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História - Revolução Francesa Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 1 1. Introdução Foi o conjunto de eventos que, de 1789 a 1799, alterou o quadro político, econômico e social da França. Antes da revolução, a França era caracterizada pelo Antigo Regime, ou seja, o absolutismo monárquico, o mercantilismo e a sociedade estamental. A revolução rompeu com o antigo regime, que dominava a Europa desde o século XV. Tornou-se, assim, um importante marco histórico (fato relevante), iniciando a Idade Contemporânea. A Revolução Francesa inspirou reformas em outros países, além de ter influenciado na independência das colônias espanholas e na proclamação da independência do Brasil. Observação. Foi uma revolução burguesa com uma forte participação popular. Representou o momento que a burguesia, já detentora do poder econômico, atinge o PODER POLÍTICO. 2. Antecedentes. Dentre os antecedentes que culminaram com Revolução Francesa, podemos destacar: O custo da monarquia, pois o rei Luís XVI e a sua corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios. O Iluminismo. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores da bandeira e também no hino da França. O gasto com guerras pesou na economia do país. A Guerra dos Sete Anos (1756-63), contra a Inglaterra ocasionou uma enorme despesa militar e perda de regiões coloniais. A Guerra de Independência dos EUA empobreceu os cofres públicos em mais de dois bilhões de libras. O Tratado Comercial de 1786, assinado com a Inglaterra (vinhos franceses em troca de tecidos ingleses) levou à falência de indústrias francesas e aumentou o descontentamento burguês. Quadro Econômico. A fome ameaçava a população, pois as secas prejudicavam a agricultura e acentuavam a miséria. Havia escassez de alimentos, o que aumentava ainda mais a revolta da população. A divisão da sociedade francesa também pode ser considerada causa da revolução, pois não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento. No século XVIII, a burguesia se sentia prejudicada pela intervenção do Estado na economia (Mercantilismo). História - Revolução Francesa Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 2 Politicamente, o reinado de Luís XVI caracterizava uma monarquia absolutista (poder ilimitado e de origem divina). 3. Divisão da Sociedade. A sociedade francesa era estamental, dividida em três estados ou ordens, sem mobilidade social, que mantinha os privilégios de nascimento da nobreza. Primeiro estado: CLERO. Dividia-se em Alto Clero (Bispos e abades - que eram pessoas de origem nobre) e Baixo Clero (Padres - que eram pessoas de origem popular) Segundo estado: NOBREZA. Dividia-se na de Sangue (herdeiros da nobreza feudal) e na de Toga (Burgueses que compravam ou ganhavam títulos de nobreza) Terceiro estado: POVO. Composto pela Burguesia (Alta, Média e Pequena) e os Pobres (Camponeses, Trabalhadores Urbanos e Desempregados). Observação. O primeiro e o segundo estado tinham isenção de impostos, logo o Estado francês era sustentado pelo terceiro estado (burguesia). 4. A Revolução. Para resolver a questão dos impostos, o rei convoca a Assembleia dos Estados Gerais (1789), com representantes dos Três Estados. Cada estado tinha direito a um voto, mas a burguesia queria uma votação por indivíduo, o que levou a violentas discussões. Diante da impossibilidade de resolver a questão, o terceiro estado se separou dos demais, declarando-se ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE. A Constituição representaria o fim do absolutismo monárquico e o povo (diante desta nova realidade) se entusiasmou e participou do movimento com a invasão da antiga prisão da Bastilha (14 de julho de 1789). Esta invasão representou, simbolicamente, o fim do Antigo Regime. Na zona rural, os camponeses invadiram castelos, incendiaram plantações e massacraram membros da nobreza e do clero (o Grande Medo). 4.1. Primeira Fase da Revolução: Assembleia Nacional Constituinte (1789-91). Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (todos têm direito à liberdade e à defesa da propriedade privada), extinção dos privilégios feudais da nobreza, aprovação da Constituição Civil do Clero com o confisco das terras da Igreja e subordinação de seus membros ao Estado francês. A Promulgação da Constituição de 1791, que estabelecia o voto censitário e a tripartição dos poderes. História - Revolução Francesa Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 3 Monarquia Constitucional (1791- 92). Luís XVI aceitou a Constituição, mas foi retido ao tentar fugir com sua família para a Áustria e preso no Palácio das Tulherias. As monarquias absolutistas da Europa começaram a organizar uma ofensiva contra a França e, diante da invasão prussiana, a Assembleia convocou todos os cidadãos à guerra. 