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A MÚSICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MÚSICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO 
DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
Ivete Rodrigues Ribeiro Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
A MÚSICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO 
DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ivete Rodrigues Ribeiro Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão apresentado ao 
Curso de Pedagogia do Centro 
Universitário UNIFAVENI, como requisito 
parcial para obtenção do grau de 
Licenciatura/ Bacharel em Pedagogia. 
 
 
 
 
 
 
São Pauo 
2021 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICO AO MEU ESPOSO ERINALDO, POR SUA COMPREENSÃO E APOIO EM 
TODOS OS MOMENTOS DESTA JORNADA. 
 
GRATIDÃO! 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 Primeiramente agradeço a Deus que me deu coragem para chegar ao 
fim de mais uma jornada, ao meu esposo Erinaldo que sempre me apoiou em 
todos os momentos de dificuldades, sempre me incentivando aos estudos. 
 Ao Professor Anderson, que me ajudou em momentos de duvidas e 
dificuldades, demonstrando boa vontade, paciência e compreensão para com 
todos. 
A todos os professores que contribuíram cada um com seu 
conhecimento e da sua maneira na minha formação , como pessoa e 
educadora. 
A todas as pessoas que de forma direta ou indireta colaboraram com 
este trabalho. Meu coração é de vocês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o 
caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a 
caminhar.” 
Paulo Freire. 
 
 
RESUMO 
 
A música é um recurso pedagógico e não apenas um instrumento. A escolha 
desse tema se justifica pelo fato que diferentes autores afirmarem que a 
mesma é essencial no currículo do educando por promover a comunicação 
social, e a interação entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e 
cognitivos do sujeito. O objetivo desse trabalho é mostrar que a música não é 
somente uma associação de sons e palavras, mas sim, um rico instrumento 
que pode fazer a diferença na Educação Infantil, pois ela desperta o indivíduo 
para um mundo prazeroso o que facilita a aprendizagem. Com base nos 
diferentes autores pesquisados ficou evidenciado que a utilização da música 
na Educação Infantil é de suma importância para o aprendizado da criança, 
podendo ser utilizado pelos professores como um recurso pedagógico 
eficiente, fazendo com que as crianças expressem seus sentimentos, 
emoções, facilitando assim o ensino e aprendizagem na Educação Infantil. 
 
 
Palavras-chave: Música. Aprendizagem. Educação infantil. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Music is a pedagogical resource and it isn’t only an instrument. The choice of 
this theme is justified by the fact that different authors affirm that music is 
essential in the curriculum of the student for promoting social communication, 
and the interaction between the subject’s sensitive, affective, aesthetic and 
cognitive aspects. The objective of this work is to show that music is not only an 
association of sounds and works, but rather, a rich instrument that can make a 
difference in Early Childhood Education, because it awakens the individual to a 
pleasant world which facilitates learning. Based on the different authors 
surveyed, it became evident that the use of music in Early Childhood Education 
is of paramount importance for the child’s learning, it can be used by teachers 
as an efficient pedagogical resource, making children express their feelings, 
emotions, thus facilitating teaching and learning in Early Childhood Education. 
 
 
 
Keywords: Music, Learning, Early Childhood Education. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO 09 
2. MÚSICA E EDUCAÇÃO INFANTIL:CONCEITOS HISTÓRICOS 10 
2.1 Aspectos conceituais sobre a música 10 
2.2 Educação infantil: história e legislação 14 
3. A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA 
 CRIANÇA 20 
4. A MÚSICA COMO FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 22 
5. CONCLUSÃO 26 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Pensando na música como ferramenta pedagógica e não apenas como 
um instrumento para tornar a aula diferente, é possível problematizar algumas 
indagações, tais como: Quais os papéis ocupados pela música na Educação 
Infantil? Quais são os momentos em que a música é vivenciada na Educação 
Infantil? É possível tornar a sala de aula um ambiente harmonioso, alegre e 
interessante, utilizando a música como ferramenta pedagógica na Educação 
Infantil? 
No intuito de responder aos questionamentos acima propostos, este 
trabalho tem como objetivos investigar o modo como a música influencia no 
processo de aprendizagem e analisar se a mesma contribui ou não para o 
ensino e aprendizado da criança. Para alcançar os objetivos iremos caminhar 
pelo mundo da música e os conteúdos da Educação Infantil. 
Para que se respondesse a estes questionamentos fez-se necessário 
um levantamento bibliográfico dos autores que tratam do tema da música na 
educação infantil, como, MEC (1998); BRITO (2003); GRANJA (2010); 
KUHLMANN Jr. (2010); GHON e STRAVACAS (2010); ARIÈS (1981), 
entre outros. 
A utilização da música dentro da sala de aula é sim uma ferramenta de 
intervenção, uma vez que motiva a aprendizagem e auxilia na formação do ser 
humano. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2. MÚSICA E EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEITOS HISTÓRICOS 
 
