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História da Filosofia
Primeiros filósofos:
os pré-socráticos A filosofia grega antiga corresponde a um longo período que começou por volta do século VI a.C. e se estendeu até o século III d.C. Os primeiros filósofos foram chamados de pré-socráticos devido a uma classificação posterior da filosofia antiga que tinha como referência a figura de Sócrates.
Perdeu-se grande parte das obras dos primeiros filósofos, restando-nos apenas fragmentos e comentários feitos pelos filósofos posteriores, que constituem a doxografia (Do grego doxa, “opinião”, e gráphein “escrever”. É a compilação de doutrinas, princípios e ideias de pensadores. Pode-se conhecer um filósofo não só por suas obras, mas também pelo testemunho de pensadores do seu tempo ou posteriores). O centro de suas investigações era a natureza, por isso são conhecidos como naturalistas, ou filósofos da physis (termo grego para “mundo físico”, “natureza”). Sabemos também que geralmente escreviam em prosa, abandonando a forma poética característica das epopeias, dos relatos míticos.
Que novidades trouxeram os primeiros filósofos? Naquele momento, em vez de explicar a ordem cósmica pela interferência divina, os filósofos buscavam respostas por si mesmos, por meio da razão. Portanto, as questões tornaram-se cosmológicas: o sufixo “logos” denota o predomínio da razão, da explicação argumentativa.
O princípio de todas as coisas:
 principal indagação dos filósofos pré-socráticos era o movimento. Para os gregos, o conceito de movimento tem um sentido bem amplo, podendo significar mudança de lugar, aumento e diminuição, qualquer alteração substancial quando alguma coisa é gerada ou se deteriora. Então alguns se perguntavam: o que faz com que, apesar de toda mudança, haja algo na realidade que sempre permaneça o mesmo? Assim, sob a multiplicidade das coisas, eles buscavam a identidade, um princípio original e racional (em grego, arkhé). Nesse contexto, o termo princípio pode ser entendido como “origem” ou “fundamento”.
Observe como a filosofia nasce de um problema, de uma indagação nova, que procura ir além do já sabido. Por isso, existe uma passagem do mito à filosofia, porque o mito é uma narrativa cujo conteúdo não se questiona, enquanto a filosofia problematiza e convida à discussão. A filosofia rejeita explicações baseadas no sobrenatural. Mais ainda, busca a coerência interna e a definição rigorosa dos conceitos, organizando-se em um pensamento abstrato.
Dissemos que todos os pré-socráticos buscavam o princípio de todas as coisas, mas que, por pensarem de modo autônomo, divergiam entre si no elemento em que o identificavam. Os mais antigos filósofos viveram na Jônia e, posteriormente, na Magna Grécia. Costuma-se classificá-los como monistas ou pluralistas, conforme o número de elementos constitutivos definidos por eles: um ou vários.
a) Os monistas identificavam apenas um elemento constitutivo de todas as coisas. Por exemplo, para Tales de Mileto (c. 640-548 a.C.), a arkhé é a água. Além dele, destacaram-se Anaximandro (c. 610-547 a.C.), Anaxímenes (c. 588-524 a.C.), que viveram em Mileto, e Heráclito (c. 544-484 a.C.), que se estabeleceu em Éfeso, ambas as cidades pertencentes à Jônia. Encontram-se ainda nessa tendência Pitágoras (século VI a.C.) – que nasceu na Jônia mas mudou-se para a Magna Grécia – e Parmênides (c. 544-450 a.C.), também estabelecido na Magna Grécia.
b) Para os pluralistas, não existe um único princípio compondo todas as coisas da physis, mas múltiplos. Os filósofos mais representativos dessa tendência são Empédocles (c. 483-430 a.C.), Anaxágoras (c. 499-428 a.C.) e os atomistas Leucipo (século V a.C.) e Demócrito (c. 460-370 a.C.). Por exemplo, para Empédocles, nascido em Agrigento, cidade da Magna Grécia, na atual Sicília, tudo que existe deriva de quatro elementos: terra, água, ar e fogo.
