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TECNOLOGIA EM 
LOGÍSTICA
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Daniela Baggio
Indaial - 2020
2ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
B144t
 Baggio, Daniela
 Tecnologia em logística. / Daniela Baggio. – Indaial: UNIAS-
SELVI, 2020.
 138 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-446-4
 ISBN Digital 978-85-7141-447-1
1. Logística. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 004
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
LOGÍSTICA.......................................................................................7
CAPÍTULO 2
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS .............................55
CAPÍTULO 3
ESTUDOS AVANÇADOS EM TECNOLOGIA NA LOGÍSTICA .....101
APRESENTAÇÃO
Ouve-se constantemente expressões como: a logística daquela empresa não 
é boa; o problema maior daquele evento foi a falta de logística; a logística de tal 
empresa foi fundamental para garantir o seu sucesso. Essas e outras expressões 
são frequentes no dia a dia de várias pessoas.
Mas afinal, o que é logística? Como a tecnologia da informação está 
interligada à logística? Neste livro, estudaremos a resposta para cada uma 
dessas perguntas, nos aprofundando em um assunto tão importante para o 
desenvolvimento competitivo das organizações.
No Capítulo 1, estudaremos os principais conceitos referente à logística, 
inovação e tecnologia da informação, bem como a evolução desses conceitos. 
Outro tema abordado serão os fatores usuais que podem interferir no 
processo da logística. De fato, é relevante ressaltar que, em qualquer organização, 
existirão fatores que podem interferir nos seus processos e que estes precisam 
ser identificados e tratados com cuidado. Em relação a esses fatores podemos 
destacar: questões governamentais, falta de gestão e má administração.
Será destacado também, neste capítulo, como se desenvolve a inovação. E, 
por fim, será abordado um conjunto de medidas necessárias para implementar a 
tecnologia da informação.
A tecnologia é uma importante aliada para os mais diversos setores. E na 
área de logística não é diferente. Ela tem profunda influência nessa área, como 
veremos no Capítulo 2. Nele, apresentaremos a importância dos sistemas de 
informação na área da logística, sendo que hoje é crucial as empresas nesse 
segmento se adequarem a essas tecnologias, podendo, assim, serem competitivas 
e terem uma alta performance. 
Também serão abordados os principais sistemas de informação logísticos 
utilizados na atualidade, sendo eles: Sistema de Gerenciamento de Armazéns 
(WMS); Sistemas de Geoposicionamento (Geo-positioning Systems – GPS) 
e Código de Barras e Coletores de dados, e Identificação por Radiofrequência 
(Radio Frequency Identification – RDIF). 
E, para finalizar, no Capítulo 3 você conhecerá o sistema Milk-Run e a Teoria 
das Restrições no contexto da logística. Ainda, verá as novas tendências em 
logística que muitas organizações estão começando a utilizar.
Bons estudos.
Professora Ma. Daniela Baggio
CAPÍTULO 1
LOGÍSTICA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• conceituar logística, inovação e tecnologia da informação, bem como a 
evolução desses conceitos;
• identifi car fatores que podem interferir na logística.
8
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
9
LOGÍSTICA Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No mundo atual, de mudanças rápidas em que as organizações estão 
inseridas é vital que o alto comando das companhias busque por melhores práticas, 
ferramentas e processos que visam a um melhor controle e gerenciamento de 
informações, que o permita detectar as mudanças no mercado o mais cedo 
possível, entender as implicações para o negócio e tomar decisões apropriadas e 
oportunas para manter o negócio no destino correto.
Tantas transformações faz com que essas organizações direcionem suas 
atividades para explorar estratégias de maior retorno em suas operações, o que 
geralmente é traçado com base em previsões e planejamento, apoiados em 
indicadores de mercado, no histórico e até mesmo em fatores naturais (FREY, 
2012).
Segundo Porter (1989), a vantagem competitiva surge da maneira como 
as empresas desenvolvem suas atividades dentro da cadeia de valor. Nesse 
contexto, a utilização da logística associada à tecnologia da informação é de 
extrema importância para que as empresas possam alcançar os seus objetivos, 
ou seja, maior competitividade ao mercado perante os seus concorrentes. Essas 
ferramentas têm potencial para auxiliar a organização a obter vantagem no custo 
e produtividade, como também vantagem em valor.
Os sistemas de informação operam como elos das atividades logísticas em 
um processo integrado. Nesse sentido, o uso da Tecnologia da Informação (TI) 
destaca-se como uma vantagem competitiva para as empresas que desejam 
e procuram se diferenciar no mercado em que atuam. A TI torna-se essencial 
em praticamente todos os aspectos da empresa moderna, uma vez que seu 
uso poderá determinar a diferença entre o sucesso e o fracasso (FERREIRA; 
RIBEIRO, 2003).
Caro pós-graduando, a seguir você conhecerá melhor o que é logística, 
inovação e tecnologia da informação, seus principais conceitos e saber quais 
são suas importâncias dentro das empresas. Em continuidade, você estudará os 
fatores que interferem no processo da logística. E, por fi m, verá um conjunto de 
medidas necessárias à efetiva implementação da tecnologia em logística dentro 
das organizações.
10
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA 
LOGÍSTICA
Antes de começarmos nos aprofundar no assunto, é importante sabermos 
como a logística surgiu, um pouco de sua história, uma vez que esse surgimento é 
muito mais antigo do que se imagina, pois os conceitos logísticos nos soam ainda 
muito recentes na literatura. Você também compreenderá porque a Segunda 
Guerra Mundial teve um papel fundamental no desenvolvimento da ciência 
logística, a qual se conhece hoje.
A logística, na sua essência, como meio de conduzir e deslocar produtos ou 
pessoas, existe desde a Antiguidade. Ela teve seu início com a própria evolução 
da humanidade, pela necessidade de locomover-se na busca do alimento, em 
que havia a caça para a sobrevivência. O ser humano tinha por atividades apenas 
a caça e a coleta de frutos para seu consumo, e o alimento era consumido no 
próprio local onde havia sido colhido. Ainda não existiam meios e recursos para o 
deslocamento de transporte da caça, pesca ou a própria colheita.
Com o passar dos anos, o ser humano criou seus próprios meios de 
comunicação e foi se socializando. Através desse processo de socialização, 
percebeu-se a necessidade de trocar os produtos que eram colhidos.
Assim, as atividades de troca de mercadorias e o deslocamento dos produtos 
de uma determinada região até outro ponto podem ser consideradas como as 
primeiras atividades logísticas. Desse modo, o ser humano foi se desenvolvendo, 
ocorreu o aprimoramento das técnicas de cultivo e a necessidade de aprimorar 
seus controles e a administração de sobras.
No entanto, até aquele dado momento, o homem apenas colhia, consumia 
e trocava as sobras por produtos que outras aldeias ofereciam. Por esse motivo, 
constatou-sea necessidade de construir locais (hoje conhecidos como armazéns) 
para guardar e estocar os grãos e também para a criação de animais, além de 
expandir os meios de transporte dos produtos excedentes à feira, entre outras 
funções importantes para a época. Para os agricultores da época, a logística 
passou a ser uma importante ferramenta de suporte.
11
LOGÍSTICA Capítulo 1 
FIGURA 1 – MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO NA ÉPOCA 
FONTE: <http://logisticadesuprimentos.blogspot.com/2011/10/voce-
sabia-10-curiosidades-sobre.html>. Acesso em: 16 abr. 2019.
Mas o grande avanço na área da logística foi dado na área militar, devido às 
grandes movimentações de tropas na Europa e no Oriente Médio.
Gomes e Ribeiro (2004) explicam que a logística é uma atividade que teve 
sua origem na área militar, quando grandes tropas do exército se deslocavam a 
distâncias para combater e conquistar terras e riquezas. Sua origem remonta a 
época dos gregos e foi aperfeiçoada por Napoleão Bonaparte, entretanto não era 
estudada nas escolas militares.
O surgimento da logística não teve uma data defi nida. Algumas técnicas 
foram utilizadas em campanhas de guerra. Por exemplo, as tropas de Alexandre, 
o Grande (310 a.C.), eram estrategicamente organizadas, nada faltava aos 
soldados, como mantimentos, munições e água, tudo era distribuído em vários 
pontos de combate (PAURA, 2011). 
FIGURA 2 – REI ALEXANDRE, O GRANDE
FONTE: <https://www.ebiografi a.com/alexandre_o_grande/>. Acesso em: 16 abr. 2019.
12
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
Curiosidade: Alexandre, conhecido como o Grande ou Magno, 
nasceu em 20 de julho de 356 a.C., na Macedônia, e morreu em 10 
de junho de 323 a.C. Na Babilônia, foi príncipe e rei da Macedônia, e 
um dos três fi lhos do rei Filipe II de Olímpia, da cidade de Épiro. Foi 
considerado também o mais célebre conquistador do mundo antigo. 
Em sua juventude, teve como seu educador o fi lósofo Aristóteles. 
Para saber mais, assista ao fi lme Alexandre, o Grande, com 
Colin Farrell e Angelina Jolie, dirigido por Oliver Stone (2017). 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=YbNo-4uWETc.
