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Apostila Cosmetologia

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COSMETOLOGIA E 
FARMACOLOGIA ESTÉTICAS
PROF.A MA. FERNANDA GOMES LODI
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretor de Ensino a Distância: 
Prof. Me. Fabio Oliveira Vaz
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani/
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira/
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/ 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / 
Heber Acuña Berger/ 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes/
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
PASSAGEM DOS FÁRMACOS ATRAVÉS DAS MEMBRANAS ................................................................................. 5
MEMBRANAS BIOLÓGICAS ...................................................................................................................................... 5
TRANSPORTE PASSIVO E ATIVO NA MEMBRANA ................................................................................................ 6
ABSORÇÃO, BIODISPONIBILIDADE E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS ............................................ 8
DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS ...................................................................................................... 8
MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS ................................................................................................................ 9
PRINCIPAIS RECEPTORES ..................................................................................................................................... 10
EFICÁCIA E SEGURANÇA ........................................................................................................................................ 14
PROCESSOS 
FARMACOCINÉTICOS
PROF.A MA. FERNANDA GOMES LODI
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INTRODUÇÃO
Para produzir seu efeito terapêutico, um fármaco deve ser capaz de atravessar as 
barreiras fisiológicas do corpo para chegar a seu local de ação em concentrações suficientes. As 
concentrações do fármaco ativo no organismo dependem da sua extensão e taxa de absorção, 
distribuição (que reflete principalmente a ligação relativa às proteínas plasmáticas e teciduais), 
metabolismo (biotransformação) e excreção. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
PASSAGEM DOS FÁRMACOS ATRAVÉS DAS 
MEMBRANAS 
Os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos fármacos, envolvem 
a passagem destes através das membranas celulares. As propriedades físico-químicas das 
moléculas e das membranas, e os mecanismos pelos quais os fármacos atravessam as membranas 
influenciam essa transferência.
As propriedades determinantes de um fármaco, que favorecem ou desfavorecem a sua 
capacidade de superar essas barreiras, são: o tamanho e a forma da molécula, sua lipossolubilidade, 
o grau de ionização, e sua ligação às proteínas dos tecidos. Algumas barreiras à passagem do 
fármaco até sua chegada à célula são: a membrana plasmática celular, uma única camada celular 
(exemplo: epitélio intestinal) ou várias camadas celulares (exemplo: pele).
MEMBRANAS BIOLÓGICAS
As células do corpo humano são delimitadas por uma membrana que é formada por uma 
dupla camada de lipídeos. Os lipídeos possuem uma superfície hidrofílica (que está em contato 
com o meio extracelular) e uma camada hidrofóbica. Os principais componentes lipídicos das 
membranas são fosfolipídeos, colesterol e proteínas de membrana (Figura 1).
As proteínas de membrana atuam como receptores, canais iônicos ou transportadores que 
produzem uma via de sinalização elétrica ou química e fornecem alvos seletivos para a ação dos 
fármacos. As moléculas lipídicas na camada dupla das membranas podem se mover lateralmente, 
conferindo fluidez à membrana, flexibilidade, alta resistência elétrica e impermeabilidade relativa 
a moléculas polares. A maioria das membranas celulares é relativamente permeável à agua por 
difusão ou pelo fluxo resultante de diferenças osmóticas através das membranas.
Figura 1 - Membrana citoplasmática. Fonte: Globo (s/d).
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TRANSPORTE PASSIVO E ATIVO NA MEMBRANA
Para que um fármaco consiga chegar a alvos intracelulares, ele deve ser capaz de 
atravessar pelo menos uma ou várias membranas biológicas. A passagem dos fármacos através 
das membranas se dá por processos denominados passivos ou ativos (quando envolvem a 
participação ativa de componentes de membrana). Os processos passivos incluem a difusão 
simples, difusão facilitada e a osmose.
A difusão simples é o movimento das moléculas dos fármacos ou de íons de uma área 
de alta concentração para uma área de baixa concentração (Figura 2). O movimento se mantém 
contínuo até que as moléculas sejam distribuídas uniformemente.
Figura 2 - O princípio da difusão simples. Fonte: Tortora, Funke e Case (2012).
Na figura 2 (a) Após uma pastilha de corante ser colocada em um recipiente com água, 
as moléculas de corante na pastilha se difundem na água, de uma área de alta concentração de 
corante para as áreas de baixa concentração de corante. (b) Corante permanganato de potássio 
no processo de difusão. Na difusão facilitada, proteínas que ficam expostas a ambas as superfícies 
da membrana (chamadas proteínas integrais de membrana ou transportadoras) atuam como 
canais ou carreadores que facilitam o movimento de moléculas de fármacos ou íons através da 
membrana plasmática. A difusão facilitada é similar à difusão simples uma vez que a célula não 
gasta energia, pois a substancia se move de uma alta para uma baixa concentração; a diferença é 
o uso das proteínas transportadoras (Figura 3).
Figura 3 - Difusão facilitada. Fonte: TORTORA, FUNKE e CASE (2012).
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Na figura 3, as proteínas transportadoras na membrana plasmática transportam as 
moléculas através da membrana, de uma área de alta concentração para uma de baixa concentração 
(no sentido do gradiente de concentração). A molécula transportadora provavelmente sofre uma 
alteração na forma para transportar uma substância. O processo não necessita de ATP.
A osmose envolve os movimentos demoléculas de solvente através de uma membrana 
seletivamente permeável, de uma área de alta concentração de moléculas de solvente (baixa 
concentração de moléculas de soluto - por exemplo: moléculas de fármaco) para uma área de 
baixa concentração de moléculas de solvente (alta concentração de moléculas de soluto) (Figura 
4). Nos sistemas vivos, o principal solvente é a água. 
Figura 4 - O princípio da osmose. Fonte: Tortora, Funke e Case (2012).
Na figura 4, (a) Situação no início de um experimento com pressão osmótica. As moléculas 
de água começam a se mover do Becker para o saco, no sentido do gradiente de concentração. (b) 
Situação em equilíbrio. A pressão osmótica exercida pela solução no saco empurra as moléculas 
de água do saco para o copo de Becker, para equilibrar a velocidade de entrada de água no saco. 
A altura da solução no tubo de vidro em equilíbrio é uma medida da pressão osmótica. (c)-(e) Os 
efeitos de várias soluções sobre as células bacterianas.
Os processos ativos envolvem o gasto de energia (na forma de Trifosfato de Adenosina - 
ATP) pela célula, para mover as substâncias através da membrana. O movimento de um fármaco 
por transporte ativo normalmente ocorre de fora para dentro, mesmo que a concentração seja 
muito maior no interior celular. Esse processo, assim como na difusão facilitada, depende de 
proteínas transportadoras.
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ABSORÇÃO, BIODISPONIBILIDADE E VIAS DE 
ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
Como visto anteriormente, o fármaco precisa atravessar inúmeras barreiras para produzir 
seus efeitos característicos, e sua passagem pelo organismo envolve mecanismos complexos. A 
absorção refere-se à taxa de saída do fármaco de seu local de administração e a extensão em 
que isso ocorre. Esta extensão em que uma fração da dose de um fármaco alcança o seu local de 
ação, é denominada biodisponibilidade. Alguns fatores, tanto do organismo quanto do próprio 
fármaco, podem influenciar em sua absorção. Eles são: 
1) Tamanho da molécula do fármaco;
2) Grau de ionização do fármaco (pH);
3) Forma farmacêutica;
4) Via de administração;
5) Fluxo sanguíneo na área de absorção;
6) Área de superfície absorvente;
7) Número de barreiras a serem transpostas; e
8) Tempo de contato com a superfície de absorção.
Cada fármaco é planejado e testado em uma forma posológica que é administrada por 
uma via específica. As vias de administração são escolhidas para que o fármaco seja capa de 
atravessar as barreiras apresentadas pelo corpo. As vias de administração são divididas entre 
enterais e parenterais. As vias enterais são: oral, bucal, sublingual e retal e as principais vias 
parenterais são: endovenosa, intramuscular, subcutânea, intradérmica, cutânea, respiratória, 
conjuntival e geniturinária. 
