Aula 03 Percepção

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17/05/2021 UNINTER - PERCEPÇÃO MUSICAL
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PERCEPÇÃO MUSICAL
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Bruna Kaiser Wasem
17/05/2021 UNINTER - PERCEPÇÃO MUSICAL
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CONVERSA INICIAL
Para que um músico possa desenvolver sua habilidade de percepção musical, faz-se necessária a
compreensão dos intervalos presentes na melodia, nas escalas e na harmonia (Neto, 2009). Como o
ritmo está relacionado à duração dos sons, ele é o único elemento que não possui vínculo com a
altura, como vimos nas aulas anteriores.
Objetivando desenvolver nossa percepção melódica e harmônica, é preciso compreender a
estrutura dos intervalos. De acordo com Angélico (2002), um intervalo consiste na diferença de altura
entre dois sons diferentes, sendo classificados com base na distância entre os graus das duas notas
que o formam. Nesta aula, iremos estudar os intervalos harmônicos, os intervalos compostos,
inversão de intervalos e incluir mais algumas dicas para o estudo dos intervalos melódicos, buscando
compreender suas diferentes estruturas, fundamentais para o desenvolvimento da percepção
musical.
Obs.: os áudios mencionados ao longo deste material estão disponíveis na videoaula.
TEMA 1 – ESTRUTURA DOS INTERVALOS
A estrutura dos intervalos musicais é classificada qualitativa e quantitativamente. A classificação
da estrutura do intervalo é responsável pela identificação deste, podendo ele ser simples ou
composto, ascendente ou descendente e melódico ou harmônico.
Melodias são compostas por relações intervalares entre as suas notas de forma sucessiva (uma
após outra), já os acordes são formados por intervalos entre as notas simultâneas (que soam ao
mesmo tempo). Portanto, a compreensão, o estudo e o treinamento auditivo dos intervalos são
fundamentais para que o músico seja capaz de ouvir, identificar e reproduzir sequências melódicas e
harmônicas.
Na sequência, faremos uma revisão dos intervalos simples, suas características e como classificá-
los.
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1.1 INTERVALOS SIMPLES
Intervalo simples é aquele que compreende uma distância até uma oitava da nota de referência,
podendo este ser classificado como menor, maior ou justo.  Por exemplo, tomando como referência a
nota Dó², são demonstrados todos os seus intervalos simples ascendentes na tabela a seguir.
Tabela 1 – dos intervalos simples
É importante ressaltar que entre a quarta justa e a quinta justa, há o trítono, classificado de
forma diferente dos demais intervalos. O trítono consiste em um intervalo entre alturas de duas notas
musicais, no qual a distância resulta em exatamente três tons inteiros. Tal intervalo resulta em uma
complexa dissonância, sendo muito utilizado na música ocidental. Quando este é apresentado em
acordes, é caracterizado como quarta aumentada ou quinta diminuta (Fernandes, 2016).
TEMA 2 – INTERVALOS HARMÔNICOS: TERÇAS, QUINTAS E
SÉTIMAS
Como já mencionado, os intervalos harmônicos são aqueles formados de sons que soam
simultaneamente, ou seja, notas tocadas ou cantadas ao mesmo tempo.
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Agora vamos analisar, através do pentagrama, os intervalos simples demonstrados na Tabela 1.
Os intervalos de terças, quintas e sétimas apresentam padrões de leitura na pauta que facilitam suas
identificações. Esses intervalos são apresentados por padrões de linha, linha ou espaço e espaço.
2.1 TERÇAS
Se determinada nota está localizada em uma linha ou espaço, e além disso, há outra nota
localizada exatamente uma linha ou um espaço acima, temos, então, o intervalo de terça, como
demonstrado na Figura 1.
