Prévia do material em texto
A Importância dos Indicadores Financeiros para o Processo de Tomada de Decisão nas Cooperativas Prof. Itamar M. Machado Professor Associado da FDC 2017 Indicadores Financeiros – Temas 1. A Contabilidade como Ferramenta de Gestão 2. Análise da Estrutura Financeira das Empresas 3. Fluxo de Caixa Indireto 4. Criação de Valor - EVA Conteúdo Programático 1. A Contabilidade como Ferramenta de Gestão • Estrutura Patrimonial e de Resultado • Regime de Competência x Regime de Caixa • Balanço Patrimonial • DRE – Demonstração do Resultado do Exercício (Sobras ou Perdas) – Legal x Gerencial ▫ Custos (Dispêndios) Fixos x Variáveis ▫ Margem de Contribuição ▫ EBITDA e EBIT 2. Análise da Estrutura Financeira das Empresas • Indíces de Liquidez • Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro • Necessidade de Capital de Giro – NCG • Modelo Dinâmico ▫ NCG x CDG x T ▫ Efeito Tesoura 3. Fluxo de Caixa Indireto • Conciliação: Lucro (Sobras) x Caixa • Fluxo de Caixa Operacional, Investimento e Financiamento 4. Criação de Valor • Custo de Capital Terceiros x Próprio • ROIC – Retorno Sobre o Investimento • EVA – Valor Econômico Agregado A Contabilidade como Ferramenta de Gestão Contabilidade é um sistema que permite registrar e processar as transações de uma entidade, seja pessoa física ou jurídica, que possam ser expressas em termos monetários, e informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira em uma determinada data. Finalidade: Possibilitar a consolidação de informações econômico- financeiras e a elaboração de relatórios contábeis que facilitem a tomada de decisões. Demonstrações Contábeis: São os relatórios contábeis em que as informações são divulgadas. É a forma de se apresentar a situação econômico-financeira da empresa de forma ordenada e padronizada. Contabilidade: conceito e finalidade • As demonstrações contábeis exigidas pela Lei das S/A e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são: Balanço Patrimonial (Ltda. e S/A) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE (Ltda. e S/A) Demonstração do Fluxo de Caixa (S/A) Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL (Ltda. e S/A) Demonstração do Valor Adicionado - DVA (S/A – capital aberto) Notas Explicativas (S/A) Relatório da Administração (S/A) Parecer dos Auditores (S/A – capital aberto) • As empresas S/A de Capital Fechado e as Limitadas que tiverem Ativo Total maior que R$ 240 milhões ou Receita Bruta Anual maior que R$ 300 milhões deverão seguir as mesmas normas das S/A de Capital Aberto. Demonstrações Contábeis • No nosso estudo, vamos focar o Balanço, a DRE e o Fluxo de Caixa, que são as três demonstrações utilizadas no dia a dia para gestão empresarial. Balanço Patrimonial – Estrutura ATIVO (Bens e Direitos) PASSIVO (Dívidas e Obrigações) Capital de Terceiros PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Próprio A p lic aç õ es d e R ec u rs o s Fo n tes (o rigen s) d e R ecu rso s • O Balanço Patrimonial demonstra a situação econômica e financeira da empresa, é um retrato da sua situação patrimonial (bens, direitos, dívidas e obrigações) em um determinado momento. • A obrigatoriedade de elaboração é anual, no final de cada exercício social (31 de dezembro); no entanto, para fins gerenciais, deve ser elaborado todo final de mês, para que os gestores possam ter sempre um retrato atualizado da situação patrimonial da empresa, verificando a movimentação de cada uma das contas. Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial – Ativo • O Ativo representa o conjunto de bens e direitos, tangíveis ou intangíveis, de uma empresa, expressos em moeda, que deverão gerar benefícios presentes ou futuros para a empresa, tais como: Bens: dinheiro, estoques, máquinas, terrenos, veículos, instalações etc. Direitos: contas a receber, adtos. a fornecedores, ações, direitos de uso e exploração, marcas e patentes etc. • Para que possa ser considerado um ativo, além de ser bens ou direitos, é necessário que apresente duas características: Seja mensurável em dinheiro. Haja expectativa de geração de benefícios presentes ou futuros. Balanço Patrimonial – Passivo • O passivo representa o conjunto de dívidas e obrigações, expressas em moeda, que uma empresa tem com terceiros (credores). Exemplo de algumas contas que formam o passivo: Empréstimos e financiamentos Fornecedores de mercadorias, matéria-prima e insumos Salários e encargos a pagar Impostos a pagar Adtos. de Clientes Contas a pagar de modo geral Balanço Patrimonial – Patrimônio Líquido • Ao subtrair dos bens e direitos (ativo) as dívidas e obrigações (passivo), chega-se ao valor contábil líquido da empresa, ou seja, ao valor que os proprietários (sócios/acionistas) têm investido na sociedade em determinado momento. • Por representar o valor contábil líquido da empresa, é chamado de Patrimônio Líquido. É formado por: Capital Social Reservas Ajustes de avaliação patrimonial Lucros ou Prejuízos Acumulados O Patrimônio Líquido representa o valor contábil de uma empresa em determinado momento. O patrimônio líquido representa as fontes de recursos provenientes dos sócios/acionistas. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE (Demonstração de Sobras ou Perdas) • Trata-se de uma demonstração dedutiva, ou seja, inicia-se pela Receita (ingresso) Bruta de Vendas ou Serviços e vão-se deduzindo os impostos, custos e despesas (dispêndios) para se chegar ao resultado econômico: lucro (sobra) ou prejuízo (perda). • Apresenta a rentabilidade da empresa no período. • O modelo apresentado nessa estrutura é o de acordo com a legislação. Para fins gerenciais, são necessárias algumas reclassificações que serão apresentadas nos tópicos à frente. Ingresso / Receita Bruta Impostos sobre o Ingresso / Receita Ingresso / Receita Líquida Dispêndio / Custo da Mercadoria Vendid Sobra / Lucro Bruto Dispêndio e Desp./ Ingressos e Receitas Operacionais • Dispêndios/Despesas Comerciais • Dispêndios/Despesas Gerais e Administrativas • Dispêndios/Despesas/Receitas Financeiras • Outros Dispêndios e Desp./ Ingressos e Receitas Operacionais Resultado Operacional Receitas e Despesas Extraordinárias Sobra / Lucro Antes do IR e da CSSL Imposto de Renda e CSSL SOBRA / LUCRO LÍQUIDO TERMINOLOGIAS APLICADAS ÀS COOPERATIVAS: Receita (Ingresso), Custo e Despesa (Dispêndio) Contas de Resultados Ato Cooperativo Ato Não Cooperativo Faturamento Ingressos Receitas Gastos Dispêndios Custos e Despesas Resultado Sobras ou Perdas Lucro ou Prejuízo Estes termos são aplicados para fins legais, para fins gerenciais, normalmente, são utilizados os termos tradicionais de mercado, ou seja: • Receitas • Custos e Despesas • Lucro ou Prejuízo Por isso, neste curso, na maioria das vezes, utilizaremos os termos tradicionais. • A receita corresponde, em geral, à entrada de recursos em função das vendas de produtos, mercadorias ou a prestações de serviços. Reflexo no Balanço Patrimonial: ▫ Venda à vista: entrada de dinheiro no Caixa (ativo) ▫ Venda a prazo: aumento da conta Clientes (ativo) • Custo é todo consumo de bens ou serviços utilizados no processo produtivo. • Despesa é todo consumo de bens ou serviços utilizados para a obtenção de Receita. Reflexo dos Custos e Despesas no Balanço Patrimonial: ▫ Pagamento à vista: redução do Caixa (ativo) ▫ Pagamento a prazo: aumento de uma conta do Passivo DRE – Receita, Custo e Despesa CUSTOS São todos os gastos, desembolsáveis ou não, consumidos na fabricação de um bem ou serviço. São denominados custos dos produtos. Para o comércio, custo será o valor pago pela mercadoria + seguro + o frete relacionado à chegada da mercadoria. DESPESAS São todos os gastos, desembolsáveis ou não, consumidos com a finalidade de gerar receitas; estão relacionados às áreas comercial e administrativa. São denominados despesas do período, uma vez que não se referem aos produtos, pois existem independentemente de ocorrer ou não a produção. Demodo geral, as Despesas são ligadas às áreas administrativas e comerciais. Já os custos estão diretamente ligados à produção, sendo, portanto, incorporados aos produtos. Os custos dos produtos, quando vendidos, são transferidos para a DRE. DRE – Diferença entre Custos e Despesas Informações Econômicas Financeiras Resultados (=) Lucros/Prejuízos Pagamentos e recebimentos (=) Tesouraria/Caixa Econômico X Financeiro • A legislação determina que as receitas, os custos e as despesas devem ser incluídos na apuração do resultado (DRE) no período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentemente do recebimento ou pagamento. • No Regime de Competência do exercício, as receitas, os custos e as despesas serão sempre reconhecidos segundo o fato gerador, e não segundo o fluxo de recursos financeiros, ou seja, não importa se houve entrada ou saída de dinheiro, o fato ocorrido tem de ser contabilizado. Regime de Competência Resumindo, o Princípio (regime) da Competência estabelece que as receitas devem ser confrontadas com os custos e as despesas que a geraram, independentemente do fluxo financeiro. Com o objetivo de permitir aos usuários da contabilidade, principalmente credores e investidores, uma adequada interpretação da situação patrimonial e financeira da empresa, o balanço é segregado em grupos de contas, para que se possa comparar, por exemplo, o montante de