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Aula 14 tributos da união

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Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 
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AULA 14 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Tributos de Competência da União 03 
Impostos 04 
Imposto de Importação 05 
Imposto de Exportação 20 
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer 
Natureza 
28 
Imposto sobre produtos industrializados 59 
Imposto sobre Operações Financeiras 78 
Imposto sobre a propriedade rural 84 
Imposto sobre grandes fortunas 93 
Impostos Extraordinários de Guerra 94 
Impostos Residuais 96 
Questões Propostas 97 
Gabaritos 161 
Olá, caro amigo e futuro servidor! 
Chegamos à décima quarta aula do nosso curso de direito tributário para o 
concurso de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 
(TCE/PR). 
Nessa aula iremos tratar dos impostos de competência da União. Nessa aula 
veremos os sete impostos expressamente previstos na competência tributaria 
da União, mais precisamente nos incisos I a VII do artigo 153 da CF/88, quais 
sejam: 
 Imposto de Importação; 
 Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
 Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; 
 Imposto sobre produtos industrializados; 
Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 14 
 
 
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 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários; 
 Imposto sobre a propriedade territorial rural; 
 Imposto sobre grandes fortunas. 
Além desses sete impostos, veremos também o imposto extraordinário de 
guerra e os impostos residuais, mais dois impostos outorgados à União pela 
CF/88. 
Esse tema da aula de hoje é bem mais comuns em provas aplicadas ao Fisco 
Federal, motivo pelo qual não é muito explorado pelo CESPE e demais 
bancas. Logo, as questões do CESPE sobre o tema da aula de hoje são bem 
escassas. Diante disso, irei complementar a bateria de questões comentadas 
com questões de outras bancas, em especial da ESAF, que é a banca que 
mais possui questões sobre o tema. Ok? 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus contatos: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
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Tributos de Competência da União 
 
Nessa aula iremos estudar os impostos de competência da União, que possui 
a mais ampla gama de exações tributárias dentre os entes políticos, uma vez 
que, além dos sete impostos previstos expressamente nos incisos I a VII do 
artigo 153 da CF/88, possui ainda os impostos residuais, as contribuições 
sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico, as 
contribuições residuais, entre outras. 
Em frente, espartanos! 
 
 
 
 
 
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Impostos da União 
 
Como comentei anteriormente, a União é o ente que mais possui impostos (e 
também tributos) em sua competência tributária, sejam os presentes nos 
incisos I a VII do artigo 153 da CF/88, sejam os impostos residuais e o 
imposto extraordinário de guerra. 
A lista de impostos da União, num total de nove, é a seguinte: 
 Imposto de Importação; 
 Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
 Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; 
 Imposto sobre produtos industrializados; 
 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários; 
 Imposto sobre a propriedade territorial rural; 
 Imposto sobre grandes fortunas. 
 Impostos extraordinários de guerra; 
 Impostos Residuais. 
Os impostos residuais se referem a um termo genérico, e não a um imposto 
específico, podendo vir a ser criado pela União em razão do que consta no 
artigo 154, I, da CF/88. Vamos a cada um deles agora! 
 
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Imposto de Importação (II) 
 
Nosso primeiro imposto federal da aula de hoje será o imposto de 
importação, um tributo eminentemente extrafiscal, utilizado precipuamente 
na regulação do comércio exterior, dificultando ou facilitando mais ou menos 
a chegada de um produto, mercadoria ou bem ao território nacional. Para 
esse imposto, o caráter fiscal é secundário, uma vez que a função 
arrecadatória não é a sua função principal. 
Esse imposto pode ter suas alíquotas livremente alteradas por ato do poder 
executivo, sem que seja necessário observar os princípios da anterioridade e 
da noventena, cabendo à CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) a fixação – 
aumento e redução – das mesmas, observado sempre os limites e condições 
previstos em lei. Lembre que o II é exceção, quanto à alteração de suas 
alíquotas, aos princípios da anterioridade, da noventena e da legalidade! 
 
O imposto de importação é também um importante instrumento de controle 
da política econômica e fiscal do Governo, protegendo a economia nacional 
dos produtos, bens e mercadorias importadas do exterior, como havia 
comentado anteriormente. 
Vamos agora aos atributos desse importante tributo aduaneiro. Em frente! 
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Fato Gerador e alíquota 
 
