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TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA UNIASSELVI-PÓS Autoria: Daniela Baggio Indaial - 2020 2ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2020 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. B144t Baggio, Daniela Tecnologia em logística. / Daniela Baggio. – Indaial: UNIAS- SELVI, 2020. 138 p.; il. ISBN 978-85-7141-446-4 ISBN Digital 978-85-7141-447-1 1. Logística. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 004 Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 LOGÍSTICA.......................................................................................7 CAPÍTULO 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS .............................55 CAPÍTULO 3 ESTUDOS AVANÇADOS EM TECNOLOGIA NA LOGÍSTICA .....101 APRESENTAÇÃO Ouve-se constantemente expressões como: a logística daquela empresa não é boa; o problema maior daquele evento foi a falta de logística; a logística de tal empresa foi fundamental para garantir o seu sucesso. Essas e outras expressões são frequentes no dia a dia de várias pessoas. Mas afinal, o que é logística? Como a tecnologia da informação está interligada à logística? Neste livro, estudaremos a resposta para cada uma dessas perguntas, nos aprofundando em um assunto tão importante para o desenvolvimento competitivo das organizações. No Capítulo 1, estudaremos os principais conceitos referente à logística, inovação e tecnologia da informação, bem como a evolução desses conceitos. Outro tema abordado serão os fatores usuais que podem interferir no processo da logística. De fato, é relevante ressaltar que, em qualquer organização, existirão fatores que podem interferir nos seus processos e que estes precisam ser identificados e tratados com cuidado. Em relação a esses fatores podemos destacar: questões governamentais, falta de gestão e má administração. Será destacado também, neste capítulo, como se desenvolve a inovação. E, por fim, será abordado um conjunto de medidas necessárias para implementar a tecnologia da informação. A tecnologia é uma importante aliada para os mais diversos setores. E na área de logística não é diferente. Ela tem profunda influência nessa área, como veremos no Capítulo 2. Nele, apresentaremos a importância dos sistemas de informação na área da logística, sendo que hoje é crucial as empresas nesse segmento se adequarem a essas tecnologias, podendo, assim, serem competitivas e terem uma alta performance. Também serão abordados os principais sistemas de informação logísticos utilizados na atualidade, sendo eles: Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS); Sistemas de Geoposicionamento (Geo-positioning Systems – GPS) e Código de Barras e Coletores de dados, e Identificação por Radiofrequência (Radio Frequency Identification – RDIF). E, para finalizar, no Capítulo 3 você conhecerá o sistema Milk-Run e a Teoria das Restrições no contexto da logística. Ainda, verá as novas tendências em logística que muitas organizações estão começando a utilizar. Bons estudos. Professora Ma. Daniela Baggio CAPÍTULO 1 LOGÍSTICA A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: • conceituar logística, inovação e tecnologia da informação, bem como a evolução desses conceitos; • identifi car fatores que podem interferir na logística. 8 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA 9 LOGÍSTICA Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO No mundo atual, de mudanças rápidas em que as organizações estão inseridas é vital que o alto comando das companhias busque por melhores práticas, ferramentas e processos que visam a um melhor controle e gerenciamento de informações, que o permita detectar as mudanças no mercado o mais cedo possível, entender as implicações para o negócio e tomar decisões apropriadas e oportunas para manter o negócio no destino correto. Tantas transformações faz com que essas organizações direcionem suas atividades para explorar estratégias de maior retorno em suas operações, o que geralmente é traçado com base em previsões e planejamento, apoiados em indicadores de mercado, no histórico e até mesmo em fatores naturais (FREY, 2012). Segundo Porter (1989), a vantagem competitiva surge da maneira como as empresas desenvolvem suas atividades dentro da cadeia de valor. Nesse contexto, a utilização da logística associada à tecnologia da informação é de extrema importância para que as empresas possam alcançar os seus objetivos, ou seja, maior competitividade ao mercado perante os seus concorrentes. Essas ferramentas têm potencial para auxiliar a organização a obter vantagem no custo e produtividade, como também vantagem em valor. Os sistemas de informação operam como elos das atividades logísticas em um processo integrado. Nesse sentido, o uso da Tecnologia da Informação (TI) destaca-se como uma vantagem competitiva para as empresas que desejam e procuram se diferenciar no mercado em que atuam. A TI torna-se essencial em praticamente todos os aspectos da empresa moderna, uma vez que seu uso poderá determinar a diferença entre o sucesso e o fracasso (FERREIRA; RIBEIRO, 2003). Caro pós-graduando, a seguir você conhecerá melhor o que é logística, inovação e tecnologia da informação, seus principais conceitos e saber quais são suas importâncias dentro das empresas. Em continuidade, você estudará os fatores que interferem no processo da logística. E, por fi m, verá um conjunto de medidas necessárias à efetiva implementação da tecnologia em logística dentro das organizações. 10 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA 2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA Antes de começarmos nos aprofundar no assunto, é importante sabermos como a logística surgiu, um pouco de sua história, uma vez que esse surgimento é muito mais antigo do que se imagina, pois os conceitos logísticos nos soam ainda muito recentes na literatura. Você também compreenderá porque a Segunda Guerra Mundial teve um papel fundamental no desenvolvimento da ciência logística, a qual se conhece hoje. A logística, na sua essência, como meio de conduzir e deslocar produtos ou pessoas, existe desde a Antiguidade. Ela teve seu início com a própria evolução da humanidade, pela necessidade de locomover-se na busca do alimento, em que havia a caça para a sobrevivência. O ser humano tinha por atividades apenas a caça e a coleta de frutos para seu consumo, e o alimento era consumido no próprio local onde havia sido colhido. Ainda não existiam meios e recursos para o deslocamento de transporte da caça, pesca ou a própria colheita. Com o passar dos anos, o ser humano criou seus próprios meios de comunicação e foi se socializando. Através desse processo de socialização, percebeu-se a necessidade de trocar os produtos que eram colhidos. Assim, as atividades de troca de mercadorias e o deslocamento dos produtos de uma determinada região até outro ponto podem ser consideradas como as primeiras atividades logísticas. Desse modo, o ser humano foi se desenvolvendo, ocorreu o aprimoramento das técnicas de cultivo e a necessidade de aprimorar seus controles e a administração de sobras. No entanto, até aquele dado momento, o homem apenas colhia, consumia e trocava as sobras por produtos que outras aldeias ofereciam. Por esse motivo, constatou-sea necessidade de construir locais (hoje conhecidos como armazéns) para guardar e estocar os grãos e também para a criação de animais, além de expandir os meios de transporte dos produtos excedentes à feira, entre outras funções importantes para a época. Para os agricultores da época, a logística passou a ser uma importante ferramenta de suporte. 11 LOGÍSTICA Capítulo 1 FIGURA 1 – MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO NA ÉPOCA FONTE: <http://logisticadesuprimentos.blogspot.com/2011/10/voce- sabia-10-curiosidades-sobre.html>. Acesso em: 16 abr. 2019. Mas o grande avanço na área da logística foi dado na área militar, devido às grandes movimentações de tropas na Europa e no Oriente Médio. Gomes e Ribeiro (2004) explicam que a logística é uma atividade que teve sua origem na área militar, quando grandes tropas do exército se deslocavam a distâncias para combater e conquistar terras e riquezas. Sua origem remonta a época dos gregos e foi aperfeiçoada por Napoleão Bonaparte, entretanto não era estudada nas escolas militares. O surgimento da logística não teve uma data defi nida. Algumas técnicas foram utilizadas em campanhas de guerra. Por exemplo, as tropas de Alexandre, o Grande (310 a.C.), eram estrategicamente organizadas, nada faltava aos soldados, como mantimentos, munições e água, tudo era distribuído em vários pontos de combate (PAURA, 2011). FIGURA 2 – REI ALEXANDRE, O GRANDE FONTE: <https://www.ebiografi a.com/alexandre_o_grande/>. Acesso em: 16 abr. 2019. 12 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA Curiosidade: Alexandre, conhecido como o Grande ou Magno, nasceu em 20 de julho de 356 a.C., na Macedônia, e morreu em 10 de junho de 323 a.C. Na Babilônia, foi príncipe e rei da Macedônia, e um dos três fi lhos do rei Filipe II de Olímpia, da cidade de Épiro. Foi considerado também o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em sua juventude, teve como seu educador o fi lósofo Aristóteles. Para saber mais, assista ao fi lme Alexandre, o Grande, com Colin Farrell e Angelina Jolie, dirigido por Oliver Stone (2017). Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=YbNo-4uWETc. Outro fato importante foram as construções das pirâmides do antigo Egito, um evento que exigiu uma logística muito bem organizada. Conceitos de logística, como prazos de construção, materiais escolhidos, movimentação de matéria- prima, aquisição de mão de obra, dentre outros, estavam ali envolvidos. FIGURA 3 – CONSTRUÇÕES EGÍPCIAS FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/egipcio.htm>. Acesso em: 16 abr. 2019. 13 LOGÍSTICA Capítulo 1 No fi nal do século XVIII, o exército de Napoleão foi derrotado pela Rússia, devido à grande tática utilizada pelo povo. À medida que o exército de Napoleão avançava por vilas e cidades Russas, os moradores fugiam para localidades cada vez mais remotas, porém, antes de tudo, destruíam as suas casas e cidades, no intuito de não deixarem mantimentos e nem condições que favorecessem os intrusos. Essa tática foi vital para o sucesso da nação que estava sendo atacada. FIGURA 4 – INVASÃO DA RÚSSIA FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_ da_R%C3%BAssia_(1812)>. Acesso em: 16 abr. 2019. 3 PRIMEIROS PASSOS COMO CIÊNCIA A Segunda Guerra Mundial, confl ito que teve sua origem no fi nal da década de 1930, foi uma grande sucessora para o estudo da logística, pois a partir daí tivemos o surgimento da logística como ciência, uma vez que a guerra necessitava não apenas de atitudes ágeis, mas também de mantimentos no devido lugar e no tempo necessário. Paura (2011) explica que as tropas de Hitler também cometeram o mesmo erro que as de Napoleão. Subestimaram o exército e a população russa. As tropas alemãs tinham como objetivo invadir Moscou. E, na proporção em que a população soviética fugia para áreas remotas, o povo ia destruindo suas cidades para que assim não sobrasse nenhum vestígio para facilitar o exército nazista. Procuravam impossibilitar ao máximo o avanço dos alemães. Ao chegarem às cidades, os alemães se deparavam somente com cinzas e destruição, não havia sequer mantimentos ou munições. Ao se aproximarem de Moscou, os homens, 14 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA sob o comando de Hitler, sucumbiam à fome e ao frio. A logística dos invasores havia falhado, pois partiam do preceito de que aproveitariam os insumos daquela região. Vale a pena observar que os conceitos de logística já existiam. Não foram descobertos ou inventados naquela época. Sempre foram utilizados de forma subjetiva, sem serem percebidos. A cada ano, os conceitos e as técnicas foram sendo aprimorados e otimizados. Desse período em diante, empresários começaram a perceber a importância dessa atividade. A formulação dos conceitos sobre qualidade e o enfoque na cadeia produtiva do cliente começou a ser despertada. Houve uma melhor atenção para alguns fatores importantes na cadeia produtiva, como fornecedor de insumos, a qualidade no processo produtivo e a entrega do produto até o cliente. As tecnologias foram sendo desenvolvidas e aprimoradas, e hoje, com o computador pessoal e a ampla utilização da internet e da telefonia celular, os empresários se sentem cada vez mais pressionados por seus clientes e concorrentes. 3.1 EVOLUÇÃO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA Ao longo do tempo, acompanhando a evolução das organizações, das tecnologias disponíveis e das necessidades do mercado, a logística mudou seu direcionamento. Desconsiderou-se, propositadamente, o período anterior ao século XX, uma vez que até então a logística era desenvolvida de forma totalmente subjetiva, sem qualquer preocupação, a não ser questões relacionadas ao transporte e à logística de suprimentos do exército (FILHO, 2011). Filho (2011) também explica que, ao longo do tempo, a logística recebeu denominações diversas: distribuição, engenharia de distribuição, logística empresarial, logística de marketing, logística de distribuição, administração logística de materiais, logística, sistema de resposta rápida, administração da cadeia de abastecimento e logística industrial. Embora denominações distintas, elas referem-se sempre à mesma coisa: a gestão de fl uxo de bens de um ponto a um ponto de consumo. Para um melhor entendimento, o quadro a seguir apresenta a evolução da logística ao longo do tempo: 15 LOGÍSTICA Capítulo 1 QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA AO LONGO DO TEMPO Período Visão Organizacional Ênfase Foco Industrial Foco Logístico Até anos 40 Do campo ao mercado Economia Agrária Volume de produção Transporte Anos 40 até anos 60 Especialização Desempenhos funcionais Custo Inventário Anos 60 até anos 70 Integração Interna Integração das funções Serviço Distribuição Anos 70 até anos 80 Foco no cliente Busca por efi ciência Lucratividade Produção Anos 80 até anos 90 Foco no mer- cado Integração da logística Qualidade Compra/ Produ- ção/ Vendas Anos 90 até fi nal do século XX Supply Chain Management Logística como diferen- cial competitivo Tempo Processo gerencial Período Atual Supply Chain Management Logística como diferen- cial competitivo Tempo e espaço Flexibilidade Agilidade FONTE: Adaptado de Filho (2011) a) Período até os anos 40: esse período foi marcado pela economia agrária como sendo a principal atividade. A principal preocupação nesse período era com questões relacionadas ao transporte para o escoamento da produção agrícola, pois a demanda existente, na maioria dos casos, excedia a capacidade produtiva das empresas que se preocupavam exclusivamente em produzir os maiores volumes possíveis. b) Período dos anos 40 até os anos 60: em virtude das grandes guerras, o termo “logística” teve suas raízes na movimentação e no suprimento das tropas, esse período passou a ser utilizado nas organizações empresariais. Aqui, a ênfase era no fl uxo de materiais, especialmente nas questões de armazenagem e transporte, em que eram tratadas separadamente no contextoda distribuição de bens, ou seja, havia uma preocupação com os desempenhos funcionais, embora não com a integração das funções. O foco industrial era especialmente em produzir com os mais baixos custos possíveis. c) Período dos anos 60 até os anos 70: período que começa com uma visão mais integrada das funções internas, descobrindo aspectos como custo total e uma visão sistêmica do processo produtivo. Início de competitividade mundial mais acirrada, os processos produtivos 16 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA começam a entender a importância de se adicionar serviços aos produtos, como forma de agregação de valor, enquanto que a logística deve procurar aperfeiçoar os sistemas de distribuição, uma vez que existe a necessidade de explorar novos mercados. d) Período dos anos 70 até os anos 80: corresponde ao “foco no cliente”, com ênfase na produtividade e nos custos de estoques, ou maior efi ciência operacional. Surgem modelos matemáticos aprimorados para tratar a questão estocástica, novas abordagens para a questão dos custos não somente dos processos logísticos, mas ainda de questões contábeis. O foco industrial está centralizado no aumento da produtividade, uma vez que é necessário atender a mercados emergentes e à logística, por sua vez, passa a empenhar-se com questões do processo produtivo, como a armazenagem e a movimentação mais racional de produtos em processo. e) Período dos anos 80 até os anos 90: resgata-se, com maior ênfase, o “foco no cliente” e uma preocupação com a logística integrada, iniciando-se uma visão da administração da cadeia de suprimentos (SCM), cuja base é a globalização e o avanço da TI. No plano industrial, a preocupação é com a qualidade, uma vez que os produtos japoneses “invadem” o mundo, guiando a logística para uma visão extensiva em que integram-se as funções de compras, produção e vendas. f) Período dos anos 90 até os anos 2000: apresenta um enfoque mais estratégico, em que a logística passa a ser vista como um elemento diferenciador para as empresas. Surge então o conceito de Supply Chain Management, com a utilização das ferramentas asseguradas pela TI, que permite ganhos de tempo e melhorias nos processos gerenciais. g) Período atual (início do século XXI): continua a batalha organizacional em conseguir o efetivo gerenciamento da cadeia de suprimentos de forma integrada para que a logística passasse a ser o componente de sustentação das estratégias competitivas. Porém, em razão da verdadeira “explosão” da virtualidade (expansão da internet e da TI), adiciona-se ao fator tempo a questão espacial, local que é necessário disponibilizar os produtos não apenas no momento certo, mas principalmente em qualquer local onde eles possam ser demandados. Para que isso seja possível, os sistemas logísticos devem ser cada vez mais ágeis e sufi cientemente fl exíveis para se adaptarem às mudanças permanentes no mercado. Fica nítido que esse período atual exige muito mais agilidade e fl exibilidade por parte das organizações, para que assim possam suprir adequadamente seus 17 LOGÍSTICA Capítulo 1 mercados, pois nesse início do século XXI, as organizações estão cada vez mais pressionadas a reduzir custos, em paralelo a isso, ocorrem as mudanças nos desejos, necessidades ou expectativas dos clientes. Essa agilidade e fl exibilidade levam às empresas a buscarem a integração de seus canais de suprimentos na forma que possam atender corretamente aos mercados em que atuam. Porém, para integrar canais de suprimentos, externamente, é necessária uma integração interna nas diversas funções administrativas relacionadas à logística. Neste link você encontrará um vídeo sobre a evolução da logística: https://www.youtube.com/watch?v=ITxxvypa5go. 1) Se os antigos não conheciam formalmente os conceitos logísticos, como podiam utilizá-los? Explique. 