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1 1 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Profª Aline Carla Araújo Carvalho 2 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Definição: • Patologia congênita, hereditária, caracterizada por hemorragia de difícil controle, espontâneas ou causadas por traumatismos de baixa energia cinética, em função de uma insuficiente e muito lent coagulabilidade do sangue. 3 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Incidência: Manifestação em indivíduos do sexo masculino; Grau de severidade proporcional à deficiência da atividade coagulante do fator VIII ou IX; Geralmente os membros de uma mesma família apresentam o mesmo tipo de hemofilia, assim como o mesmo grau de severidade; Incidência no EUA é de 8 a 11 em 100.000 da população total, a maioria do sexo masculino; Incidência no Brasil: desconhecida; 4 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Incidência das Artropatias: 44% - joelho: maior suporte de carga ou solicitação para AVD’s e AVP’s; desgaste severo após 30 anos de idade; 25% - cotovelo; 14% - tornozelo; 8% - ombro; 5% - quadril; 4% - pequenas articulações do corpo; 2 5 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Reincidências das hemartroses: determinam a cronicidade do quadro, com espessamento sinovial, fibrose tecidual, destruição e remodelação progressiva da cartilagem e dos ossos, associada à instabilidade osteoligamentar que favorece à luxações, subluxações e calcificação de tecidos moles. 6 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Classificação: Quanto a deficiência de fator da coagulação: • Tipo A: – Mais frequente das coagulopatias – Incide em 85% dos casos; – Deve-se à deficiência do fator VIII de coagulação; • Tipo B: – Incidência em 15% dos casos; – Deve-se à deficiência do fator IX; 7 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica • Tipo C: – Determinada por gene autossômico dominante não relacionado com o sexo; – Caracterizada pela ausência de um fator determinado PTA; 8 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Classificação: Quanto ao nível de deficiência dos fatores de coagulação: • Leve: – Níveis de fator com oscilação em torno de 5 e 25% do normal; – Tempo de coagulação normal ou levemente aumentado; – Fenômeno hemorrágico espontâneo é raro, principalmente com hemartroses; – Hemorragias somente em casos traumáticos e cirúrgicos; 3 9 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica • Moderado: – Níveis de fator oscilam entre 1 e 5% do normal; – Tempo de coagulação em torno de 30 minutos; – Sintomas graves, porém não tão acentuados quanto o grave; • Grave : – nível de fator XIII ou IX menor que 1% do normal; – Tempo de coagulação em torno de 60 minutos; – Sintomas hemorrágicos graves, muitas vezes espontâneos e incapacitantes; 10 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Quadro Clínico: Hemartroses; • Tem tendência à recidivar; • É a manifestação mais comum na hemofilia; • Geralmente é monoarticular; • Pode ocorrer espontâneamente; • Fenômenos inflamatórios; • Reabsorção do sangue, exceto do ferro hemoglobínico – fixa-se à cartilagem sinovial e tecidos periarticulares sob a forma de ferritina, responsável pela inflamação crônica; 11 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica • Sinóvia: apresenta precocemente focos de formação de vilosidades; Lesões Articulares: • Osteoporose – resultado do desuso e imobilidade; • Irregularidade de superfície óssea; • Destruição articular; Sinovite Hemofílica: • Provoca hipertrofia das placas epifisais; • Excesso de crescimento das placas de crescimento – deformidades angulares e alteração do contorno do esqueleto; 12 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Hematoma do tecido subcutâneo: • Sangramento entre o tecido subcutâneo e ósseo; • Difícil reabsorção, • Facilita o encapsulamento - hematoma infectado • Nunca deverá ser puncionado. • TRATAMENTO – DO PRIMEIRO AO TERCEIRO DIA : • Crioterapia nas primeiras 48 horas; • Fator de reposição - uma semana; • Galvanização ou ultra-som; • Crioterapia. 4 13 14 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Pseudotumor: • hemorragia intra- óssea e subperióstea; Fraturas: • na maioria das vezes não estão relacionadas com a hemofilia. 15 Ciclo Vicioso na HemofiliaCiclo Vicioso na Hemofilia Hemartrose Tensão aumentada na cápsula e ligamentos Aumento da pressão Intra- articular Instabilidade Articular DOR Posição anti-álgica em flexão Hipotrofia muscular 16 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Diagnóstico: Geralmente é feito no primeiro ano de vida após a ocorrência de sangramento excessivo durante o nascimento, ou depois de episódios frequentes de equimoses, sangramentos em mucosas, hematomas subcutâneos e musculares. 