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HÉRNIAS O que é? É uma protrusão de um órgão ou de seu revestimento através da parede ou da cavidade que deveria contê-la conteúdo que sai do continente. Espaço que deveria haver um conteúdo; e esse conteúdo sai desse continente. Exemplo: Hérnia de disco, Hérnia tonsilar, Hérnia de hiato. Não sendo um problema exclusivamente abdominal. 1- HÉRNIA INGUINAL É a hernia mais comum, correspondendo cerca de 75% dos casos Patogênese Por que se forma hernia inguinal? Juntamos Fatores PREDISPONENTES (ex.: doença que forma uma fraqueza na parede abdominal + Fatores DESENCADEANTES Pois pense só, o que vai herniar? É uma víscera ou uma gordura pré-peritoneal para fora, e para isso acontecer precisa de um gradiente de pressão, uma diferença de pressão, dentro da barriga a pressão tem que estar maior que a pressão de fora, e a estrutura dentro da barriga tende a sair O que são fatores desencadeantes? Obesidade, aumenta a quantidade de gordura que aumenta a pressão interna Paciente que faz um esporte de explosão, de força Paciente que tem fatores predisponentes normalmente forma hernia indireta CANAL INGUINAL Acima e paralelo ao ligamento inguinal (3,5 a 5 cm) Início no anel inguinal profundo/interno Termina no anel inguinal superficial/externo Hernia INDIRETA: protrusão do conteúdo abdominal pela abertura do anel inguinal interno. Paciente que tem fatores predisponentes normalmente forma hernia indireta. A hernia indireta ocorre porque não há um fechamento do conduto peritoneovaginal patente, é um defeito no anel inguinal interno, como não se fechou as estruturas passam por dentro dele Hernia DIRETA: abaulamento ocorre pela fraqueza da parede posterior. Geralmente não tem fator predisponente É um defeito na parede Não é mais um defeito no anel inguinal interno como na indireta Obs.: Nas crianças ocorre pela persistência do conduto peritoneovaginal (hernia indireta) Nos adultos ocorre pelo mesmo motivo só que mais tardiamente DECOREBA: Hérnia Direta não começa com D? Porque ela sai de Dentro do Trígono de Hesselback Hernia Indireta, é aquela que passa por dentro do anel inguinal Interno Hernia Direta = Dentro do trígono de Hesselback Hernia Indireta = passa por dentro do canal inguinal Interno Anel inguinal externo é o palpável Principais Músculos da região inguinal: Obliquo externo, obliquo interno e transverso Vamos femorais: ligamento inguinal, nervo femoral, artérias e veias testiculares Triângulo de Hesselbach: local onde ocorre a hernia direta Lateral ao triangulo: local onde ocorre a hernia indireta Os principais músculos da região inguinal: obliquo externo, interno e transverso do abdome Todos eles se juntam para formar o reto abdominal A aponeurose do músculo obliquo interno dá origem a fascia cremastérica e ao músculo cremastér. Esse músculo cremaster é responsável pela aproximação ou afastamento do testículo. O cordão espermático, principal elemento anatômico na cirurgia de hernia, é formado por musculo cremáster, canal deferente e vasos deferenciais, vasos cremastéricos e ramo genital do nervo genitofemoral. Os nervos ilioinguinal e ilio-hipogástrico estão dentro do canal inguinal, mas fora do cordão espermático e devem ser individualizados durante a cirurgia para evitar lesões de artérias e veias testiculares. As artérias testiculares são ramos diretos da aorta e localizam-se no retroperitônio, enquanto as veias se original do plexo pampiniforme. A veia testicular direita desemboca na veia cava inferior, e a veia testicular esquerda termina na veia renal esquerda Direta: surge medialmente aos vasos epigástricos, no triangulo de Hesselback, cujos limites são: medialmente, a aponeurose do músculo reto abdominal; lateralmente, o ligamento inguinal; e superiormente os vasos epigástricos