A seguir, algumas características da via cutânea de administração de fármacos serão 
apresentadas. A absorção de fármacos através da pele íntegra depende da área de superfície sobe 
a qual são aplicados e de sua lipossolubilidade, uma vez que a epiderme se comporta como uma 
barreira de lipídeos (ver propriedades anatômicas da pele no item 2.4 da unidade II). Essa via é 
ideal para a administração lenta e contínua de um fármaco por um longo período. No entanto, 
a derme é livremente permeável à muitos solutos; consequentemente a absorção sistêmica dos 
fármacos ocorre mais rapidamente sob uma pele irritada, queimada ou exposta. Outras condições 
que aumentam a absorção por esta via são a inflamação e fatores que aumentem o fluxo sanguíneo, 
a pele hidratada, a suspensão do fármaco em um veículo oleoso e a fricção do preparo sob a pele.
DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS
Após a administração ou absorção na circulação sistêmica, o fármaco se distribui nos 
líquidos intersticial e intracelular, processo que depende e varia de acordo com diversos fatores 
fisiológicos do organismo e de propriedades específicas de cada fármaco. A distribuição de um 
fármaco ocorre primeiramente através do sistema circulatório. Uma vez absorvido na circulação 
sistêmica, o débito cardíaco, o fluxo sanguíneo e o volume tecidual do indivíduo determinam 
a taxa de liberação e a quantidade do fármaco que será distribuída para os tecidos. Os órgãos e 
tecidos variam em sua capacidade de captar os diferentes fármacos. (Em um primeiro momento) 
Inicialmente, fígado, rins, cérebro e outros órgãos com boa perfusão recebem a maior parte do 
fármaco, enquanto a liberação para os músculos, pele e gordura é mais lenta. 
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Essa segunda fase de distribuição pode levar de minutos até horas antes que a concentração 
do fármaco no tecido esteja distribuída em equilíbrio com a do sangue. Os fármacos que são 
intrinsecamente hidrofílicos são eliminados do organismo inalterados pelo processo de excreção, 
já os fármacos hidrofóbicos sofrem processos de oxidação/redução e/ou de conjugação/hidrólise 
para aumentar sua hidrofilicidade e serem excretados com seus metabólitos. Em sua maioria, os 
fármacos e seus metabólitos são eliminados do organismo através de excreção renal e biliar. 
A excreção através das fezes é principalmente de fármacos ingeridos por via oral, que por 
diversos motivos, não foram absorvidos, ou de metabólitos excretados na bile. O leite materno 
é uma importante via de excreção, não pelas quantidades eliminadas, mas porque os fármacos 
excretados podem provocar efeitos farmacológicos indesejados no lactente. De outro modo, 
os fármacos também podem ser excretados através das vias respiratória e dérmica, porém em 
quantidades mínimas. A excreção através do pulmão acontece principalmente para a eliminação 
de gases e vapores anestésicos. A excreção na pele e cabelos, embora seja quantitativamente sem 
importância, apresentam relevância jurídica pela detecção de fármacos nesses tecidos através de 
métodos sensíveis e específicos.
PROCESSOS FARMACODINÂMICOS
Farmacodinâmica, pode ser definida como o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos 
de um fármaco no organismo. O objetivo da compreensão desses processos é caracterizar a 
abrangência das ações de cada fármaco, bem como, comparar a potência, eficácia e segurança 
entre dois ou mais fármacos. Essa análise completa fornece base para a utilização terapêutica 
racional dos fármacos e também para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.
MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS
Para que os fármacos exerçam seus efeitos, eles precisam interagir com os componentes 
macromoleculares do organismo. Tais interações alteram a função do devido componente, 
iniciando as alterações bioquímicas e fisiológicas características da resposta ao fármaco. Esse 
componente com o qual o fármaco interagirá é denominado receptor. Os fármacos ao se ligarem 
aos receptores não criam efeitos no organismo, eles modulam as funções fisiológicas intrínsecas 
e são potencialmente capazes de alterar a velocidade de qualquer função corporal. 
LIGAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR
As proteínas formam a classe mais importante de receptores do ponto de vista quantitativo. 
A ligação dos fármacos aos receptores pode envolver todos os tipos conhecidos de interações – 
iônicas, pontes de hidrogênio, hidrofóbicas, de van derWaals e covalente. Os fármacos, ao se 
ligarem em seu receptor alvo, podem ativar ou inibir suas funções e, desta forma são classificados 
de acordo com a ação que irão desempenhar:
Agonistas (integrais, parciais e inversos); e
Antagonistas (competitivos e não-competitivos).
Os agonistas são moléculas que, ao se ligarem a seus alvos, produzem uma alteração na 
atividade desses alvos. Os agonistas integrais ligam-se a seus alvos e os ativam até o grau máximo 
possível. Os agonistas parciais produzem uma resposta parcial através de sua ligação a seus alvos. 
Os agonistas inversos causam inativação de alvos constitutivamente ativos (figura 5).Os antagonistas inibem a capacidade de ativação (ou inativação) de seus alvos por 
agonistas fisiológicos ou farmacológicos. Os fármacos que bloqueiam diretamente o sítio de 
ligação de um agonista fisiológico são denominados antagonistas competitivos. 
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Os fármacos que se ligam a outros sítios na molécula do alvo e que, portanto, impedem 
a alteração de conformação necessária para a ativação (ou inativação) do receptor podem ser 
antagonistas não-competitivos (figura 5).
Figura 5 - Tipos de antagonistas dos receptores. Fonte: Golan, Tashjian, Armstrong e Armstrong (2012).
Na figura 5, há uma ilustração esquemática das diferenças entre antagonistas nos sítios 
agonista (ativo) e alostérico. A. O receptor inativo não-ligado. B. O receptor ativado pelo agonista. 
Observe a mudança de conformação induzida no receptor pela ligação do agonista, por exemplo, 
a abertura de um canal iônico transmembrana. C. Os antagonistas no sítio agonista ligam-se ao 
sítio agonista do receptor, porém não ativam o receptor; esses agentes bloqueiam a ligação do 
agonista ao receptor. D. Os antagonistas alostéricos ligam-se a um sítio alostérico (distinto do 
sítio agonista) e, por conseguinte, impedem a ativação do receptor, mesmo se o agonista estiver 
ligado ao receptor.
PRINCIPAIS RECEPTORES
Como já comentado anteriormente, os receptores de fármacos são macromoléculas que, 
através de sua ligação a determinado fármaco, medeiam alterações bioquímicas e fisiológicas. 
Existe uma grande diversidade de moléculas de fármacos, cada uma com seu tamanho, forma, 
grau de ionização etc. Isso nos faz pensar que, seria muito provável, que as interações entre 
fármacos e seus alvos moleculares fossem igualmente diversas. No entanto, isso é apenas em 
parte verdade. Atualmente, a maioria das interações fármaco-receptor podem ser classificadas 
em seis grupos (Figura 6):
1) Canais iônicos transmembrana;
2) Receptores transmembrana acoplados a proteínas G intracelulares;
O controle alostérico, alosterismo ou alosteria refere-se a qualquer 
alteração na estrutura terciária ou quaternária de uma enzima pro-
teica induzida pela ação de uma molécula ligante, que pode ser um 
ativador, um inibidor, um substrato, ou os três.
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3) Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos (receptores como 
enzimas);
4) Receptores intracelulares, incluindo enzimas, reguladores da transcrição e 
proteínas estruturais;
5) Enzimas extracelulares; e
6) Receptores de adesão de superfície celular.
Figura 6 - Quatro tipos principais de interações entre fármacos e receptores. Fonte: Golan, Tashjian, 
Armstrong e Armstrong (2012).
