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Ciências Agrárias
UNISA - Universidade de Santo Amaro
12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação
1
Avaliação da Proteina Surfactante em Pulmões de Bezerros
Clonados
RAFAEL GOUVEIA SANTOS(1)
CAIO RODRIGUES DOS SANTOS(2),PAULO CESAR MAIORKA(3)(Orientadores)
INTRODUÇÃO:
A clonagem ou transferência nuclear (TN) é uma biotécnica que permite a
geração de um organismo geneticamente idêntico a outro. Para isso, é utilizado
o núcleo de uma célula do individuo de interesse, o qual é transferido para um
oócito previamente enucleado (Campbell et al., 1996), para posterior
implantação uterina. 
A maior limitação da clonagem de animais adultos é a extrema ineficiência em
produzir descendentes viáveis (Edwards et al., 2003), depois de uma década
após a clonagem do primeiro mamífero clonado a taxa de sucessos na geração
de indivíduos através de TN ainda é muito baixa. Diversas espécies de
mamíferos foram clonadas, porém a taxa de insucesso muito grande, a maioria
destes não conseguem sobreviver mais que 6 meses, sendo que malformações
é a principal causa de óbitos envolvendo estas animais (CHAVATTE – PALMER
et al.; 2004).
Embora esteja claro que as alterações placentárias estejam envolvidas pela
grande perda de animais durante a fase gestacional, estudos envolvendo
animais que vieram a óbito no período pós-natal foram realizados a fim de
esclarecer a causa mortis destes animais, dentre as diversas alterações
evidenciadas as cardiopulmonares foram as mais freqüentes (santo, Cr). 
Hipertensão, atelectasia edema e congestão pulmonar são alterações
constantes em bovinos oriundos de TN. A deficiência de surfactante encontra-
se entre as principais suspeitas diagnósticas como causa de hipertensão
pulmonar (Hill et al., 1999).
O surfactante é produzido pelos pneumócitos do tipo II e é composto
primariamente por fosfolípides e proteínas, sendo os primeiros responsáveis por
diminuir a tensão superficial alveolar (Bleul, 2009). Quatro tipos protéicos foram
descritos em bovinos e designados como SP-A, SP-B, SP-C e SP-D (Takahashi
et al., 1990; Danlois et al., 2000). Trabalhos envolvendo a produção, distribuição
e quantificação de surfactante em bezerros oriundos de processos reprodutivos
naturais ou por TN, ainda são escassos na literatura (Danlois et al., 2000;
Danlois et al., 2003) bem como a correlação com as alterações pulmonares
descritas (CHAVATTE – PALMER et al.; 2004).
Além de descrever histologicamente as principais alterações pulmonares em
bezerros clonados, foram realizadas reações de imunoistoquímica para detectar
a produção e a quantificação da proteína Surfactante B nos pulmões dos
Ciências Agrárias
UNISA - Universidade de Santo Amaro
12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação
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animais necropsiados. 
OBJETIVO:
Estabelecer o envolvimento da Proteina Surfactante nas altas taxas de
mortalidae de fetos oriundos de TN no periodo pós natal, quantificando e
detectando a sua produção através de reações de imnuistoquímica.
 
METODOLOGIA:
Animais
Os animais são oriundos da fazenda Tambaú, localizada no município de
Tambaú, estado de São Paulo. Foram gerados no total 21 animais através da
técnica de TN. Para este procedimento foram utilizadas células somáticas de
um animal adulto doador do patrimônio genético, neste estudo a célula
empregada foi o fibroblasto. Dentre os 21 animais gerados, 13 vieram a óbito
ainda no período perinatal. Os animais que vieram a óbito foram encaminhados
para o Laboratório de Patologia Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo onde foi realizado o exame
necroscópico.
Amostras 
Foram colhidas amostras de tecido pulmonar de 13 animais oriundos de TN as
quais foram incluídas em parafina e seccionadas em cortes de 5 µm de
espessura, posteriormente transferidos para laminas de microscopia e para
lâminas próprias de reações imunoistoquímicas. Para o exame histológico
padrão foi utilizado o método de coloração HE. 
Imunoistoquímica
Para a reação de imunoistoquímica, foi utilizado pulmão proveniente de animais
gerados por TN e como controles positivos e negativos foram utilizados pulmão
e musculatura cardíaca respectivamente, provenientes de um animal gerado por
reprodução natural. A recuperação antigênica foi feita com uma solução de tris-
EDTA (pH 9.0) e aquecidos em microondas por 12 minutos seguido pelo
bloqueio da atividade endógena a qual foi realizada com uma solução de
peróxido de hidrogênio (5%) em água destilada. Reações inespecíficas foram
bloqueadas com solução de leite desnatado (5%) em PBS (1%), a 37° C por 30.
O anticorpo primário polyclonal anti-proteina B surfactant (Millipore Corporation,
referência AB3780) foi diluído na razão 1:2000 em PBS 1%, para então realizar
a incubação das amostras, a qual foi realizada a 4°C overnight em câmara
úmida. Após a primeira incubação as amostras foram lavadas em PBS (1%)
com Tween 20 (0,05%) e incubadas com anticorpo secundário biotinilado suíno
anti-coelho (Dakocytomation, USA, referência K0690) por 30 minutos a
temperatura ambiente em câmara úmida. Procedeu-se 3 lavagens em PBS (1%)
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com Tween 20 (0,05%) e incubação com o complexo estreptovidina peroxidase
(DakoCytomation, USA, referência K0690) por 30 minutos em temperatura
ambiente. A revelação foi feita com o cromógeno diaminobenzidina (DAB)
(Dakocytomation, USA, referência K3468) e a coloração de fundo com
hematoxilina.
RESUMO:
Histopatologia
A avaliação histopatológica revelou áreas de atelectasia pulmonar difusa
moderada caracterizadas por expansão incompleta dos sacos alveolares
principalmente de regiões periféricas, congestão capilar e distensão septal
alveolar, edema alveolar difuso moderado caracterizado por material de
coloração discretamente eosinofílica e aspecto homogêneo, além de enfisema
pulmonar. Bronquíolos terminais apresentaram moderada quantidade de
exsudato supurativo luminal, depósito de fibrina, além da presença de mecônio
caracterizado por material amorfo, refringente, homogêneo e de coloração
amarelo-acastanhada delineando predominantemente estruturas alveolares. 
Trombos arteriais em organização foram visualizados aderidos à camada íntima
de artérias e arteríolas pulmonares, caracterizados por coloração fortemente
eosinofílica, apresentando em seus interiores seqüestro de neutrófilos
degenerados, além de múltiplos focos lobulares de imaturidade pulmonar
caracterizada por ausência de septação alveolar secundária, diminuição da
quantidade de sacos alveolares e aumento de celularidade intersticial.
Imunoistoquímica
A reação de imunoistoquímica realizada demonstrou que os pneumócitos do
tipo II estão produzindo a proteína Surfactante B, reações positivas envolvendo
o anticorpo SPB foram visualizadas margeando sacos alveolares e alvéolos,
como controle positivo, utilizamos tecido pulmonar provenientes de um animal
gerado por reprodução natural. A eficiência do anticorpo pode ser comprovada
pela reação negativa apresentada pelo controle negativo, no caso musculatura
cardíaca provenientes de um animal gerado por reprodução natural.
DISCUSSÃO
Todos os animais clonados examinados neste trabalho apresentaram
alterações pulmonares significativas e semelhantes às encontradas por outros
pesquisadores (Hill et al.,1999; Cibelli et al., 1998; Edwards et al., 2003).
Variados graus de atelectasia foram observados nos animais necropsiados em
nosso estudo e podem estar relacionados à quantidade de surfactante
disponível (Reynolds et al., 1965; Cotran et al., 1999). 
O surfactante forma uma monocamada composta por fosfolipídeos e proteinas
sobre bronquíolos terminais e alvéolos (Bleul, 2009). Atua diminuindo a tensão
superficial alveolar permitindo a expansão e a ventilação dos pulmões do
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neonato. Segundo (Hill et al., 2000) a deficiência de surfactante foi o queprovavelmente causou a incompleta expansão pulmonar em um dos bezerros
clonados por sua equipe, porém nos animais examinados neste trabalho pode
ser visualizado a presença de Surfactante no tecido pulmonar. 
A deficiência de surfactante pulmonar tem origem multifatorial. Pode ser
causada por defeitos sintéticos primários (ausência total ou parcial ou síntese
anormal) ou existir em condições alheias a uma produção eficiente que alterem
sua disponibilidade e/ou constituição. A aspiração de líquido amniótico (Hill et
al.,2000), edema pulmonar, membrana hialina e aspiração de mecônio estão
entre as mais comumente encontradas em bezerros clonados. 
A marcação positiva para a proteína B surfactante em amostras de pulmões de
bezerros clonados indica que há produção ativa da molécula por parte dos
pneumócitos do tipo II, ou seja, a deficiência não é causada por ausência total
de síntese e sim por uma diminuição na sua produção.