4 CONCEITOS DE LOGÍSTICA Caro acadêmico, agora que conhecemos o histórico da logística, vamos nos aprofundar em seus principais conceitos. Para Ballou (1993), a logística é o processo de planejamento do fl uxo de materiais, com o objetivo de entregar as necessidades na qualidade desejada no tempo exato, otimizando recursos e aumentando a qualidade dos serviços. Nesse sentido, o processo logístico envolve planejamento, implementação e controle do fl uxo físico de materiais, produtos acabados e informações relacionadas ao ponto de origem até os pontos de consumo, de modo a atender às exigências dos clientes com certa margem de lucro (CZINKOTA, 2001). Por sua vez, Dias (1993) explica que a logística é responsável pela movimentação de materiais e produtos através da utilização de equipamentos, 18 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA mão de obra e instalações, na medida em que o consumidor tenha acesso ao produto na hora e com o menor valor que lhe convenha. A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de insumos, peças e produtos acabados (e os fl uxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, à medida que isso maximize os lucros através do atendimento dos pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER, 1997). Com o intuito de proporcionar uma conceituação ainda mais ampla e completa sobre o tema, Bowersox, Closs e Cooper (2007) entendem que a logística envolve a gestão do processamento de pedidos, os estoques, os transportes e a combinação de armazenamento, e o manuseio de materiais/suprimentos e embalagens, todos acoplados por meio de uma rede de instalações. O objetivo da logística é dar suporte às necessidades operacionais de compras, produção e atendimento às expectativas dos clientes. O conceito de logística vem evoluindo desde a logística propriamente dita, passando pela logística integrada e chegando ao conceito mais atual de Supply Chain Management (SCM), ou gestão da cadeia de suprimentos (VIANA, 2002). 4.1 LOGÍSTICA INTEGRADA Há alguns anos, prevalecia na logística o conceito individualizado do estudo do transporte, estoque e armazenagem, mas por um período de tempo o conceito de logística integrada foi o que predominou nas empresas. Esse sistema (integrado) é o relacionamento entre fornecedor, suprimentos, produção, distribuição e cliente, havendo um fl uxo de materiais e outro de informações (GOMES; RIBEIRO, 2004). Ao introduzir a logística nos negócios, o gestor organizou três etapas: suprimento, para obter a matéria-prima na quantidade exata, com menos custos e mantendo a qualidade; administração de produção, defi nindo com o marketing o quanto deverá ser produzido, o quê e para quem; e a distribuição, visando a todo o processo de embalagem, transporte e movimentação. A satisfação do cliente nos dias atuais não se resume apenas em oferecer um produto com uma qualidade superior, mas também com menor preço e menor prazo de entrega, assegurando o cumprimento do prazo e a regularidade no atendimento, com troca de informações muitas vezes através do Eletronic Data Interchange (EDI) ou intercâmbio eletrônico de dados, que permite um contato 19 LOGÍSTICA Capítulo 1 efi caz entre fornecedor e cliente. A logística integrada começou no fi nal da década de 1950, nos Estados Unidos, quando uma companhia de navegação comercial aérea propôs transportar os produtos de uma indústria farmacêutica por avião, com redução fi nal de custos. A empresa implantou o processo com certa moderação, mas um estudo demonstrou que a aceitação do frete aéreo minimizaria os tempos de suprimento e, em virtude disso, os estoques iriam reduzir perdas e danos (GOMES; RIBEIRO, 2004). As empresas, entretanto, perceberam que não adiantava ter somente o custo integrado, mas sim todo o processo. Esse conceito busca encerrar com os confl itos, como a área de marketing, que incentiva o lançamento de produtos diferenciados, enquanto a área de produção prefere produtos padronizados e em grandes volumes para não gerar problemas.É preciso integrar as funções do marketing, produção e transportes. 4.2 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT OU GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS O conceito de SCM surgiu como uma evolução do conceito de logística integrada. O termo Supply Chain Management ou gestão da cadeia de suprimentos foi criado por consultores e surgiu pela primeira vez no início dos anos 1980. A partir daí, vários autores buscam uma defi nição para SCM. Segundo Christopher (1997, p. 13), “a cadeia de suprimentos representa uma rede de organizações, através de ligação nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor fi nal”. Enquanto a logística interna retrata a integração interna de tarefas, o SCM retrata sua integração externa, articulando fornecedores aos consumidores fi nais, e visando que somente a integração interna não é sufi ciente para um bom desempenho organizacional. Mentzer et al. (2001) explicam que a SCM é a coordenação, estratégica e sistêmica, das funções convencionais do negócio da empresa. Já para Cooper, Lambert e Pagh (1997), a SCM é a integração de vários relacionamentos na cadeia de suprimentos. De acordo com Fleury (2000), a logística integrada signifi ca uma integração interna das atividades, e a SCM demonstra sua integração externa, pois desdobra 20 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA a coordenação dos fl uxos de materiais e de informações aos fornecedores e aos clientes. 4.3 LOGÍSTICA E NECESSIDADES A busca pela satisfação do cliente é algo imprescindível para a sobrevivência de uma empresa nos dias atuais. A concorrência é ampla. O que imediatamente vem em nossa mente quando comentamos sobre a satisfação do cliente é a qualidade, no entanto, em um mundo globalizado, isso passou de diferencial para uma obrigação para as empresas. Mas aonde entra a logística nessa questão? Diferencial Competitivo, essa é a expressão que pode defi nir o papel dessa importante ferramenta de gestão na atualidade. Imagine! A partir do momento em que o mercado possui vários concorrentes que conseguem qualidade desejável na visão do consumidor, então as empresas precisam otimizar recursos para que possam vender mais barato ou mesmo para elevar os ganhos, se quiser permanecer no mercado. Outro ponto que merece uma observação é saber se o cliente pode encontrar a qualidade que deseja entre os concorrentes e se os preços similares é o diferencial que é necessário estar na prestação de serviços. Com a otimização de recursos, a logística pode oferecer a qualquer empresa uma maximização nos lucros ou mesmo desfrutar de novas possibilidades de mercado. Em uma empresa, a logística surge através da necessidade de organizar a movimentação de produtos e serviços. Nesse momento, você deve estar imaginando: Mas isso é óbvio! Concordamos, no entanto, devemos refl etir sobre algumas questões: Será que toda empresa tem essa organização efi ciente e integrada? Será que toda empresa pensa em todas as possibilidades do negócio ou pensa somente em reduzir custos de qualquer forma, mesmo que resulte em perda de qualidade? Em uma empresa é imprescindível o dever com a qualidade, com a satisfação do cliente e com preço justo, tem como base de sua administração um bom planejamento logístico, uma vez que, a partir do momento da compra de matéria-prima até a entrega do produto fi nalizado ao cliente, tudo é programado para evitar desperdício de tempo e dinheiro. O grande problema das empresas, hoje, é querer diminuir seus custos a qualquer preço, ou seja, as empresas querem minimizar os gastos e muitas vezes não têm o mínimo de conhecimento. Infelizmente, isso não é logística e muito menos representa o pensamento de um profi ssional da área. É comum nos 21 LOGÍSTICA Capítulo 1 depararmos com situações em que um profi ssional não especializado é colocado para executar uma função que carece de conhecimentos na área de logística. Quando isso ocorre absolutamente, tal empresa passará por um procedimento de consultoria, para que possa rever melhor os motivos pelos quais os negócios não vão bem e os ganhos estão diminuindo signifi cativamente. 1) Pesquise de que forma a logística ajuda sua cidade a se desenvolver e quais os principais problemas de infraestrutura enfrentados pela sua região. 