 
2.1 Aspectos conceituais sobre a música 
 
A música é uma área de conhecimento, uma linguagem com códigos 
específicos, uma forma de comunicação, através da qual o indivíduo vai dispor 
de meios para expressar-se. Dessa forma, a música se tornou uma distração e 
atua também como uma identificação para os povos que se utilizam desse 
meio de comunicação, a música foi a maneira em que os primitivos 
encontraram para propagar a sua cultura. “A música é uma linguagem, posto 
que seja um sistema de signos, organizados, intencionalmente, os signos 
sonoros e o silêncio, em um contínuo espaço de tempo” (BRITO 2003). 
Desta maneira, a música pode ser interpretada, e definida de vários 
sentidos, sendo trabalhada das mais diversas formas, sempre acompanhando 
a época e a cultura de cada povo. 
Segundo Bertello (2004) “entre os gregos, a música era considerada 
elemento integrante da vida e do pensamento. Eles utilizavam a música nos 
teatros através de coros cantados e diálogos recitados”. Através da linguagem 
musical o ser humano passa a vivenciar inúmeros fenômenos que destacam 
na sua execução a ampliação de uma percepção em relação a tudo aquilo que 
faz parte de um som. 
 
 
A música é uma linguagem? Uma manifestação artística que 
nos atinge profundamente, numa esfera em que a razão e o 
raciocínio lógico talvez não penetrem? Ou simplesmente 
uma sucessão de sons? [...] O som puro seria música? O 
som precisa ser organizado para torna-se música? 
(JEANDOT, 1997, p.12 apud TRENTINI, 2011,p.13). 
 
 
 
Quando se fala sobre tudo aquilo que acompanha o som, não se estar 
necessariamente falando sobre música, mas a passagem daquilo que era 
sonoro ao musical, que sempre acontece através do relacionamento entre os 
sons e o silêncio. A música também é uma melodia, um ritmo, uma harmonia, 
11 
 
pelos quais se vão ter como base, no decorrer dos nossos dias. Segundo Brito 
(2003, p,26), “as profundas transformações econômicas, sociais, políticas e 
ideológicas que ocorreram no século XIX, provocaram grandes mudanças na 
cultura ocidental, envolvendo, obviamente, a música”. 
 
 
A música não é só uma técnica de compor sons, mas um 
meio de refletir e de abrir a cabeça do ouvinte para o mundo. 
[...] Com sua recusa a qualquer predeterminação em música, 
propõe o imprevisível como lema, um exercício deliberdade 
que ele gostaria de ver estendido à própria vida, pois tudo o 
que fazemos é música (Prefácio apud BRITO, 2003, p.27). 
 
 
Para a autora é importante que a música esteja presente em toda parte, 
tanto em um ambiente familiar como escolar, trazendo suas contribuições para 
a vida das crianças, pois o que importa é sempre estarmos próximos do que é 
para nós uma linguagem musical, e no processo de aprendizagem uma 
linguagem oral. Onde a música é uma arte e ao mesmo tempo uma ciência que 
combina os sons de modo agradável ao ouvido. 
É possível constatar a grande influência da música em cada ato que o 
ser humano possa vir executar, seja em momentos de alegria, de raiva ou até 
mesmo de dor. A música se tornou uma linguagem universal, que se apresenta 
com vários dialetos, onde cada povo tem sua própria forma de cantar, tocar e 
organizar seus sons, ela se tornou indispensável na vida de qualquer pessoa, 
possuindo formas próprias que as torna de fácil identificação, e sempre vêm 
acompanhada de elementos marcantes como o som, o movimento e o timbre. 
A música faz parte da história do ser humano e está presente em todos 
os instantes da vida, seja ao dançar, ao homenagear parentes, nos rituais 
religiosos e em outras ocasiões. Ela é utilizada e executada por todos desde os 
seus primeiros anos de vida. O simples gesto de reconhecer uma melodia 
musical nem sempre está ligada a outras formas de inteligência. Como ressalta 
SOUZA (2010:98), “Independente do seu papel dentro da sociedade, a música 
exerce forte atração sobre os seres humanos, fazendo mesmo que de forma 
inconsciente que nos relacionamos com ela [...]”. Para o autor, as pessoas se 
entregam a música de forma espontânea, deixando- se envolver por completo 
12 
 
e por tudo aquilo que transforma e alegra a alma. 
 