Outro fato importante foram as construções das pirâmides do antigo Egito, 
um evento que exigiu uma logística muito bem organizada. Conceitos de logística, 
como prazos de construção, materiais escolhidos, movimentação de matéria-
prima, aquisição de mão de obra, dentre outros, estavam ali envolvidos.
FIGURA 3 – CONSTRUÇÕES EGÍPCIAS
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/egipcio.htm>. Acesso em: 16 abr. 2019.
13
LOGÍSTICA Capítulo 1 
No fi nal do século XVIII, o exército de Napoleão foi derrotado pela Rússia, 
devido à grande tática utilizada pelo povo. À medida que o exército de Napoleão 
avançava por vilas e cidades Russas, os moradores fugiam para localidades cada 
vez mais remotas, porém, antes de tudo, destruíam as suas casas e cidades, 
no intuito de não deixarem mantimentos e nem condições que favorecessem os 
intrusos. Essa tática foi vital para o sucesso da nação que estava sendo atacada.
FIGURA 4 – INVASÃO DA RÚSSIA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_
da_R%C3%BAssia_(1812)>. Acesso em: 16 abr. 2019.
3 PRIMEIROS PASSOS COMO 
CIÊNCIA
A Segunda Guerra Mundial, confl ito que teve sua origem no fi nal da década 
de 1930, foi uma grande sucessora para o estudo da logística, pois a partir daí 
tivemos o surgimento da logística como ciência, uma vez que a guerra necessitava 
não apenas de atitudes ágeis, mas também de mantimentos no devido lugar e no 
tempo necessário.
Paura (2011) explica que as tropas de Hitler também cometeram o mesmo 
erro que as de Napoleão. Subestimaram o exército e a população russa. As 
tropas alemãs tinham como objetivo invadir Moscou. E, na proporção em que a 
população soviética fugia para áreas remotas, o povo ia destruindo suas cidades 
para que assim não sobrasse nenhum vestígio para facilitar o exército nazista. 
Procuravam impossibilitar ao máximo o avanço dos alemães. Ao chegarem às 
cidades, os alemães se deparavam somente com cinzas e destruição, não havia 
sequer mantimentos ou munições. Ao se aproximarem de Moscou, os homens, 
14
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
sob o comando de Hitler, sucumbiam à fome e ao frio. A logística dos invasores 
havia falhado, pois partiam do preceito de que aproveitariam os insumos daquela 
região.
Vale a pena observar que os conceitos de logística já existiam. Não foram 
descobertos ou inventados naquela época. Sempre foram utilizados de forma 
subjetiva, sem serem percebidos. A cada ano, os conceitos e as técnicas foram 
sendo aprimorados e otimizados.
Desse período em diante, empresários começaram a perceber a importância 
dessa atividade. A formulação dos conceitos sobre qualidade e o enfoque na 
cadeia produtiva do cliente começou a ser despertada. Houve uma melhor 
atenção para alguns fatores importantes na cadeia produtiva, como fornecedor de 
insumos, a qualidade no processo produtivo e a entrega do produto até o cliente. 
As tecnologias foram sendo desenvolvidas e aprimoradas, e hoje, com 
o computador pessoal e a ampla utilização da internet e da telefonia celular, 
os empresários se sentem cada vez mais pressionados por seus clientes e 
concorrentes.
3.1 EVOLUÇÃO NUMA PERSPECTIVA 
HISTÓRICA
Ao longo do tempo, acompanhando a evolução das organizações, das 
tecnologias disponíveis e das necessidades do mercado, a logística mudou 
seu direcionamento. Desconsiderou-se, propositadamente, o período anterior 
ao século XX, uma vez que até então a logística era desenvolvida de forma 
totalmente subjetiva, sem qualquer preocupação, a não ser questões relacionadas 
ao transporte e à logística de suprimentos do exército (FILHO, 2011). 
Filho (2011) também explica que, ao longo do tempo, a logística recebeu 
denominações diversas: distribuição, engenharia de distribuição, logística 
empresarial, logística de marketing, logística de distribuição, administração 
logística de materiais, logística, sistema de resposta rápida, administração da 
cadeia de abastecimento e logística industrial. Embora denominações distintas, 
elas referem-se sempre à mesma coisa: a gestão de fl uxo de bens de um ponto a 
um ponto de consumo. 
Para um melhor entendimento, o quadro a seguir apresenta a evolução da 
logística ao longo do tempo:
15
LOGÍSTICA Capítulo 1 
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA AO LONGO DO TEMPO
Período
Visão
Organizacional
Ênfase Foco Industrial Foco Logístico
Até anos 40
Do campo ao 
mercado
Economia Agrária
Volume de 
produção
Transporte
Anos 40 até 
anos 60
Especialização Desempenhos funcionais Custo Inventário
Anos 60 até 
anos 70
Integração 
Interna
Integração das funções Serviço Distribuição
Anos 70 até 
anos 80
Foco no cliente Busca por efi ciência Lucratividade Produção
Anos 80 até 
anos 90
Foco no mer-
cado
Integração da logística Qualidade
Compra/ Produ-
ção/ Vendas
Anos 90 
até fi nal do 
século XX
Supply Chain 
Management
Logística como diferen-
cial competitivo
Tempo
Processo 
gerencial
Período 
Atual
Supply Chain 
Management
Logística como diferen-
cial competitivo
Tempo e espaço
Flexibilidade 
Agilidade
FONTE: Adaptado de Filho (2011)
a) Período até os anos 40: esse período foi marcado pela economia 
agrária como sendo a principal atividade. A principal preocupação nesse 
período era com questões relacionadas ao transporte para o escoamento 
da produção agrícola, pois a demanda existente, na maioria dos casos, 
excedia a capacidade produtiva das empresas que se preocupavam 
exclusivamente em produzir os maiores volumes possíveis.
b) Período dos anos 40 até os anos 60: em virtude das grandes guerras, 
o termo “logística” teve suas raízes na movimentação e no suprimento 
das tropas, esse período passou a ser utilizado nas organizações 
empresariais. Aqui, a ênfase era no fl uxo de materiais, especialmente 
nas questões de armazenagem e transporte, em que eram tratadas 
separadamente no contextoda distribuição de bens, ou seja, havia 
uma preocupação com os desempenhos funcionais, embora não com a 
integração das funções. O foco industrial era especialmente em produzir 
com os mais baixos custos possíveis.
c) Período dos anos 60 até os anos 70: período que começa com uma 
visão mais integrada das funções internas, descobrindo aspectos 
como custo total e uma visão sistêmica do processo produtivo. Início 
de competitividade mundial mais acirrada, os processos produtivos 
16
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
começam a entender a importância de se adicionar serviços aos 
produtos, como forma de agregação de valor, enquanto que a logística 
deve procurar aperfeiçoar os sistemas de distribuição, uma vez que 
existe a necessidade de explorar novos mercados.
d) Período dos anos 70 até os anos 80: corresponde ao “foco no cliente”, 
com ênfase na produtividade e nos custos de estoques, ou maior efi ciência 
operacional. Surgem modelos matemáticos aprimorados para tratar a 
questão estocástica, novas abordagens para a questão dos custos não 
somente dos processos logísticos, mas ainda de questões contábeis. O 
foco industrial está centralizado no aumento da produtividade, uma vez 
que é necessário atender a mercados emergentes e à logística, por 
sua vez, passa a empenhar-se com questões do processo produtivo, 
como a armazenagem e a movimentação mais racional de produtos em 
processo.
e) Período dos anos 80 até os anos 90: resgata-se, com maior ênfase, 
o “foco no cliente” e uma preocupação com a logística integrada, 
iniciando-se uma visão da administração da cadeia de suprimentos 
(SCM), cuja base é a globalização e o avanço da TI. No plano industrial, 
a preocupação é com a qualidade, uma vez que os produtos japoneses 
“invadem” o mundo, guiando a logística para uma visão extensiva em 
que integram-se as funções de compras, produção e vendas.
f) Período dos anos 90 até os anos 2000: apresenta um enfoque mais 
estratégico, em que a logística passa a ser vista como um elemento 
diferenciador para as empresas. Surge então o conceito de Supply Chain 
Management, com a utilização das ferramentas asseguradas pela TI, 
que permite ganhos de tempo e melhorias nos processos gerenciais.
g) Período atual (início do século XXI): continua a batalha organizacional 
em conseguir o efetivo gerenciamento da cadeia de suprimentos de 
forma integrada para que a logística passasse a ser o componente de 
sustentação das estratégias competitivas. Porém, em razão da verdadeira 
“explosão” da virtualidade (expansão da internet e da TI), adiciona-se ao 
fator tempo a questão espacial, local que é necessário disponibilizar os 
produtos não apenas no momento certo, mas principalmente em qualquer 
local onde eles possam ser demandados. Para que isso seja possível, 
os sistemas logísticos devem ser cada vez mais ágeis e sufi cientemente 
fl exíveis para se adaptarem às mudanças permanentes no mercado. 