4.2. Segunda Fase. a) A Convenção (1792 - 93) Seus membros foram escolhidos por sufrágio universal, homens e pertenciam aos seguintes partidos políticos: Girondinos. Sentavam-se à direita na Assembleia. Representavam a alta burguesia. Jacobinos. Sentavam-se à esquerda, na parte mais alta da Assembleia e defendiam os interesses da pequena burguesia e dos sans-culottes. Planície ou Pântano. Sem posição política definida. Sentava-se ao centro da Assembleia, na parte mais baixa. A Convenção decidiu, por votação, mandar o rei deposto à guilhotina. A execução do rei levou as nações absolutistas (Áustria, Prússia, Espanha, reinos italianos, Países Baixos) a formar a Primeira Coligação, contra a França. Dentro da França, houve levantes antirrevolucionários de camponeses, instigados por padres reacionários e pela pequena nobreza (Revolta da Vendeia). Neste quadro, em junho de 1793, tem início a REPÚBLICA JACOBINA (“o Terror”), quando os sans-culottes e os jacobinos, invadiram a Convenção e prenderam os líderes girondinos. Observação. Sans-culottes. Denominação dada pelos aristocratas aos artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários participantes da Revolução Francesa, principalmente em Paris (vestiam uma calça comprida de algodão grosseiro, traje tipicamente utilizado pelos burgueses). Revolta da Vendeia de 1793. Oposição histórica à Revolução Francesa, quando artesãos e camponeses se insurgiram contra a Revolução e a burguesia das grandes cidades e a favor da Igreja católica e do sistema monárquico, recebendo o apoio da aristocracia. b) República Jacobina (junho de 1793 – julho de 1794). Foi criado o Tribunal Revolucionário (que julgava os opositores da Revolução e condenava-os à morte na guilhotina), o ensino público gratuito, abolição da escravidão nas colônias, tabelamento dos preços dos alimentos. Os jacobinos perderam popularidade graças à carnificina das execuções, o que levou à volta dos girondinos ao poder no Golpe do 9 Termidor. História - Revolução Francesa Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 4 c) Reação Termidoriana (1794-95) Execução de Robespierre na guilhotina e anulação das medidas populares tomadas pelos jacobinos. Restabelecimento da liberdade de preços e promulgação de uma nova Constituição, que estabelecia que o Poder Executivo seria exercido pelo Diretório, além do retorno do voto censitário. 4.3. Terceira Fase. O Diretório (1795-99). Após a queda de Robespierre, a alta burguesia voltou ao poder disposta a consolidar suas conquistas. Em agosto de 1795, foi criado o Diretório, no qual cinco membros (chamados de diretores) exerciam o Poder Executivo. Esta fase encerrou em 1799. A crise econômica agravava-se a cada dia, a corrupção aumentava e faltavam alimentos. Com o passar do tempo, o governo do Diretório foi ficando cada vez mais enfraquecido. Com a França imersa no caos, e sob a ameaça de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso. Esse alguém foi o jovem general Napoleão Bonaparte, que, a partir de 1799, começou a governar a França. O Diretório Teve maioria girondina e sofria oposição dos jacobinos e dos monarquistas, enfrentou tentativas de golpes dos dois grupos, como a Conspiração dos Iguais cujo líder jacobino foi preso e guilhotinado pelos girondinos. Externamente a França enfrentava, com sucesso, os países absolutistas e começou a se destacar o gênio militar de Napoleão Bonaparte. Para consolidar a República Burguesa, os girondinos apoiaram o Golpe do 18 Brumário (Bonaparte derrubou o Diretório e instituiu o Consulado). 5. Conclusão. A Revolução Francesa mudou completamente a estrutura social e política da França. Acabou com a monarquia francesa, o feudalismo, e tomou o poder político da igreja católica. Trouxe novas ideias, incluindo liberdade para os cidadãos, bem como a abolição da escravidão. Embora a revolução tenha terminado com a ascensão de Napoleão, as ideias e reformas não morreram, elas continuaram a influenciar a Europa e ajudaram a moldar muitos dos governos modernos da Europa.
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