Na figura 6, as interações fármaco–receptor podem ser divididas, em sua maioria, em 
quatro grupos. A. O fármaco pode ligar-se a canais iônicos que se estendem pela membrana 
plasmática, produzindo uma alteração na condutância do canal. B. Os receptores hepta-helicoidais 
que se estendem através da membrana plasmática estão acoplados funcionalmente a proteínas G 
intracelulares. Os fármacos podem influenciar as ações desses receptores através de sua ligação 
à superfície extracelular ou à região transmembrana do receptor. C. O fármaco pode ligar-se ao 
domínio extracelular de um receptor transmembrana e causar uma alteração de sinalização no 
interior da célula, por meio da ativação ou inibição de um domínio intracelular enzimático (boxe 
retangular) da molécula do receptor. D. Os fármacos podem sofrer difusão através da membrana 
plasmática e ligar-se a receptores citoplasmáticos ou nucleares. Alternativamente, os fármacos 
podem inibir enzimas no espaço extracelular, sem a necessidade de atravessar a membrana 
plasmática (não mostrado).
O Quadro 1 fornece um resumo do local e da ação resultante de cada tipo principal de 
interação fármaco-receptor.
Quadro 1 - Seis principais tipos de interação fármaco-receptor. Fonte: Golan, Tashjian, Armstrong, e 
Armstrong (2012).
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Discorreremos brevemente como acontecem às interações fármaco-receptor. (Para 
melhor compreensão, “fármaco” e “ligante” serão usados como sinônimo nessa unidade).
CANAIS IÔNICOS TRANSMEMBRANA
A passagem de íons e outras moléculas hidrofílicas através da membrana plasmática 
são necessárias para inúmeras funções celulares. Esses processos são regulados por canais 
transmembrana especializados, por exemplo, os canais iônicos. 
Os canais iônicos tendem a serem macromoléculas semelhantes a tubos, constituídas 
por subunidades proteicas que ficam expostas a ambas as superfícies da membrana plasmática 
(transmembrana). Suas funções são diversas, incluindo desempenho fundamental na 
neurotransmissão, na condução cardíaca, na contração muscular e na secreção. 
São utilizados três mecanismos principais na regulação da atividade dos canais iônicos. 
O primeiro é conhecido como regulado por ligante, quando a condutância no canal é controlada 
pela ligação do ligante ao canal. O domínio dessa ligação do ligante pode ser extracelular, dentro 
do canal, ou intracelular. O segundo grupo é denominado como “regulado por voltagem” o 
qual, a condutância é regulada por mudanças de voltagem através da membrana plasmática. O 
terceiro grupo é regulado por um segundo mensageiro. Neste caso, a condutância é controlada 
pela ligação do ligante à receptores de membrana que estão de algum modo fixados ao canal. Esse 
domínio é, com mais frequência, intracelular. O Quadro 2 fornece um resumo do mecanismo de 
ativação e função de cada tipo de canal. 
Os anestésicos locais e os benzodiazepínicos constituem duas classes importantes de 
fármacos que atuam através dos canais iônicos. Os anestésicos locais bloqueiam a condutância 
dos íons sódio através dos canais de sódio regulados por voltagem nos neurônios que transmitem 
a informação da dor da periferia para o sistema nervoso central, impedindo, assim, a propagação 
do potencial de ação e, consequentemente, a percepção de dor.
Quadro 2 - Principais tipos de canais iônicos transmembrana. Fonte: Golan, Tashjian, Armstrong e 
Armstrong (2012).
Citosólico: O citosol, citoplasma fundamental ou matriz citoplasmá-
tica, é o líquido que preenche o interior do citoplasma, espaço entre 
a membrana plasmática e outras partes da célula como a matriz 
mitocondrial do interior da mitocondria. 
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RECEPTORES TRANSMEMBRANA ACOPLADOS À PROTEÍNA G 
INTRACELULARES
Os receptores ligados à proteína G representam a classe mais numerosa de receptores 
no corpo humano. Devido ao seu número e sua importância fisiológica, eles são amplamente 
utilizados como alvos para os fármacos. Já foi estimado que cerca de metade dos fármacos 
prescritos, com exceção dos antibióticos, são direcionados para esses receptores. Esses receptores, 
que estão expostos na superfície extracelular da membrana celular, atravessam a membrana e 
através de regiões intracelulares ativam as proteínas G. 
O domínio extracelular dessa classe de proteínas contém habitualmente a região de 
ligação do ligante, apesar de alguns receptores acoplados à proteína G ligarem ligantes dentro do 
domínio transmembrana do receptor. Uma das principais funções das proteínas G consiste em 
ativar a produção de segundos mensageiros, isto é, moléculas de sinalização que transmitem o 
sinal fornecido pelo primeiro mensageiro — habitualmente um ligante endógeno ou um fármaco 
exógeno — a efetores citoplasmáticos.
Na atualidade, já foi identificado um grande número de isoformas da proteína G, na qual, 
cada uma delas, produz efeitos singulares sobre seus alvos. O funcionamento diferencialdessas 
proteínas G é provavelmente importante na seletividade potencial de fármacos futuros.
RECEPTORES TRANSMEMBRANA COM DOMÍNIOS CITOSÓLICOS 
ENZIMÁTICOS (RECEPTORES COMO ENZIMAS).
 A terceira classe importante de alvos celulares para fármacos consiste em receptores 
transmembrana que interagem com ligantes extracelulares numa ação intracelular através da 
ativação de um domínio enzimático ligado. 
As proteinocinases da superfície celular são o maior grupo de receptores com atividade 
enzimática intrínseca. Elas exercem seus efeitos reguladores pela fosforilação (sinalização) de 
várias proteínas efetoras na face interna da membrana plasmática. 
Os grupos fosfato têm uma grande carga negativa que pode alterar drasticamente a 
estrutura tridimensional de uma proteína e, consequentemente, modificar sua atividade. Além 
disso, a fosforilação é um processo facilmente reversível, permitindo, desse modo, que esse 
mecanismo de sinalização possa atuar num tempo e espaço específicos. Esse grupo de receptores 
desempenham diversos papéis no conjunto de processos fisiológicos das células, incluindo 
metabolismo, crescimento e diferenciação celulares. 
RECEPTORES INTRACELULARES
As enzimas constituem um alvo citosólico comum, e muitos fármacos que são 
encaminhados para enzimas intracelulares produzem seus efeitos ao alterar a produção enzimática 
de moléculas sinalizadoras ou metabólicas críticas. 
Os fatores reguladores da transcrição são receptores citosólicos importantes, que 
atuam como alvos para fármacos lipofílicos. Devido ao papel fundamental desempenhado pelo 
controle da transcrição em muitos processos biológicos, os reguladores da transcrição (também 
denominados fatores da transcrição) constituem os alvos de alguns fármacos importantes. 
Os fármacos dirigidos para os fatores de transcrição podem ter um impacto profundo sobre 
a função celular, pois, através da ativação ou inibição da transcrição, alteram as concentrações 
intra ou extracelulares de produtos gênicos específicos. As respostas celulares a esses fármacos e 
os efeitos que decorrem dessa resposta nos tecidos e sistemas orgânicos estabelecem ligações entre 
a interação molecular fármaco–receptor e os efeitos do fármaco sobre o organismo como um 
todo. Nem todos os fármacos com alvos citosólicos atuam sobre fatores de transcrição. Alguns se 
ligam diretamente ao RNA ou aos ribossomos, por exemplo, e são importantes na quimioterapia 
antimicrobiana e antineoplásica.
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ENZIMAS EXTRACELULARES
Muitos receptores importantes de fármacos são enzimas cujos sítios ativos estão 
localizados fora da membrana plasmática. O ambiente fora das células é constituído por um 
meio de proteína e moléculas de sinalização. Enquanto muitas dessas proteínas desempenham 
um papel estrutural, outras são utilizadas na comunicação da informação entre células. Portanto, 
a enzimas que modificam as moléculas que medeiam esses sinais importantes podem influenciar 
processos fisiológicos, como vasoconstrição e a neurotransmissão (funções alvos dos fármacos).