O fato gerador do imposto de importação é a ENTRADA de mercadoria 
ESTRANGEIRA no território nacional, de acordo com o artigo 19 do CTN e 
79 do Regulamento Aduaneiro – RA (Decreto Federal nº 6.759, de 2009), que 
assim nos dizem: 
“Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a 
importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador 
a entrada destes no território nacional.“ 
“Art. 69. O imposto de importação incide sobre 
mercadoria estrangeira. 
Parágrafo único. O imposto de importação incide, inclusive, 
sobre bagagem de viajante e sobre bens enviados como 
presente ou amostra, ou a título gratuito.” 
A entrada em território nacional, para efeitos de incidência do II, poderá ser 
real ou fictícia. Em termos legais, a entrada no território nacional se 
considera concretizada com o fim do despacho aduaneiro de importação, 
o qual tem início com o momento da apresentação da declaração de 
importação (DI) perante a repartição aduaneira federal competente, 
considerando-se a mercadoria finalmente nacionalizada e integrada à 
economia nacional. 
Entretanto, o momento da ocorrência do fato gerador do II, regra 
geral, é a data do registro da declaração de importação de 
mercadoria submetida a despacho para consumo perante a autoridade 
fazendária competente. Outras situações, contudo, podem dar origem, em 
termos legais, ao fato gerador do II, independentemente da entrada física em 
território nacional. 
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De acordo com o Regulamento Aduaneiro, temos que: 
“Art. 73. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se 
ocorrido o fato gerador: 
I - na data do registro da declaração de importação de 
mercadoria submetida a despacho para consumo; 
II - no dia do lançamento do correspondente crédito 
tributário, quando se tratar de: 
a) bens contidos em remessa postal internacional não 
sujeitos ao regime de importação comum; 
b) bens compreendidos no conceito de bagagem, 
acompanhada ou desacompanhada; 
c) mercadoria constante de manifesto ou de outras 
declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria 
tenha sido apurado pela autoridade aduaneira; ou 
d) mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de 
declaração de importação, na hipótese em que tenha sido 
consumida ou revendida, ou não seja localizada;. 
III - na data do vencimento do prazo de permanência 
da mercadoria em recinto alfandegado, se iniciado o 
respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de 
perdimento da mercadoria, na hipótese a que se refere o 
inciso XXI do art. 689. 
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IV - na data do registro da declaração de admissão 
temporária para utilização econômica. 
Parágrafo único. O disposto no inciso I aplica-se, inclusive, 
no caso de despacho para consumo de mercadoria sob 
regime suspensivo de tributação, e de mercadoria 
contida em remessa postal internacional ou conduzida 
por viajante, sujeita ao regime de importação comum.” 
(Grifos nossos) 
O fato gerador mais comum do II é o contido no inciso I, no qual o 
importador, por meio do SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio 
Exterior), registra a declaração de importação de mercadoria que será 
submetida a consumo no território nacional. Nessa data, formalmente, 
considera-se ocorrido o fato gerador do imposto, ainda que, fisicamente, a 
mercadoria já esteja em território brasileiro ao tempo do registro. Os demais 
incisos tratam de situações específicas em que também se considera ocorrido 
o fato gerador do II. 
Para efeito de ocorrência do fato gerador, considera-se também entrada no 
território aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo 
extravio ou avaria tenham sido apurados pela autoridade aduaneira. Essa é 
a situação presente no artigo 73, II, “c”, do Regulamento Aduaneiro. 
Na mesma linha, não é considerado fato gerador do II as seguintes 
situações presentes no artigo 74 do Regulamento Aduaneiro: 
“Art. 74. Não constitui fato gerador do imposto a entrada no 
território aduaneiro: 
I - do pescado capturado fora das águas territoriais do 
País, por empresa localizada no seu território, desde que 
satisfeitas as exigências que regulam a atividade 
pesqueira; e 
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II - de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime 
de exportação temporária, ainda que descumprido o 
regime. 
Parágrafo único. Na hipótese de descumprimento de que 
trata o inciso II, aplica-se a multa referida no art. 724.” 
 “E quando uma mercadoria anteriormente exportada volta ao Brasil, 
professor?” 
Nesse caso, regra geral, considera-se que ocorrerá outro fato gerador com o 
retorno da mercadoria, uma vez que, com a sua saída do território nacional, 
ocorreu a desnacionalização daquela, exceto nos casos de mercadoria: 
 Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; 
 Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para 
substituição; 
 Por motivo de modificações na sistemática de importação por 
parte do país importador; 
 Por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou 
 Por outros fatores alheios à vontade do exportador. 
Nos casos acima, ainda que verificada a ocorrência da entrada de mercadoria 
no território nacional, não haverá a incidência do II, por expressa previsão 
legal. Para esses casos, considera-se que a mercadoria, embora tenha 
fisicamente deixado o território nacional, em termos econômicos, não chegou 
a ser nacionalizada no país de destino pretendido. Aquela, em termos 
práticos, não deixou de ser mercadoria nacional. Essas são as únicas 
situações! Guarde-as bem! 
O momento da ocorrência do fato gerador define também a alíquota a ser 
aplicada à operação. Desse modo, a alíquota a ser aplicada não é definida 
como a da data da celebração do contrato, a do momento da compra, nem a 
de outro momento qualquer, como o dia de embarque da mesma no exterior, 
e sim a alíquota vigente na data de registro da DI no SISCOMEX, 
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momento que, em regra, define a ocorrência do fato gerador do II. Cuidado 
com isso em prova! É mais comum do que possa parecer. 
Repito: é irrelevante, para esse específico efeito, a data da celebração, no 
Brasil ou no exterior, do contrato de compra e venda relativo ao produto 
importado, ou, então, o instante em que são embarcadas, no exterior, as 
mercadorias adquiridas nesse. Ou, ainda, o momento do ingresso físico 
desses bens em território nacional para efeito de determinação da alíquota a 
ser aplicada à importação. O que define esta é a ocorrência do fato gerador 
conforme descrito na legislação. 
O momento da ocorrência do fato gerador é também determinante para a 
definição da conversão dos valores em moeda estrangeira para moeda 
nacional, uma vez que será utilizada a taxa de câmbio fixada para esse dia, 
qual seja, o dia da ocorrência do fato gerador. É o que nos diz o artigo 143 
do CTN, podendo a legislação estabelecer, contudo, outro momento para a 
fixação da taxa de câmbio. 
“Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o 
valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no 
lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.” 
Diferentemente, o II não incidirá nas seguintes situações, ainda que 
verificada a entrada em território nacional: 
o Mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de 
transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de 
expedição, e que for redestinada ou devolvida para o exterior; 
o Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se 
destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha 
revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável 
para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação 
editada pelo Ministério da Fazenda; 
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o Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, 
exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida 
ou revendida; 
o Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da 
declaração de importação, observada a regulamentação editada pelo 
Ministério da Fazenda; 
o Embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de 
empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, 
que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma 
empresa nacional de origem; 
o Mercadoria estrangeira avariada ou que se revele imprestável para os 
fins a que se destinava, desde que seja destruída sob controle 
aduaneiro, antes do desembaraço aduaneiro,sem ônus para a Fazenda 
Nacional; e 
o Mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, 
acidentalmente destruída; 
o Mercadorias cuja permanência no país seja temporária, para fins de, 
por exemplo, shows, exposições, palestras, cursos, entre outros, uma 
vez que importação é relativa a entrada definitiva, e não temporária; 
o Pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa 
localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que 
regulam a atividade pesqueira; e 
o Mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação 
temporária, ainda que descumprido o regime. 
 
 
 
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“Art. 431. O regime de exportação temporária é o que 
permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do 
imposto de exportação, de mercadoria nacional ou 
nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo 
determinado, no mesmo estado em que foi exportada. 
(Regulamento Aduaneiro)” 
Por sua vez, as alíquotas do II estão definidas na Tarifa Externa Comum 
(TEC), sendo definidas, regra geral, no âmbito do MERCOSUL, com exceção 
das alíquotas dos produtos que são exceções à TEC, sendo fixadas pelo 
próprio país. Na TEC estão fixadas alíquotas para cada uma das mercadorias, 
ainda que com valores nulos (alíquotas zero). 
 
A alíquota aplicável para o cálculo do imposto é a correspondente ao 
posicionamento da mercadoria na TEC, na data da ocorrência do fato 
gerador, uma vez identificada sua classificação fiscal segundo a Nomenclatura 
Comum do MERCOSUL (NCM). Para fins de classificação das mercadorias, a 
interpretação do conteúdo das posições e desdobramentos da NCM será feita 
com observância das Regras Gerais para Interpretação, das Regras Gerais 
Complementares e das Notas Complementares e, subsidiariamente, das 
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação 
de Mercadorias, da Organização Mundial das Aduanas. 
 
 
 
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As alíquotas presentes na TEC, contudo, não se aplicam: 
 Às remessas postais internacionais e encomendas aéreas 
internacionais, quando aplicado o regime de tributação simplificada; 
“Art. 99. O regime de tributação simplificada é o que 
permite a classificação genérica, para fins de despacho de 
importação, de bens integrantes de remessa postal 
internacional, mediante a aplicação de alíquotas 
diferenciadas do imposto de importação, e isenção do 
imposto sobre produtos industrializados, da contribuição para 
o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação. 
(Regulamento Aduaneiro)” 
 Aos bens conceituados como bagagem de viajante procedente do 
exterior, quando sujeitos ao regime de tributação especial; 
 Aos bens conceituados como bagagem de viajante procedente do 
exterior, ou adquiridos em lojas francas de chegada, quando aplicado o 
regime de tributação especial; 
“Art. 101. O regime de tributação especial é o que permite o 
despacho de bens integrantes de bagagem mediante a 
exigência tão somente do imposto de importação, calculado 
pela aplicação da alíquota de cinquenta por cento sobre o 
valor do bem, apurado em conformidade com o disposto no 
art. 87. (Regulamento Aduaneiro)” 
 Às mercadorias procedentes da República do Paraguai, importadas por 
via terrestre, quando aplicado o regime de tributação unificada. 
“Art. 102-A. O regime de tributação unificada é o que 
permite a importação, por via terrestre, de mercadorias 
procedentes do Paraguai, mediante o pagamento unificado 
do imposto de importação, do imposto sobre produtos 
industrializados, da contribuição para o PIS/PASEP-
Importação e da COFINS-Importação, observado o limite 
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máximo de valor por habilitado, conforme estabelecido em 
ato normativo específico. (Regulamento Aduaneiro)” 
E a quem compete alterar as alíquotas do imposto de importação? Compete à 
Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) alterar as alíquotas do imposto de 
importação, observadas as condições e os limites estabelecidos em lei. 
Por fim, para o II, poderão ser utilizadas tanto alíquotas ad valorem quanto 
específicas. Veremos a diferença entre as duas no item seguinte da aula, que 
nos fala sobre a base de cálculo. Em frente! 
 
