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Técnica do pó 
 
Os pós podem ser comuns ou magnéticos, ambos são comercializados em diversas cores, 
incluindo os fluorescentes, e devem ser aplicados em superfícies secas, com auxílio de 
pincéis de fibra de vidro, fibra de carbono ou de aplicadores magnéticos. 
 
São utilizados em superfícies que possibilitam o decalque da impressão, ou seja, superfícies 
lisas, não rugosas e não adsorventes. O pó a ser utilizado geralmente é selecionado levando 
em consideração a cor de contraste com a superfície, uma vez que o objetivo é tornar visível 
uma impressão latente, bem como devem ser levadas em consideração as características de 
aderência do pó, que deve ter boa afinidade com os componentes da impressão digital e 
pouca afinidade com o material da superfície. 
 
A técnica do pó está baseada nas características físicas e químicas do pó, do tipo de 
instrumento aplicador e, principalmente, no cuidado e habilidade de quem executa a 
atividade. 
 
Quando a impressão digital é recente, a água é o principal composto no qual as partículas de 
pó aderem. A medida que o tempo passa, os compostos oleosos, gordurosos ou sebáceos são 
os mais importantes. A interação entre os compostos da impressão e o pó está relacionada 
às forças elétricas intermoleculares, conhecidas como forças de van der Waals e ligações de 
hidrogênio. A Tabela 1 relaciona alguns tipos de pós que podem ser adquiridos 
comercialmente ou produzidos em laboratório. 
 
 
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Tabela 1: Alguns pós utilizados na revelação de impressão digital latente. 
Pós Pretos 
Pó óxido de ferro Óxido de ferro 50% 
Resina 25% 
Negro de fumo 25% 
Pó dióxido de manganês Dióxido de manganês 45% 
Óxido de ferro 25% 
Negro de fumo 25% 
Resina 5% 
Pó negro de fumo Negro de fumo 60% 
Resina 25% 
Terra fuller 15% 
Pós brancos 
Pó óxido de titânio Óxido de titânio 60% 
Talco 20% 
Caulim 20% 
Pó carbonato de chumbo Carbonato de chumbo 80% 
Goma arábica 155 
Alumínio em pó 3% 
Negro de fumo 2% 
 
Existe uma variedade enorme de pós, muito maior do que a apresentada aqui, pois o 
uso de um tipo de pó em detrimento dos demais ocorre, principalmente, devido a fatores 
como a superfície em que se encontra a impressão, as condições climáticas e a experiência 
do perito. 
Todas as impressões papilares devem ser fotografadas, e o excesso de pó deve ser 
retirado com o auxílio de pincéis de pena de marabou ou de pelo de camelo. 
 A Figura 1 ilustra um exemplo de maleta adquirida comercialmente contendo kit 
básico para levantamento de impressões digitais. 
 
 
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Figura 1: Maleta de levantamento de impressão digital 
 
 
Pincéis especiais para levantamento de impressão digital 
 
Os pincéis utilizados para levantamento de impressões digitais são encontrados em vários 
formatos e tamanhos, e são confeccionados com vários materiais, como por exemplo: pluma 
de marabou, pelo de camelo, pelo de cabra, fibra de vidro e fibra de carbono. Existem os 
bastões magnéticos, que são desprovidos de cerdas, utilizados exclusivamente para 
aplicação de pós com propriedades magnéticas. 
 
 
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Descrição Pincel 
Pincel de pluma de marabou: para 
aplicação de pós regulares e 
remoção de excessos de pós 
aplicados. 
 
Pincel de pelo de camelo: para 
aplicação de pós regulares. Suas 
fibras finas eliminam arranhões nos 
detalhes das papilas. 
 
Pincel de fibra de carbono: para 
aplicação de pós regulares, de 
preferência em movimentos 
circulares, geralmente utilizado em 
áreas de média e grande extensão. 
 
Pincel de fibra de vidro: para 
aplicação de pós regulares, de 
preferência em movimentos 
circulares, geralmente utilizado em 
áreas de média e grande extensão. 
 
 
Pincel de pelo de cabra: para 
aplicação de pós regulares. 
 
Bastões magnéticos: para aplicação 
de pós magnéticos, em movimentos 
circulares, geralmente utilizado em 
superfícies secas, não ferrosas e 
verticais. 
 
 
 
 
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Independentemente do tipo de pincel, as fibras devem ser macias para que não destruam o 
delicado desenho da impressão digital. É recomendado que os pincéis sejam limpos girando-
os em movimentos circulares, contínuos e rápidos, com auxílio de papel toalha e não lavá-
los, exceto o de pluma de marabou, que pode ser lavado com água e detergente e deve ser 
deixado para secar naturalmente. O correto é utilizar um pincel para cada coloração de pó 
ou dependendo da disponibilidade, usar um pincel para pós claros e outro para pós escuros. 
 
 
Método de aplicação de pós comuns 
 
Para melhor distribuição do pó no pincel é aconselhável que o técnico despeje um pouco do 
pó em um recipiente de boca larga, pois deve-se evitar que o pincel seja introduzido em 
recipientes pequenos, já que pode ocasionar danos às fibras ou às cerdas, tornando os 
pincéis inúteis. 
 
Um dos erros mais comuns na aplicação de pó em impressão digital é o uso demasiado de pó, 
portanto, o pincel deve ser delicadamente mergulhado no pó e batido levemente na borda 
do recipiente para retirar o excesso. 
 
É conveniente, antes de usar o pó, eleger uma área onde possivelmente não haja fragmentos 
de impressões digitais e efetuar um teste com o pó que se deseja utilizar, assim, haverá 
certeza de que a superfície aceita o pó escolhido. 
 
Ao aplicar o pó no suporte, o técnico deve empoar cuidadosa e suavemente em movimentos 
circulares, pois a força nele exercida poderá danificar o desenho da impressão. Quando a 
impressão for visualizada, o perito deve observar o sentido das linhas papilares e intensificar 
a aplicação de acordo com o sentido dessas linhas. Para retirar o excesso de pó, devemos 
cuidadosamente passar o pincel de pena de marabou no mesmo sentido das linhas papilares. 
 
 
 
 
 
 
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Método de aplicação de pós magnéticos 
Convém evitar o uso de pó magnético em superfícies ferrosas, sendo, entretanto, muito útil 
quando usado em superfícies como madeira (inclusive não tratada), concreto, isopor e 
papel, reagindo com excelência em impressões papilares recentes. 
 
Os pós magnéticos devem ser utilizados com os aplicadores magnéticos, que devem ser 
introduzidos no frasco do pó magnético, atingindo apenas a superfície do pó, que será 
aderido a ponta metálica imantada do pincel, formando um aglomerado disperso em formato 
de cerda, conforme demonstrado na imagem abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O técnico deve espalhar o pó sobre a impressão latente da mesma maneira como se 
estivesse trabalhando com um pincel comum, ou seja, em movimentos circulares suaves, 
evitando que a ponta do aplicador encoste na superfície examinada, conforme demonstrado 
na Figura 3. 
 
Ao acabar de distribuir o pó sobre a impressão, basta segurar o bastão magnético sobre o 
frasco e puxar o êmbolo para cima, a fim de soltar o pó. 
 
Figura 2: Bastões magnéticos 
 
Pó magnético 
preto 
 
Pó magnético branco 
 
 
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Esse método permite que o operador utilize o mesmo pó por várias vezes, evitando a perda 
de material, bem como evita que o pincel toque a impressão digital, pois o próprio pó 
magnetizado toma a forma das cerdas do pincel. 
 
 
Figura 3: Técnica de aplicação do pó magnético