bens e direitos (aplicações) de curto prazo com as dívidas e obrigações (fontes) também de curto prazo. Da mesma forma, possibilitar a comparação entre as aplicações de longo prazo com as fontes de longo prazo. Balanço Patrimonial – Visão Analítica Aplicações a Curto Prazo Aplicações a Longo Prazo Fontes de Curto Prazo Fontes de Longo Prazo ATIVO PASSIVO e PL Balanço Patrimonial – Classificação Circulante Aplicações de recursos (bens e direitos) que se realizam em um prazo de até 365 dias, como Caixa, Banco, Aplicação Financeira, Contas a Receber, Estoques etc. Circulante Fontes de recursos que vencem num prazo de até 365 dias, como Fornecedores, Empréstimos e Financiamentos a Pagar, Salários a Pagar, Impostos a Pagar etc. Não Circulante (Exigível a Longo Prazo) Fontes de recursos que vencem num prazo superior a 365 dias. Patrimônio Líquido Fontes de Recursos que representam os recursos dos acionistas. Não há prazo definido para pagamento, exceto quanto à política de dividendos. Não Circulante Aplicações de recursos que se realizam num prazo superior a 365 dias. Estão subdivididas em: • Realizável a Longo Prazo: Bens e Direitos que se realizam num prazo superior a 365 dias, como depósitos judiciais. • Investimento: Participações societárias em outras empresas. • Imobilizado: Bens corpóreos cuja vida útil ultrapassa um ano, como máquinas, equipamentos, veículos, imóveis etc. • Intangível: Bens incorpóreos, como marcas e patentes, direitos e outorga e software. ATIVO – Aplicações de Recursos PASSIVO – Fontes de Recursos Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO CIRCULANTE 350.000 CIRCULANTE 230.000 Caixa e Bancos 10.000 Financiamentos 90.000 Aplicações Financeiras 50.000 Fornecedores 100.000 Clientes 120.000 Salários e Encargos a Pagar 10.000 Estoques 150.000 Impostos a Pagar 30.000 Despesas Antecipadas 20.000 NÃO CIRCULANTE 370.000 NÃO CIRCULANTE (Ex. Longo Prazo) 110.000 Realizável a Longo Prazo 30.000 Financiamentos 110.000 Clientes 30.000 Investimentos 100.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 380.000 Participações Societárias 100.000 Capital Social 280.000 Reservas 20.000 Imobilizado 200.000 Lucros (Prejuízos) Acumulados 80.000 Imóveis 80.000 Máquinas e Equipamentos 100.000 Veículos 50.000 (-) Depreciação Acumulada (30.000) Intangível 40.000 Marcas e Patentes 10.000 Softwares 40.000 (-) Amortização Acumulada (10.000) TOTAL DO ATIVO 720.000 TOTAL DO PASSIVO + PL 720.000 A assembléia deverá definir a forma de distribuição Contas Retificadoras – Depreciação • À medida que um ativo é usado, vai-se desgastando e, consequentemente, perdendo valor econômico. Essa perda do valor econômico se dá em função do uso ou da obsolescência e é chamada de Depreciação. • A Despesa com Depreciação reduz o lucro, mas não o caixa, uma vez que não há desembolso, pois o pagamento ocorreu no momento da aquisição do bem ou dos pagamentos das parcelas quando financiado. • A Despesa com Depreciação é uma conta de resultado (DRE) e tem como contrapartida uma conta redutora chamada “Depreciação Acumulada” no Ativo Imobilizado, possibilitando ao usuário ter uma noção da idade média aproximada dos bens duráveis (imobilizado) da empresa. Imobilizado Bruto (-) Depreciação Acumulada Com o objetivo de padronizar a contabilização da depreciação, a legislação tributária estabeleceu prazos para se depreciar os bens, conforme tabela a seguir: Bens Vida útil em anos Taxa anual Prédios e edificações 25 4% Máquinas e equipamentos 10 10% Móveis e utensílios 10 10% Veículos 05 20% Bens de informática 05 20% Para fins societários e gerenciais, a empresa deve definir as taxas de depreciação de acordo com a vida útil real de cada um dos seus bens Taxas de Depreciação • Por analogia, podemos dizer que a amortização é a depreciação do ativo intangível. • Os gastos incorridos pela empresa e que formam o Ativo Intangível são amortizados ao longo do tempo, sendo que o seu valor é acumulado na conta Amortização Acumulada. • Todos os comentários feitos para a depreciação acumulada são válidos para a amortização acumulada. • Os gastos devem ser amortizados dentro do prazo que irão gerar benefícios, por exemplo, se for concedido direito de explorar uma linha de ônibus pelo período de 10 anos, a amortização deverá ser dentro desse prazo. Contas Retificadoras - Amortização Intangível (-) Amortização Acumulada Patrimônio Líquido – Reservas De acordo com a Lei 5.764 de 1971 - Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir as seguintes reservas: I. Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício; II. Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a prestação de assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício. § 1° Além dos previstos neste artigo, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação, aplicação e liquidação. § 2º Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social poderão ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Tem o objetivo de demonstrar de forma ordenada e padronizada, as receitas realizadas, os custos e as despesas incorridas durante o ano, que resultam em lucro ou prejuízo líquido do exercício. Dentre muitas finalidades do Demonstrativo do Resultado pode-se citar como as mais importantes: • Os acionistas e quotistas (cooperados) são informados sobre a forma de composição dos resultados e a taxa de retorno do valor investido. • Os credores podem apurar, através dele, a rentabilidade das empresas e a geração de caixa em função de suas operações, essa análise é importante para definição dos limites de crédito. • Aos próprios administradores para medirem suas eficiências e, quando necessário, alterar a política dos negócios da empresa, como por exemplo: alteração de preços, aumento da produção, expansão da propaganda, redução de custos etc. Trata-se de uma demonstração dedutiva, ou seja, inicia-se pela Receita de Vendas ou Serviços e vai-se deduzindo os impostos, custos e despesas para se chegar ao resultado (lucro ou prejuízo). DRE – Estrutura de Acordo com a Legislação Rubricas Descrição Ingresso / Receita Bruta Total das vendas e/ou serviços. Impostos sobre Ingresso/ Receita São os Tributos incidentes sobre a Receita: ICMS, ISS, PIS e COFINS. Ingresso / Receita Líquida Ingresso/Receita Bruta menos os Tributos, é o verdadeiro Ingresso/Receita da empresa. Dispêndios / Custos São todos os gastos relacionados ao processo produtivo do bem ou do serviço. Para o Comércio será o valor pago pela mercadoria menos os créditos de impostos. Sobra / Lucro Bruto Resultado da Produção ou Venda Dispêndios / Desp. Com Vendas São todos os gastos relacionados ao processo comercial, inclusive área de marketing. Dispêndios / Desp. Administrativas São todos os gastos relacionados às áreas meios, como: financeiro, contabilidade, jurídico, depto.pessoal, RH etc. Rec./Desp.Financeiras São os juros provenientes das aplicações financeiras (receitas) e empréstimos e financiamentos (despesas). DRE – Estrutura de Acordo com a Legislação Rubricas Descrição Outros Dispêndios e Desp. / Ingressos e Rec. Operacionais São ganhos ou gastos de menor expressão que não se encaixarem nos itens anteriores, como, por exemplo: o resultado na venda de imobilizado. Resultado Operacional Sobra ou Perda (Lucro ou Prejuízo) proveniente das Operações, serve para medir a eficiências das atividades operacionais da empresa. Ingressos e Receitas / Dispêndios e Desp. Extraordinário São ganhos ou gastos não relacionados às atividades operacionais, por exemplo: um recebimento de indenização por danos morais, roubos etc. Sobra / Lucro Antes do Imp.Renda Resultado antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro. Imp.Renda e Cont.Social São os Tributos incidentes sobre o Lucro, são de aproximadamente 34%. No caso das Cooperativas este imposto só incide sobre os Atos Não Cooperativos, as Sobras dos Atos Cooperativos são distribuídos para os Cooperados que irão tributar na Pessoa Física. Sobra / Lucro Líquido Resultado final da empresa, serve para medir a eficiência da empresa em relação aos investimentos realizados. DRE – Estrutura de Acordo com a Legislação • A DRE estudada até o momento tem a classificação de acordo com as regras estabelecidas pela legislação contábil, a chamada Lei das S.A. Essa demonstração tem poder analítico apenas para decisões de longo prazo, pois não facilita a análise do resultado por produto, por unidade de negócios, por região etc. Também é um dificultador para empresas que utilizam os custos para definição do preço de venda. • A seguir, será apresentado um modelo de DRE Gerencial que facilita as análises mencionadas, é a chamada análise pelo Custeio Variável (também chamado de Custeio Direto), em que o grande foco é a Margem de Contribuição de cada produto ou unidade de negócios. DRE: Lei das S.A. x Gerencial DRE Legal X Gerencial – Reclassificação A DRE Gerencial incorpora ao custo das unidades produzidas apenas o custo variável, o fixo é lançado integralmente na DRE no período em que ocorre. Assim, incorpora-se ao Estoque apenas os Custos Variáveis. Na forma estabelecida pela lei, os custos fixos são alocados/rateados aos produtos. Como as unidades produzidas e não vendidas vão para o estoque, consequentemente os custos fixos atribuídos a essas unidades são estocados, em vez de lançados na DRE. RECEITA (-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS CONTRIBUIÇÃO MARGINAL (-) CUSTOS E DESPESAS FIXAS LUCRO OPERACIONAL (EBIT) RECEITA (-) CUSTOS LUCRO BRUTO (-) DESPESAS LUCRO OPERACIONAL LEGAL GERENCIAL Custos e Despesas Variáveis q $ CV “são aqueles que se alteram, em termos totais, na razão direta de alterações do nível de atividade”. (Garrison, Noreen e Brewer, p. 40) Se não houver produção não haverá custo variável. Se não houver venda não haverá despesa variável. Comissão, Prêmio por Produção Materiais e Insumos Fretes Exemplos: Taxa Cartão de Crédito “são aqueles que permanecem constantes, em termos de valor total, independentemente de variações do nível de atividade dentro da faixa relevante”. (Garrison, Noreen e Brewer, p.44) Podem sofrer alterações em função do aumento de preços dos seus elementos, mas não em função do volume de produção e venda. q $ CF é a capacidade disponibilizada de produção independente da sua utilização Exemplos: Salários e encargos, Aluguel, Energia (iluminação), Água, Telefone. Custos e Despesas Fixos Forma de Redução CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS: Substituição de produtos e serviços Troca de fornecedores Renegociação de preços Redução de perdas Alteração dos processos relacionados a produção CUSTOS E DESPESAS FIXOS: Readequação da estrutura Mudança dos modos operantes Alteração dos processos produtivos e administrativos DRE Gerencial – Margem de Contribuição • Margem de contribuição: Indica quanto cada produto ou cada área de negócios está contribuindo para cobrir os custos e despesas fixos e, consequentemente, sua influência no lucro global da empresa. É uma importante medida de avaliação, pois indica qual o ganho incremental obtido a partir de variações no volume de vendas, sem aumento dos gastos fixos. Permite também a análise do ponto de equilíbrio (custo-volume-lucro). Receita Bruta Impostos sobre a Receita Receita Líquida Custos Variáveis Despesas Variáveis Margem de Contribuição Custos Fixos Desembolsáveis Despesas Fixas Desembolsáveis EBITDA (-) Depreciação e Amortização EBIT (Lucro Operacional) Receita e Despesa Financeira Resultado Não Operacional Lucro Antes do IR e da CSSL Imposto de Renda e CSSL LUCRO LÍQUIDO • Vale destacar o termo correto é ”Contribuição Marginal”, no entanto, o mercado se acostumou a chamar com ”Margem de Contribuição”. Demonstração do Resultado de acordo com a legislação Receita 100.000 Custos (85.000) Lucro Bruto 15.000 Despesas (5.000) Lucro Operacional 10.000 Preço $ 100 p/unid. Custo Variável $ 60 p/unid. Custo Fixo $ 25.000 p/mês Despesa Fixa $ 5.000 p/mês Qtd. vendida 1.000 unid. p/mês Dados Custo Variável: 1.000 unid. x $ 60 = $ 60.000 Custo Fixo .................................... = $ 25.000 Custo Total ................................. = $ 85.000 Cálculo do Custo Unitário: $ 85.000 1.000 unidades = $ 85 Decisão sobre Encomenda Especial Além das 1.000 unidades já certas de todo mês, a empresa recebeu um pedido especial de 300 unidades; no entanto, o cliente colocou como condição que somente pagará $75,00 por unidade para esse montante adicional, considerando que: • a empresa tem capacidade produtiva para esse volume adicional; • como se trata de uma venda para fora do mercado habitual, não haverá impacto com os demais clientes. Tomada de Decisão: Você aceitaria essa proposta? Afinal, o preço sugerido pelo cliente de $ 75 está abaixo do custo unitário de $ 85. Decisão sobre Encomenda Especial Análise pelo Custo Unitário O custo unitário é influenciado mais pelo volume de produção do que pela estrutura de custos da empresa ou, até mesmo, pelos critérios utilizados para rateio. Item 1 2 3 4 5 6 Qtd. Produzida Custo Variável Unitário Custo Variável Total (1 x 2) Custo Fixo mensal Custo Total da Produção (3 + 4) Custo Unitário (5 1) 1.000 $ 60 $ 60.000 $ 25.000 $ 85.000 $ 85,00 1.100 $ 60 $ 66.000 $ 25.000 $ 91.000 $ 82,73 1.200 $ 60 $ 72.000 $ 25.000 $ 97.000 $ 80,83 1.300 $ 60 $ 78.000 $ 25.000 $ 103.000 $ 79,23 1.400 $ 60 $ 84.000 $ 25.000 $ 109.000 $ 77,86 1.500 $ 60 $ 90.000 $ 25.000 $ 115.000 $ 76,67 DRE – Lei (Custeio por Absorção) Receita 100.000 Custos (85.000) Lucro Bruto 15.000 Despesas (5.000) Lucro Oper. 10.000 DRE Gerencial (Custeio Variável) Situação Atual Receita 100.000 Custos Variáveis (60.000) Margem de Contribuição 40.000 Custos e Desp. Fixos (30.000) Lucro Operacional 10.000 Pedido Especial 22.500 (18.000) 4.500 0 4.500 TOTAL 122.500 (78.000) 44.500 (30.000) 14.500 Conclusão: Mesmo vendendo as 300 unidades adicionaispor um valor 25% menor, o lucro final aumentou em 45%. A aceitação da proposta só foi possível depois de analisada pelo Custeio Variável (Gerencial), pois, pelo Custeio por Absorção, possivelmente a proposta seria recusada. Preço $100 p/unid. Custo Variável $ 60 p/unid. Custo Fixo $ 25.000 p/mês Despesa Fixa $ 5.000 p/mês Qtd. vendida 1.000 unid. p/mês Análise pela Margem de Contribuição DRE Gerencial – EBITDA e EBIT • EBITDA - Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization: traduzindo, significa “Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”. Representa quanto as atividades genuinamente operacionais têm capacidade de gerar caixa. É muito utilizado na comparação da performance operacional corrente de empresas pertencentes ao mesmo segmento. • Depreciação: Conforme mencionado, é excluída dos custos e despesas fixas para se chegar ao EBITDA, mas, como se trata de um efetivo custo ou despesa da empresa, deve ser deduzida para se chegar ao EBIT. • EBIT - Earning Before Interest and Taxes: Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda (inclusive a CSSL). Trata- se do lucro genuinamente operacional. As receitas e despesas financeiras não afetam o EBIT, pois estão relacionadas com a estrutura financeira da empresa, e não com as suas atividades operacionais. Receita Bruta Impostos sobre a Receita Receita Líquida Custos Variáveis Despesas Variáveis Margem de Contribuição Custos Fixos Desembolsáveis Despesas Fixas Desembolsáveis EBITDA (-) Depreciação e Amortização EBIT (Lucro Operacional) Receita e Despesa Financeira Resultado Não Operacional Lucro Antes do IR e da CSSL Imposto de Renda e CSSL LUCRO LÍQUIDO EBITDA e EBIT L A J I AD E B I T D A EBITDA = capacidade de geração operacional de caixa EBITDA Setorial Fonte:Revista Valor 1.000 edição agosto/2017 SETORES EBITDA % EMPRESAS EBITDA % Açúcar e Álcool 20,0% Copersucar 2,3% Agropecuária 4,5% Friato 9,4% Alimentos e Bebidas 12,6% BRF 10,0% Ambev 45,2% Comércio Atacadista e Exterior 3,8% Grupo Martins 2,9% Comércio Varejista 6,9% Lojas Americanas 14,8% Construção e Engenharia 6,8% Queiróz Galvão 3,9% Educaçào e Ensino 18,4% Kroton 42,1% Eletroeletrônica 5,2% Metalfrio 8,5% Farmacêutica e Cosméticos 17,7% Boticário 22,6% Materiais de Construção 17,4% Votorantin 19,9% Mecânica 9,8% Weg 15,0% Metalurgia e Mineração 23,0% Vale 39,0% Gerdau 10,0% Papel e Celulose 31,4% Klabin 29,6% Plásticos e Borrachas 14,1% Tigre 7,4% Quimica e Petroquimica 11,4% Bayer 3,8% Serviços Especializados 30,1% CVC Viagens 46,8% Serviços Médicos 12,3% Hosp.Albert Einstein 13,5% Têxtil,Couro e Vestuário 13,0% Hering 14,1% TI & Telecom 26,6% Vivo (Telefônica) 33,0% Transportes e Logística 22,7% Julio Simões Log. 15,5% Veículos e Peças 7,6% Marcopolo 9,5% Cálculo do EBITDA e do EBIT DRE GERENCIAL Receita Bruta 500 Impostos sobre a Receita (100) Receita Líquida 400 Custos Variáveis (160) Margem de Contribuição 240 Custos e Despesas Fixos (140) EBITDA 100 Depreciação (60) EBIT (lucro operacional) 40 Despesas Financeiras (70) Lucro Antes do Imposto de Renda (30) DRE LEI Receita Bruta 500 Impostos sobre a Receita (100) Receita Líquida 400 Custos* (260) Lucro Bruto 140 Despesas Administrativas (100) Despesas Financeiras (70) Resultado Operacional (30) *Composição dos Custos: - Matéria-prima: $ 160 - Salário: 40 - Depreciação: 60 Total……….…: $ 260 60% 25% 10% 100% Análise da Estrutura Financeira das Empresas Indicadores de Gestão • Os indicadores de gestão, também chamados de índices, indicam alguma tendência que possa ajudar no processo de avaliação da performance de uma empresa. • No entanto, são calculados baseando-se numa situação estática, como se a empresa estivesse encerrando suas atividades naquele momento; por isso, perdem eficácia, pois não consideram que a continuidade da operação pode alterar significativamente a situação apresentada. • Dentre os indicadores de gestão, daremos ênfase, neste estudo, aos índices de liquidez. Índices de Liquidez • A Liquidez é definida como a capacidade de liquidar (pagar) os compromissos financeiros. • Uma empresa pode ter boa liquidez a longo prazo, mas não estar conseguindo saldar seus compromissos de curto prazo, o que pode, inclusive, impedi-la de chegar ao longo prazo. Por isso, o foco da gestão financeira deve se direcionar para a análise da liquidez de curto prazo. A esse índice chamamos de Liquidez Corrente. Ele é calculado de acordo com a fórmula a seguir: Ativo Circulante Passivo Circulante LIQUIDEZ CORRENTE (LC) = Índices de Liquidez – Exemplo ATIVO PASSIVO Circulante 350.000 Circulante 230.000 Caixa e Bancos 10.000 Financiamentos 90.000 Aplicações Financeiras 50.000 Fornecedores 100.000 Clientes 120.000 Salários e Encargos a Pagar 10.000 Estoques 150.000 Impostos a Pagar 30.000 Despesas Antecipadas 20.000 