Resulta da fraqueza do assoalho da região inguinal, especialmente em indivíduos que realizam grandes esforços físicos repetidamente Indireta: surge lateralmente aos vasos epigástricos, no triangulo de Hessert. Ocorre pela passagem de conteúdo abdominal através do anel inguinal interno TIPOS - Indireta (2/3 - mais comum) • Saco herniário passa pelo anel inguinal interno e externo • Mais comum à direita o Descida do testículo D ocorre depois - Direta (1/3) o Medial ao anel inguinal interno e aos vasos epigástricos inferiores - Combinada (hérnia tipo pantalona) - Mais frequentes em homens (25x mais) - Aumenta com a idade HOMEM Funículo espermático Ramo genital do n. genitofemoral Artéria testicular Veias do plexo pampiniforme Ducto deferente Músculo cremaster MULHER Ligamento redondo Epidemiologia Corresponde a 75% dos casos Comum a direita 60% e esquerda 30% • Homem 7-9:1 mulher • Bilateral ~ 20% • A falha não vem do nascimento, se formando com o tempo; • Risco sobe com antecedência familiar e prematuridade • Doenças do colágeno (Marfan, Ehler - Danlos) • Tabagismo • Desconforto ou massa na virilha • Edema inguinal ou escrotal Hérnia Inguinal INDIRETA • em crianças ocorre pela persistência do conduto peritônio vaginal • Com saco Hérniario peritoneal • Chance maior de estrangular • Lateral A.A. Epigástrica inferior • Congênitas ou adquiridas • Laterais a artéria epigástrica inferior Entram pelo canal inguinal, acúmulo de líquido, causando o edema escrotal Pela persistência do conduto peritônio vaginal; ‘’passa por um canal’', protrusão do conteúdo abdominal pela abertura do anel inguinal interno Maior a chance de estrangular; por ser mais estreito. Sendo uma via de mão única, devendo haver operação por conta da evolução. HÉRNIA INGUINAL DIRETA Epidemiologia Idade > 25 anos Fisiopatologia • Degeneração miopectinea do anel inguinal • Fraqueza direta da parede posterior do canal inguinal • Trígono de Hesselbach: borda lateral do m. Reto abdominal (borda medial); vasos epigástricos (borda lateral); ligamento inguinal (borda inferior) • Sem saco herniário peritoneal • Diretamente da parede abdominal • Mediais a artéria epigástrica inferior Quando é medial não entra pelo canal inguinal e sim passa direto pela parede abdominal e pode romper e protusão para fora HÉRNIA DIRETA: “diretamente” da fraqueza da parede abdominal; ‘’empurra a parede adjacente; É mais comum em homens do que em mulheres e, anatomicamente divide-se em direta e indireta (mais comum) + comum indireta do lado direito REDUTÍVEL - se consegue empurrar a alça para dentro; deformidade que pode ser reduzida, ou seja, redutível IRREDUTÍVEL OU ENCARCERADA - não consegue devolver ela para dentro se torna encarcerada ou irredutível; quando fica irredutível, ela está para fora da cavidade abdominal, constituindo a irrigação, passagem de fezes; podendo começar a represar fezes e sangue - ficando cada vez mais inchada; até que a pressão dentro da alça, havendo necrose da alça, evoluindo para alça estrangulada. ESTRANGULADA - alça que sofre necrose pois não tem aporte sanguíneo; dor a palpação; febre; sinais de defesa; parada do peristaltismo. Ou seja, hernia que já tem sofrimento da alça, como necrose. Condição potencialmente grave. Podendo, haver perda do pedaço do intestino. Hérnia inguinal - Clínica - Abaulamento / Massa na região inguinal - Dor local • Estrangulamento • Encarceramento - Desconforto na região inguinal - Assintomático (1/3) - Parestesias • Compressão dos nervos inguinais Palpar a região inguinal e caracterizar se há dilatação ou não. A manobra de Valsalva (apneia com expiração forçada) é útil na maioria dos casos. A manobra de Landivar se presta ao diagnóstico diferencial para hernia direta e indireta. O examinador coloca o index a meia distância entre o tubérculo púbico