Fica nítido que esse período atual exige muito mais agilidade e fl exibilidade 
por parte das organizações, para que assim possam suprir adequadamente seus 
17
LOGÍSTICA Capítulo 1 
mercados, pois nesse início do século XXI, as organizações estão cada vez mais 
pressionadas a reduzir custos, em paralelo a isso, ocorrem as mudanças nos 
desejos, necessidades ou expectativas dos clientes. 
Essa agilidade e fl exibilidade levam às empresas a buscarem a integração 
de seus canais de suprimentos na forma que possam atender corretamente 
aos mercados em que atuam. Porém, para integrar canais de suprimentos, 
externamente, é necessária uma integração interna nas diversas funções 
administrativas relacionadas à logística.
Neste link você encontrará um vídeo sobre a evolução da 
logística: https://www.youtube.com/watch?v=ITxxvypa5go.
1) Se os antigos não conheciam formalmente os conceitos 
logísticos, como podiam utilizá-los? Explique.
4 CONCEITOS DE LOGÍSTICA
Caro acadêmico, agora que conhecemos o histórico da logística, vamos nos 
aprofundar em seus principais conceitos. 
Para Ballou (1993), a logística é o processo de planejamento do fl uxo de 
materiais, com o objetivo de entregar as necessidades na qualidade desejada no 
tempo exato, otimizando recursos e aumentando a qualidade dos serviços. Nesse 
sentido, o processo logístico envolve planejamento, implementação e controle 
do fl uxo físico de materiais, produtos acabados e informações relacionadas ao 
ponto de origem até os pontos de consumo, de modo a atender às exigências dos 
clientes com certa margem de lucro (CZINKOTA, 2001).
Por sua vez, Dias (1993) explica que a logística é responsável pela 
movimentação de materiais e produtos através da utilização de equipamentos, 
18
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
mão de obra e instalações, na medida em que o consumidor tenha acesso ao 
produto na hora e com o menor valor que lhe convenha.
A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, 
movimentação e armazenagem de insumos, peças e produtos acabados (e 
os fl uxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de 
marketing, à medida que isso maximize os lucros através do atendimento dos 
pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER, 1997). 
Com o intuito de proporcionar uma conceituação ainda mais ampla e completa 
sobre o tema, Bowersox, Closs e Cooper (2007) entendem que a logística 
envolve a gestão do processamento de pedidos, os estoques, os transportes 
e a combinação de armazenamento, e o manuseio de materiais/suprimentos e 
embalagens, todos acoplados por meio de uma rede de instalações. O objetivo 
da logística é dar suporte às necessidades operacionais de compras, produção e 
atendimento às expectativas dos clientes.
O conceito de logística vem evoluindo desde a logística propriamente dita, 
passando pela logística integrada e chegando ao conceito mais atual de Supply 
Chain Management (SCM), ou gestão da cadeia de suprimentos (VIANA, 2002).
4.1 LOGÍSTICA INTEGRADA
Há alguns anos, prevalecia na logística o conceito individualizado do 
estudo do transporte, estoque e armazenagem, mas por um período de tempo 
o conceito de logística integrada foi o que predominou nas empresas. Esse 
sistema (integrado) é o relacionamento entre fornecedor, suprimentos, produção, 
distribuição e cliente, havendo um fl uxo de materiais e outro de informações 
(GOMES; RIBEIRO, 2004). 
Ao introduzir a logística nos negócios, o gestor organizou três etapas: 
suprimento, para obter a matéria-prima na quantidade exata, com menos custos e 
mantendo a qualidade; administração de produção, defi nindo com o marketing o 
quanto deverá ser produzido, o quê e para quem; e a distribuição, visando a todo 
o processo de embalagem, transporte e movimentação.
A satisfação do cliente nos dias atuais não se resume apenas em oferecer 
um produto com uma qualidade superior, mas também com menor preço e menor 
prazo de entrega, assegurando o cumprimento do prazo e a regularidade no 
atendimento, com troca de informações muitas vezes através do Eletronic Data 
Interchange (EDI) ou intercâmbio eletrônico de dados, que permite um contato 
19
LOGÍSTICA Capítulo 1 
efi caz entre fornecedor e cliente.
A logística integrada começou no fi nal da década de 1950, nos Estados 
Unidos, quando uma companhia de navegação comercial aérea propôs transportar 
os produtos de uma indústria farmacêutica por avião, com redução fi nal de 
custos. A empresa implantou o processo com certa moderação, mas um estudo 
demonstrou que a aceitação do frete aéreo minimizaria os tempos de suprimento 
e, em virtude disso, os estoques iriam reduzir perdas e danos (GOMES; RIBEIRO, 
2004). 
As empresas, entretanto, perceberam que não adiantava ter somente o 
custo integrado, mas sim todo o processo. Esse conceito busca encerrar com 
os confl itos, como a área de marketing, que incentiva o lançamento de produtos 
diferenciados, enquanto a área de produção prefere produtos padronizados e em 
grandes volumes para não gerar problemas.É preciso integrar as funções do 
marketing, produção e transportes.
4.2 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT
OU GESTÃO DA CADEIA DE 
SUPRIMENTOS
O conceito de SCM surgiu como uma evolução do conceito de logística 
integrada. O termo Supply Chain Management ou gestão da cadeia de suprimentos 
foi criado por consultores e surgiu pela primeira vez no início dos anos 1980. A 
partir daí, vários autores buscam uma defi nição para SCM.
Segundo Christopher (1997, p. 13), “a cadeia de suprimentos representa 
uma rede de organizações, através de ligação nos dois sentidos, dos diferentes 
processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que 
são colocados nas mãos do consumidor fi nal”. Enquanto a logística interna retrata 
a integração interna de tarefas, o SCM retrata sua integração externa, articulando 
fornecedores aos consumidores fi nais, e visando que somente a integração 
interna não é sufi ciente para um bom desempenho organizacional.
Mentzer et al. (2001) explicam que a SCM é a coordenação, estratégica e 
sistêmica, das funções convencionais do negócio da empresa. Já para Cooper, 
Lambert e Pagh (1997), a SCM é a integração de vários relacionamentos na 
cadeia de suprimentos. 
 De acordo com Fleury (2000), a logística integrada signifi ca uma integração 
interna das atividades, e a SCM demonstra sua integração externa, pois desdobra 
20
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
a coordenação dos fl uxos de materiais e de informações aos fornecedores e aos 
clientes. 
4.3 LOGÍSTICA E NECESSIDADES
A busca pela satisfação do cliente é algo imprescindível para a sobrevivência 
de uma empresa nos dias atuais. A concorrência é ampla. O que imediatamente 
vem em nossa mente quando comentamos sobre a satisfação do cliente é a 
qualidade, no entanto, em um mundo globalizado, isso passou de diferencial para 
uma obrigação para as empresas. Mas aonde entra a logística nessa questão? 
Diferencial Competitivo, essa é a expressão que pode defi nir o papel dessa 
importante ferramenta de gestão na atualidade.
Imagine! A partir do momento em que o mercado possui vários concorrentes 
que conseguem qualidade desejável na visão do consumidor, então as empresas 
precisam otimizar recursos para que possam vender mais barato ou mesmo para 
elevar os ganhos, se quiser permanecer no mercado. Outro ponto que merece 
uma observação é saber se o cliente pode encontrar a qualidade que deseja entre 
os concorrentes e se os preços similares é o diferencial que é necessário estar na 
prestação de serviços. Com a otimização de recursos, a logística pode oferecer 
a qualquer empresa uma maximização nos lucros ou mesmo desfrutar de novas 
possibilidades de mercado.
Em uma empresa, a logística surge através da necessidade de organizar 
a movimentação de produtos e serviços. Nesse momento, você deve estar 
imaginando: Mas isso é óbvio! Concordamos, no entanto, devemos refl etir sobre 
algumas questões: Será que toda empresa tem essa organização efi ciente e 
integrada? Será que toda empresa pensa em todas as possibilidades do negócio 
ou pensa somente em reduzir custos de qualquer forma, mesmo que resulte em 
perda de qualidade?
Em uma empresa é imprescindível o dever com a qualidade, com a 
satisfação do cliente e com preço justo, tem como base de sua administração 
um bom planejamento logístico, uma vez que, a partir do momento da compra de 
matéria-prima até a entrega do produto fi nalizado ao cliente, tudo é programado 
para evitar desperdício de tempo e dinheiro.
O grande problema das empresas, hoje, é querer diminuir seus custos 
a qualquer preço, ou seja, as empresas querem minimizar os gastos e muitas 
vezes não têm o mínimo de conhecimento. Infelizmente, isso não é logística e 
muito menos representa o pensamento de um profi ssional da área. É comum nos 
21
LOGÍSTICA Capítulo 1 
depararmos com situações em que um profi ssional não especializado é colocado 
para executar uma função que carece de conhecimentos na área de logística. 
Quando isso ocorre absolutamente, tal empresa passará por um procedimento de 
consultoria, para que possa rever melhor os motivos pelos quais os negócios não 
vão bem e os ganhos estão diminuindo signifi cativamente. 
1) Pesquise de que forma a logística ajuda sua cidade a se 
desenvolver e quais os principais problemas de infraestrutura 
enfrentados pela sua região.