Não Circulante 370.000 Não Circulante 110.000 - Realizável a Longo Prazo 30.000 Financiamentos 110.000 - Investimento 100.000 - Imobilizado 200.000 Patrimônio Líquido 380.000 - Intangível 40.000 TOTAL DO ATIVO 720.000 TOTAL PASSIVO + PL 720.000 350.000 230.000 LIQUIDEZ CORRENTE (LC) = = 1,52 • O índice de 1,52 significa que, para cada $1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa possui recursos equivalentes a $1,52 para efetuar o pagamento. • Teoricamente, dizemos que esse índice é bom quando for acima de 1 (um), mas há outros aspectos relevantes a serem considerados. Esses índices tradicionais de liquidez consideram que todos os ativos podem ser utilizados para quitar as dívidas, o que não é uma realidade; por exemplo, não há como liquidar os compromissos utilizando o Estoque e, principalmente, as Despesas Antecipadas. • Para o Estoque ter liquidez, é preciso que primeiro ele seja vendido, para em seguida se transformar em Contas a Receber, para depois de vencido se transformar em recursos financeiros. Além disso, é um ativo que necessita ser renovado, ou seja, será reposto, gerando também novos valores em Fornecedores a Pagar. Índices de Liquidez – Exemplo • Ao excluir o estoque, o indicador leva o nome de Índice de Liquidez Seca: • As Despesas Antecipadas também não são recursos disponíveis para pagamento de dívidas, pois são um direito cujo futuro será a transferência para a DRE, e não para o caixa. Se forem excluídas as Despesas Antecipadas, o índice cai para 0,78. 350.000 - 150.000 230.000 LIQUIDEZ SECA (LS) = = 0,87 350.000 - 150.000 - 20.000 230.000 = 0,78 Liquidez Seca menos as Despesas Antecipadas Índices de Liquidez – Exemplo Ciclo Financeiro • Outro aspecto de fundamental importância é que os índices de liquidez não levam em consideração a diferença entre os prazos de recebimentos e pagamentos. E um fator muito relevante na gestão financeira é exatamente a harmonização entre esses prazos. • Quando o prazo médio de estocagem (PME) mais o prazo médio de recebimento (PMR) é maior que o prazo médio de pagamento (PMP), significa que a empresa paga seus compromissos antes de receber dos clientes. Isso poderá causar um sério problema de falta de liquidez, gerando uma grande dependência de capital oneroso de terceiros (endividamento bancário). • A essa diferença entre os PME + PMR - PMP chamamos Ciclo Financeiro. • Um dos grandes desafios para todos os gestores é a administração do Ciclo Financeiro, pois é necessário evitar que a diferença entre esses prazos médios gere um hiato de tempo desfavorável. PMP = 30 dias PMR = 28 diasPME = 12 dias Compra Venda Recebimento Pagamento Ciclo Financeiro: 10 dias NCG Ciclo Operacional PME PMR PMP+ -Ciclo Financeiro = Prazo Médio de Estoque Prazo Médio de Recebimento Prazo Médio de Pagamento Ativo Operacional Passivo Operacional Ciclo Financeiro • As empresas necessitam conceder prazos aos seus clientes e manter um certo nível de estoque para girar suas atividades, portanto necessitam de recursos para financiar suas atividadesoperacionais. • Por outro lado, conseguem prazos para pagar seus fornecedores, funcionários, impostos etc., portanto conseguem financiar parte das suas necessidades de recursos com seus credores de origem também operacional. • Portanto, o Ciclo Financeiro vai gerar uma Necessidade de Capital de Giro para suportar o lapso de tempo entre Pagamentos e Recebimentos. Necessidade de Capital de Giro – NCG A diferença entre as aplicações de recursos nas atividades operacionais e as fontes de recursos originadas dos credores operacionais gera uma necessidade de desembolso de caixa para suportar o giro das atividades. Essa diferença é chamada de Necessidade de Capital de Giro – NCG. • Atividades Operacionais também são chamadas de cíclicas, exatamente por estarem relacionadas ao ciclo operacional da empresa; portanto, a NCG pode ser expressa da seguinte forma: Necessidade de Capital de Giro – NCG NCG = Ativo Operacional (cíclico) - Passivo Operacional (cíclico) Reclassificação do Balanço • Para calcular a NCG e a estrutura financeira da empresa, é necessário reclassificar o balanço segregando-se o Ativo Circulante em contas Financeiras (Erráticas) e Operacionais (Cíclicas), conforme a seguir. • Contas Financeiras ou Erráticas: São as contas relacionadas à tesouraria (dinheiro) e aos empréstimos e financiamentos não vinculados às Atividades Operacionais, ou seja, trata-se da disponibilidade de recursos financeiros (caixa, banco e aplicação financeira) e da captação de recursos de natureza também financeira (empréstimos, financiamentos e dividendos a pagar). • Contas Operacionais ou Cíclicas: São as contas diretamente relacionadas às Atividades Operacionais, conforme a seguir. Ativo Operacional: São todos os Ativos Circulantes diretamente relacionados à operação, como Clientes, Estoque, Adiantamento a Fornecedores, Impostos a Recuperar, Despesas Antecipadas etc. Resumidamente, podemos sintetizar como sendo o Ativo Circulante menos Caixa, Banco e Aplicação Financeira. Também é chamado de Ativo Cíclico. Passivo Operacional: São todos os Passivos Circulantes diretamente relacionados à operação, como Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos a Pagar, provisão para 13º Salário e Férias, Contas a Pagar etc. Resumidamente, podemos sintetizar como sendo o Passivo Circulante menos Empréstimos, Financiamentos e Dividendos a Pagar, ou seja, as dívidas provenientes de captação de recursos financeiros. Também é chamado de Passivo Cíclico. O termo Cíclico se dá pelo fato de os itens operacionais do Ativo e do Passivo serem renováveis. Quando se vende um estoque, há necessidade de reposição, paga-se o salário num mês, mas imediatamente se inicia nova obrigação a pagar no mês seguinte; portanto, esses itens estão relacionados ao Ciclo Operacional da Empresa, daí o termo Cíclico. Observação: um fornecedor de bens do imobilizado deve ser considerado conta financeira (errática), pois não se trata de um fornecedor de natureza operacional, mas sim de um parcelamento na compra de bens de capital. Reclassificação do Balanço • Contas de Longo Prazo: São as contas relacionadas às aplicações (ativo) e às fontes (passivo e patrimônio líquido) de recursos de longo prazo. Para essa finalidade, considera-se longo o prazo: Ativo de Longo Prazo: É o total do Ativo Não Circulante (Realizável a Lgo Prazo + Investimento + Imobilizado + Intangível) Passivo de Longo Prazo: Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido Reclassificação do Balanço Passivo Financeiro (Errático) Empréstimos, Financiamentos e Dividendos a Pagar Ativo Financeiro (Errático) Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido Ativo Não Circulante (RLP + Investimento + Imobilizado + Intangível) Passivo Operacional ou Cíclico Fornecedores, Salários a Pagar, Prov. 13º e Férias, Contas a Pagar, Adto. de Terceiros, Impostos a Pagar, etc. Ativo Operacional ou Cíclico Clientes, Estoques, Adiantamentos a Receber, Impostos a Recuperar, Despesas Antecipadas, etc. A ti vo C ir cu la n te A ti vo d e Lo n go P ra zo Passivo C ircu lan te Passivo d e Lo n go P razo Reclassificação do Balanço NCG – Cálculo ATIVO PASSIVO Circulante 350.000 Circulante 230.000 Caixa e Bancos 10.000 Financiamentos 90.000 Aplicações Financeiras 50.000 Fornecedores 100.000 Clientes 120.000 Salários e Encargos a Pagar 10.000 Estoques 150.000 Impostos a Pagar 30.000 Despesas Antecipadas 20.000 Não Circulante 370.000 Não Circulante 110.000 - Realizável a Longo Prazo 30.000 Financiamentos 110.000 - Investimento 100.000 - Imobilizado 200.000 Patrimônio Líquido 380.000 - Intangível 40.000 TOTAL DO ATIVO 720.000 TOTAL PASSIVO + PL 720.000 Ativo Ope. 290.000 Passivo Ope. 140.000 NCG = 150.000 NCG: Aplicação ou Fonte Operacional • Aplicação Operacional: Quando o Ativo Operacional é maior que o Passivo Operacional, significa que a empresa está investindo recursos nas suas operações, ou seja, trata-se de aplicação de recursos para financiar a operação. • Fonte Operacional: Quando o Passivo Operacional é maior que o Ativo Operacional, significa que a empresa está conseguindo financiar suas operações com recursos de credores operacionais. Nesse caso, a NCG está sendo toda financiada pelos credores e, ainda, está havendo uma sobra para ser aplicada em outras atividades; por isso é considerada uma fonte de recursos. Aplicação Operacional Fonte Operacional Ativo Operacional Passivo Operacional NCG > 0 Ativo Operacional Passivo Operacional NCG < 0 NCG: Aplicação Operacional • Portanto, quando a NCG é maior do que zero, significa que existe Aplicação Operacional de recursos, uma vez que o Ativo Operacional é maior que o Passivo Operacional, ou seja, as atividades operacionais geram demanda de recursos que precisam ser financiadas. • Nesse caso, há mais recursos aplicados nas operações ($40 + $60 = $100) do que as fontes obtidas dos credores operacionais ($30 + $10 = $40). Em função disso, há uma necessidade de recursos para financiar essa diferença ($ 60). Aplicações NCG = 100 - 40 = 60 NCG > 0Estoques = 40 Clientes = 60 Fornecedores = 30 Salários a Pagar = 10 Fontes Aplicações - Fontes • Portanto, quando a NCG é menor do que zero, significa que há Fontes Operacionais de recursos, uma vez que o Passivo Operacional é maior que o Ativo Operacional, ou