e a espinha ilíaca anterossuperior, onde vai detectar o anel inguinal profundo como uma pequena depressa na pele. Na manobra de Landivar, ao colocar o dedo no anel interno quando o paciente faz a Valsalva, a hernia não aparecera, pois a hernia indireta se exterioriza pelo canal inguinal que se inicia no anel interno, mas este se fecha. Porém, se a hernia for direta,haverá uma protusão durante a manobra de Valsalva, mesmo que o dedo do examinador esteja fechado o anel interno, pois a hernia direta destrói diretamente a parede posterior e não passa pelo anel interno Quando o conteúdo herniado não é passível de redução espontânea ou manual, chamamos de encarcerada, e com o tempo se não houver tratamento adequado, pode apresentar sofrimento vascular e então passa a ser chamada de estrangulada Esses quadros apresentarão sinais flogísticos, abaulamentos e bastante dolorosos, podendo causar abdome agudo obstrutivo Diagnóstico - Anamnese + Exame físico • Decúbito dorsal • Posição ortostática o Inspeção / Palpação inguinal • Assimetria • Abaulamentos/massa • Solicitar ao paciente fazer força/tosse/manobra de valsalva • Ponta do dedo no canal inguinal · USG · TC · Hernias obscuras e incomuns: massas atípicas da região inguinal · Laparoscopia: diagnóstico e tratamento Se a hernia bater na ponta do dedo ela ver indireta Se a hernia bater na polpa do dedo ela vai ser direta Sinal da seda: deslizamento do conduto peritoneal Tratamento Cirúrgico: Herniorrafia inguinal • No diagnóstico quando sintomático • História natural o Aumento progressivo do volume o Enfraquecimento da parede abdominal e/ou inguinal o Potencial de encarceramento e estrangulamento • Isolamento dos elementos do cordão • Saco herniário • Examinar conteúdo • Liga saco na altura do anel inguinal interno O tratamento de hernia inguinal é cirúrgico, pois uma vez encarcerada, não dá para reduzir devido a dor intensa, e as hernias estranguladas podem ser corrigidas por acesso inguinal, laparotomia TRATAMENTO TÉCNICAS ABERTAS (CONVENCIONAIS) SEM TELA ੦ Sholdice ੦ McVay ੦ Bassini ੦ Outras COM TELA ੦ Lichtenstein ੦ Rives-Stoppa ੦ Outras variações TRATAMENTO TÉCNICAS ENDOSCÓPICAS COM TELA ੦ Extraperitoneal (TEP) ੦ Transperitoneal (TAPP) ੦ Robótica Principais técnicas: Técnica de Lichtenstein: É considerada a técnica padrão-ouro, por apresentar recidiva menor que 1% É chamada de sem tensão, e utiliza uma tela colocada sobre a parede posterior do canal inguinal, fixado no pube, ligamento inguinal e tendão conjunto, reforçando a musculatura e corrigindo eventuais dilatações do anel inguinal interno Técnica sem tensão • Uso de prótese/tela • Mais usada • Menor taxa de recidiva Hernioplastia de Bassi: sutura do tendão conjunto ao ligamento inguinal Menos utilizada hoje em dia devido a alta recidiva - Técnica de Shouldice • Reparo imbricado multicamada da parede posterior do canal inguinal com sutura contínua Fechamento por planos com 4 linhas de suturas contínuas, conhecida como técnica de jaquetão ou do imbricamento É considerada a melhor técnica sem telas, pois causa menos recidivas - Técnica Mc Vay • Sutura do Transverso com o ligamento de Cooper Indicado para reparo de Hérnias femorais Reparo de Stoppa – Técnica de Stoppa • Incisão na linha média infra-umbilical • Colocação de tela grande no espaço pré-peritoneal • Indicado para o Hérnias volumosas o Hérnias recidivantes o Hérnias bilaterais · por via extraperitoneal, onde é colocado uma tela - Reparo Laparoscópico • Com tela livre de tensão • Abordagem pré-peritoneal • Risco de lesão visceral ou vascular • Vantagem o Hérnias bilaterais o Hérnias recidivante A correção por videolaparoscopia vem sendo bastante utilizada, a semelhança da técnica de Stoppa, o acesso é extraperitoneal, e a principal indicação é para hernia recidivas ou bilaterais