Base de cálculo 
 
Como se dá a apuração da base de cálculo desse importante tributo da 
União? De acordo com o artigo 20 do CTN, a base de cálculo do imposto é: 
1) Quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada 
pela lei tributária; 
Nesse caso, temos a fixação da alíquota em razão da quantidade de 
mercadoria, como, por exemplo, R$ 4,00/kg, ou R$ 200,00/caixa, entre 
outras. 
Veja que o que é fundamental para definir a base de cálculo é a 
quantidade de mercadoria, independentemente do seu preço. Aqui, 
temos valores fixos em razão da quantidade importada. Com uma 
alíquota de R$ 1,50/kg e uma base de cálculo de 200kg, teremos 
imposto de importação a pagar no montante de R$ 300,00, 
independentemente do valor da mercadoria. 
2) Quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de 
entrada do produto no País; 
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Nesses casos, o preço normal é fixado segundo dispõem as regras do 
artigo 7º do GATT 1994 (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Esse 
preço normal é denominado de valor aduaneiro, tratado na seção 
destinada à Valoração Aduaneira. Atente bem: as regras de 
valoração da base de cálculo por meio do artigo 7º do GATT 
somente se aplicam no caso de alíquotas ad valorem. 
Aqui, a alíquota, por exemplo, de 15%, incidirá sobre o valor da 
mercadoria, que geralmente é a aquela que consta nos documentos de 
importação da mesma e que são apresentados à autoridade fazendária 
federal. 
Por sua vez, integram o valor aduaneiro, independentemente do 
método de valoração utilizado: 
 o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira 
alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada 
no território aduaneiro; 
 os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados 
ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais 
referidos anteriormente; e 
 o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos 
dois itens anteriores 
3) Quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a 
leilão, o preço da arrematação. 
Por sua vez, quando a declaração de importação se referir a mercadorias 
classificadas em mais de um código da NCM: 
a) o custo do transporte de cada mercadoria será obtido mediante a 
divisão do valor total do transporte proporcionalmente aos pesos 
líquidos das mercadorias; e 
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b) o custo do seguro de cada mercadoria será obtido mediante a divisão 
do valor total do seguro proporcionalmenteaos valores das 
mercadorias, carregadas, no local de embarque. 
Não integram o valor aduaneiro, e, por consequência, a base de cálculo 
do II, segundo o método do valor de transação, desde que estejam 
destacados do preço efetivamente pago ou a pagar pela mercadoria 
importada, na respectiva documentação comprobatória: 
1. os encargos relativos à construção, à instalação, à montagem, à 
manutenção ou à assistência técnica, relacionados com a mercadoria 
importada, executados após a importação; e 
2. os custos de transporte e seguro, bem como os gastos associados ao 
transporte, incorridos no território aduaneiro 
Toda mercadoria submetida a despacho de importação está sujeita ao 
controle do correspondente valor aduaneiro. Esse controle consiste na 
verificação da conformidade do valor aduaneiro declarado pelo importador 
com as regras estabelecidas no Acordo de Valoração Aduaneira, sendo esse 
procedimento realizado pelos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil. 
 
Vamos agora às regras relativas aos contribuintes do imposto. 
 
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Contribuintes 
 
E quem são os contribuintes do II? De acordo com o artigo 22 do CTN e o 
artigo 104 do Regulamento Aduaneiro, contribuinte do imposto é: 
 O importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a 
entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro; 
 O destinatário de remessa postal internacional indicado pelo 
respectivo remetente; 
 O adquirente de mercadoria entrepostada; 
 O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. 
Por sua vez, são responsáveis pelo pagamento do imposto: 
o o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior 
ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; 
o o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da 
custódia de mercadoria sob controle aduaneiro; ou 
o qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
Por fim, são responsáveis solidários pelo pagamento do imposto, 
juntamente com o contribuinte: 
 o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com isenção 
ou redução do imposto; 
 o representante, no País, do transportador estrangeiro; 
 o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de 
importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa 
jurídica importadora; 
 o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de 
procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora; 
 
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 o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer 
subcontratado para a realização do transporte multimodal; 
 o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à 
industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria 
no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à 
execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e 
 qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
 
 
Ainda quanto ao II, temos o seguinte para a sua prova: 
 É um tributo sujeito a lançamento por homologação, regra geral, 
podendo vir a ser lançado de ofício caso sejam detectadas, pela 
autoridade aduaneira, irregularidades ou falta de pagamento, total ou 
parcial, dos valores devidos; 
 A regra quanto ao lançamento por homologação relativa ao II apenas 
não se aplica no caso de bagagem acompanhada, quando temos o 
lançamento por declaração; 
 De acordo com a classificação do CTN, é um tributo relativo ao 
comércio exterior; 
 O território nacional, para efeitos de incidência do II, compreende a 
Zona Primária (que compreendem as áreas internas dos portos e 
aeroportos, os recintos alfandegados e locais habilitados nas fronteiras 
terrestres, bem como outros previstos expressamente na legislação 
aduaneira) e a Zona Secundária (toda a parte restante do território 
nacional, incluídos nesse conceito as águas territoriais e o espaço aéreo 
correspondente); 
 Súmula STJ nº 95: “A redução da alíquota do imposto sobre produtos 
industrializados ou do imposto de importação não implica redução do 
ICMS”; 
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 O imposto será pago na data do registro da declaração de importação, 
e a importância a pagar será a resultante da apuração do total do 
imposto, na declaração de importação ou em documento de efeito 
equivalente; 
 Quando a isenção ou a redução do imposto for vinculada à qualidade do 
importador, a transferência de propriedade ou a cessão de uso dos 
bens, a qualquer título, obriga ao prévio pagamento do imposto; 
 A isenção ou a redução do imposto, quando vinculada à destinação dos 
bens, ficará condicionada à comprovação posterior do seu efetivo 
emprego nas finalidades que motivaram a concessão. 
Por fim, conforme nos ensina o professor Hugo de Brito Machado, a pena de 
perdimento de mercadorias em razão de infrações à legislação aduaneira faz 
com que despareça o correspondente fato gerador do imposto e, por 
consequência, não exista crédito tributário a ser cobrado. Desse modo, não 
podem, ao mesmo tempo, ser aplicada a pena de perdimento e exigida a 
cobrança do imposto de importação quanto à mercadoria irregularmente 
entrada no território nacional. Caso ocorresse, estaríamos diante de um bis in 
idem. 
Quanto ao II, era apenas isso. Vamos ao próximo imposto, dessa vez o de 
exportação de mercadorias. 
 
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Imposto de Exportação (IE) 
 
Esse é mais um imposto extrafiscal relacionado ao comércio exterior, 
sendo também instrumento de política econômica e fiscal do governo. Assim 
como o II, o IE também não se submete aos princípios da anterioridade e da 
noventena, bem como ao princípio da legalidade em relação à alteração de 
suas alíquotas pelo poder executivo. Ou seja, o IE é exceção aos três 
princípios! 
Assim, caso entenda necessário aos objetivos da política econômica ou fiscal, 
o Poder Executivo, por meio da CAMEX, poderá livremente alterar as 
alíquotas do IE, atendendo apenas aos limites e imposições previstos em lei. 
O IE incide sobre a exportação para o exterior de produtos nacionais ou 
nacionalizados, sendo estes entendidos como aqueles produtos originados do 
exterior, importados para consumo e que, por algum motivo, vão deixar o 
país a título definitivo. Uma vez finalizado o despacho de importação, a 
mercadoria considera-se incorporada à economia nacional. Caso venha ser 
destinada novamente ao exterior, será considerada como sendo exportada, 
ainda que originalmente ela tenha sido, num primeiro momento, originada do 
exterior. Assim, considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira 
importada a título definitivo. 
O IE, por sua vez, é um tributo de exceção, uma vez que incide apenas nos 
casos expressamente previstos em lei, tributando apenas um pequeno 
número de produtos. Cabe ao poder executivo relacionar os produtos sujeitos 
ao imposto. É o que dispõe o artigo 1º, §3º, do Decreto-Lei 1.578, de 1977: 
“Art. 1º (...) 
§ 3o O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao 
imposto.” 
 