Figura 1 – Intervalos simples de terças
Para que você seja capaz de identificar os intervalos harmônicos pela escuta, é preciso ter
guardado na memória como cada intervalo soa de forma melódica. Com base no intervalo
harmônico ouvido, você pode separar as duas notas mentalmente e tentar cantá-las para a sua
identificação. Escute os exemplos a seguir:
Áudio 1: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P093.mp3>
áudio 2: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P094.mp3>
2.2 QUINTAS
Se determinada nota está localizada em uma linha e há outra linha localizada duas linhas acima,
pulando uma linha da nota base, temos o intervalo de quinta. O mesmo acontece para espaços,
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http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P094.mp3
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como demonstrado na Figura 2.
Figura 2 – Intervalos de quintas
áudio 3: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P083.mp3>
2.3 SÉTIMAS
Se temos determinada nota em uma linha e outra nota localizada exatamente 3 linhas acima da
nota base, temos, então, o intervalo de sétima. O mesmo acontece para espaços, como demonstrado
na figura a seguir.
Figura 3 – Intervalos de sétimas
áudio 4: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P087.mp3>
áudio 5: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P088.mp3>
http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P083.mp3
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TEMA 3 – INTERVALOS HARMÔNICOS: QUARTAS, SEXTAS,
OITAVAS E SEGUNDAS
Memorizando os padrões de terças, quintas e sétimas, se torna mais fácil o entendimento sobre
os intervalos de quartas, sextas e oitavas. Os intervalos de quartas, sextas e oitavas são identificados
com padrões opostos aos padrões de linhas e espaços estabelecidos nos intervalos de terças, quintas
e sétimas. Se a nota base estiver em uma linha, os intervalos de quartas, sextas e oitavas estarão em
um espaço. O mesmo acontece se a nota base estiver em um espaço, no qual os intervalos referidos
estão em uma linha.
3.1 QUARTAS
áudio 6: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P081.mp3>
 3.2 SEXTAS
Os intervalos de sextas sempre estarão exatamente acima dos intervalos de quintas.
Figura 5 – Intervalos de sextas
http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P081.mp3
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áudio 7: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P089.mp3>
áudio 8: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P090.mp3>
3.3 OITAVAS
Os intervalos de oitavas sempre estarão exatamente acima dos intervalos de sétimas.
Figura 6 – Intervalos de oitavas
áudio 9: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P077.mp3>
3.4 SEGUNDAS
Os intervalos de segundas são localizados ao lado da nota base, sendo as notas separadas
ligeiramente. Os intervalos de segundas também seguem o padrão de linhas e espaços. Se a nota
base estiver localizada em determinada linha, o intervalo de segunda estará localizado no próximo
espaço. O mesmo padrão se aplica se a nota base estiver em um espaço, estando o intervalo de
segunda localizado na próxima linha. Ambos exemplos são demonstrados na Figura 7.
Alguns intervalos, como as segundas e o trítono, podem ser mais fáceis de serem identificados
pela escuta, quando tocados ou cantados harmonicamente, por serem formados de notas muito
próximas (segundas) e pela “força” da dissonância.
Figura 7 – Intervalos de segunda
http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P089.mp3
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http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P077.mp3
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áudio 10: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P086.mp3>
áudio 11: <http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P097.mp3>TEMA 4 – INTERVALOS COMPOSTOS
Ao desenvolvermos nossa habilidade de leitura e compreensão dos padrões de intervalos
simples, se torna fácil a leitura dos intervalos compostos. Os intervalos compostos são, na verdade, os
intervalos simples localizados uma ou mais oitavas a partir da nossa base. Portanto, cada intervalo
simples possui um intervalo composto correspondente. Sendo assim, podemos nominar os intervalos
compostos realizando a contagem a partir dos intervalos simples.
Por exemplo, na figura a seguir, temos um intervalo simples de segunda menor, como já visto no
subitem anterior.
Figura 8 – Intervalo simples de segunda menor
Qual seria o intervalo composto correspondente ao intervalo de segunda menor apresentado na
figura 8? O intervalo composto em questão está representado na figura 9. Para quantificá-lo,
podemos realizar a contagem a partir do intervalo simples de segunda menor.
http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P086.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2021/ABR/10202100590-P097.mp3
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Figura 9 – Intervalo composto
A conta ficaria assim: intervalo de segunda menor + múltiplos de 7 (dependendo da oitava onde
o intervalo composto em questão se encontra). Tomando o exemplo da Figura 9, temos: 2 (intervalo
de segunda menor) + 7 = 9 > resultando assim em um intervalo composto de nona menor.