Heráclito e Parmênides:
Entre os pré-socráticos citados, muitos deles foram fundamentais para a história da filosofia e ainda despertam o interesse de estudiosos e leigos, como Pitágoras e Demócrito. No entanto, optamos por destacar Heráclito e Parmênides pela influência que exerceram no pensamento posterior, claramente percebida em Platão e Aristóteles. Essa importância decorre da maneira rigorosa com que levantaram e discutiram algumas questões, como o movimento e a imobilidade ou a unidade e a multiplicidade do ser.
Heráclito: tudo flui
Heráclito nasceu em Éfeso, na Jônia, e procurou compreender a multiplicidade do real. Ao contrário de seus contemporâneos – como Parmênides –, Heráclito não rejeitava as contradições e queria apreender a realidade na sua mudança, no seu devir. Todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento diferente do que foi há pouco e do que será depois: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também as águas mudaram.
Para Heráclito, o ser é o múltiplo, não apenas no sentido de que há uma multiplicidade de coisas, mas por estar constituído de oposições internas. O que mantém o fluxo do movimento não é o simples aparecer de novos seres, mas a luta dos contrários, pois “A guerra é pai de todos, rei de todos”. É da luta que nasce a harmonia, como síntese dos contrários.
Para ele, o dinamismo de todas as coisas pode ser explicado pelo fogo primordial, expressão visível da instabilidade, símbolo da eterna agitação do devir: “O fogo eterno e vivo, que ora se acende e ora se apaga”.
Assim diz Marilena Chaui
 Não se trata do fogo (ou do quente ou do calor) que percebemos em nossa experiência. O fogo-quente-calor de nossa experiência é uma das qualidades determinadas e múltiplas do mundo, juntamente com o frio, o seco, o úmido. O fogo primordial – que Heráclito também chama de logos – é aquilo que, por sua própria natureza e força interna, se transforma em todas as outras e é nelas transformado sem cessar. CHAUI, Marilena. Introdução à história da filosofia dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 68-69. v. 1.
Os eleatas: a imobilidade do ser:
Parmênides e Zenão (c. 490-430 a.C.) atuaram na cidade de Eleia, sul da Magna Grécia, e eram conhecidos como filósofos eleatas. Principal característica da escola: admitir a imobilidade do ser.
Alguns estudiosos atribuíram a Xenófanes (c. 570-475 a.C.) a fundação da Escola Eleática. Nascido na Jônia, Xenófanes viveu exilado na Magna Grécia como um sábio errante, um aedo, que recitava suas obras em vários lugares. Era conhecido pelas críticas à religião pública (de Homero e Hesíodo) e às convenções, o que o caracteriza também como um cético.
Parmênides influenciou de modo decisivo o pensamento ocidental. Sua importância decorre da guinada em busca do princípio de todas as coisas: para ele, as coisas são entes.
	Assim explica o filósofo espanhol Julián Marías:
As coisas [...] mostram aos sentidos múltiplos atributos ou propriedades. São coloridas, quentes ou frias, duras ou moles, grandes ou pequenas, animais, árvores, rochas, estrelas, fogo, barcos feitos pelo homem. Mas consideradas com outro órgão, com o pensamento (noûs), apresentam uma propriedade sumamente importante e comum a todas: antes de ser brancas ou vermelhas, ou quentes, são. São, simplesmente. Aparece o ser como uma propriedade essencial das coisas, [...] que só se manifesta para o noûs. MARÍAS, Julián. História da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 26.
Com esse pressuposto, Parmênides criticou a filosofia heraclitiana. Ao “tudo flui” de Heráclito, contrapôs a imobilidade do ser: é absurdo e impensável afirmar que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo. À contradição, opõe o princípio segundo o qual “o ser é” e “o não ser não é”. O ser, para Parmênides, é único, imutável, infinito e imóvel.
Não há como negar, entretanto, a existência do movimento no mundo, pois as coisas nascem e morrem, mudam de lugar e se expõem em infinita multiplicidade. Para Parmênides, porém, o movimento existe apenas no mundo sensível, e a percepção pelos sentidos é ilusória, porque se baseia na opinião e, por isso mesmo, não é confiável.Só o mundo inteligível é verdadeiro.
