de vida contemporâneo. Dentre os grandes
pensadores desta Escola, podemos citar Theodor Adorno, Max
Horkheimer, Hebert Marcuse, Erich Fromm e Walter Benjamin.
Destacamos os dois primeiros, Adorno e Horkheimer, criadores
de um conceito base para os estudos culturais: a indústria
cultural.
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CULTURA E RESISTÊNCIA
Podemos utilizar também o 
conceito de RESISTÊNCIA CULTURAL 
para falarmos das alternativas aos 
processos de hegemoniacultural 
(Gramsci) característicos da 
Globalização. Trata-se na verdade 
de um reforço das identidades 
locais e de suas manifestações em 
termos culturais na tentativa de 
busca de um outro sentido para a 
diversidade cultural, que consiga 
driblar os processos de recriação e 
padronização típicos de uma 
cultura de massa globalizada.
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COM A PALAVRA: THEODOR 
ADORNO
“Os produtos da indústria 
cultural podem estar certos de 
serem jovialmente consumidos, 
mesmo em estado de distração. 
Mas cada um destes é um 
modelo do gigantesco 
mecanismo econômico que 
desde o início mantém tudo sob 
pressão tanto no trabalho 
quanto no lazer que lhe é 
semelhante.” 
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COM A PALAVRA: MAX HOKHEIMER
“De cada filme sonoro, de cada 
transmissão radiofônica, pode-se 
deduzir aquilo que não se poderia 
atribuir como efeito de cada um 
em particular, mas só de todos 
em conjunto na sociedade. 
Infalivelmente, cada 
manifestação particular da 
indústria cultural reproduz os 
homens como aquilo que já foi 
produzido por toda a indústria 
cultural.”
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Quando vemos programas que têm estreia mundial,
percebemos o quanto a cultura de massa está mais presente.
A proposta é manter todos os indivíduos conectados ao
mesmo tempo, ávidos por fazerem parte de um universo em
constante mutação, rumo à modernidade. Isso fomenta uma
sociedade cada vez mais decidida a inserir-se em um
universo global, a assumir como seus valores considerados
universais e a interagirem com todas as partes do mundo,
cada vez mais dependentes da comunicação e, muitas vezes,
isolando-se do convívio pessoal.
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PONTOS DE FIXAÇÃO:
MULTICULTURALISMO,
ALTERIDADE e DIFERENÇA, são
aspectos fundamentais da
Diversidade Cultural.
A Globalização se define
especialmente pela aceleração
mundial do capitalismo, das
comunicações e da cultura;
A Cultura de Massa ou Indústria
Cultural vem responder a essa
nova situação internacional, em
um mundo conectado e global.
MODELO DE MOLDURA PARA 
IMAGEM COM ORIENTAÇÃO 
VERTICAL
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E como resumir nunca é demais...
Agora que analisamos o multiculturalismo, a globalização e a
cultura de massa, devemos refletir sobre como nos inserimos
dentro desse universo e somos bombardeados com elementos
culturais que visam nos aproximar de uma modernidade cada
vez mais aprisionadora.
O que somos e quem somos dentro desse universo que se
construiu a partir do final do século XIX, consolidou-se no
século XX e iniciou o século XXI fortalecendo cada vez mais o
conceito de mundo interligado. Vamos pensar sobre o assunto
e debater com nossos amigos, colegas de trabalho, familiares
e interlocutores em geral. O mundo globalizado precisa de
pessoas com reflexão crítica e sofisticada.