4.4 POR QUE ESTUDAR LOGÍSTICA? O profi ssional de logística empresarial estuda como prover, de forma efi ciente, a lucratividade nos serviços de distribuição ao cliente, no fl uxo de materiais dentro da empresa, no planejamento de compra, passando pelo controle e organização de estoques de matérias-primas e produtos acabados, no planejamento de controle da produção, e no controle de transporte de embalagens (PAURA, 2011). Vamos analisar a seguinte situação: quando uma empresa é criada, a demanda pelos seus produtos ou serviços está localizada geralmente em uma área ampla, porém, afastada do consumidor fi nal. Infelizmente é o que acontece. Ao planejar uma empresa, o gestor deve buscar um local onde possa obter matéria-prima mais em conta e com qualidade, mão de obra mais qualifi cada e barata e incentivo fi scal por parte governamental. Por isso a logística é vital para o negócio, isso porque auxiliará a organização de todas as questões de fl uxo de mercadorias, ou seja: Quando mandar? De que forma mandar? Quanto mandar? Essas serão apenas algumas questões a que o profi ssional de logística responderá para que tenha estabilidade entre o que se gasta em relação ao que se fatura. É uma busca contínua por produzir preços e melhorar a qualidade. Cada vez mais conceitos como maximização de lucro, aumento de qualidade, agilidade nos processos, efi ciência em fl uxos são discutidos e aplicados em empresas, para que se tenha um diferencial competitivo mediante outras empresas. 22 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA Esse assunto é de extrema importância, uma vez que absorve quantias consideráveis do orçamento operacional de uma instituição. Os investimentos dessa área devem ser muito bem planejados, objetivando sempre o aumento da qualidade e a diminuição dos custos. Vendo por essa ótica, fi ca fácil entender por que um profi ssional da área da logística é considerado um dos corações estratégicos das empresas (PAURA, 2011). FIGURA 5 – INVESTIMENTO NO SETOR DE LOGÍSTICA FONTE: <http://www.crxlog.com.br/cni-investimentos-em-logistica- estimularao-atividade-economica/>. Acesso em: 6 nov. 2019. Nessa fi gura temos a imagem de alguma atividade logística, cujo investimento em infraestrutura e mão de obra é, na maioria dos casos, altíssima, mas que se for bem administrado se reverterá em benefício e lucratividade para a empresa. Muitas pessoas estudam a logística por ser um assunto interessante e fundamental, pois hoje os conceitos vão muito além do mundo empresarial. É inevitável o estudo da logística, uma vez que há necessidade de profi ssionais preparados e qualifi cados para colocar em prática conceitos que apontem e administrem a necessidade de investimento e a operacionalidade do setor. 1) Pesquise casos de sucesso de empresas que conseguiram com a logística um maior volume de vendas e a consolidação no mercado. 23 LOGÍSTICA Capítulo 1 4.5 GLOBALIZAÇÃO E A LOGÍSTICA A dimensão da logística alcança níveis globais, uma vez que temos um mundo completamente interligado. Graças à globalização é possível entrar em um site e adquirir um produto que esteja em outro país, sem qualquer problema, e este ainda será entregue em um prazo estabelecido. Isso nos mostra que os conceitos de logística e a sua necessidade ultrapassam a fronteiras. Na economia mundial, os países desenvolvidos podem ser conceituados modelos no que se refere à organização logística de suas empresas. Porém, a organização logística empresarial não surte efeito por simples planejamento da própria instituição, o governo deve estar bem-disposto com esses objetivos,uma vez que é o principal responsável pela infraestrutura que dará suporte a todos que atuam naquela região. Você deve estar se questionando: onde o governo infl uencia o planejamento de uma empresa, principalmente no que diz respeito à logística? Na realidade, o governo é o fator determinante por conservar de forma satisfatória as vias de transporte em condições de uso. O transporte é o alicerce para que um planejamento empresarial dê certo. O empresário sempre necessitará adquirir matéria-prima e transportá-la até seus depósitos. Com o método de enviar ou de buscar a mercadoria em outro local fi ca evidente a correta operação de vias de transporte, seja ela qual for. Como o governo é o responsável por mantê-las em condições de utilização, estamos falando de uma colaboração, mesmo que de forma indireta. A Figura 6 mostra uma rodovia em condições péssimas, o que compromete todo o planejamento de distribuição de uma empresa, por exemplo. FIGURA 6 – PRECARIEDADE DE VIAS É UM SÉRIO PROBLEMA PARA A LOGÍSTICA FONTE: <https://www.acritica.com/opinions/rodovias-em- pessimo-estado-no-am>. Acesso em: 6 nov. 2019. 24 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA A logística empresarial é a responsável pelo planejamento desde a compra da matéria-prima, o armazenamento, a seleção das embalagens e a forma como o produto chegará até o cliente. A organização e a integração dos setores da empresa é algo imprescindível para o seu desenvolvimento, e de responsabilidade de um profi ssional da área da logística. No entanto, nada pode ser realizado se o governo não é encarregado de suas responsabilidades com a infraestrutura viária, a qual é a base para o trabalho da logística. Neste link você encontrará uma matéria relacionada aos desafi os enfrentados pela logística brasileira, e a seguir uma questão relacionada a esse link. Acesse: https://www.bloglogistica.com.br/ mercado/infraestrutura-logistica-brasileira-o-que-precisa-melhorar/. 1) Assinale a alternativa correta referente ao principal problema enfrentado pela logística no Brasil: a) ( ) Infraestrutura de rodovias. b) ( ) Falta de mão de obra. c) ( ) Grande concorrência entre empresas. d) ( ) Fata de mercadorias para frete. e) ( ) Grandes malhas ferroviárias. 4.6 A LOGÍSTICA NO COMÉRCIO Já vimos como a logística é importante para as indústrias e empresas. No entanto, para o comércio, a logística também é considerada essencial por diversas razões, as quais veremos a seguir. Primeiramente, sabemos que o comércio é o cliente direto de muitas empresas. Mas como? Por exemplo: Onde você compra leite? Muito provavelmente responderá que é no supermercado, salvo em algumas exceções. Então, imagine que a indústria de leite tem como seu cliente o mercado. O produtor não vende diretamente para você, ele vende para o estabelecimento onde os clientes irão 25 LOGÍSTICA Capítulo 1 adquirir. Você é o cliente fi nal, mas o mercado é o cliente direto de quem fabrica o leite, por exemplo. Caro acadêmico, agora buscaremos o entendimento de como a logística acontece. Se você compra determinado produto (exemplo do leite) em um local de varejo, signifi ca que essa empresa depende diretamente da distribuição do produtor, que é o fornecedor. Este, por sinal, depende diretamente do cumprimento de prazos de entrega para que assim tenha o produto acessível para você. Essa é uma ocasião em que a logística atua de forma direta no comércio. Um outro exemplo a ser mencionado é o estoque dos supermercados, em que a logística tem um importante papel no comércio. A organização do processo de estoque envolve não apenas o controle do que entra e do que sai, como também de comunicados necessários para a aquisição de mais pedidos. Um comércio em que a logística é bem estruturada, muitas vezes tem seus produtos em melhores condições e com preços justos (PAURA, 2011). Quando falamos que os estabelecimentos comerciais têm processos logísticos bem estruturados, e que possuem melhores condições de preços, isso quer dizer que o custo logístico dele é reduzido. Os custos logísticos simbolizam um fator-chave para o estímulo do comércio. Vamos imaginar uma seguinte situação: O que incentiva o comércio entre países e regiões? Muito provavelmente será o custo. Às vezes, o custo de produção em uma determinada região ou país pode compensar os custos logísticos para o transporte entre as localizações. A fi gura a seguir representa um exemplo dessa situação. Uma rede de farmácias, quando possui um estoque abastecido, representa um ponto importante no comércio. FIGURA 7 – ESTOQUE, PARTE DA LOGÍSTICA FUNDAMENTAL NO VAREJO FONTE: <http://www.mt.gov.br/-/farmacia-de-demanda-especializada- fi naliza-o-ano-com-estoque-em-80->. Acesso em: 6 nov. 2019. 