Excetuando-se as causas não relacionadas à síntese alterada, estudos
envolvendo a composição e atuação do surfactante em bovinos normais (Hall et
al., 1994) e apresentando sinais de estresse respiratório são limitados. Segundo
(Danlois et al., 2000), a concentração e proporção relativa dos constituintes do
surfactante em bezerros apresentando síndrome do estresse respiratório
encontravam-se alteradas. Em bezerros clonados não há estudos comprovando
este fato.
A atelectasia pode estar relacionada à produção de surfactante ineficiente ou
aspiração de fluído amniótico secundário a hipóxia fetal. 
As regiões atelectásicas são inadequadas para a hematose gerando hipóxia
secundária e vasoconstrição local capaz de causar lesão ao revestimento
alveolar e gerar ou agravar condições pulmonares hipertensivas (Bleul, 2009). A
condição hipóxica gera dano celular com consequente edema pulmonar
(Wauer, 1997).
A presença de mecônio em bronquíolos e alvéolos de três bezerros
necropsiados altera a estabilidade da monocamanda surfactante, além de
induzir resposta inflamatória pulmonar aguda, encontrada em dois dos
bezerros, simulando, portanto uma condição de síntese insuficiente e não
disponibilidade (Lopez, 1992; Bleul, 2009), gerando ou agravando condições de
deficiência e hipertensão (Jubb et al., 2007), pneumonia intersticial atípica (Hill
et al., 1999) e reação inflamatória (Li et al., 2005). 
Sinais de hipertensão pulmonar elevada associada ao ducto arterioso patente
tais como hipertrofia concêntrica do miocárdio ventricular direito, banda
moderadora e edema pulmonar, foram observados em nosso trabalho,
semelhantemente as encontradas por (Cibelli et al., 1998). 
A hipertensão pulmonar decorre de anomalias cardiovasculares e pulmonares
congênitas ou adquiridas, nas quais ocorre um aumento no regime de pressão,
fluxo e/ou resistência arterial ou venosa na circulação pulmonar (Cotran et al.,
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1999). No feto fisiologicamente normal existe certo grau de vasoconstrição
arterial pulmonar considerada normal. A resistência pulmonar pós-natal é
reduzida pela expansão pulmonar com ar e pelo efeito vasodilatador direto do
oxigênio sobre as arteríolas pulmonares (Hill et al., 1999). Condições hipóxicas,
tais como a atelectasia, podem induzir vasoconstrição arteriolar pulmonar
(Flanagan et al., 1994) gerando ou agravando estados hipertensivos em uma
espécie já susceptível a baixa saturação de oxigênio (Alexander et al., 1965).
A persistência do ducto arterioso (PDA), inicialmente não causa alterações
funcionais, porém, a exposição da circulação pulmonar a regimes volumétricos
e pressóricos aumentados e constantes gera um estado hipertensivo local e
hipertrofia e/ou dilatação cardíaca direita compensatória, além do
espessamento da banda moderadora (Cotran et al., 1999).
CONCLUSÃO:
A realização deste trabalho pode esclarecer que os animais oriundo de TN que
vieram a óbito no período pós-natal, produzem a proteína surfactante, porém
esta produção pode estar deficiente, culminando na grande quantidade de
animais com comprometimento cardiorespiratório. A grande quantidade de
liquido amniótico inspirado, provável causa de uma diluição do surfactante,
continua sendo uma das suspeitas nos quadros de atelectasia pulmonar. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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(Germany): Thieme p. 2–20. 
________________________________________________________________
Trabalho realizado em conjunto com o laboratório de Neuropatologia
Experimental e Comparada do Departamento de Patologia da Faculdade de
Medicina Veterinára e Zootecnia da Universidade de São Paulo - USP, sob a
supervião do Prof. Dr. Paulo César Maiorka. 
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Digestibilidade aparente de rações contendo misturas em
diferentes proporções de milho (Zea mays) e polpa cítrica
NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES(1), BRUNA DA SILVA MOREIRA(2)
CARLOS DE SOUSA LUCCI(3)(Orientadores)
INTRODUÇÃO:
Misturas concentradas para ruminantes em confinamento contêm na sua
totalidade pelo menos 50% de suas composições ocupadas por milho em
grãos, como fonte de energia. Atualmente o custo destes grãos tem aumentado
substancialmente, o que vem conduzido os criadores a empregar substitutos
como a polpa cítrica comercializada sob a forma de pellets. Levando em conta
que a alimentação representa uma parcela significativa no custo total da
produção de animais ruminantes, surge o interesse nos resultados deste
trabalho. 
O milho há alguns séculos vem sendo utilizado diretamente na alimentação
humana e de animais domésticos. Sua importância não se restringe apenas ao
fato do grande volume produzido, mas também, ao importante papel sócio-
econômico que representa. Constitui inestimável fonte de matéria-prima básica
para a expressiva gama de produtos industrializados. Devido ao alto conteúdo
de carboidratos, principalmente amido, e de outros componentes como
proteínas, óleos e vitaminas, tornou-se um produto de relevante importância
comercial.
Existe grande variedade de cereais que podem ser utilizados na alimentação de
ruminantes. Ao longo dos anos, esses cereais têm sido substituídos por
ingredientes que constituem subprodutos da manipulação industrial. Sendo
ricos em energia, e provenientes da indústria alimentícia, essa substituição
justifica-se não somente pela disponibilidade de subprodutos de cereais
convencionais empregados para a alimentação humana mas, principalmente,
porque os ruminantes são capazes de usar esses subprodutos, muitas das
vezes poluidores, em alimentos de elevado valor nutritivo para seus organismos
.
No Brasil, onde a dieta é composta basicamente de forragem, sendo
generalizado o sistema de criações extensivas para os ruminantes, o fator
limitante está na ingestão de energia, considerado preponderante para o baixo
desempenho da pecuária nacional. Com a finalidade de melhorar tais
resultados, é indispensável o fornecimento de concentrados, objetivando dessa
forma maximizar a ingestão de energia digestível pelo animal. A inclusão de
grãos na ração é comumente feita para elevar os requerimentos energéticos, no
entanto, estes diminuem o conteúdo de fibra da dieta. 
A polpa cítrica (PC) é um subproduto da fabricação de suco concentrado,
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constituída de casca, sementes, bagaço e frutas descartadas disponibilizado no
mercado desde 1993. Nos últimos anos, tem sido utilizada como uma
alternativa ao milho em rações para ruminantes em confinamento (Santos et al.
2004). Trata-se de um alimento energético que apresenta menor teor de
proteína bruta que o milho em grão (13% inferior a do milho, segundo o NRC,
1996) que possui características diferenciadas quanto à fermentação ruminal,
caracterizando-se como um produto intermediário entre volumosos e
concentrados (Fegeros et al., 1995). Em geral, a polpa é caracterizada pela alta
digestibilidade da matéria seca, sendo superior até a do milho laminado e por
possuir características energéticas de concentrado, e fermentativas ruminais de
volumoso (Ezequiel, 2001). Bhattacharya & Harb (1973) e Schaibly & Wing
(1974) encontraram menores coeficientes de digestibilidade aparente da
proteína bruta na polpa cítrica, do que no milho em grão. A eficiência da síntese
de proteína microbiana também foi menor com a utilização da polpa cítrica na
dieta conforme rresultados obtidos por Highfill et al., 1987.
A polpa cítrica peletizada apresenta alto teor de pectina, que é um componente
da parede celular e é a substância que lhe confere alto valor energético. Devido
à presença da pectina, a polpa cítrica proporciona um ambiente ruminal mais
propício à degradação da fração fibrosa da dieta do que o milho em grão, que é
rico em amido (Wing, 1975; Van Soest, 1982; Fegeros et al., 1995). Assim, a
pectina se comporta como um carboidrato não-estrutural, tendo rápida e
extensiva degradação pelos microrganismos do rúmen, embora, quando se
trata de produtos finais da fermentação, assemelhe-se aos carboidratos
estruturais, proporcionando um padrão de ácidos graxos voláteis similar a dietas
contendo níveis significativos de volumosos. Maiores relações
acetato/propionato e maiores valores de pH foram obtidos por Ben-Ghedalia et
al. (1989), comparando dietas com polpa cítrica e cevada, ingrediente rico em
amido. Estes autores observaram que a digestibilidade dos constituintes da
parede celular arbinose, galactose, manose e xilose) é 16% superior nas rações
contendo polpa cítrica em relação àquelas contendo cevada e constituídas de
80% de concentrado, o que pode explicar a melhora na digestibilidade da fibra. 