seja, as atividades operacionais estão sendo financiadas pelas fontes operacionais, gerando, ainda, uma sobra de recursos para serem aplicados em outras atividades da empresa, como investimentos no mercado financeiro, mobiliário (ações) ou, até mesmo, aquisição de imobilizado. NCG: Fonte Operacional • Nesse caso, há mais recursos originados dos credores operacionais ($60 + $20 = $80) do que os aplicados nas operações ($20 + $30 = $50); em função disso, há uma sobra de recursos operacionais ($30). Aplicações NCG: 50 - 80 = - 30 NCG < 0 Estoques = 20 Clientes = 30 Fornecedores = 60 Salários a Pagar = 20 FontesAplicações - Fontes Cálculo da NCG e do Ciclo Financeiro • Para projetar a NCG, é preciso calcular o Ciclo Financeiro em Dias de Receita Líquida. • Com isso, torna-se possível saber quantos dias de receitas líquidas são necessários para financiar cada um dos itens que compõem o ativo operacional e, também, com quantos dias de receitas os credores operacionais estão colaborando para o financiamento das atividades da empresa. • A partir daí, é possível responder ao seguinte questionamento: Quantos dias de receitas precisamos para financiar nossa Necessidade de Capital de Giro? Sabendo que a NCG é o Ativo Operacional menos o Passivo Operacional, podemos achar uma relação entre a NCG e a Receita Líquida; para isso, basta aplicar a fórmula: Supondo uma NCG de $1.000 e uma Receita Líquida Anual de $10.000, teremos: Portanto, a NCG representa 10% da Receita Líquida Anual. Para transformar a NCG em Dias de Receita Líquida, que é o Ciclo Financeiro, basta multiplicar esse percentual por 360dias, se se estiver trabalhando com Receita Anual, ou por 30 dias, se se estiver trabalhando com Receita Mensal. $ 10.000 = 0,10$ 1.000 . Receita Líquida NCG Cálculo da NCG e do Ciclo Financeiro 360 NCG = CF x Receita Líquida Anual NCG em valores Assim teremos: 0,10 x 360 dias = 36 dias, portanto a empresa tem recursos equivalentes a 36 dias de receita aplicados nas suas operações. Portanto, podemos escrever a fórmula do Ciclo Financeiro da seguinte forma: CF = NCG x 360 Receita Líquida Anual NCG em quantidade de dias de receita líquida Sabendo-se o Ciclo Financeiro em Dias de Receita Líquida, podemos projetar a NCG, tratando-a como incógnita na equação: Cálculo da NCG a partir dessa mesma fórmula: 10.000 CF = 1.000 x 360 = 36 dias Cálculo da NCG e do Ciclo Financeiro Decomposição do Ciclo Financeiro Podemos decompor o ciclo da seguinte forma: CF = Valor do Estoque x 360 + Valores a Receber x 360 - Valores a Pagar x 360 Receitaanual Receitaanual Receitaanual CF = Prazo Médio do Ativo Operacional - Prazo Médio do Passivo Operacional Ou seja CF = Prazo Médio do Estoque + Prazo Médio de Recebimento - Prazo Médio de Pagamento Conforme já mencionado, saber o Ciclo Financeiro é de fundamental importância para uma boa gestão financeira, mas, para isso, é preciso que seja aberto item a item, ou seja, é necessário saber quanto cada elemento do Ativo Operacional está comprometendo o Ciclo e quanto cada elemento do Passivo Operacional está contribuindo para sua redução. Fazendo isso, fica mais fácil cobrar uma reação de cada gestor de área. Sabendo que: CF Estoques = 40 x 360 = 20 dias 720 CF Clientes = 60 x 360 = 30 dias 720 CF Fornec. = 30 x 360 = 15 dias 720 CF Salários = 10 x 360 = 5 dias 720 Ativo Operacional = 50 dias Passivo Operacional = 20 dias = 30 dias Supondo uma receita líquida anual de $ 720 mil, teremos: Aplicações NCG = $ 60 Estoques = 40 Clientes = 60 Fornecedores = 30 Salários a Pagar = 10 Fontes Aplicações - Fontes CF = $ 60 x 360 = 30 dias $ 720 Decomposição do Ciclo Financeiro Portanto, a partir desses cálculos começamos a fazer gestão financeira na empresa, pois será possível elaborar uma análise mais detalhada a respeito dos fatores que estão influenciando a NCG, possibilitando um melhor gerenciamento desses fatores e uma cobrança mais efetiva sobre a atuação de cada gestor, pois a gestão do ciclo financeiro é responsabilidade de todos os gestores e não apenas da área financeira. A área financeira é o setor que faz os cálculos e sinaliza a situação para toda a organização, mas já é fim de linha. A gestão tem de ser feita por quem está à frente de cada atividade. Por exemplo: Responsáveis pelo Ciclo Financeiro • O Gestor Comercial é o responsável pelo Prazo Médio de Recebimento. • O Gestor de Compras é o responsável pelo Prazo Médio de Pagamento. • O Gestor da Área de Suprimentos é o responsável pelo Prazo Médio do Estoque. • O Gestor Industrial pode agilizar o processo produtivo de forma que reduza o Estoque de Produto em Elaboração e Acabado, possibilitando uma entrega mais rápida e, consequentemente, um recebimento mais ágil. • O Gestor de Logística pode agilizar o prazo de entrega; com isso estará contribuindo para um recebimento mais rápido. Pode também agilizar a chegada de matéria-prima, fazendo com que se tenha menos estoque. Responsáveis pelo Ciclo Financeiro Variação da NCG 2. Variação do Nível de Atividades (Vendas): Quanto maior o volume de vendas, maior será o Contas a Receber e maior será a necessidade de Estoque; portanto, maior será a necessidade de recursos aplicados nas operações. A NCG se altera em função de dois componentes: 1. Variação do Ciclo Financeiro: Quanto maior o prazo médio, maior será o saldo das contas operacionais, ou seja, maior a necessidade de alocação de recursos na atividade operacional (NCG). Projetando a NCG e o Ciclo Financeiro • Situação atual: CF 30 dias e receita anual de $720 mil: • Supondo aumento do volume de vendas atingindo uma receita anual de $1 milhão, mantendo-se o mesmo Ciclo Financeiro: • Supondo aumento do CF para 37 dias, mantendo-se a receita anual de $720 mil: • Supondo aumento da receita anual para $1 milhão, para manter a NCG em $60 mil, o CF deverá cair para: NCG = 30 x 720.000 360 = $ 60.000 NCG = 30 x 1.000.000 360 = $ 83.333 NCG = 37 x 720.000 360 = $ 74.000 CF = 60.000 1.000.000 x 360 = 21,6 dias Como financiar a NCG: CDG x Saldo de Tesouraria • Para financiar sua Necessidade de Capital de Giro, a empresa deve recorrer a recursos de longo prazo originados de terceiros ou dos acionistas. Essa fonte de recursos de longo prazo é denominada Capital de Giro (CDG). • Se as fontes de longo prazo forem insuficientes, serão complementadas por empréstimos bancários de curto prazo (Saldo de Tesouraria). NCG Aplicação Operacional Fontes de Curto Prazo ( T ) Fontes de Longo Prazo (CDG) Capital de Giro (CDG) • O CDG deve ser entendido da seguinte forma: Após utilizar os recursos de longo prazo para cobrir os investimentos de longo prazo, a sobra de recursos será direcionada para cobrir o giro das atividades, daí o termo Capital de Giro. • Pelo fato de estar relacionado aos grupos de longo prazo, sua movimentação é lenta, pois não é com frequência que as empresas aumentam capital, contratam financiamentos de longo prazo ou adquirem bens de caráter permanente. • Também pelo fato de se referir a itens de longo prazo, sua variação está diretamente ligada a decisões estratégicas. CDG = Passivo de Longo Prazo - Ativo de Longo Prazo Expressão gráfica do CDG: Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante + Pat. Líquido Ativo Circulante Passivo Circulante Passivo (Fontes) de Longo Prazo Ativo (Aplicações) de Longo Prazo Aplicações de Recursos Fontes de Recursos CDG Capital de Giro (CDG) • Quando o CDG é positivo, significa que as fontes de longo prazo cobrem os investimentos a longo prazo e, ainda, sobram recursos para o giro das atividades. Daí o termo Capital de Giro. Essa sobra de recursos será direcionada para financiar a NCG e/ou aplicar na tesouraria (caixa, bancos e aplicação financeira). O CDG é a principal fonte de financiamento da NCG Capital de Giro: Fonte de Recursos CDG > 0: Fontes de Longo Prazo Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante + Pat. Líquido Ativo Circulante Passivo Circulante • Quando o CDG é negativo, significa que os investimentos a longo prazo são maiores que as fontes de longo prazo; com isso torna-se necessário utilizar recursos de curto prazo para financiar parte desses investimentos. Isso ocorre, por exemplo, quando há compra de bens do ativo imobilizado com financiamento de curto prazo. Capital de Giro: Aplicação de Recursos Ativo Circulante Passivo Circulante CDG < 0: Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante + Pat. Líquido Aplicações de Longo Prazo Saldo de Tesouraria (T) T = Ativo Financeiro (Errático) - Passivo Financeiro (Errático) • Também pode ser entendido como: • Saldo de Tesouraria (T) é a diferença entre o Ativo Financeiro (Errático) e o Passivo Financeiro (Errático). Ativo Circulante Financeiro (caixa, banco e aplicação financeira) menos Passivo Circulante Financeiro (empréstimos, financiamentos e dividendos a pagar) • Conforme mencionado, além do Capital de Giro, outra forma de financiar a NCG é através da captação de recursos com empréstimos bancários de curto prazo. • Quando isso acontece, é provável que o Passivo Financeiro irá superar o Ativo Financeiro, resultando em Saldo de Tesouraria (T) negativo, sendo, portanto, considerado uma fonte de recursos. • Quando o Ativo Financeiro for maior que o Passivo Financeiro significa que há mais recursos financeiros do que dívidasfinanceiras, resultando em Saldo de