26 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA Quando falamos de custos de produção, falamos de tudo aquilo que é gasto por uma empresa para que ela possa produzir. Tudo deverá ser considerado, como exemplos temos: • impostos; • mão de obra; • preço da matéria-prima; • contas para manter a infraestrutura: luz, água, telefone etc.; • gastos com insumos: papel, computadores etc.; • equipamentos; • embalagens; • transporte. Esses são apenas alguns dos exemplos do que se deve levar em consideração na hora de chegar ao valor de quanto o gestor gasta para produzir, ou seja, o custo de produção de determinado produto. Percebemos que diversos pontos do que é necessário para produzir podem ter seus custos reduzidos pela logística. Nesse cenário, podemos destacar os custos que envolvem pedidos de compra de matéria-prima, armazenamento, transporte, pessoal e embalagem (PAURA, 2011). Percebemos que a logística é um elemento de sucesso para um comércio que tem como objetivo principal o bom atendimento a um preço mais acessível. No entanto, isso pode ser decisório para um estabelecimento que quer se destacar diante dos demais. Antes de tudo, vamos aperfeiçoar nosso entendimento de como a logística pode agregar valor a um produto ou serviço, ou serviço que uma organização vende. Agregar valor é fazer com que o consumidor esteja propenso a pagar mais do que o produto realmente vale (PAURA, 2011; GRACIOLA et al., 2018; MILAN et al., 2017). Cobra (2007) explica que a melhor forma de atender às necessidades de um consumidor é agregar valor ao produto ou serviço que está sendo oferecido. Ou seja, oferecer além das condições principais do produto ou serviço algo de especial valor para o comprador. Jones e George (2011) explicam que a Zara, conhecida mundialmente (rede de lojas de vestuário, calçados e acessórios para o público feminino, masculino e infantil), tornou-se um destaque em funções como design de roupas e TI, que têm lhe dado vantagem competitiva. A estratégia em nível funcional é um plano de ação para aperfeiçoar a capacidade que as funções de uma empresa têm de criar valor. Isso refere-se às ações que os gestores de funções individuais (como produção ou marketing) podem empreender para agregar valor aos bens e serviços de uma organização, e assim aumentar o valor percebido pelos clientes. 27 LOGÍSTICA Capítulo 1 Os preços que os clientes estão dispostos a pagar por um produto indicam quanto eles o valorizam. Quanto mais valorizarem um produto, mais estarão dispostos a pagar por ele. Jones e George (2011) explicam ainda que há duas maneiras pelas quais as funções podem agregar valor aos produtos de uma organização: a) Os gestores têm a possibilidade de baixar os custos de criação de valor de modo que a organização possa atrair clientes ao manter seus preços baixos em relação aos seus concorrentes. b) Os gestores podem agregar valor a um produto ao encontrar formas de diferenciá-lo dos produtos de outras empresas. Prezado acadêmico, vamos analisar uma seguinte situação: imagine que o seu sonho de consumo é ter uma sala que seja um verdadeiro cinema, ou seja, ter uma televisão de diodo emissor de luz (LED) de 65 polegadas, 8k. Penseque esse sonho custe em média R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Como é algo que você tanto quer, resolve juntar o dinheiro para comprar à vista, a fi m de economizar e não pagar juros. Depois de dois anos de muito trabalho, consegue então juntar o valor para realizar a compra. Você sai à procura de uma loja para fechar o negócio e se depara com uma que está na promoção e que esta sairá por R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil e quinhentos reais), porém, tem uma condição: aguardar 30 dias para que o produto seja entregue na sua casa. Insatisfeito com o prazo de entrega, afi nal foi uma espera de dois anos juntando suas economias para que chegasse esse dia e a disposição para esperar mais de trinta dias é pouca, você sai à procura de outra loja. Ao entrar na segunda loja, você encontra a tão sonhada televisão, a mesma que você viu na loja anterior. O vendedor garante toda a parte de instalação para o mesmo dia e que à noite você terá sua sala de cinema pronta, porém, o produto custará R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais), e isso signifi ca mil reais a mais do que você estava prevendo, e, mil e quinhentos reais a mais do que a primeira loja. Por se tratar de um sonho é muito provável que nesse momento você feche o negócio com a segunda loja, isso porque além do desejo pelo seu produto, você o quer o quanto antes do tempo. E a segunda loja somente possui prazo de entrega menor porque ela tem o produto em estoque, o que nos demonstra que a segunda loja é logisticamente mais preparada do que a primeira, e que venderá mais por conta disso. Percebemos nitidamente como a logística pode conduzir o gestor a fazer boas vendas e estimular o consumidor a comprar nesse ou naquele estabelecimento. A logística é uma ferramenta essencial para o comércio. 28 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA Como podemos ver no exemplo citado anteriormente, a logística possui uma grande importância no cenário empresarial, seja ela na indústria ou no comércio, uma vez que possibilita uma redução nos custos operacionais, e, além disso, ainda melhora a performance da organização. Neste link você encontrará três exemplos de empresas que são cases de sucesso em logística: http://blog.contefl ex.com.br/conheca- 3-exemplos-de-empresas-que-sao-cases-de-sucesso-em-logistica/. 4.7 ETAPAS DO PROCESSO LOGÍSTICO Ballou (1993) defi ne a logística como a integração da administração de materiais com a distribuição física, ou seja, as duas grandes etapas do processo logístico são o suprimento físico (administração de materiais) e a distribuição física, podendo ser divididas nas seguintes atividades: FIGURA 8 – ETAPAS DO PROCESSO LOGÍSTICO FONTE: Adaptada de Ballou (1993) Como podemos ver na Figura 8, as atividades relacionadas às etapas do processo logístico são praticamente as mesmas, com exceção do fato de o suprimento físico (primeira etapa) lidar com matérias-primas e a distribuição física (terceira etapa) com produtos acabados. De uma forma geral, o escopo da logística empresarial pode ser demonstrado conforme fi gura a seguir: 29 LOGÍSTICA Capítulo 1 FIGURA 9 – ESCOPO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL FONTE: Adaptada de Ballou (1993) Baglin et al. (1990) explicam que o processo logístico possui três grandes etapas: o suprimento; a produção; e a distribuição física, que compreendem um agrupamento de atividades. As principais atividades de distribuição física são: a) projeto, especifi cações e métodos de produção de produtos; b) programação; c) processamento de pedidos; d) fabricação; e) gestão de estoques; f) controle de qualidade; g) manutenção; h) transporte/ expedição. Percebemos que a logística possui uma atuação ampla em todo o processo produtivo, sendo responsável por praticamente todas as atividades ligadas à operacionalização da produção. 30 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA 4.8 INTERAÇÕES DA FUNÇÃO LOGÍSTICA COM OUTROS SETORES DA EMPRESA A logística, sendo uma atividade que zela pela otimização dos fl uxos de operações dos sistemas produtivos, também age em outros setores das empresas, trocando informações e gerenciando confl itos acaso existentes. Segundo Baglin et al. (1990), a logística relaciona-se basicamente com quatro setores em uma empresa, que são: Marketing, Finanças, Controle da Produção e Gestão de Recursos Humanos, sendo as seguintes as variáveis de interesses comuns da logística com tais setores: QUADRO 2 – VARIÁVEIS DE INTERESSE COMUM ENTRE SETORES FONTE: Adaptado de Viana (2002) Ballou (1993) explica que a logística ocupa estrategicamente um cargo intermediário entre produção e marketing, devendo então ser criadas atividades de apoio entre a logística e esses dois setores. Assim, na Figura 10 estão defi nidas as atividades típicas dos setores de logística, produção e marketing, defi nindo-se também quais as atividades de apoio existentes entre tais setores de empresas. 31 LOGÍSTICA Capítulo 1 FIGURA 10 – VISÃO GERAL DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS DENTRO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA FONTE: Adaptada de Ballou (1993) Devido às mudanças recorrentes no meio empresarial, a logística tem sido vista com outros olhos. De acordo com Fleury (2000), a logística é vista como um mecanismo de marketing, uma ferramenta gerencial capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados, ou seja, deve haver uma interação ainda maior entre a função logística e as demais funções da organização. 5 INOVAÇÃO Caro acadêmico, até o momento vimos como a logística é importante para as organizações. No entanto, agora aprofundaremos o nosso tema sobre a inovação e entender de que forma ela pode auxiliar as atividades logísticas. A inovação é um tema muito disseminado entre pesquisadores e gestores do mundo todo, essa temática pode ser analisada através de vários aspectos. Não existe uma única defi nição para esse termo, no entanto, a inovação possui algumas características- chave, como seu tom de inovação ou melhoria em algum produto ou serviço e, consequentemente, a sua aceitação pelo mercado consumidor. 32 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA A inovação é um componente indispensável para a competitividade e para a sobrevivência das empresas (SCHUMPETER, 1939; CASSIOLATO; LASTRES, 2005; RASERA; BALBINOT, 2010). A crescente competitividade faz com que as empresas busquem resultados mais expressivos, adotando assim estratégias que vão desde inovações em produtos, serviços e processos até a formação de parcerias com clientes, concorrentes e fornecedores com o objetivo de fortalecer as relações e obter melhores condições de negociação de mercado (BAGGIO, 2016). 