As duas principais técnicas são: TEP: total extraperitoneal Repair = é extra-peritoneal TAPP: transabdominal peritoneal = é pré-peritoneal Basicamente consiste na redução retrograda do conteúdo herniado, seguida de colocação da tela para correção do defeito na parede abdominal ou anel inguinal 2- HÉRNIA FEMORAL Hérnias que se localizam pelo canal femoral; - Principal ponto anatômico: são inferiores ao ligamento inguinal, enquanto as hernias inguinais são superiores ao ligamento inguinal. Resulta da projeção do saco herniário pelo trígono femoral, abaixo do ligamento inguinal. É mais comum no sexo feminino 90% são unilaterais a direita O orifício miopectíneo de Frauchaud consiste na projeção dos triângulos de Hessert e de Hesselbach e trígono femoral. Manobra de Valvasa: fazer um esforço ou tosse O que é o canal femoral? Ele está abaixo do ligamento inguinal, e abaixo do ligamento inguinal encontramos algumas estruturas É uma estrutura de fraqueza, é um buraco mesmo, que é delimitado pelo: Ligamento inguinal (Poupart) – parte de cima Ligamento pectíneo Ligamento lacunar Veia femoral – lateralmente Resulta da projeção do saco herniario pelo trígono femoral, abaixo do ligamento inguinal. É mais comum no sexo feminino São unilaterais a direita O canal femoral limita-se lateralmente pela veia femoral; anteriormente, pelo ligamento iliopubico (de Thompson), e posteriormente pelo ligamento pectíneo (de Cooper – que consiste na aponeurose de inserção do músculo pectíneo, onde também se insere, posterior e inferiormente, a fascia transversal. O tubérculo púbico forma ápice do triangulo do canal femoral Anatomia da Região - Pelo canal femoral Limites: - Superior: Trato íleopúbico - Inferior: Ligamento de Cooper - Lateral: Veia femoral - Medial: Ligamento lacunar (Junção trato íleopúbico com ligamento de Cooper) Manifestação: protuberância abaixo do ligamento inguinal Quadro clínico É semelhante ao da hernia inguinal Diagnóstico - Anamnese + Exame físico • Decúbito dorsal • Posição ortostática o Inspeção / Palpação • Assimetria • Abaulamentos/massa • Solicitar ao paciente fazer força/tosse/manobra de valsalva · USG · TC · LAPAROSCOPIA: diagnóstico e tratamento Tratamento · Cirúrgico: herniorrafia femoral Objetivo: reparo ligamento de Cooper Vias de acesso: · Pré-peritoneal · Via Laparoscópica A principal técnica é a de McVay, pelo qual o tendão conjunto é suturado ao ligamento de Cooper após a abertura da fascia transversal Sutura o anel inguinal ao ligamento de Cooper Técnica de hollywood = fazendo referência ao cigarro charutinho dando posteriormente 3 pontos de fixação Tempos cirúrgicos • Dissecção e redução do saco herniário • Obliteração do defeito no canal femoral • Aproximação trato íleopúbico ao ligamento de Cooper: Técnica McVay • Colocação de prótese Considerações • Alta incidência de estrangulamento • Portanto todas devem ser reparadas • Avaliar viabilidade do conteúdo do saco • Comprometimento intestinal contraindica uso de tela • Recidiva 2% 3- HERNIAS VENTRAIS · Hérnia Umbilical · Hérnia Epigástrica · Hérnia Incisional Músculo obliquo interno, externo e transverso forma a bainha anterior e posterior e depois funde tudo formando a linha Alba Anatomia da Parede abdominal anterior - Musculatura lateral: 3 camadas • Fascículos direcionados obliquamente em ângulos diferentes • Inserem na linha alba o Oblíquo externo (mais superficial - inferomedial) o Oblíquo interno (oposto ao externo) o Músculo transverso (direção horizontal) - Linha arqueada (3 a 6 cm abaixo do umbigo) • Ausência da bainha posterior do reto - Inervação • NN intercostais 7 a 12 • 1° e 2° N lombar - Irrigação sanguínea • 3 a 4 AA intercostais inferiores • A ilíaca circunflexa profunda • AA lombares o Músculo reto abdominal • A epigástrica superior (ramo terminal da