RECEPTORES DE ADESÃO DA SUPERFÍCIE CELULAR
As células interagem entre si com frequência para desempenhar funções específicas ou 
“trocar” informações. A região de contato entre duas células é denominada adesão, e as interações 
de adesão entre células são mediadas por pares de receptores de adesão sobre as superfícies 
de cada célula. Algumas funções importantes do organismo que exigem interações de adesão 
entre células incluem a formação dos tecidos e a migração das células imunes para um local de 
inflamação. Vários receptores de adesão envolvidos na resposta inflamatória, por exemplo, são 
alvos interessantes para inibidores seletivos, ou seja, alvos para a atuação de fármacos.
EFICÁCIA E SEGURANÇA
As substâncias químicas transformadas em fármacos devem ter eficácia e segurança 
terapêutica. Infelizmente, todas as substâncias químicas têm potencial para causar efeitos 
indesejáveis, sejam devido à predisposição genética, ação não seletiva do fármaco, uso ou 
administração inapropriada.
A margem de segurança entre a dose que produz o efeito desejado (terapêutico) e 
a que causa efeitos indesejáveis (tóxicos), de alguns fármacos é pequena e algumas pessoas 
ingerem doses excessivas intencionalmente. Por esse motivo, os efeitos tóxicos dos fármacos são 
encontrados com frequência. 
O profissional deve estar ciente, de que os sintomas que o paciente apresenta podem 
ser respostas adversas devidos à exposição, seja à um fármaco ou à outra substância química. 
A Food and Drug Administration (FDA) regulamenta os fármacos, dispositivos médicos, 
cosméticos e aditivos alimentares no comércio interestadual dos Estados Unidos, e investe uma 
parte significativa de seu orçamento, para assegurar que as novas substâncias desenvolvidas não 
sejam notórias ou desnecessariamente perigosas. Além disso, as empresas farmacêuticas e de 
biotecnologia levam anos e gastam milhões de dólares em estudos clínicos visando estabelecer 
a segurança e a toxicidade inerente de suas substâncias. Apesar de todo o trabalho e esforço 
para minimizar os efeitos toxicológicos é preciso reconhecer que não existe nenhuma substância 
totalmente segura. 
Os efeitos não pretendidos de um fármaco são conhecidos como efeitos adversos ou 
efeitos colaterais. Eles variam quanto à sua gravidade e intensidade, chegando, em alguns casos, 
a ameaçar a vida do indivíduo. Assim como as interações fármaco-receptor são fundamentais 
para compreender as propriedades terapêuticas de um fármaco, essas interações também são 
cruciais na compreensão dos efeitos adversos. A seguir, serão discutidos os mecanismos comuns 
subjacentes aos efeitos tóxicos das substâncias.
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TOXICIDADE DOS FÁRMACOS
A probabilidade de um fármaco provocar efeitos toxicológicos no paciente depende de 
fatores como: a idade do indivíduo, a constituição genética, as condições preexistentes, a dose do 
fármaco administrada e a interação com outros fármacos em uso pelo paciente. Crianças e idosos 
podem ser mais suscetíveis aos efeitos tóxicos de um fármaco, devido a enzimas envolvidas no 
metabolismo de fármacos ou diferenças dependentes da idade no perfil farmacocinético. Os 
efeitos adversos podem estar associados ao uso de qualquer fármaco ou classes de fármacos, 
desta forma serão abordados alguns pontos importantes:
Efeitos tóxicos locais versus sistêmicos
Efeito tóxico local é a reação que se desenvolve no local do primeiro contato entre o 
sistema biológico e um composto tóxico. Esses efeitos locais podem ser causados pelo contato, pela 
ingestão de substâncias, ou pela inalação de compostos irritantes. Os efeitos tóxicos sistêmicos 
dependem da ingestão, absorção e distribuição do composto tóxico.
Algumas substâncias podem causar tanto efeitos locais como sistêmicos. O chumbo 
tetraelítico é um exemplo, ele lesa a pele no local de contato e exerce efeitos deletérios no sistema 
nervoso central (SNC) depois de sua absorção para a circulação. A maioria dos compostos 
tóxicos sistêmicos afeta predominantemente um ou alguns órgãos. O órgão-alvo da toxicidade 
não é necessariamente aquele em que a substância química se acumula. Em ordem decrescente 
de acometimento pelos efeitos tóxicos sistêmicos estão o sistema circulatório; o sangue e o 
sistema hematopoiético; os órgãos viscerais como o fígado, rins e pulmão; e a pele. Os músculos 
e ossos são afetados com menos frequência. No caso das substâncias que exercem efeitos 
predominantemente locais, a frequência da reação tissular depende em grande parte da via de 
acesso: pele, trato gastrintestinal ou respiratório.
Efeitos tóxicos reversíveis versus irreversíveis
Os efeitos dos fármacos nos seres humanos devem, sempre que for possível, ser 
reversíveis; caso contrário,os fármacos poderiam ser inaceitavelmente tóxicos. Se a substância 
química causa lesão de um tecido, a capacidade de regeneração ou recuperação desse tecido 
determina, em grande parte, a reversibilidade do efeito. As lesões em tecidos que têm grande 
capacidade de regeneração, como o fígado, são geralmente reversíveis; no entanto, lesões no 
SNC são praticamente irreversíveis, uma vez que os neurônios e as células cerebrais têm pouca 
capacidade de regeneração.
Toxicidade tardia
A maioria dos efeitos tóxicos dos fármacos ocorre num intervalo previsível (geralmente 
curto) depois da administração. Com tudo, nem sempre é assim. Efeitos tardios de toxicidade 
acontecem e não podem ser avaliados durante qualquer intervalo razoável de avaliação de um 
composto químico. Por exemplo, a anemia aplásica, causada pelo cloranfenicol pode desenvolver-
se semanas depois da interrupção do tratamento. Por essa razão, tem-se a necessidade urgente de 
desenvolver testes rápidos e altamente confiáveis para esses efeitos tóxicos.
Reações alérgicas
Alergia química é uma reação adversa que resulta da sensibilização prévia a uma 
substância química específica, ou a um composto com estrutura semelhante. Tais reações são 
mediadas pelo sistema imunológico. Os termos hipersensibilidade e alergia aos fármacos são 
comumente usados para descrever esse estado alérgico.
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Toxicidade De Produtos Cosméticos
A principal via de exposição às substâncias químicas presentes em cosméticos são a pele, 
mucosa e seus anexos, pelo contato direto. Porém, outras vias de exposição são possíveis como a 
inalatória e oral. 
No caso da via cutânea, as moléculas se movem pelo estrato córneo por difusão passiva. 
Dentre os fatores que podem influenciar a toxicidade das substâncias através da pele estão a 
integridade do estrato córneo e seu estado de hidratação, temperatura, número de folículos 
pilosos, pH da superfície, hidrofobicidade da substância, baixa solubilidade da molécula ao 
veículo e o tamanho molecular.
As reações adversas a cosméticos dividem-se em reações irritativas imediatas ou 
acumulativas, reações alérgicas ou sensibilizantes, dermatites por fotossensibilização, reações 
físicas por oclusão folicular, reações sistêmicas por inalação ou contato oral, por absorção 
percutânea ou ação carcinogênica. Dentre os cosméticos utilizados para a modificação capilar, 
destacam-se as tinturas e os alisantes. Em relação aos produtos de alisamento capilar, as substâncias 
ativas encontradas na composição são o ácido tioglicólico, os bissulfitos, a etanolamina e os 
hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e guanidina. Apesar da proibição do uso do formaldeído 
pelos órgãos reguladores, em concentrações que não sejam com função conservante, ele ainda é 
utilizado em alguns locais para alisamento capilar. A exposição aguda e subaguda pode causar 
irritação, coceira, queimadura, descamação e vermelhidão do couro cabeludo e do rosto, queda do 
cabelo, irritação ocular, falta de ar, cefaleia, ardência e coceira no nariz. A Organização Mundial 
da Saúde (OMS) considera este toxicante como agente carcinogênico para as vias respiratórias, 
sangue e cabeça. 