Tesouraria (T) positivo, sendo, portanto, considerado uma aplicação de recursos. Saldo de Tesouraria (T) T < 0 Fonte de Curto Prazo Quando o Passivo Financeiro é maior que o Ativo Financeiro, significa que a empresa tem mais dívidas não operacionais de curto prazo (empréstimos, financiamentos e dividendos a pagar) do que recursos financeiros disponíveis (caixa + bancos + aplicações financeiras). T > 0 Aplicação de Curto Prazo Quando o Ativo Financeiro é maior que o Passivo Financeiro, significa que a empresa tem mais recursos financeiros disponíveis do que dívidas não operacionais de curto prazo. Ativo Financeiro Ativo Operacional Passivo Financeiro Ativo Longo Prazo Passivo de Longo Prazo Passivo Operacional Ativo Financeiro Ativo Operacional Passivo Financeiro Ativo de Longo Prazo Passivo de Longo Prazo Passivo Operacional Saldo de Tesouraria (T) Dinâmica de Liquidez Conforme visto, a NCG pode ser financiada com o CDG e/ou com o Saldo de Tesouraria. Com estes três elementos, NCG, CDG e T, é possível verificar a estrutura de liquidez de uma empresa pelo Modelo Dinâmico, sabendo-se que: • T = Ativo Financiero (Errático) – Passivo Financeiro (Errático) • NCG = Ativo Operacional - Passivo Operacional • CDG = Passivo de Longo Prazo - Ativo de Longo Prazo Aplicação Fonte T Positivo Negativo NCG Positivo Negativo CDG Negativo Positivo Dinâmica de Liquidez – Situação Inicial A empresa iniciou suas atividades com o balanço abaixo: Ativo Financeiro Caixa = 70 Passivo Lgo Prazo + PL Capital = 100 Ativo Operacional 0 Ativo Longo Prazo Máquinas = 30 Passivo Financeiro 0 Passivo Operacional 0 100 - 30 = 70CDG = PLP - ALP T = AF - PF 70 - 0 = 70 NCG = AO - PO 0 - 0 = 0 Leitura: as fontes de longo prazo são de 100, a empresa investiu 30 a longo prazo, sobrou 70 para o giro das atividades, daí o termo CAPITAL DE GIRO. - O que a empresa está fazendo com este 70 no momento ? - Está aplicando na TESOURARIA. 1) Aquisição de Estoque no valor de $ 60, sendo $ 40 à vista e o restante a prazo. Dinâmica de Liquidez – Situação 1 T: AF - PF 30 - 0 = 30 > 0 aplicação NCG: AO - PO 60 - 20 = 40 > 0 aplicação CDG: PLP - ALP 100 - 30 = 70 > 0 fonte T = 30 CDG = 70 NCG = 40 Estrutura Financeira Aplicações Fontes Balanço Patrimonial Situação confortável (conservadora) • Os recursos de Longo Prazo estão financiando a NCG e ainda há sobra para aplicação. • Essa situação é tão confortável que é chamada de “Colchão de Liquidez”. No entanto, há que se ter cuidado para não perder a oportunidade de aumentar as operações melhorando-se a rentabilidade dos recursos. Passivo Lgo Prazo + PL Capital = 100 Ativo Operacional Estoque = 60 Ativo Longo Prazo Máquinas = 30 Passivo Operacional Fornec. = 20 Ativo Financeiro Caixa = 30 Passivo Financeiro 0 2) Aquisição de Estoque à vista no valor de $ 50; para isso, efetuou um empréstimo de curto prazo no valor de $ 20. Situação frequente • Os recursos de longo prazo não conseguem suprir toda a necessidade, sendo necessário recorrer a recursos de curto prazo para complementar. Isso ocorre principalmente em função de: • Cultura do estoque alto • Necessidade de conceder prazos aos clientes T = 20 CDG = 70 NCG = 90 Estrutura Financeira Aplicações Fontes Balanço Patrimonial T: AF - PF 0 - 20 = - 20 < 0 fonte NCG: AO - PO 110 - 20 = 90 > 0 aplicação CDG: PLP - ALP 100 - 30 = 70 > 0 fonte Dinâmica de Liquidez – Situação 2 Passivo Lgo Prazo + PL Capital = 100 Ativo Operacional Estoque = 110 Ativo Longo Prazo Máquinas = 30 Passivo Operacional Fornec. = 20 Ativo Financeiro Caixa = 0 Passivo Financeiro Empréstimos = 20 3) Aquisição de um Equipamento no valor de $ 80 com financiamento de curto prazo. T = 100 NCG = 90 Estrutura Financeira Aplicações Fontes Balanço Patrimonial T: AF - PF 0 - 100 = - 100 < 0 fonte NCG: AO - PO 110 - 20 = 90 > 0 aplicação CDG: PLP - ALP 100 - 110 = - 10 < 0 aplicação CDG = 10 Situação crítica • Financiando a NCG e os Investimentos a Longo Prazo com recursos de Curto Prazo. • A médio prazo, há risco de falta de liquidez. Dinâmica de Liquidez – Situação 3 Passivo Lgo Prazo + PL Capital = 100 Ativo Operacional Estoque = 110 Ativo Longo Prazo Máquinas = 30 Equiptos. = 80 Passivo Operacional Fornec. = 20 Ativo Financeiro Caixa = 0 Passivo Financeiro Emp. e Financ. = 100 4) Venda à vista de $ 100 do Estoque por $ 120, gerando $ 20 de Lucro. T = 20 NCG = 10 Estrutura Financeira Aplicações Fontes Balanço Patrimonial T: AF - PF 120 - 100 = 20 > 0 aplicação NCG: AO - PO 10 - 20 = - 10 < 0 fonte CDG: PLP - ALP 120 - 110 = 10 > 0 fonte CDG = 10 Extremamente confortável em termos de liquidez • Até a década de 90, era característica dos Supermercados, hoje é típico das empresas de ônibus urbano. • Normalmente, são empresas de baixa lucratividade operacional. Dinâmica de Liquidez – Situação 4 Passivo Lgo Prazo + PL Capital = 100 Lucros Acum. = 20 Ativo Operacional Estoque = 10 Ativo Longo Prazo Máquinas = 30 Equiptos. = 80 Passivo Operacional Fornec. = 20 Ativo Financeiro Caixa = 120 Passivo Financeiro Emp. e Financ. = 100 Circulante 40.000 Circulante 36.000 Disponbilidades 10.000 Empréstimos 20.000 Clientes 10.000 Fornecedores 12.000 Estoque 20.000 Salários a Pg. 4.000 Real.Lg.Prazo 10.000 Não Circulante 24.000 Imobilizado 50.000 Patrimônio Lïquido 40.000 Total 100.000 Total 100.000 Circulante 40.000 Circulante 36.000 Disponbilidades 10.000 Empréstimos 9.000 Clientes 10.000 Fornecedores 23.000 Estoque 20.000 Salários a Pg. 4.000 Real.Lg.Prazo 10.000 Não Circulante 24.000 Imobilizado 50.000 Patrimônio Lïquido 40.000 Total 100.000 Total 100.000 EMPRESA – A EMPRESA – B ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Liquidez Corrente - LC Ativo Circulante Passivo Circulante Liquidez Corrente - LC Índice de Líquidez x Modelo Dinâmico Ativo Financeiro Passivo Financeiro Saldo Tesouraria EMPRESA – A EMPRESA – B Ativo Operacional Passivo Operacional NCG EMPRESA – A EMPRESA – B Passivo Lgo Prazo Ativo Lgo Prazo CDG EMPRESA – A EMPRESA – B EMPRESA - A EMPRESA - B Índice de Líquidez x Modelo Dinâmico Qual das duas empresas apresenta a melhor estrutura de liquidez ? • Para financiar a NCG, o ideal é que sejam utilizados recursos de longo prazo (CDG). Assim, quando a NCG aumentar mais do que o CDG, a empresa terá necessidade de recorrer a recursos financeiros de curto prazo para financiar parte das suas operações, aumentando, assim, o T como fonte de recursos e reduzindo a liquidez da empresa. O Efeito Tesoura NCG 80 CDG = 100 T = 20 NCG 160 CDG = 120 T = 40 NCG CDG • Se esse indicador estiver aumentando (negativamente), evidencia-se uma dependência crescente dos recursos de curto prazo no financiamento da NCG, elevando-se, assim, o risco financeiro. Consequentemente, tem-se o efeito tesoura. Chama-se Efeito Tesoura porque seu desenho no gráfico nos lembra a figura de uma tesoura. Quanto mais aberta for a “boca” da tesoura, maior será a dependência de recursos de terceiros de curto prazo para financiar a NCG. O Efeito Tesoura A seguir um exemplo apresentando o Efeito Tesoura Fonte: MOTA, Haroldo. Apostila de Finanças e Contabilidade Gerencial. Nova Lima: FDC, 2006. PDD. Adaptação. O Efeito Tesoura – Exemplo • A seguir, um exemplo do efeito tesoura, considerando-se: Crescimento muito acelerado das vendas (aumento do nível de atividades). O Ciclo Financeiro se manteve em 90 dias. O Capital de Giro (CDG) no momento inicial era de $ 200. O crescimento do CDG está representado apenas pelo lucro (autofinanciamento) da empresa, que mantém uma política de mantê-lo em torno de 5% das receitas. Fonte: MOTA, Haroldo. Apostila de Finanças e Contabilidade Gerencial. Nova Lima: FDC, 2006. PDD. Adaptação. O Efeito Tesoura – Exemplo Ano1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Vendas Anuais 1.000 2.000 4.000 8.000 16.000 Ciclo Financeiro 90 90 90 90 90 NCG 250 500 1.000 2.000 4.000 CDG inicial 200 250 350 550 950 Lucro 5% das vendas 50 100 200 400 800 CDG atual 250 350 550 950 1.750 T 0 (150) (450) (1.050) (2.250) T / NCG 0% -30% -45% -53% -56% NCG 250 CDG 250 T 150 NCG 500 CDG 350 T 450 NCG 1.000 CDG 550 T 1.050NCG 2.000 CDG 950 T 2.250NCG 4.000 CDG 1.750 Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 Inicial Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 NCG CDG O Efeito Tesoura – Gráfico Inicial Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 NCG 0 250 500 1.000 2.000 4.000 CDG 200 250 350 550 950 1.750 T 200 0 (150) (450) (1.050) (2.250) Fluxo de Caixa Indireto QUAL O PRINCIPAL OBJETIVO DE UMA EMPRESA ? MAXIMIZAÇÃO DA RIQUEZA DO ACIONISTA (DO COOPERADO) • Esta riqueza somente será alcançada se, no longo prazo, a empresa obtiver ingressos de recursos superiores aos seus desembolsos. • A partir daí, todas as decisões estratégicas da empresa devem passar por dois questionamentos: Quais os benefícios econômicos (lucro) que essa decisão vai gerar? Quais os benefícios financeiros (caixa) que essa decisão vai gerar? Econômico (Lucro) x Financeiro (Caixa) Econômico (Lucro) x Financeiro (Caixa) • O lucro é a garantia da sobrevivência da empresa a longo prazo; portanto, todas as suas decisões estratégicas devem ser voltadas à maximização do resultado. • No entanto, a falta de liquidez pode levar à falência no curto prazo; por isso, a grande importância da administração do fluxo de caixa. Portanto, Lucro e Caixa não são excludentes