Por essas características, geralmente são obtidas maiores digestibilidades da
fração fibrosa de dietas com a participação da polpa cítrica, segundo
Bhattacharya & Harb, 1973; Pascual & Carmona, 1980; Fegeros et al., 1995 e
Menezes Jr. et al., 2000). Fegeros et al. (1995) estimaram o conteúdo
energético da polpa cítrica em 1,66 Mcal de energia líquida de produção por
quilograma de matéria seca, sendo que esse valor foi inferior ao citado pelo
NRC (1996). Pode ocorrer, no entanto, interferência do tipo da fruta e do
processamento utilizado na produção da polpa cítrica por pellets. A substituição
total do milho pela polpa cítrica em dietas com altos teores de concentrados
determinou diminuição das energias digestível e metabolizável, bem como na
retenção de compostos nitrogenados , segundo Bhattacharya & Harb, 1973.
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Observa-se desta forma que a polpa trata-se de um alimento energético que
possui características que a tornam um produto intermediário entre os alimentos
volumosos e alimentos concentrados. 
Além da vantagem econômica em seu emprego como substituto do milho, a sua
época de produção é favorável. A safra da laranja é iniciada em maio e
concluída em janeiro, período que coincide com a entressafra de grãos como o
milho e com a época de escassez de forragem (CARVALHO, 1995). O ponto de
importância na alternativa de emprego da polpa em relação ao milho, como já
visto, é o fato da polpa cítrica peletizada apresentar elevado teor de pectina,
que lhe confere alto teor energético, em contraste com o elevado teor de amido
presente nos grãos de milho. Desta forma, a pectina comporta-se como se
fosse um componente não estrutural, embora a sua fermentação no rúmen
implique em proporções de ácidos graxos voláteis semelhante as encontradas
com a digestão de fibras estruturais . Tanto assim que observações práticas
criatórias tem levado a idéia que a adição de polpa à rações de ruminantes tem
resultado em menores incidências de problemas metabólicos, tais como a
acidose láctica e meteorismo, que acontecem frequentemente com o emprego
de elevadas quantidades de alimentosconcentrados . Realmente em termos de
rúmen existem afirmativas de valor melhor para a polpa quando substitui o
milho: VAN SOEST (1982) sugere melhor padrão de fermentação no rúmen,
propiciando condições para a atuação das bactérias celulolíticas em rações
contendo polpa cítrica, facilitando a ação desses microorganismos à digestão
da parede celular de porções fibrosas das rações.
Apesar dessas considerações, experimentos que comparam a digestibilidade de
rações com polpa em substituição ao milho têm mostrado desvantagens para a
polpa: Martinez e Fernández (1980), utilizando rações contendo zero, 30 e 60%
de polpa cítrica na alimentação de cordeiros em confinamento, encontraram
ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal e por dia
, respectivamente. Esses autores concluíram que os ganhos de peso e as
conversões alimentares decresceram com a inclusão de polpa cítrica nas
rações.
BUENO et al. (2002) ao fornecerem quantidades crescentes de polpa cítrica
(máxima inclusão de 66,5%) para cabritos da raça Saanen, verificaram aumento
linear na digestibilidade da fibra em detergente neutro, e por BHATTACHARYA
& HARB (1973), que observaram aumento proporcional na digestibilidade da
porção fibrosa até o teor de 60%, na ração de ovinos, à medida que o milho foi
substituído pela polpa. FEGEROS et al. (1995), trabalhando com ovelhas
recebendo rações constituídas de feno e 30% de polpa cítrica, encontraram
valores de 87,2; 78,6; 52,7; 82,0; 93,2; e 83,1% para a digestibilidade aparente
das frações MO, MS, PB, EE, FB e ENN, respectivamente, verificando aumento
na digestibilidade da fibra bruta em rações contendo até 30% de polpa cítrica.
Muitos trabalhos apresentados na literatura não mostraram diferença na
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digestibilidade dos diversos nutrientes quando empregados polpa cítrica em
comparação ao milho (Wing, 1975; Esteves et al., 1987; Brown & Johnson,
1991), mas os resultados ainda não são conclusivos. Schaibly & Wing (1974)
encontraram aumento das digestibilidades da matéria seca e da energia com a
substituição de até 2/3 da silagem de milho pela polpa cítrica, enquanto
Pinheiro et al. (2000) encontraram menores coeficientes de digestibilidade da
matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e fibra em
detergente neutro nos níveis 60 e 80% de substituição do milho pela polpa
cítrica, comparados com os níveis 40 e 100%, para bovinos recebendo dieta
composta com 50% de volumoso.
OBJETIVO:
Medir a digestibilidade de misturas concentradas contendo milho e polpa cítrica
em diferentes proporções no total do trato digestivo de ovinos. 
METODOLOGIA:
Foram empregados seis ovinos machos, castrados, da raça Sulfock, com peso
aproximado de 35 kg e idade de 1 ano, que serviram ao experimento em um
delineamento estatístico de quadrado latino (change-over) (PIMENTEL
GOMES,1985) com dois grupos de três animais com os seguintes tratamentos:
A) 75% milho, 25% polpa cítrica
B) 50% milho, 50% polpa cítrica
C) 25% milho, 75%polpa cítrica
Foi empregado o seguinte esquema de distribuição de tratamentos aos seis
animais, considerando-se três subperíodos experimentais de 21 dias cada:
 1 2 3 4 5 6
I – A B C B C A
II – B C A A B C 
III – C A B C A B
No desenvolvimento do trabalho ao serem seguidos os três subperíodos
experimentais de 21 dias cada, os primeiros 14 dias foram destinados a
adaptação dos animais às diferentes dietas, e na última semana de cada
subperíodo foram feitas coletas totais de fezes para medir a digestibilidade
aparente. Foram analisados (AOAC, 1980): proteína bruta, extrato etéreo, fibra
bruta, matéria mineral, extrativos não nitrogenados sendo calculadas as taxas
de digestibilidade aparente dos seguintes grupos de nutrientes: proteína, extrato
etéreo, fibra e extrativos não nitrogenados. 
As coletas de fezes foram executadas por cinco dias consecutivos. Ao final de
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12
cada dia 20% do total das fezes colhidas por animal foi mantido em freezer,
fazendo-se uma amostra composta por indivíduo ao término dos cinco dias.
O arraçoamento dos animais foi feito com feno de coast cross como único
volumoso, na proporção de 40% da MS da ração, sendo os restantes 60%
compostos por misturas de farelo de soja como fonte protéica além de milho e
polpa cítrica, em diferentes proporções, como fontes energéticas. A alimentação
foi fornecida em duas partes: as 8:00h e as 15h. Durante as fases de colheita
de fezes, a ração no seu todo (alimentos volumosos e concentrados ) foram
restritos a 80% do consumido nos períodos de adaptação. 
RESUMO:
 Os valores de digestibilidade obtidos para valores de matéria seca foram:
84,500%, 79,667% e 76,500% respectivamente para os tratamentos A, B e C,
sendo encontrada diferença estatisticamente significativa entre tratamentos
(p=0,001) a medida em que a polpa cítrica entrou em maiores proporções nas
rações conforme a equação : 89,934- 0,130 X. 
As digestibilidades obtidas para proteína bruta foram: 85,667% 82,000%e
75,833% respectivamente para os tratamentos A, B e C ,da mesma forma
menores (p=0,004) com quantidades de polpa cítrica mais elevadas nas
misturas, obedecendo à equação : 91,333- 0,154 X. 
As digestibilidades obtidas para fibra bruta foram: 73,167%, 72,000% e
65,500% respectivamente para os tratamentos A, B e C e não diferiram
significativamente entre tratamentos (p=0,059), seguindo a equação de
regressão: 78,283 – 0,059X.
Para valores de digestibilidade do extrato etéreo, os coeficientes obtidos foram
87,667%, 85,333% e 80,167% respectivamente para os tratamentos A, B e C,
sendo encontrada diferença estatisticamente significativa entre tratamentos (p=
0,011), obedecendo à equação de regressão 92,935 - 0,109X e demonstrando
que para a gordura também a digestibilidade diminuiu com o ingresso de
quantidades mais elevadas de polpa cítrica. 
Os valores de digestibilidade obtidos para valores de extrativos não
nitrogenados foram: 88,000%, 83,500% e 81,167% respectivamente para os
tratamentos A, B e C, sendo encontrada diferença estatisticamente significativa
entre tratamentos (p=0,027) a medida em que a polpa cítrica entrou em maiores
proporções nas rações conforme a equação : 92,933 – 0,109 X.
Considerando-se que a digestibilidade aparente abrange os processos
digestivos desenvolvidos no total do trato digestório, abordando por isto a
fermentação microbiana ruminal e a digestão enzimática nos intestinos, o milho
ao ingressar em maiores proporções na composição das diferentes rações
obteve maior sucesso em termos de digestibilidade. Um ponto a ser
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considerado seria o escape de maior ou menor parte do milho da degradação
ruminal para a digestão nos intestinos através de amilase, quando alguns
trabalhos registram uma eficiência mais alta quando o amido é trabalhado
enzimaticamente ao invés de por bactérias ruminais amilolíticas.