A avaliação de segurança dos cosméticos é um processo que calcula ou estima os riscos a 
um sistema-alvo, levando em conta as características do agente testado, sendo ele um adjuvante, 
um princípio ativo ou o produto acabado (ver mais nas unidades III e IV). Dentre os principais 
testes de segurança, encontram-se os utilizados para avaliação de irritação ocular, fototoxicidade, 
sensibilização cutânea, corrosividade, comedogênese e carcinogênese. A avaliação da segurança 
dos produtos cosméticos envolve o conhecimento de muitas áreas, como a química, a toxicologia, 
a fisiologia, a farmacotécnica e a tecnologia cosmética. A vigilância aos produtos cosméticos é 
importante para garantir ao usuário a segurança e eficácia dos produtos, bem como facilitar o 
acesso a informações sobre os componentes e problemas já registrados.
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Para evitar reações alérgicas é essencial fazer testes prévios à aplicação.
 Fonte: Claudia Ratti – Disponível em: Delas - iG @ http://delas.ig.com.br/beleza/2017-03-14/reacao-
alergica.html
A jovem britânica, Tylah Durie sofreu uma reação alérgica que cho-
cou pessoas do mundo todo. Ela aplicou uma tintura de cabelo na 
sobrancelha e quase ficou cega. Após 30 minutos, a pele começou a 
arder e no dia seguinte ela estava com os olhos cheios de secreção 
e dificuldades para enxergar.
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 19
COSMÉTICOS ........................................................................................................................................................... 20
COSMETOLOGIA ...................................................................................................................................................... 20
CUIDADOS COM O USO DOS COSMÉTICOS .......................................................................................................... 21
PELE .......................................................................................................................................................................... 22
FORMAÇÃO ESTRUTURAL ...................................................................................................................................... 23
TIPOS E SUBTIPOS DE PELE .................................................................................................................................. 25
FOTOPROTETORES ................................................................................................................................................. 28
CONCEITOS BÁSICOS 
PROF.A MA. FERNANDA GOMES LODI
02
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos focar em conhecer melhor as definições dos conceitos ligados à 
área de cosmetologia e farmacologia estéticas.
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COSMÉTICOS
A palavra “cosméticos” vem do grego kosméticos, relativo a adorno, prática ou habilidade 
de adornar. Existem inúmeras definições cujo objetivo é caracterizar o que seria um cosmético, 
porém algumas delas carecem de objetividade e demonstram um grau de simplicidade que 
representa a complexidade do que pode representar a utilização de um cosmético. 
Sendo assim, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na Resolução da 
Diretoria Colegiada (RDC) nº 211, de 14 de Julho de 2005, define produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes como sendo “[...] preparações constituídas por substâncias naturais ou 
sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, 
órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo 
ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou 
protege-los ou mantê-los em bom estado”.
Para o FDA (Food and Drug Administration), cosméticos são produtos que quando 
aplicados no corpo humano, limpam, embelezam, promovem atratividade ou modificam a 
aparência da pele, cabelos ou corpo, sem afetar a sua estrutura ou função. Para um cosmético 
ser certificado como cosmético natural, sua formulação deve conter pelo menos 5% de matérias-
primas certificadas orgânicas. Os 95% restantes podem ser compostos por água, matérias-
primas naturais não certificadas ou permitidaspara formulações naturais. Cosméticos orgânicos 
são aqueles que contém em sua formulação 95% de matérias-primas certificadas orgânicas, 
descontando-se a água e o sal. Os demais 5%, podem ser compostos por água, matérias-primas 
naturais, provenientes de agricultura ou extrativismo não certificadas ou permitidas para 
formulações orgânicas.
Produtos identificados como cosméticos, mas que tratam ou previnem doenças ou, 
ainda, que afetam a estrutura ou função da pele humana são considerados como drogas, e 
devem seguir a legislação de medicamentos. Esses produtos, conhecidos como Over the Counter 
(OTC), que significa “sobre o balcão”, são produtos considerados medicamentosos que podem 
ser comercializados sem a necessidade de prescrição médica.
No Brasil e em outros países é comum, quando um produto cosmético afeta de maneira 
considerável a funcionalidade da pele, denomina-lo de cosmecêutico, que consiste na mistura 
das palavras cosmético e farmacêutico (cosme + ceutico). Esses produtos possuem em suas 
formulações princípios bioativos, com propriedades terapêuticas, porém em concentrações 
menores que as utilizadas em medicamentos. Apesar de a palavra ser frequentemente empregada 
não existe legalmente a categoria de produtos cosmecêuticos para a legislação cosmética o Brasil.
COSMETOLOGIA
Cosmetologia pode ser definida como a ciência que estuda os produtos cosméticos, desde 
sua preparação, estocagem e aplicação, a fim de preservar e melhorar a beleza e a saúde da pele e 
dos cabelos. Cosmetologia também é uma prática multidisciplinar que pesquisa novas matérias-
primas, tecnologias e formulações; testa a qualidade, eficácia e toxicologia desses produtos; 
trabalha para a produção e comercialização; e desenvolve a legislação, junto aos órgãos sanitários, 
de empresas, produtos e processos. Ainda segundo Thiers (1980), cosmetologia é a ciência e a 
arte de melhorar as aparências. Todas essas definições têm em comum a indicação de ser o estudo 
de produtos para melhorar a estética, a aparência e a beleza. 
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A prática da cosmetologia, não é algo novo, já foi usada pelos antigos Egípcios que 
fizeram do mel, óleos vegetais e essenciais, argilas, ervas e sais produtos cosméticos. Assim como 
os Egípcios, os Romanos e os Gregos acrescentaram algumas substâncias não convencionais e 
tóxicas para melhorar a aparência da pele como os sais de chumbo e mercúrio. 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS COSMÉTICOS SEGUNDO A 
ANVISA 
A RDC nº 211, de 14 de Julho de 2005, além de estabelecer uma definição para produtos 
de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, dispõe de duas categorias que classifica esses produtos 
de acordo com suas características e sua forma e finalidade de uso: 1) Produtos Grau 1; e 2) 
Produtos Grau 2.
1) Definição de Produtos Grau 1: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes 
cuja formulação cumpre com a definição adotada nesta resolução e que se caracterizam por 
possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente 
necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições 
de uso, devido às características intrínsecas do produto, conforme mencionado na tabela 2 ao 
final da unidade II.
2) Definição de Produtos Grau 2: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes 
cuja formulação cumpre com a definição adotada nesta resolução e que possuem indicações 
específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como 
informações e cuidados, modo e restrições de uso, conforme mencionado na tabela 2 ao final da 
unidade II.
Os critérios utilizados para essa classificação foram definidos em função da probabilidade 
de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, sua formulação, 
finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de 
sua utilização. 
CUIDADOS COM O USO DOS COSMÉTICOS
Para uma utilização correta e segura de um produto cosmético o usuário precisa observar 
algumas informações importantes. Primeiramente, deve avaliar se a embalagem do produto está 
em perfeitas condições. Caso esteja, deve certificar-se se esse produto possui notificação junto à 
ANVISA; esta virá indicada no rótulo com uma numeração específica (para produtos de Grau I e 
Grau II) e acompanhada de uma autorização de funcionamento da empresa. Em seguida, checar 
a data de validade do produto; produtos com prazo vencido devem ser inutilizados, pois podem 
prejudicar o usuário. E ainda, o consumidor deve seguir as instruções quanto ao uso do produto; 
crianças e gestantes devem utilizar produtos específicos passa este público.
CUIDADOS DURANTE O USO
O usuário deve seguir cuidadosamente o modo de uso de um produto cosmético indicado 
no rótulo. Assim, caso ocorra alguma irritação ou dano inesperado, não estará associado ao 
uso incorreto. Em casos em que ocorra contato com os olhos, mal-estar ou irritação no local 
de aplicação, retirar o produto imediatamente lavando abundantemente com água corrente, e 
procure orientação médica. No caso de ingestão, também se faz necessário consultar um médico.
