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CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Elaborado por: Professor Mauricio Barros CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 1 OBJETIVOS DO CURSO Oferecer aos alunos do CEAD Cursos Contmatic o conhecimento necessário para atuar na profissão contábil. Com uma linguagem simples e acessível o curso de Contabilidade Intermediária visa apresentar os conceitos e aplicações da escrituração contábil em operações aplicadas no dia-a-dia. Cabe ressaltar que é de suma importância que o aluno deste curso tenha participado anteriormente do Curso de Contabilidade Básica Teoria e Prática no sistema Contábil Phoenix, para melhor aproveitamento deste conteúdo. Bons estudos e boa sorte. Professor Mauricio Barros. Cursos Contmatic www.cursos.contmatic.com.br *NOTA: No curso de Contabilidade Geral haverá somente abordagens do sistema Contábil Phoenix pelo professor. O curso de Contabilidade Geral não se trata de um curso pratico de sistema. http://www.cursos.contmatic.com.br/ CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4 DEFINIÇÕES DA CIÊNCIA CONTÁBIL .................................................................................................... 8 CONCEITO DE ENTIDADE .................................................................................................................. 10 ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS ................................................................................................. 12 CONTAS CONTÁBEIS .................................................................................................................. 12 TECNICAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS ................................................................. 14 NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – CPC 00 ..................................................................................... 19 CARACTERISTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS ................................................................. 20 REGISTROS CONTÁBEIS ..................................................................................................................... 22 PROCESSO CONTÁBIL ....................................................................................................................... 23 ASPECTOS CONTÁBEIS ...................................................................................................................... 25 LANÇAMENTOS INICIAIS ............................................................................................................ 25 INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL ................................................................................................... 26 ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL (AFAC) ............................................. 29 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL: FORMAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO ................................ 30 OUTROS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................... 31 ANTECIPAÇÃO DE LUCROS ........................................................................................................ 32 CONCILIAÇÕES DOS SALDOS CONTÁBEIS .................................................................................. 33 LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO ................................................................ 33 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ..................................................................................... 34 DIVISÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS ............................................................................................ 35 REGIME DE CAIXA ...................................................................................................................... 36 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................ 36 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO .......................................................................... 37 CMV – CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA ............................................................................... 39 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 3 MODELO SIMPLIFICADO DE D.R.E – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .......... 42 AQUISIÇÃO DE MERCADORIA PARA REVENDA ................................................................................ 43 AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE USO E CONSUMO .............................................................................. 46 VENDA DE MERCADORIA .................................................................................................................. 47 VENDA DE SERVIÇOS ........................................................................................................................ 48 10. RECEBIMENTO DE VENDAS ......................................................................................................... 50 AVALIAÇÃO DE ESTOQUE ................................................................................................................. 51 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE ................................................................................... 52 CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA ........................................................................................... 53 DEMAIS OPERAÇOES CONTÁBEIS ..................................................................................................... 57 ADIANTAMENTO DE SALÁRIOS .................................................................................................. 57 APLICAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................................................ 57 OPERAÇÕES COM IMOBILIZADO ............................................................................................... 57 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS ......................................................................................................... 58 DEPRECIAÇÃO ................................................................................................................................... 59 DEPRECIAÇÃO ECONOMICA ...................................................................................................... 63 DEPRECIAÇÃO FISCAL ................................................................................................................ 67 CONTABILIZAÇÃO ...................................................................................................................... 70 O CONJUNTO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................... 71 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................ 72 FOLHA DE PAGAMENTO ................................................................................................................... 73 OPÇÕES TRIBUTÁRIAS ...................................................................................................................... 77 CONTABILIDADE FINANCEIRA E CONTABILIDADE GERENCIAL ......................................................... 82 TECNICAS BÁSICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................. 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................... 86 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 4 INTRODUÇÃO Para o melhor aproveitamento do aluno nesta aula, sugerimos participar primeiramente do curso de Contabilidade Básica Teria e Prática no sistema Contábil Phoenix, para entenderos conceitos básicos da contabilidade. A Ciência Contábil, enquanto ciência social aplicada, objetiva fornecer informações úteis para a tomada de decisão. Tais interessados podem ser usuários internos e externos à empresa – gerentes, diretores, sindicatos, fornecedores de materiais e de capitais, governo, acionistas etc. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 5 No curso de Contabilidade nós aprendemos: 1. Conceitos Básicos A. Responsabilidade do Profissional de Contabilidade; B. Usuários da Informação Contábil: internos e externos; C. Princípios da Contabilidade; D. Método das Partidas Dobradas 2. Patrimônio A. Bens B. Direitos C. Obrigações 3. Procedimentos Contábeis Escrituração Contábil: É o ato de registrar nos livros da empresa as movimentações ocorridas em seu patrimônio. Lembrando que todos os fatos possíveis de mensuração financeira, devem ser escriturados na contabilidade. Lançamentos Contábeis: É a forma que Contabilidade utiliza para registras os fatos contábeis. Para o bom entendimento, o lançamento contábil de conter 5 elementos essenciais: Data da operação; Conta a ser debitada; Conta a ser credita; Histórico; e Valor. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 6 4. Livro Diário O Livro Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial e está previsto no Código Civil brasileiro, citado abaixo. Todos os registros de fatos ocorridos em uma entidade, no decorrer de um terminado exercício, devem ser escriturados no Livro Diário. 5. Livro Razão O Livro Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial e está previsto no Código Civil brasileiro, citado abaixo. Todos os registros de fatos ocorridos em uma entidade, no decorrer de um terminado exercício, devem ser escriturados no Livro Diário. 6. Balancete de Verificação O Balancete de Verificação é uma ótima ferramenta para o profissional de contabilidade, pois tem como principal função a verificação dos saldos das contas e serve de ponto de partida para as conciliações e depois de efetuado os ajustes, é a base para elaboração das demonstrações contábeis. 7. Resultado do Exercício Além das variações patrimoniais observadas através do conjunto que compõem o patrimônio das empresas (Bens, Direitos e Obrigações), existem os efeitos provocados pelas atividades praticadas pelas empresas ao longo de cada período. Atribuímos a estes efeitos o título de Resultado. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 7 8. Balanço Patrimonial Destinado a evidenciar em uma determinada data a real situação financeira de uma Entidade, o levantamento do Balanço Patrimonial será feito, anualmente, ao fim de cada exercício social, com base na escrituração mercantil da companhia e deverá ser transcrito no livro Diário da entidade. 9. DRE A Demonstração do Resultado do Exercício retrata a acumulação dos ganhos e perdas de uma entidade, num determinado período, demonstrando a dinâmica do negócio sob a ótica das origens (receitas) e as aplicações de recursos (custos, despesas, impostos, contribuições e participações), indicando o resultado obtido (lucro ou prejuízo). CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 8 DEFINIÇÕES DA CIÊNCIA CONTÁBIL Contabilidade é a ciência social que visa ao registro e ao controle dos atos e fatos econômicos, financeiros e administrativos das entidades. Trata-se de um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. O principal objetivo da contabilidade é permitir aos usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico. Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; Organizar um sistema de controle adequado à empresa; Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; Analisar os demonstrativos financeiros com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa; Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 9 Para que isso ocorra, primeiramente é necessário registrar todas as operações que ocorrem na empresa, tais como compras, vendas, recebimentos, pagamentos, etc. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 10 CONCEITO DE ENTIDADE A palavra Entidade na contabilidade tem sentido amplo e nada tem a ver com entidades filantrópicas por exemplo. Entidade é o conjunto de todas as pessoas físicas ou jurídicas da qual a ciência contábil estuda. Assim, entidades são em linhas gerais: Todas as empresas (indiferente do tamanho); Todas as entidades filantrópicas como Ong´s, Fundações, Igrejas, etc.; Cooperativas; Pessoa Física; O conceito de Empresa envolve recursos e pessoas organizados para as atividades de produção ou circulação de bens e serviços para o mercado. Nesse sentido, é previsível que a empresa se diferencie do estabelecimento e da pessoa do empresário. A empresa é a atividade do empresário, e não se confunde com o seu estabelecimento, com a pessoa jurídica, com a sociedade, ponto comercial ou com os seus sócios. Qualquer empresa, independentemente de seu porte ou regime tributário, devem obrigatoriamente elaborar a contabilidade completa, e registrar seus livros comerciais seja via Junta Comercial/Cartório ou via ECD Sped Contábil. Tal obrigatoriedade está prevista no Código Civil brasileiro. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 11 Lei nº 10.406/2002 – Código Civil (...) Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. (...) Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo. (...) Um contabilista atua como uma espécie de conselheiro e, às vezes, confidentes das administrações empresariais. Orientam as empresas e sua administração, simplificando as alternativas, que ainda são demasiado complexas. Observe-se que o objetivo da contabilidade é registrar, interpretar e demonstrar a evolução do patrimônio de uma entidade, logo, controlar o patrimônio não pode ser considerado um luxo, mas uma necessidade. Há ainda aspectos cíveis, comerciais e tributários, pois a escrituração regular comprova em juízo fatos cujas provas dependam de perícia contábil. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 12 ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS CONTAS CONTÁBEIS CONCEITOS Conta é o nome técnico que identifica um componente patrimonial (Bem, Direito, Obrigação ou Patrimônio Líquido) ou um componente de Resultado (Despesa ou Receita). Portanto, as Contas representam registros de débitos e créditos da mesma natureza ou espécie, identificada por nomes (títulos) que qualificam elementos patrimoniaisou de resultado (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, despesas, receitas e custos). A conta tem sempre objeto distinto de outras contas porque reúne fatos de características próprias, iguais por sua natureza e que sucedem no patrimônio. As contas contábeis se dividem em três grupos: a) Contas Patrimoniais: são as contas do Ativo representativas dos bens e dos direitos da entidade, e do Passivo representativas das obrigações e do Patrimônio Líquido da entidade; b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da entidade. c) Contas de Compensação: As contas de compensação nada têm a ver com o sistema de contas patrimoniais, tratando-se de um conjunto de contas de uso optativo e destinado a finalidades internas da empresa, podendo servir, como fonte de dados para transmitir determinadas informações a terceiros. O uso das contas de compensação é recomendável para registro de possíveis alterações patrimoniais futuras e como fonte de dados para a elaboração de notas explicativas. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 13 FUNÇÃO DAS CONTAS A função das contas é controlar as variações ocorridas no patrimônio, mediante registro dos atos e fatos da administração econômica dos componentes do patrimônio e a formação dos resultados realizados em cada período de tempo (exercício social). É através das contas que a contabilidade consegue desempenhar o seu papel. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela sua gestão, são registrados em livros próprios através dessas contas. FUNCIONAMENTO DAS CONTAS As contas são movimentadas através de Débitos e de Créditos. Para entender o mecanismo do débito e crédito das contas é preciso, primeiramente, conhecer a natureza de cada conta. As contas do Ativo e as contas de Custos e Despesas são de natureza devedora, ou seja, de débito. O aumento dos saldos dessas contas se dará pelos respectivos débitos, e as diminuições pelos respectivos créditos. As contas do Passivo e as contas de Receitas são de natureza credora, ou seja, de crédito, aumentando-se seus saldos pelo respectivo crédito e diminuindo pelo débito. Como mostrado no esquema abaixo: As contas de natureza Retificadora ou Redutora são contas que têm saldo contrário ao saldo do grupo ao qual pertencem. Assim, as contas retificadoras de Ativo (ou redutoras de Ativo) têm saldos credores; as contas retificadoras de Passivo (ou redutoras de passivo) e de Patrimônio Líquido têm seus respectivos saldos devedores. Elas têm a função de reduzir o saldo de outra conta. Possui a natureza inversa, a natureza do grupo ao qual pertencem. Ex. Depreciação Acumulada, Capital a Integralizar, PECLD. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 14 O QUE SÃO CONTAS SINTÉTICAS E ANALÍTICAS? TECNICAS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS O Plano de Contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade de determinada empresa, e as diretrizes e normas que objetivam uniformização dos registros contábeis. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, o plano de contas é a estrutura básica da escrituração contábil, pois é com sua utilização que se estabelece o banco de dados com informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis. CONTA SINTÉTICA: São contas que compõem outras contas de mesma estrutura e natureza. São contas totalizadoras das denominadas contas Analíticas. CONTA ANALÍTICA: São contas que integram a Conta Sintética e não admitem desdobramentos. São as contas que recebem os lançamentos contábeis. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 15 Algumas condições devem ser observadas para elaboração do plano de contas: 1. O Contador deve monitorar e aconselhar os dirigentes da empresa quanto às necessidades de informações que poderão ser produzidas pela Contabilidade, mas sempre respeitando o seu ponto de vista. 