 
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Fato Gerador 
 
O fato gerador do IE está regulado no artigo 23 do CTN, que assim nos diz 
em seu texto: 
“Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a 
exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou 
nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do 
território nacional.” 
Por sua vez, o artigo 212 do Regulamento Aduaneiro prevê a incidência do 
imposto sobre a saída de mercadorias nacionais ou nacionalizadas destinadas 
ao exterior, cujo texto é o seguinte: 
“Art. 212. O imposto de exportação incide sobre mercadoria 
nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. 
§ 1o Considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira 
importada a título definitivo. (...)” 
Considera-se que uma mercadoria deixou o território nacional e foi 
definitivamente exportada com a expedição da guia de exportação, ou 
documento equivalente, emitida pela autoridade aduaneira competente. Por 
sua vez, para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato 
gerador na data de registro do registro de exportação no Sistema 
Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), conforme o artigo 213, 
parágrafo único, do Regulamento Aduaneiro. 
“Art. 213. O imposto de exportação tem como fato gerador a 
saída da mercadoria do território aduaneiro. 
Parágrafo único. Para efeito de cálculo do imposto, 
considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do 
registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio 
Exterior (SISCOMEX).” 
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É com o registro do Registro de Exportação (RE) que se considera iniciado o 
despacho aduaneiro de exportação, processo no qual são verificados o 
atendimento das normas aduaneiras necessárias à exportação, culminando 
com o desembaraço aduaneiro. 
 
 
Base de cálculo 
 
E como será dada a base de cálculo do IE? De acordo com o artigo 24 do 
CTN, a base de cálculo do imposto é: 
 Quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada 
pela lei tributária; 
 Quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em 
condições de livre concorrência. 
Para os efeitos do segundo item, considera-se a entrega como efetuada no 
porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente 
incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo 
superior aos correntes no mercado internacional, o custo do financiamento. 
Já estudamos anteriormente o que vem a ser uma alíquota específica e uma 
alíquota ad valorem. 
 
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Conforme o artigo 214 do Regulamento Aduaneiro, a base de cálculo do IE 
é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo 
da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no 
mercado internacional, observadas as normas expedidas pela CAMEX. 
O preço à vista do produto, FOB (Free on board) ou posto na fronteira, é 
indicativo do preço normal, devendo ser levado em consideração quando da 
apuração da base de cálculo do imposto. 
Ainda quanto à base de cálculo, quando o preço da mercadoria for de difícil 
apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a 
CAMEX fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor 
mínimo, para apuração da base de cálculo. 
Por sua vez, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o 
preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao 
seu custo de aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das 
contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre 
a soma dos custos, mais impostos e contribuições. 
 
Alíquotas 
 
As alíquotas do IE serão, em regra, de 30%, conforme determina o artigo 
215 do Regulamento aduaneiro, que é cópia do Decreto-Lei nº 1.578, de 
1977, que assim nos diz em seu texto: 
“Art. 215. O imposto será calculado pela aplicação da 
alíquota de trinta por cento sobre a base de cálculo. 
§ 1o Para atender aos objetivos da política cambial e do 
comércio exterior, a Câmara de Comércio Exterior poderá 
reduzir ou aumentar a alíquota do imposto. 
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§ 2o Em caso de elevação, a alíquota do imposto não 
poderá ser superior a cento e cinquenta por cento.” 
(Grifos nosso) 
Ou seja, em regra, o valor do IE é de 30%, podendo ser aumentado ou 
diminuído pela CAMEX. Esse valor, entretanto, não poderá ser superior a 
150%. Essa é a alíquota máxima do IE. 
 
 
Contribuinte 
 
Por sua vez, conforme o artigo 27 do CTN, contribuinte do imposto é o 
exportador ou quem a lei a ele equiparar, considerado como sendo qualquer 
pessoa que promova a saída de mercadoria do território nacional. 
“Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a 
lei a ele equiparar.” 
Ainda quanto ao IE, temos o seguinte: 
 É considerado como sendo um tributo excepcional, uma vez que cabe 
ao Poder executivo, por meio da CAMEX, relacionar especificamente os 
produtos e mercadorias que estão ao imposto. Assim, temos uma lista 
positiva quanto ao IE. 
 Uma vez não constando na lista do Poder Executivo, não se verifica a 
incidência do IE, sendo caso de não incidência. A lista do executivo é de 
natureza negativa. 
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 É um tributo sujeito, em regra, ao lançamento por homologação; 
 Será aplicada subsidiariamente ao IE a legislação aplicável ao II, ou 
seja, não existindo norma que regule determinada situação relacionada 
ao IE, poderá ser aplicada a norma prevista para o II. 
 A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, 
excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro 
dos limites por ela estabelecidos. 
 O pagamento do imposto será realizado na forma e no prazo fixados 
pelo Ministro de Estado da Fazenda, que poderá determinar sua 
exigibilidade antes da efetiva saída do território aduaneiro da 
mercadoria a ser exportada. 
 São isentas do imposto as vendas de café para o exterior, os bens 
integrantes de bagagem, acompanhada ou desacompanhada, de 
viajante que se destine ao exterior e os bens levados para o exterior no 
comércio característico das cidades situadas nas fronteiras terrestres. 
 
 
(Questão 01) O Imposto sobre a Exportação – IE, cuja competência 
pertence à União, incide na exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados. Sobre ele é incorreto afirmar que: 
a) nacionais são os produtos produzidos no próprio país. 
b) nacionalizados são os produtos que tenham ingressado regularmente para 
incorporação à economia nacional, submetendo-se ao desembaraço 
aduaneiro, vale dizer, com a respectiva tributação, sendo o caso. 
c) incide também sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país. 
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d) a exportação temporária, quando amparada em regime especial de 
suspensão de impostos, em que não se tenha a incorporação à economia de 
outro país, não se sujeita à sua incidência. 
e) o fato gerador ocorre com a saída física do produto do país, pouco 
importando, portanto, a data do registro da operação no Sistema Integrado 
de Comércio Exterior – SISCOMEX. 
Alternativa a) Correta. Conforme as teorias econômicas, são produtos 
nacionais todos aqueles produzidos dentro das fronteiras geográficas do 
nosso país, ainda que utilizando insumos oriundos de outros países. São 
todos os produtos que, desde a sua concepção, já se encontram inseridos em 
nossa economia. 
Alternativa b) Correto. São nacionalizados todos os produtos estrangeiros 
importados e incorporados definitivamente à economia nacional, tendo sido 
submetido a todos os trâmites aduaneiros e sendo regularmente tributados, 
conforme o caso. É o caso, por exemplo, de uma empresa que importa 100 
veículos, desembaraça-os regularmente, paga os tributos e os coloca à venda 
no mercado nacional. Posteriormente, um comprador situado no exterior 
adquire um desses veículos. Ao ser remetido para o exterior, teremos o caso 
de exportação de um produto nacionalizado, uma vez que, originalmente, o 
produto é oriundo do exterior, vindo a ser incorporado à economia nacional 
em razão da importação. 
Alternativa c) Correto. Conforme nos diz o artigo 155, §3º, da CF/88, “à 
exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 
153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a 
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, 
combustíveis e minerais do País”. Por sua vez, o imposto previsto no artigo 
153, II, da CF/88, é justamente o imposto de exportação, juntamente como o 
de importação e o ICMS. 
 
 
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Alternativa d) Correta. Uma vez que os produtos irão posteriormente 
retornar ao país, não há que se falar em tributação, tendo em vista o regime 
de exportação temporária. A incidência do imposto de exportação, quando se 
mostre tributável a operação, somente se dá em relação à saída de 
mercadorias com ânimo definitivo, uma vez que, naquelas situações, não 
haverá a incorporação à economia do país estrangeira. 
Alternativa e) Incorreta. De acordo com o artigo 1º, §1º, do Decreto-Lei 
nº 1.578, de 1977, “considera-se ocorrido o fato gerador no momento da 
expedição da Guia de Exportação ou documento equivalente”. A saída física 
da mercadoria nem sempre coincide com a saída jurídica da mercadoria para 
fins de incidência do imposto, uma vez que, conforme vimos na alternativa 
anterior, a mercadoria poderá sair do país a titulo temporário, ainda que 
ocorra a saída física da mesma. 
 
