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1 Flávia Demartine SAÚDE DO IDOSO Avaliação geriátrica ampla (AGA) AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA A AGA é definida como um processo diagnóstico multidimensional, cuja a meta é determinar as condições médicas, funcionais e psicossociais do idoso, a fim de desenvolver um plano global de tratamento e acompanhamento a médio e longo prazo. O termo começou a ser utilizado no Reino Unido no final da década de 30 em artigos da britânica Marjory Warren, que é considerada a mãe da Geriatria. Os conceitos e parâmetros utilizados atualmente na AGA evoluíram ao longo de todos esses anos, incorporando elementos do exame clínico tradicional, da avaliação realizada por assistentes sociais e especialistas em reabilitação, da avaliação nutricional e neuropsicológica. Ao incorporar todos esses métodos de forma compacta, criou-se um meio objetivo de “ver a pessoa idosa como um todo”. OBJETIVO Formular um plano terapêutico e de acompanhamento, coordenado, integrado e a longo prazo, visando a recuperação e/ou a manutenção da capacidade funcional; É uma resposta a complexidade e multiplicidade de problemas apresentados pelo idoso; A AGA faz uso de escalas como instrumentos de rastreamento e prognóstico (não podem ser utilizadas como diagnósticos). As escalas podem ser utilizadas para diversos aspectos da saúde, como capacidade funcional e saúde mental, e para patologias específicas, como escalas de classificação funcional para insuficiência cardíaca congestiva ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Escalas de auto-avaliação também têm-se mostrado úteis já que foi constatado em estudos pior prognóstico em pacientes que avaliam como ruim seu estado de saúde. É realizada por uma equipe multiprofissional que quantifica as capacidades e os problemas de saúde, psicossociais e funcionais do idoso de forma a estabelecer um planejamento terapêutico em longo prazo e o gerenciamento dos recursos necessários. Determinar as fragilidades do idoso, principalmente com relação à sua capacidade funcional; Difere do exame clínico padrão, enfatiza a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida e por basear-se em escalas e testes quantitativos; AVALIAÇÃO DO IDOSO: Componentes: Médico Mental Funcional Social FUNCIONALIDADE Associada ao grau de autonomia e independência para as atividades de vida diária. Autonomia Decisão Cognição e humor Independência Execução Mobilidade e comunicação CAPACIDADE FUNCIONAL Compreende-se por capacidade funcional, a capacidade de manter as atividades físicas e mentais necessárias a uma vida independente e autônoma; O.M.S. define 3 aspectos: Deficiência é a anomalia ou perda da estrutura corporal, aparência ou função de um órgão ou sistema. Incapacidade é a restrição ou perda de habilidades. Desvantagem são restrições ou perdas sociais e/ou ocupacionais experimentadas pelo indivíduo. S M C I O 2 Flávia Demartine INDISPONÍVEL EM IDOSOS DE ALTO RISCO Com mais de 80 anos; Que vivem sozinhos; Sofrendo de luto ou depressão; Apresentando deficiência cognitiva; Vítimas de quedas frequentes; Pacientes com incontinência; VALOR PONTECIAL NO RASTREIO FUNCIONAL Identificar pacientes em risco; Melhorar qualidade de vida independência e função Reduzir custos de saúde pela prevenção Reduzir ou retardar a incapacidade prevenção ou compressão de morbidade Melhorar resultados hospitalares MANIFESTAÇÕES DE DOENÇAS NO IDOSO Atípicas Sintomas Inespecíficos Início insidioso Sub-clínico Sintomas não relatados É fácil “perder” um diagnóstico POR QUE É NECESSÁRIA UMA AVALIAÇÃO AMPLA? Pela complexidade própria do idoso Doenças ocultas; Coexistência de múltiplas doenças; Polifarmácia; Perda funcional/ incapacidades; Síndromes Geriátricas; Fragilidades; Apresentações atípicas; Maior probabilidade de morte/ final da vida; INCAPACIDADE FUNCIONAL Dificuldade para realizar atividades típicas e pessoalmente desejadas na sociedade; COMO OS IDOSOS VIVEM OS ANOS ADICIONAIS GANHOS COM O AUMENTO DA LONGEVIDADE? Muitos idosos mesmo recebendo o tratamento adequado para as doenças que os acometem, continuam apresentando incapacidade para executar as AIVD e/ou AVD; Comprometimento da qualidade de vida e pode significar que existam doenças ainda não diagnosticadas; DEFINIÇÃO DE AVD E AIVD ATIVIDADE DA VIDA DIÁRIA (AVD) Auto cuidado Mobilidade Alimentação Higiene pessoal Vestir, despir, calçar ATIVIDADE INSTRUMENTAIS DA VIDA DIÁRIA (AIVD) Ir a compras Gerir o dinheiro Utilizar o telefone Limpar Cozinhar Utilizar transportes DIMENSÕES E SUBDIMENÇÕES DA AGA Estado funcional; Condições medicas; Funcionamento social; Saúde mental; 3 Flávia Demartine 4 Flávia Demartine QUAIS SÃO OS CANDIDATOS A AVALIAÇÃO FUNCIONAL GERIÁTRICAS? Indivíduos com 60 anos ou mais; Portadores de grandes síndromes geriátricas; PONTOS RELEVANTES O idoso deve ser avaliado globalmente. Seus órgãos e sistemas não podem ser vistos separadamente. Assim como, a sua capacidade funcional e aspectos sociais, psicológicos e culturais nunca devem deixados para o segundo plano. O objetivo da AGA é detectar as incapacidades e desvantagens e fazer o planejamento terapêutico e de reabilitação focalizando as suas ações não só no diagnóstico e tratamento de doenças específicas, mas principalmente na manutenção e recuperação da capacidade funcional. 5 Flávia Demartine Existem diferenças enormes entre indivíduos da mesma idade, por exemplo, um senhor de 80 anos que pode estar totalmente ativo e independente e outro da mesma idade, acamado, demenciado e totalmente dependente. Portanto o envelhecimento não ocorre de forma linear e "padronizada" por pessoa e idade. Ambiente inadequados contribuem para a diminuição da capacidade funcional do idoso. Avaliar a possibilidade de introduzir modificações físicas que possam tornar a casa mais convenientes as suas limitações, para garantir o máximo de independência possível.
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