2. O plano de contas deve ser personalizado, atendendo às necessidades específicas de cada empresa com suas segmentações de responsabilidade e às necessidades de informação de todos os usuários das informações contábeis; 3. Procurar atender aos demais usuários da informação contábil, partindo das necessidades de informações do(s) dirigente(s), e seguindo em ordem hierárquica, toda empresa; 4. A classificação deve atender o detalhamento adequado ao Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Fluxo de Caixa, que são os relatórios mais importantes da empresa; 5. Os agrupamentos das contas devem ser feitos pensando nos relatórios ou informações que deles se organizarão; 6. A codificação das contas deve conter elementos claros para sua rápida identificação e assimilação do que representam; 7. Os títulos das contas devem refletir imediatamente os elementos patrimoniais que representam - devendo ser claros e sucintos. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 16 A estrutura do plano de contas é essencial para a boa escrituração contábil, visto que todas as operações realizadas na entidade devem ser contabilizadas. Um plano de contas tem, no mínimo, quatro graus. Apresentamos um modelo de estrutura de um plano de contas simplificado de quatro graus, ou seja, com quatro níveis, a exemplo do modelo disponível na Resolução CFC nº 1.418/12 onde: Nível 1: Ativo; Passivo e Patrimônio Líquido; e Receitas, Custos e Despesas (Contas de Resultado). Nível 2: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido. Receitas de Venda, Outras Receitas Operacionais, Custos e Despesas Operacionais. Nível 3: Contas sintéticas que representam o somatório das contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, por exemplo, Caixa e Equivalentes de Caixa. Nível 4: Contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, por exemplo, Bancos Conta Movimento. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 17 PLANO DE CONTAS GERADO NO SISTEMA CONTÁBIL PHOENIX Dentro do sistema Contábil Phoenix o usuário pode cadastrar o Plano de Contas conforme a sua necessidade. O Plano de Contas pode ser feito completamente de forma manual ou o usuário poderá copiar os modelos de planos de contas disponibilizados pela Contmatic Phoenix. Os modelos disponibilizados pela Contmatic Phoenix são de acordo com a legislação em vigência (Lei nº 11.638/2007, Lei nº 11.941/2009, Resolução CFC 1.418/2012, entre outras). CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 18 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 19 NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – CPC 00 O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, institui teorias e doutrinas que estão previstos, inclusive, na NBC TG Estrutura Conceitual. A NBC TG 00 estabelece o objetivo dos relatórios financeiros e define as características qualitativas das informações financeiras úteis. Além disso, apresenta definições de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas, relaciona os critérios para incluir ativos e passivos nas demonstrações contábeis (reconhecimento) e orientação sobre quando baixá-los (desreconhecimento), expõe as bases de mensuração e orientação sobre quando usá-las e os conceitos e orientações sobre apresentação e divulgação. São Princípios da Contabilidade: Princípio da Entidade Princípio da Continuidade Princípio da Oportunidade Princípio do Registro pelo Valor Original Princípio da Competência Princípio da Prudência Segundo o CPC 00 – Estrutura Conceitual, se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar.A utilidade da informação contábil financeira é melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e compreensível. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 20 Para ser útil, a informação contábil-financeira tem que representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser: Completa; Neutra; e Livre de erro. Para que a informação contábil atenda as necessidades de seus usuários, estas devem possuir algumas qualidades e características que as destaquem e ofereça amparo aos dados registrados. Segundo a Resolução CFC nº 1.255/09 e o CPC 00, as características são divididas em dois grupos: (a) características qualitativas fundamentais (relevância e representação fidedigna), as mais críticas; e (b) características qualitativas de melhoria (comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade), menos críticas, mas ainda assim altamente desejáveis. CARACTERISTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS Relevância: Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. Materialidade: A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a informação. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 21 Representação fidedigna: O retrato da realidade econômica completo deve incluir toda a informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno sendo retratado, incluindo todas as descrições e explicações necessárias. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. Comparabilidade: A informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data. Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. Verificabilidade: A Verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. Tempestividade: Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. Compreensibilidade: Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a compreensível. Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 22 REGISTROS CONTÁBEIS DEBITO – As contas de origem devedora correspondem ao aumento de Bens ou Diretos, ou ainda a diminuição de Obrigações. A título de exemplo, debitamos a conta de “Duplicatas a Receber” pela venda a prazo, pois esta conta agora é um devedor da empresa, deve pagar a duplicata. CREDITO – As contas de origem credora correspondem ao aumento de obrigações para com alguém ou a diminuição de bens ou direitos de uma empresa. A título de exemplo, creditamos a conta de fornecedores pelo lançamento do registro de uma obrigação, pois o fornecedor passou a ser credor da empresa. REGRA DE COMO FAZER LANÇAMENTOS CONTÁBEIS: ATIVO PASSIVO RESULTADO (+) Aumenta = DÉBITO (+) Aumenta = CRÉDITO (+) RECEITA = CRÉDITO (-) Diminui = CRÉDITO (-) Diminui = DÉBITO (-) DESPESA = DÉBITO Usando essa regra, toda operação que implicar aumento de contas do ativo, deverá ser debitada. Por exemplo, a integralização do capital social em dinheiro no valor de R$ 100.000; a conta Caixa deverá ser debitada em R$ 100.000 e a conta capital deverá ser creditada em R$ 100.000, pois houve um aumento do Ativo e um aumento no Patrimônio Líquido no mesmo valor. A compra de mercadorias à vista implicará um aumento no estoque de mercadorias (Ativo) e diminuição dinheiro em Caixa (Ativo), portanto, deverá ser debitada a conta “Mercadorias” (aumento do Ativo) e creditada a conta “Caixa“ (diminuição de Ativo). Se a compra fosse a prazo, deveríamos debitar a conta “Mercadorias” (aumento do Ativo) e creditar a conta “Fornecedores” (aumento do Passivo). CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 23 PROCESSO CONTÁBIL Considerando o conteúdo apresentado até o momento, podemos considerar que o processo contábil completo é definido da seguinte forma: Exemplo Prático de Escrituração Contábil: A Empresa Cia SP Ltda., iniciou as atividades em 01 de janeiro de 2014 e terá que efetuar a escrituração contábil. No primeiro mês, a empresa realizou as seguintes operações: a) 05/01 – Integralização total do Capital Social no valor de $ 100.000,00, com a abertura de uma Conta Corrente no Banco X S/A.; b) 05/01 – Transferência de R$ 10.000,00 para o Caixa da empresa. c) 10/01 – Compra de um Veículo para uso da empresa no valor de $ 25.000 sendo 15.000 à vista com cheque 0001 e o saldo parcelado em 12 meses; d) 20/01 – Venda de Serviço à vista, com depósito no Banco X S/A., valor de $ 12.500; e) 30/01 – Apropriação de Despesas com Salários no valor total de $ 10.800 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 24 ESCRITURAÇÃO LIVRO DIÁRIO: SÃO PAULO, DE DE 20 D: C: H: SÃO PAULO, DE DE 20 D: C: H: SÃO PAULO, DE DE 20 D: C: H: SÃO PAULO, DE DE 20 D: C: H: SÃO PAULO, DE DE 20 D: C: H: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 25 ASPECTOS CONTÁBEIS A Contabilidade sempre foi muito influenciada pelos limites e critérios fiscais, particularmente os da legislação de Imposto de Renda. Esse fato, ao mesmo tempo que trouxe à Contabilidade algumas contribuições importantes e de bons efeitos, limitou a evolução dos Princípios Fundamentais de Contabilidade ou, ao menos, dificultou a adoção prática de princípios contábeis adequados, já que a Contabilidade era feita pela maioria das empresas com base nos preceitos e formas de legislação fiscal, os quais nem sempre se baseavam em critérios contábeis corretos. Com a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (NICs), a