CONCLUSÃO:
Nas condições deste experimento a substituição em porções crescentes do
milho pela polpa cítrica, em rações de ruminantes, conduziu a uma queda
gradativa da digestibilidade da matéria seca, extrato etéreo, extrativos não
nitrogenados e proteína das rações empregadas. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AOAC. Official Methods of Analysis. 1 led. Washington D.C. A.O.A C 1980
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Digestibilidade in situ de misturas em diferentes proporções de
milho (Zea mays) e polpa cítrica
BRUNA DA SILVA MOREIRA(1), NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES(2)
CARLOS DE SOUSA LUCCI(3)(Orientadores)
INTRODUÇÃO:
Misturas concentradas para ruminantes em confinamento contém normalmente
elevadas proporções de milho como fonte de energia. Atualmente os elevados
custos deste grão tem conduzido ao emprego de substitutos, entre estes a
polpa cítrica peletisada, considerando que a alimentação representa uma
parcela significativa no custo total da produção de carne, leite e lã obtida de
ruminantes. Surge daí o interesse deste trabalho. 
O milho há alguns séculos vem sendo utilizado diretamente na alimentação
humana e de animais domésticos. Sua importância não se restringe apenas ao
fato do grande volume produzido mas também, ao importante papel sócio-
econômico que representa. Constitui inestimável fonte de matéria-prima básica
para a expressiva gama de produtos industrializados. Devido ao alto conteúdo
de carboidratos, principalmente amido, e de outros componentes como
proteínas, óleos e vitaminas, tornou-se um produto de relevante importância
comercial.
No Brasil, onde a dieta é composta basicamente de forragem, o fator limitante
está na ingestão de energia, considerado preponderante para o baixo
desempenho da pecuária nacional. Para melhorar tais resultados, é
indispensável o fornecimento de concentrados, objetivando dessa forma
maximizar a ingestão de energia digestível pelo animal.
A inclusão de grãos na ração é comumente feita para elevar os requerimentos
energéticos, no entanto, estes diminuem o conteúdo de fibra da dieta. A polpa
cítrica é um subproduto da fabricação de suco concentrado, constituída de
casca, sementes, bagaço e frutas descartadas. Nos últimos anos, tem sido
utilizada como possível alternativa ao milho em rações para ruminantes em
confinamento (Santos et al. 2004). É considerada um alimento fonte de energia
(sua energia é cerca de 13% inferior a do milho, segundo o NRC, 1996) que
possui características diferenciadas quanto à fermentação ruminal,
caracterizando-se como um produto intermediário entre volumosos e
concentrados (Fegeros et al., 1995). Em geral, a polpa é visualisada pela alta
digestibilidade da sua matéria seca, sendo superior até a do milho laminado.Ela
torna-se interessante por possuir características energéticas de concentrado, e
fermentativas ruminais próximas dos alimentos volumosos (Ezequiel, 2001).
Além da vantagem econômica, a sua época de produção é muito favorável ao
seu emprego . Como a safra da laranja é iniciada em maio e concluída em
Ciências Agrárias
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16
janeiro, esse período coincide com a entressafra de grãos como o milho e com
a época de escassez de forragem (CARVALHO, 1995).
Martinez e Fernández (1980), utilizando rações contendo zero %, 30 % e 60 %
de polpa cítrica na alimentação de cordeiros em confinamento, encontraram
ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal por dia ,
respectivamente. Esses autores concluíram que o ganho de peso e a conversão
alimentar decresceram com a inclusão de polpa cítrica na ração.
Realmente em termos de rúmen existem afirmativas de valor melhor para a
polpa quando substitui o milho: VAN SOEST (1982) sugere melhor padrão de
fermentação no rúmen, propiciando condições para a atuação das bactérias
celulolíticas em rações contendo polpa citrica, facilitando a ação desses
microorganismos à digestão da parede celular de porções fibrosas das rações.
Apesar desseas considerações, alguns experimentos que comparam a
digestibilidade de rações com polpa em substituição ao milho tem mostrado
desvantagens para a polpa: Martinez e Fernández (1980), utilizando rações
contendo zero, 30 e 60% de polpa cítrica na alimentação de cordeiros em
confinamento, encontraram ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234
gramas por animal e por dia, respectivamente. Esses autores concluíram que os
ganhos de peso e as conversões alimentares decresceram com a inclusão de
polpa cítrica nas rações.
Outros trabalhos no entanto demonstraram vantagens na adição de polpa à
misturas concentradas.BUENO et al. (2002) ao fornecerem quantidades
crescentes de polpa cítrica (máxima inclusão de 66,5%) para cabritos da raça
Saanen, verificaram aumento linear na digestiblidade da fibra em detergente
neutro, e por BHATTACHARYA & HARB (1973), que observaram aumento
proporcional na digestibilidade da porção fibrosa até o teor de 60%, na ração de
ovinos, à medida que o milho foi substituído pela polpa. FEGEROS et al. (1995),
trabalhando com ovelhas recebendo rações constituídas de feno e 30% de
polpa citrica, encontraram valores de 87,2; 78,6; 52,7; 82,0; 93,2; e 83,1% para
a digestibilidade aparente das frações MO, MS, PB, EE, FB e ENN,
respectivamente, verificando aumento na digestibilidade da fibra bruta em
rações contendo até 30% de polpa cítrica.
Ainda muitos outros trabalhos apresentados na literatura não mostraram
diferença na digestibilidade dos diversos nutrientes quando empregados polpa
cítrica em comparação ao milho (Wing, 1975; Esteves et al., 1987; Brown &
Johnson, 1991), mas os resultados ainda não são conclusivos. Schaibly & Wing
(1974) encontraram aumento das digestibilidades da matéria seca e da energia
com a substituição de até 2/3 da silagem de milho pela polpa cítrica, enquanto
Pinheiro et al. (2000) encontraram menores coeficientes de digestibilidade da
matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e fibra em
detergente neutro nos níveis 60 e 80% de substituição do milho pela polpa
cítrica, comparados com os níveis 40 e 100%, para bovinos recebendo dieta
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17
composta com 50% de volumoso.
Procurando obter mais informações sobre a digestibiidade da polpa quando
medida no interior do rúmen, notam-se algumas afirmativas interessantes
quanto às variadas técnicas empregadas para essas medições. Evidentemente
a digestibilidade não é uma medida igualmente útil para todos os nutrientes; por
exemplo não se determina a digestibilidade dos minerais nem das vitaminas.
Neste caso realizam-se balanços minerais, determinando a ingestão total e a
eliminação total com a finalidade de medir a fração que realmente ficou retida
no corpo. Apesar destas variações, a digestibilidade tem sido aceita como uma
medida satisfatória do valor nutritivo dos alimentos, pois os dados obtidos são
válidos e nos dão realmente subsídios importantes para alimentação. Vários
são os métodos utilizados para serem determinadas as digestibilidades dos
nutrientes contidos nos alimentos. Neste sentido, são empregados métodos
diretos e indiretos, métodos “in vivo” e “in vitro”. Nas técnicas “in vivo” conta-se
a dos sacos de náilon contendo amostras do alimento a ser testado e incubação
desses sacos no interior do rúmen por diferentes períodos de tempo. Dentre as
técnicas in vitro ressalta-se a fermentação ruminal “in vitro”, dentre aquelasin
vivo ressalta-se adigestibilidade verdadeira, a digestibilidade com indicadores, e
a técnica de proporção ou relação (ANDRIGUETTO, 1986).
A metodologia de colocação de amostras de alimento no rúmen, através de
sacos, é relativamente antiga, tendo sido provavelmente idealizada por QUIN et
al. em 1938 , na África do Sul(citado por ORSKOV, 1980) O objetivo de Quin e
colaboradores foi estudar a desintegração de alimentos no interior do rumen.
Os autores usaram sacos cilíncricos confeccionados com seda natural, bastante
fina, que foram introduzidos através de uma fístula no rúmen de carneiros
adultos. A partir desta idéia básica outras técnicas foram propostas, segundo o
princípio de se utilizar o rúmen para o estudo da ação dos microorganismos
sobre diferentes substratos.
Atualmente a técnica "in situ" com sacos de náilon é bastante utilizada e
amplamente aceita, sendo um método relativamente rápido par determinar a
taxa de degradação dos constituintes dos alimentos no rúmen. Também permite
estimar a degradabilidade efetiva, corrigindo, pela taxa de passagem, os valores
da degradação potencial obtidos, conforme relatado por ORSKOW e
McDONALD (1979).
 Com essa metodologia mede-se o desaparecimento dos componentes dos
alimentos após serem incubados no rúmen, em sacos de náilon, durante
diferentes períodos. Assume-se que esse desaparecimento é sinônimo de
degradação pelas bactérias presentes no órgão. A técnica tem por falha o fato
dos alimentos contidos nas amostras incubadas não serem submetidos à
salivação, à mastigação e à ruminação pelo animal, NOCEK (1988).
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OBJETIVO:
Os objetivos do presente trabalho foram determinar,com emprego de ovinos
dotados de cânulas de rúmen, as digestibiidades ruminais ( in situ) da máteria
seca e proteína de misturas concentradas contendo diferentes proporções de
fontes energéticas milho e olpa cítrica, e matéria seca do feno de Coast cross,
único volumoso das rações.