4.4 POR QUE ESTUDAR LOGÍSTICA?
O profi ssional de logística empresarial estuda como prover, de forma efi ciente, 
a lucratividade nos serviços de distribuição ao cliente, no fl uxo de materiais dentro 
da empresa, no planejamento de compra, passando pelo controle e organização 
de estoques de matérias-primas e produtos acabados, no planejamento de 
controle da produção, e no controle de transporte de embalagens (PAURA, 2011). 
Vamos analisar a seguinte situação: quando uma empresa é criada, a 
demanda pelos seus produtos ou serviços está localizada geralmente em uma 
área ampla, porém, afastada do consumidor fi nal. Infelizmente é o que acontece. 
Ao planejar uma empresa, o gestor deve buscar um local onde possa obter 
matéria-prima mais em conta e com qualidade, mão de obra mais qualifi cada e 
barata e incentivo fi scal por parte governamental. Por isso a logística é vital para 
o negócio, isso porque auxiliará a organização de todas as questões de fl uxo de 
mercadorias, ou seja: Quando mandar? De que forma mandar? Quanto mandar?
Essas serão apenas algumas questões a que o profi ssional de logística 
responderá para que tenha estabilidade entre o que se gasta em relação ao que 
se fatura. É uma busca contínua por produzir preços e melhorar a qualidade.
Cada vez mais conceitos como maximização de lucro, aumento de qualidade, 
agilidade nos processos, efi ciência em fl uxos são discutidos e aplicados em 
empresas, para que se tenha um diferencial competitivo mediante outras 
empresas.
22
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
Esse assunto é de extrema importância, uma vez que absorve quantias 
consideráveis do orçamento operacional de uma instituição. Os investimentos 
dessa área devem ser muito bem planejados, objetivando sempre o aumento da 
qualidade e a diminuição dos custos. Vendo por essa ótica, fi ca fácil entender 
por que um profi ssional da área da logística é considerado um dos corações 
estratégicos das empresas (PAURA, 2011).
FIGURA 5 – INVESTIMENTO NO SETOR DE LOGÍSTICA
FONTE: <http://www.crxlog.com.br/cni-investimentos-em-logistica-
estimularao-atividade-economica/>. Acesso em: 6 nov. 2019.
Nessa fi gura temos a imagem de alguma atividade logística, cujo investimento 
em infraestrutura e mão de obra é, na maioria dos casos, altíssima, mas que se 
for bem administrado se reverterá em benefício e lucratividade para a empresa. 
Muitas pessoas estudam a logística por ser um assunto interessante e 
fundamental, pois hoje os conceitos vão muito além do mundo empresarial. É 
inevitável o estudo da logística, uma vez que há necessidade de profi ssionais 
preparados e qualifi cados para colocar em prática conceitos que apontem e 
administrem a necessidade de investimento e a operacionalidade do setor.
1) Pesquise casos de sucesso de empresas que conseguiram 
com a logística um maior volume de vendas e a consolidação no 
mercado.
23
LOGÍSTICA Capítulo 1 
4.5 GLOBALIZAÇÃO E A LOGÍSTICA 
A dimensão da logística alcança níveis globais, uma vez que temos um 
mundo completamente interligado. Graças à globalização é possível entrar em 
um site e adquirir um produto que esteja em outro país, sem qualquer problema, 
e este ainda será entregue em um prazo estabelecido. Isso nos mostra que os 
conceitos de logística e a sua necessidade ultrapassam a fronteiras. 
Na economia mundial, os países desenvolvidos podem ser conceituados 
modelos no que se refere à organização logística de suas empresas. Porém, a 
organização logística empresarial não surte efeito por simples planejamento da 
própria instituição, o governo deve estar bem-disposto com esses objetivos,uma 
vez que é o principal responsável pela infraestrutura que dará suporte a todos que 
atuam naquela região.
Você deve estar se questionando: onde o governo infl uencia o planejamento 
de uma empresa, principalmente no que diz respeito à logística? Na realidade, 
o governo é o fator determinante por conservar de forma satisfatória as vias de 
transporte em condições de uso.
O transporte é o alicerce para que um planejamento empresarial dê certo. 
O empresário sempre necessitará adquirir matéria-prima e transportá-la até seus 
depósitos. Com o método de enviar ou de buscar a mercadoria em outro local fi ca 
evidente a correta operação de vias de transporte, seja ela qual for. 
Como o governo é o responsável por mantê-las em condições de utilização, 
estamos falando de uma colaboração, mesmo que de forma indireta. A Figura 
6 mostra uma rodovia em condições péssimas, o que compromete todo o 
planejamento de distribuição de uma empresa, por exemplo.
FIGURA 6 – PRECARIEDADE DE VIAS É UM SÉRIO PROBLEMA PARA A LOGÍSTICA
FONTE: <https://www.acritica.com/opinions/rodovias-em-
pessimo-estado-no-am>. Acesso em: 6 nov. 2019.
24
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
A logística empresarial é a responsável pelo planejamento desde a compra 
da matéria-prima, o armazenamento, a seleção das embalagens e a forma como 
o produto chegará até o cliente. A organização e a integração dos setores da 
empresa é algo imprescindível para o seu desenvolvimento, e de responsabilidade 
de um profi ssional da área da logística. No entanto, nada pode ser realizado se o 
governo não é encarregado de suas responsabilidades com a infraestrutura viária, 
a qual é a base para o trabalho da logística.
Neste link você encontrará uma matéria relacionada aos 
desafi os enfrentados pela logística brasileira, e a seguir uma questão 
relacionada a esse link. Acesse: https://www.bloglogistica.com.br/
mercado/infraestrutura-logistica-brasileira-o-que-precisa-melhorar/.
1) Assinale a alternativa correta referente ao principal problema 
enfrentado pela logística no Brasil:
a) ( ) Infraestrutura de rodovias. 
b) ( ) Falta de mão de obra.
c) ( ) Grande concorrência entre empresas.
d) ( ) Fata de mercadorias para frete.
e) ( ) Grandes malhas ferroviárias.
4.6 A LOGÍSTICA NO COMÉRCIO 
Já vimos como a logística é importante para as indústrias e empresas. No 
entanto, para o comércio, a logística também é considerada essencial por diversas 
razões, as quais veremos a seguir.
Primeiramente, sabemos que o comércio é o cliente direto de muitas 
empresas. Mas como? Por exemplo: Onde você compra leite? Muito provavelmente 
responderá que é no supermercado, salvo em algumas exceções. Então, imagine 
que a indústria de leite tem como seu cliente o mercado. O produtor não vende 
diretamente para você, ele vende para o estabelecimento onde os clientes irão 
25
LOGÍSTICA Capítulo 1 
adquirir. Você é o cliente fi nal, mas o mercado é o cliente direto de quem fabrica o 
leite, por exemplo.
Caro acadêmico, agora buscaremos o entendimento de como a logística 
acontece. Se você compra determinado produto (exemplo do leite) em um local 
de varejo, signifi ca que essa empresa depende diretamente da distribuição do 
produtor, que é o fornecedor. Este, por sinal, depende diretamente do cumprimento 
de prazos de entrega para que assim tenha o produto acessível para você. Essa é 
uma ocasião em que a logística atua de forma direta no comércio.
Um outro exemplo a ser mencionado é o estoque dos supermercados, em 
que a logística tem um importante papel no comércio. A organização do processo 
de estoque envolve não apenas o controle do que entra e do que sai, como 
também de comunicados necessários para a aquisição de mais pedidos. Um 
comércio em que a logística é bem estruturada, muitas vezes tem seus produtos 
em melhores condições e com preços justos (PAURA, 2011). 
Quando falamos que os estabelecimentos comerciais têm processos 
logísticos bem estruturados, e que possuem melhores condições de preços, isso 
quer dizer que o custo logístico dele é reduzido. 
Os custos logísticos simbolizam um fator-chave para o estímulo do comércio. 
Vamos imaginar uma seguinte situação: O que incentiva o comércio entre países 
e regiões? Muito provavelmente será o custo. Às vezes, o custo de produção em 
uma determinada região ou país pode compensar os custos logísticos para o 
transporte entre as localizações. 
A fi gura a seguir representa um exemplo dessa situação. Uma rede de 
farmácias, quando possui um estoque abastecido, representa um ponto importante 
no comércio.
FIGURA 7 – ESTOQUE, PARTE DA LOGÍSTICA FUNDAMENTAL NO VAREJO
FONTE: <http://www.mt.gov.br/-/farmacia-de-demanda-especializada-
fi naliza-o-ano-com-estoque-em-80->. Acesso em: 6 nov. 2019.
26
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
Quando falamos de custos de produção, falamos de tudo aquilo que é gasto 
por uma empresa para que ela possa produzir. Tudo deverá ser considerado, 
como exemplos temos:
• impostos;
• mão de obra;
• preço da matéria-prima;
• contas para manter a infraestrutura: luz, água, telefone etc.;
• gastos com insumos: papel, computadores etc.;
• equipamentos;
• embalagens;
• transporte.
