Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 161 AULA 14 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Tributos de Competência da União 03 Impostos 04 Imposto de Importação 05 Imposto de Exportação 20 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 28 Imposto sobre produtos industrializados 59 Imposto sobre Operações Financeiras 78 Imposto sobre a propriedade rural 84 Imposto sobre grandes fortunas 93 Impostos Extraordinários de Guerra 94 Impostos Residuais 96 Questões Propostas 97 Gabaritos 161 Olá, caro amigo e futuro servidor! Chegamos à décima quarta aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). Nessa aula iremos tratar dos impostos de competência da União. Nessa aula veremos os sete impostos expressamente previstos na competência tributaria da União, mais precisamente nos incisos I a VII do artigo 153 da CF/88, quais sejam: Imposto de Importação; Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; Imposto sobre produtos industrializados; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 161 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; Imposto sobre a propriedade territorial rural; Imposto sobre grandes fortunas. Além desses sete impostos, veremos também o imposto extraordinário de guerra e os impostos residuais, mais dois impostos outorgados à União pela CF/88. Esse tema da aula de hoje é bem mais comuns em provas aplicadas ao Fisco Federal, motivo pelo qual não é muito explorado pelo CESPE e demais bancas. Logo, as questões do CESPE sobre o tema da aula de hoje são bem escassas. Diante disso, irei complementar a bateria de questões comentadas com questões de outras bancas, em especial da ESAF, que é a banca que mais possui questões sobre o tema. Ok? Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem ainda os meus contatos: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 161 Tributos de Competência da União Nessa aula iremos estudar os impostos de competência da União, que possui a mais ampla gama de exações tributárias dentre os entes políticos, uma vez que, além dos sete impostos previstos expressamente nos incisos I a VII do artigo 153 da CF/88, possui ainda os impostos residuais, as contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico, as contribuições residuais, entre outras. Em frente, espartanos! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 161 Impostos da União Como comentei anteriormente, a União é o ente que mais possui impostos (e também tributos) em sua competência tributária, sejam os presentes nos incisos I a VII do artigo 153 da CF/88, sejam os impostos residuais e o imposto extraordinário de guerra. A lista de impostos da União, num total de nove, é a seguinte: Imposto de Importação; Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; Imposto sobre produtos industrializados; Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; Imposto sobre a propriedade territorial rural; Imposto sobre grandes fortunas. Impostos extraordinários de guerra; Impostos Residuais. Os impostos residuais se referem a um termo genérico, e não a um imposto específico, podendo vir a ser criado pela União em razão do que consta no artigo 154, I, da CF/88. Vamos a cada um deles agora! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 161 Imposto de Importação (II) Nosso primeiro imposto federal da aula de hoje será o imposto de importação, um tributo eminentemente extrafiscal, utilizado precipuamente na regulação do comércio exterior, dificultando ou facilitando mais ou menos a chegada de um produto, mercadoria ou bem ao território nacional. Para esse imposto, o caráter fiscal é secundário, uma vez que a função arrecadatória não é a sua função principal. Esse imposto pode ter suas alíquotas livremente alteradas por ato do poder executivo, sem que seja necessário observar os princípios da anterioridade e da noventena, cabendo à CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) a fixação – aumento e redução – das mesmas, observado sempre os limites e condições previstos em lei. Lembre que o II é exceção, quanto à alteração de suas alíquotas, aos princípios da anterioridade, da noventena e da legalidade! O imposto de importação é também um importante instrumento de controle da política econômica e fiscal do Governo, protegendo a economia nacional dos produtos, bens e mercadorias importadas do exterior, como havia comentado anteriormente. Vamos agora aos atributos desse importante tributo aduaneiro. Em frente! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 161 Fato Gerador e alíquota O fato gerador do imposto de importação é a ENTRADA de mercadoria ESTRANGEIRA no território nacional, de acordo com o artigo 19 do CTN e 79 do Regulamento Aduaneiro – RA (Decreto Federal nº 6.759, de 2009), que assim nos dizem: “Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional.“ “Art. 69. O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira. Parágrafo único. O imposto de importação incide, inclusive, sobre bagagem de viajante e sobre bens enviados como presente ou amostra, ou a título gratuito.” A entrada em território nacional, para efeitos de incidência do II, poderá ser real ou fictícia. Em termos legais, a entrada no território nacional se considera concretizada com o fim do despacho aduaneiro de importação, o qual tem início com o momento da apresentação da declaração de importação (DI) perante a repartição aduaneira federal competente, considerando-se a mercadoria finalmente nacionalizada e integrada à economia nacional. Entretanto, o momento da ocorrência do fato gerador do II, regra geral, é a data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo perante a autoridade fazendária competente. Outras situações, contudo, podem dar origem, em termos legais, ao fato gerador do II, independentemente da entrada física em território nacional. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br7 de 161 De acordo com o Regulamento Aduaneiro, temos que: “Art. 73. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador: I - na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo; II - no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de: a) bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao regime de importação comum; b) bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada; c) mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria tenha sido apurado pela autoridade aduaneira; ou d) mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração de importação, na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, ou não seja localizada;. III - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento da mercadoria, na hipótese a que se refere o inciso XXI do art. 689. