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Aula 05 - Efeito Estufa

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Efeito Estufa
1
Balanço de energia
2
A principal fonte de energia do planeta Terra é o sol. A energia que o sol (ou qualquer outro objeto, incluindo a Terra) emite pode ser descrita em termos de radiação de corpo negro. De acordo com a relação de Planck para radiação de corpo negro a energia emissiva por unidade de comprimento de onda de qualquer material com temperatura finita é dada por:
M = (2hc2/5)(1/e(hc/kT)-1)
onde: M = energia emissiva W m-3 (a unidade significa watts por metro quadrado de superfície por metro de comprimento de onda); h = constante de Planck = 6,63x10-34 J s; c = velocidade da luz = 3,00x108 m s-1;  = comprimento de onda m ; k = constante de Boltzmann = 1,38x10-23 J K-1 e T = temperatura K.
O gráfico de M vs  é mostrado para diferentes temperaturas na figura acima. A área embaixo da curva entre dois comprimentos de onda é igual a potencia total por área (W m-2) emitida entre esses dois comprimentos de onda. O espectro em 5000 K corresponde aproximadamente à situação do sol (o qual a superfície é de cerca de 5800 K). como é evidente, a radiação solar é emitida como um amplo continuum através de partes do UV próximo, visível e IV. Considerando a curva correspondente a temperatura de 300 K, temperatura semelhante ao valor médio de 287 K da superfície terrestre, os comprimentos de onda emitidos em maior intensidade correspondem ao infravermelho, com praticamente nenhuma emissão em comprimentos de onda mais energéticos como o visível ou ultravioleta. 
 de emissão 
pico= 2897 / T (K) (1)
TSol ~ 5800 K
 pico= 2897 / T (K) = 2897/5800 = 0,500 µm (500 nm)
 TTerra ~ 287 K
 pico= 2897 / T (K) = 2897/300 = 10 µm (10094nm)
3
Uma boa aproximação do comprimento de onda de máxima emissão (para objetos com temperaturas superiores a 100 K) é dado pela equação (1) acima.
Considerando a temperatura da superfície solar (5800 K) o comprimento de onda previsto é de 500 nm, na região verde do visível.
Considerando a temperatura média da superfície terrestre (287 K) o comprimento de onda previsto é de 10 µm, na região do infravermelho. 
24/03/15
Um resumo gráfico do que acontece na superfície terrestre é representado acima. A quantidade máxima de energia que chega máxima de energia proveniente do sol que chega na Terra situa-se na região do visível (parte tracejada gráfico acima). Da luz incidente total envolvendo todos os comprimentos de onda que chegam até a Terra, cerca de 50% alcança a superfície, onde é absorvida. Outros 20% da luz incidente são absorvidas por gases – UV, pelo ozônio estratosférico e oxigênio diatômico, IV pelo CO2 e H2O – e pelas gotículas de água presentes no ar; os restantes 30% são refletidos de volta ao espaço pelas nuvens, pelo gelo, pela neve, pela areia e por outros corpos refletores, sem que ocorra absorção.
Como qualquer outro corpo aquecido, a Terra emite energia; de fato, a quantidade de energia que o planeta absorve e emite devem ser iguais para que a temperatura se mantenha constante. A energia emitida não se situa na região do visível, , mas na região do infravermelho, apresentando comprimentos de onda que variam entre 4 – 50 m; essa região é chamada de infravermelho térmico porque a energia é uma forma de calor, o mesmo tipo de energia é emitido por uma panela de ferro quando aquecida.
4
24/03/15
Alguns gases presentes no ar podem absorver temporariamente luz infravermelha térmica de comprimentos de onda específicos, sendo assim, nem todo IV emitido pela superfície da Terra e pela atmosfera escapa diretamente para o espaço. Logo após a sua absorção pelas moléculas presentes no ar, como o CO2, a luz infravermelha é reemitida em todas as direções, de modo completamente aleatório. Deste modo, uma parte do IV térmico é redirecionada de volta em direção à superfície, sendo reabsorvida, e consequentemente provocando o aquecimento adicional tanto da superfície como do ar. Esse fenômeno, o redirecionamento do IV térmico em direção à Terra é chamado de efeito estufa, e é responsável pelo fato da temperatura média da superfície da Terra ser aproximadamente +15oC, em vez de -15oC, temperatura que predominaria se gases que absorvem IV não estivesse presentes na atmosfera.