METODOLOGIA:
Foram empregados seis ovinos machos, castrados, da raça Sulfock, com peso
aproximado de 35 kg e idade aproximda de 2 anos, todos os animais sendo
providos de cânulas de rúmen.
O delineamento estatístico empregado foi quadrado latino (change-over)
conforme PIMENTEL GOMES(1985) utilizando-se dois grupos de três animais
cada, com os seguintes tratamentos, ministrados de forma alternativa : 
A) 75% milho, 25% polpa cítrica
B) 50% milho, 50% polpa cítrica
C) 25% milho, 75%polpa cítrica
Foi executado o o esquema apresentado a seguir, empregando-se os três
tratamentos em três subperíodos experimentais de 21 dias cada:
 
 1 2 3 4 5 6
 I – A B C B C A
 II – B C A A B C 
 III – C A B C A B
Nos últimos tres dias de cada subperíodo experimental foi desenvolvida a
técnica de sacos de náilon com a colocação de cerca de cinco gramas de
amostra das mistuas concentradas que corresponderam aos diferentes
tratamentos. Incubações dos sacos com amostras foram conduzidas no rúmen
por: zero h, 1 h, 3 h, 6 h, 12 h, 24 h e 48 h. AS analises foram realizadas
conforme prescrições de AOAC (1980) para : matéria seca e proteína bruta ,
sendo calculadas as taxas de digestibilidade in situ de cada um destes grupos
de nutrientes. 
Paralelamente, em todos os animais foram incubados sacos de náilon contendo
amostras do feno de Coast cross (Cynodon dactylon) empegado como único
volumoso nesta experimentação. Aproximadamente cinco gramas de amostra
de feno, grosseiramente picado, foram introduzidas em cada saco.Nesta
situação a analise laboratorial determinou os teores de matéria seca, permitindo
o calculo de sua degrdabilidade Para o feno, os tempos de incubação foram de
zero h, 24 h., 48 h. e 72 horas. Em qualquer das situações foi adotado o
sistema de colocação, no rúmen, dos sacos com amostras em tempos
diferentes e retirada de todos simultaneamente. 
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19
RESUMO:
Os resultados obtidos referem-se a taxas de degradabilidade efetiva calculadas
para valores de proteina bruta e mátria seca da mistura concentrada, bem como
de matéria seca do feno.
Para a proteina da mistura concentrada as taxas de degradabilidade foram
iguais a 62,32 %, 74,37% e 77,69 % respectivamente para os tratamentos A (25
% de polpa cítrica), B ( 50% de polpa cítrica) e C (75 % de polpa cítrica). Esses
valores mostraram-se significativamente diferentes (p=0,000) sendo detectada
regressão lineear com a equação 56,088 + 0,308 X). desta maneira, ficou
patente que o ingresso de maiores teores de polpa cítrica nas misturas
concentradas resultaram em taxas de degradabilidasde progressivamente mais
elevadas para a proteina. No tocante à matéria seca das misturas concentradas
foram detectadas, da mesma forma que para a proteína, diferenças
significantes entre tratamentos (p= 0,000) ,com as taxas de degradabilidade
iguais a 62.36, 64.80%; e 78.23% respectivamente para os tratamentos A ( 25
% de polpa cítrica ), B ( 50 % de polpa cítrica ) e C ( 75 % de polpa cítrica). Foi
detectada regressão linear com a equação : 52,60 + 0,317 X ) . Da mesma
forma com o ocorrido com a proteína das misturas concentradas, a
degradabilidade efetiva da matéria seca das misturas aumentou
progressivamente com o ingresso de maiores proporções de polpa nas
misturas. No que se refere à degradabilidade efetiva da matéria seca do feno,
empregado como único volumoso da ração, os valores encontrados foram
iguais a 44.56%, 47.31% e 47.91% respectivamente para os tratamentos A (
25% de polpa cítrica na mistua concentrada), B (50% de polpa cítrica na mistura
concentrada) e C ( 75% de polpa cíytrica na mistura concentrada) Houve
diferença significativa entre tratamentos ( p=0.086) detectgando regressão com
a equação : 43,25 + 0,07 X . Observa-se assim que a matéria seca do feno
também foi melhor degradada quando as roporções de polpa cítrica foram
progressivamente maiores nas misturas concentradas.
CONCLUSÃO:
O ingresso de quantidades maiores de polpa cítrica em misturas concentradas ,
em substituição ao milho em grãos, resultou em melhores digestibilidsades, no
interior do rúmen, não só para as frações matéria seca e roteina das misturas
concentradas, como também para a maaateria seca do feno, este empegado
como único volumoso nas rações de ovinos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ANDRIGHETO, 1.; BAILONI, L.; COZZI, G.; TOLOSA, H. F~.
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12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação
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EZEQUIEL, J. M. B. Uso da polpa cítrica na alimentação animal. III Simpósio
Goiano sobre Manejo e Nutrição de Bovinos, p. 329-346, 2001, Goiânia-GO.
FEGEROS, K.; ZERVAS, G.; STAMOULI, S.; APOSTOLAKI, E. Nutritive value of
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ORSKOV, E.R.; McDONALD, 1. The estimation of protem degradabilitv
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SANTOS, F.A.P.; PEREIRA, E.M.; PEDROSO, A.M. Suplementação energética
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21
Programa de Controle Populacional Animal (PROCOPA):
Extensão Universitária Contribuindo para o Bem EstarAnimal e
Controle de Zoonoses
NATHÁLIA NOTARNICOLA DE MORAES(1)
CELSO MARTINS PINTO(2),RAFAEL GARABET AGOPIAN(3),ADRIANA
CORTEZ(4)(Orientadores)
INTRODUÇÃO:
Em grande parte dos centros urbanos é essencial o controle populacional de
cães e gatos, pois com o maior número de animais nas ruas o risco de
zoonoses, acidentes de trânsito, agressão e danos a propriedade aumentam
(CARDIN, 1969; CARTER, 1990; CIAMPI &GARCIA, 1996).
As cadelas e gatas são animais pluríparos e sua gestação é curta, com
potencial de produção de proles numerosas que podem atingir a maturidade
sexual ao redor dos 6 meses de idade (Secretaria do Estado de Saúde de São
Paulo, 2006). Fatores que somados a falta de posse responsável dos
proprietários contribuem para o aumento da população de cães e gatos nas
ruas de forma descontrolada, dificultando o controle das zoonoses (VIEIRA,
2008), tais como a Leishmaniose Visceral e Raiva canina, que apresentam
grande impacto na Saúde Pública (REICHMANN, 2000, MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2003).
Uma maneira de contribuir para o controle de populações de cães e gatos é
diminuindo a natalidade destes animais, reduzindo assim os problemas
decorrentes do aumento de suas populações (REICHMANN, 2000). 
Muitas técnicas para o controle populacional de pequenos animais estão sendo
implantadas como os métodos não-cirúrgicos na expectativa de controlar a
superpopulação, mas muitos fatores desfavoráveis foram observados nestes
métodos, os quais não proporcionam resultados satisfatórios (ALEXANDRE &
SHANE, 1994).
Os métodos não-cirúrgicos geralmente utilizados incluem a domiciliação
impedindo que o animal entre em contato com animais do sexo oposto, não
ocorrendo, portanto o acasalamento e o método químico, que consiste na
administração de medicamentos hormonais que interferem no ciclo reprodutivo
tornando, em geral, as fêmeas inférteis. Segundo Reichmann (2000), nenhum
desses métodos tem se mostrado eficiente por exigirem responsabilidade e
comprometimento dos proprietários.
A esterilização cirúrgica é eficiente, definitiva e segura, permitindo o controle
populacional imediatamente após sua realização (ALEXANDRE & SHANE,
1994). São geralmente procedimentos eletivos com o principal objetivo de evitar
estros e crias indesejadas (FOSSUM, 2001).
Ciências Agrárias
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22
 A técnica mais utilizada nas clínicas veterinárias para esterilização cirúrgica de
fêmeas é a Ovariohisterectomia, onde os ovários e o útero são removidos
(SLATTER, 2007). Migliari e Vuono (2000) propuseram a técnica de Ovário
Salpingo Histerectomia (OSH) modificada para diminuir o tempo cirúrgico e
melhorar a recuperação pós-operatória, condições fundamentais quando se
trabalha com esterilização em massa.
Em machos a orquiectomia tem sido a técnica mais utilizada para esterilização
cirúrgica e ainda pode modificar ou eliminar padrões de conduta característicos
dos machos, como por exemplo, diminuir a agressividade (NAVARRETE, 1997).
Em decorrência de novas legislações que impedem ou dificultam a utilização de
animais para fins didáticos (Lei nº 12.917, 2008; Lei nº 13.943, 2004) os
programas de esterilização cirúrgica de pequenos animais podem ser uma
oportunidade para a participação dos alunos de graduação com a finalidade de
colocá-los em situações práticas reais melhorando o processo de ensino e
aprendizagem.