contabilização efetiva e oficial ficaria inteiramente desvinculada da legislação do Imposto de Renda e outras, o que representa, sem dúvida, um avanço considerável. LANÇAMENTOS INICIAIS Todos os fatos que possam ser possíveis de mensuração monetária devem ser registrados na contabilidade. Todos os lançamentos contábeis devem ser efetuados em ordem cronológica de ocorrência e tem como suporte os documentos hábeis para isso. Os primeiros lançamentos contábeis em uma entidade, devem ser os lançamentos que apontam o nascimento da mesma, ou seja, será registrado na contabilidade aqueles fatos determinados no momento em que o contrato social é registrado, que oficialmente é o momento em que a empresa passa a ter legalidade para a sua operação e funcionamento. CONTABILIDADEINTERMEDIÁRIA 26 INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL Quando uma empresa nasce, é registrado o contrato social. Esse documento determinará como a entidade funcionará comercialmente, e como os sócios deverão se comportar administrativamente, nesse caso há uma clausula onde fica determinada a composição do capital social da entidade, e esse será o primeiro lançamento contábil da empresa. Portanto, esse lançamento inicial deve rigorosamente refletir o que está registrado no contrato social, pois o que estiver determinado entre os sócios a contabilidade demonstrará na forma sistematizada e convencionada pelas normas que regem. Essa exigência que se faz de o registro inicial ser exatamente o que está no documento registrado nos órgãos legais (junta comercial ou cartório) é devido ao fato de que a composição e a forma de integralização do capital social podem ocorrer de diversas formas, então haverá uma situação contábil específica para cada uma delas. Lançamentos de Constituição da PJ - Subscrição e Integralização Ao decidirem constituir uma sociedade, os sócios, devem levar em conta a possibilidade econômica de formarem o capital social da empresa tendo em vista fatores como a necessidade financeira para o início do negócio e o retorno que o investimento poderá proporcionar. Na prática, existem duas maneiras de caracterizar a formação do capital das sociedades: a) a subscrição, ou seja, a promessa do sócio de conferir determinado montante de fundos para a formação do capital social, em dinheiro ou em bens; e b) a integralização, que é a realização pelo sócio, da promessa de entrega do montante com o qual se comprometeu para a formação do capital social. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 27 Capital Integralizado e Capital a Integralizar Os recursos destinados pelos proprietários à formação do Capital Social nem sempre estão disponíveis para serem transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade (empresa) no ato de constituição da mesma. Ou seja, nem sempre o capital encontra-se totalmente integralizado (ou realizado). O Capital Social só é integralizado (realizado) quando os recursos correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade. Quando um sócio se compromete formalmente (mediante contrato social) a entregar certa importância para compor o Capital Social da entidade à qual pertence, em data futura, embora subscrita, aquela parcela do capital, correspondente aos recursos não entregues, encontra-se a integralizar (ou a realizar). Subscrição é o ato jurídico formal pelo qual o sócio, acionista ou titular da empresa individual assume a obrigação de transferir bens ou direitos para o patrimônio da entidade à qual está vinculado. Sendo assim, o capital subscrito pode ou não estar integralizado. Se, ato contínuo à subscrição, a titularidade dos bens e direitos é transferida para o patrimônio da entidade, então o capital estará subscrito e integralizado. Caso contrário, embora o capital esteja subscrito, ainda se encontrará a integralizar. Quando os sócios subscrevem o capital social, mas não o integralizam totalmente, é ajustado um prazo para a integralização da parcela restante, surgindo, assim, a figura do “capital a integralizar”. O prazo para integralização é estipulado no contrato social ou em ata de assembleia, que comprova a dívida do sócio para com a empresa. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 28 Lançamentos Contábeis: Para exemplificar, vamos admitir que duas pessoas (sócio “A” e sócio “B”) resolvam constituir uma sociedade com o capital social de R$ 500.000,00, subscrevendo cada um 50% do capital e integralizando-o da seguinte forma: a) o sócio “A” integralizou de sua parte R$ 150.000,00, no ato, mediante a realização de transferência bancária para a conta da empresa e os restantes R$ 100.000,00 comprometeu-se a realizar no prazo de 60 dias; b) o sócio “B” integralizou a sua parte mediante incorporação à sociedade de um imóvel de sua propriedade, avaliado conforme laudo pericial em R$ 250.000,00, sendo R$ 100.000,00 para o terreno e R$ 150.000,00 para as edificações. Como contabilizar? Pela subscrição do capital dos Sócios: D - Capital Social a Integralizar (Patrimônio Líquido) C - Capital Social Subscrito (Patrimônio Líquido) R$ 500.000,00 Hist.: Capital Subscrito conforme contrato social lavrado na Junta Comercial, divido em 500 quotas de R$1,00 cada. Pela integralização em dinheiro do Sócio “A”: D – Banco c/ Movimento (Ativo Circulante) C - Capital Social a Integralizar (Patrimônio Líquido) R$ 250.000,00 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 29 Pela integralização em bens do Sócio “B”: D - Terrenos (Ativo não Circulante) .....R$ 100.000,00 D - Edifícios (Ativo não Circulante) ......R$ 150.000,00 C - Capital Social a Integralizar (PL) ............................R$ 250.000,00 ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL (AFAC) O adiantamento para futuro aumento de capital, correspondem a valores recebidos pela empresa de seus sócios ou acionistas, destinados a serem utilizados como futuro aporte de capital. A Lei n° 6.404/1976 é omissa no tratamento dos valores recebidos por conta de futuros aumentos de capital. Já a legislação tributária determina a classificação dos adiantamentos para futuro aumento de capital como exigibilidade no Passivo. Quando os adiantamentos para aumento de capital são recebidos com clausula de absoluta condição de permanência na sociedade, não há porque considerá-los como exigíveis, admitindo- se que esses adiantamentos sejam classificados como parte integrante do patrimônio líquido. Onde o registro contábil deverá ocorrer da seguinte forma: D- Banco Conta Movimento (Ativo Circulante) C- Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (Patrimônio Líquido) Na formalização do aumento de capital mediante a alteração contratual, poderá ser registrado como: D- Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (Patrimônio Líquido) C- Capital Social (Patrimônio Líquido) CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 30 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL: FORMAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO Com a alteração da Lei 6.404 pela Lei 11.941/2009, houve o surgimento da conta de ajustes de avaliação patrimonial, a qual foi definida no § 3° do Artigo 182: “Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3° do Art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)”. O ajuste de avaliação patrimonial pode aumentar ou reduzir os valores de ativos e de passivos. O que devemos atentar aqui neste ponto é a existência do valor justo, em função da qual, consoante a Lei 11.638/07, foi criada a obrigatoriedade de avaliar ativos e passivos para os casos determinados na Legislação. Essa avaliação pode produzir uma alteração positiva ou negativa, a qual é registrada no patrimônio líquido na conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 31 OUTROS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Prejuízos Acumulados Não pode existir no Patrimônio Líquido lucros acumulados sem destinação, no momento da emissão do Balanço Patrimonial. Desta forma, todo o lucro terá destinação específica. Entretanto, a conta de lucros acumulados pode ser constituída temporariamente até o fechamento do balanço. É bom lembrar que a existência de restriçãopara manutenção de lucros acumulados após o fechamento do balanço se aplica apenas às companhias submetidas à Lei das S.A. Outro detalhe é que, mesmo para as companhias submetidas à Lei 6.404, a conta de Lucros Acumulados continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros. A conta de prejuízos acumulados integra ao patrimônio das empresas o resultado do exercício negativo, acumulando-se no patrimônio líquido. Desta forma, o seu saldo é devedor, pois reduz o Patrimônio Líquido. Absorção de Prejuízos com Reservas de Capital Conforme Art. 200, da Lei 6.404/1976, as reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (Artigo 189, parágrafo único); II - resgate, reembolso ou compra de ações; III - resgate de partes beneficiárias; CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 32 IV - incorporação ao capital social; V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (Artigo 17, § 5º). ANTECIPAÇÃO DE LUCROS DISTRIBUIÇÃO ANTECIPADA DE LUCROS Desde que amparada por cláusula contratual específica, a empresa poderá realizar a distribuição antecipada de Lucros, respeitando o que for disposto quanto a proporcionalidade no Capital Social. Em relação ás Sociedades Anônimas, a distribuição de dividendos deverá respeitar o disposto no Estatuto a respeito. Em qualquer caso, a distribuição de lucros ou dividendos deverá estar amparada por Demonstração Contábil, pois uma vez ocorrendo a distribuição de valores excedentes, estes serão submetidos a tributação de acordo com a Tabela progressiva do Imposto de Renda. A pessoa jurídica poderá distribuir lucros antecipadamente aos seus sócios antes do encerramento do exercício social. Para isto deverá levantar balanços intermediários, semestrais ou em períodos menores, com previsão contratual (para as sociedades limitadas) ou estatutária (para as sociedades anônimas), observado o disposto no artigo 204 da Lei 6.404/1976. Em caso distribuição antecipada de lucros e posterior apuração de prejuízo os sócios são obrigados a devolver os lucros recebidos antecipadamente? Sim. De acordo com o artigo 1.059 do Código Civil os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato, quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 33 Dessa forma, mesmo que previsto no contrato social a distribuição antecipada de lucros, caso ocorra a não concretização integral do lucro antecipadamente distribuído, este deverá ser devolvido à sociedade, sob pena de incorrer em responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade da distribuição de lucros, porquanto ilícitos ou fictícios. (Lei nº. 10.406/2002, arts. 1.009 e 1.059) CONCILIAÇÕES DOS SALDOS CONTÁBEIS A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com uma informação externa à contabilidade, de maneira que se possa ter certeza quanto à exatidão do saldo em análise. As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros contábeis são os livros fiscais, os extratos bancários, as posições de financiamentos e carteiras de cobranças, as folhas de pagamento, os controles de caixa, etc. LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO Para apuração do resultado do exercício, fazer-se os lançamentos de encerramento, debitando- se as contas de receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de “ARE - Apuração do Resultado do Exercício”, ou, geralmente denominada pelos contadores como “Conta de Zeramento”. O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando-se a conta “ARE - Apuração do Resultado do Exercício” e creditando-se as contas de custos ou despesas. O saldo da conta “Apuração do Resultado do Exercício” será então transferido para a conta de “Lucros ou Prejuízos Acumulados”. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 34 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Além das variações patrimoniais observadas através do conjunto que compõem o patrimônio das empresas Bens, Direitos e Obrigações, medidas pela aplicação da Equação Fundamental da Contabilidade: PL = B + D – O, existem os efeitos provocados pelas atividades praticadas pelas empresas ao longo de cada período (exercício fiscal). Atribuímos a estes efeitos o título de Resultado. O Resultado de um exercício é apurado através do confronto entre as Receitas, Custos e Despesas (Contas de Resultado), gerando lucro quando as Receitas forem superiores e prejuízos quando as Despesas forem superiores. RECEITAS: São os recursos econômicos gerados pela atividade empresarial, por exemplo, quando a empresa vende uma mercadoria que estava em seu estoque, está gerando um novo recurso econômico ou, quando uma empresa presta um serviço, está também gerando um novo recurso econômico por meio de sua atividade. DESPESAS: São os recursos econômicos consumidos pela atividade empresarial com o objetivo de gerar Receitas. Por exemplo, a empresa gasta energia elétrica para iluminar suas instalações e funcionar seus equipamentos. Todos os gastos são bens consumidos com o objetivo de gerar receitas, portanto estão diminuindo o resultado da empresa, no entanto, sem esses gastos, a empresa não consegue gerar suas receitas. Portanto o Resultado Econômico de uma empresa é a diferença entre os recursos econômicos gerados (Receitas) e os recursos econômicos consumidos (custos ou despesas). O processo de apuração do resultado do exercício consiste em efetuar lançamentos de transferência dos saldos das receitas e despesas para uma conta temporária chamada ARE – Apuração do Resultado do Exercício. Naturalmente este procedimento gerará escrituração no diário, razão e a necessidade do levantamento de um novo balancete de verificação. O resultado apurado neste processo, qualquer que seja (lucro ou prejuízo), é imediatamente CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 35 transferido para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados no Patrimônio Líquido refletindo, portanto, o aumento ou diminuição na situação patrimonial da empresa. EXEMPLO DE APURAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO DIVISÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO E PASSIVO (BP) CONTAS DE RESULTADO RECEITAS E DESPESAS (DRE) Contas Patrimoniais: São aquelas contas que representam o Ativo (Bens e Direitos) e o Passivo (Obrigações e PL). São essas contas que representam o patrimônio da empresa, e estão evidenciadas no Balanço Patrimonial. Contas de Resultado: São as Receitas, as Despesas e os Custos do período, que devem ser encerradas no final do exercício para que se apure o resultado do exercício. Este resultado encontrado na apuração das contas de resultado denomina-se lucro ou prejuízo e CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 36 consequentemente será incorporado ao Patrimônio da empresa, através da conta Prejuízos Acumulados (quando o resultado for negativo), ou Reserva de lucros (quando o resultado for positivo). REGIME DE CAIXA Um critério para apuração do resultado das empresas é o Regime de Caixa, por meio do qual se considera, como receita, todas as entradas de caixa provenientes de vendas de produtos ou serviços e consideram-se como custo ou despesa todas as saídas de caixa destinadas a pagamentos de custos ou despesas, obtendo-se um lucro que pode não corresponderao resultado econômico do período de apuração. REGIME DE COMPETÊNCIA É o método utilizado na contabilidade para a apuração de seus resultados e consiste em considerar, como receita de um período, as vendas efetivamente realizadas naquele período, independentemente do seu recebimento. Por exemplo, se uma empresa vende mercadorias, em janeiro, no valor de R$ 12.000, com prazo de 30/60 dias, a receita será considerada integralmente (R$ 12.000) no mês em que foi realizada a venda (janeiro) e não no mês do recebimento (fevereiro e março). Como visto anteriormente, o ARE (Apuração do Resultado do Exercício), tem como objetivo efetuar o confronto entre as contas de resultado e apurar se houve Lucro ou Prejuízo. Entretanto na contabilidade não basta somente apurar o resultado, é necessário demonstrar esse resultado obtido. Para isso veremos a seguir a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício a qual demonstra através de sua estrutura o resultado apurado através do ARE. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 37 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO A informação meramente quantitativa do resultado de um período não é o bastante para conclusões na esfera da gestão empresarial; tão ou mais importante do que saber quanto foi ganho é saber como foi ganho. A demonstração dos resultados é obrigatória e esta prevista tanto na Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A´s) em seu artigo 176, quanto no Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 9.580/2018), em seu artigo 286 e no Pronunciamento Técnico CPC 26. Para fins contábeis, a Demonstração do Resultado do Exercício abrange todo o exercício social, diferente do que rege o RIR/2018, tendo em vista que para fins tributários o período a que se refere é o de apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, que poderá ser trimestral ou anual, e, ainda, em períodos que iniciam em 01 de janeiro ou na data de início de atividade até o último dia do mês em que se está levantando balanço ou balancete para fins de redução ou suspensão do recolhimento mensal por estimativa. Como o próprio nome indica, a demonstração do resultado mostra as receitas auferidas, assim como as despesas e custos incorridos, operacionais e não operacionais, que formaram o lucro ou prejuízo no período por ela abrangido, além de também indicar a receita líquida e os lucros (ou prejuízos) bruto, operacional e líquido. O resultado das atividades resulta de uma grande variedade de eventos econômicos, cada um com seu processo de geração de ganho ou perda. É necessário identificar todos os tipos relevantes de eventos econômicos que produzem resultados e classificá-los de acordo com sua natureza, para que seja possível prover as administrações de instrumentos de análise e planejamento de ações futuras. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 38 Assim, a partir do conhecimento das Receitas, Despesas e Custos de uma entidade, podemos estruturar a Demonstração dos Resultados do Exercício. Resultado Operacional Bruto ou Lucro Bruto: obtido na venda de mercadorias ou serviços, que é a diferença entre o valor das vendas e os impostos incidentes sobre elas, deduzidos de seus custos de aquisição; Resultado Operacional Líquido ou Lucro Operacional: corresponde ao lucro básico das operações de compra/produção/venda, diminuindo do lucro bruto os gastos com os setores administrativos e comerciais; Resultados Financeiros ou Lucro não Operacional: as atividades não relacionadas à especialidade da empresa (atividade-fim) devem ser segregadas dos resultados operacionais, pois têm uma administração alheia as operações principais; Resultado Líquido do Exercício ou Lucro Líquido: é a linha final da demonstração do resultado que mostra o efeito de ganho ou perda em um dado período de tempo, precedida da retirada de impostos no caso de período com lucro. Entendendo a Demonstração de Resultados (DRE). A estrutura básica, já explicada acima é: (+) Receitas (-) Custos (-) Despesas (=) Resultado: Porém a legislação sugere que sejam detalhadas todas as contas da estrutura básica apresentada. Assim, é necessário conhecer o conceito básico da estrutura acima: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 39 RECEITA: É a soma das vendas executadas por uma Entidade, sendo essa venda de mercadorias, produtos ou serviços. DEDUÇÕES DA RECEITA São compostas por valores que deduzem o valor das vendas de mercadorias, produtos ou serviços tais como: a) Abatimentos: por razões de qualidade da mercadoria ou outros; b) Vendas Canceladas: correspondem à anulação de valores registrados como receita bruta de Vendas e serviços. c) Descontos Concedidos: são descontos comerciais e deverão estar presentes na nota fiscal de vendas. d) Tributos sobre as vendas e serviços: são os tributos (impostos, taxas e contribuições) que no ato de obter a receita com a venda e /ou prestação de serviços incidem sobre as mesmas. Os tributos são PIS, Cofins, ICMS, ISS. CMV – CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA De forma simplificada Custo é o gasto efetuado pela empresa pelo qual se obtém um bem, direito ou serviço. O custo insere-se no montante do gasto com matéria-prima, mão-de-obra e outros encargos diretamente ligados à produção de bens ou serviços. Ele é, portanto, o desembolso que a empresa adquire um bem ou serviço, bem como o valor que se tem no processo interno da empresa para prestação de serviços ou obtenção de bens, para venda ou uso interno. Controle de Estoque Para gerar uma informação economicamente mais viável para a tomada de decisão, a empresa deve controlar fisicamente seus estoques, as compras devem ser devidamente registradas, item CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 40 por item e as quantidades vendidas devem ser devidamente baixadas. O fluxo de entradas e saídas de mercadorias e produtos, no estoque das empresas comerciais e industriais, deve ser adequadamente controlado para a apuração de seu custo, o que é de interesse tanto da administração, para efeitos gerenciais, quanto do fisco, para efeitos de arrecadação tributária. As empresas podem adotar dois sistemas para o controle de estoque: o inventário periódico ou o inventário permanente (artigo 301 do RIR/2018), sendo este último o mais adequado para aquelas de médio ou grande porte. Inventário Periódico: O controle periódico consiste em controlar os estoques e apurar o custo das vendas por meio de inventário de final de período. Ao término do exercício social, efetua-se a contagem física dos estoques finais e procede-se ao respectivo registro no Livro Registro de Inventário. A avaliação das quantidades de mercadorias levantadas em inventário é feita mediante o valor das últimas aquisições. Inventário Permanente: Quando a empresa adota o Inventário Permanente, todas as movimentações de estoques são registradas, o que possibilita saber, a qualquer momento, qual a quantidade existente em cada item estocado. Esse procedimento facilita a gestão do estoque, aumentando a eficiência do controle e da reposição de seus itens. Assim, a título de exemplificação, o CMV (empresas comerciais) é composto por: CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final. Estoque Inicial = Corresponde ao estoque final do período anterior. Compras = Quando se utiliza o controle periódico, normalmente as aquisições de mercadorias e os respectivos gastos adicionais são contabilizados em conta do Ativo Circulante. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 41 Estoque Final = Corresponde ao valor de avaliação do inventário (Periódico ou Permanente). A título de simplificação, supondo que houve uma compra de mercadorias para o estoque onde, a entrada dessa mercadoria fará parte do Patrimônio. Porém na venda, nascerá uma receita (entrada de numerários) e para sabero resultado da operação, é necessário conhecer o valor do custo pago por essa mercadoria vendida. Exemplo: A empresa SP Comercial Ltda., apresenta no seu estoque em 01/01/2008 o montante de R$ 600.000,00 em mercadorias. Em 10/01/2008 comprou mais R$ 450 000,00 em novas mercadorias. O exercício corre e em 31/12/2008 o estoque final é de R$ 35.000,00. Qual o CMV? Usando a fórmula temos? CMV = EI + C – EF CMV = ( EI 600 000 + C 450 000) – EF 35 000,00 CMV = 1050 000 – 35 000 CMV = 1015 000. DESPESA É o sacrifício que a Empresa ou Entidade necessita para comercializar os bens ou serviços, objetos da atividade, bem como para a manutenção da estrutura empresarial independentemente da sua frequência. A despesa, embora direta ou indiretamente necessária para a geração da receita, não está associada à prestação do serviço ou à produção do bem, não sendo, agregada ao custo. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 42 MODELO SIMPLIFICADO DE D.R.E – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO VENDAS DE PRODUTOS, MERCADORIAS E SERVIÇOS 31.12.x1 31.12.x0 Vendas de Produtos, Mercadorias e Serviços (-) Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções (=) RECEITA (-) CUSTO DAS VENDAS Custo dos Produtos, Mercadorias e Serviços (=) LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Administrativas Despesas com Vendas Outras Despesas Gerais (=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO (+/-) RESULTADO FINANCEIRO (+) Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras (+/-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS (=) RESULTADO ANTES DAS DESPESAS COM TRIBUTOS SOBRE O LUCRO (-) Despesa com Contribuição Social (*) (-) Despesa com Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (*) (=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 43 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 44 AQUISIÇÃO DE MERCADORIA PARA REVENDA CONTABILIZAÇÃO DE MATERIAL PARA REVENDA A contabilização das compras de mercadorias para revenda requer um cuidado no seu registro, para que o reflexo dessa contabilização não interfira de forma errônea na apuração do imposto de renda e da contribuição social, no caso das empresas tributadas pelo regime Lucro Real e no resultado contábil e consequentemente erro na distribuição de lucros. As mercadorias para revendas devem ser contabilizadas nas contas de estoque que ficam localizadas no ativo, em conta específica para esse fim. A questão dessa contabilização está justamente na composição do valor que deve estar registrado no estoque. Isso porque no momento da apuração do custo da mercadoria vendida, o valor registrado no estoque será fundamental para esse resultado. O valor dos impostos e contribuições recuperáveis não se inclui no custo das mercadorias. Desta forma, os tributos destacados na aquisição de mercadoria para revenda, deve ser excluído do custo de aquisição, contabilizando-se o valor correspondente em conta própria do ativo circulante. Esse procedimento faz com que a mercadoria adquirida ingresse no estoque da empresa pelo seu valor líquido, ou seja, sem os tributos incluso no valor da Nota Fiscal. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 45 EXEMPLO: Aquisição de mercadorias para revenda a prazo, com pagamento para 30 dias, no valor de R$ 150.000,00, por empresa comercial tributada pelo regime da não cumulatividade: ICMS a Recuperar (18%): R$ 27.000,00 PIS a recuperar (1,65%): R$ 2.475,00 COFINS a Recuperar (7,6%): R$ 11.400,00 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS: Na Aquisição das mercadorias: D – Estoque de mercadorias (Ativo Circulante)............................ R$ 109.125,00 D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante)...................................... R$ 27.000,00 D – PIS a Recuperar (Ativo Circulante).......................................... R$ 2.475,00 D – Cofins a Recuperar (Ativo Circulante)..................................... R$ 11.400,00 C – Fornecedores (Passivo Circulante).......................................... R$ 150.000,00 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 46 AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE USO E CONSUMO A aquisição de material de consumo deve ser tratada contabilmente da mesma forma como foi visto até agora a aquisição de material de revenda. A aquisição de material de consumo não há crédito de impostos. EXEMPLO: Empresa adquiri para seu consumo próprio 100 caixas de papel sulfite, no valor de R$ 12,00 cada caixa. Portanto, o valor total da aquisição é de R$ 1.200,00. 1 – Contabilização pela aquisição: D – Estoque de Almoxarifado (Ativo Circulante) C – Banco ou Fornecedor (Ativo Circulante ou Passivo Circulante)............. R$ 1.200,00 2 – Pelo consumo de 25 caixa no mês: D – Despesas com Material de Escritório (Conta de Resultado) C – Estoque de Almoxarifado (Ativo Circulante) NOTA: Se a quantidade total adquirida for para uso ou consumo durante o próprio mês, poderá o contabilista lançar diretamente em conta de resultado (despesas). CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 47 VENDA DE MERCADORIA TRIBUTOS SOBRE A VENDA A contabilização da venda de mercadoria deve ser feita no momento em que ela ocorre, independente se há recebimento ou não da venda (Princípio da Competência). Quando se registra uma venda de mercadoria, também devem ser registrados os impostos incidentes sobre ela. Esse lançamento é necessário, uma vez que no momento em que um receita é gerada, no mesmo instante é gerada também a obrigação com o Fisco. Resumidamente, os tributos que incidem proporcionalmente sobre o faturamento da empresa (vendas de mercadorias e produtos e da prestação de serviços), tais como o ICMS, o ISS, a COFINS e a Contribuição para o PIS-Pasep, devem ser registrados em contas próprias de resultado, cujos saldos, na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), aparecem como parcelas redutoras da receita bruta, para a determinação da receita líquida. A contabilização dos referidos tributos deve ser feita concomitantemente ao registro das vendas e das prestações de serviço, tendo como contrapartida contas próprias de tributos a recolher, classificáveis no Passivo Circulante. 1 – Pelo reconhecimento da Receita D – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) C – Receita sobre Vendas (Conta de Resultado).......... R$ 127.000,00 2 – Apropriação dos impostos sobre a venda: D – ICMS sobre vendas (Conta de Resultado) C – ICMS a Recolher (Passivo Circulante)..................... R$ 22.860,00 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 48 D – PIS sobre vendas (Conta de Resultado) C – PIS a Recolher (Passivo Circulante)........................ R$ 2.095,50 D – Cofins sobre vendas (Conta de Resultado) C – Cofins a Recolher (Passivo Circulante)................... R$ 9.652,00 3 – Apropriação do Custo da Mercadoria Vendida: D – Custo da Mercadoria Vendida (Conta de Resultado) C – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) .................................... R$ 88.900,00 VENDA DE SERVIÇOS A venda de serviços segue o mesmo critério de contabilização que a revenda de mercadorias, todavia, deve estar atento que nesse caso em sua maioria não há incidência do ICMS, visto que no caso de serviço o imposto incidente é o ISS. 1. Considerando a aquisição de mercadoria para utilização como insumo para prestação do serviço: D – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) D – PIS a Recuperar (Ativo Circulante) D – Cofins a Recuperar (Ativo Circulante) C - Fornecedores CONTABILIDADEINTERMEDIÁRIA 49 2. Pelo reconhecimento da Receita sobre Serviços Prestados: D – Caixa / Banco ou Clientes (Ativo Circulante) D – Retenção de IR a Compensar (Ativo Circulante) D – Retenção de ISS a Compensar (Ativo Circulante) D – Retenção de Contribuições a Compensar (Ativo Circulante) C – Receita sobre Serviços Prestados (Conta de Resultado) 3. Apropriação dos Impostos sobre Prestação de Serviços: D – ISS sobre Prestação de Serviços (Conta de Resultado) C – ISS a Recolher (Passivo Circulante) D – PIS sobre Prestação de Serviços (Conta de Resultado) C – PIS a Recolher (Passivo Circulante) D – Cofins sobre Prestação de Serviços (Conta de Resultado) C – Cofins a Recolher (Passivo Circulante) 4. Apropriação do Custo dos Serviços Prestados: D – Custo do Serviços Prestados (Conta de Resultado) C – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 50 10. RECEBIMENTO DE VENDAS O recebimento de vendas é caracterizado pelo pagamento de uma aquisição pelo adquirente, esse recebimento pode ser feito através de um pagamento a vista ou a prazo e para cada um dos casos a contabilização refletirá exatamente o fato contábil ocorrido. Além das formas de recebimento, também pode ocorrer no recebimento dessas vendas os adventos de desconto ou então juros sobre esse recebimento. O que será registrado nesse momento é tão somente o valor do recebimento, nesse caso não está sendo contabilizada a receita, visto que essa foi efetuada no momento da venda. 1. Pelo registro do recebimento da venda: D – Banco conta Movimento (Ativo Circulante) C – Clientes (Ativo Circulante) CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 51 AVALIAÇÃO DE ESTOQUE De acordo com a NBC TG 16, “Estoques” são ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios, em processo de produção para venda ou na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviço, devendo ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. O controle (ou gestão) de estoque é um processo (que abrange as fases de aquisição, armazenamento e vendas) adotado para garantir que a quantidade certa de mercadorias esteja disponível para atender às demandas dos clientes. As legislações societária e fiscal, assim como os princípios de contabilidade, exigem a avaliação do estoque nas empresas industriais e comerciais. Independente do regime tributário da pessoa jurídica, o Livro de inventário é obrigatório conforme previsto no Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 9.580/2018, artigo 301. A composição do estoque é fundamental para que o resultado contábil da empresa esteja correto, logo, o lançamento contábil do valor do estoque passa a ser uma responsabilidade ainda maior. Para compor o valor dos produtos que serão industrializados, ou revendidos pela empresa é necessário observar a seguinte formula: “valor de aquisição + gastos imprescindíveis – impostos não cumulativos”. Com a apropriação correta dos custos de produção, o administrador tem condições de ter uma avaliação do estoque com maior precisão. Sob o aspecto contábil, o item II do artigo 183 da Lei n° 6.404/1976 determina que deve-se avaliar os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em elaboração e bens em almoxarifado, pelo custo de CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 52 aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE Uma empresa pode adquirir os mesmos tipos de mercadorias em datas diferentes, pagando por elas preços variados. Assim, para determinar o custo dessas mercadorias estocadas e das mercadorias que foram vendidas, precisamos adotar algum critério. Os critérios mais conhecidos para avaliação de estoque e mensuração do preço do produto, mercadoria e serviço são: preço específico, PEPS, UEPS e preço médio ponderado. NOTA: A legislação do Imposto de Renda, permite apenas o PEPS e a Média Ponderada Móvel para fins de contabilidade de custos. A pessoa jurídica deverá promover o levantamento e a avaliação dos seus estoques ao final de cada período- base de apuração do imposto (trimestral ou anual). Observe-se que a escrituração do livro de Inventário deverá obedecer à mesma periodicidade do levantamento físico dos estoques. EXEMPLO: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 53 CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA De forma simplificada Custo é o gasto efetuado pela empresa pelo qual se obtém um bem, direito ou serviço. O custo insere-se no montante do gasto com matéria-prima, mão-de-obra e outros encargos diretamente ligados à produção de bens ou serviços. Ele é, portanto, o desembolso que a empresa adquire um bem ou serviço, bem como o valor que se tem no processo interno da empresa para prestação de serviços ou obtenção de bens, para venda ou uso interno. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 54 As empresas podem adotar dois sistemas para o controle de estoque: o inventário periódico ou o inventário permanente (artigo 301 do RIR/2018), sendo este último o mais adequado para aquelas de médio ou grande porte. Inventário Periódico: O controle periódico consiste em controlar os estoques e apurar o custo das vendas por meio de inventário de final de período. Ao término do exercício social, efetua-se a contagem física dos estoques finais e procede-se ao respectivo registro no Livro Registro de Inventário. A avaliação das quantidades de mercadorias levantadas em inventário é feita mediante o valor das últimas aquisições. Inventário Permanente: Quando a empresa adota o Inventário Permanente, todas as movimentações de estoques são registradas, o que possibilita saber, a qualquer momento, qual a quantidade existente em cada item estocado. Esse procedimento facilita a gestão do estoque, aumentando a eficiência do controle e da reposição de seus itens. Assim, a título de exemplificação, o CMV (empresas comerciais) é composto por: CMV = EI + C – EF CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final. Estoque Inicial = Corresponde ao estoque final do período anterior. Compras = Quando se utiliza o controle periódico, normalmente as aquisições de mercadorias e os respectivos gastos adicionais são contabilizados em conta do Ativo Circulante. Estoque Final = Corresponde ao valor de avaliação do inventário (Periódico ou Permanente). CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 55 A título de simplificação, supondo que houve uma compra de mercadorias para o estoque onde, a entrada dessa mercadoria fará parte do Patrimônio. Porém na venda, nascerá uma receita (entrada de numerários) e para saber o resultado da operação, é necessário conhecer o valor do custo pago por essa mercadoria vendida. Exemplo: A empresa SP Comercial Ltda., apresenta no seu estoque em 01/01/2008 o montante de R$ 600.000,00 em mercadorias. Em 10/01/2008 comprou mais R$ 450 000,00 em novas mercadorias. O exercício corre e em 31/12/2008 o estoque final é de R$ 35.000,00. Qual o CMV? Usando a fórmula temos? CMV = EI + C – EF CMV = (EI 600.000 + C 450.000) – EF 35.000,00 CMV = 1.050.000 – 35.000 CMV = 1.015.000. Lançamento contábil: D – CMV – Custo da Mercadoria Vendida (Conta de Resultado) C – Estoques (Ativo Circulante) Na contabilidade a regularização das divergências entre o estoque físico e o contábil é efetuada mediante ao registro a débito ou a crédito da conta de Estoques, conforme sejam apuradas faltas ou sobras, respectivamente.CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 56 EXEMPLO: 1) Regularização das Sobras no Estoques: D - Estoque (Ativo Circulante) C - Custo das Mercadorias Vendidas (Conta de Resultado) 2) Regularização das Faltas do Estoque: D - Custo das Mercadorias Vendidas (Conta de Resultado) C - Estoque (Ativo Circulante) 3) Ajuste Decorrente de Roubo, Furto, Desvio etc. D - Despesas Operacionais (Conta de Resultado) C - Estoque (Ativo Circulante) CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 57 DEMAIS OPERAÇOES CONTÁBEIS ADIANTAMENTO DE SALÁRIOS O Adiantamento de Salário para colaboradores, como o próprio nome já diz, nada mais é que uma antecipação salarial, concedida por liberalidade do empregador ou por imposição de Convenção Coletiva, a qual é oferecida até o limite de 50% do montante salarial. A contabilização do adiantamento de salários é simples, conforme o exemplo a seguir: Data, mês e ano. D - Adiantamentos Salarial (Ativo Circulante) C - Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) Histórico: xxxxx OBS: Neste exemplo, debita-se a conta Adiantamento Salarial no Ativo Circulante, pois essa conta demonstra um direito que a empresa tem perante seus colaboradores. APLICAÇÃO FINANCEIRA A empresa deseja fazer aplicação financeira, pois tem “sobra” de numerários no seu capital de giro cujo controle é via conta banco: Desta forma a contabilização para essa operação é apresentada da seguinte forma: Data, mês e ano. D- Aplicações Financeiras Curto Prazo (Ativo circulante) C- Banco Conta Movimento (Ativo circulante) Histórico: xxxxx OPERAÇÕES COM IMOBILIZADO Na aquisição de bens para o Ativo Imobilizado da empresa, temos o seguinte lançamento contábil: Pela compra de Máquinas para a produção, com pagamento a prazo: Data, mês e ano D - Maquina (Ativo Imobilizado) C – Duplicatas a Pagar (Passivo Circulante) Histórico: xxxxx CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 58 OBS: Se o pagamento for efetuado a vista, creditar Caixa ou Banco, conforme a real operação. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS No caso de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, a proposta de destinação de lucro deverá ser estabelecida no contrato social. O contrato social poderá prever a retenção total ou parcial dos lucros para futura incorporação ao capital. De qualquer forma, em se tratando de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, a destinação do resultado ficará a critério dos sócios. Os registros contábeis, considerando-se que o lucro apurado no encerramento do exercício social tenha sido de R$ 50.000,00 e a proposta de distribuição de lucros de R$ 30.000,00, poderão ser efetuados da seguinte forma: No encerramento do exercício: D - RESULTADO DO EXERCÍCIO (Conta de Resultado) C - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Liquido)......................R$ 50.000,00 Pela destinação do Lucro apurado: D - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido) C - LUCROS A PAGAR (Passivo Circulante) .........................................................R$ 30.000,00 E por ocasião do pagamento: D - LUCROS A PAGAR (Passivo Circulante) C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) ................................................................. R$ 30.000,00 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 59 DEPRECIAÇÃO DEFINIÇÃO É o registro contábil da diminuição do valor de bens, resultante do desgaste pelo uso, pela ação da natureza ou pela obsolescência. É a despesa com a perda de valor de bens tangíveis do Ativo Imobilizado. Conforme o CPC 27, Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. LEGISLAÇÃO APLICADA À DEPRECIAÇÃO: Instrução Normativa RFB nº 1.700/2018; Decreto nº 9.580/18 – RIR/2018; CPC 27 – Ativo Imobilizado Lei nº 6.404/1976 A depreciação é destinada aos bens classificados no Ativo Imobilizado da entidade e representa o desgaste ou a perda da capacidade de utilização (vida útil) destes elementos. Para entendermos melhor a Depreciação, é necessário entendermos o que é Ativo Imobilizado. ATIVO IMOBILIZADO - É representado pelos direitos que tenham por objeto os Bens destinados ao uso nas atividades da empresa ou à manutenção de suas atividades, inclusive os de propriedade industrial ou comercial. De acordo com o CPC 27, Ativo imobilizado é o item tangível mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos e se espera utilizar por mais de um período. Exemplo: Máquinas, Imóveis, Equipamentos, Moveis, Veículos, Computadores Instalações etc. São bens que podem servir a vários ciclos operacionais da empresa. Também devem ser classificados no Ativo Imobilizado os bens contratados em operações de Leasing Financeiro, no ato da assinatura do contrato de arrendamento mercantil, atendidas certas condições previstas no Pronunciamento Técnico CPC 06 - Operações de Arrendamento Mercantil. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 60 LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA (LEI Nº 6.404/1976) A perda de valor dos bens tangíveis é apropriada em conta de resultado proporcionalmente ao prazo de vida útil, de realização estimada ou de duração de contratos por meio dos processos de cálculo de depreciação, amortização ou exaustão. O art. 183, § 2º, da Lei nº 6.404/76 apresenta a seguinte definição: Art. 183 (...) § 2º – A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. (...) grifo nosso Portanto, pelas regras societárias, a depreciação de bens do ativo imobilizado passa a ser feita com base na REAL VIDA ÚTIL econômica do bem e será calculada sobre o seu valor depreciável, conforme veremos a seguir. CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 61 CUSTO DO ATIVO IMOBILIZADO De acordo com o próprio CPC 27, o custo de um item do ativo imobilizado compreende não só o seu preço de aquisição e sim quaisquer custo diretamente atribuível para colocar o ativo no local e condições necessárias para o seu funcionamento, além dos impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a sua compra (vide CPC 27 item 16). A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e em condição de funcionamento. VALOR RESIDUAL No calculo da Depreciação Econômica é necessário estipular o Valor Residual, que trata-se do valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil (CPC 27 item 06). VALOR DEPRECIÁVEL Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual. Exemplo: 100.000,00R$ Valor do Veículo 30.000,00R$ Valor Residual 70.000,00R$ Valor Depreciável CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 62 Antes da publicação da Lei 11.638/07 que alterou substancialmente os métodos de
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