A mamária interna) • A epigástrica inferior (ramo da A ilíaca externa) o Anastomose epigástrica superior e inferior próximo ao umbigo • AA intercostais inferiores o Área periumbilical • Vasos perfurantes críticos - Diagnóstico • Exame físico em pé e supina • Manobra de valsalva o Local e tamanho da hérnia Exames de imagem • USG • TC Cicatriz umbilical • Anel umbilical • Linha alba - Intra-abdominal • Ligamento redondo • VV para-umbilicais (superior) • Ligamento umbilical médio (inferior) o Úraco obliterado 4- Hérnia Umbilical Ocorre tanto nos adultos quanto em crianças,mas o modo de apresentação, a história natural e o tratamento são diferentes. Em crianças pode ser definida como a persistência do anel umbilical sem o fechamento de sua camada aponeurótica, com protrusão anormal do peritônio e da pele em função de um tecido adiposo pré-peritoneal, intestino ou grande omento Mais recentemente, com o uso crescente da cirurgia videolaparoscópica, o umbigo passou a ser sede também, de hernias incisionais em adultos Anatomicamente, o umbigo é formado por um anel fibroso coberto por pele, fáscia umbilical e saco peritoneal. O anel umbilical tem de 2 a 3 mm de diâmetro, e na parte inferior estão os restos fibrosos das artérias umbilicais e do úcaro. Na parte superior, há somente a veia umbilical obliterada, - formando o ligamento redondo, que também se insere na borda inferior. Se a fáscia umbilical de Richet não estiver presente, haverá uma área de fraqueza no umbigo por onde se desenvolverão hernias Etiologia Até os 3 anos são consideradas congênitas, são mais frequentes em recém-nascidos pré-termos, de baixo peso, do sexo feminino na raça negra, estão associadas algumas doenças como hipotireoidismo congênito e mucopolissaridoses, ou síndromes como Down e De Beckwith-Wiedemann Em adultos até os 40 anos, podem-se encontrar hérnias adquiridas ou congênitas não tratadas. Os principais fatores de riscos são obesidade, gravidez, trauma, ascite e outros estados que aumentam a pressão intra-abdominal. Esse tipo é mais comum no sexo feminino e em negros Observe-se abaulamento da cicatriz umbilical que pode ou não ser reduzido espontaneamente. - Cicatriz umbilical • Anel umbilical • Linha alba - Intra-abdominal • Ligamento redondo • VV paraumbilicais (superior) • Ligamento umbilical médio (inferior) o Úraco obliterado - Crianças • Congênitas • Comuns • Resolução espontânea (2 a 4 anos) • Complicações incomuns - Adultos • Adquiridas (maioria) • Mais comum nas mulheres • Pacientes com aumento da pressão abdominal o Gravidez o Obesidade o Ascite o Distensão abdominal • Complicações o Estrangulamento é incomum o Ruptura em ascite crônica (peritonite – morte) Conduta - Assintomática e pequena: não precisa de reparo Reparo • Sintomas • Hérnia volumosa • Encarceramento • Adelgaçamento da pele sobrejacente • Ascite incontrolável Tratamento Cirurgia técnica de Mayo • Jaquetão com imbricamento aponeurótico) • Taxa de recidiva 30% - Tela (Defeitos maiores 3cm) - Técnica laparoscópica • Exige anestesia geral • Defeitos maiores • HU recidivadas Técnica arciforme – arco 5- HÉRNIA EPIGÁSTRICA Define-se como a presença de saco herniario na região epigástrica – linha Alba, acima do umbigo. Alguns altores usam o termo pseudo-hernia epigástrica quando o defeito aponeurotico é muito pequeno, permitindo a passagem somente de gordura pré-peritoneal sem formar o saco herniario clássico Etiologia Corresponde a 5% das hernias e ocorre pelo aumento da pressão intra-abdominal forçando a passagem de tecido adiposo pré-peritoneal. É comum encontrar mais de uma abertura aponeurotica na linha Alba, o que denota fraqueza de toda a parede. Pode ocorrer em ambos os sexos 18 aos 50 anos - 3 a 5% das hérnias - Mais comum em homens (2 a 3X) - Entre o processo xifoide e a cicatriz