Esses são apenas alguns dos exemplos do que se deve levar em 
consideração na hora de chegar ao valor de quanto o gestor gasta para produzir, 
ou seja, o custo de produção de determinado produto. Percebemos que diversos 
pontos do que é necessário para produzir podem ter seus custos reduzidos pela 
logística. Nesse cenário, podemos destacar os custos que envolvem pedidos de 
compra de matéria-prima, armazenamento, transporte, pessoal e embalagem 
(PAURA, 2011).
Percebemos que a logística é um elemento de sucesso para um comércio 
que tem como objetivo principal o bom atendimento a um preço mais acessível. No 
entanto, isso pode ser decisório para um estabelecimento que quer se destacar 
diante dos demais. Antes de tudo, vamos aperfeiçoar nosso entendimento de 
como a logística pode agregar valor a um produto ou serviço, ou serviço que uma 
organização vende.
Agregar valor é fazer com que o consumidor esteja propenso a pagar mais do 
que o produto realmente vale (PAURA, 2011; GRACIOLA et al., 2018; MILAN et 
al., 2017). Cobra (2007) explica que a melhor forma de atender às necessidades 
de um consumidor é agregar valor ao produto ou serviço que está sendo oferecido. 
Ou seja, oferecer além das condições principais do produto ou serviço algo de 
especial valor para o comprador.
Jones e George (2011) explicam que a Zara, conhecida mundialmente (rede 
de lojas de vestuário, calçados e acessórios para o público feminino, masculino 
e infantil), tornou-se um destaque em funções como design de roupas e TI, que 
têm lhe dado vantagem competitiva. A estratégia em nível funcional é um plano 
de ação para aperfeiçoar a capacidade que as funções de uma empresa têm 
de criar valor. Isso refere-se às ações que os gestores de funções individuais 
(como produção ou marketing) podem empreender para agregar valor aos bens e 
serviços de uma organização, e assim aumentar o valor percebido pelos clientes. 
27
LOGÍSTICA Capítulo 1 
Os preços que os clientes estão dispostos a pagar por um produto indicam quanto 
eles o valorizam. Quanto mais valorizarem um produto, mais estarão dispostos a 
pagar por ele. 
Jones e George (2011) explicam ainda que há duas maneiras pelas quais as 
funções podem agregar valor aos produtos de uma organização:
a) Os gestores têm a possibilidade de baixar os custos de criação de valor 
de modo que a organização possa atrair clientes ao manter seus preços 
baixos em relação aos seus concorrentes.
b) Os gestores podem agregar valor a um produto ao encontrar formas de 
diferenciá-lo dos produtos de outras empresas.
Prezado acadêmico, vamos analisar uma seguinte situação: imagine que o 
seu sonho de consumo é ter uma sala que seja um verdadeiro cinema, ou seja, 
ter uma televisão de diodo emissor de luz (LED) de 65 polegadas, 8k. Penseque esse sonho custe em média R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Como é 
algo que você tanto quer, resolve juntar o dinheiro para comprar à vista, a fi m de 
economizar e não pagar juros. Depois de dois anos de muito trabalho, consegue 
então juntar o valor para realizar a compra. Você sai à procura de uma loja para 
fechar o negócio e se depara com uma que está na promoção e que esta sairá por 
R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil e quinhentos reais), porém, tem uma condição: 
aguardar 30 dias para que o produto seja entregue na sua casa. 
Insatisfeito com o prazo de entrega, afi nal foi uma espera de dois anos 
juntando suas economias para que chegasse esse dia e a disposição para 
esperar mais de trinta dias é pouca, você sai à procura de outra loja. Ao entrar 
na segunda loja, você encontra a tão sonhada televisão, a mesma que você viu 
na loja anterior. O vendedor garante toda a parte de instalação para o mesmo 
dia e que à noite você terá sua sala de cinema pronta, porém, o produto custará 
R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais), e isso signifi ca mil reais a mais do que você 
estava prevendo, e, mil e quinhentos reais a mais do que a primeira loja. Por se 
tratar de um sonho é muito provável que nesse momento você feche o negócio 
com a segunda loja, isso porque além do desejo pelo seu produto, você o quer 
o quanto antes do tempo. E a segunda loja somente possui prazo de entrega 
menor porque ela tem o produto em estoque, o que nos demonstra que a segunda 
loja é logisticamente mais preparada do que a primeira, e que venderá mais por 
conta disso. Percebemos nitidamente como a logística pode conduzir o gestor 
a fazer boas vendas e estimular o consumidor a comprar nesse ou naquele 
estabelecimento. A logística é uma ferramenta essencial para o comércio.
28
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
Como podemos ver no exemplo citado anteriormente, a logística possui uma 
grande importância no cenário empresarial, seja ela na indústria ou no comércio, 
uma vez que possibilita uma redução nos custos operacionais, e, além disso, 
ainda melhora a performance da organização.
Neste link você encontrará três exemplos de empresas que são 
cases de sucesso em logística: http://blog.contefl ex.com.br/conheca-
3-exemplos-de-empresas-que-sao-cases-de-sucesso-em-logistica/.
4.7 ETAPAS DO PROCESSO 
LOGÍSTICO
Ballou (1993) defi ne a logística como a integração da administração de 
materiais com a distribuição física, ou seja, as duas grandes etapas do processo 
logístico são o suprimento físico (administração de materiais) e a distribuição 
física, podendo ser divididas nas seguintes atividades:
FIGURA 8 – ETAPAS DO PROCESSO LOGÍSTICO
FONTE: Adaptada de Ballou (1993)
Como podemos ver na Figura 8, as atividades relacionadas às etapas do 
processo logístico são praticamente as mesmas, com exceção do fato de o 
suprimento físico (primeira etapa) lidar com matérias-primas e a distribuição 
física (terceira etapa) com produtos acabados. De uma forma geral, o escopo da 
logística empresarial pode ser demonstrado conforme fi gura a seguir:
29
LOGÍSTICA Capítulo 1 
FIGURA 9 – ESCOPO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL
FONTE: Adaptada de Ballou (1993)
Baglin et al. (1990) explicam que o processo logístico possui três grandes 
etapas: o suprimento; a produção; e a distribuição física, que compreendem um 
agrupamento de atividades. As principais atividades de distribuição física são:
a) projeto, especifi cações e métodos de produção de produtos;
b) programação;
c) processamento de pedidos;
d) fabricação;
e) gestão de estoques;
f) controle de qualidade;
g) manutenção;
h) transporte/ expedição.
Percebemos que a logística possui uma atuação ampla em todo o processo 
produtivo, sendo responsável por praticamente todas as atividades ligadas à 
operacionalização da produção.
30
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
4.8 INTERAÇÕES DA FUNÇÃO 
LOGÍSTICA COM OUTROS SETORES 
DA EMPRESA
A logística, sendo uma atividade que zela pela otimização dos fl uxos de 
operações dos sistemas produtivos, também age em outros setores das empresas, 
trocando informações e gerenciando confl itos acaso existentes. Segundo Baglin 
et al. (1990), a logística relaciona-se basicamente com quatro setores em uma 
empresa, que são: Marketing, Finanças, Controle da Produção e Gestão de 
Recursos Humanos, sendo as seguintes as variáveis de interesses comuns da 
logística com tais setores:
QUADRO 2 – VARIÁVEIS DE INTERESSE COMUM ENTRE SETORES
FONTE: Adaptado de Viana (2002)
Ballou (1993) explica que a logística ocupa estrategicamente um cargo 
intermediário entre produção e marketing, devendo então ser criadas atividades 
de apoio entre a logística e esses dois setores. Assim, na Figura 10 estão defi nidas 
as atividades típicas dos setores de logística, produção e marketing, defi nindo-se 
também quais as atividades de apoio existentes entre tais setores de empresas.
31
LOGÍSTICA Capítulo 1 
FIGURA 10 – VISÃO GERAL DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS 
DENTRO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA
FONTE: Adaptada de Ballou (1993)
Devido às mudanças recorrentes no meio empresarial, a logística tem sido 
vista com outros olhos. De acordo com Fleury (2000), a logística é vista como 
um mecanismo de marketing, uma ferramenta gerencial capaz de agregar valor 
por meio dos serviços prestados, ou seja, deve haver uma interação ainda maior 
entre a função logística e as demais funções da organização.
5 INOVAÇÃO
Caro acadêmico, até o momento vimos como a logística é importante para as 
organizações. No entanto, agora aprofundaremos o nosso tema sobre a inovação 
e entender de que forma ela pode auxiliar as atividades logísticas. A inovação é 
um tema muito disseminado entre pesquisadores e gestores do mundo todo, essa 
temática pode ser analisada através de vários aspectos. Não existe uma única 
defi nição para esse termo, no entanto, a inovação possui algumas características-
chave, como seu tom de inovação ou melhoria em algum produto ou serviço e, 
consequentemente, a sua aceitação pelo mercado consumidor.
32
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
A inovação é um componente indispensável para a competitividade e para a 
sobrevivência das empresas (SCHUMPETER, 1939; CASSIOLATO; LASTRES, 
2005; RASERA; BALBINOT, 2010). A crescente competitividade faz com que 
as empresas busquem resultados mais expressivos, adotando assim estratégias 
que vão desde inovações em produtos, serviços e processos até a formação de 
parcerias com clientes, concorrentes e fornecedores com o objetivo de fortalecer as 
relações e obter melhores condições de negociação de mercado (BAGGIO, 2016).