OBJETIVO:
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrever as atividades realizadas pelo Programa de Controle Populacional
Animal (PROCOPA), vinculado ao Núcleo de Atividades de Extensão da
Veterinária (NATEV) da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de
Santo Amaro (UNISA).
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Contribuir com o controle populacional de cães e gatos na comunidade
adjacente ao Campus I da UNISA.
• Aprimorar profissionalmente residentes do setor de cirurgia de pequenos
animais do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da
UNISA.
• Aprimoramento da formação acadêmica dos alunos de 1º a 9º semestres do
curso de medicina veterinária da UNISA. 
METODOLOGIA:
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3.1 PROCOPA
O PROCOPA é um programa permanente e gratuito de esterilização cirúrgica
realizado nas dependências do Campus I da UNISA que foi implementado em
Março de 2009. As atividades descritas no trabalho correspondem ao 1º
Semestre de 2009.
3.2 EQUIPES
A equipe para realização das atividades foi composta por: 
a) Docentes, responsáveis pela coordenação e supervisão das atividades.
b) Residentes do setor de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da UNISA, responsáveis pela realização do ato cirúrgico.
c) Discentes fixos, responsáveis pela organização da sala, equipamentos e
materiais utilizados nas atividades e participação das atividades programadas.
d) Discentes rotativos participantes, na forma de revezamento, das atividades
programadas.
3.3 ESPAÇO FÍSICO
As atividades foram realizadas numa sala equipada e preparada para
atendimento cirúrgico. Este local foi dividido em 3 setores: pré-cirúrgico, trans-
cirúrgico e pós-cirúrgico.
3.4 ATIVIDADES
As atividades foram compostas por: cadastros dos animais, agendamento do
procedimento cirúrgico que compreendeu o pré-cirúrgico, trans-cirúrgico e pós-
cirúrgico.
3.4.1 Cadastro dos animais
Os cadastros dos animais foram realizados durante o programa “ UNISA em
Ação na Comunidade", que ocorreu no dia 28 de Março de 2009 no Campus I.
3.4.2 Agendamento dos procedimentos cirúrgicos 
O agendamento e orientações pré-cirúrgicas foram realizados na semana do
procedimento cirúrgico. 
Os itens 3.4.1 e 3.4.2 foram realizados por alunos do 1º ao 4º semestres.
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24
3.4.3 Pré-cirúrgico 
Foi realizada a anamnese e exame físico do animal. Os animais considerados
hígidos foram submetidos ao protocolo anestésico para o ato cirúrgico.
3.4.3.1 Protocolo anestésico
• Medicação pré-anestésica (MPA):
- Caninos: 
 Foi administrado a MPA composta por Acepran 0,2% e Meperidina (50mg/mL)
nas doses de 0,1mg/Kg e 5mg/Kg , respectivamente, por via intramuscular.
- Felinos:
 Foi administrado a MPA composta por Meperidina (50mg/mL) na dose de
5mg/Kg, por via intramuscular.
• Indução Anestésica: 
Foi realizada indução anestésica, tanto para macho como para fêmea utilizando
Ketamina (50mg/mL), Midazolan (5mg/mL) e Fentanil com doses de 5 mg/kg;
0,5 mg/kg e 0,5 µg/kg respectivamente, por via intravenosa e a manutenção
anestésica por reaplicação em bolus de 20% da dose dos fármacos utilizados
para indução no caso de machos, e no caso de fêmeas com anestesia inalatória
a base de Isoflurano e Oxigenioterapia.
Nos machos foi realizado bloqueio local intratesticular com lidocaína 2% sem
vasoconstritor.
 
3.4.3.2 Preparação dos animais para ato cirurgico 
Foi realizado tricotomia e higienização das regiões de acesso cirúrgico e
venoso, bem como canulação da veia cefálica para fluidoterapia e entubação
traqueal.
O item 3.4.3 foi realizado por alunos do 5º ao 9º semestres
3.4.4 Trans-cirúrgico
As fêmeas foram submetidas ao procedimento de OSH pela Técnica do Gancho
Modificada (Migliari e Vuono, 2000) e os machos à Orquiectomia aberta
(Fossum, 2005).
O item 3.4.4 foi realizado por residentes do Hospital Veterinário da UNISA,
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25
auxiliados por alunos do 9º semestre.
3.4.5 Pós-cirúrgico
Foi realizada medicação analgésica e antibiótica nos seguintes protocolos:
• Fêmeas: Cloridrato de Tramadol (50mg/mL) na dose de 2mg/Kg e Penicilina
Benzatina (1200000UI) na dose de 48000 UI/Kg, por via subcutânea.
• Machos: Dipirona Sódica (500mg/mL) na dose de 25mg/kG e penicilina como
acima descrito.
Foi realizado proteção da ferida cirúrgica através de gaze e malha tubular.
O item 3.4.5 foi realizado poralunos do 3º ao 8º semestres.
 
3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A partir do cadastro dos animais que foram preenchidos pelos proprietários foi
realizada a epidemiologia descritiva das seguintes variáveis: Total de animais
esterilizados, total de fêmeas e machos esterilizados por espécie animal e idade
e participação dos alunos e residentes nas atividades.
RESUMO:
O PROCOPA foi idealizado para atender de maneira permanente e gratuita uma
demanda crescente, por esse serviço, da população carente do entorno do
Campus I da UNISA que era contemplada por Campanhas de Castrações
realizadas pelo menos uma vez por semestre pelo NATEV da FMV/UNISA
desde 2002. 
 Devido à experiência acumulada durante estes anos de trabalho junto à
comunidade, percebemos que o crescimento populacional de cães e gatos era
maior que a capacidade de atendimento dessa demanda, exigindo que a
freqüência e o número de animais atendidos nessas campanhas fosse cada vez
maior. Além disso, a necessidade de alternativas pedagógicas para melhorar o
processo de ensino-aprendizagem dos alunos da FMV e a adequação às Leis
que regulamentam a utilização dos animais em aulas práticas fez com que um
Programa permanente com a participação de alunos e residentes fosse
implementado.
 Durante o Primeiro Semestre de 2009 foram atendidos um total de 62 animais,
sendo 32 machos e 30 fêmeas como sumariados no Quadro 1, dados que
corroboram o trabalho de PARANHOS (2002) que estudou a dinâmica
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populacional desses animais no Município de São Paulo.
 Esses dados sugerem a não interferência cultural dos proprietários nessa
comunidade quanto a esterilização cirúrgica de machos, visto que em atividade
semelhante realizada no interior do Estado de São Paulo o procedimento em
machos era associado ao comprometimento da virilidade masculina fazendo
com que os proprietários fossem mais resistentes a realização do ato cirúrgico.
 
Quadro 1: Número de fêmeas e machos esterilizados cirurgicamente pelo
PROCOPA na UNISA no 1º semestre de 2009. 
ESPÉCIE MACHOS FÊMEAS TOTAL
CANINOS 12 (19,35%) 15 (24,20%) 27 (43,55%)
FELINOS 20 (32,25%) 15 (24,20%) 35 (56,45%)
TOTAL 32 (51,60%) 30 (48,40%) 62 
Foi observado no Quadro 2 que 53/62, ou seja, 85,4% dos animais foram
esterilizados até os 2 anos de idade, ou seja, na sua fase inicial da vida
reprodutiva, o que contribui para uma maior efetividade no controle populacional
de cães e gatos. Esses dados diferem daqueles encontrados por Cárceres
(2004), que analisou o programa de esterilização canina e felina do Município
de São Paulo entre os anos de 2001 e 2003, e pode indicar uma
conscientização maior dos proprietários entorno do Campus I da UNISA quanto
ao problema da superpopulação dos animais de companhia, já que essa
atividade direcionada a essa comunidade já é realizada há vários anos.
Quadro 2: Idade dos animais esterilizados cirurgicamente pelo PROCOPA na
UNISA no 1º semestre de 2009. 
IDADE CANINOS FELINOS 
(MESES) MACHO FÊMEA MACHO FÊMEA TOTAL
N/C 3 3 3 9
3 1 1 2
4 1 2 3
5 1 1 2
6 1 3 1 3 8
7 4 4 8
8 2 2
9 1 1
11 1 1
12 1 3 6 2 12
24 4 1 5
36 1 1 2
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48 1 1 2
60 1 1
72 1 1 1 3
84 1 1
TOTAL 12 15 20 15 62
 Não houve diferença quando foi comparado o número de animais atendidos
pelo PROCOPA com a média atendida em Campanhas promovidas pelo
NATEV (dados não mostrados), mas devido as atividades desenvolvidas pelo
PROCOPA serem realizadas de forma contínua houve um estreitamento das
relações entre a universidade e a comunidade adjacente.