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Existem testes prévios que podem ser realizados antes da aplicação direta do produto 
no local de ação com o intuito de evitar possíveis reações adversas. Alguns produtos indicam 
na embalagem como fazer um teste doméstico; no geral, aplica-se uma pequena quantidade do 
cosmético próximo ao cotovelo e após 48 horas é possível observar se há ou não reação.
O consumidor pode ainda procurar uma orientação médica e realizar testes para 
substâncias potencialmente alérgicas. Mesmo com os testes, recomenda-se sempre observar a 
reação do corpo ao cosmético. Afinal, não há garantia de que ele não vá desencadear um processo 
alérgico a qualquer momento. 
CUIDADOS PÓS-USO
Se o produto for utilizado corretamente, de acordo com todas as instruções do rótulo, 
as chances de danos são pequenas. No entanto, não se podem descartar efeitos como reações 
indesejadas, alergias ou irritações. Caso ocorra um evento indesejado (irritação, reação alérgica, 
queda capilar, entre outros) seja durante ou após a aplicação, o usuário deve remover imediatamente 
o produto, procurar orientação médica e depois comunicar o ocorrido à empresa responsável e a 
ANVISA (nesta ordem necessariamente). É dever de todo profissional de estética saber escolher 
os produtos cosméticos, de acordo com sua formulação e aplicabilidade e conhecer os riscos e 
danos de cada um para que possa evita-los e em casos onde eles ocorram proceder corretamente.
PELE
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano e constitui uma barreira entre o 
meio interno e o meio externo. Possui espessura variável, e representa aproximadamente 16% do 
peso corporal. Algumas funções atribuídas à pele, além do revestimento do corpo são: controle 
da temperatura, controle sensorial, estética, absorção da radiação ultravioleta (UV), síntese de 
vitamina D, absorção e eliminação de substâncias químicas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA PELE 
A pele é composta por:
Água: representa 70% de sua composição química variando segundo suas diferentes 
camadas.
Sais minerais: Sódio, potássio, magnésio, cálcio, ferro, cobre, zinco, manganês, enxofre, 
fósforo, iodo, etc.
Protídios: representam 27,5% dos constituintes químicos da pele e são compostos por 
carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Compreendem aminoácidos (tirosina, cistina, 
prolina, hidroxiprolina, desmosina, isodesmosina, valina etc.), proteínas (colágeno, elastina, 
queratoialina, queratina, proteoglicâneos, glicoproteínas de estrutura, ácido hialurônico, 
melanina, ácidos nucléicos, uréia, etc.), enzimas e hormônios.
Lipídios: Contém carbono, hidrogênio e oxigênio e compreendem fosfolipídios, 
colesterol,ácidos graxos, triglicerídeos e prostaglandinas.
Glicídios: Contém carbono, hidrogênio e oxigênio e compreendem glicose, ácido 
hialurônico e glicogênio.
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FLORA CUTÂNEA
Uma flora microbiana, formada por germes saprófitos se encontra ao nível da pele. Em 
condições normais, esses germes não são patogênicos, pelo contrário, eles participam da defesa 
da pele contra microrganismos patogênicos, no entanto, basta um desequilíbrio para transformá-
los em patogênicos, também chamados de oportunistas. Existem dois tipos de flora cutânea:
Flora cutânea bacteriana: formada basicamente por microrganismos gram-positivos 
aeróbios ou anaeróbios, entre os quais se incluem o Propionibacterium acnes (P. acne), que 
acomete o folículo pilossebáceo. Os gram-negativos são mais raros. 
Flora cutânea fúngica: formada por fungos causadores de micoses, pitiríase versicolor, 
candidíase, etc., como por exemplo, os Pityrosporum e as Candidas. Sua população aumenta em 
algumas circunstâncias como nas modificações da umidade cutânea, do pH, na falta de higiene, 
no uso abusivo de antibióticos etc.
Para evitar a proliferação de germes patogênicos, é necessária uma rigorosa higiene 
cutânea a fim de proteger a flora saprófita normal que é indispensável na proteção contra os 
agentes patogênicos. 
FORMAÇÃO ESTRUTURAL
Sob uma análise histológica, a pele é composta por epiderme, derme e hipoderme e 
seus anexos, que, na maioria das vezes, funcionam de maneira sincronizada, para garantir a 
homeostasia do organismo (Figura 1).
Figura 1 - Corte histológico da pele. Fonte: Torres (2016).
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EPIDERME
A epiderme é uma estrutura complexa composta por várias camadas de células epiteliais 
estratificadas, que sofrem diferenciação à medida que vão da camada basal até a superfície da 
pele. É avascular, isto é, não possui circulação sanguínea e linfática funciona como uma barreira, 
recobrindo a superfície externa do corpo. Normalmente a espessura média da epiderme é de 
0,04 mm na região palpebral e 1,6 mm nas regiões da planta das mãos. Sua principal célula é o 
ceratinócito ou queratinócito, mas também apresenta as células de Langerhans com importante 
papel imunológico, os melanócitos e as células de Merkel (encontradas em maior número nas 
palmas das mãos e dos pés, pois apresentam função tátil).
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e 
as glândulas sudoríparas. As camadas que formam a epiderme são conhecidas como basal ou 
germinativa, espinhosa ou de Malpighi, granulosa, lúcida e córnea.
• Camada basal ou germinativa
Repousa sobre a membrana basal também denominada junção dermo-epidermica. Sua 
base é sinuosa em todas as localizações, fornecendo suporte e adesão da epiderme com a derme 
e possibilitando maior superfície de contato entre ambas, o que permite uma troca eficaz entre 
esses dois componentes, uma vez que a epiderme é avascular e depende dos capilares dérmicos 
para receber nutrientes necessários para sua proliferação e diferenciação.
A camada basal ou germinativa tem um papel fundamental na regeneração epidérmica; 
apresenta intensa atividade mitótica e, junto com a segunda camada, é responsável pela constante 
renovação da epiderme. Sua principal célula, o creatinócito, sintetiza acreatina, uma proteína 
fibrosa e maleável, que posteriormente se depositará na superfície externa da epiderme, tornando-
se responsável pela impermeabilidade da pele.
Essa camada possui ainda os melanócitos, que são células especializadas na produção de 
melanina, um pigmento de cor acastanhada, que é transferido para os creatinócitos através de 
seus prolongamentos denominados processos dendríticos. A melanina determina a cor genética 
racial dos indivíduos e protege a pele dos raios solares.
Na pele humana, existem dois tipos diferentes de melanina responsáveis pela cor genética: 
a eumelanina, cuja coloração varia do marrom ao preto, característica dos indivíduos com a pele 
mais escura e cabelos negros ou castanhos e a feomelanina, com a coloração amarelo-esverdeada 
característica dos indivíduos ruivos ou loiros.
• Camada espinhosa ou camada de Malpighi
Está localizada acima da camada basal, com um citoplasma mais abundante e várias 
fileiras de células que se encontram coesas entre si. No citoplasma também se encontram 
filamentos de ceratina, denominados tonofilamentos, que cruzam todo o citoplasma e terminam 
sobre as placas de desmossomos, estabilizando desta maneira a epiderme e dando a cada célula 
um aspecto espinhoso.
As células de Langerhans estão distribuídas por toda a epiderme, mas é na camada de 
Malpighi que as encontramos em maior número. Essas células se originam de células precursoras 
da medula óssea e são responsáveis pela apresentação do antígeno ao sistema imunológico. 
CAMADA GRANULOSA
As células granulares são achatadas, localizadas sobre a camada espinhosa e contem 
numerosos grânulos citoplasmáticos de querato-hialina (substância precursora de queratina).
Aderidos às células desta camada, encontram-se grânulos lamelares, que contém discos 
lamelares formados por bicamadas lipídicas envoltos por membrana, que se unem à membrana 
da célula, permitindo que seu conteúdo lipídico se deposite no espaço extracelular. Esse conteúdo 
funciona como barreira hidrofóbica contra a penetração de substâncias e protege o organismo da 
perda de água, evitando a desidratação. 
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CAMADA LÚCIDA
Mais comum nas peles espessas, essa camada é composta de células anucleadas e achatadas, 
o que lhe da um aspecto translúcido e apresenta muitos filamentos de creatina em seu citoplasma.