5
Gases do Efeito estufa
6
A radiação infravermelha não possui energia suficiente para quebrar ligações covalentes ou causar transições eletrônicas, mas podem mudar o movimento de vibração ou rotação de uma molécula. Na absorção da radiação IV, uma molécula deve ser submetida a uma alteração líquida no seu momento de dipolo como resultado do seu movimento vibracional ou rotacional. Gases inertes monoatômicos – tais como argônio, que é o terceiro gás mais abundante na atmosfera ( com uma concentração de 0,9%) – não tem ligações covalentes e, consequentemente, não podem absorver a radiação IV. Nenhuma alteração líquida no momento de dipolo ocorre durante a vibração ou rotação das espécies homonucleares, tais como N2 e O2. Uma vez que essas moléculas são simétricas, não importa quanto as ligações covalentes sejam esticadas , pois não haverá alteração no momento de dipolo. Devido a isso, essas moléculas, que são os principais constituintes da atmosfera, também não podem absorver radiação IV. Outras moléculas diatômicas, que contém dois átomos diferentes, como o CO, podem absorver a radiação IV. A figura acima ilustra os modos vibracionais possíveis para o CO2. Como pode ser visto, o CO2 tem duas vibrações de estiramento e duas de compressão. Um estiramento assimétrico ocorre quando os dois átomos de oxigênio se movem conjuntamente para fora e para dentro, enquanto o carbono permanece fixo. Um estiramento assimétrico ocorre quando uma dupla ligação é comprimida enquanto a outra é esticada. Além das vibrações de estiramento, o CO2 também pode vibrar por deformação angular. Um tipo de deformação angular ocorre quando há uma deformação no plano da molécula linear, e o outro tipo ocorre quando os átomos se deformam para fora desse plano.
Vapor de água
 CO2
 CH4
 N2O
 Clorofluorcarbonos 
Gases do Efeito estufa
7
Os dois gases de efeito estufa mais importantes são as moléculas poliatômicas de H2O e CO2. aproximadamente 89% dos 34oC de aumento da temperatura terrestre, resultante do aquecimento provocado pelo efeito estufa natural, podem ser atribuídos à água. O dióxido de carbono representa aproximadamente 7,5% do esfeito estufa. Quanto às contribuições antropogênicas ao efeito estufa, o CO2 corresponde a maior fração de emissões antropogências, com cerca de 84%. Na sequência as emissões de metano contam com cerca de 9%, óxido nitroso 5%, clorofluorcarbono e outros contaminantes minoritários 2%.
Vapor de água
24/03/15
Feedback positivo;
Feedback negativo
Na Terra, o vapor d’água é na verdade o gás do efeito estufa mais importante porque absorve fortemente na região do IV. Como pode ser visto na figura acima, a água na fase gasosa absorve fortemente em três regiões distintas do IV: de 2,5 a 3,4 m, de 4,1 a 6,1 m e 10 a 13 m. A concentração do vapor d’água na atmosfera varia consideravelmente dependendo da localização e temperatura. O vapor d’água tem, em média, uma concentração de aproximadamente 0,4% na atmosfera da Terra. Ele esta envolvido em dois processos de feedback (realimentação) importantes que se opõem um ao outro: um feedback positivo ocorre quando o aquecimento global aumenta a evaporação dos oceanos, o que ocasiona maiores concentrações de vapor d’água. O aumento da concentração de vapor d’água faz com que mais radiação infravermelho seja absorvida, consequentemente ampliando o aquecimento da superfície terrestre. Um feedback negativo ocorre quando a troposfera apresenta mais nuvens, o que provoca mais reflexão do fluxo solar incidente e, por conseguinte, induz a um resfriamento da superfície da Terra. Sabendo que não há atividades antropogênicas que causam diretamente o aumento da concentração de vapor d’água na atmosfera, geralmenteele não é listado entre os gases do efeito estufa. 
8
Dióxido de carbono
24/03/15
O CO2 tem três regiões de absorção, uma fraca próxima a 3 m e duas fortes uma entre 4 e 4,5 m e outra no intervalo de 14 a 19 m (não visível no espectro acima).