5.1 EVOLUÇÃO DA INOVAÇÃO
Os modelos de inovação evoluíram com o decorrer do tempo. Nos últimos 
40 anos, a inovação passou por mudanças em sua trajetória, as quais podem 
ser identifi cadas por diferentes gerações do processo inovador (BALESTRIN; 
VERSCHOORE, 2010). Rothwell (1994) aponta os primeiros estágios do processo 
de inovação tecnológica, a qual é obtida até a década de 1980. Nesse período 
foram realizadas, internamente, a geração do conhecimento, desenvolvimento do 
produto e seguidamente a sua comercialização no mercado. O autor descreve 
esse processo de evolução da inovação em cinco gerações, conforme demonstra 
a Figura 11:
FIGURA 11 – MODELO DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA INOVAÇÃO
FONTE: Adaptada de Schreiber (2012)
Cada geração representa uma mudança signifi cativa no mercado, como o 
crescimento econômico, expansão industrial, concorrência, infl ação, recuperação 
econômica, desemprego e restrições de recursos (CARVALHO; URBINA, 2013).
a) Primeira geração – empurrada pela tecnologia (1950 a 1960): 
compreende o período de 1950 até a segunda metade da década de 
1960. Essa geração é marcada por um crescimento rápido na economia 
e a expansão industrial no mundo ocidental e no Japão. O processo de 
33
LOGÍSTICA Capítulo 1 
inovação é linear, simples e sequencial em pesquisa e desenvolvimento 
(P&D). As informações demercado são acrescentadas ao fi nal do 
processo, tornando difícil a intervenção de atores no processo de 
inovação. 
Esse modelo surgiu seguindo a segunda grande guerra (FIGUEIREDO, 
2012). A inovação começava por uma descoberta científi ca, passando pelas 
áreas de P&D das empresas e resultando em produção e comercialização de um 
novo produto ou processo (TENÓRIO, 2007). A Figura 12 apresenta o modelo da 
primeira geração do processo de inovação:
FIGURA 12 – MODELO DA PRIMEIRA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO
FONTE: Adaptada de Rothwell (1994)
b) Segunda geração – puxada pelo mercado (1960 a 1970): essa geração 
é marcada pela intensifi cação da concorrência, o principal objetivo era 
responder às necessidades do mercado que conduziam as ações da 
empresa.
Essa geração caracterizava-se por uma visão sequencial, mas com ênfase 
no mercado. Esse período foi marcado por pressões vindas das restrições 
de recursos, da popularização da tecnologia e do aumento da competitividade 
empresarial (BALESTRIN; VERSCHOORE; FREIRE, 2013). A Figura 13 apresenta 
modelo da segunda geração do processo de inovação:
FIGURA 13 – MODELO DA SEGUNDA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO
FONTE: Adaptada de Rothwell (1994)
c) Terceira geração – misto entre tecnologia e mercado (1970 a 1980): 
essa geração foi marcada pela consolidação das empresas e portfólio 
de produtos. Houve uma união entre esses setores, marketing e P&D, 
sendo a busca pela diminuição de custos operacionais um apoio para 
esse modelo de união. A Figura 14 apresenta o modelo da terceira 
geração do processo da inovação.
34
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
FIGURA 14 – MODELO DA TERCEIRA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO
FONTE: Adaptada de Rothwell (1994)
d) Quarta geração – modelo integrado (1980 a 1990): o processo 
de inovação na empresa passou de sequencial para paralela com 
desenvolvimento integrado, assim, colaboradores da produção, vendas 
e técnica apoiavam o desenvolvimento do projeto. Buscava-se também 
integrar os fornecedores nas fases iniciais de desenvolvimento do 
produto.
Essa geração se diferencia da anterior, pois se estabelece ligações com 
fornecedores específi cos, mantendo a colaboração horizontal (joint-ventures e 
alianças estratégicas) e atende a clientes diferenciados no mercado (BALESTRIN; 
VERSCHOORE; FREIRE, 2013).
e) Quinta geração – sistema integrado e em rede (a partir de 1990): 
essa geração realça a integração de sistemas e redes, garantindo a 
fl exibilidade e a rapidez no desenvolvimento. 
Por conseguinte, a gestão P&D caracteriza-se cada vez mais como um 
processo em rede de parcerias (ROTHWELL, 1994). Essa geração é caracterizada 
pela interação vertical dentro da empresa, interação horizontal externa (pesquisa 
colaborativa, união de pesquisa, alianças estratégicas para P&D, desenvolvimento 
e risco, desenvolvimento de processos integrados e paralelos e o uso de 
ferramentas eletrônicas (SCHREIBER, 2012).
Nesse período, o resultado de inovações passou a ser uma ação conjunta 
e colaborativa entre atores internos e externos à empresa, como por exemplo, 
fornecedores, instituições de pesquisa, empresas, entre outros (BALESTRIN; 
VERSCHOORE; FREIRE, 2013). A Figura 15 apresenta o modelo da quinta 
geração do processo de inovação:
35
LOGÍSTICA Capítulo 1 
FIGURA 15 – MODELO DA QUINTA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO
FONTE: Adaptada de Figueiredo (2012)
5.2 CONCEITOS DE INOVAÇÃO
Antes mesmo de Joseph Schumpeter tratar da inovação como fonte do 
dinamismo capitalista, Friedrich List, em 1841, com seu livro The National System 
of Political Economy antecipou elementos da abordagem contemporânea sobre 
Sistemas Nacionais de Inovação (SNI) e reconheceu a interdependência entre 
importação de tecnologia e desenvolvimento técnico nacional (FREEMAN, 1995). 
Entretanto, foi Schumpeter, economista do século XX, em seu livro The 
Theory of Economic Development, revisado e publicado no idioma inglês, em 
1934, que colocou a mudança técnica no coração do seu sistema econômico. 
Nessa obra, o autor insere o termo inovação na análise econômica, dando ênfase 
à inovação como principal fonte de dinamismo no desenvolvimento capitalista. 
Também reconheceu a importância da distinção conceitual entre invenção, difusão 
da inovação e inovação, e ainda a relevância vital das relações entre inovações 
organizacionais de gestão, sociais e técnicas (DOSI, 1988).
A invenção é somente o primeiro passo de um longo caminho antes de 
lançar efetivamente uma boa ideia. “Invenção é a primeira ideia, esquema ou 
36
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
dispositivo, de origem científi ca ou empírica, que antevê um novo ou melhorado 
processo de produção ou produto” (CARVALHO, 2005, p. 176). A invenção refere-
se à criação de um processo, técnica ou um produto extraordinário, podendo 
ser divulgada através de artigos técnicos e científi cos, registrada em forma de 
patentes e simulada através de protótipos e plantas piloto, sem, portanto, ter uma 
aplicação comercial de fato (TIGRE, 2006). “Nem toda invenção se transforma 
em inovação, pois esta só se efetiva se for implementada e o mercado aceitá-la. 
Enquanto a invenção é um fato exclusivamente técnico, a inovação é um fato 
técnico, econômico e organizacional” (BARBIERI, 2003, p. 44). 
Se tratando da difusão da inovação, “é a transferência (alastramento) da 
inovação do primeiro utilizador para outros potenciais utilizadores” (CARVALHO, 
2005, p. 176). Ela não ocorre apenas a partir das interações entre agentes, na 
troca de informações, e da observação e experimentação de resultados esperados 
(ZILBOVICIUS, 1999). 
Inicialmente, Schumpeter (1939) apresentou uma economia em que nada 
novo acontecia. As mercadorias produzidas eram imediatamente comercializadas, 
nenhuma mercadoria nova era fabricada ou desejada e não existia lucro, ou seja, 
um fl uxo circular. Porém, segundo o autor, é a atividade do empreendedor que 
coloca o sistema econômico em movimento. O empreendedor faz uma inovação, 
e esta lhe proporciona lucro, fato que atrai outros empreendedores, e como 
resultados dessa ação iniciam-se as mudanças econômicas em um ciclo de 
negócios (SWEDBERG; SCHUMPETER, 1991).
Desde então, o conceito de inovação tem sido apresentado de forma 
abrangente, desde as obras seminais de Schumpeter (1942), o qual mencionava 
que a inovação é a combinação de meios de produção, que revoluciona 
incessantemente a estrutura econômica a partir de dentro, destruindo o antigo e 
criando o novo. De acordo com o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovação é a 
implementação de um produto, bem ou serviço, que pode ser novo ou melhorado, 
um processo, um novo método de marketing, um novo método organizacional 
nas práticas do negócio, na organização do local de trabalho ou nas relações 
externas. 
A inovação é a implantação de um produto novo ou mudança qualitativa 
em um produto existente que os consumidores não estejam acostumados, 
novos métodos de trabalho e comercialização, abertura de novos mercados, 
desenvolvimento de novas fontes de suprimento e novas matérias-primas, e 
mudanças nas empresas (AMARA; LANDRY; DOLOREUX, 2009). 