e, sim, complementares, devem andar de mãos dadas. • A demonstração que consegue responder a estes questionamento é o Fluxo de Caixa, pois: • O Balanço Patrimonial apresenta o saldo do Caixa (caixa, banco e aplicação financeira) em determinado momento, mas não mostra a movimentação que gerou sua variação. • A DRE apresenta o resultado econômico (lucro ou prejuízo). Um questionamento frequente dos gestores de uma empresa é: • Como posso ter tido lucro se meu caixa diminuiu este ano? ou • Como posso ter tido prejuízo se meu caixa aumentou este ano? Econômico (Lucro) x Financeiro (Caixa) Tipos de Fluxo de Caixa • A Demonstração do Fluxo de Caixa tem como objetivo indicar a fonte (origem) de todo recurso que entrou no Caixa, bem como a aplicação (destino) de todo recurso que saiu em determinado período de tempo, apurando dessa forma o Resultado (entrada menos saídas) do Fluxo Financeiro da empresa. • Há dois tipos de Fluxo de Caixa: Direto: Trata-se do fluxo financeiro tradicional que apresenta as Entradas e Saídas de recursos. Indireto: É a conciliação entre o Lucro e o Caixa. Responde a um importante questionamento dos empresários: • Portanto, o Fluxo de Caixa Indireto é o demonstrativo capaz de responder ao questionamento: Se tivemos um lucro de X, por que nosso caixa caiu Y ? Fluxo de Caixa – Base Indireta A Demonstração do Fluxo de Caixa na Base Indireta é o instrumento capaz de responder a esses questionamentos, pois concilia o lucro com a movimentação do caixa, conforme o esquema a seguir: Fluxo Cx. Investimento + + Fluxo Cx. Operacional Fluxo Cx. Financiamento Fluxo Cx. Acionista = Lucro Operacional Caixa NCG Fluxo Cx. Investimento + + Fluxo Cx. Operacional Fluxo Cx. Financiamento Fluxo Cx. do Acionista = Lucro Operacional Caixa Entradas e saídas de recursos relacionadas às operações (EBIT) constantes na DRE e a NCG. Movimentação das contas do ativo de longo prazo Movimentação das contas de Empréstimos e Financiamentos, incluindo as Despesas Financeiras NCG Fluxo de Caixa – Base Indireta • Até o EBIT já conceituamos no estudo da DRE Gerencial. • Nopat (Net Operating Profit After Taxes) “Lucro Operacional Líquido Após os Impostos”. Trata-se do resultado operacional líquido; se não houvesse receita e despesa financeira, esse seria o Lucro Líquido da empresa apresentado na DRE. Estrutura do Fluxo de Caixa – NOPAT e Depreciação (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis Receita Líquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta Do Lucro para o Caixa • Até o Lucro Operacional Líquido (NOPAT) é a análise do resultado econômico, para se chegar ao caixa é necessário: Estornar a Depreciação, uma vez que trata-se de um custo ou despesa não desembolsável, portanto, sem feito financeiro. Somar a Variação da NCG, conforme explicação a seguir. (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis Receita Líquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta Estrutura do Fluxo de Caixa – NCG • Até o Nopat teremos a geração bruta de caixa operacional, se considerarmos que todas as operações foram à vista e se excluirmos (estornarmOs) a depreciação. No entanto, uma parte da receita, dos custos e das despesas pode, ainda, não ter afetado o caixa, uma vez que a DRE é elaborada de acordo com o Regime de Competência. Assim, a Variação da NCG funciona, no fluxo de caixa, como um fator de conversão entre o Regime de Competência e o Regime de Caixa. (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis Receita Líquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta Fluxo de Caixa Operacional (FCO) • Fluxo de Caixa Operacional: é o instrumento que consegue demonstrar se as atividades operacionais estão sendo capazes de se sustentar financeiramente e ainda gerar recursos para suportar os investimentos em Capex. ▫ Quando é positivo, significa que a empresa está gerando caixa para cobrir parcial ou integralmente seus investimentos. ▫ Quando é negativo, significa que as operações sequer estão se pagando; normalmente, isso ocorre quando o Ciclo Financeiro é muito longo, gerando uma grande NCG. (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis ReceitaLíquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta Fluxo de Caixa de Investimento - FCI • Fluxo de Caixa de Investimento: São os investimentos líquidos (aquisição menos venda) em ativos necessários para a geração do fluxo de caixa operacional presente e futuro. Esses investimentos são chamados de Capex (capital expenditure). Estão relacionados aos grupos de investimento, imobilizado, intangível e diferido. Exemplo: ▫ Imóveis ▫ Máquinas e Equipamentos ▫ Veículos ▫ Marcas e Patentes ▫ Direitos de Outorga ▫ Gastos Pré-Operacionais (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis Receita Líquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta Fluxo de Caixa Operacional Livre (FCOL) • Fluxo de Caixa Operacional Livre (Operating Free Cash Flow) – Esta é a principal meta operacional da empresa: maximizar esse valor a longo prazo. A partir da projeção dessa medida, podemos determinar o valor de um ativo, de um projeto ou mesmo da empresa. ▫ Quando positivo, significa que as operações estão gerando caixa suficiente para cobrir os seus investimentos de longo prazo. ▫ Quando negativo, significa que a empresa precisa captar recursos para cobrir suas operações e/ou investimentos. (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis Receita Líquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta • Conforme menciona o prof. Haroldo Mota, numa perspectiva estratégica, sob a ótica de finanças, a empresa toma duas decisões: ▫ Inicialmente, decisões de investimentos (Ativos Permanentes). Esses investimentos resultam na formação de Ativos cujo principal objetivo é gerar Fluxo de Caixa Operacional Livre (FCOL). ▫ A segunda decisão estratégica refere-se ao financiamento dos Ativos da empresa. A decisão de financiamento diz respeito à escolha entre a contratação de empréstimos de terceiros ou a contração do capital dos acionistas para financiar os investimentos escolhidos pela empresa. Fluxo de Caixa Operacional Livre (FCOL) O FCOL é a garantia de retorno para os credores e investidores de recursos. Quanto mais incerto for a sua geração, maior será o risco, portanto maior será a taxa exigida. Decisão de investimento Decisão de financiamento Ativos NCG + Investimentos de Longo Prazo Capital de Terceiros (Dívidas) Capital Próprio (Acionistas) Fluxo de Caixa Operacional Livre Dividendos Juros Fluxo de Caixa Operacional Livre (FCOL) Fx. Cx. Financto. (FCF) e do Acionista (FCA) • Fluxo de Caixa de Financiamento (Dívida): Refere-se à movimentação (captações e pagamentos) de recursos financeiros provenientes do endividamento oneroso com terceiros, normalmente com instituições financeiras. Também faz parte o pagamento das despesas financeiras. • Fluxo de Caixa do Acionista: Representa os recursos gerados em favor dos detentores do capital próprio da empresa. Quando negativo, significa que o conjunto das atividades operacionais, de investimento e de financiamento demandou recursos dos seus proprietários. Nesse caso, haverá redução do caixa da empresa ou, até mesmo, necessidade de aportes de capital por parte dos proprietários. (=) Fluxo de Caixa do Acionista (+/-) Fluxo Cx. Financiamento (dívida) (+) Captações de Recursos (-) Pagamentos (-) Despesas Financeiras (=) Fluxo Cx. Operacional Livre (+/-) Fluxo Cx. Investimento (Capex) (-) Aquisição de Bens de Capital (+) Venda de Bens de Capital (=) Fluxo de Caixa Operacional (+/-) Variação da NCG (+) Depreciação e Amortização NOPAT (Lucro Operacional Líquido) (-) Imposto de Renda e CSSL EBIT (Lucro Operacional) (-) Depreciação e Amortização EBITDA (-) Custos e Desp. Fixos Desembolsáveis Margem de Contribuição (-) Custos e Despesas Variáveis Receita Líquida (-) Impostos sobre a Receita Receita Bruta A SEGUIR, UM EXEMPLO DE FLUXO DE CAIXA NA BASE INDIRETA QUE ILUSTRA A TEORIA APRESENTADA Exemplo de Fluxo de Caixa Supondo que determinada empresa apresentasse este balanço inicial: No período, a empresa obteve receitas de $ 2.000 e custos de $ 1.500, sendo que $ 100 se refere à depreciação. Do total das receitas, até o momento, foram recebidos 30% e, do total dos custos, foram pagos $ 900. Resposta: Isso ocorreu porque houve uma Necessidade de Capital de Giro de $ 1.400 para financiar suas vendas a prazo. Como os credores estão financiando parte dessa necessidade, houve, então, uma demanda líquida de recursos no valor de $ 900. Como o lucro contribuiu com $ 600 (lucro de $ 500 + depreciação de $100), foi necessário utilizar $ 300 dos recursos financeiros (caixa) para financiar a diferença. Exemplo de Fluxo de Caixa O ideal é que a Variação da NCG seja menor que o EBITDA, caso contrário o Fluxo de Caixa Operacional será negativo, podendo, na maioria das vezes, ser necessário a captação de recursos onerosos para financiar as operações. Importante: NCG x EBITDA NCG < EBITDA = FCO Positivo Situação Ideal: NCG > EBITDA = FCO NegativoIndesejado: Houve aquisição de estoque no valor de $300, sendo $100 à vista e o restante a prazo. Passivo Operacional Ativo Operacional Exemplo de Fluxo de Caixa Caixa inicial 1.000 Contas a Pagar 500 Recebimento 600 Fornecedores 200 Pagamento (900) Financiamento 500 700 Pagto. Estoque (100) 600 