As emissões provenientes de combustíveis fósseis são as principais fontes antropogênicas de CO2. O carbono dos combustíveis fósseis ficou confinado por 6 milhões de anos sob a superfície da Terra até o CO2 ser liberado por meio do processo de combustão. As fontes naturais de emissão de CO2 incluem a decomposição de organismos, a respiração das plantas e animais e alguns processos oceânicos. 
9
Sumidouros do CO2
24/03/15
 Bomba de solubilidade;
 Bomba biológica;
 Biosfera;
 Solo.
Vários sumidouros de CO2, que são mecanismos ou processos que removem o CO2 da atmosfera, ocorrem no planeta Terra. A solubilização de CO2 em águas naturais e posterior formação de rochas sedimentares (litificação) para formar calcário (CaCO3) representa, de longe, o maior sumidouro. Entretanto, pelo fato de o processo de litificação requerer um tempo muito o um tempo muito longo para remover o CO2 da atmosfera, esse processo não vai ser considerado.
Em uma escala do tempo humano, os oceanos representam o maior sumidouro. Os oceanos são um reservatório imenso no ciclo global do carbono. A primeira maneira pela qual os oceanos removem CO2 da atmosfera é por meio da dissolução do gás (bomba de solubilidade). A água fria do oceano polar dissolve, na superfície, o CO2 atmosférico. As águas superficiais, ricas em CO2, mergulham em direção ao oceano profundo, onde o CO2 é sequestrado e armazenado por várias centenas de anos. Esse tipo de sumidouro deverá se tornar menos importante conforme as regiões polares se tornam mais quente. A segunda maneira pela qual os oceanos removem CO2 é a biológica (bomba biológica). O fitoplâncton marinho absorve CO2 atmosférico e, posteriormente, libera carbono sob uma forma sólida que afunda até o leito oceânico, onde ele é sequestrado e retido por tempo indeterminado na litificação das rochas sedimentares. Estima-se que esse processo reduza a concentração do CO2 atmosférico por cerca de m terço da quantidade que teria sem esse mecanismo.
Outros sumidouros atmosféricos são minoritários em comparação ao oceanos. Os solos, segundo principal sumidouro, sequestram CO2 atmosférico por meio da contenção de matéria orgânica parcialmente decomposta , conhecida como húmus. Embora a quantidade de CO2 contido no solo seja desconhecida, práticas aprimoradas de conservação do solo auxiliam, pelo menos um pouco, na mitigação do acúmulo de CO2 na atmosfera. O terceiro principal sumidouro é um componente da biosfera aderido aos solos: a vegetação, que absorve CO2 durante a fotossíntese e armazena o carbono em sua biomassa na medida em que ela cresce. Apenas 30% da superfície do planeta é terra firme, e apenas 30% dessa terra esta coberta por florestas. Assim, a absorção pela vegetação é um sumidouro muito menor que os oceanos e um pouco menor que os solos. Dentro da biosfera, a região com vegetação mais importante para o sequestro de carbono é aquela ocupada pelas florestas tropicais, as quais estão desaparecendo rapidamente. 
10
O gelo das regiões polares pode fornecer a história da temperatura atmosférica e das concentrações de CO2 atmosférico em que cada camada de gelo foi depositada, aprisionando pequenas bolhas de ar. Vinte mil anos atrás, a concentração de CO2 era de aproximadamente 200 ppm. Antes do início da revolução industrial, em meados do século XVIII, a concentração aumentou para 280 ppm. Em 1958, quando foram efetuadas medições em Mauna Loa, no Havaí, a concentração atmosférica de CO2 era de 315 ppm. Em 2000, a concentração atingiu 370 ppm, e em 2008 chegou a 380 ppm. Assim, ocorreu um aumento de 30% em apenas 100 anos. A principal causa do aumento de CO2 atmosférico é a queima de combustíveis fósseis por usinas termoelétricas, automóveis e industrias.
A segunda causa principal do aumento da concentração de CO2 atmosférico é o desmatamento. Conforme crescem, as árvores absorvem dióxido de carbono da atmosfera no processo da fotossíntese; quando elas apodrecem ou são queimadas em incêncios florestais, o dióxido de carbono é liberado para atmosfera. Qualquer novo crescimento em uma área limpa, seja uma plantação ou pastagem, absorve muito menos dióxido de carbono da atmosfera do que uma floresta madura. Na década de 2000, 2% de todas as florestas tropicais estavam sendo cortadas e queimadas a cada ano. A destruição é particularmente grave nas florestas tropicais, especialmente no Brasil, sendo que essa atividade tem se intensificado nos últimos anos.