5.1 EVOLUÇÃO DA INOVAÇÃO Os modelos de inovação evoluíram com o decorrer do tempo. Nos últimos 40 anos, a inovação passou por mudanças em sua trajetória, as quais podem ser identifi cadas por diferentes gerações do processo inovador (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2010). Rothwell (1994) aponta os primeiros estágios do processo de inovação tecnológica, a qual é obtida até a década de 1980. Nesse período foram realizadas, internamente, a geração do conhecimento, desenvolvimento do produto e seguidamente a sua comercialização no mercado. O autor descreve esse processo de evolução da inovação em cinco gerações, conforme demonstra a Figura 11: FIGURA 11 – MODELO DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA INOVAÇÃO FONTE: Adaptada de Schreiber (2012) Cada geração representa uma mudança signifi cativa no mercado, como o crescimento econômico, expansão industrial, concorrência, infl ação, recuperação econômica, desemprego e restrições de recursos (CARVALHO; URBINA, 2013). a) Primeira geração – empurrada pela tecnologia (1950 a 1960): compreende o período de 1950 até a segunda metade da década de 1960. Essa geração é marcada por um crescimento rápido na economia e a expansão industrial no mundo ocidental e no Japão. O processo de 33 LOGÍSTICA Capítulo 1 inovação é linear, simples e sequencial em pesquisa e desenvolvimento (P&D). As informações demercado são acrescentadas ao fi nal do processo, tornando difícil a intervenção de atores no processo de inovação. Esse modelo surgiu seguindo a segunda grande guerra (FIGUEIREDO, 2012). A inovação começava por uma descoberta científi ca, passando pelas áreas de P&D das empresas e resultando em produção e comercialização de um novo produto ou processo (TENÓRIO, 2007). A Figura 12 apresenta o modelo da primeira geração do processo de inovação: FIGURA 12 – MODELO DA PRIMEIRA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO FONTE: Adaptada de Rothwell (1994) b) Segunda geração – puxada pelo mercado (1960 a 1970): essa geração é marcada pela intensifi cação da concorrência, o principal objetivo era responder às necessidades do mercado que conduziam as ações da empresa. Essa geração caracterizava-se por uma visão sequencial, mas com ênfase no mercado. Esse período foi marcado por pressões vindas das restrições de recursos, da popularização da tecnologia e do aumento da competitividade empresarial (BALESTRIN; VERSCHOORE; FREIRE, 2013). A Figura 13 apresenta modelo da segunda geração do processo de inovação: FIGURA 13 – MODELO DA SEGUNDA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO FONTE: Adaptada de Rothwell (1994) c) Terceira geração – misto entre tecnologia e mercado (1970 a 1980): essa geração foi marcada pela consolidação das empresas e portfólio de produtos. Houve uma união entre esses setores, marketing e P&D, sendo a busca pela diminuição de custos operacionais um apoio para esse modelo de união. A Figura 14 apresenta o modelo da terceira geração do processo da inovação. 34 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA FIGURA 14 – MODELO DA TERCEIRA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO FONTE: Adaptada de Rothwell (1994) d) Quarta geração – modelo integrado (1980 a 1990): o processo de inovação na empresa passou de sequencial para paralela com desenvolvimento integrado, assim, colaboradores da produção, vendas e técnica apoiavam o desenvolvimento do projeto. Buscava-se também integrar os fornecedores nas fases iniciais de desenvolvimento do produto. Essa geração se diferencia da anterior, pois se estabelece ligações com fornecedores específi cos, mantendo a colaboração horizontal (joint-ventures e alianças estratégicas) e atende a clientes diferenciados no mercado (BALESTRIN; VERSCHOORE; FREIRE, 2013). e) Quinta geração – sistema integrado e em rede (a partir de 1990): essa geração realça a integração de sistemas e redes, garantindo a fl exibilidade e a rapidez no desenvolvimento. Por conseguinte, a gestão P&D caracteriza-se cada vez mais como um processo em rede de parcerias (ROTHWELL, 1994). Essa geração é caracterizada pela interação vertical dentro da empresa, interação horizontal externa (pesquisa colaborativa, união de pesquisa, alianças estratégicas para P&D, desenvolvimento e risco, desenvolvimento de processos integrados e paralelos e o uso de ferramentas eletrônicas (SCHREIBER, 2012). Nesse período, o resultado de inovações passou a ser uma ação conjunta e colaborativa entre atores internos e externos à empresa, como por exemplo, fornecedores, instituições de pesquisa, empresas, entre outros (BALESTRIN; VERSCHOORE; FREIRE, 2013). A Figura 15 apresenta o modelo da quinta geração do processo de inovação: 35 LOGÍSTICA Capítulo 1 FIGURA 15 – MODELO DA QUINTA GERAÇÃO DO PROCESSO DA INOVAÇÃO FONTE: Adaptada de Figueiredo (2012) 5.2 CONCEITOS DE INOVAÇÃO Antes mesmo de Joseph Schumpeter tratar da inovação como fonte do dinamismo capitalista, Friedrich List, em 1841, com seu livro The National System of Political Economy antecipou elementos da abordagem contemporânea sobre Sistemas Nacionais de Inovação (SNI) e reconheceu a interdependência entre importação de tecnologia e desenvolvimento técnico nacional (FREEMAN, 1995). Entretanto, foi Schumpeter, economista do século XX, em seu livro The Theory of Economic Development, revisado e publicado no idioma inglês, em 1934, que colocou a mudança técnica no coração do seu sistema econômico. Nessa obra, o autor insere o termo inovação na análise econômica, dando ênfase à inovação como principal fonte de dinamismo no desenvolvimento capitalista. Também reconheceu a importância da distinção conceitual entre invenção, difusão da inovação e inovação, e ainda a relevância vital das relações entre inovações organizacionais de gestão, sociais e técnicas (DOSI, 1988). A invenção é somente o primeiro passo de um longo caminho antes de lançar efetivamente uma boa ideia. “Invenção é a primeira ideia, esquema ou 36 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA dispositivo, de origem científi ca ou empírica, que antevê um novo ou melhorado processo de produção ou produto” (CARVALHO, 2005, p. 176). A invenção refere- se à criação de um processo, técnica ou um produto extraordinário, podendo ser divulgada através de artigos técnicos e científi cos, registrada em forma de patentes e simulada através de protótipos e plantas piloto, sem, portanto, ter uma aplicação comercial de fato (TIGRE, 2006). “Nem toda invenção se transforma em inovação, pois esta só se efetiva se for implementada e o mercado aceitá-la. Enquanto a invenção é um fato exclusivamente técnico, a inovação é um fato técnico, econômico e organizacional” (BARBIERI, 2003, p. 44). Se tratando da difusão da inovação, “é a transferência (alastramento) da inovação do primeiro utilizador para outros potenciais utilizadores” (CARVALHO, 2005, p. 176). Ela não ocorre apenas a partir das interações entre agentes, na troca de informações, e da observação e experimentação de resultados esperados (ZILBOVICIUS, 1999). Inicialmente, Schumpeter (1939) apresentou uma economia em que nada novo acontecia. As mercadorias produzidas eram imediatamente comercializadas, nenhuma mercadoria nova era fabricada ou desejada e não existia lucro, ou seja, um fl uxo circular. Porém, segundo o autor, é a atividade do empreendedor que coloca o sistema econômico em movimento. O empreendedor faz uma inovação, e esta lhe proporciona lucro, fato que atrai outros empreendedores, e como resultados dessa ação iniciam-se as mudanças econômicas em um ciclo de negócios (SWEDBERG; SCHUMPETER, 1991). Desde então, o conceito de inovação tem sido apresentado de forma abrangente, desde as obras seminais de Schumpeter (1942), o qual mencionava que a inovação é a combinação de meios de produção, que revoluciona incessantemente a estrutura econômica a partir de dentro, destruindo o antigo e criando o novo. De acordo com o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovação é a implementação de um produto, bem ou serviço, que pode ser novo ou melhorado, um processo, um novo método de marketing, um novo método organizacional nas práticas do negócio, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. A inovação é a implantação de um produto novo ou mudança qualitativa em um produto existente que os consumidores não estejam acostumados, novos métodos de trabalho e comercialização, abertura de novos mercados, desenvolvimento de novas fontes de suprimento e novas matérias-primas, e mudanças nas empresas (AMARA; LANDRY; DOLOREUX, 2009). A inovação não consiste apenas na oportunidade de novos mercados, ela também pode expressar novas formas de servir a mercados já estabelecidos e 37 LOGÍSTICA Capítulo 1 maduros (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005). “Inovação é a primeira introdução de um novo produto, processo ou sistema na atividade comercial ou social normal – a comercialização de uma ideia – num determinado espaço geográfi co” (CARVALHO, 2005, p. 176). Rocha (2003) defi ne a inovação como um processo em que o resultado é a inserção no mercado de um produto novo ou parcialmente melhorado, como também um processo produtivo novo ou aprimorado. Drucker (1985) explica que a inovação é um meio pelo qual os empreendedores exploram a mudança como uma ocasião para se destacarem nos negócios. A inovação é movida pela habilidade de estabelecer conexões,constatar oportunidades e tirar proveito delas (TIDD; BESSANT, 2015). A adoção de inovações é idealizada para abranger a geração, desenvolvimento e a implementação de novas ideias ou comportamentos. Uma inovação pode ser um produto ou serviço, uma nova tecnologia de processo ou produção, uma nova estrutura ou sistema administrativo, ou um novo plano ou programa pertencente aos integrantes da empresa (DAMANPOUR, 1991). “A inovação é mais do que gerar uma nova ideia, é o processo de desenvolver o seu uso prático” (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008, p. 85). Os autores também descrevem que as defi nições de inovação podem variar em terminologia, mas que todas elas salientam a necessidade de completar os aspectos do desenvolvimento e da análise de novo conhecimento e não apenas sua invenção. Lundvall (1992) refere-se a Schumpeter ao trazer o conceito de inovação como “novas combinações”, que podem ser separadas da invenção como algo trazido ao mercado pelo empresário e especifi cado como novos produtos, processos, matérias-primas, formas de empresas e novos mercados. Lundvall et al. (2009) complementam seus pensamentos abordando que a inovação é vista como resultado de uma colisão entre as oportunidades tecnológicas e as necessidades dos usuários. A inovação não consiste apenas na abertura de novos mercados, ela também pode signifi car novas formas de servir a mercados já estabelecidos e maduros (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005). 5.3 TIPOS DE INOVAÇÕES Diversas classifi cações podem ser estabelecidas para a inovação, e Utterback (1996) classifi ca as inovações em duas categorias: inovação radical, sendo concentrada mais em pesquisa básica e aplicada do que em seu desenvolvimento; 38 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA e a inovação incremental, concentrada mais em desenvolvimento do que em pesquisa básica e aplicada. Inovação incremental é quando há pequenas mudanças nos produtos ou processos, permitindo assim a melhoria da qualidade ou diminuição de custos e aumentos da produtividade (CARVALHO, 2005). O mesmo autor descreve inovação radical como uma forma descontínua, geralmente são resultados de esforços formais. Esse tipo de inovação pode ceder a uma alteração na estrutura econômica, na dimensão em que alterar o mercado pela inclusão de um novo produto. Nas palavras de Schumpeter (1997), inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto inovações incrementais preenchem continuamente o processo de mudança. Em mercados maduros existe uma forte tendência para a inovação em processos ao invés de inovação em produtos, e tendem a ser mais incrementais e voltadas à sustentação do empreendimento atual (TERRA, 2012). Em mercados emergentes como redes e mídias sociais, biotecnologia e energia alternativa, a base tende a ser mais na inovação em produtos do que em processos. Sob a ótica de que as inovações fazem parte de um conjunto de mudanças nas atividades de uma empresa, em que é a inovação que fomenta as mudanças nos métodos pelos quais a empresa se organiza, o modo como usa seus fatores de produção e busca novos mercados, o Manual de Oslo (OCDE, 2005) defi ne quatro tipos de inovações: de produto, de processo, organizacionais e de marketing. Os quatro tipos de inovação defi nidos pelo Manual de Oslo também são descritos por Tidd, Bessant e Pavitt (2005): a) Inovação de produto e/ou serviços corresponde à mudança sucedida em um produto ou serviço já oferecido pela empresa ou produto e/ou serviço novos. b) Inovação de processo refere-se às mudanças no modo como são produzidos e entregues os produtos/serviços, ou seja, mudanças nos métodos de produção e distribuição. c) Inovação organizacional (de paradigma) implica mudanças na forma como a empresa executa seu trabalho, na implementação de novas práticas de negócio, nas empresas do local de trabalho ou nas relações externas da empresa. d) Inovação de marketing (de posição) são as mudanças de como o produto ou serviço é introduzido no mercado, em que contemplam-se mudanças no design e embalagens do produto e na sua promoção. 39 LOGÍSTICA Capítulo 1 A parte central do processo de inovação envolve a busca de novas ideias que têm um potencial comercial (LAURSEN; SALTER, 2006). Não é possível pensar em inovação de grande impacto sem pessoas motivadas e comprometidas por um problema ou necessidade (TERRA, 2012). “Uma inovação de sucesso visa à liderança” (DRUCKER, 2002, p. 146). Assim, conclui-se que a inovação é o resultado de uma interação entre elementos técnicos e econômicos que realimentam-se para designar qual caminho tecnológico será adotado em um ambiente marcado pela incerteza e riscos (SBRAGIA et al. 2006). Neste link você encontrará um artigo científi co referente às etapas do processo de inovação: http://www.revistageintec.net/index. php/revista/article/view/5/5. Neste link você encontrará uma dissertação aprofundando mais sobre o tema: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/ UNISINOS/5436. 1) Qual a diferença entre a inovação radical e a incremental? 2) O surgimento de um novo modelo de máquina para centro de usinagem em indústrias e a atualização de ferramentas para esse modelo de máquina, respectivamente, são exemplos de: a) ( ) Inovação incremental e inovação radical. b) ( ) Inovação radical e inovação incremental. 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Caro acadêmico, nós já sabemos que a informação sempre foi um elemento de grande importância nas operações logísticas. No entanto, atualmente, com as possibilidades oferecidas pela tecnologia, ela está se direcionando para 40 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA uma estratégia competitiva nas organizações. O gerenciamento eletrônico das informações permite às empresas reduzirem os seus custos mediante uma boa coordenação das atividades, além de terem uma prestação de serviço com maior qualidade, devido à melhoria no acesso às informações pelos clientes. Para entendermos melhor essa temática, vamos analisar esse contexto desde sua evolução. 6.1 EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O conceito de TI integra as várias tecnologias que coletam, processam, memorizam e repassam informações. Porter (1999) explica que envolve muito além de computadores, desde equipamentos de reconhecimento de dados, tecnologias de comunicação, automação de fábricas e outras modalidades de hardware e de serviços. A evolução da TI desenvolveu um papel estratégico dentro das organizações. No início, aprimorou os componentes físicos das atividades e favoreceu o processamento de informações. Tempos depois, possibilitou a integração e coordenação de processos internos das empresas, como setores de vendas, produção e gestão de materiais. E, por fi m, propiciou a integração e coordenação dos processos da empresa com os de outras organizações, assegurando elos de rede (APPLEGATE; AUSTIN; MCFARLAN, 2013). Desse modo, os autores Applegate, Austin e McFarlan (2013) apontam quatro fases da evolução da tecnologia da informação: • 1ª Fase: 1950 a 1970 Esse período foi demarcado pelos mainframes, que eram grandes computadores com memória e capacidades de processamento elevadas. Esses computadores provocaram grandes mudanças no processamento de informações nas empresas, substituindo o trabalho manual e proporcionando melhorias operacionais. No entanto, eles possuíam um determinado custo elevado, além de condições especiais para fazer a sua instalação e a exigência da equipe técnica para o seu desenvolvimento, manutenção e operação, todos esses fatores intrincavam a adoção dessa tecnologia. 