 No Quadro 3 estão descritos o número de alunos participantes das atividades
por semestre. Foi observada maior participação de alunos de 5° e 9° semestres,
isso pode estar associado ao maior interesse pelo programa por discentes que
estão cursando disciplinas correlacionadas com as atividades do PROCOPA,
tais como Semiologia, Técnica Cirúrgica, Anestesiologia, Patologia Cirúrgica e
Epidemiologia, transpondo o aprendizado teórico para uma aplicação prática,
permitindo maior vivência com a profissão e com o atendimento ao público. Isto
faz com que estes se tornem mais capazes de lidar com situações que
requerem conhecimento técnico e ações efetivas.
 A participação dos Residentes Ingressantes do Setor de Cirurgia de Pequenos
Animais do HOVET/UNISA se torna fundamental a medida que esses podem
contribuir com o aprendizado técnico dos graduandos e cria uma oportunidade
de aprimoramento profissional pois eles adquirem maior destreza no
procedimento cirúrgico, já que na rotina do HOVET o número de cirurgias
realizadas com essa finalidade é menor.
A dinâmica de trabalho num programa de esterilização em massa explora a
capacidade dos alunos e residentes em trabalhar em equipe respeitando as
diferenças individuais e curriculares de cada um, auxiliando na formação de
profissionais e cidadãos diferenciados. 
 Considerando que cada vez mais o poder público está envolvido em
Programas dessa natureza, estes terão a capacidade de futuramente
estabelecerem parcerias com as Prefeituras Municipais, assim como ocorre no
Município de São Paulo.
Quadro 3: Número de alunos separados por semestre que participaram das
atividades do PROCOPA na UNISA no 1º semestre de 2009.
GRADUANDOS PARTICIPANTES DO PROCOPA 
SEMESTRE 1º 3º 5º 7º 9º TOTAL
DISCENTES FIXOS 0 2 3 0 2 7
DISCENTES ROTATIVOS 2 4 12 1 7 26
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TOTAL 2 6 15 1 9 33
CONCLUSÃO:
 O Programa de Controle de Populacional Animal se mostrou viável envolvendo
a participação da estrutura acadêmica (professores, residentes e alunos) e a
comunidade promovendo a conscientização da população ao mesmo tempo em
que auxilia na formação de jovens profissionais.
 Nessa atividade ocorreu o estreitamento da relação docente-discente
melhorando o processo de ensino-aprendizagem. 
 O PROCOPA deve ser aprimorado visando uma maior capacidade de
atendimento à população e atrelando programas educacionais de posse
responsável, bem estar animal e promoção de saúde com a finalidade de
contribuir efetivamente com o controle de natalidade da população de cães e
gatos. 
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(Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e
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PARANHOS, T.N. Estudo das populações canina e felina, em domicilio,
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Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
REICHMANN, M.L.A.B. et al., Educação e promoção da saúde no Programa de
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1,p.102-105, abril, 2008
________________________________________________________________
natynomo@yahoo.com.br
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Reticulocitose e Reticulocitopenia Canina
AMANDA EVELYN CECCONI DA SILVA(1)
ELIZABETH BOHLAND(2)(Orientadores)
INTRODUÇÃO:
 Os reticulócitos são células eritróides imaturas anucleadas com resquícios de
ribossomos e ácido ribonucleico (RNA) (COTTER, 2001). Foram descritos pela
primeira vez em 1865 por Wilhelm Heinrich Erb que detectou a presença de
grânulos intraeritrocitários (COWGILL, NEEL e GRINDEM, 2003). Possuem um
tamanho maior do que o eritrócito maduro (RILEY et al, 2001), porém somente
apresentam 20% de hemoglobina total quando comparado a uma hemácia
(GONZÁLEZ e SILVA, 2008).
Segundo Fernandez e Grindem (2006) estas células são periodicamente
liberadas na circulação a cada 14 dias permanecendo por dois a três dias na
Medula Óssea antes de entrar na corrente sanguínea por diapedese. (JAIN,
1993)
Quando liberadas na circulação, essas células contêm uma agregação de RNA,
sendo chamandas de “reticulócitos agregados”. Com o tempo, a quantidade de
RNA diminui a pequenos pontos ou manchas e essa célula mais velha é
denominada reticulócito ponteado (BUSH, 2004).
Cães respondem vigorosamente com reticulócitos agregados em anemias
regenerativas. Os reticulócitos ponteados são encontrados em uma
porcentagem tão inferior que não se torna necessário a sua diferenciação
(FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).
Anemia é a diminuição da habilidade do sangue em suprir as necessidades
adequadas de oxigenação para o funcionamento metabólico. É caracterizada
pela redução do valor de hemoglobina, hematócrito ou contagem de eritrócitos
abaixo da referência em animais normalmente hidratados. A causa da anemia é
determinada pela evolução histórica do paciente, exame clínico e físico
juntamente com os resultados hematológicos laboratoriais. A determinação da
causa base da anemia é fundamental para o tratamento terapêutico e
prognóstico do paciente. (AIRD, 2000)
As anemias são classificadas quanto ao aspecto morfológico em: Macrocíticas
(hemácias de volume maior), Microcíticas (hemácias de volume reduzido) e
Normocíticas (hemácias de volume regular). Quanto às propriedades tintoriais
da hemoglobina: Normocrômicas (normal) ou Hipocrômicas (pálida) (LORENZI,
2006).
Em relação à resposta medular, esssas podem ser regenerativas, quando a
medula esta respondendo, ou seja, lançando células jovens (reticulócitos) na
circulação, ou arregenerativa, quando não se observa resposta medular face a
Ciências Agrárias
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32
anemia. 
As anemias regenerativas são assim classificadas por uma perda excessiva de
hemácias, porém a sua produção medular está preservada (GARCIA-
NAVARRO, 2005). 
A reticulocitose (aumento do número de reticulócitos na circulação periférica)
ocorre somente nas anemias de causas extra-medulares (BUSH, 2004); como
nas hemorragias com evolução superior a três dias ou hemólise, onde a
reticulocitose ocorre de forma mais acentuada (BROCKUS e ANDREASEN,
2003) porque existem recursos de ferro e proteína para a eritropoiese
(FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).
Anemias arregenerativas são extra ou intra-medulares (BROCKUS e
ANDREASEN, 2003). Normalmente são anemias medianas para severas com
complicação sistêmica secundária associada (WEISS e TVEDTEN, 2004) entre
elas: doença renal, doença hepática, perda crônica de sangue, endocrinopatias,
deficiências nutricionais (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006). A anemia da
doença inflamatória (ADI) é a etiologia mais comum, sendo que compreende
várias afecções: doenças inflamatórias no geral, Infecções ou neoplasias.
(CANÇADO e CHIATTONE, 2002). As causas intra medulares podem ocorrer
por depressão ou falha total de sua função. (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).
OBJETIVO:
Justificativa: O objetivo geral do presente estudo foi avaliar o número de
reticulócitos do sangue de cães com valores do hemograma dentro da faixa de
normalidade e de cães anêmicos atendidos no no Hospital Veterinário da
Universidade de Santo Amaro no período de março a maio de 2009.
Objetivos específicos:
Avaliar o número relativo e absoluto de reticulócitos de cães anêmicos ou não
Avaliar o índice de produção de reticulócitos de cães anêmicos ou não
Avaliar a reticulocitose em função da classificação hematimétrica das anemias
Avaliar a reticulocitose em função do grau de anemia
METODOLOGIA:
 Foram utilizadas 480 amostras sanguíneas de cães (machos e fêmeas de
várias raças e idades sendo hígidos ou enfermos) que foram atendidos no
Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de
Santo Amaro em um período de 3 meses.
As amostras sanguíneas foram coletadas através da punção da veia jugular
externa com auxílio de seringa e agulha e transferidas imediatamente para
tubos com anticoagulante EDTA em um volume final de meio (0,5) ml ou três ml
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de acordo com o tamanho do tubo utilizado.
Após a coleta as amostras eram enviadas rapidamente ao Laboratório de
Análises Clínicas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de
Santo Amaro onde foi realizado o hemograma completo e contagem de
reticulócitos. 
O hemograma completo era realizado pelo método manual: a contagem de
hemácias foi realizada após a diluição da amostra com líquido de Gower (1:200)
utilizando Câmara de Neubauer; o volume globular foi determinado pela técnica
do microhematócrito e a hemoglobina foi mensurada pelo método da
cianometahemoglobina. A partir desses dados pode-se obter os Índices
Hematimétricos: Volume Corpuscular Médio (VCM), Hemoglobina Corpuscular
Média (HCM) e Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) e a
classificação das anemias.
Para a contagem de reticulócitos as amostras sanguíneas foram colocadas em
um tubo com azul de cresil de brilhante à 1% na proporção de 1:1 sendo
mantidas em repouso em temperatura ambiente por vinte minutos. Após este
período foi realizado um esfregaço sanguíneo que foi corado pelo método
rápido (panótico). Após a secagem das lâminas foi realizada a contagem de
reticulócitos em microscópio óptico utilizando a objetiva de imersão (x100). 