 
Vamos agora ao mais querido imposto que nós temos? Isso mesmo, o nosso 
famoso Imposto sobre a Renda. Força! 
 
 
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Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) 
 
Vamos ver agora o mais querido dos nossos tributos nacionais: o imposto 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR), vulgo imposto de 
renda. Esse é mais um imposto previsto na competência tributária da União 
Federal, sendo um dos tributos de maior arrecadação do nosso país, 
juntamente com o IPI e com o ICMS. O imposto de renda (IR) está regulado 
no artigo 153, III e §2º, da CF/88, bem como nos artigos 43 a 45 do nosso 
CTN. 
Esse é um tributo destinado primordialmente à distribuição de renda do 
nosso país, uma vez que retira com maior poder a riqueza daqueles que 
mais têm em benefício daqueles que mais precisam do Estado. Entretanto, 
apesar dessa característica “Robin Hood”, o imposto de renda é um tributo 
de forte natureza fiscal, destinado a prover os recursos necessários ao 
funcionamento do Estado. Logo, o IR é tributo de natureza essencialmente 
fiscal. 
 
Princípios Constitucionais Aplicáveis / Critérios Orientadores 
 
Nesse item da nossa aula de hoje iremos estudar rapidamente os princípios 
constitucionais aplicáveis ao Imposto de Renda (IR). Ainda lembra os 
princípios constitucionais que são aplicados ao Imposto de Renda? Os mais 
apressadinhos diriam que seriam aqueles presentes no artigo 153, §2º, I, 
da CF/88. Eu diria: Sim, são aplicáveis. Mas não são apenas aqueles. 
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) 
III - renda e proventos de qualquer natureza; (...) 
§ 2º - O imposto previsto no inciso III: 
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I - será informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da lei;” 
(Grifos nosso) 
Os três princípios contidos no inciso I acima são os chamados critérios 
orientadores do IR, que veremos mais à frente em nossa aula de hoje. Eles 
são, também, princípios constitucionais. Além desses princípios, os demais 
princípios presentes na CF/88 também são aplicados. Ou o IR não se 
submete ao princípio da noventena, da anterioridade, da capacidade 
contributiva, do não confisco, da não cumulatividade, da isonomia, entre 
outros? CALMA!! Nem todos também. Uns não se aplicam por expressa 
disposições constitucional, outros por que não se aplicam mesmo, por total 
falta de correlação. Quem já viu o IR ser cumulativo ou não-cumulativo?. É, 
mas o IR é cumulativo. Ou seja, a cada nova percepção da mesma renda, 
haverá uma nova tributação, sem que se possa abater o que foi pago 
anteriormente com o que será pago posteriormente. 
Assim, podemos definir as principais características do IR, caro aluno. São 
elas: 
 É um imposto cumulativo, pelas razões que foram expostas 
anteriormente; 
 É um imposto pessoal, tendo em vista que, na sua incidência, são 
levadas em considerações características pessoais dos sujeitos 
passivos, sendo estendidas ainda aos seus dependentes, no caro do IR 
relativo às pessoas físicas; 
 É um imposto direto, já que o sujeito passivo que suporta o ônus da 
tributação é exatamente aquele descrito na norma de incidência, sem 
que seja possível a transferência do encargo econômico da tributação; 
 Seu fato gerador é periódico, já que ocorre dentro de um 
determinado período de tempo previsto na legislação tributária, em 
especial o Decreto Federal nº 3.000, de 1999, o famoso RIR. 
 
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E quanto aos princípios? Ao IR se aplicam os seguintes princípios: 
 da capacidade contributiva, sendo este o tributo em que mais se 
pode observar a aplicação do princípio, implementada por meio da 
chamada personalização de imposto e da verificação do mínimo vital; 
 da isonomia, uma vez que contribuintes em situações semelhantes 
devem ter a eles aplicados o mesmo tratamento a ser dado pela lei 
tributária; 
 da irretroatividade, uma vez que esse princípio não comporta, 
quanto à instituição e à majoração de tributos, exceção alguma; 
 do não-confisco; 
 da uniformidade geográfica; 
 da anterioridade anual, uma vez que a instituição ou a majoração 
do IR somente pode surtir efeitos junto aos contribuintes no exercício 
seguinte ao da publicação da lei instituidora ou majoradorado tributo; 
 da legalidade, já que toda alteração, e a própria instituição, sempre 
se fará por meio de lei em sentido estrito, podendo ser tanto lei 
ordinária quanto medida provisória; 
 da progressividade, da generalidade e da universalidade, que 
iremos ver detalhadamente mais adiante na nossa aula, já que consta 
no texto da CF/88 expressamente quanto ao IR; 
 da Tributação Isonômica das Rendas das Obrigações da Dívida 
Pública e dos Vencimentos dos Agentes Públicos dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios; 
 da Territorialidade das leis. 
 
 
 
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 (Questão 02) À luz da Constituição, avalie as formulações seguintes e, ao 
final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. 
I. É vedado à União elevar a alíquota do imposto sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza, de 27,5% para 41%, incidente sobre renda líquida 
igual ou superior a R$ 120.000,00, auferida no ano civil por pessoa física, 
por força da disposição constitucional vedatória da utilização de tributo com 
efeito de confisco, bem assim da que prevê a graduação de impostos 
segundo a capacidade econômica do contribuinte. 
Falso. O efeito confiscatório de um imposto não pode ser analisado, regra 
geral, de maneira isolada, mas em relação à totalidade dos tributos 
impostos pela mesma pessoa jurídica, conforme decisão do STF. A simples 
elevação de alíquotas, e tendo em vista ainda o valor alto da renda líquida 
sobre o qual incidirá a nova alíquota, não caracteriza efeito confiscatório, 
uma vez que, segundo uma máxima do direito tributário, quem mais tem, 
contribui com mais. 
 
 
Por sua vez, o IR é uma das exceções ao princípio da noventena, uma 
vez que qualquer alteração relativa ao tributo somente deverá obedecer ao 
princípio da anterioridade para que possa surtir efeitos junto aos 
contribuintes. Essa previsão consta no artigo 150, §1º, da CF/88. 
 
Desse modo, uma lei publicada em 31 de dezembro de 2011, majorando as 
alíquotas do imposto de renda das pessoas físicas, já poderia ser cobrada 
em 1º de janeiro de 2012, uma vez que o princípio da anterioridade estaria 
perfeitamente respeitado. Não é necessário esperar o prazo de 90 dias a 
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partir da data da publicação da lei instituidora para que seus efeitos possam 
ser sentidos. Ok? Gravou bem? Esse é também o entendimento sumulado 
pelo STF em sua Súmula 584: 
“Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do 
ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em 
que deve ser apresentada a declaração.” 
Vamos agora aos outros três princípios que comentei, estando relacionados 
aos critérios orientadores do IR. Lembra onde eles estão situados na nossa 
CF/88? Artigo 153, §2º, I. São eles: 
 
 
(Questão 03) Com atenção aos princípios do sistema tributário nacional, 
marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a 
opção correspondente. 
( ) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza sujeita-se aos 
princípios da generalidade, uniformidade e progressividade. 
De acordo com a figura apresentada acima, a assertiva encontra-se 
incorreta. 
 