 
A música é muito mais que um simples conjunto de sons 
que se unem em uma melodia. Ela penetra nossa pele [...] 
nos fazendo mergulhar em doces lembranças. Algumas 
melodias não nos tocam, enquanto outras nos tinguem 
diretamente – e podem até mesmo transmitir significados 
concretos [...] (SCHALLER, 2005, p.64-69 apud CORREIA, 
2010, p.135). 
 
 
 
 
Segundo BIGAND (2005), “a música se instala em nós sem se quer 
perceber seus efeitos, pessoas sem formação musical podem identificar 
acordes, melodias e temas da mesma forma que músicos profissionais”. O 
autor ressalta que para se sentir a música não é necessário, possuir alguma 
formação profissional na área, pois o simples ato de ouvir diariamente alguns 
sons, a pessoa vai perceber e reconhecer cada ritmo, melodia, entre outros. 
A música traz diversos benefícios ao ser humano, tanto fisiológico 
quanto psicológicos. Hoje, alguns estudos estão sendo desenvolvidos com a 
finalidade de compreender como a música interfere nos mecanismos 
fisiológicos. São visíveis os benefícios que a música traz tanto para as crianças 
quanto para os adultos. Tudo o que está relacionado com as artes em geral, 
incluindo a música, facilita o contato com a realidade, principalmente após 
acontecimentos que traumatizam as pessoas, ela vem para conduzir essa 
criança em susa atitudes criativas e expressivas. 
A música remete o ser humano a uma troca de ideias, a uma expressão 
do pensamento daquele que a escreveu, permanecendo nas diversas culturas, 
transformando-se em uma ponte que nos leva ao conhecimento. 
De acordo com GOHN e STAVRACAS (2010, p.86). 
 
[...] A música é o elo entre o som e o silêncio, entre o criar e 
o sentir entre os movimentos vibratórios e as relações que 
se estabelecem com eles. Isso faz com que a pessoa tenha 
uma percepção mais ampla do mundo que está a sua volta, e 
se permitindo a oportunidade de construir a sua própria 
história de diferentes maneiras”. 
 
 
 
13 
 
SNYDERS (1997,p.79), reforça : 
 
 
 
[...] A música nos agarra, sacode, invade, impondo um 
determinado comportamento, um jeito de ser. 
Frequentemente, os alunos vivem a música como pressão 
em direção a movimentos ritmados e cantarolados 
interruptos”. 
 
 
 
 
Nesse contexto, fica claro que, a música tem o poder de unir as 
pessoas, mesmo sendo elas de classe social tão diferente, vindo de mundos 
completamente opostos. Elas se deixam levar pelo que é envolvente, pelo que 
transforma os momentos, se deixando levar pelas suas características tão 
diversificadas. 
A maioria das pessoas se descobre na música, passa a se conhecer 
melhor a partir do momento em que começa a acompanhar os ritmos musicais 
e observar que a música não é apenas uma forma de expor seus sentimentos, 
suas reivindicações, mas também é uma maneira de adquirir conhecimento. 
 
A formação das crianças em uma determinada cultura se dá 
no processo de interação entre as crianças. Parte desse 
processo de aprendizagem fica a cargo da família; parte a 
cargo das escolas (MEC/SEF, 1995, p.15). 
 
 
 
Portanto é importante a participação da família o processo de ensino- 
aprendizagem da criança, pois tudo o que é repassado em sala de aula, tem 
como base o conhecimento que ela traz consigo de casa. Da mesma forma 
acontece com tudo o que ela aprende na escola, pondo em prática durante a 
sua convivência em sociedade. 
 
É preciso retomar a dimensão da música como um 
conhecimento acessível ás pessoas comuns. Todos nós 
somos seres musicais por natureza, assim como seres 
lingüísticos, matemáticos, corporais, históricos etc. a 
música deve ser contemplada pela escola porque é uma 
linguagem própria do homem e não apenas do músico 
(GRANJA, 2010, p.105). 
 
14 
 
 
 
Desta forma a partir do momento em que as crianças entram em contato 
com a música, seus conhecimentos se tornam mais amplos e este contato vai 
envolver também o aumento de sua sensibilidade e fazê-la descobrir o mundo 
a sua volta de uma forma muito prazerosa. 
 