11
24/03/15
Espectro de emissão da Terra
Na figura acima pode ser vista a sobreposição do espectro de emissão de IV da Terra com o espectro de absorção de IV do dióxido de carbono e do vapor d’água. Nota-se que a absorção de IV combinada da água e CO2 coincide com a maior parte da emissão de IV da Terra (primeiro quadro). Existe uma região livre do espectro, entre 7,5 e 13 m, pela qual a radiação IV da superfície da Terra ainda pode escapar. Essa região do IV é chamada de janela atmosférica. 
12
Metano
24/03/15
A radiação IV na janela atmosférica pode ser absorvida por outras moléculas poliatômicas. Por serem compostas de átomos diferentes, essas moléculas vibram em diferentes frequências e, como resultado, irão absorver IV em regiões diferentes do espectro. Como pode ser visto na figura acima, o metano absorve IV nas faixas de 3 a 4 m e de 6 a 8,5 m. A absorção do metano entre 3 e 4 m não é tão importante porque a radiação emitida pela Terra dificilmente tem qualquer emissão nessa região. A absorção entre 7 e 8,5 m está dentro da janela atmosférica, e, por meio da absorção nessa faixa, o metano pode contribuir para o efeito estufa.
13
Fontes de CH4
24/03/15
O metano (CH4) é uma molécula poliatômica com uma concentração troposférica de cerca de 1,75 ppm. Antes de 1750, a concentração de metano na atmosfera era de 0,75 ppm e durante a era industrial sua concentração na atmosfera aumentou de forma constante. Em meados do século XX, sua concentração aumentou a uma taxa de 0,5% por ano. No início dos anos 1990, houve uma redução em sua taxa de crescimento, e desde então a taxa é zero. 
As fontes de metano atmosférico foram compreendidas somente nas últimas três décadas. O metano é liberado para a atmosfera a partir da decomposição anaeróbica, que é a decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio. 
Durante a decomposição anaeróbica, a celulose é convertida em CH4 e CO2. A decomposição anaeróbica ocorre facilmente em um ambiente úmido, alagado. Em termos globais, aproximadamente 23% do CH4 atmosférico é liberado naturalmente pelas zonas úmidas, incluindo pântanos, tundra e marimba, onde bactérias produtoras de metano prosperam com a abundância de matéria orgânica. A próxima fonte principal de metano, com cerca de 20%, é proveniente da inundação de campos de arroz, onde certos tipos de bactérias também se desenvolvem. Uma terceira fonte de metano é oriunda de bactérias presentes no processo digestivo anaeróbico de animais, particularmente os ruminantes (bovinos, camelos, ovelhas) e certas espécies de cupins. A digestão ineficiente dos ruminantes lança 16% do CH4 atmosférico, enquanto os cupins liberam outros 4%. A emissão de metano pelos ruminantes e em campos de arroz é considerada antropogênica, pois tanto a criação de ruminantes quanto o cultivo de arroz são praticados para satisfazer as necessidades humanas.
Existem várias outras fontes antropogênicas de metano. O CH4 liberado quando tubulações de gás natural sofrem rupturas ou vazamentos. Atualmente, estima-se que 1,5% de todo metano transportado em gasodutos é perdido para atmosfera. Em refinarias de petróleo, o metano que foi dissolvido no óleo bruto há milhares de anos é liberado durante o processo de refino e pode ser lançado na atmosfera. Além disso,durante a mineração de carvão, o CH4 que esteve aprisionado há séculos no carvão sólido é liberado no ar. A decomposição anaeróbica de aterros sanitários também é uma fonte importante de metano.
Há uma grande preocupação de que a taxa de liberação de metano possa aumentar no futuro como resultado do aumento da temperatura a partir do efeito estufa. À medida que o efeito estufa eleva a temperatura da Terra, a taxa de decomposição anaeróbica nos pântanos aumentaria e, assim, mais metano seria emitido. Por sua vez, o incremento de metano na atmosfera absorveria mais radiação IV e causaria um aumento adicional da temperatura. Esse é um exemplo de feedback positivo, que descreve uma série de eventos que aceleram a taxa de variação.