umbilical • Geralmente 5 a 6cm do umbigo - Defeitos pequenos - Dor fora da proporção do tamanho • Encarceramento de gordura pré-peritoneal - Múltiplos em até 20% - 80% na linha média Tratamento - Cirurgia: Herniorrafia epigástrica • Pela herniação de gordura pré-peritoneal de difícil redução o Excisão do tecido pré-peritoneal encarcerado o Fechamento simples do defeito fascial • Defeitos pequenos: anestesia local • Defeito grande: raro o Pode conter omento ou víscera intra-abdominal o Uso de tela 6- HÉRNIA INCISIONAL - 15 a 20% das hérnias - Mais comum em mulheres (2X) - Maior dificuldade de tratamento Adquiridas: é uma hernia que ocorre no local da cicatriz inadequada da parede abdominal • Incisão cirúrgica prévia o Tesão excessiva o Cicatrização inadequada • Associação frequente a infecção do sítio cirúrgico - Aumento no volume com o tempo 7 a 13% Pode chegar a 30% em cirurgias contaminadas Clínica - Abaulamento - Dor - Obstrução intestinal - Encarceramento - Estrangulamento Fatores de Predisposição - Obesidade (maior tensão na parede abdominal) - Idade avançada Condições que aumentam pressão intra-abdominal • Ascite • Gravidez • Prostatismo • Doença pulmonar obstrutiva crônica Cicatrização deficiente • Desnutrição • DM • Uso de corticoides • Agentes quimioterápicos • Infecção do sítio cirúrgico - Hérnias volumosas - Incapacidade de fechar o abdome primariamente • Reparo pode causar: o Síndrome compartimental o Insuficiência respiratória - Compromete a rigidez da parede abdominal • Musculatura abdominal retraída - Disfunção respiratória • Movimento respiratório abdominal paradoxal Perda do domínio Abdominal - Consequências • Edema do intestino o Estase do sistema venoso esplâncnico • Retenção urinária • Constipação Tratamento · Cirúrgico - Defeito pequeno (< = 2 a 3cm de diâmetro) - Hérnia por erro técnico da cirurgia inicial (falha da sutura) • Com tecido viável adjacente - Defeitos maiores (> 2 a 3cm de diâmetro) • Elevada taxa de recidiva se fechamento primário (10 a 50%) • Uso de tela (diminui pela metade) o Fechamento do defeito o Colocação da tela de polipropileno - Características desejáveis para tela • Inerte • Resistente a estresse mecânico • Boa complacência • Esterilizável • Não carcinogênica • Baixa reação inflamatória (hipoalergênica) Posições da Tela - Sobre a porção anterior da fáscia • Vantagem Tela fora da cavidade abdominal Evita interação com víscera abdominal • Desvantagem Grande dissecção do subcutâneo • Maior probabilidade de formação de seroma Localização superficial da tela • Risco de contaminação se infecção de ferida Reparo geralmente sobre tensão Taxa de recorrência 28% Tela intraperitoneal • Útil para defeitos grandes • Abordagem laparoscópica (4cm de margem) o Evita grandes incisões o Evita enfraquecimento subcutâneo - Pré-peritoneal - Espaço retrorretal (retromuscular) • Forças abdominais atuam para manter a tela no local Quadro clínico · Dor · Pode apresentar complicações locais como escoriações, úlceras · Obstrução intestinal, encarceramento e fistulas Fatores de risco: falhas de cicatrização: infecção, desnutrição, estados de imunodepressão (diabetes, uso de corticoides e quimioterapia ou radioterapia) Aumento da pressão intra-abdominal (vômitos, íleo prolongado com distensão, obesidade, ascite e doença pulmonar obstrutiva crônica, técnica cirurgia inadequada Tratamento Cirúrgico e deve ser precoce Videolaparoscopia utilizando telas que podem ficar em contato com o peritônio visceral 7- Hérnias: Complicações e Incomuns Hérnias: Redução do Conteúdo herniado · Redutível: Conteúdo pode ser reposicionado · Irredutível ou Encarcerada: Não pode ser reduzida / aprisionada · Estrangulada: • Compromete o suprimento sanguíneo do conteúdo • Grave / Potencialmente fatal • Mais frequente nas hérnias grandes com pequenos