Para obter o valor relativo dos reticulócitos, essas células imaturas foram
diferenciadas sobre mil hemácias em campos microscópicos homogêneos e
expressos em porcentagem. 
O valor absoluto de reticulócitos foi calculado através da multiplicação do
percentual de reticulócitos encontrados com o número total de hemácias
(BIRGEL etal, 1982). O grau de reticulocitose relativa e absoluta foi estimado
em normal, baixo, moderado a marcado (WEISS e TVEDTEN, 2004; FELDMAN,
2000)
Para a determinação do índice de produção de reticulócitos (IPR) inicialmente
foi obtido o percentual de reticulócitos corrigidos, ou seja, percentual de
reticulócitos vezes o volume globular encontrado dividido pelo volume globular
médio da espécie (cão - 45%). O IPR foi calculado dividindo-se o percentual de
reticulócitos corrigidos pelo número de dias que o reticulócito permanece na
circulação periférica (cuja variação é de um a dois dias e meio em função do
valor de hematócrito obtido). Valores de IPR menores ou iguais a um foram
associados a processos não regenerativos, valores entre 1 e 2 levemente
regenerativos e superiores a 2 foram associados a processos regenerativos
(NELSON e COUTO, 2001).
Para a classificação dos animais quanto ao grau de anemia, foi utilizado o valor
do volume globular obtido, conforme FELDMAN (2000). Assim, os animais
foram classificados e divididos nos seguintes grupos: Grupo I - não anêmicos
(ht 37%), Grupo II - anemia leve (30 – 37 %), Grupo III – anemia moderada (20
– 29 %), Grupo IV – anemia severa a muito severa (menor ou igual a 19%).
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RESUMO:
Das 480 amostras avaliadas, 17 foram excluídas do estudo pois os animais
apresentavam valores de hematócrito superior a 54%. O grupo de animais com
anemia severa a muito severa foi assim constituído devido ao pequeno número
de animais que apresentaram anemia muito severa (nove animais).
Das amostras analisadas, 253 eram provenientes de cães não anêmicos (ht 37)
– GRUPO I, 97 de animais com anemia leve (30 -37) – GRUPO II, 67 com
anemia moderada (20 – 29) – GRUPO III e 46 de anemias severa a muito
severas (<=a 19%) – GRUPO IV. 
Avaliação do número relativo de reticulócitos de cães anêmicos ou não.
Considerando os valores absoluto (V.A.) e relativo (V.R.) de reticulócitos, os
valores médios e d.p para cada um dos grupos foram respectivamente, os
seguintes: Grupo I (não anêmicos): V.A. 35.344,7 +/- 30773,5 e V.R. 0,56 +/-
0,50; Grupo II (anemia leve): V.A. 40.647,4 +/- 40489,1 e V.R. 0,85 +/- 0,9;
Grupo III (anemia moderada): V.A. 72.179,1 +/- 58106,3 e V.R. 2,07 +/- 1,8 e,
Grupo IV (anemia severa a muito severa)V.A. 65439,13 +/- 45622,3 e V.R. 3,16
+/- 2,2.
Os animais não anêmicos apresentaram valores relativos de reticulócitos
inferiores a 4%, sendo que a maioria dos animais (84,2%) apresentaram valores
até 1% e o restante (15,8%) entre 1-4%. O valor médio e desvio padrão do
percentual de reticulócitos para esses cães foram de 0,56 +/- 0,5. Quando a
resposta medular foi analisada considerando o valor absoluto, resultados
semelhantes foram encontrados com 81,6% dos animais com valores inferiores
a 60.000 reticulócitos por microlitro de sangue e 18,4 % com valores entre
60.000 e 150.000 ret/µL de sangue.
Dentre os animais com anemia leve, também foi observado um maior número
de animais com valores relativos de reticulócitos inferior a 1% (74,2%); 24,7% -
entre 1 e 4% e 1,0% de animais entre 4,1 e 20% de V.R. Resultado bastante
semelhante foi encontrado quando considerado o valor absoluto dessas células.
Este padrão de resposta se alterou para os animais com anemia moderada
onde foi verificado que 37,3% com V.R. inferior a 1%; 50,7% dos animais
apresentaram um V.R. entre 1 e 4%; e 11,9% apresentaram resposta entre 4,1
e 20%. Considerados os valores absolutos, 46,3% não responderam a anemia,
46,3% mostraram resposta leve, 6% resposta moderada e 1,5 % marcada. 
Entre os animais com anemia severa ou muito severa com percentuais de
resposta muito semelhantes aos valores encontrados acima (V.R. entre 1 e 4%:
47,8%; até 1%: 23,9% e, entre 4,1 e 20%: 28,3%. Analisando os resultados
acima foi observado que quanto maior a intensidade da anemia, maior foi a
magnitude da resposta medular, avaliada pelo Valor Relativo de Reticulócitos.
Os valores absolutos de reticulócitos desses animais tiveram comportamento
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35
semelhante ao encontrado nas anemias moderadas, exceto para a resposta
marcada, que não foi verificada em nenhum dos animais desse grupo. 
Estes resultados revelam que na anemia moderada, o número de hemácias tem
uma maior influência sobre o número absoluto de reticulócitos.
Em relação ao índice de produção de reticulócitos (IPR), os valores médios e
encontrados para todos os grupos foram inferiores a um, conforme podemos
observar a seguir: GRUPO I: 0,46 +/- 0,4; GRUPO II: 0,36 +/- 0,4, GRUPO III:
0,50 +/- 0,4 e GRUPO IV: 0,43 +/- 0,3. Avaliando a resposta por grupo,
verificamos que mais de 86% dos animais de cada grupo apresentou IPR igual
ou inferior a 1%. IPR entre 1 e 2 (indicativo de resposta leve) foi mais
expressivo nos grupos de animais com anemia moderada (13,4%) e nos
animais não anêmicos (9,5%). IPR acima de 2, ou seja, associado a processos
regenerativos, somente foi encontrado para uma pequena parcela doas animais
não anêmicos e levemente anêmicos, correspondentes a respectivos de 0,8% e
1% dos cães desses grupos.
Os resultados do IPR são discrepantes dos obtidos utilizando os Valores
relativos e absolutos, amplamente utilizados em Medicina Veterinária, e
precisam ser melhor avaliados, procurando verificar a utilidade dessa variável,
utilizada para a espécie humana, na avaliação da resposta medular de cães.
Alguns autores sugerem um maior estudo deste parâmetro, pois este ainda não
foi validado seu uso na Medicina Veterinária.
Considerando os Índices Hematimétricos, foi verificado que entre os animais
não anêmicos 90,9% apresentaram hemácias de tamanho e cor semelhante à
normalidade (normocíticas normocrômicas), 2,4% foram macrocíticas
normocrômicas e 6,7% normocíticas hipocrômicas. 
Animais levemente anêmicos em sua maioria apresentaram anemias
normocíticas normocrômicas (90,7%) que também foram prevalentes nas
anemias moderadas em 77,6% dos cães desse grupo e em 34,8% dos animais
com anemias severas. As anemias normocíticas hipocrômicas ficaram em
segundo lugar na ocorrência em 5,2% dos casos de anemias leve; 13,4% das
moderadas e 10,9% das severas. Seguiram-se os casos de anemias
macrocíticas normocrômicas com 1% doas animais com anemias leves, 3% dos
que apresentaram anemia moderada e 14% das severas. As anemias
macrocíticas hipocrômicas, conhecidas como regenerativas, só foram
encontradas em 2,2% do total de animais do estudo ou 4,8% dos animais
anêmicos, tendo ocorrido com maior freqüência entre os animais com volume
globular inferior à 19%. 
A partir destes valores foi possivel averiguar a grande variação entre as formas
de avaliação da resposta medular mais utilizadas de rotina (sendo que 17% das
amostras obtiveram valores divergentes.). A resposta regenerativa de
macrocitose e hipocromia baseada na avaliação dos índices hematimétricos
UNISA - Universidade de Santo Amaro
12º Congresso de Iniciação Científica, 6ª mostra de Pós-Graduação
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(somente foi confirmada com reticulocitose em 40% das amostras) deve ser
cuidadosamente analisada, principalmente quando utilizados métodos manuais
de contagem do número de hemácias.
CONCLUSÃO:
Os resultados mostraram que a contagem de reticulócitos é fundamental para a
melhor avaliação da resposta medular do paciente canino à anemia, devendo
porém ser interpretada em conjunto com os dados do exame físico e outros
exames complementares do paciente. E sempre que necessário a resposta
medular deverá ser avaliada por exames mais sensíveis como a citologia ou
biópsia de Medula óssea.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AIRD, Betsy, Clinical and Hematologic Manifestations of Anemia In: FELDMAN,
Bernard F.; ZINKL, Joseph G.; JAIN, Nemi C. Schalm’s Veterinary Hematology 5
ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. cap.25, 140-2
BIRGEL, E.H. et al. Patologia clínica veterinária. São Paulo: SPMV, 1982. 260p
BROCKUS,

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