2.2 Educação infantil: história e legislação 
 
Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou 
não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à 
incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse 
lugar para a infância nesse mundo (ARIÈS, 1981). 
Para o autor é importante destacar a forma que era tratada as crianças, 
não possuíam direito a lutarem contra a desigualdade existente naquela época. 
Nesse sentido, para a maioria das pessoas infância tem um significado 
genérico e, como qualquer outra fase da vida, esse significado surgiu em 
função das transformações sociais: toda sociedade tem seus sistemas de 
classes de idade e a cada uma delas é determinado um sistema de status e a 
cada um é definido qual o seu papel na sociedade. 
Na linguagem comum, dizer que um menino estava em idade de ir para 
a escola não significava necessariamente que se tratava de uma criança, pois 
essa idade podia também ser considerada como um limite além do qual o 
individuo tinha poucas possibilidades de sucesso (ÁRIES, 1981). 
Por meio da fala do autor é possível compreender que em algumas 
épocas passadas, não existia idade exata para a criança freqüentar a escola, 
muitas dessas crianças passavam boa parte da vida para adquirir algum tipo de 
conhecimento educacional e por ocasião disso não se esperava uma criança 
com um futuro muito promissor. 
A forma de se trabalhar as crianças no passado era bastante rígida e 
conservadora. O futuro das crianças era definido pelo o pai, ele possuía total 
controle sobre os seus filhos, e a relação da criança no meio social dependia 
única e exclusivamente da vontade e autorização do seu pai. 
15 
 
Como ressalta ARIÈS (1981, p.124) 
 
 
 
Essa função demográfica da escola não surgiu 
imediatamente como uma necessidade. Pelo que se pode 
entender, era totalmente o contrário, durante muito tempo a 
escola permaneceu indiferente à repartição e à distinção das 
idades, pois seu objetivo principal não era a educação da 
infância e sim de jovens preparados para as batalhas e a 
vida no campo.Nesse contexto, as primeiras iniciativas voltadas ao cuidado das 
crianças tinham caráter higienista e se direcionavam contra o alto índice de 
mortalidade infantil. 
 
 
As concepções educacionais nessas instituições se 
mostravam explicitamente preconceituosas, o que acabou 
por cristalizar a idéia de que, em sua origem, no passado, 
aquelas instituições teriam sido repensadas como lugar de 
guarda, de assistência e não de educação. [...] primeiro se 
passaria por uma fase médica, depois por uma assistencial, 
etc., culminando nos dias de hoje, no atingir da etapa 
educacional, entendida como superior, neutra ou positiva, 
em si, em contraposição aos outros aspectos (KUHMANN 
JR, 2010, p.166). 
 
 
 
Dessa maneira, para o autor o termo Creche ou Escolas de berçário a 
educação infantil, sempre esteve vinculado a um serviço oferecido para 
famílias que necessitavam de uma escola em período integral. 
E quando se fala da pré-escola, observa-se que era voltada a crianças 
maiores, mas próximas de freqüentar a escola de ensino fundamental, era 
trabalhando mais as questões pedagógicas, e funcionava apenas em meio 
período, como as escolas, que eram mantidas pelos órgãos vinculados ao 
sistema educacional. 
Pode-se dizer que na década de 1980 houve um avanço considerável 
com relação à Educação Infantil, com a criação do Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), que veio para transformar radicalmente as relações entre 
Estado e Sociedade que antes era encarado como um mero objetivo de 
16 
 
intervenção disciplinar ou jurídica. Conforme foi possível perceber em seu 
Artigo 53: 
Art. 53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, 
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo 
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, 
assegurando-se lhes: 
I – igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola; 
II – direito de ser respeitado por seus educadores; 
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo 
recorrer ás instâncias escolares superiores; 
IV – direito de organização e participação em 
entidades estudantis; 
V – acesso a escola pública e gratuita próxima 
de sua residência. 
 
 
 
 
Portanto todas as crianças estão asseguradas ao direito de usufruir de 
um ensino de qualidade, que venha proporcionar a elas o desenvolvimento 
educacional, e garantir a sua permanência na instituição em que está 
vinculada. 
A creche tinha como finalidade atender os filhos das trabalhadoras, mas 
sempre com uma prática que reforçava o lugar da mulher no lar, com os filhos, 
e promover a ideologia da família. 
 
 
A história das instituições pré-escolas não é uma sucessão 
de fatos que se somam, mas a interação de tempos, 
influências e temas, em que o período de elaboração da 
proposta educacional assistencialista se integra aos outros 
tempos da história dos homens (KUHLMANN Jr., 2010, p.77). 
 