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 161 IV - na data do registro da declaração de admissão temporária para utilização econômica. Parágrafo único. O disposto no inciso I aplica-se, inclusive, no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tributação, e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importação comum.” (Grifos nossos) O fato gerador mais comum do II é o contido no inciso I, no qual o importador, por meio do SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), registra a declaração de importação de mercadoria que será submetida a consumo no território nacional. Nessa data, formalmente, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto, ainda que, fisicamente, a mercadoria já esteja em território brasileiro ao tempo do registro. Os demais incisos tratam de situações específicas em que também se considera ocorrido o fato gerador do II. Para efeito de ocorrência do fato gerador, considera-se também entrada no território aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio ou avaria tenham sido apurados pela autoridade aduaneira. Essa é a situação presente no artigo 73, II, “c”, do Regulamento Aduaneiro. Na mesma linha, não é considerado fato gerador do II as seguintes situações presentes no artigo 74 do Regulamento Aduaneiro: “Art. 74. Não constitui fato gerador do imposto a entrada no território aduaneiro: I - do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira; e Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 161 II - de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária, ainda que descumprido o regime. Parágrafo único. Na hipótese de descumprimento de que trata o inciso II, aplica-se a multa referida no art. 724.” “E quando uma mercadoria anteriormente exportada volta ao Brasil, professor?” Nesse caso, regra geral, considera-se que ocorrerá outro fato gerador com o retorno da mercadoria, uma vez que, com a sua saída do território nacional, ocorreu a desnacionalização daquela, exceto nos casos de mercadoria: Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição; Por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; Por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou Por outros fatores alheios à vontade do exportador. Nos casos acima, ainda que verificada a ocorrência da entrada de mercadoria no território nacional, não haverá a incidência do II, por expressa previsão legal. Para esses casos, considera-se que a mercadoria, embora tenha fisicamente deixado o território nacional, em termos econômicos, não chegou a ser nacionalizada no país de destino pretendido. Aquela, em termos práticos, não deixou de ser mercadoria nacional. Essas são as únicas situações! Guarde-as bem! O momento da ocorrência do fato gerador define também a alíquota a ser aplicada à operação. Desse modo, a alíquota a ser aplicada não é definida como a da data da celebração do contrato, a do momento da compra, nem a de outro momento qualquer, como o dia de embarque da mesma no exterior, e sim a alíquota vigente na data de registro da DI no SISCOMEX, Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 161 momento que, em regra, define a ocorrência do fato gerador do II. Cuidado com isso em prova! É mais comum do que possa parecer. Repito: é irrelevante, para esse específico efeito, a data da celebração, no Brasil ou no exterior, do contrato de compra e venda relativo ao produto importado, ou, então, o instante em que são embarcadas, no exterior, as mercadorias adquiridas nesse. Ou, ainda, o momento do ingresso físico desses bens em território nacional para efeito de determinação da alíquota a ser aplicada à importação. O que define esta é a ocorrência do fato gerador conforme descrito na legislação. O momento da ocorrência do fato gerador é também determinante para a definição da conversão dos valores em moeda estrangeira para moeda nacional, uma vez que será utilizada a taxa de câmbio fixada para esse dia, qual seja, o dia da ocorrência do fato gerador. É o que nos diz o artigo 143 do CTN, podendo a legislação estabelecer, contudo, outro momento para a fixação da taxa de câmbio. “Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.” Diferentemente, o II não incidirá nas seguintes situações, ainda que verificada a entrada em território nacional: o Mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e que for redestinada ou devolvida para o exterior; o Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 161 o Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida; o Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda; o Embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem; o Mercadoria estrangeira avariada ou que se revele imprestável para os fins a que se destinava, desde que seja destruída sob controle aduaneiro, antes do desembaraço aduaneiro,sem ônus para a Fazenda Nacional; e o Mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída; o Mercadorias cuja permanência no país seja temporária, para fins de, por exemplo, shows, exposições, palestras, cursos, entre outros, uma vez que importação é relativa a entrada definitiva, e não temporária; o Pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira; e o Mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária, ainda que descumprido o regime. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 161 “Art. 431. O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada. (Regulamento Aduaneiro)” Por sua vez, as alíquotas do II estão definidas na Tarifa Externa Comum (TEC), sendo definidas, regra geral, no âmbito do MERCOSUL, com exceção das alíquotas dos produtos que são exceções à TEC, sendo fixadas pelo próprio país. Na TEC estão fixadas alíquotas para cada uma das mercadorias, ainda que com valores nulos (alíquotas zero). A alíquota aplicável para o cálculo do imposto é a correspondente ao posicionamento da mercadoria na TEC, na data da ocorrência do fato gerador, uma vez identificada sua classificação fiscal segundo a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). Para fins de classificação das mercadorias, a interpretação do conteúdo das posições e desdobramentos da NCM será feita com observância das Regras Gerais para Interpretação, das Regras Gerais Complementares e das Notas Complementares e, subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, da Organização Mundial das Aduanas. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 161 As alíquotas presentes na TEC, contudo, não se aplicam: Às remessas postais internacionais e encomendas aéreas internacionais, quando aplicado o regime de tributação simplificada; “Art. 99. O regime de tributação simplificada é o que permite a classificação genérica, para fins de despacho de importação, de bens integrantes de remessa postal internacional, mediante a aplicação de alíquotas diferenciadas do imposto de importação, e isenção do imposto sobre produtos industrializados, da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação. (Regulamento Aduaneiro)” Aos bens conceituados como bagagem de viajante procedente do exterior, quando sujeitos ao regime de tributação especial; Aos bens conceituados como bagagem de viajante procedente do exterior, ou adquiridos em lojas francas de chegada, quando aplicado o regime de tributação especial; “Art. 101. O regime de tributação especial é o que permite o despacho de bens integrantes de bagagem mediante a exigência tão somente do imposto de importação, calculado pela aplicação da alíquota de cinquenta por cento sobre o valor do bem, apurado em conformidade com o disposto no art. 87. (Regulamento Aduaneiro)” Às mercadorias procedentes da República do Paraguai, importadas por via terrestre, quando aplicado o regime de tributação unificada. “Art. 102-A. O regime de tributação unificada é o que permite a importação, por via terrestre, de mercadorias procedentes do Paraguai, mediante o pagamento unificado do imposto de importação, do imposto sobre produtos industrializados, da contribuição para o PIS/PASEP- Importação e da COFINS-Importação, observado o limite Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 161 máximo de valor por habilitado, conforme estabelecido em ato normativo específico. (Regulamento Aduaneiro)” E a quem compete alterar as alíquotas do imposto de importação? Compete à Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) alterar as alíquotas do imposto de importação, observadas as condições e os limites estabelecidos em lei. Por fim, para o II, poderão ser utilizadas tanto alíquotas ad valorem quanto específicas. Veremos a diferença entre as duas no item seguinte da aula, que nos fala sobre a base de cálculo. Em frente! Base de cálculo Como se dá a apuração da base de cálculo desse importante tributo da União? De acordo com o artigo 20 do CTN, a base de cálculo do imposto é: 1) Quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; Nesse caso, temos a fixação da alíquota em razão da quantidade de mercadoria, como, por exemplo, R$ 4,00/kg, ou R$ 200,00/caixa, entre outras. Veja que o que é fundamental para definir a base de cálculo é a quantidade de mercadoria, independentemente do seu preço. Aqui, temos valores fixos em razão da quantidade importada. Com uma alíquota de R$ 1,50/kg e uma base de cálculo de 200kg, teremos imposto de importação a pagar no montante de R$ 300,00, independentemente do valor da mercadoria. 2) Quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 161 Nesses casos, o preço normal é fixado segundo dispõem as regras do artigo 7º do GATT 1994 (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Esse preço normal é denominado de valor aduaneiro, tratado na seção destinada à Valoração Aduaneira. Atente bem: as regras de valoração da base de cálculo por meio do artigo 7º do GATT somente se aplicam no caso de alíquotas ad valorem. Aqui, a alíquota, por exemplo, de 15%, incidirá sobre o valor da mercadoria, que geralmente é a aquela que consta nos documentos de importação da mesma e que são apresentados à autoridade fazendária federal. Por sua vez, integram o valor aduaneiro, independentemente do método de valoração utilizado: o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território aduaneiro; os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais referidos anteriormente; e o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos dois itens anteriores 3) Quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. Por sua vez, quando a declaração de importação se referir a mercadorias classificadas em mais de um código da NCM: a) o custo do transporte de cada mercadoria será obtido mediante a divisão do valor total do transporte proporcionalmente aos pesos líquidos das mercadorias; e Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 161 b) o custo do seguro de cada mercadoria será obtido mediante a divisão do valor total do seguro proporcionalmenteaos valores das mercadorias, carregadas, no local de embarque. Não integram o valor aduaneiro, e, por consequência, a base de cálculo do II, segundo o método do valor de transação, desde que estejam destacados do preço efetivamente pago ou a pagar pela mercadoria importada, na respectiva documentação comprobatória: 1. os encargos relativos à construção, à instalação, à montagem, à manutenção ou à assistência técnica, relacionados com a mercadoria importada, executados após a importação; e 2. os custos de transporte e seguro, bem como os gastos associados ao transporte, incorridos no território aduaneiro Toda mercadoria submetida a despacho de importação está sujeita ao controle do correspondente valor aduaneiro. Esse controle consiste na verificação da conformidade do valor aduaneiro declarado pelo importador com as regras estabelecidas no Acordo de Valoração Aduaneira, sendo esse procedimento realizado pelos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil. Vamos agora às regras relativas aos contribuintes do imposto. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 161 Contribuintes E quem são os contribuintes do II? De acordo com o artigo 22 do CTN e o artigo 104 do Regulamento Aduaneiro, contribuinte do imposto é: O importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro; O destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; O adquirente de mercadoria entrepostada; O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. Por sua vez, são responsáveis pelo pagamento do imposto: o o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; o o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro; ou o qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Por fim, são responsáveis solidários pelo pagamento do imposto, juntamente com o contribuinte: o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto; o representante, no País, do transportador estrangeiro; o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora; o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 161 o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal; o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Ainda quanto ao II, temos o seguinte para a sua prova: É um tributo sujeito a lançamento por homologação, regra geral, podendo vir a ser lançado de ofício caso sejam detectadas, pela autoridade aduaneira, irregularidades ou falta de pagamento, total ou parcial, dos valores devidos; A regra quanto ao lançamento por homologação relativa ao II apenas não se aplica no caso de bagagem acompanhada, quando temos o lançamento por declaração; De acordo com a classificação do CTN, é um tributo relativo ao comércio exterior; O território nacional, para efeitos de incidência do II, compreende a Zona Primária (que compreendem as áreas internas dos portos e aeroportos, os recintos alfandegados e locais habilitados nas fronteiras terrestres, bem como outros previstos expressamente na legislação aduaneira) e a Zona Secundária (toda a parte restante do território nacional, incluídos nesse conceito as águas territoriais e o espaço aéreo correspondente); Súmula STJ nº 95: “A redução da alíquota do imposto sobre produtos industrializados ou do imposto de importação não implica redução do ICMS”; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 161 O imposto será pago na data do registro da declaração de importação, e a importância a pagar será a resultante da apuração do total do imposto, na declaração de importação ou em documento de efeito equivalente; Quando a isenção ou a redução do imposto for vinculada à qualidade do importador, a transferência de propriedade ou a cessão de uso dos bens, a qualquer título, obriga ao prévio pagamento do imposto; A isenção ou a redução do imposto, quando vinculada à destinação dos bens, ficará condicionada à comprovação posterior do seu efetivo emprego nas finalidades que motivaram a concessão. Por fim, conforme nos ensina o professor Hugo de Brito Machado, a pena de perdimento de mercadorias em razão de infrações à legislação aduaneira faz com que despareça o correspondente fato gerador do imposto e, por consequência, não exista crédito tributário a ser cobrado. Desse modo, não podem, ao mesmo tempo, ser aplicada a pena de perdimento e exigida a cobrança do imposto de importação quanto à mercadoria irregularmente entrada no território nacional. Caso ocorresse, estaríamos diante de um bis in idem. Quanto ao II, era apenas isso. Vamos ao próximo imposto, dessa vez o de exportação de mercadorias. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 161 Imposto de Exportação (IE) Esse é mais um imposto extrafiscal relacionado ao comércio exterior, sendo também instrumento de política econômica e fiscal do governo. Assim como o II, o IE também não se submete aos princípios da anterioridade e da noventena, bem como ao princípio da legalidade em relação à alteração de suas alíquotas pelo poder executivo. Ou seja, o IE é exceção aos três princípios! Assim, caso entenda necessário aos objetivos da política econômica ou fiscal, o Poder Executivo, por meio da CAMEX, poderá livremente alterar as alíquotas do IE, atendendo apenas aos limites e imposições previstos em lei. O IE incide sobre a exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados, sendo estes entendidos como aqueles produtos originados do exterior, importados para consumo e que, por algum motivo, vão deixar o país a título definitivo. Uma vez finalizado o despacho de importação, a mercadoria considera-se incorporada à economia nacional. Caso venha ser destinada novamente ao exterior, será considerada como sendo exportada, ainda que originalmente ela tenha sido, num primeiro momento, originada do exterior. Assim, considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira importada a título definitivo. O IE, por sua vez, é um tributo de exceção, uma vez que incide apenas nos casos expressamente previstos em lei, tributando apenas um pequeno número de produtos. Cabe ao poder executivo relacionar os produtos sujeitos ao imposto. É o que dispõe o artigo 1º, §3º, do Decreto-Lei 1.578, de 1977: “Art. 1º (...) § 3o O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao imposto.” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 161 Fato Gerador O fato gerador do IE está regulado no artigo 23 do CTN, que assim nos diz em seu texto: “Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.” Por sua vez, o artigo 212 do Regulamento Aduaneiro prevê a incidência do imposto sobre a saída de mercadorias nacionais ou nacionalizadas destinadas ao exterior, cujo texto é o seguinte: “Art. 212. O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. § 1o Considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira importada a título definitivo. (...)” Considera-se que uma mercadoria deixou o território nacional e foi definitivamente exportada com a expedição da guia de exportação, ou documento equivalente, emitida pela autoridade aduaneira competente. Por sua vez, para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), conforme o artigo 213, parágrafo único, do Regulamento Aduaneiro. “Art. 213. O imposto de exportação tem como fato gerador a saída da mercadoria do território aduaneiro. Parágrafo único. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 161 É com o registro do Registro de Exportação (RE) que se considera iniciado o despacho aduaneiro de exportação, processo no qual são verificados o atendimento das normas aduaneiras necessárias à exportação, culminando com o desembaraço aduaneiro. Base de cálculo E como será dada a base de cálculo do IE? De acordo com o artigo 24 do CTN, a base de cálculo do imposto é: Quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; Quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência. Para os efeitos do segundo item, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional, o custo do financiamento. Já estudamos anteriormente o que vem a ser uma alíquota específica e uma alíquota ad valorem. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 161 Conforme o artigo 214 do Regulamento Aduaneiro, a base de cálculo do IE é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela CAMEX. O preço à vista do produto, FOB (Free on board) ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal, devendo ser levado em consideração quando da apuração da base de cálculo do imposto. Ainda quanto à base de cálculo, quando o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a CAMEX fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo. Por sua vez, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições. Alíquotas As alíquotas do IE serão, em regra, de 30%, conforme determina o artigo 215 do Regulamento aduaneiro, que é cópia do Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, que assim nos diz em seu texto: “Art. 215. O imposto será calculado pela aplicação da alíquota de trinta por cento sobre a base de cálculo. § 1o Para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, a Câmara de Comércio Exterior poderá reduzir ou aumentar a alíquota do imposto. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 161 § 2o Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cento e cinquenta por cento.” (Grifos nosso) Ou seja, em regra, o valor do IE é de 30%, podendo ser aumentado ou diminuído pela CAMEX. Esse valor, entretanto, não poderá ser superior a 150%. Essa é a alíquota máxima do IE. Contribuinte Por sua vez, conforme o artigo 27 do CTN, contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, considerado como sendo qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria do território nacional. “Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.” Ainda quanto ao IE, temos o seguinte: É considerado como sendo um tributo excepcional, uma vez que cabe ao Poder executivo, por meio da CAMEX, relacionar especificamente os produtos e mercadorias que estão ao imposto. Assim, temos uma lista positiva quanto ao IE. Uma vez não constando na lista do Poder Executivo, não se verifica a incidência do IE, sendo caso de não incidência. A lista do executivo é de natureza negativa. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 161 É um tributo sujeito, em regra, ao lançamento por homologação; Será aplicada subsidiariamente ao IE a legislação aplicável ao II, ou seja, não existindo norma que regule determinada situação relacionada ao IE, poderá ser aplicada a norma prevista para o II. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. O pagamento do imposto será realizado na forma e no prazo fixados pelo Ministro de Estado da Fazenda, que poderá determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do território aduaneiro da mercadoria a ser exportada. São isentas do imposto as vendas de café para o exterior, os bens integrantes de bagagem, acompanhada ou desacompanhada, de viajante que se destine ao exterior e os bens levados para o exterior no comércio característico das cidades situadas nas fronteiras terrestres. (Questão 01) O Imposto sobre a Exportação – IE, cuja competência pertence à União, incide na exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. Sobre ele é incorreto afirmar que: a) nacionais são os produtos produzidos no próprio país. b) nacionalizados são os produtos que tenham ingressado regularmente para incorporação à economia nacional, submetendo-se ao desembaraço aduaneiro, vale dizer, com a respectiva tributação, sendo o caso. c) incide também sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br26 de 161 d) a exportação temporária, quando amparada em regime especial de suspensão de impostos, em que não se tenha a incorporação à economia de outro país, não se sujeita à sua incidência. e) o fato gerador ocorre com a saída física do produto do país, pouco importando, portanto, a data do registro da operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX. Alternativa a) Correta. Conforme as teorias econômicas, são produtos nacionais todos aqueles produzidos dentro das fronteiras geográficas do nosso país, ainda que utilizando insumos oriundos de outros países. São todos os produtos que, desde a sua concepção, já se encontram inseridos em nossa economia. Alternativa b) Correto. São nacionalizados todos os produtos estrangeiros importados e incorporados definitivamente à economia nacional, tendo sido submetido a todos os trâmites aduaneiros e sendo regularmente tributados, conforme o caso. É o caso, por exemplo, de uma empresa que importa 100 veículos, desembaraça-os regularmente, paga os tributos e os coloca à venda no mercado nacional. Posteriormente, um comprador situado no exterior adquire um desses veículos. Ao ser remetido para o exterior, teremos o caso de exportação de um produto nacionalizado, uma vez que, originalmente, o produto é oriundo do exterior, vindo a ser incorporado à economia nacional em razão da importação. Alternativa c) Correto. Conforme nos diz o artigo 155, §3º, da CF/88, “à exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País”. Por sua vez, o imposto previsto no artigo 153, II, da CF/88, é justamente o imposto de exportação, juntamente como o de importação e o ICMS. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 161 Alternativa d) Correta. Uma vez que os produtos irão posteriormente retornar ao país, não há que se falar em tributação, tendo em vista o regime de exportação temporária. A incidência do imposto de exportação, quando se mostre tributável a operação, somente se dá em relação à saída de mercadorias com ânimo definitivo, uma vez que, naquelas situações, não haverá a incorporação à economia do país estrangeira. Alternativa e) Incorreta. De acordo com o artigo 1º, §1º, do Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, “considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento equivalente”. A saída física da mercadoria nem sempre coincide com a saída jurídica da mercadoria para fins de incidência do imposto, uma vez que, conforme vimos na alternativa anterior, a mercadoria poderá sair do país a titulo temporário, ainda que ocorra a saída física da mesma. Vamos agora ao mais querido imposto que nós temos? Isso mesmo, o nosso famoso Imposto sobre a Renda. Força! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 161 Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) Vamos ver agora o mais querido dos nossos tributos nacionais: o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR), vulgo imposto de renda. Esse é mais um imposto previsto na competência tributária da União Federal, sendo um dos tributos de maior arrecadação do nosso país, juntamente com o IPI e com o ICMS. O imposto de renda (IR) está regulado no artigo 153, III e §2º, da CF/88, bem como nos artigos 43 a 45 do nosso CTN. Esse é um tributo destinado primordialmente à distribuição de renda do nosso país, uma vez que retira com maior poder a riqueza daqueles que mais têm em benefício daqueles que mais precisam do Estado. Entretanto, apesar dessa característica “Robin Hood”, o imposto de renda é um tributo de forte natureza fiscal, destinado a prover os recursos necessários ao funcionamento do Estado. Logo, o IR é tributo de natureza essencialmente fiscal. Princípios Constitucionais Aplicáveis / Critérios Orientadores Nesse item da nossa aula de hoje iremos estudar rapidamente os princípios constitucionais aplicáveis ao Imposto de Renda (IR). Ainda lembra os princípios constitucionais que são aplicados ao Imposto de Renda? Os mais apressadinhos diriam que seriam aqueles presentes no artigo 153, §2º, I, da CF/88. Eu diria: Sim, são aplicáveis. Mas não são apenas aqueles. “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) III - renda e proventos de qualquer natureza; (...) § 2º - O imposto previsto no inciso III: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 161 I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;” (Grifos nosso) Os três princípios contidos no inciso I acima são os chamados critérios orientadores do IR, que veremos mais à frente em nossa aula de hoje. Eles são, também, princípios constitucionais. Além desses princípios, os demais princípios presentes na CF/88 também são aplicados. Ou o IR não se submete ao princípio da noventena, da anterioridade, da capacidade contributiva, do não confisco, da não cumulatividade, da isonomia, entre outros? CALMA!! Nem todos também. Uns não se aplicam por expressa disposições constitucional, outros por que não se aplicam mesmo, por total falta de correlação. Quem já viu o IR ser cumulativo ou não-cumulativo?. É, mas o IR é cumulativo. Ou seja, a cada nova percepção da mesma renda, haverá uma nova tributação, sem que se possa abater o que foi pago anteriormente com o que será pago posteriormente. Assim, podemos definir as principais características do IR, caro aluno. São elas: É um imposto cumulativo, pelas razões que foram expostas anteriormente; É um imposto pessoal, tendo em vista que, na sua incidência, são levadas em considerações características pessoais dos sujeitos passivos, sendo estendidas ainda aos seus dependentes, no caro do IR relativo às pessoas físicas; É um imposto direto, já que o sujeito passivo que suporta o ônus da tributação é exatamente aquele descrito na norma de incidência, sem que seja possível a transferência do encargo econômico da tributação; Seu fato gerador é periódico, já que ocorre dentro de um determinado período de tempo previsto na legislação tributária, em especial o Decreto Federal nº 3.000, de 1999, o famoso RIR. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 161 E quanto aos princípios? Ao IR se aplicam os seguintes princípios: da capacidade contributiva, sendo este o tributo em que mais se pode observar a aplicação do princípio, implementada por meio da chamada personalização de imposto e da verificação do mínimo vital; da isonomia, uma vez que contribuintes em situações semelhantes devem ter a eles aplicados o mesmo tratamento a ser dado pela lei tributária; da irretroatividade, uma vez que esse princípio não comporta, quanto à instituição e à majoração de tributos, exceção alguma; do não-confisco; da uniformidade geográfica; da anterioridade anual, uma vez que a instituição ou a majoração do IR somente pode surtir efeitos junto aos contribuintes no exercício seguinte ao da publicação da lei instituidora ou majoradorado tributo; da legalidade, já que toda alteração, e a própria instituição, sempre se fará por meio de lei em sentido estrito, podendo ser tanto lei ordinária quanto medida provisória; da progressividade, da generalidade e da universalidade, que iremos ver detalhadamente mais adiante na nossa aula, já que consta no texto da CF/88 expressamente quanto ao IR; da Tributação Isonômica das Rendas das Obrigações da Dívida Pública e dos Vencimentos dos Agentes Públicos dos Estados, Distrito Federal e Municípios; da Territorialidade das leis. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 161 (Questão 02) À luz da Constituição, avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I. É vedado à União elevar a alíquota do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, de 27,5% para 41%, incidente sobre renda líquida igual ou superior a R$ 120.000,00, auferida no ano civil por pessoa física, por força da disposição constitucional vedatória da utilização de tributo com efeito de confisco, bem assim da que prevê a graduação de impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte. Falso. O efeito confiscatório de um imposto não pode ser analisado, regra geral, de maneira isolada, mas em relação à totalidade dos tributos impostos pela mesma pessoa jurídica, conforme decisão do STF. A simples elevação de alíquotas, e tendo em vista ainda o valor alto da renda líquida sobre o qual incidirá a nova alíquota, não caracteriza efeito confiscatório, uma vez que, segundo uma máxima do direito tributário, quem mais tem, contribui com mais. Por sua vez, o IR é uma das exceções ao princípio da noventena, uma vez que qualquer alteração relativa ao tributo somente deverá obedecer ao princípio da anterioridade para que possa surtir efeitos junto aos contribuintes. Essa previsão consta no artigo 150, §1º, da CF/88. Desse modo, uma lei publicada em 31 de dezembro de 2011, majorando as alíquotas do imposto de renda das pessoas físicas, já poderia ser cobrada em 1º de janeiro de 2012, uma vez que o princípio da anterioridade estaria perfeitamente respeitado. Não é necessário esperar o prazo de 90 dias a Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 161 partir da data da publicação da lei instituidora para que seus efeitos possam ser sentidos. Ok? Gravou bem? Esse é também o entendimento sumulado pelo STF em sua Súmula 584: “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.” Vamos agora aos outros três princípios que comentei, estando relacionados aos critérios orientadores do IR. Lembra onde eles estão situados na nossa CF/88? Artigo 153, §2º, I. São eles: (Questão 03) Com atenção aos princípios do sistema tributário nacional, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza sujeita-se aos princípios da generalidade, uniformidade e progressividade. De acordo com a figura apresentada acima, a assertiva encontra-se incorreta. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 161 O princípio da progressividade está umbilicalmente ligado ao princípio da capacidade contributiva, uma vez que se traduz na técnica de aplicação de alíquotas variadas, aumentando conforme se aumenta a base de cálculo a ser tributada. Aumentou a base de cálculo, aumenta também a alíquota a ser aplicada àquela. Quanto ao IR, temos, predominantemente, a progressividade fiscal, tendo como objetivo principal a arrecadação, tirando mais de quem ganha mais. Por sua vez, a progressividade do imposto está prevista no artigo 153, §2º, I, da CF/88: “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) III - renda e proventos de qualquer natureza; (...) § 2º - O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;” (Grifos nosso) Quanto ao IR, há a fixação de faixas de alíquotas conforme a aumento da renda ou dos proventos recebidos pelo contribuinte. Para cada faixa, uma alíquota diferente, visando a tributar mais “ferozmente” aqueles que mais ganham. Atualmente existem cinco faixas de alíquotas em vigor, conforme a faixa de renda em que se enquadre o rendimento obtido pelo contribuinte. A TÍTULO ILUSTRATIVO, observe o seguinte quadro: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 161 Quanto ao IR, temos ainda dois princípios importantes a ele aplicados, quais sejam, o da generalidade e o da universalidade. Os dois princípios estão intimamente relacionados ao princípio da isonomia, que prevê a tributação equânime de todos os sujeitos passivos e de todas as rendas ou proventos por ele percebidos, dentro da medida de suas desigualdades. Resumindo, podemos obter a seguinte figura ilustrativa: Quanto ao princípio da universalidade, temos ainda o que determina o artigo 43, §1º, do CTN, que assim nos diz: “Art. 43 (...) § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.” Assim, são irrelevantes para a incidência do IR: DENOMINAÇÃO DA RECEITA OU DO RENDIMENTO (NOMENCLATURA QUE EFETIVAMENTE É DADA A UM OU OUTRO); Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 161 Ou seja, se o salário que alguém recebe em razão do seu trabalho, regra geral, tributável com o imposto de renda, é chamado de salário ou de auxílio-trabalho, isso é irrelevante, já que ambos se mostram como rendimentos do trabalho e, por sua vez, incluídos no campo de incidência do IR. A LOCALIZAÇÃO DA RECEITA OU RENDIMENTO; Se uma renda, obtida por uma pessoa residente ou domiciliada no país, foi devidamente guardada em um banco, ou embaixo do travesseiro, ou ainda no exterior, ainda assim será tributada pelo IR. A CONDIÇÃO JURÍDICA OU A NACIONALIDADE DA FONTE; Se a fonte do rendimento está situada no exterior ou em solo nacional, e sendo aquele percebido por beneficiário residente ou domiciliado no país, há a incidência do IR. O mesmo ocorre para os rendimentos oriundos, por exemplo, do tráfico de drogas ou de uma empresa de fachada. O que importa é a percepção do rendimento, esse, sim, fato gerador do IR. A ORIGEM E A FORMA DE PERCEPÇÃO DA RECEITA OU RENDIMENTO. Seja vendendo bíblias ou traficando drogas, em ambos os casos a renda obtida deverá ser tributada com o IR. Isso é a teoria... (Questão 04) Assinale a opção incorreta. No que diz respeito ao Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, pode-se afirmar que: a) deve ser progressivo, aumentando a alíquota à medida que se eleva a base de cálculo. b) deve obedecer aos critérios da universalidade e da generalidade. c) deve obedecer aos princípios da capacidade contributiva e irretroatividadeda lei tributária. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 161 d) não pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo. e) não pode prever hipóteses de isenção, sob pena de violar-se o princípio da igualdade. Alternativa a) Correto. A progressividade é um atributo obrigatório do imposto sobre a renda, cabendo ao legislador federal definir essa característica para o tributo. Coforme o artigo 153, §2º, I, da CF/88, o tributo deverá ser informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. Alternativa b) Correta. Essas características são atributos obrigatórios para o imposto, e, dentro do possível, devem ser observados pelo legislador infraconstitucional. Alternativa c) Correta. O tributo não se mostra como exceção a nenhum dos princípios, uma vez que é o mais típico dos impostos pessoais, o que demonstra seu potencial para ser graduado conforme a capacidade contributiva dos sujeitos passivos. Por sua vez, está totalmente sujeito ao princípio da irretroatividade. Alternativa d) Correta. O tributo não é uma das exceções ao princípio da legalidade, devendo ter suas alíquotas sempre alteradas por meio de lei em sentido formal. Alternativa e) Incorreta. Todos os tributos previstos na CF/88 podem estar sujeitos a isenções, dependendo apenas da vontade do legislador competente para tanto. Por exemplo, os portadores de moléstia graves têm direito à isenção quanto ao imposto de renda, sendo uma regra perfeitamente válida no nosso atual ordenamento jurídico, sem que o princípio da isonomia sofra qualquer arranhão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 161 Fato Gerador O IR tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. Essa previsão consta no artigo 43 do nosso CTN. Veja o que nos diz esse artigo do CODEX quanto ao IR: “Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior”. (Grifos nosso) Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 161 (Questão 06) A aquisição da disponibilidade jurídica de acréscimos patrimoniais corresponde ao fato gerador: a) Do imposto sobre herança e doações; b) Da contribuição social de interesse das categorias econômicas. c) Do imposto sobre a renda e proventos; d) Do imposto territorial rural, no caso de cessão ou avulsão; e) Do imposto de transmissão causa mortis. Conforme acabamos de ver ao visualizar o quadro acima, o fato gerador solicitado no enunciado da questão se refere ao imposto de renda, tendo a questão como gabarito a alternativa “c”. Para conceituar renda, observe uma palavra importante no texto do inciso I: PRODUTO. Ora, produto é coisa nova, que nasce de outra. Se nascer de uma coisa nova, aquilo que existia antes não pode ser considerado renda, mas apenas como patrimônio ou coisa do gênero. Logo, podemos concluir que nossos bens, como carros e imóveis, não podem ser tributados pelo imposto de renda, uma vez que não se constituem como acréscimos de patrimônio. Lembre-se que o seu veículo é tributado como o IPVA, enquanto o seu imóvel urbano, com o IPTU. E o rural? Com o ITR. Lembra uma palavrinha que existe no nome de cada um desses três tributos? PROPRIEDADE. Ou seja, o IR não incide sobre a propriedade e/ou sobre a riqueza, digamos, antiga. Ou até mesmo sobre a aquisição de um bem. Para esses casos, já existem tributos específicos. Tributar novamente com o IR seria caso de bitributação e, nesse caso, proibido pela CF/88. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 161 Logo: do fato gerador do IR devem ser excluídos os fatos geradores relativos à tributação com outros impostos, como a propriedade de imóveis e de automóveis. E o nosso IPI, caro aluno? Também estão excluídos os produtos industrializados, uma vez que o IPI, assim como o ICMS, incidem sobre a produção e a circulação, que são temas e conceitos distintos. Voltando à palavrinha mágica “produto”, observe o que vem após ela: do capital, do trabalho ou da cominação de ambos. Como exemplo de cada uma das rendas que são produtos do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, temos os seguintes: RENDA ORIUNDA DO TRABALHO são as comissões, os salários, os subsídios, os vencimentos, os honorários, o pró-labore, soldos, entre outros; é tudo aquilo que é ganho em razão da execução do trabalho; RENDA ORIUNDA DO CAPITAL é aquela que provêm de outras fontes de riqueza, as quais, por suas características, são capazes de gerar outras rendas, como os juros, os royalties, os lucros, os ganhos decorrentes de aplicações financeiras, bonificações societárias, dividendos, aluguéis, participações em lucros, o ganho decorrente de alienação de imóveis entre outros; RENDA ORIUNDA DA COMBINAÇÃO DO CAPITAL E DO TRABALHO são aqueles que existem em razão da observância tanto do trabalho quando do capital empregado, tendo como exemplo o lucro societário, os pró-labores, entre outros. Assim, diante dos exemplos dados, podemos ter que renda (e também proventos) é tudo aquilo que compreenda RIQUEZA NOVA, que ACRESCENTA ALGO ao patrimônio já existente do sujeito passivo. Essa aquisição pode se dar de forma periódica, em intervalos de tempos constantes ou quase constantes, ou de forma instantânea, isolada, tendo como exemplos as heranças deixadas por algum parente ou “abençoado”. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 161 Outro ponto importante: o IR incide sobre o ACRÉSCIMO PATRIMONIAL! Aquilo que realmente foi acrescentado ao patrimônio do sujeito passivo. Desse modo, não podem ser classificados como renda, e, por consequência, fazendo incidir a tributação, os valores que venham a resultar em decréscimos patrimoniais, ainda que expressamente previstos em lei. Ônus, encargos, entre outros, não podem entrar no conceito de renda por simples vontade do legislador, devendo este atender aos limites semânticos presentes na CF/88. O legislador deve se ater ao conteúdo semântico do que vem a ser renda, não podendo classificar como renda aquilo que não possa ser classificado como tal. O que é renda? É tudo aquilo que aumenta o patrimônio do sujeito passivo. Aquilo que vem para acrescentar, aumentar o que ele já possui. São todos os ganhos, as receitas, os lucros, os créditos, entre outros. Assim, o IR incide sobre o saldo patrimonial acrescido ao patrimônio do sujeito passivo, e dentro de certo período de tempo. “E os proventos, professor? O que são?” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Netowww.estrategiaconcursos.com.br 41 de 161 Simples. É tudo aquilo que importa em acréscimo patrimonial e que não seja classificado como renda, conforme os exemplos que mostramos anteriormente. Como exemplo de proventos de qualquer natureza, temos as aposentadorias, os ganhos na loteria, as doações, as pensões, os alimentos recebidos, entre outros. Alguns entendem, por sua vez, que o conceito de proventos estaria incluído num conceito mais amplo, que é o de renda, sendo aquele uma subespécie desta. Mas não vamos pegar briga com ninguém, ok? É melhor ser amigo do CTN e confiar no que ele diz. Ainda quanto ao fato gerador do IR, a melhor doutrina o classifica como sendo um fato gerador periódico, já que ocorre ao longo de um determinado período de tempo previsto na legislação. Esse período, conforme o decreto federal nº 3.000/99 (Regulamento do IR – RIR), esse período vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro do mesmo ano-calendário. Desse modo, somente em 31 de dezembro de um determinado ano o IR completa o seu ciclo de formação. Essa precisão é necessária para a perfeita aplicação do princípio da irretroatividade. Uma vez que somente em 1º de janeiro podem surtir efeitos as alterações da carga tributária do IR, uma lei publicada em 31 de dezembro, em 1º de janeiro do ano seguinte já estará apta a produzir efeitos. Lembram que todo ano aqueles que receberam renda superior ao limite de isenção devem declara-la à Receita Federal? Pois bem. Essa declaração é relativa ao ano anterior àquele em estamos entregando-a. Ou seja, em 2012 fazemos a Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 161 declaração de renda do ano-calendário 2011, que se finalizou em 31 de dezembro, exatamente no dia em que terminou o ciclo de apuração do IR. Acontece que, para as alterações ocorridas na legislação até o dia 31 de dezembro, a nova lei vigente a partir do ano seguinte já surtirá efeitos nesse ano de vigência da lei, e não apenas quanto às rendas do ano da entrega da declaração. Não entendeu, não é? Veja um exemplo. Suponha que em um determinado ano X, José recebeu R$ 60.000,00 de rendimentos. Nesse ano X, o ciclo de apuração do IR foi finalizado em 31 de dezembro. Em 20 de novembro de X foi publicada lei alterando as alíquotas do IR de 20% para 27%. Ou seja, essa lei somente surtirá efeitos em 1º de janeiro, caso a lei não disponha de outra data posterior a essa. Por sua vez, conforme as obrigações acessórias estipuladas para o IR, José deverá entregar declaração no ano X+1 relativamente à X. Até aqui tudo bem, não é? Aconteceu que a lei publicada em X já tem efeitos em 1º de janeiro de X+1, e será aplicada aos rendimentos ganhos em X, uma vez que a lei vigente no exercício de entrega da declaração será aplicada aos rendimentos do ano- base, ou seja, o ano X. Essa previsão, embora pareça ir de encontro ao princípio da irretroatividade, está devidamente sumulada pelo STF, conforme se nota abaixo: “Súmula 584: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.” Por sua vez, para alguns autores, o fato gerador do IR é denominado de pendente, uma vez que se inicia em 1º de janeiro e é finalizado apenas em 31 de dezembro de um determinado ano. Durante esse período, ele não completou seu circulo de formação ou não atingiu a perfeição. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 161 Em outra vertente, temos também a definição de fato gerador simples e complexo, segundo o professor Amilcar Falcão. Nos fatos geradores simples, o fato gerador é único, é um fato isolado no tempo, como, por exemplo, o II, que incide na entrada da mercadoria em território nacional. Por sua vez, o IR possui, para o eminente professor, fato gerador complexo, ou complexivo, uma vez que é constituído por uma série de fatos a serem considerados como um todo para a constituição do fato gerador em sua perfeição. Veja agora a redação do artigo 43, §§1º e 2º, do CTN: “Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.” O artigo 43, §1º, do CTN, nos diz que a incidência do imposto INDEPENDE da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Ou seja, tanto os rendimentos produzidos no país quanto aqueles originários do exterior do país estão sujeitos ao IR, sendo também irrelevante a fonte da receita (trabalho, contrabando, pessoa física ou jurídica, entre outros) e da denominação dada (mesada para gente grande também é tributada, caso um Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 161 patrão venha a assim chamar o salário de um empregado). Assim, para a incidência do IR, basta apenas que o beneficio da nova renda ou acréscimo patrimonial tenha sido acrescido ao já pertencente ao sujeito passivo. Já o §2º do mesmo artigo nos diz que, na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, percebidos por residente ou domiciliado no Brasil, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto de renda. Caso alguém seja residente no exterior e envie renda para residentes do Brasil, essa renda deverá ser tributada aqui no