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O princípio da progressividade está umbilicalmente ligado ao princípio da 
capacidade contributiva, uma vez que se traduz na técnica de aplicação de 
alíquotas variadas, aumentando conforme se aumenta a base de 
cálculo a ser tributada. Aumentou a base de cálculo, aumenta também a 
alíquota a ser aplicada àquela. Quanto ao IR, temos, 
predominantemente, a progressividade fiscal, tendo como objetivo 
principal a arrecadação, tirando mais de quem ganha mais. Por sua vez, a 
progressividade do imposto está prevista no artigo 153, §2º, I, da CF/88: 
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) 
III - renda e proventos de qualquer natureza; (...) 
§ 2º - O imposto previsto no inciso III: 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da lei;” 
(Grifos nosso) 
Quanto ao IR, há a fixação de faixas de alíquotas conforme a aumento da 
renda ou dos proventos recebidos pelo contribuinte. Para cada faixa, uma 
alíquota diferente, visando a tributar mais “ferozmente” aqueles que mais 
ganham. Atualmente existem cinco faixas de alíquotas em vigor, conforme a 
faixa de renda em que se enquadre o rendimento obtido pelo contribuinte. A 
TÍTULO ILUSTRATIVO, observe o seguinte quadro: 
 
 
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Quanto ao IR, temos ainda dois princípios importantes a ele aplicados, quais 
sejam, o da generalidade e o da universalidade. Os dois princípios estão 
intimamente relacionados ao princípio da isonomia, que prevê a 
tributação equânime de todos os sujeitos passivos e de todas as rendas ou 
proventos por ele percebidos, dentro da medida de suas desigualdades. 
Resumindo, podemos obter a seguinte figura ilustrativa: 
 
Quanto ao princípio da universalidade, temos ainda o que determina o artigo 
43, §1º, do CTN, que assim nos diz: 
“Art. 43 (...) 
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação 
da receita ou do rendimento, da localização, condição 
jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da 
forma de percepção.” 
Assim, são irrelevantes para a incidência do IR: 
 DENOMINAÇÃO DA RECEITA OU DO RENDIMENTO (NOMENCLATURA 
QUE EFETIVAMENTE É DADA A UM OU OUTRO); 
 
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Ou seja, se o salário que alguém recebe em razão do seu trabalho, 
regra geral, tributável com o imposto de renda, é chamado de salário 
ou de auxílio-trabalho, isso é irrelevante, já que ambos se mostram 
como rendimentos do trabalho e, por sua vez, incluídos no campo de 
incidência do IR. 
 A LOCALIZAÇÃO DA RECEITA OU RENDIMENTO; 
Se uma renda, obtida por uma pessoa residente ou domiciliada no país, 
foi devidamente guardada em um banco, ou embaixo do travesseiro, ou 
ainda no exterior, ainda assim será tributada pelo IR. 
 A CONDIÇÃO JURÍDICA OU A NACIONALIDADE DA FONTE; 
Se a fonte do rendimento está situada no exterior ou em solo nacional, 
e sendo aquele percebido por beneficiário residente ou domiciliado no 
país, há a incidência do IR. O mesmo ocorre para os rendimentos 
oriundos, por exemplo, do tráfico de drogas ou de uma empresa de 
fachada. O que importa é a percepção do rendimento, esse, sim, fato 
gerador do IR. 
 A ORIGEM E A FORMA DE PERCEPÇÃO DA RECEITA OU RENDIMENTO. 
Seja vendendo bíblias ou traficando drogas, em ambos os casos a 
renda obtida deverá ser tributada com o IR. Isso é a teoria... 
 
 
(Questão 04) Assinale a opção incorreta. No que diz respeito ao Imposto 
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, pode-se afirmar que: 
a) deve ser progressivo, aumentando a alíquota à medida que se eleva a 
base de cálculo. 
b) deve obedecer aos critérios da universalidade e da generalidade. 
c) deve obedecer aos princípios da capacidade contributiva e irretroatividadeda lei tributária. 
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d) não pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo. 
e) não pode prever hipóteses de isenção, sob pena de violar-se o princípio da 
igualdade. 
Alternativa a) Correto. A progressividade é um atributo obrigatório do 
imposto sobre a renda, cabendo ao legislador federal definir essa 
característica para o tributo. Coforme o artigo 153, §2º, I, da CF/88, o tributo 
deverá ser informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei. 
Alternativa b) Correta. Essas características são atributos obrigatórios para 
o imposto, e, dentro do possível, devem ser observados pelo legislador 
infraconstitucional. 
Alternativa c) Correta. O tributo não se mostra como exceção a nenhum 
dos princípios, uma vez que é o mais típico dos impostos pessoais, o que 
demonstra seu potencial para ser graduado conforme a capacidade 
contributiva dos sujeitos passivos. Por sua vez, está totalmente sujeito ao 
princípio da irretroatividade. 
Alternativa d) Correta. O tributo não é uma das exceções ao princípio da 
legalidade, devendo ter suas alíquotas sempre alteradas por meio de lei em 
sentido formal. 
Alternativa e) Incorreta. Todos os tributos previstos na CF/88 podem estar 
sujeitos a isenções, dependendo apenas da vontade do legislador competente 
para tanto. Por exemplo, os portadores de moléstia graves têm direito à 
isenção quanto ao imposto de renda, sendo uma regra perfeitamente válida 
no nosso atual ordenamento jurídico, sem que o princípio da isonomia sofra 
qualquer arranhão. 
 
 
 
 
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Fato Gerador 
 
O IR tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou 
jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. Essa previsão consta no 
artigo 43 do nosso CTN. Veja o que nos diz esse artigo do CODEX quanto ao 
IR: 
“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda 
e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a 
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do 
trabalho ou da combinação de ambos; 
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos 
os acréscimos patrimoniais não compreendidos no 
inciso anterior”. (Grifos nosso) 
 
 
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(Questão 06) A aquisição da disponibilidade jurídica de acréscimos 
patrimoniais corresponde ao fato gerador: 
a) Do imposto sobre herança e doações; 
b) Da contribuição social de interesse das categorias econômicas. 
c) Do imposto sobre a renda e proventos; 
d) Do imposto territorial rural, no caso de cessão ou avulsão; 
e) Do imposto de transmissão causa mortis. 
Conforme acabamos de ver ao visualizar o quadro acima, o fato gerador 
solicitado no enunciado da questão se refere ao imposto de renda, tendo a 
questão como gabarito a alternativa “c”. 
 
 
Para conceituar renda, observe uma palavra importante no texto do inciso I: 
PRODUTO. Ora, produto é coisa nova, que nasce de outra. Se nascer de uma 
coisa nova, aquilo que existia antes não pode ser considerado renda, mas 
apenas como patrimônio ou coisa do gênero. Logo, podemos concluir que 
nossos bens, como carros e imóveis, não podem ser tributados pelo imposto 
de renda, uma vez que não se constituem como acréscimos de patrimônio. 
Lembre-se que o seu veículo é tributado como o IPVA, enquanto o seu imóvel 
urbano, com o IPTU. E o rural? Com o ITR. Lembra uma palavrinha que existe 
no nome de cada um desses três tributos? PROPRIEDADE. Ou seja, o IR não 
incide sobre a propriedade e/ou sobre a riqueza, digamos, antiga. Ou até 
mesmo sobre a aquisição de um bem. Para esses casos, já existem tributos 
específicos. Tributar novamente com o IR seria caso de bitributação e, nesse 
caso, proibido pela CF/88. 
 