Perceba que a classificação menor do intervalo de segunda não muda ao encontrarmos o
intervalo composto correspondente. Essa regra se mantém em todas as conversões de intervalos
simples para composto e vice e versa.
O oposto vale para encontrarmos os intervalos simples a partir de um intervalo composto. Por
exemplo, se tivermos um intervalo composto de décima terceira maior e quisermos encontrar o
intervalo simples correspondente, subtraímos 7 do intervalo de décima terceira maior, em que: 13
(intervalo composto de décima terceira maior) - 7 = 6 > intervalo simples de sexta maior.
TEMA 5 – INVERSÃO DE INTERVALOS
Podemos, também, realizar a inversão dos intervalos. Para fazer isso, temos que deslocar a nota
mais grave do intervalo em questão para uma oitava acima, ou deslocar a nota mais aguda para uma
oitava abaixo. Vejamos o exemplo da Figura 10, em que temos um intervalo simples de segunda. 
Figura 10 – Intervalo simples de segunda
Se quisermos inverter o intervalo em questão, como apresentado, podemos deslocar a nota mais
grave para uma oitava acima, transformando-o como demonstrado na Figura 11.
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Figura 11 – Primeira opção para a inversão do intervalo simples de sétima
A outra opção seria deslocarmos a nota mais aguda para uma oitava abaixo, como mostra a
Figura 12.
Figura 12 – Segunda opção para a inversão do intervalo simples de segunda
É importante ressaltar que, quando invertemos um intervalo, este sofre uma alteração qualitativa
e uma quantitativa. Para saber qual o resultado da transformação quantitativa, devemos somar o
intervalo inicial com um número que resulte em 9. Por exemplo, suponha que você queira saber qual
é o intervalo resultante da inversão de um intervalo de quinta justa. Para isso, devemos pensar qual o
número que somado a 5 resulta em 9. Nesse caso, o número é 4. Portanto, o novo intervalo invertido
será um intervalo de quarta justa, em que: 5 (intervalo de quinta justa) + 4 (número que resulta no
somatório de 9) = 9
Mas e se o intervalo a ser invertido for um intervalo de segunda menor? Este continuará sendo
menor após a inversão?
Como já mencionado, os intervalos invertidos sofrem tanto alterações quantitativas quanto
qualitativas. As alterações quantitativas já foram discutidas. Em relação às qualitativas, devemos
sempre lembrar dos padrões demonstrados na tabela abaixo. Da mesma forma, os intervalos
melódicos ascendentes se tornam descendentes e vice e versa.
Quadro 2 – Qualitativas
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Intervalo Inversão
Maior Menor
Menor Maior
Justo Justo
Aumentado diminuto
Diminuto Aumentado
NA PRÁTICA
Memorizando esses padrões de intervalos, conseguimos distinguir todos os intervalos musicais
simples. Antes de começarmos a falar sobre os intervalos compostos, vamos praticar o nosso
entendimento sobre intervalos simples por meio dos exercícios abaixo:
Ex. 1. Quais são a terça (maior), quinta (justa) e sétima (menor) da nota Lá?
Ex. 2. Como é a distância entre a nota base e sua sétima menor?
Ex. 3. Qual é o grau de intervalo de uma distância de 4 tons e 1/2 entre a nota base e a próxima
nota?
Ex. 4. Qual é a especificação da nota localizada a uma distância de 5 tons e 1/2 da nota base?
Ex. 5. Como é denominado o intervalo localizado exatamente a 3 tons da nota base?
Ex. 6. No link a seguir, você pode acessar um vídeo disponível no YouTube em que poderá ouvir
os intervalos harmônicos presentes entre as notas naturais (no piano são as teclas brancas), partindo
de dó e também vê-los grafados na partitura com a sua classificação.
Intervalos harmônicos: < https://www.youtube.com/watch?v=lyso9gnallc>.