 
Kuhlmann Jr. (2010) nos coloca que, essas instituições evoluíram com o 
passar dos anos, o que antes era apenas um lugar de acolhida e distração, 
uma espécie de segundo lar, onde os responsáveis faziam o papel de mãe 
para as crianças. Passou a ser um lugar de transmissão de conhecimento, 
responsável pelo desenvolvimento educacional, auxiliando em sua formação. 
Dessa forma, mais do que simples manuais de trabalho, geralmente são 
reduzidas as listas de atividades a serem propostas para as crianças, os 
17 
 
professores necessitam de instrumentos teóricos, onde a partir dos quais 
possam estruturar sua ação pedagógica. Cabe aos educadores procurar as 
melhores formas de utilizar essas informações em sala de aula. Pois, a 
qualidade do seu trabalho tem relação com o desenvolvimento dos seus 
alunos, e isso vai depender do método escolhido por esse profissional para 
trabalhar com as crianças. 
 
 
Educar significa, portanto, proporcionar situações de 
cuidado, brincadeiras e aprendizagens, orientadas de forma 
integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento 
das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e 
estar com os outros em uma atitude básica de aceitações, 
respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos 
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural 
(MEC/SEF, 1998, p.23). 
 
 
 
Assim, dependendo das idéias que o professor juntamente com a 
direção da escola optou para serem desenvolvidas, os alunos e professores 
tem a possibilidade de conquistar e exercer sua autonomia moral e intelectual. 
Para que essas propostas de aprendizagem significativa ocorram com êxito, é 
importante que a criança tenha uma atitude favorável em relação ás propostas 
das atividades sugeridas. 
A experiência escolar deve assegurar a realização de aprendizagens 
significativas. Podem-se considerar situações de aprendizagem significativas 
aquelas em que os novos conteúdos de aprendizagem se relacionam com o 
que a criança já sabe, podendo ser mais bem assimilado por ela. O processo 
pelo qual se produzem aprendizagens significativas requer uma intensa 
atividade por parte da criança, que deve estabelecer relações entre os novos 
conteúdos e os seus esquemas de conhecimento (KUHLMANN Jr. 2010). 
 
Para que isso ocorra é importante que a criança tenha uma atitude favorável 
em relação às propostas de atividades, que esteja motivada para relacionar o que está 
aprendendo, a tudo àquilo que já sabe. A criança, quando se depara com algo novo, 
estabelece relações com seu mundo interior e externo, e dessa forma aprenderá. 
 
18 
 
 
Diante disso, é fácil observar que a linguagem, 
principalmente textual da qual a sociedade contemporânea 
se utiliza, pode ser potencializada por meio da utilização da 
linguagem musical que serve a processos de ensino- 
aprendizagem e a elaboração de metodologias alternativas e 
importantes á educação (CORREIA, 2010, p.136). 
 
 
Favorecer as relações de ensino e aprendizagem pautando-se naquilo 
que é diferente para eles, é uma forma ideal para construção de uma educação 
que busca o desenvolvimento global, o incentivo da imaginação e fantasia 
necessária à abstração e a criatividade de toda criança. A era da tecnologia, já 
não permite mais essa desenvoltura, e está tomando o lugar dos vários 
recursos naturais de se aprender, de certa forma esse modo natural já não esta 
mais acontecendo. Isso tudo esta impedindo as crianças de assimilarem o real 
significado do conhecimento, e isso têm trazido à tona vários casos de crianças 
com dificuldades escolares e de aprendizagem. 
A instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as 
crianças elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e 
inserção social. Cumprindo um papel socializador, propiciando o 
desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens 
diversificadas, realizadas em situações de interação. Podendo oferecer 
condições de aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas que 
propiciam situações pedagógicas intencionais, de uma maneira integrada no 
processo de desenvolvimento da criança. 
 
 
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, 
brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada 
e que possam contribuir para o desenvolvimento das 
capacidades infantis de relação interpessoal [...]. Neste 
processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento 
das capacidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e 
éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de 
crianças felizes e saudáveis. (MEC/SEF, 1998:23). 
 