5 17 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Alterações Radiológicas: Estágio I: • Sem alterações ósseas • Edema de partes moles Estágio II: • Osteoporose • Alargamento das epífises Estágio III: • Osteoporose • Crescimento das epífises • Alargamento do sulco intercondilar • Cistos subcondrais 18 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Alterações Radiológicas: Estágio IV: • Diminuição do espaço interarticular • Bordas irregulares • Destruição da cartilagem • Alterações anteriores mais acentuadas Estágio V: • Contratura fibrosa • Ausência de cartilagem • Perda dos movimentos articulares • Anquilose 19 Fisioterapia na Artropatia Hemofílica Fisioterapia na Artropatia Hemofílica 20 6 21 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico 22 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Hemartrose Aguda Quadro Clínico: • Aumento da temperatura articular; • Limitação da ADM; • Articulação edemaciada • Posição anti-álgica em flexão; • Dor intensa e espontânea com espasmo muscular; • Duração geralmente de 48 horas, sem deixar seqüelas articulares. 23 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Objetivos: • Diminuir a dor; • Deter a hemorragia articular; • Preservar a função articular; • Evitar a instalação de seqüelas. Tratamento: • Reposição do fator de 20 a 50 % em 1 a 5 dias, dependendo da localização e da gravidade; • Crioterapia; • Recursos analgésicos; • Imobilização por no máximo 48 horas; • Uso de auxiliares de marcha - MMII; • Uso de tipóia - MMSS; • Exercícios isométricos mesmo com a imobilização; 24 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Hemartrose Sub-aguda: Achados Cínicos: • Duração de até 4 semanas; • Encontraremos a articulação com: • Redução do volume; • Diminuição da temperatura; • Dor apenas à movimentação articular; • Possível limitação da ADM 7 25 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Tratamento: • Terapia substitutiva por meio de fator 3 vezes por semana, mantendo o nível em 10 a 15 % por 3 a 4 semanas, para que possa exercer o máximo de sua potencialidade sem o risco de provocar sangramentos; • Repouso relativo mantendo uso de auxiliares de marcha com descarga de peso progressiva; • Crioterapia e banho de contraste para diminuição do processo inflamatório em alternância como ginástica vascular; 26 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico • Manter os exercícios isométricos e iniciar com ativos sem / com a gravidade • Exercícios proprioceptivos e de auto- extensão, visando aumento da ADM e força; • Técnicas de relaxamento; • Contratura em flexão, deverá ser tratada conservadoramente para evitar sua irreversibilidade, com o uso da estimulação elétrica funcional ( FES ), contra a atrofia muscular e para promover aumento da ADM; 27 Programa FisioterapêuticoPrograma FisioterapêuticoHemartrose Crônica: Quadro Clínico: • Articulação fria; • Aumento da membrana sinovial; • Artralgia; • Atrofia muscular; • Limitação da ADMS; • Desvios axiais, instabilidade articular por • Alterações progressivas de natureza destrutiva 28 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Objetivos: • Manter ou aumentar a força muscular; • Reduzir o quadro doloroso; • Promover o alinhamento e a estabilidade articular, diminuindo assim os riscos de novos sangramentos. Tratamento: • A cinesioterapia é o tratamento chave; • Os agentes físicos são importantes como elementos terapêuticos no sentido de melhorar as condições teciduais da articulação 8 29 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico • Reposição do fator nos casos em que houver risco de hemorragia, no início do tratamento; • Recursos analgésicos; • Hidroterapia; • FES; • Técnicas de energia muscular; • Técnicas proprioceptivas; • Técnicas de resistência - manual, mecânica e/ou elástica; • Uso de órteses articuladas; 30 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico • Exercicios para força e resistência; • Exercícios de alongamento; • Palmilhas de compensação; • Uso de auxiliares de marcha; • Cirurgias: artrodese, artroplastia, tenotomia. 31 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Orientação Familiar Procurar integrar a família ao tratamento do paciente; Orientar os familiares a procurarem por sinal de hemartrose ou hematoma após qualquer traumatismo que a criança sofra; Evitar sustentar a criança, durante a fase do início da marcha, pelo estiramento contínuo das articulacões dos ombros, assim como evitar quedas ou choques contra objetos, devido ao risco de traumas; Acolchoar o berço/cama, com o objetivo de evitar traumas durante o sono; 32 Programa FisioterapêuticoPrograma Fisioterapêutico Procurar ensinar ao paciente sobre a importância do uso precoce do fator de reposição em caso de sangramento, e do cuidado com o seu tratamento,isto é, aprender a ter o controle sobre a sua doença; Encorajar os filhos a terem uma vida saudável praticando esportes, mas sabendo os seus limites e os riscos que podem advir de seus atos. 9 33 Casos ClínicosCasos Clínicos 34 35 36 10 37
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