orifícios o Colo pequeno obstrui o fluxo sanguíneo arterial, drenagem venosa ou ambos • Aderências do conteúdo da hérnia e o revestimento peritoneal o Ponto de ancoramento que aprisiona os conteúdos da hérnia o Predispõe à obstrução intestinal e ao estrangulamento - Habitada • Orifícios grandes • Sem danos ao conteúdo herniado Complicações: a) Encarceramento - Mais comum - Mais grave - Potencialmente fatal - Maior incidência nos extremos de idade • Idosos • Prematuros - Hérnias femorais tem maior taxa de estrangulamento: 15-20% • Correção cirúrgica assim que diagnosticado - 1 a 3% das Hérnias Inguinais: 1-3% • Maioria HI indireta Encarceramento/Estrangulamento - Clínica • Massa irredutível • Endurecida • Muita dor local • Parada de eliminação de gases e fezes • Sinais tardios o Hiperemiada parede o Alteração da coloração local o Calor local o Fístula enterocutânea - Diagnóstico • Anamnese + Exame físico • USG • TC Complicações: b) Estrangulamento - Compromete irrigação do conteúdo herniado - Sofrimento do órgão e potencial necrose do mesmo • Pode ser necessária ressecção intestinal • Compressão dos elementos do cordão o Sofrimento testicular – Tratamento: • Redução manual da hérnia: observação / Cirurgia • Cirurgia de urgência o Contraindicado uso de próteses/tela quando necessária resseção intestinal • Risco de infecção o Deve fazer reparo do tecido Complicações: c) Hérnia por deslizamento - Órgão interno integra porção da parede do saco herniário - Mais comum: Cólon e Bexiga - Maioria HI indireta - Risco • Não identificação da víscera no saco herniário • Lesão do órgão 8- HERNIA POR DESLIZAMENTO Ocorrem quando um órgão interno compõe uma parte da parede do saco herniario. As vísceras mais comumente envolvidos são o colón e a bexiga Ocorre a maioria por hernia inguinais indiretas Complicações: d) Hérnia Recidivada - Incidência: 1,7 - 10% • Incidência mais alta na recidiva secundária o Reparos sem tensão tem menor taxa de recorrência que os reparos teciduais Mais comum nas hérnias diretas Aumento do tempo operatório Maior taxa de complicações - Causas • Fatores técnicos o Tensão excessiva no reparo o Falha em incluir margem muscular aponeurótica no reparo o Tamanho inadequado da tela o Falha de fechar o anel inguinal interno alargado • Pressão intra-abdominal cronicamente elevada • Tosse crônica • Infecções incisionais profundas • Formação de colágeno deficiente na ferida - Tratamento • Reparo desafiador • Maioria exige uso de tela/prótese o Exceção: prótese infectada associada com hérnia recorrente Infecção do Sítio Cirúrgico - 1 a 2% - Influenciado por comorbidades do paciente - Tratamento • Abertura da incisão • Cuidados locais • Cicatrização por 2ª intenção Complicações: Infecção da tela/prótese - Incomum - Requer retirada da tela/prótese - Vantagem quando colocada por laparoscopia Complicações: e) Seromas - Acúmulo de líquido na incisão - Predispõe a infecção local - Evitar: uso de drenos - Fatores de risco • Obesidade • Hérnias grandes • Grandes dissecções - Tratamento • Punção • Retirada de ponto para drenagem Complicações: Enterotomias - Necessidade de enterotomias por aderências intestinais ao defeito herniário Complicações: f) Lesões de Nervo e Síndrome de dor crônica - Causas • Tração • Eletrocauterização • Transsecção • Aprisionamento – Clínica • Disestesias: geralmente temporário (uso de tela) • Neuralgias transitórias: autolimitadas (semanas após a cirurgia) • Neuralgias persistentes • Insensibilidade: transsecção nervosa - Tratamento • AINE, Analgésicos, Bloqueio anestésico local • Aprisionamento do nervo: Exploração com neurectomia / Remoção da tela Complicações: Orquite isquêmica e atrofia testicular - Trombose de veias do plexo pampiniforme no cordão espermático - Ligadura/lesão da artéria testicular - Mais comum