 
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Logo: do fato gerador do IR devem ser excluídos os fatos geradores 
relativos à tributação com outros impostos, como a propriedade de 
imóveis e de automóveis. E o nosso IPI, caro aluno? Também estão 
excluídos os produtos industrializados, uma vez que o IPI, assim como o 
ICMS, incidem sobre a produção e a circulação, que são temas e conceitos 
distintos. 
Voltando à palavrinha mágica “produto”, observe o que vem após ela: do 
capital, do trabalho ou da cominação de ambos. 
Como exemplo de cada uma das rendas que são produtos do capital, do 
trabalho ou da combinação de ambos, temos os seguintes: 
RENDA ORIUNDA DO TRABALHO são as comissões, os salários, os 
subsídios, os vencimentos, os honorários, o pró-labore, soldos, entre outros; 
é tudo aquilo que é ganho em razão da execução do trabalho; 
RENDA ORIUNDA DO CAPITAL  é aquela que provêm de outras fontes de 
riqueza, as quais, por suas características, são capazes de gerar outras 
rendas, como os juros, os royalties, os lucros, os ganhos decorrentes de 
aplicações financeiras, bonificações societárias, dividendos, aluguéis, 
participações em lucros, o ganho decorrente de alienação de imóveis entre 
outros; 
RENDA ORIUNDA DA COMBINAÇÃO DO CAPITAL E DO TRABALHO  
são aqueles que existem em razão da observância tanto do trabalho quando 
do capital empregado, tendo como exemplo o lucro societário, os pró-labores, 
entre outros. 
Assim, diante dos exemplos dados, podemos ter que renda (e também 
proventos) é tudo aquilo que compreenda RIQUEZA NOVA, que 
ACRESCENTA ALGO ao patrimônio já existente do sujeito passivo. Essa 
aquisição pode se dar de forma periódica, em intervalos de tempos 
constantes ou quase constantes, ou de forma instantânea, isolada, tendo 
como exemplos as heranças deixadas por algum parente ou “abençoado”. 
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Outro ponto importante: o IR incide sobre o ACRÉSCIMO PATRIMONIAL! 
Aquilo que realmente foi acrescentado ao patrimônio do sujeito passivo. 
Desse modo, não podem ser classificados como renda, e, por consequência, 
fazendo incidir a tributação, os valores que venham a resultar em 
decréscimos patrimoniais, ainda que expressamente previstos em lei. Ônus, 
encargos, entre outros, não podem entrar no conceito de renda por simples 
vontade do legislador, devendo este atender aos limites semânticos presentes 
na CF/88. 
O legislador deve se ater ao conteúdo semântico do que vem a ser renda, 
não podendo classificar como renda aquilo que não possa ser classificado 
como tal. 
O que é renda? É tudo aquilo que aumenta o patrimônio do sujeito passivo. 
Aquilo que vem para acrescentar, aumentar o que ele já possui. São todos os 
ganhos, as receitas, os lucros, os créditos, entre outros. 
Assim, o IR incide sobre o saldo patrimonial acrescido ao patrimônio do 
sujeito passivo, e dentro de certo período de tempo. 
 
“E os proventos, professor? O que são?” 
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Simples. É tudo aquilo que importa em acréscimo patrimonial e que não seja 
classificado como renda, conforme os exemplos que mostramos 
anteriormente. 
Como exemplo de proventos de qualquer natureza, temos as aposentadorias, 
os ganhos na loteria, as doações, as pensões, os alimentos recebidos, entre 
outros. Alguns entendem, por sua vez, que o conceito de proventos estaria 
incluído num conceito mais amplo, que é o de renda, sendo aquele uma 
subespécie desta. Mas não vamos pegar briga com ninguém, ok? É melhor 
ser amigo do CTN e confiar no que ele diz.  
 
Ainda quanto ao fato gerador do IR, a melhor doutrina o classifica como 
sendo um fato gerador periódico, já que ocorre ao longo de um 
determinado período de tempo previsto na legislação. Esse período, conforme 
o decreto federal nº 3.000/99 (Regulamento do IR – RIR), esse período vai 
de 1º de janeiro a 31 de dezembro do mesmo ano-calendário. Desse modo, 
somente em 31 de dezembro de um determinado ano o IR completa o seu 
ciclo de formação. Essa precisão é necessária para a perfeita aplicação do 
princípio da irretroatividade. 
Uma vez que somente em 1º de janeiro podem surtir efeitos as alterações da 
carga tributária do IR, uma lei publicada em 31 de dezembro, em 1º de 
janeiro do ano seguinte já estará apta a produzir efeitos. Lembram que todo 
ano aqueles que receberam renda superior ao limite de isenção devem 
declara-la à Receita Federal? Pois bem. Essa declaração é relativa ao ano 
anterior àquele em estamos entregando-a. Ou seja, em 2012 fazemos a 
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declaração de renda do ano-calendário 2011, que se finalizou em 31 de 
dezembro, exatamente no dia em que terminou o ciclo de apuração do IR. 
Acontece que, para as alterações ocorridas na legislação até o dia 31 de 
dezembro, a nova lei vigente a partir do ano seguinte já surtirá efeitos nesse 
ano de vigência da lei, e não apenas quanto às rendas do ano da entrega da 
declaração. Não entendeu, não é? Veja um exemplo. 
Suponha que em um determinado ano X, José recebeu R$ 60.000,00 de 
rendimentos. Nesse ano X, o ciclo de apuração do IR foi finalizado em 31 de 
dezembro. Em 20 de novembro de X foi publicada lei alterando as alíquotas 
do IR de 20% para 27%. Ou seja, essa lei somente surtirá efeitos em 1º de 
janeiro, caso a lei não disponha de outra data posterior a essa. Por sua vez, 
conforme as obrigações acessórias estipuladas para o IR, José deverá 
entregar declaração no ano X+1 relativamente à X. Até aqui tudo bem, não 
é? 
Aconteceu que a lei publicada em X já tem efeitos em 1º de janeiro de X+1, e 
será aplicada aos rendimentos ganhos em X, uma vez que a lei vigente no 
exercício de entrega da declaração será aplicada aos rendimentos do ano-
base, ou seja, o ano X. Essa previsão, embora pareça ir de encontro ao 
princípio da irretroatividade, está devidamente sumulada pelo STF, conforme 
se nota abaixo: 
“Súmula 584: Ao imposto de renda calculado sobre os 
rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício 
financeiro em que deve ser apresentada a declaração.” 
Por sua vez, para alguns autores, o fato gerador do IR é denominado de 
pendente, uma vez que se inicia em 1º de janeiro e é finalizado apenas em 
31 de dezembro de um determinado ano. Durante esse período, ele não 
completou seu circulo de formação ou não atingiu a perfeição. 
 
 
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Em outra vertente, temos também a definição de fato gerador simples e 
complexo, segundo o professor Amilcar Falcão. Nos fatos geradores simples, 
o fato gerador é único, é um fato isolado no tempo, como, por exemplo, o II, 
que incide na entrada da mercadoria em território nacional. 
Por sua vez, o IR possui, para o eminente professor, fato gerador complexo, 
ou complexivo, uma vez que é constituído por uma série de fatos a serem 
considerados como um todo para a constituição do fato gerador em sua 
perfeição. Veja agora a redação do artigo 43, §§1º e 2º, do CTN: 
“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda 
e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a 
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do 
trabalho ou da combinação de ambos; 
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os 
acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso 
anterior. 
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da 
receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou 
nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. 
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do 
exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em 
que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do 
imposto referido neste artigo.” 
O artigo 43, §1º, do CTN, nos diz que a incidência do imposto INDEPENDE 
da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição 
jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Ou 
seja, tanto os rendimentos produzidos no país quanto aqueles originários do 
exterior do país estão sujeitos ao IR, sendo também irrelevante a fonte da 
receita (trabalho, contrabando, pessoa física ou jurídica, entre outros) e da 
denominação dada (mesada para gente grande também é tributada, caso um 
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patrão venha a assim chamar o salário de um empregado). Assim, para a 
incidência do IR, basta apenas que o beneficio da nova renda ou acréscimo 
patrimonial tenha sido acrescido ao já pertencente ao sujeito passivo. 
Já o §2º do mesmo artigo nos diz que, na hipótese de receita ou de 
rendimento oriundos do exterior, percebidos por residente ou 
domiciliado no Brasil, a lei estabelecerá as condições e o momento em 
que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto de 
renda. Caso alguém seja residente no exterior e envie renda para residentes 
do Brasil, essa renda deverá ser tributada aqui no Brasil, segundo a 
legislação pátria, mesmo que aqui não tenha sido gerada e tenha sido 
tributada no país de origem da renda (exceto, claro, se houver tratado entre 
os países para evitar a bitributação internacional). Veja o que “falaremos” 
logo adiante. 
Conforme nos informa o RIR (regulamento do imposto sobre a renda – 
Decreto Federal nº 3.000, de 1999), as pessoas físicas que declararem 
rendimentos provenientes de fontes situadas no exterior poderão deduzir, 
do imposto apurado quanto aos rendimentos percebidos no Brasil, o cobrado 
pela nação de origem daqueles rendimentos, desde que: 
I - em conformidade com o previsto em acordo ou convenção internacional 
firmado com o país de origem dos rendimentos, quando não houver sido 
restituído ou compensado naquele país; ou 
II - haja reciprocidade de tratamento em relação aos rendimentos 
produzidos no Brasil. 
A dedução, contudo, não poderá exceder a diferença entre o imposto 
calculado com a inclusão daqueles rendimentos e o imposto devido 
sem a inclusão dos mesmos rendimentos. 
“Ok, professor. Entendi. Mas o que é essa tal de disponibilidade econômica e 
jurídica a que se refere o caput do artigo 43?” 
 