Uma das consequências da teoria de Parmênides é a identidade entre o ser e o pensar: ao pensarmos, pensamos algo que é, e não conseguimos pensar algo que não é. Desse modo, os eleatas abriram caminho para a ontologia (estudo do ser), área da filosofia que será objeto dos filósofos do período clássico.
Avaliação do período dos pré-socráticos:
Os pré-socráticos deram o primeiro impulso à atividade do filosofar: buscaram a unidade na multiplicidade, examinaram a relação entre o ser e o pensar, desenvolveram a dialética – a arte da discussão –, deram os primeiros passos em direção à lógica e estimularam a argumentação.
Observe como as discussões dos filósofos foram adquirindo maior nível de elaboração e rigor, se comparadas às primeiras reflexões da filosofia nascente. Vale lembrar que os últimos filósofos pré-socráticos já adentravam o século V a.C. Tanto é que Anaxágoras foi mestre de Péricles (c. 495-429 a.C.) e, pelos diálogos de Platão, sabemos que Sócrates, quando jovem, teria encontrado Parmênides.
Do surgimento da filosofia na Grécia a Parmênides de Eleia:
A seguir uma seleção de vários pequenos fragmentos com os quais se objetiva refletir sobre o surgimento da Filosofia na Grécia por volta do século VI a.C. e sobre o período da História da Filosofia chamado “pré-socrático”, quando, paralelamente às narrativas míticas, vai surgindo uma nova maneira de pensar a realidade.
Considere, como ponto de partida, que nós (todos os homens, como vimos na aula da semana 1) procuramos explicações e desejamos entender a “realidade”, e as respostas, geralmente, são múltiplas e insuficientes, convergindo para a permanência da incompreensão, da dúvida, do desejo de saber.
Texto I:
“Todos os homens, por natureza, tendem ao saber” Aristóteles, Metafísica, A, 1, 980a21
Texto II:
“De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores, por exemplo, os problemas relativos aos fenômenos da lua e aos do sol e dos astros, ou os problemas relativos à geração de todo o universo. Ora, quem experimenta uma sensação de dúvida e de admiração reconhece que não sabe; e é por isso que também aquele que ama o mito é, de certo modo, filósofo: o mito, com efeito, é constituído por um conjunto de coisas admiráveis (Aristóteles, Metafísica, A 2, 982b12-19).
Texto III:
MITO. Em geral, significa uma representação fantástica de personagens inexistentes ou de eventos que nunca aconteceram. Sobre o valor do mito, que desempenha um papel fundamental em todas as culturas tradicionais e também na primeira filosofia grega, dão-se duas interpretações contrastantes, uma positiva outra negativa. Segundo a interpretação negativa, o mito é pura criação de uma humanidade ingênua, infantil, imatura, privada de categorias lógicas, que de forma mais ou menos instintivas falsifica a realidade e a história (é a interpretação racionalista e iluminista do mito). Segundo a interpretação positiva, pelo contrário, os mitos são a metafísica dos povos antigos. Quem sustenta esta tese julga poder distinguir dois tipos de metafísica: uma mito-metafísica, que elabora uma explicação da realidade com fantasia e depois a exprime em termos fantásticos, míticos, e uma lógico-metafísica, que elabora uma explicação da realidade com a razão, e, portanto, formula sua explicação através de conceitos (MONDIN, 2004, 314).
Texto IV: 
Os filósofos pré-socráticos Os “físicos” ou pré-socráticos afirmam um princípio (arché) originário único, causa de todas as coisas que existem. Os pensadores Jônios Foi na Jônia que se efetuaram os primeiros esforços de caráter completamente racional para descrever a natureza do mundo. Aí, a prosperidade material e as excepcionais oportunidades para estabelecer contatos com outras culturas – por exemplo, com Sardes, por terra, e com o Ponto e o Egito, por mar – aliaram-se, pelo menos durante algum tempo, a uma forte tradição cultural e literária que vinha do tempo de Homero. No espaço de um século, Mileto viu nascer Tales, Anaximandro e Anaxímenes, cuja determinação foi o passo mais importante em qualquer das descrições sistemáticas da realidade. Esta atitude foi claramente um desenvolvimento da tentativa para explicar a natureza, exemplificada pela Teogonia de Hesíodo. Já Éfeso é berço de Heráclito (adaptado de KIRK; RAVEN 2008, p. 71).