Ex. 7. Complete a tabela abaixo com o intervalo ascendente, tendo a nota G² (sol) como nota de
referência.
Especificação Notas Especificação Notas
x Sol² - Sol²    
https://www.youtube.com/watch?v=lyso9gnallc
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Segunda menor   Quinta justa  
Segunda maior   Sexta menor  
Terça menor   Sexta maior  
Terça maior   Sétima menor  
Quarta justa   Sétima maior  
Trítono   Oitava justa  
Ex. 8. Amarelinha musical: atividade bastante prática para o treinamento auditivo dos intervalos
harmônicos. Aqui você pode confeccionar cartões grandes com o nome das notas musicais e deixá-
los dispostos no chão, como uma amarelinha. O professor ou um aluno pode tocar intervalos
harmônicos no piano, teclado ou violão, enquanto outro aluno fica de costas e pula em cima das
notas que ele acredita ter ouvido. O guia da brincadeira pode sempre dizer ao ouvinte qual a
primeira nota tocada como ponto de partida. É uma forma dinâmica e muito divertida de realizar o
treino da percepção de intervalos. Você pode trabalhar somente com as notas naturais e, conforme o
nível da turma, adicionar as notas alteradas (com sustenido e bemol). Esse exercício também pode ser
realizado com intervalos melódicos ascendentes e descendentes.
Ex. 9. Escreva o intervalo inverso correspondente:
2ª menor – ____________________
5ª justa – __________________
6ª menor ascendente – ____________________
7ª maior descendente – ____________________
3ª menor descendente – ______________________
FINALIZANDO
Nesta aula, trabalhamos a percepção dos intervalos harmônicos, com algumas dicas para a sua
identificação. Memorizá-los auditivamente é fundamental para a percepção de harmonias em música.
Revisemos algumas dicas importantes para a percepção e escrita dos intervalos:
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Intervalo simples é aquele que compreende uma distância até uma oitava da nota de referência,
podendo este ser classificado como menor, maior ou justo;
Entre a quarta justa e a quinta justa, há o trítono, classificado de forma diferente dos demais
intervalos;
Os intervalos de terças, quintas e sétimas apresentam padrões de leitura na pauta que facilitam
suas identificações;
Os intervalos de quartas, sextas e oitavas são identificados com padrões opostos aos padrões
de linhas e espaços estabelecidos nos intervalos de terças, quintas e sétimas;
Os intervalos de segundas são localizados ao lado da nota base, sendo as notas separadas
ligeiramente;
Os intervalos compostos são, na verdade, os intervalos simples localizados acima de uma oitava
a partir da nossa base. Portanto, cada intervalo simples possui um intervalo composto
correspondente.Sendo assim, podemos nominar os intervalos compostos realizando a
contagem a partir dos intervalos simples.
GABARITO DOS EXERCÍCIOS
Ex. 1: Terça maior: Dó # - Quinta justa: Mi – Sétima menor: Sol
Ex. 2: 5 tons
Ex. 3: Sexta maior
Ex. 4: Sétima maior
Ex. 5: Trítono
Ex. 7:
Especificação Notas Especificação Notas
x Sol² - Sol²    
Segunda menor Lá b Quinta justa Ré
Segunda maior Lá Sexta menor Mi b
Terça menor Si b Sexta maior Mi
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Terça maior Si Sétima menor Fá
Quarta justa Dó Sétima maior Fá #
Trítono Dó # - Ré b Oitava justa Sol³
Ex. 9:
7ª maior
4ª justa
3ª maior descendente
2ª menor ascendente
6ª maior ascendente
REFERÊNCIAS
FERNANDES, J. N. Debates em linguagem e estruturação/teoria da música/análise musical.
Debates-cadernos do programa de pós-graduação em música, n. 16, 2016.
NETO, W. C. B.; DE MATOS, R. Dinamizando o desenvolvimento da percepção musical: um
sistema de apoio à realização de exercícios. In: Anais do workshop de informática na escola. 2009.
Anais...  p. 1743-1751.
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