Camada córnea
Nesta camada, os ceratinócitos se transformam em ceratina, células sem vida, achatadas 
e anucleadas, e o material do seu interior forma uma mistura de lipídios e proteínas que evitam 
a perda de água pela pele.
DERME
A derme é dividida em duas regiões, uma que se encontra em contato direto com a 
epiderme (derme papilar) e outra logo abaixo (derme reticular). Consiste em um tecido resistente 
e elástico, que proporciona resistência física ao corpo frente a agressões mecânicas, fornece 
nutrientes à epiderme e abriga os apêndices cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos, células de 
natureza conjuntiva e de origem sanguínea. É formada por uma estrutura de fibras proteicas 
(colágeno e elastina) associadas a uma matriz extracelular (glucosaminoglicanas, proteoglucanas 
e glucoproteínas).
HIPODERME
Também chamada de panículo adiposo, é formada por tecido conjuntivo frouxo, é 
altamente vascularizada e anatomicamente está localizada logo abaixo da derme. Entre as funções 
do tecido adiposo podemos citar: armazenamento de energia, modelagem do corpo (responsável, 
em parte, pelas diferenças entre o corpo do homem e da mulher), absorver impactos, preencher 
espaços internos mantendo os órgão em seus devidos lugares e isolante térmico.
TIPOS E SUBTIPOS DE PELE
O aspecto da pele é cada vez mais importante para um maior número de pessoas, o que 
motiva as indústrias farmacêuticas a investirem e desenvolverem produtos voltados para melhorar 
a qualidade da pele e amenizar os efeitos da idade, da excessiva exposição solar, dos traumas e 
das doenças. Para um tratamento e cuidados adequados da pele, precisamos conhecê-la e então 
escolher o produto que melhor se adequará no tratamento e alcançará os objetivos esperados.
A principal classificação dos tipos de pele usada nos tratamentos faciais baseia-se 
nos teores de água e óleo presentes na pele. Ela depende de uma série de fatores intrínsecos 
(atividades das glândulas sebáceas e sudoríparas) e extrínsecos. As variações (ou tipo) cutâneas, 
mais importantes para o mercadoestético, baseadas no teor de óleo da pele, são: lipídico (pele 
“oleosa”), misto, alipídico (pele “seca”) e eudérmico (pele “normal”) (Figura 2). Os subtipos 
podem se dividir em acneico, sensível, desidratado e envelhecido pelo sol.
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Figura 2 - Representação dos tipos de pele de acordo com o teor de óleo. Fonte: Doorman (2015).
PELE LIPÍDICA (OLEOSA)
A pele lipídica é a pele do tipo oleosa, ou seja, com grande produção de óleo. Apresenta 
atividade aumentada das glândulas sebáceas, óstios dilatados, aspecto brilhoso, untoso, grosseiro, 
espesso e granuloso. Os óstios geralmente são obstruídos por uma hiperqueratinização comum 
nas peles lipídicas e ocasionam uma seborreia não fluente levando a formação de comedões.
Esse tipo de pele geralmente encontra-se hidratado, pois o excesso de óleo na superfície 
funciona como uma barreira, dificultando a perda de água. No entanto, é possível que haja 
desidratação em peles oleosas, pois a hidratação esta associada falta à água e não ao óleo. Caso a 
pele lipídica sofra perda de água, poderá apresentar, também, características de pele desidratada. 
Pelo fato de as pele lipídicas geralmente estarem hidratadas, elas tendem a apresentar 
um envelhecimento cutâneo tardio. No entanto, é importante ressaltar que o envelhecimento 
cutâneo está relacionado a uma série de fatores, não só a hidratação, como o estilo de vida do 
indivíduo e questões genéticas. 
Definições importantes
• Óstio: Pequeno orifício anatômico – poros.
• Seborreia: é uma inflamação de pele (dermatite) caracterizada 
pelo excesso de secreção pelas glândulas sebáceas da face do cou-
ro cabeludo ou torso. Provoca pele avermelhada (eritema), desca-
mação oleosa e coceira (prurido).
• Comedões: popularmente conhecidos como “cravos” são anorma-
lidades na queratinização do folículo piloso, que fica obstruído, seja 
por células, por queratina ou sebo. Um comedão pode ser aberto 
(ponto negro) ou fechado pela pele (ponto branco). 
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Para os cuidados com a pele lipídica, são indicadas as seguintes ações: controlar a 
oleosidade, ação queratolítica, ação antisséptica e protetora. Os controladores de oleosidade são 
classificados em adstringentes, matificantes e inibidores enzimáticos. E as formas de apresentação 
indicadas são: géis, soluções hidroalcoólicas, séruns e pós. Para melhor entendimento, sobre as 
formas e ativos citados ao longo dessa sessão, consulte as seções 3 e 4, nas quais estão apresentadas 
as especificações e formas de apresentação dos produtos cosméticos.
PELE MISTA
A pele do tipo mista apesenta características da pele lipídica, alipídica ou eudérmica, 
sendo lipídica apenas na chamada zona T (testa, nariz e queixo). Os cosméticos indicados para 
pele mista apresentam as mesmas ações dos ativos e as formas de apresentação dos cosméticos 
para pele lipídica. Porém, apesar de existirem cosméticos para pele mista, alguns especialistas 
orientam que as pessoas utilizem produtos específicos para cada região da pele, ou seja, aplicar 
cosmético para pele oleosa na zona T e cosméticos para pele seca nas zonas alipídicas.
PELE ALIPÍDICA OU PELE “SECA”
Conhecida como pele “seca”, a pele alipídica apresenta pouca produção de óleo. Sem o 
excesso de óleo, não há uma barreira para a saída de água, e por conta disso, perde água com 
maior facilidade. Consequentemente essa pele, geralmente apresenta-se desidratada. Ainda 
devido à falta de óleo, os óstios são pouco visíveis e a pele mostra-se opaca. No entanto, o excesso 
de óleo não é a única garantia de pele hidratada; logo, é possível encontrarmos pessoas com pele 
alipídica e hidratada (baixo ter de óleo na pele, mas teor de água equilibrado). 
Como já citado, o envelhecimento cutâneo está associado à uma série de fatores 
(principalmente as questões genéticas e o estilo de vida), no entanto, considerando as pessoas com 
pele seca que geralmente vem acompanhada de desidratação, sua pele provavelmente apresentará 
um quadro de envelhecimento cutâneo relativamente mais cedo. Para os cuidados básicos desse 
tipo de pele, destacam-se os ativos hidratantes, os renovadores epidérmicos e os protetores. E 
as formas de apresentação são principalmente as emulsões Água/Óleo (creme, loção, leite ou 
mousse). 
PELE EUDÉRMICA OU PELE “NORMAL”
A pele eudérmica, também conhecia como pele normal, apresenta atividade normal das 
glândulas sebáceas e sudoríparas, resultando em uma produção equilibrada de óleo e água, o lhe 
confere característica benéficas como: aspecto saudável, hidratação, brilho natural, textura macia, 
óstios pouco visíveis, pele lisa e espessura adequada. Inúmeros fatores podem alterar um estado 
cutâneo, tirando-o da zona de normalidade, como: poluição, clima, estresse, uso inadequado 
de cosméticos, alimentação e variações do próprio metabolismo. Os cosméticos para esse tipo 
de pele visam manter o estado de normalidade. Não devem conter substâncias com óleos em 
excesso ou alta capacidade de adstringência. As ações dos ativos para esse tipo de pele baseiam-se 
em emoliência suave, higroscopia ativa e proteção.
PELE ACNEICA
É um subtipo que geralmente acompanha as peles oleosas e mistas. Caracteriza-se 
pela presença das lesões acneicas como comedões, pápulas, pústulas, nódulos e/ou cistos. De 
maneira geral, os ativos utilizados para esse subtipo de pele são os controladores de oleosidade, 
queratolíticos, renovadores epidérmicos, antissépticos, anti-inflamatórios, cicatrizantes e 
calmantes. E as formas de apresentação mais indicadas são os géis, os séruns, as soluções 
hidroalcoólicas e os pós.