• Tales de Mileto: é considerado pela tradição o iniciador da filosofia, viveu do final do século VII a meados do século VI a.C., foi astrônomo e geômetra. Não há fragmentos de textos de Tales, mas suas ideias são citadas por Aristóteles, Teofrasto e outros. Para ele, o princípio de todas as coisas é a água.
• Anaximandro de Mileto: viveu entre o final do século VII e meados do século VI. Para ele, o princípio e elemento é o infinito, sem distinguir o ar ou a água ou qualquer outra coisa. Possivelmente, o texto sublinhado abaixo é o fragmento de Anaximandro: “...uma outra natureza apeíron, de que provêm todos os céus e mundos neles contidos. E a fonte da geração das coisas que existem é aquela em que a destruição também se verifica segundo a necessidade; pois pagam umas às outras, pela injustiça, de acordo com o decreto do Tempo” (KIRK; RAVEN 2008, p. 117).
• Anaxímenes de Mileto: viveu no século VI a.C., para ele o princípio material é o ar e o infinito. “O ar é a substância originadora e a forma básica da matéria; muda por condensação e rarefação” (KIRK; RAVEN 2008, p. 146).
Texto V: 
Heráclito de Éfeso: viveu entre os séculos VI e V a.C., “desenvolveu um pensamento rico e profundo, de difícil interpretação. Um dos aspectos mais destacados desse pensamento (talvez não tanto pelo próprio Heráclito, mas pelos seus seguidores contemporâneos de Platão) é relativo à impermanência das coisas. O mundo todo é visto como um fluxo incessante, onde só permanece estável e inalterável o logos (lei) que rege a inevitável transformação de todas as coisas” (REZENDE, 2005, 29). Alguns fragmentos: “Os homens dão sempre mostras de não compreenderem que o Logos é como eu o descrevo, tanto antes de o terem ouvido como depois. É que, embora todas as coisas aconteçam segundo este Logos, os homens são como as pessoas sem experiência, mesmo quando experimentam palavras e ações tal como eu as exponho, ao distinguir cada coisa segundo a sua constituição e ao explicar como ela é; mas os demais homens são incapazes de se aperceberem do que fazem, quando estão acordados, precisamente como esquecem o que fazem quando a dormir” (KIRK; RAVEN 2008, p. 193).
“O caminho a subir e a descer é um e o mesmo” (KIRK; RAVEN 2008, p. 195).
“E como uma mesma coisa, existem em nós a vida e a morte, a vigília e o sono, a juventude e a velhice: pois estas coisas, quando mudam, são aquelas, e aquelas, quando mudam, são estas” (KIRK; RAVEN 2008, p. 195).
“A guerra é a origem de todas as coisas e de todas ela é soberana, e a uns ela apresenta-os como deuses, a outros, como homens; de uns ela faz escravos, de outros, homens livres” (KIRK; RAVEN 2008, p. 200). “Para os que entram nos mesmos rios, outras e outras são as águas que por eles correm... Dispersam-se e... reúnem-se... juntas vem e para longe fluem... aproximamse e afastam-se” (KIRK; RAVEN 2008, p. 202).
“Todas as coisas são uma igual troca pelo fogo e o fogo por todas as coisas, como as mercadorias o são pelo ouro e o ouro pelas mercadorias” (KIRK; RAVEN 2008, p. 205).
Texto VI: 
A filosofia no ocidente
 Os dois primeiros filósofos que se sabe terem ensinado nas cidades gregas do Sul da Itália, foram dois emigrantes da Jônia, Xenófanes e Pitágoras, que floresceram por volta dos finais do século VI a.C. Mas as filosofias que se desenvolveram no Sul da Itália foram desde o início muito diferentes das dos Milésios na motivação e caráter. Enquanto os Milésios foram impelidos pela curiosidade intelectual e descontentamento com as velhas narrativas mitológicas parauma tentativa de explicação física sistemática dos fenômenos físicos, o impulso subjacente ao Pitagorismo era de natureza religiosa, e os eleáticos Parmênides e Zenão propuseram paradoxos metafísicos que cortaram pela raiz a crença numa verdadeira existência do mundo natural. O único pensador de vulto do Ocidente a continuar a tradição jônica da investigação da natureza em moldes semelhantes ao espírito jônio foi o filósofo siciliano Empédocles. Contudo, foi profundamente influenciado tanto pelo Pitagorismo como pelo pensamento de Parmênides; e o seu sistema está marcado por preocupações metafísicas e religiosas, bem como por uma ousada (para não dizer bizarra) imaginação que é absolutamente individual (KIRK; RAVEN 2008, p. 222).