Existe também uma grande quantidade de metano congelado no permafrost (solo permanentemente congelado) das regiões subárticas. Produzido pela decomposição de material vegetal durante períodos mais quente, o metano ficou preso pela glaciação. Um aumento na temperatura global pode derreter o permafrost e liberar o metano aprisionado, que, por sua vez, pode acelerar ainda mais a taxa de aquecimento global. Quantidades ainda maiores de metano estão armazenadas na parte inferior dos oceanos na forma de hidrato de metano, cuja fórmula é CH46H2O. Em condições de alta pressão e baixa temperatura, o CH4 fica cercado por uma gaiola de moléculas de água. O composto CH4H2O é um exemplo de clatrato onde uma pequena molécula ocupa um espaço vazio no centro da gaiola tridimensional de moléculas de água. O aquecimento dos oceanos, se atingir as altas profundidades, poderia causar a liberação do metano a partir do hidrato de metano. É possível que esses mecanismos de feedback positivo venham a implicar a liberação de grandes quantidades de metano, causando um efeito estufa descontrolado que poderia ameaçar a vida na Terra. 
14
Sumidouro de CH4
24/03/15
CH4 + HO  CH3 + H2O
CH3 + O2  H3COO
H3COO + NO  H3CO + NO2
H3CO + O2  H2C=O + HOO
H2C=O + h  H + H-C=O
H-C=O + O2  CO + HOO
CO + HO  HO-C=O
HO-C=O + O2  CO2
O sumidouro mais importante de metano é a sua oxidação por radicais hidroxila na troposfera, conforme já discutido em aulas anteriores e esquematizado no slide acima.
15
Óxido nitroso
7,0
14
O óxido nitroso absorve a radiação IV na faixa de 3 e 5 m e 7,5 e 9 m. A absorção no intervalo de 7,5 a 9 m está na região da janela atmosférica, sendo esse gás um contribuinte à elevação do efeito estufa. A concentração de óxido nitroso na atmosfera é de 314 ppb e esta aumentando em aproximadamente 0,3% ao ano.
Parte do óxido nitroso é liberado por processos industriais como a produção de ácido adípico e ácido nítrico. A maior fonte, entretanto, provém da desnitrificação microbial, conversão de nitrato a óxido nitroso em solos, lagos e oceanos. Há uma componente antropogênica adicionada a esse processo natural, a aplicação de fertilizantes nitrogenados , incluindo esterco animal, aumenta o suprimento de nitrato requerido para desnitrificação, aumentando também a emissão de N2O. A quantidade de N2O emitida do solo é maior onde a temperatura e umidade do solo são elevadas e onde o a disponibilidade de oxigênio é menor. 
Não existem sumidouros importantes de N2O troposférico, e, como resultado, o gás possui um tempo de residência troposférico elevado, de 120 anos aproximadamente. Devido a isso, ocorre o escape do N2O para a estratosfera, onde ele participa da degradação fotolítica do ozônio. 
16
17
As concentrações do dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera aumentaram significativamente durante a era industrial, e suas emissões estão diretamente relacionadas com às atividades humanas. Embora a concentração combinada de N2O e CH4 sejam consideravelmente menor que a de CO2, esses gases emitem absorvem e reemitem mais radiação IV do que o faz o dióxido de carbono. O metano, por exemplo, é aproximadamente 25 vezes mais eficaz que o dióxido de carbono na retenção de calor. Se os níveis desses gases continuarem a subir, estima-se que o seu efeito em breve se iguale ao do CO2.
CFC 
13
Os clorofluorcarbono (CFC) também são gases do efeito estufa. A figura acima mostra o espectro de um CFC típico, o CFC-12, que absorve fortemente na janela atmosférica compreendida entre 9,5 e 11,5. A concentração de CFC-12 na atmosfera é superior a 1 ppb, e antes do Protocolo de Montreal, de 1987, sua concentração estava aumentando a uma taxa de 5% ao ano. Devido ao Protocolo de Montreal, alguns países mais desenvolvidos (incluindo os EUA) proibiram a fabricação e utilização do CFC-12, reduzindo a taxa de crescimento. Em determinação do Protocolo de Montreal em 2010 a produção do CFC foi proibida totalmente.
Os CFC totalmente fluorados não se decompõe facilmente, logo possuem tempo de vida da ordem de milhares de anos na atmosfera. Assim como o N2O, os CFC alcançam a estratosfera e atuam na degradação fotocatalítica do ozônio. 