Pagto. Equipto. (200) Caixa Final 400 Estoque 300 Patrimônio Líquido Clientes 1.400 Capital 1.500 Máquinas 500 Lucros Acum. 500 Depreciação (100) Equipamento 700 Total 3.200 Total 3.200 ATIVO PASSIVO Aquisição de um equipamento no valor de $ 700, sendo $ 200 à vista e o restante financiado. O Caixa, que inicialmente era de $1.000, após essas transações, teve uma redução de $600, mesmo gerando um lucro de $ 500. Exemplo de Fluxo de Caixa Lucro Operacional 500 (+) Depreciação 100 (=) EBITDA 600 Variação da NCG (1.000) (=) Fluxo de Caixa Operacional (400) Fluxo de Caixa de Investimento - Aquisição de Bens (700) Fluxo de Caixa Operacional Livre (1.100) Fluxo de Caixa de Financiamento - Captação de Financiamento 500 (=) Fluxo de Caixa do Acionista (600) (+) Saldo Inicial 1.000 (=) Saldo Final 400 Como o Fluxo de Caixa Operacional Livre foi negativo, a empresa necessita de recursos para financiar suas operações e aquisição de bens. Caso não houvesse saldo de caixa inicial, o acionista teria de aportar $ 600, uma vez que a empresa conseguiu captar $ 500 com terceiros. A longo prazo, esse quadro tem de ser revertido, ou seja, as operações devem ser capazes de se autofinanciar e ainda suportar os investimentos necessários para aquisição de bens. Exemplo de Fluxo de Caixa Análise do Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa Operacional é o instrumento que conseguedemonstrar se as atividades operacionais estão sendo capazes de se sustentar financeiramente e ainda gerar recursos para suportar os investimentos em Capex. Por isso, no curto prazo e, principalmente, em momentos de crise, é necessário que a gestão deste fluxo seja priorizada. O Fluxo de Caixa Operacional Livre demonstra se as operações estão conseguindo gerar recursos suficientes para suportar os investimentos (capex) e ainda pagar os seus compromissos financeiros e distribuir resultado para os acionistas (cooperados). Portanto, a médio e longo prazo precisa ser positivo, caso contrário, não conseguirá pagar o seu endividamento financeiro e distribuir resultado. Daí a grande importância do Fluxo de Caixa Operacional Mensagem do Fluxo de Caixa Criação de Valor - EVA Criação de Valor O principal objetivo de uma empresa é maximizar a riqueza do acionista, ou seja, gerar um lucro que consiga remunerar o investimento de acordo com o custo de oportunidade e ainda gerar um excedente que seria o ganho real. Por exemplo: considerando que o PL de uma empresa seja de $ 1.000 e os acionistas desejam um ROE – Return On Equity (Retorno sobre o PL) de 15%, portanto, desejam um lucro de, no mínimo, $ 150 e, supondo que no ano a empresa gerou exatamente esse lucro, será que os acionistas estarão satisfeitos com esse resultado ? • de certa forma, podemos dizer que sim, pois foi remunerado de acordo com o mínimo esperado. • por outro lado, se contentar com o mínimo esperado, pode ser frustrante para alguns, que esperavam um algo a mais. • quando o retorno é acima do esperado (o algo a mais) a empresa estará criando valor para os acionistas. A empresa trabalha com Capital Próprio e de Terceiros e esses dois investidores/credores têm expectativas diferentes de remuneração, assim, a criação de valor acontece quando o retorno do investimento é maior que o Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC ou WACC. Ativos: NCG + Investimentos Longo Prazo Capital de Tereceiros Capital Próprio Decisão de Investimento Decisão de Financiamento RESULTADO OPERACIONAL CUSTO DE CAPITAL ≠ CRIAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE VALOR Criação de Valor EVA – ECONOMIC VALUE ADDED Para maioria dos autores, investidores, analistas e profissionais da área financeira, o melhor modelo de avaliação da criação ou não de valor é EVA – Economic Value Added, traduzindo: Valor Econômico Adicionado, conforme o próprio nome, trata-se da riqueza adicionada além do resultado esperado. Esse conceito pode ser aplicado para empresa como um todo ou para suas unidades de negócios, filiais, linhas de produto, atividades etc. Como se trata de valor econômico e não financeiro, assim, o grande objetivo é verificar se as operações da empresa estão adicionando riqueza, portanto esse indicador compara o ROIC – Return On Invested Capital que significa: Retorno sobre o Capital Empregado (Ativo Econômico) com o CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital, onde: Ativos: NCG + Investimentos Longo Prazo Capital de Tereceiros Capital Próprio APLICAÇÕES FONTES RESULTADO OPERACIONAL CUSTO DE CAPITAL ≠ CRIAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE VALOR ROIC CMPC EVA = ( ROIC – CMPC ) x Capital Investido EVA – ECONOMIC VALUE ADDED ROIC – Return On Invested Capital Uma empresa pode estar gerando Lucro, mas sem remunerar os investimentos em patamares aceitáveis. Então, voltando à frase: o principal objetivo de uma empresa é maximizar a riqueza do acionista Concluímos que não basta analisar o Lucro, é preciso compará-lo com os Investimentos existentes para gerá-lo. Empresa - A Empresa - B Lucro Operacional 1.000 1.000 Investimento (NCG + Ativo Longo Prazo) 10.000 8.000 ROIC 10,0% 12,5% Analisando somente pelo Lucro diríamos que as duas empresas tiveram a mesma performance, no entanto, a Empresa-B gerou o mesmo Lucro com menos Investimento, portanto, performou melhor. O ROIC é impactado por dois fatores: margem (lucratividade) e giro • Quanto maior a margem, maior será esse indicador. • Quanto maior o giro, menor a necessidade de investimentos, portanto maior será o indicador. ROIC = Margem x Giro Obs.: alguns autorres trazem o conceito de Capital Investido como Ativo Econômico, ou seja, é o Ativo que está à disposição para gerar o resultado operacional esperado. ROIC – Return On Invested Capital ROIC = Margem x Giro .:. Lucro Ope. Líq. Investimento ROIC = Lucro Operacional Líquido X Receita Líquida Receita Líquida Investimento X ROIC = Lucro Ope. Liq. X Receita Líquida Receita Líquida Investimento Margem Operacional Giro do Ativo ROIC – Return On Invested Capital ROIC – Return On Invested Capital - Cálculo Custo de Capital Custo de Capital • É calculado considerando-se a exigência dos credores (investidores) em relação ao retorno do valor investido. Para calcular a taxa, além da utilidade, também deve ser considerado o risco inerente ao retorno do investimento. • O capital empregado é composto por recursos de terceiros e próprios (dos acionistas). Esses investidores têm expectativas diferentes de retorno; por isso, para se chegar ao custo do capital, é necessário calcular o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), também chamado de WACC (weighted average cost of capital). Para se chegar à viabilidade de um projeto, é preciso projetar seu Fluxo de Caixa Operacional Livre, trazendo-o a valor presente, descontando o Custo do Capital Empregado. Custo do Capital de Terceiros (Kd) Custo do Capital de Terceiros (kd): é calculado considerando a taxa de juro média das captações no mercado. Exemplo: Valor Taxa Juros • Financiamento de Bens: $ 2.000 x 5% = $ 100 • Empréstimos Cap.Giro: $ 3.000 x 20% = $ 600 • Total..........................: $ 5.000 $ 700 Portanto: Kd médio = $ 700 ÷ $ 5.000 = 14% Custo do Capital Próprio (Ke) • Os “donos” do capital (sócios/acionistas), além do prêmio pela utilidade, ou seja, a remuneração do investimento, também vão exigir um prêmio pelo risco, que, normalmente, será maior que o exigido por terceiros, uma vez que o risco do acionista é maior, em função de ser um investimento a longo prazo e que não há garantias. • Embora haja algumas técnicas para se calcular o custo do capital próprio, a mais comum é a exigência de alguns pontos percentuais acima da chamada Taxa Livre de Risco, que é a remuneração da aplicação em títulos do governo – a taxa Selic. • Estudos estatísticos mostram que os acionistas, ao longo do tempo, têm exigido algo em torno de seis pontos percentuais acima da taxa Selic; assim, teremos: Taxa Selic: 11,0% (taxa média prevista 2017) Taxa de Risco: 6,0% Taxa de Retorno: 17,0% Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC ou WACC Proporção Custo Custo Médio Capital de Terceiros 40% x 14% = 5,6% Capital Próprio 60% x 17% = 10,2% WACC 15,8% Considerando que a empresa com 60% de Capital Próprio e 40% com Capital de Terceiros, teremos um Custo Médio Ponderado de Capital de 15,8% conforme a seguir: Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC ou WACC EVA – ECONOMIC VALUE ADDED Forma de Analisar: ROIC = CMPC: não houve criação de valor, mas remunerou os investidores e credores com a taxa desejada. ROIC > CMPC: houve criação de valor, pois remunerou os investidores e credores com a taxa desejada e ainda gerou ganho (riqueza). ROIC < CMPC: Houve destruição de valor, pois sequer remunerou o capital investido com a taxa desejada. Fórmula do EVA: EVA = ( ROIC – CMPC ) x Capital Investido Relembrando: ROIC: Retorno sobre o Capital Investido ROIC = EBIT – IR e CSSL Ativo Econômico onde: • EBIT – IR e CSSL: é o lucro operacional líquido depois dos impostos, também conhecido como NOPAT – Net Operating Profit After Taxes • Ativo Econômico é a NCG + Ativo Não Circulante, portanto é o Capital Investido com objetivo de gerar Resultado Operacional (EBIT). Portanto, a fórmula pode ser lida da seguinte forma: ROIC = NOPAT ou Capital Investido ROIC = NOPAT