 
O processo que permite a construção de aprendizagem requer uma 
atividade interna por parte das crianças, onde elas podem estabelecer relações 
entre novos conteúdos e os conhecimentos já adquiridos. As diferentes 
19 
 
aprendizagens se dão por meio de continuas reorganizações do conhecimento, 
algumas delas de situações educativas que foram criadas especialmente para 
que elas pudessem ocorrer de acordo com o que foi planejado. 
Para as crianças a aprendizagemescolar está integrada as atividades 
que envolvem professor-aluno, favorecendo uma melhor integração entre todos 
os participantes. Dentre essas interações as que mais favorecem a 
aprendizagem é o trabalho coletivo e de cooperação, pois é através dele que 
as crianças vão poder compartilhar seus pontos de vista diferentes, com 
divisão das funções e distribuição de responsabilidades. São nesses espaços 
de delimitações de desenvolvimento afetivo e potencial que as ações 
educativas devem acontecer. 
20 
 
3. A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA 
CRIANÇA 
 
 
A música tem influenciado sobe todas as áreas curriculares, interferindo 
assim, nas relações dos indivíduos e na forma de como ver o mundo, sendo 
assim importante que a criança tenha contato com a música desde cedo e a 
escola pode contribuir para que isso ocorra. 
A música sendo bem trabalhada no processo educacional trás a criança 
todo um aprendizado e desenvolvimento. Ela consegue interagir melhor 
socialmente, conviver melhor no meio social e escolar, partindo para o aspecto 
social, ao conviver com a música ela estabelece todo um amadurecimento ao 
se relacionar, visto que se socializar através de cantigas essa interação irá 
trazer benefícios no que diz respeito ao trabalho de suas emoções, ao lidar 
com as vitorias, frustrações que as canções impõem com seus limites e regras. 
As crianças que convivem com a música possuem estímulos que 
favorecem a aprendizagem, tem maior facilidade em absorver informações e 
consegue melhorar suas emoções, além facilitar no processo de alfabetização 
como leitura e escrita. É preciso um querer verdadeiro por parte do educador 
em utilizar a música como meio de estimular as crianças no processo de ensino 
aprendizagem 
 
 
[...] o aprendizado de música, além de favorecer o 
desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade 
cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e 
contribui para integrar socialmente o individuo. (BRÉSCIA, 
2003, p. 81) 
 
 
 
O professor é o mediador e tem um papel importante no crescimento e 
desenvolvimento dos alunos, sabe – se que não é fácil trabalhar de forma 
diferenciada em sala de aula e que a falta de recursos e estrutura de algumas 
escolas torna o trabalho ainda mais inviável, contudo é preciso que os 
educadores busquem novos meios que facilitem seu trabalho, e que 
contribuam para a aprendizagem dos alunos. Segundo Sekeff (2007) “a música 
é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial, emocional e 
intelectual”. 
21 
 
A música tem como propósito favorecer e colaborar no 
desenvolvimento dos alunos, sem privilegiar apenas alguns alunos, 
entendendo esta, não como uma atividade mecânica e pouco produtiva que 
se satisfaz com o recitar de algumas cantigas e em momentos específicos da 
rotina escolar, mas envolve uma atividade planejada e contextualizada, como 
prevê o RCNEI, além de explorar as múltiplas possibilidades que a música 
tem em seu ensino, como explica Loureiro (2003, p.141): 
 
Atenção especial deveria ser dispensada ao ensino de música 
no nível da educação básica, principalmente na educação 
infantil e no ensino fundamental, pois é nessa etapa que o 
individuo estabelece e pode ser assegurada sua relação com o 
conhecimento, operando-o no nível cognitivo, de 
sensibilidade e de formação da personalidade. 
 
 
 
Compreender a música como linguagem e forma de conhecimento, nos 
leva a ver a criança não como um ser estático e sim como alguém que interage 
o tempo todo com o meio. É possível lembrar ainda o trabalho musical com 
crianças portadoras de necessidades especiais este abre espaços e 
oportunidades para que as mesmas possam se expressar e viver 
igualmente com as outras, respeitando suas limitações. 
BRÉSCIA (2003, p.50) afirma que: 
 
 
Crianças mentalmente deficientes e autistas geralmente 
reagem à música, quando tudo o mais falhou. A música é um 
veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, 
superando dificuldades de fala e de linguagem. A terapia 
musical foi usada para melhorar a coordenação motora nos 
casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também é 
usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos 
casos em que existe distúrbio da fala. 
 
 
Sendo assim fica claro que a música é uma aliada para o ensino- 
aprendizagem, pois interfere nos âmbitos mais elevados da criança o cognitivo, 
o afetivo e social. Abrindo-a para um mundo mais amplo de seus 
conhecimentos. 
 