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A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica nos leva ao conceito de 
fluxo positivo de patrimônio do sujeito passivo, como algo que aumenta o 
patrimônio. Se há a entrada de bens, valores ou direitos no patrimônio do 
sujeito passivo, estamos diante da aquisição da disponibilidade econômica e 
jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. 
E o que vem a ser exatamente essa disponibilidade econômica ou jurídica? 
Vou utilizar os conceitos apresentados pelo Professor Eduardo Sabbag em seu 
Livro Manual de Direito Tributário, editora Saraiva, 3ª edição, 2011, página 
1.081, que assim nos diz precisamente quanto à definição e às diferenças 
existentes entre os conceitos: 
“(...) a) Disponibilidade Econômica: é a obtenção da 
faculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro ou de coisas 
conversíveis. É ter o fato concretamente. A disponibilidade 
“financeira” não é sinônimo de disponibilidade econômica. 
Está última é somente aquela que representa incorporação 
ao patrimônio. Nada impede, no entanto, que a lei ordinária 
agregue o “elemento financeiro” ao fato gerador, desde que 
tenha havido prévia disponibilidade econômica ou jurídica. 
b) Disponibilidade Jurídica: é a obtenção de direitos de 
créditos não sujeitos à condição suspensiva, representados 
por títulos ou documentos de liquidez e certeza. Representa 
o “ter o direito, abstratamente”. O IR só pode incidir quando 
há acréscimo patrimonial, salientando-se que não há 
necessidade de o rendimento ser efetivamente recebido pelo 
sujeito passivo, sendo suficiente que este tenha adquirido o 
direito de crédito sobre ele, ou seja, a disponibilidade 
jurídica. Portanto, se um comerciante vende um produto no 
último dia do ano, porém só recebe o pagamento no 1º dia 
do ano subsecutivo, considera-se, para fins de tributação, a 
data da venda, e não a do recebimento, pois com a venda o 
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contribuinte adquire a disponibilidade jurídica sobre o 
rendimento tributável.” 
Desse modo, disponibilidade econômica e disponibilidade jurídica são 
institutos diferentes. A econômica se refere à renda/provento “em caixa”, 
efetivo, já realizado e inteiramente ao dispor do seu proprietário, que poderá 
utilizar da maneira que bem entender. Já a jurídica se refere à aquisição de 
direitos, desde que esses possam ser usufruídos pelo seu possuidor, embora 
não esteja economicamente disponível. Como exemplo, temos as famosas 
notas promissórias, que não são dinheiro em espécie, mas representam o 
direito do credor frente ao devedor. 
O STJ, contudo, iguala os conceitos de disponibilidade econômica e jurídica, 
prevendo ainda a disponibilidade financeira. Veja o que diz a Corte Superior: 
"(...) Para que haja a disponibilidade econômica, basta que o 
patrimônio resulte economicamente acrescido por um direito, 
ou por um elemento material, identificável como renda ou 
como proventos de qualquer natureza. Não importa que o 
direito ainda não seja exigível (um título de crédito ainda não 
vencido), ou que o crédito seja de difícil e duvidosa 
liquidação (contas a receber). O que importa é que possam 
ser economicamente avaliados e, efetivamente, acresçam ao 
patrimônio." (...) 
5. "Não se deve confundir disponibilidade econômica com 
disponibilidade financeira da renda ou dos proventos de 
qualquer natureza. Enquanto esta última se refere à imediata 
'utilidade' da renda, a segunda está atrelada ao simples 
acréscimo patrimonial, independentemente da existência de 
recursos financeiros." 
 
 
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6. "Não é necessário que a renda se torne efetivamente 
disponível (disponibilidade financeira) para que se considere 
ocorrido o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a 
lei a exigir a verificação do acréscimo patrimonial 
(disponibilidade econômica).” (REsp 1222719/RS, de 
03/05/2011). 
Vamos ver agora a base de cálculo do IR. 
 
Base de cálculo 
 
A base de cálculo do IR está presente no artigo 44 do nosso CTN, o qual 
afirma que a base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado 
ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis, sendo conceito 
aplicado tanto a pessoas físicas quanto jurídicas. 
Quanto às pessoas físicas, temos que a base de cálculo do IR é o seu 
rendimento bruto. O rendimento bruto é constituído pela soma das 
seguintes parcelas: 
 Produto do capital; 
 Produto do trabalho; 
 Produto da combinação de trabalho e de capital; 
 Alimentos recebidos em dinheiro; 
 Pensões recebidas em dinheiro; 
 Proventos de qualquer natureza; 
 Acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos 
declarados. 
 
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“Art. 37. Constituem rendimento bruto todo o produto do 
capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os 
alimentos e pensões percebidos em dinheiro, os proventos de 
qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos 
patrimoniais não correspondentes aos rendimentos 
declarados.” (RIR) 
Integram ainda o rendimento bruto os ganhos de capital, que são aqueles 
originários de alienação de bens e direitos de qualquer natureza, cessão de 
bens e direitos, doações, procurações em causa própria, entre outros. Veja a 
redação do artigo 3º, §§2º e 3º, da lei federal nº 7.713, de 1988: 
“Art. 3º (...) 
§ 2º Integrará o rendimento bruto, como ganho de capital, o 
resultado da soma dos ganhos auferidos no mês, decorrentes 
de alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, 
considerando-se como ganho a diferença positiva entre o 
valor de transmissão do bem ou direito e o respectivo custo 
de aquisição corrigido monetariamente, observado o disposto 
nos arts. 15 a 22 desta Lei. 
§ 3º Na apuração do ganho de capital serão consideradas as 
operações que importem alienação, a qualquer título, de 
bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos 
à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, 
permuta, adjudicação, desapropriação, dação em 
pagamento, doação, procuração em causa própria, promessa 
de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de 
cessão de direitos e contratos afins.” 
 
 
 
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Por sua vez, para encontrarmos o valor do IR devido, a legislação permite 
que sejam feitas exclusões, deduções e compensações, como, por exemplo, 
as deduções relativas a despesas médicas e com educação dos contribuintes 
e de seus dependentes. Essas possibilidades (exclusões, deduções e 
compensações) são uma das vertentes da afirmação do princípio da 
capacidade contributiva. 
Quanto às pessoas jurídicas, a base de cálculo pode ser apurada por meio 
do lucro real, do lucro presumido e do lucro arbitrado. 
 
O lucro real é aquele apurado de acordo com os resultados verificados na 
contabilidade da empresa, sendo a forma mais criteriosa e rigorosa de 
apuração do IRPJ devido, englobando um pequeno número de empresas do 
universo atual dos contribuintes do IRPJ, mas que respondem por parcela 
bastante significativa da arrecadação do tributo federal. 
Para determinadas empresas que

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