Brasil, segundo a legislação pátria, mesmo que aqui não tenha sido gerada e tenha sido tributada no país de origem da renda (exceto, claro, se houver tratado entre os países para evitar a bitributação internacional). Veja o que “falaremos” logo adiante. Conforme nos informa o RIR (regulamento do imposto sobre a renda – Decreto Federal nº 3.000, de 1999), as pessoas físicas que declararem rendimentos provenientes de fontes situadas no exterior poderão deduzir, do imposto apurado quanto aos rendimentos percebidos no Brasil, o cobrado pela nação de origem daqueles rendimentos, desde que: I - em conformidade com o previsto em acordo ou convenção internacional firmado com o país de origem dos rendimentos, quando não houver sido restituído ou compensado naquele país; ou II - haja reciprocidade de tratamento em relação aos rendimentos produzidos no Brasil. A dedução, contudo, não poderá exceder a diferença entre o imposto calculado com a inclusão daqueles rendimentos e o imposto devido sem a inclusão dos mesmos rendimentos. “Ok, professor. Entendi. Mas o que é essa tal de disponibilidade econômica e jurídica a que se refere o caput do artigo 43?” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Netowww.estrategiaconcursos.com.br 45 de 161 A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica nos leva ao conceito de fluxo positivo de patrimônio do sujeito passivo, como algo que aumenta o patrimônio. Se há a entrada de bens, valores ou direitos no patrimônio do sujeito passivo, estamos diante da aquisição da disponibilidade econômica e jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. E o que vem a ser exatamente essa disponibilidade econômica ou jurídica? Vou utilizar os conceitos apresentados pelo Professor Eduardo Sabbag em seu Livro Manual de Direito Tributário, editora Saraiva, 3ª edição, 2011, página 1.081, que assim nos diz precisamente quanto à definição e às diferenças existentes entre os conceitos: “(...) a) Disponibilidade Econômica: é a obtenção da faculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro ou de coisas conversíveis. É ter o fato concretamente. A disponibilidade “financeira” não é sinônimo de disponibilidade econômica. Está última é somente aquela que representa incorporação ao patrimônio. Nada impede, no entanto, que a lei ordinária agregue o “elemento financeiro” ao fato gerador, desde que tenha havido prévia disponibilidade econômica ou jurídica. b) Disponibilidade Jurídica: é a obtenção de direitos de créditos não sujeitos à condição suspensiva, representados por títulos ou documentos de liquidez e certeza. Representa o “ter o direito, abstratamente”. O IR só pode incidir quando há acréscimo patrimonial, salientando-se que não há necessidade de o rendimento ser efetivamente recebido pelo sujeito passivo, sendo suficiente que este tenha adquirido o direito de crédito sobre ele, ou seja, a disponibilidade jurídica. Portanto, se um comerciante vende um produto no último dia do ano, porém só recebe o pagamento no 1º dia do ano subsecutivo, considera-se, para fins de tributação, a data da venda, e não a do recebimento, pois com a venda o Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 161 contribuinte adquire a disponibilidade jurídica sobre o rendimento tributável.” Desse modo, disponibilidade econômica e disponibilidade jurídica são institutos diferentes. A econômica se refere à renda/provento “em caixa”, efetivo, já realizado e inteiramente ao dispor do seu proprietário, que poderá utilizar da maneira que bem entender. Já a jurídica se refere à aquisição de direitos, desde que esses possam ser usufruídos pelo seu possuidor, embora não esteja economicamente disponível. Como exemplo, temos as famosas notas promissórias, que não são dinheiro em espécie, mas representam o direito do credor frente ao devedor. O STJ, contudo, iguala os conceitos de disponibilidade econômica e jurídica, prevendo ainda a disponibilidade financeira. Veja o que diz a Corte Superior: "(...) Para que haja a disponibilidade econômica, basta que o patrimônio resulte economicamente acrescido por um direito, ou por um elemento material, identificável como renda ou como proventos de qualquer natureza. Não importa que o direito ainda não seja exigível (um título de crédito ainda não vencido), ou que o crédito seja de difícil e duvidosa liquidação (contas a receber). O que importa é que possam ser economicamente avaliados e, efetivamente, acresçam ao patrimônio." (...) 5. "Não se deve confundir disponibilidade econômica com disponibilidade financeira da renda ou dos proventos de qualquer natureza. Enquanto esta última se refere à imediata 'utilidade' da renda, a segunda está atrelada ao simples acréscimo patrimonial, independentemente da existência de recursos financeiros." Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 161 6. "Não é necessário que a renda se torne efetivamente disponível (disponibilidade financeira) para que se considere ocorrido o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a lei a exigir a verificação do acréscimo patrimonial (disponibilidade econômica).” (REsp 1222719/RS, de 03/05/2011). Vamos ver agora a base de cálculo do IR. Base de cálculo A base de cálculo do IR está presente no artigo 44 do nosso CTN, o qual afirma que a base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis, sendo conceito aplicado tanto a pessoas físicas quanto jurídicas. Quanto às pessoas físicas, temos que a base de cálculo do IR é o seu rendimento bruto. O rendimento bruto é constituído pela soma das seguintes parcelas: Produto do capital; Produto do trabalho; Produto da combinação de trabalho e de capital; Alimentos recebidos em dinheiro; Pensões recebidas em dinheiro; Proventos de qualquer natureza; Acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 161 “Art. 37. Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados.” (RIR) Integram ainda o rendimento bruto os ganhos de capital, que são aqueles originários de alienação de bens e direitos de qualquer natureza, cessão de bens e direitos, doações, procurações em causa própria, entre outros. Veja a redação do artigo 3º, §§2º e 3º, da lei federal nº 7.713, de 1988: “Art. 3º (...) § 2º Integrará o rendimento bruto, como ganho de capital, o resultado da soma dos ganhos auferidos no mês, decorrentes de alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, considerando-se como ganho a diferença positiva entre o valor de transmissão do bem ou direito e o respectivo custo de aquisição corrigido monetariamente, observado o disposto nos arts. 15 a 22 desta Lei. § 3º Na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação em pagamento, doação, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins.” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 161 Por sua vez, para encontrarmos o valor do IR devido, a legislação permite que sejam feitas exclusões, deduções e compensações, como, por exemplo, as deduções relativas a despesas médicas e com educação dos contribuintes e de seus dependentes. Essas possibilidades (exclusões, deduções e compensações) são uma das vertentes da afirmação do princípio da capacidade contributiva. Quanto às pessoas jurídicas, a base de cálculo pode ser apurada por meio do lucro real, do lucro presumido e do lucro arbitrado. O lucro real é aquele apurado de acordo com os resultados verificados na contabilidade da empresa, sendo a forma mais criteriosa e rigorosa de apuração do IRPJ devido, englobando um pequeno número de empresas do universo atual dos contribuintes do IRPJ, mas que respondem por parcela bastante significativa da arrecadação do tributo federal. Para determinadas empresas que
Compartilhar