 
 
 
22 
 
4. A MÚSICA COMO FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
O trabalho na escola com música já vem sendo desenvolvimento há 
muito tempo, fazem-se necessárias algumas mudanças para que esse ensino 
seja mais atrativo e eficiente. A música é uma das linguagens que o aluno 
precisa conhecer, não só por suas características, mas, por transmitir 
sensações e auxiliar no raciocínio lógico, nas diversas sensações, no 
desenvolvimento psíquico, motor e afetivo. Por isso, pesquisadores da teoria 
das inteligências múltiplas, afirmam que a habilidade musical é tão importante 
quanto à lógica matemática e a linguística por auxiliar outros tipos de 
raciocínio. 
Nas escolas não deve ser necessariamente um componente exclusivo, 
ela pode interagir com outros componentes curriculares. 
Faria (2001, p.24), “a música como sempre esteve presente na vida dos 
seres humanos, ela também está presente na escola para dar vida ao ambiente 
escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso 
de criação e recreação”. 
A música quando utilizada na educação infantil serve de ferramenta 
incentivadora da criatividade nas crianças, é um fator de desinibição numa 
convivência coletiva. É muito eficaz no período pré-escolar. 
É de suma importância o uso da música para a educação, e como isso 
pode ser feito através da confecção de instrumentos musicais nas aulas de 
artes, ela pode ser trabalhada desde forma mecânica a musica da hora da 
chegada, na hora do lanche, até o criar musical onde o professor já com os 
instrumentos musicais confeccionados faz uma aula diferenciada onde leva o 
aluno a perceber os sons a criar novos sons (BRÉSCIA,2003) 
Há várias maneiras de se trabalhar a música na escola, por exemplo, de 
forma lúdica e coletiva, utilizando jogos, brincadeiras de roda e como já frisado 
na confecção de instrumentos. 
Porém ainda se consta em muitas escolas o despreparo e a falta de 
interesse por parte dos docentes, é importante salientar a falta de recursos e 
material de apoio, e ainda a falta de conhecimento na área musical por parte 
dos professores. 
Seria de fundamental importância que os cursos de pedagogia 
23 
 
contemplassem o componente de música, ensinando como usar a música na 
sala de aula, explicando o que é música e como ela pode ser uma parceira no 
processo ensino-aprendizagem. 
Assegurar um lugar para a música no contexto escolar público (e no 
privado também) não tem sido tarefa fácil. Se ele existe, é principalmente na 
escola de educação infantil (embora com caráter lúdico e recreativo) e, com a 
progressão dos anos, perde sua força, até desaparecer por completo (o que é 
lamentável). Dessa forma, a educação musical vê-se diante de um desafio que, 
sem dúvida, se apresenta como o alicerce para uma prática efetiva e 
consistente do ensino de música: promover, de modo amplo e democrático, 
uma educação musical séria e de qualidade para a escola de ensino básico 
(LOUREIRO, 2003). 
Nesse sentido, Loureiro (2003 p. 80) considera que: 
 
 
O mais importante é que o professor, consciente de seus 
objetivos e dos fundamentos de sua prática – onde a música 
deve ser encarada como uma produção e um meio educativo 
para a formação mais ampla do indivíduo – assuma os riscos – 
a dificuldade e a insegurança – de construir o seu caminho do 
dia-a-dia, em constante reavaliação. 
 
 
 
Se refletirmos a música na educação atual veremos que o processo de 
ensino e aprendizagemdos futuros cidadãos esteja em constante 
aprimoramento. 
O caminho para a viabilidade da música nas escolas, aqui 
especificamente na educação infantil se dá pelo uso de ferramentas para sua 
reflexão, práticas para que se faça o uso correto da música, trabalhar a 
diversidade e o contexto do aluno, explorando suas potencialidades. A 
atividade musical e as demais artes, unidas ao jogo recreativo, são uma base 
forte na educação infantil. Em relação a estes aspectos, Brito (2003, p.46) 
explica que, 
 
[...] importa, prioritariamente, a criança, o sujeito da 
experiência, e não a música, como muitas situações de ensino 
musical consideram. A educação musical não deve visar à 
formação de possíveis músicos do amanhã, mas sim à 
formação integral das crianças de hoje. 
24 
 