 A inovação não consiste apenas na oportunidade de novos mercados, ela 
também pode expressar novas formas de servir a mercados já estabelecidos e 
37
LOGÍSTICA Capítulo 1 
maduros (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005). “Inovação é a primeira introdução 
de um novo produto, processo ou sistema na atividade comercial ou social 
normal – a comercialização de uma ideia – num determinado espaço geográfi co” 
(CARVALHO, 2005, p. 176).
Rocha (2003) defi ne a inovação como um processo em que o resultado é 
a inserção no mercado de um produto novo ou parcialmente melhorado, como 
também um processo produtivo novo ou aprimorado. Drucker (1985) explica 
que a inovação é um meio pelo qual os empreendedores exploram a mudança 
como uma ocasião para se destacarem nos negócios. A inovação é movida pela 
habilidade de estabelecer conexões,constatar oportunidades e tirar proveito delas 
(TIDD; BESSANT, 2015).
A adoção de inovações é idealizada para abranger a geração, 
desenvolvimento e a implementação de novas ideias ou comportamentos. Uma 
inovação pode ser um produto ou serviço, uma nova tecnologia de processo ou 
produção, uma nova estrutura ou sistema administrativo, ou um novo plano ou 
programa pertencente aos integrantes da empresa (DAMANPOUR, 1991).
“A inovação é mais do que gerar uma nova ideia, é o processo de desenvolver 
o seu uso prático” (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008, p. 85). Os autores também 
descrevem que as defi nições de inovação podem variar em terminologia, mas que 
todas elas salientam a necessidade de completar os aspectos do desenvolvimento 
e da análise de novo conhecimento e não apenas sua invenção.
Lundvall (1992) refere-se a Schumpeter ao trazer o conceito de inovação 
como “novas combinações”, que podem ser separadas da invenção como 
algo trazido ao mercado pelo empresário e especifi cado como novos produtos, 
processos, matérias-primas, formas de empresas e novos mercados. Lundvall 
et al. (2009) complementam seus pensamentos abordando que a inovação é 
vista como resultado de uma colisão entre as oportunidades tecnológicas e as 
necessidades dos usuários.
A inovação não consiste apenas na abertura de novos mercados, ela também 
pode signifi car novas formas de servir a mercados já estabelecidos e maduros 
(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005). 
5.3 TIPOS DE INOVAÇÕES
Diversas classifi cações podem ser estabelecidas para a inovação, e Utterback 
(1996) classifi ca as inovações em duas categorias: inovação radical, sendo 
concentrada mais em pesquisa básica e aplicada do que em seu desenvolvimento; 
38
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
e a inovação incremental, concentrada mais em desenvolvimento do que em 
pesquisa básica e aplicada.
Inovação incremental é quando há pequenas mudanças nos produtos ou 
processos, permitindo assim a melhoria da qualidade ou diminuição de custos 
e aumentos da produtividade (CARVALHO, 2005). O mesmo autor descreve 
inovação radical como uma forma descontínua, geralmente são resultados de 
esforços formais. Esse tipo de inovação pode ceder a uma alteração na estrutura 
econômica, na dimensão em que alterar o mercado pela inclusão de um novo 
produto.
Nas palavras de Schumpeter (1997), inovações radicais provocam 
grandes mudanças no mundo, enquanto inovações incrementais preenchem 
continuamente o processo de mudança. Em mercados maduros existe uma forte 
tendência para a inovação em processos ao invés de inovação em produtos, e 
tendem a ser mais incrementais e voltadas à sustentação do empreendimento 
atual (TERRA, 2012). Em mercados emergentes como redes e mídias sociais, 
biotecnologia e energia alternativa, a base tende a ser mais na inovação em 
produtos do que em processos.
Sob a ótica de que as inovações fazem parte de um conjunto de mudanças 
nas atividades de uma empresa, em que é a inovação que fomenta as mudanças 
nos métodos pelos quais a empresa se organiza, o modo como usa seus fatores 
de produção e busca novos mercados, o Manual de Oslo (OCDE, 2005) defi ne 
quatro tipos de inovações: de produto, de processo, organizacionais e de 
marketing.
Os quatro tipos de inovação defi nidos pelo Manual de Oslo também são 
descritos por Tidd, Bessant e Pavitt (2005):
a) Inovação de produto e/ou serviços corresponde à mudança sucedida em 
um produto ou serviço já oferecido pela empresa ou produto e/ou serviço 
novos.
b) Inovação de processo refere-se às mudanças no modo como são 
produzidos e entregues os produtos/serviços, ou seja, mudanças nos 
métodos de produção e distribuição.
c) Inovação organizacional (de paradigma) implica mudanças na forma 
como a empresa executa seu trabalho, na implementação de novas 
práticas de negócio, nas empresas do local de trabalho ou nas relações 
externas da empresa.
d) Inovação de marketing (de posição) são as mudanças de como o produto 
ou serviço é introduzido no mercado, em que contemplam-se mudanças 
no design e embalagens do produto e na sua promoção.
39
LOGÍSTICA Capítulo 1 
A parte central do processo de inovação envolve a busca de novas ideias que 
têm um potencial comercial (LAURSEN; SALTER, 2006). Não é possível pensar 
em inovação de grande impacto sem pessoas motivadas e comprometidas por 
um problema ou necessidade (TERRA, 2012). “Uma inovação de sucesso visa à 
liderança” (DRUCKER, 2002, p. 146).
Assim, conclui-se que a inovação é o resultado de uma interação entre 
elementos técnicos e econômicos que realimentam-se para designar qual 
caminho tecnológico será adotado em um ambiente marcado pela incerteza e 
riscos (SBRAGIA et al. 2006). 
Neste link você encontrará um artigo científi co referente às 
etapas do processo de inovação: http://www.revistageintec.net/index.
php/revista/article/view/5/5.
Neste link você encontrará uma dissertação aprofundando 
mais sobre o tema: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/
UNISINOS/5436.
1) Qual a diferença entre a inovação radical e a incremental?
2) O surgimento de um novo modelo de máquina para centro de 
usinagem em indústrias e a atualização de ferramentas para esse 
modelo de máquina, respectivamente, são exemplos de:
a) ( ) Inovação incremental e inovação radical.
b) ( ) Inovação radical e inovação incremental.
6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
Caro acadêmico, nós já sabemos que a informação sempre foi um elemento 
de grande importância nas operações logísticas. No entanto, atualmente, com 
as possibilidades oferecidas pela tecnologia, ela está se direcionando para 
40
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
uma estratégia competitiva nas organizações. O gerenciamento eletrônico das 
informações permite às empresas reduzirem os seus custos mediante uma boa 
coordenação das atividades, além de terem uma prestação de serviço com maior 
qualidade, devido à melhoria no acesso às informações pelos clientes. Para 
entendermos melhor essa temática, vamos analisar esse contexto desde sua 
evolução.
6.1 EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO
O conceito de TI integra as várias tecnologias que coletam, processam, 
memorizam e repassam informações. Porter (1999) explica que envolve muito 
além de computadores, desde equipamentos de reconhecimento de dados, 
tecnologias de comunicação, automação de fábricas e outras modalidades de 
hardware e de serviços. 
A evolução da TI desenvolveu um papel estratégico dentro das organizações. 
No início, aprimorou os componentes físicos das atividades e favoreceu o 
processamento de informações. Tempos depois, possibilitou a integração e 
coordenação de processos internos das empresas, como setores de vendas, 
produção e gestão de materiais. E, por fi m, propiciou a integração e coordenação 
dos processos da empresa com os de outras organizações, assegurando elos de 
rede (APPLEGATE; AUSTIN; MCFARLAN, 2013).
Desse modo, os autores Applegate, Austin e McFarlan (2013) apontam 
quatro fases da evolução da tecnologia da informação:
• 1ª Fase: 1950 a 1970
Esse período foi demarcado pelos mainframes, que eram grandes 
computadores com memória e capacidades de processamento elevadas. Esses 
computadores provocaram grandes mudanças no processamento de informações 
nas empresas, substituindo o trabalho manual e proporcionando melhorias 
operacionais. No entanto, eles possuíam um determinado custo elevado, além 
de condições especiais para fazer a sua instalação e a exigência da equipe 
técnica para o seu desenvolvimento, manutenção e operação, todos esses fatores 
intrincavam a adoção dessa tecnologia. 
41
LOGÍSTICA Capítulo 1 
• 2ª Fase: fi nal dos anos 1970
Nesse período surgiram os microcomputadores, sendo menores e mais em 
conta do que o modelo anterior. Ao mesmo tempo, os aplicativos (softwares) foram 
se popularizando, e podiam ser operados por usuários normais, sem requerer 
conhecimento específi co. A partir desse momento, as empresas começaram a 
perceber a importânciada TI na execução de tarefas e na tomada de decisões.
• 3ª Fase: a partir dos anos 1980
Esse período foi marcado pelos avanços nas telecomunicações e computação, 
foram desenvolvidos os Sistemas de Informação Interorganizacionais (Information 
Organization Systems – IOS). Esses sistemas compartilhavam as informações 
utilizando as redes de telecomunicação. As redes eram privadas, construídas por 
grandes empresários, empresas, empresas de telefonia fi xa etc. O seu ingresso 
era oneroso, com muitas falhas e com muita complexidade técnica.