no reparo de hérnias recorrentes - Clínica • Edema e dor testicular • Resulta em atrofia testicular Tratamento • Analgésico e AINE • Orquiectomia: raramente é necessária Prevenção Evitar dissecção desnecessária do cordão espermático; evitar dissecção da porção distal de um saco herniário grande Complicações: Lesões dos Ductos deferentes e Vísceras Incomum Maioria na HI por deslizamento • Não reconhecimento da víscera no saco herniário Hérnias Incomuns: - Hérnia de Spiegel - Hérnia do Obturador - Hérnias Lombares • Grynfeltt • Petit - Hérnia Interparietal - Hérnia Isquiática - Hérnia Perineal - Hérnia Paraostomal - Hérnia Richter - Hérnia Littré - Hérnia Amyand Hérnia de Spiegel - Através da fáscia de Spiegel (linha arqueada) - Maioria pequena (1 a 2cm de diâmetro) - 4ª a 7ª década de vida Gordura que entra na região pré-peritoneal Clínica • Dor localizada • Sem protuberância o Abaixo da aponeurose do oblíquo externo Diagnóstico: USG / TC Tratamento: Cirurgia • Risco de encarceramento (colo estreito) - Recidiva rara Hérnia do Obturador - Canal do obturador - Enfraquecimento da membrana do obturador Encarceramento e estrangulamento intestinal o 50% suboclusão / obstrução intestinal • Compressão do nervo obturador o Dor na face anteromedial da coxa (Sinal de Howsphip-Romberg) o Alivia com flexão da coxa Diagnóstico: TC Tratamento: Cirurgia (tela/prótese) Hérnia Lombar · Congênitas · Adquiridas (após cirurgia no flanco) Fraqueza na fáscia lombodorsal · Grynfeltt (triângulo lombar superior): mais comum = maior · Petit (triângulo lombar inferior): menos comum Sem propensão a encarceramento Clínica Pequenas: assintomáticas Grandes: dor lombar Diagnóstico: TC Tratamento: Cirúrgico (tela) Hérnia Interparietal - Raras - Saco herniário entre os músculos da parede abdominal • Mais frequente após incisões prévias • Hérnia de Spiegel são quase sempre interparietal Complicação: obstrução intestinal Diagnóstico: TC Tratamento: Cirúrgico · Tela quando defeito grande Hérnia Isquiática Forame isquiático Difícil diagnóstico Assintomáticas até obstrução intestinal Sensação desconfortável na região glútea Sensação desconfortável na região interglútea Presença de fístulas Dor no nervo ciático (causa rara de neuralgia ciática) Tratamento: Cirúrgico · Abordagem transperitoneal · Reparo com tela Hérnia Perineal Protrusão pelo diafragma pélvico · Congênito · Adquirido Ressecção abdominoperineal Prostatectomia perineal Idosos Mulheres multíparas Podem ser volumosas Tratamento: Cirúrgico Abordagem transabdominal Abordagem combinada transabdominal e perineal Pequeno: Fechamento primário Grande: Tela/Prótese Hérnia Paraostomal Complicação comum das ostomias (50%) • Maior para colostomias Clínica Assintomáticos Complicações potencialmente fatais: raras Obstrução intestinal / Estrangulamento Reparo cirúrgico rotineiro: não é recomendado Reparo cirúrgico: em casos de Sintomas de obstrução intestinal, disfunção da bolsa de ostomia, problemas estéticos - Tratamento: Cirúrgico • Reparo primário da fáscia o Incisão periostomal o Alta taxa de recidiva o Vantagem: sem acesso ao abdome • Reparo com prótese o Menor taxa de recidiva o Maior incidência de complicações com prótese • Realocação da ostomia Hérnia Richter Aprisionamento de pequena porção da parede antimesentérica do intestino Pode não ter obstrução intestinal Sofrimento da parede com necrose e perfuração Hérnia de Littré Hérnia que contém Divertículo de Meckel no saco herniário 50% HI / 20% HF / 20% HU Hérnia Amyand - Hérnia que contém o Apêncdice cecal no saco herniário - Inflamado ou não Temos uma hernia inguinal e o conteúdo dela é um apêndice, que por estar herniado se encontrada como uma apendicite, ou seja, uma apendicite no interior de uma hernia inguinal
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