Texto VII:
Parmênides Nasceu em Eleia, onde ensinou e de onde veio para sua escola o nome de eleática. Viveu na primeira metade do século V a.C. Provavelmente teve como mestre Xenófanes. Parmênides foi filósofo e poeta de altíssimo engenho. A sua obra principal é o poema Sobre a natureza, dividido em duas partes: Da verdade e Da opinião. Restam-nos dele apenas alguns fragmentos.
O núcleo do seu pensamento constitui-o a discussão radical entre o ser e nãoser e pela afirmação da realidade exclusiva do ser (MONDIN, 2005, p. 31). Veja alguns fragmentos:
“Forçoso é que o que se pode dizer e pensar seja; pois lhe é dado ser, e não ao que nada é. Isto te ordeno que ponderes, pois é este o primeiro caminho de investigação, do qual eu te afasto, logo, pois, daquele, em que vagueiam os mortais que nada sabem, gente dicéfala; é que a incapacidade lhes dirige no peito o pensamento errante, e são levados simultaneamente surdos e cegos, aturdidos, em hordas sem discernimento, que julgam que ser e não ser são e não são a mesma coisa; e que o caminho que todos eles seguem é reversível” (KIRK; RAVEN 2008, p. 257).
“De um só caminho nos resta falar: o do que é. Neste caminho há indícios em grande número de que o que é ingênito e imperecível existe, por ser completo, de uma só espécie, inabalável e perfeito” (KIRK; RAVEN 2008, p. 259).
“Nunca foi nem será, pois agora é como um todo, um só, contínuo (KIRK; RAVEN 2008, p. 260).
Texto VIII:
Empédocles “Uma dupla história te vou contar: uma vez, elas [i.e. as raízes] cresceram para serem uma só a partir de muitas, de outra vez, separaram-se, de uma que eram, para serem muitas. Dupla é a formação das coisas mortais e dupla a sua destruição; pois uma é gerada e destruída pela junção de todas as outras, a outra é criada e desaparece, quando uma vez mais as coisas se separam. E estas coisas nunca param de mudar continuamente, ora convergindo num todo graças ao Amor, ora separando-se de novo por ação do ódio da Discórdia. Assim, tal como elas aprenderam a tornar-se numa só a partir de muitas, e de novo, quando uma se separa, geram muitas, assim elas nascem e a sua vida não é estável; mas, na medida em que jamais cessam o seu contínuo intercâmbio, assim existem sempre imutáveis no ciclo” (KIRK; RAVEN 2008, p. 301).
Texto IX:
A atitude filosófica nascente 
• O lógos é o critério de verdade;
• O saber é baseado no logos, não em tradições religiosas, míticas, teológicas ou cosmogônicas;
• As explicações são racionais e metódicas, condizentes com a vida política;
• Retoma as questões postas pelo mito, mas é uma explicação racional da origem e ordem do mundo;
• Há, portanto, uma superação e transformação da maneira de pensar a realidade.
Períodos da filosofia grega
Pré-socrático (século VI a.C.): Os primeiros filósofos ocupavam-se com questões cosmológicas, iniciando a separação entre a filosofia e o pensamento mítico.
Período clássico (séculos V e IV a.C.): Ampliação dos temas e maior sistematização do pensamento. Época dos sofistas, de Sócrates, Platão e Aristóteles.
Pós-socrático (do século III a.C. ao III d.C.): Durante o período helênico, preponderou o interesse pela física e pela ética. Surgiram as correntes filosóficas do estoicismo, do hedonismo e do ceticismo.

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