 
Outra forma de se trabalhar a música são os jogos musicais, que podem 
ser realizados na educação infantil para trabalhar os sons. Um exemplo 
apresentado pelo pesquisador, compositor e educador francês François 
Delalande (1979) se relaciona às atividades lúdicas infantis proposta por Jean 
Piaget e propõe três dimensões para a música: 1) jogo sensório-motor, ligado a 
exploração de sons e gestos. Jean Piaget diz que o estágio pré-verbal se 
configura aproximadamente nos primeiros 18 meses da criança. Nesta fase 
Delalande (1979) entende que é construída a noção temporal como sucessão, 
aqui as crianças ouvem, percebem o som, manuseiam instrumentos musicais; 
2) jogo simbólico, ligado ao valor expressivo da linguagem musical. Nesta fase 
o jogo acompanha a construção do pensamento representativo; 3) jogo com 
regras proposto por Piaget está relacionado com a estruturação da linguagem 
musical. 
François Delalande (1979) busca através desta definição musical, 
facilitar o trabalho dos educadores, buscando levar até as crianças não 
técnicas e conhecimentos didáticos, mas colocar a criança em contato com 
instrumentos musicais ou fontes sonoras, incentivando-os a produzir som com 
movimentos espontâneos de criação, uma verdadeira invenção musical. 
Ainda é possível enfatizar outras formas de como trabalhar a linguagem 
musical em sala de aula, através de trabalho vocal, interpretações e criações 
de canções, brinquedos cantados e rítmicos, jogos que reúnem som, 
movimento e dança enfim são inúmeras as formas significativas de se utilizar o 
fazer musical na escola. 
O uso ou o trabalho com a música tem como enfoque o desenvolvimento 
global da criança na educação infantil, respeitando sua individualidade, seu 
contexto social, econômico, cultural, étnico e religioso, entendendo a criança 
como um ser único com características próprias, que interage nesse meio com 
outras crianças e também explora diversas peculiaridades em todos os 
aspectos. 
25 
 
Pontuar música na educação é defender a necessidade de sua 
prática em nossas escolas, é auxiliar o educando a concretizar 
sentimentos em formas expressivas; é auxiliá-lo a interpretar sua 
posição no mundo; é possibilitar- lhe a compreensão de suas 
vivências, é conferir sentido e significado à sua nova condição de 
indivíduo e cidadão. (ZAMPRONHA, 2002, p. 120) 
 
É recomendado para crianças que estão na educação infantil relacionar os 
conteúdos ao fazer musical, trabalhando com situações lúdicas, como já 
mencionadas, fazendo parte do contexto global das atividades, quando a criança 
se encontra num ambiente afetivo no qual o professor está atento as suas 
necessidades, falando , cantando e brincando com e para elas adquirem a 
capacidade de atenção, tornando-as capazes de ouvir os sons do entorno. 
Dessa forma observa-se a necessidade de se trabalhar e introduzir a 
música no contexto escolar, não com o objetivo de formar músicos, mais com o 
intuito de incentivar a criatividade já que algumas vezes a escola deixa pouco 
espaço para a criança criar e a música pode ser um caminho muito fértil para essa 
prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
5. CONCLUSÃO 
 
 A música possui inúmeros significados e representações no cotidiano das 
pessoas trazendo uma série de benefícios, pois desperta emoções e sentimentos. 
Além de ter também uma grande importância na aprendizagem e na socialização 
do indivíduo, na educação infantil é essencial em todos os momentos, visto que 
ela auxilia no desenvolvimento de aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social.
 Seu uso na sala de aula pode ser considerado como atividades sociais 
privilegiadas de interação e construção do conhecimento. 
A inclusão da música no planejamento escolar e nas atividades 
desenvolvidas na sala de aula conduz a uma educação flexível direcionada para a 
qualidade de ensino visando a dinamização das atividades realizadas e dos 
conteúdos trabalhados favorecendo a significação e eficácia da aprendizagem. 
 Acredita-se que a música resulta numa forma mais prática de transmitir 
um aprendizado, desta forma o educador irá encontrar meios para utiliza-la em 
sala de aula, pois a música não deve ser vista apenas como um passatempo, mas 
como uma forma de auxílio no desenvolvimento individual e coletivo das crianças. 
A música irá favorecer em vários aspectos como: criatividade, movimentos 
corporais, compreensão do mundo que o cerca, o desenvolvimento da linguagem e 
do imaginário infantil (ZAMPRONHA,2002). 
 Cabe ao educador fazer uma ponte entre as atividades vivenciadas e as 
músicas, não apenas como mera brincadeira, mas como uma ferramenta que 
propicie o ensino aprendizagem. Em outros momentos ela pode sim ser usada 
apenas como recreação e entretenimento (CORREIA,2010). 
Entretanto ao estudar a música no aspecto educacional foi de buscar 
soluções para um ensino de qualidade na utilização de ferramentas mais 
envolventes no processo de aprendizagem, buscando uma maneira de aprimorar 
a educação de nossas crianças. 
 
 
 
 
 
27 
 
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