18
Observações instrumentais, de 1850 até o presente, mostram que a temperatura média global da Terra tem aumentado durante esse período. Como pode ser visto na figura acima, não houve muito alteração de temperatura no período entre 1850 e 1915, mas desde então o aquecimento global ocorreu em duas fases. Durante a primeira fase (1910 a 1940), a temperatura média global aumentou 0,35oC, e durante a segunda fase (1970 até o presente), a temperatura média global aumentou 0,55oC. Onze do 12 anos mais quentes ocorreram durante a segunda fase, 1998 e 2005 são os dois anos mais quentes registrados. As medições acima da superfície mostram que a troposfera se aqueceu a uma taxa ligeiramente maior que a superfície. O aquecimento global tem sido confirmado por medições que mostram o aumento da temperatura dos oceanos e do nível do mar, bem como a redução da cobertura de neve no hemisfério norte.
19
Protocolo de Kyoto (1997)
Prevê uma redução total das emissões de 5,2% de gases provenientes da queima de combustíveis fósseis entre entre 2008 e 2012 em comparação aos níveis de 1990;
O primeiro tratado para resolver a questão do aquecimento global foi assinado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (conhecida como Rio-92, ECO-92 ou Cúpula da Terra) no Rio de Janeiro em junho de 92. O tratado estabeleceu metas, com cumprimento previsto até o ano de 2000, de redução das emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa pelas nações industrializadas aos níveis de 1990. No entanto, uma vez que as propostas não eram vinculativas, não foram cumpridas. 
Reuniões da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) no âmbito das Conferências das Partes (COPs) já ocorreram em vinte e uma oportunidades. A 1ª Conferência das Partes (COP-1) aconteceu entre 28 de março e 7 de abril de 1995, em Berlim, Alemanha e ali iniciou-se o processo de negociação de metas e prazos específicos para a redução de missões de gases de efeito estufa pelos países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento não foram incluídos nas discussões. (IS, 2017). A 2ª Conferência das Partes (COP-1) realizou-se em Genebra, Suíça, de 9 a 19 de julho de 1996 e nela, os países participantes decidiram pela criação de obrigações legais de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. A 3ª Conferência das Partes (COP-3) realizou-se na cidade de Kyoto, no Japão, de 1º a 10 de dezembro de 1997. Daí surgiu o Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução para gases de efeito estufa para os países desenvolvidos apenas
Em 1998, em uma conferência sobre as mudanças climáticas, realizadas em Buenos Aires, 106 países (incluindo EUA) concordaram em começar a implementar o acordo alcançado no ano anterior em Quioto, Japão. O Protocolo de Quioto, baseado em mecanismos de mercado, obrigou 38 países industrializado a reduzir até 2012 as emissões globais dos gases do efeito estufa a pelo menos 5% abaixo dos níveis de 1990. A grande falha do Protocolo de Quiotoé que ele não exigia cortes nas de nações em desenvolvimento. Entretanto, tomar medidas para reduzir as emissões será difícil e claro. Nos EUA, um dos maiores emissores do mundo, existe forte oposição das industrias do petróleo e carvão e de seus apoiadores no congresso, muitos dos quais continuam a negar as evidências do aquecimento global. Na contramão do mundo, o país recusou-se a ratificar o Protocolo de Kyoto e, segundo o presidente à época, George W. Bush, as metas estabelecidas pelo protocolo possivelmente prejudicariam a economia do país. Bush também questionou o fato de não haver metas para os países em desenvolvimento. 
O Acordo de Paris entrou em vigor vinte anos após a criação do Protocolo de Kyoto. Esse acordo também prevê metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, assim, diminuir os problemas climáticos agravados por essas emissões.
Muitos especialistas e até mesmo os próprios governos de alguns países não acreditavam na eficiência do Protocolo de Kyoto, visto que ele previa metas apenas aos países desenvolvidos, não obrigando países em desenvolvimento a reduzir as emissões de gás carbônico. O Acordo de Paris traz uma proposta diferente, impondo metas a todas as nações com um rigor muito maior que o imposto pelo protocolo.
Os Estados Unidos antes haviam ratificado o Acordo de Paris. O penúltimo presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu deixá-lo por não acreditar que as emissões estejam diretamente ligadas a questões como aquecimento global. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, recolocou o país no acordo de Paris, como uma de suas primeiras atitudes. 
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