41 LOGÍSTICA Capítulo 1 • 2ª Fase: fi nal dos anos 1970 Nesse período surgiram os microcomputadores, sendo menores e mais em conta do que o modelo anterior. Ao mesmo tempo, os aplicativos (softwares) foram se popularizando, e podiam ser operados por usuários normais, sem requerer conhecimento específi co. A partir desse momento, as empresas começaram a perceber a importânciada TI na execução de tarefas e na tomada de decisões. • 3ª Fase: a partir dos anos 1980 Esse período foi marcado pelos avanços nas telecomunicações e computação, foram desenvolvidos os Sistemas de Informação Interorganizacionais (Information Organization Systems – IOS). Esses sistemas compartilhavam as informações utilizando as redes de telecomunicação. As redes eram privadas, construídas por grandes empresários, empresas, empresas de telefonia fi xa etc. O seu ingresso era oneroso, com muitas falhas e com muita complexidade técnica. • 4ª Fase: a partir dos anos 1990 Período em que começa a expandir a internet. A internet “é uma rede que interliga bilhões de computadores em todo o mundo, com a internet é possível compartilhar arquivos, notícias, músicas, vídeos, etc.” (LOPES, 2009, p. 120). Composta por redes comerciais e públicas em mais de duzentos países e todo o mundo (LAUDON; LAUDON, 2004). Neste link você encontrará um artigo científi co que aborda a evolução histórica e seus efeitos sociais: http://www.scielo.br/ pdf/%0D/ci/v28n3/v28n3a4.pdf. 6.2 TECNOLOGIA E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO O termo TI é utilizado frequentemente como sinônimo de Sistemas de Informação (SI). O conceito de TI refere-se a numerosos componentes como: hardware, bancos de dados, software e outros que organizados dispostos 42 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA constituem os sistemas de informação. Portanto, o sistema de informação é um conjunto de componentes de TI ordenados por um objetivo específi co (LEWIS; TALALAYEVSKY, 2000). Os SI apanham dados removidos de eventos reais que ocorrem nas organizações e no seu ambiente físico, verifi cam o seu processamento, modifi cando-os em informação, e fi nalmente transportam a informação processada para as pessoas ou atividades onde serão utilizadas. Informação são os dados ordenados e concedidos de modo a permitir o seu entendimento e sua utilização (LAUDON; LAUDON, 2004). Turban, Rainer e Potter (2003) explicam que os SI devem: • Processar as transações de forma ágil e precisa. As transações são todos os acontecimentos ocorridos na empresa, citando como exemplos: venda de produtos, depósitos bancários, emissão de pagamentos etc. Cada transação gera dados que devem ser coletados e processados. • Conservar os dados em um formato que possibilite atualizações e acesso ágil. • Estabelecer o acesso e a transferência ativa de dados e informação utilizando redes de comunicação. • Selecionar e ordenar as informações mais importantes. • Incorporar a empresa tanto interna quanto externamente. A integração interna simplifi ca a tomada de decisões, e a integração externa minimiza o tempo de entrega de um determinado produto, minimizando também a necessidade de estoque. • Dar suporte à tomada de decisão. • Elevar a competitividade. Para a construção do SI é imprescindível que se conheça a empresa, suas necessidades de informação, o ambiente onde ela está inserida e por quais difi culdades ela está passando. Além de levar em consideração os aspectos culturais das empresas e das pessoas que estão envolvidas em determinado processo (LAUDON; LAUDON, 2004). Outro conceito de grande importância trata da efi cácia da TI ou dos SI. A efi cácia dos SI está associada aos resultados que proporciona para a empresa em que é utilizada. Refere-se aos impactos que este SI tem nos objetivos que conduzem seu desenvolvimento e implantação, bem como nas operações e estratégias da empresa (LAURINDO, 2002). 43 LOGÍSTICA Capítulo 1 Neste link você encontrará um artigo científi co referente à Tecnologia da Informação e a gestão da cadeia de suprimentos. Acesse: http://www.scielo.br/pdf/gp/v14n1/01.pdf. Caro acadêmico, veja a seguir a importância da tecnologia em logística no Case da Procter & Gamble. A Procter & Gamble (P&G) fabrica e comercializa cerca de 300 marcas de produtos de consumo, entre elas Ariel, Pampers, entre outras. Com uma força de trabalho de aproximadamente 100 mil pessoas, a P&G opera em cerca de 80 países e em 2003 gerou vendas líquidas de quase 24,5 bilhões de libras esterlinas. Todavia, sua cadeia de suprimentos era inefi ciente. Uma medida desse baixo desempenho eram os negócios perdidos – a disponibilidade era de 96% e o número de negócios perdidos era de 4%, refl exo do atraso nas entregas – a empresa estava entregando apenas cerca de dois terços dos pedidos no prazo. Os 4% de negócio perdidos somavam até 7 ou 8 milhões por ano e custavam à P&G um valor estimado em 40 milhões de libras esterlinas. Desde então, a empresa vem transformando sua cadeia de suprimentos no Reino Unido em uma operação mais efi ciente e colaborativa. Esse processo envolveu a implementação de uma gama de esquemas inovadores para ajudar a otimizar e consolidar a cadeia de suprimentos. A P&G investiu quase 23 milhões de libras esterlinas na modernização de sua infraestrutura logística, incluindo o gerenciamento do relacionamento com os fornecedores e a melhoria da velocidade e precisão do fl uxo de informações na cadeia de suprimentos; a criação de duas centrais de distribuição no norte e no sul para entregar toda a gama de produtos P&G em um único caminhão; a introdução de cross-docking para que os produtos não tivessem que passar por armazenagem e fossem diretamente para as prateleiras das lojas, poupando tempo e recursos; e a utilização de soluções de TI, como rastreamento por GPS e confi rmação de entrega eletrônica. A empresa também montou uma central de distribuição (CD) automatizada em sua fábrica em Londres e modernizou sua CD de Skelmersdale, Lancashi (Reino Unido). Nos 15 meses após a implementação, a “taxa de atendimento na primeira vez” (fi rst-time fi ll rate) da P&G para clientes atingiu 99% e a porcentagem de negócios perdidos foi reduzida de 4% para menos de 0,5%. As perdas – redução de estoque e menos de quilômetros rodados por caminhão – foram eliminadas da cadeia de suprimentos. A P&G já está trabalhando em outros esquemas inovadores, incluindo previsão conjunta com clientes para sincronização de 44 TECNoLoGiA Em LoGÍSTiCA dados e implementação de experimentos com clientes. Um deles refere-se a cross-docking, quando alguns de seus produtos chegam ao depósito do cliente, mas, em vez de serem colocados nas prateleiras do depósito, são apanhados e classifi cados imediatamente. Dois outros experimentos com a Tesco incluem a utilização de plataformas móveis para promoções e metades de paletes sobre rodas para produtos de lavanderia e limpeza. A empresa também está desenvolvendo uma inovação que denomina “contrato via satélite” para novos contratos e está considerando entregas 24 horas por dia 7 dias por semana. FONTE: Grant (2017). Disp onível em: <https://books.google.com.br/books?id=rjln DwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=tecnologia+em+log%C3%ADstica&hl=ptBR&sa= X&ved=0ahUKEwi87ObfuqriAhX0KLkGHWLTBdIQ6AEIPzAF#v=onepage&q=tecnologia %20em%20log%C3%ADstica&f=false>. Acesso em: 21 maio 2019. 1) Com base na leitura do case anterior, responda: Qual a estratégia adotada pela P&G para ter um crescimento e destaque representativo no mercado? 7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES O objetivo deste capítulo foi conceituar logística, inovação e tecnologia da informação, bem como identifi car fatores que podem interferir na logística e identifi car um conjunto de medidas necessárias a sua implementação. Foi possível compreender que, diante do cenário competitivo e que as empresas estão inseridas, é vital a tecnologia da informação. Foi possível evidenciar que a logística teve suas bases em civilizações antigas. Grandes líderes épicos, como Alexandre, o Grande, adotaram conhecimentos de técnicas de guerra para que a logística aplicada fosse efi caz. As tropas de Napoleão de as de Hitler submeteram-se à falta de planejamento logístico ao tentar invadir a Rússia. Desse modo, vimos que os povos antigos já utilizavam os conceitos de logística. Apesar de ter um grande númerode estudos que abordam o tema sobre a logística, não chegamos a um consenso sobre a sua defi nição. O conceito de logística foi evoluindo, passou pela logística integrada e atualmente é a SCM – ou gestão da cadeia de suprimentos. 45 LOGÍSTICA Capítulo 1 Vimos também o quanto a inovação mostra-se ser um componente indispensável para a competitividade e para a sobrevivência das empresas, pois devido à competitividade faz com que as empresas busquem a adoção de estratégias que vão desde inovações em produtos, serviços e processos até a formação de parcerias com clientes, concorrentes e fornecedores. Da mesma forma, a tecnologia da informação é uma ferramenta de grande importância para as organizações, pois permite às empresas reduzirem os seus custos devido à boa coordenação de atividades, além de terem um serviço de excelência devido à melhoria no acesso às informações pelos clientes. Analisamos alguns fatores que podem interferir na logística, como uma má administração, questões governamentais e a falta de gestão são alguns dos exemplos. Portanto, cabe aos gestores identifi car esses fatores e buscar as soluções para melhorias. Dessa forma, daremos sequência ao nosso estudo no próximo capítulo, analisando com mais profundidade os sistemas de informações logísticos nas empresas. REFERÊNCIAS APPLEGATE; L.; AUSTIN; R.; MCFARLAN, F. Corporate Information Strategy and Management. 6th ed. McGraw-Hill, 2003. AMARA, N.; LANDRY, R.; DOLOREUX, D. Patterns of innovation in knowledge intensive business services. The Service Industries Journal, v. 29, n. 4, 2009. BAGGIO, D. Práticas colaborativas de pesquisa e desenvolvimento em pequenas e médias empresas: um estudo de casos múltiplos. Dissertação (Dissertação de Mestrado em Administração). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2016. BAGLIN, G. et al. Management industriel et logistique. Paris: Econômica, 1990. BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. Aprendizagem e inovação no contexto das redes de cooperação entre pequenas e médias empresas. 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