• 4ª Fase: a partir dos anos 1990
Período em que começa a expandir a internet. A internet “é uma rede que 
interliga bilhões de computadores em todo o mundo, com a internet é possível 
compartilhar arquivos, notícias, músicas, vídeos, etc.” (LOPES, 2009, p. 120). 
Composta por redes comerciais e públicas em mais de duzentos países e todo o 
mundo (LAUDON; LAUDON, 2004).
Neste link você encontrará um artigo científi co que aborda 
a evolução histórica e seus efeitos sociais: http://www.scielo.br/
pdf/%0D/ci/v28n3/v28n3a4.pdf.
6.2 TECNOLOGIA E OS SISTEMAS DE 
INFORMAÇÃO
O termo TI é utilizado frequentemente como sinônimo de Sistemas de 
Informação (SI). O conceito de TI refere-se a numerosos componentes como: 
hardware, bancos de dados, software e outros que organizados dispostos 
42
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
constituem os sistemas de informação. Portanto, o sistema de informação é um 
conjunto de componentes de TI ordenados por um objetivo específi co (LEWIS; 
TALALAYEVSKY, 2000).
Os SI apanham dados removidos de eventos reais que ocorrem nas 
organizações e no seu ambiente físico, verifi cam o seu processamento, 
modifi cando-os em informação, e fi nalmente transportam a informação processada 
para as pessoas ou atividades onde serão utilizadas. Informação são os dados 
ordenados e concedidos de modo a permitir o seu entendimento e sua utilização 
(LAUDON; LAUDON, 2004).
Turban, Rainer e Potter (2003) explicam que os SI devem:
• Processar as transações de forma ágil e precisa. As transações 
são todos os acontecimentos ocorridos na empresa, citando como 
exemplos: venda de produtos, depósitos bancários, emissão de 
pagamentos etc. Cada transação gera dados que devem ser 
coletados e processados.
• Conservar os dados em um formato que possibilite atualizações e 
acesso ágil.
• Estabelecer o acesso e a transferência ativa de dados e informação 
utilizando redes de comunicação.
• Selecionar e ordenar as informações mais importantes.
• Incorporar a empresa tanto interna quanto externamente. A 
integração interna simplifi ca a tomada de decisões, e a integração 
externa minimiza o tempo de entrega de um determinado produto, 
minimizando também a necessidade de estoque.
• Dar suporte à tomada de decisão.
• Elevar a competitividade. 
Para a construção do SI é imprescindível que se conheça a empresa, suas 
necessidades de informação, o ambiente onde ela está inserida e por quais 
difi culdades ela está passando. Além de levar em consideração os aspectos 
culturais das empresas e das pessoas que estão envolvidas em determinado 
processo (LAUDON; LAUDON, 2004).
Outro conceito de grande importância trata da efi cácia da TI ou dos SI. A 
efi cácia dos SI está associada aos resultados que proporciona para a empresa 
em que é utilizada. Refere-se aos impactos que este SI tem nos objetivos que 
conduzem seu desenvolvimento e implantação, bem como nas operações e 
estratégias da empresa (LAURINDO, 2002).
43
LOGÍSTICA Capítulo 1 
Neste link você encontrará um artigo científi co referente à 
Tecnologia da Informação e a gestão da cadeia de suprimentos. 
Acesse: http://www.scielo.br/pdf/gp/v14n1/01.pdf.
Caro acadêmico, veja a seguir a importância da tecnologia em logística no 
Case da Procter & Gamble.
A Procter & Gamble (P&G) fabrica e comercializa cerca de 300 marcas de 
produtos de consumo, entre elas Ariel, Pampers, entre outras. Com uma força 
de trabalho de aproximadamente 100 mil pessoas, a P&G opera em cerca de 
80 países e em 2003 gerou vendas líquidas de quase 24,5 bilhões de libras 
esterlinas. Todavia, sua cadeia de suprimentos era inefi ciente. Uma medida desse 
baixo desempenho eram os negócios perdidos – a disponibilidade era de 96% 
e o número de negócios perdidos era de 4%, refl exo do atraso nas entregas – a 
empresa estava entregando apenas cerca de dois terços dos pedidos no prazo. 
Os 4% de negócio perdidos somavam até 7 ou 8 milhões por ano e custavam à 
P&G um valor estimado em 40 milhões de libras esterlinas.
Desde então, a empresa vem transformando sua cadeia de suprimentos 
no Reino Unido em uma operação mais efi ciente e colaborativa. Esse processo 
envolveu a implementação de uma gama de esquemas inovadores para ajudar a 
otimizar e consolidar a cadeia de suprimentos. A P&G investiu quase 23 milhões 
de libras esterlinas na modernização de sua infraestrutura logística, incluindo 
o gerenciamento do relacionamento com os fornecedores e a melhoria da 
velocidade e precisão do fl uxo de informações na cadeia de suprimentos; a criação 
de duas centrais de distribuição no norte e no sul para entregar toda a gama de 
produtos P&G em um único caminhão; a introdução de cross-docking para que os 
produtos não tivessem que passar por armazenagem e fossem diretamente para 
as prateleiras das lojas, poupando tempo e recursos; e a utilização de soluções de 
TI, como rastreamento por GPS e confi rmação de entrega eletrônica. A empresa 
também montou uma central de distribuição (CD) automatizada em sua fábrica 
em Londres e modernizou sua CD de Skelmersdale, Lancashi (Reino Unido). 
Nos 15 meses após a implementação, a “taxa de atendimento na primeira 
vez” (fi rst-time fi ll rate) da P&G para clientes atingiu 99% e a porcentagem de 
negócios perdidos foi reduzida de 4% para menos de 0,5%. As perdas – redução 
de estoque e menos de quilômetros rodados por caminhão – foram eliminadas 
da cadeia de suprimentos. A P&G já está trabalhando em outros esquemas 
inovadores, incluindo previsão conjunta com clientes para sincronização de 
44
 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA
dados e implementação de experimentos com clientes. Um deles refere-se a 
cross-docking, quando alguns de seus produtos chegam ao depósito do cliente, 
mas, em vez de serem colocados nas prateleiras do depósito, são apanhados 
e classifi cados imediatamente. Dois outros experimentos com a Tesco incluem 
a utilização de plataformas móveis para promoções e metades de paletes 
sobre rodas para produtos de lavanderia e limpeza. A empresa também está 
desenvolvendo uma inovação que denomina “contrato via satélite” para novos 
contratos e está considerando entregas 24 horas por dia 7 dias por semana.
FONTE: Grant (2017). Disp onível em: <https://books.google.com.br/books?id=rjln
DwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=tecnologia+em+log%C3%ADstica&hl=ptBR&sa=
X&ved=0ahUKEwi87ObfuqriAhX0KLkGHWLTBdIQ6AEIPzAF#v=onepage&q=tecnologia
%20em%20log%C3%ADstica&f=false>. Acesso em: 21 maio 2019.
1) Com base na leitura do case anterior, responda: Qual a 
estratégia adotada pela P&G para ter um crescimento e destaque 
representativo no mercado?
7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O objetivo deste capítulo foi conceituar logística, inovação e tecnologia 
da informação, bem como identifi car fatores que podem interferir na logística 
e identifi car um conjunto de medidas necessárias a sua implementação. Foi 
possível compreender que, diante do cenário competitivo e que as empresas 
estão inseridas, é vital a tecnologia da informação.
Foi possível evidenciar que a logística teve suas bases em civilizações 
antigas. Grandes líderes épicos, como Alexandre, o Grande, adotaram 
conhecimentos de técnicas de guerra para que a logística aplicada fosse efi caz. 
As tropas de Napoleão de as de Hitler submeteram-se à falta de planejamento 
logístico ao tentar invadir a Rússia. Desse modo, vimos que os povos antigos já 
utilizavam os conceitos de logística.
Apesar de ter um grande númerode estudos que abordam o tema sobre a 
logística, não chegamos a um consenso sobre a sua defi nição. O conceito de 
logística foi evoluindo, passou pela logística integrada e atualmente é a SCM – ou 
gestão da cadeia de suprimentos.
45
LOGÍSTICA Capítulo 1 
Vimos também o quanto a inovação mostra-se ser um componente 
indispensável para a competitividade e para a sobrevivência das empresas, 
pois devido à competitividade faz com que as empresas busquem a adoção de 
estratégias que vão desde inovações em produtos, serviços e processos até a 
formação de parcerias com clientes, concorrentes e fornecedores. 
Da mesma forma, a tecnologia da informação é uma ferramenta de grande 
importância para as organizações, pois permite às empresas reduzirem os seus 
custos devido à boa coordenação de atividades, além de terem um serviço de 
excelência devido à melhoria no acesso às informações pelos clientes. 
Analisamos alguns fatores que podem interferir na logística, como uma má 
administração, questões governamentais e a falta de gestão são alguns dos 
exemplos. Portanto, cabe aos gestores identifi car esses fatores e buscar as 
soluções para melhorias.
Dessa forma, daremos sequência ao nosso estudo no próximo capítulo, 
analisando com mais profundidade os sistemas de informações logísticos nas 
empresas.
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