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PELE SENSÍVEL
Esse subtipo pode acompanhar qualquer tipo de pele: oleosa, mista, seca ou normal, mas 
são mais comuns em peles secas. É caracterizada pelo aspecto avermelhado, frequente irritação, 
sensação de ardor, repuxamento e fragilidade ao utilizar produtos cosméticos resultado de uma 
maior excitação das terminações nervosas da pele e vascularização superficial intensa. 
Os fatores que podem ocasionar a pele sensível são o clima natural (sol intenso, calor, 
frio, vento) ou provocado por ar-condicionado, poluição atmosférica, hábitos inadequados como 
excesso de banhos, principalmente se estes forem quentes e com higienizantes excessivamente 
adstringentes e/ou com pH alcalino. Também podem estar relacionadas a fatores genéticos e a 
uma diminuição da atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas. 
As regiões do corpo onde esse subtipo de pele é mais comum são a face e as mãos e 
pode acontecer em qualquer fase da vida e acometer tanto homens quanto mulheres. Os ativos 
recomendados para esse subtipo de pele são os calmantes, anti-inflamatórios, vasoprotetores e 
agentes protetores da epiderme. E quanto às formas de apresentação, as soluções hidroalcoólicas 
não devem ser utilizadas e as demais podem, desde que mencionado no rótulo: “produto para 
pele sensível”.
PELE DESIDRATADA
A pele desidratada, também conhecida como pele ressecada, apresenta características 
como aspereza, craquelamento e descamação, resultantes da falta de água na pele. Essa falta pode 
ser superficial, na epiderme, ou mais profunda, na derme. Em geral, esse subtipo acompanha 
as peles alipídicas. Os cosméticos para esse tipo de pele devem conter ativos com propriedades 
hidratantes: emolientes, umectantes ou hidratantes que agem por higroscopia ativa (intracelular). 
A forma de apresentação deve ser escolhida de acordo com o tipo de pele. Todos os tipos de pele 
necessitam de hidratação, uma vez que desidratação indica falta de água e não falta de óleo.
PELE FOTOENVELHECIDA
Esse subtipo de pele é resultado da exposição ao sol de forma abusiva, sem a devida proteção 
enão envelhecimento cronológico natural pelo qual todas as pessoas passarão. As principais 
características desse subtipo de pele são: rugosidades, flacidez cutânea e discromias precoces, 
e ainda pode vir acompanhado de um aspecto espesso decorrente do aumento da espessura 
do estrato córneo da epiderme. Os ativos devem conter ações principalmente regeneradoras 
da derme e da epiderme, além dos agentes que poderão atuar nas discromias e os tensores na 
flacidez. As formas de apresentação devem ser escolhidas de acordo com o tipo de pele.
FOTOPROTETORES 
Os fotoprotetores são os protetores solares, cosméticos indispensáveis quando se trata 
de proteção da pele e dos cabelos contra as radiações do tipo ultravioleta (UV). A radiação UV, 
em especial a do tipo UVB, proporciona muitos benefícios aos seres vivos. Ela é precursora da 
vitamina D, uma vitamina que auxilia na fixação do cálcio nos ossos, contribui para reduzir os 
níveis de colesterol, a pressão arterial e minimizar as dores de reumatismo. Além disso, está 
associada com o sono e o humor, têm apresentado benefícios ao tratamento de depressões 
sazonais e atua na produção de melatonina (hormônio que contribui com a qualidade do sono e 
previne transtornos como a depressão). Embora as radiações UV proporcionem esses e demais 
benefícios aos seres vivos, podem provocar danos que variam de acordo com sua intensidade.
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EFEITOS DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA NA PELE E NOS CABELOS
As radiações UV estimulam os melanócitos (células responsáveis pela produção de 
melanina), provocando sua divisão mitótica. A melanina é capaz de absorver e refletir parte da 
radiação solar recebida. Ao absorver a radiação, ela a transforma em calor e utiliza a energia 
gerada para estabilizar os radicais livres originados na pele.
A exposição solar gera diversas reações químicas na pele, muitas das quais tendo 
características danosas. Em curto prazo, podem-se citar as queimaduras solares, vasodilatação, 
e aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade cutânea. É importante ressaltar que a 
vasodilatação não ocorre por conta da temperatura, mas sim, pelos danos provocados pela 
radiação UV na membrana celular, alterações na síntese proteica e distúrbios dos ácidos 
desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA). Em longo prazo, as radiações UV poderão ter 
feito cumulativo, induzindo ao câncer de pele e ao fotoenvelhecimento. A radiação UV é capaz 
de degradar a fibra capilar (figura 3) em decorrência de alterações fotoquímicas principalmente 
na cutícula dos cabelos.
Figura 3 - Representação da fibra capilar. Fonte: Blog Cabeleira Feminina (2013).
Ultravioleta C ou UVC (100-280nm): são absorvidas pela camada 
de ozônio e não chegam a superfície da terra. 
Ultravioleta B ou UVB (280-320nm): parcialmente filtrado pela ca-
mada de ozônio; sendo que apenas cerca de 5% do total de radiação 
UV, que chega à superfície da terra, corresponde ao UVB.
Ultravioleta A ou UVA (320-400nm): de intensidades praticamente 
constantes durante todo o ano e ao longo do dia. É 800 a 1000 vezes 
menos ativa do que o UVB na pele. Subdivide-se em curto ou UVA-II 
(320-340nm), mais eritematosa e fotossensibilizante e longa UVA-I 
(340-400nm), menos eritematosa.
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Da mesma forma na pele, a melanina dos cabelos absorve parte da radiação UV, 
minimizando a formação dos radicais livres e, consequentemente, reduzindo o número de quebras 
das pontes de dissulfeto. Outro aspecto a destacar-se é que, cabelo claros são mais propensos 
à danos decorrentes dos efeitos da radiação UV, visto que apresentam menor concentração de 
melanina e, logo, menor proteção natural. As consequências da radiação UV na fibra capilar, 
macroscopicamente, provocam: clareamento do fio, alteração ou eliminação celular da cutícula, 
perda de resistência do fio, aparecimento de um toque áspero e uma significativa abertura das 
escamas capilares, resultando em um maior número das chamadas “pontas duplas”.
PROTETORES SOLARES
O protetor solar é um cosmético cujos ativos são os chamados filtros solares. Sua ação 
se concentra em minimizar os efeitos das radiações UV, através da redução (por princípios 
de absorção, reflexão ou espalhamento), da entrada dessas radiações nos locais em que o 
cosmético é aplicado (seja pele, lábios ou cabelos). Os filtros solares podem ser divididos em 
físicos ou químicos, e precisam apresentar as seguintes características para serem aprovados e 
comercializados: realizar absorção, reflexão e/ou espalhamento para determinada radiação UV, 
apresentar inércia química, fotoquímica e térmica, não deve ser sensibilizante, irritante, tóxico, 
mutagênico ou volátil, não ser absorvido pela pele, sofrer alteração colorimétrica nem manchar 
pele ou roupas, ser compatível com os demais componentes da formulação e com o material da 
embalagem.
• Filtros solares físicos (ou inorgânicos)
Os filtros solares físicos são aqueles que protegem a pele graças aos fenômenos físicos de 
reflexão e espalhamento. Esses fenômenos são possíveis graças à ação de substâncias químicas 
inorgânicas como os óxidos metálicos. Como eles ficam apenas na superfície, são indicados para 
crianças e pessoas com peles sensíveis, visto que não atravessam a pele. O tamanho da partícula 
dessa substância determinará o comprimento de onda específico de reflexão e espalhamento da 
radiação UV (Figura 4). Quanto menor o tamanho da partícula, maior a capacidade de reflexão 
e espalhamento homogêneo.
Figura 4 - Fenômenos físicos de reflexão e espalhamento da radiação ultravioleta. Fonte: Emiro Khury e 
Edna Borges (2011).
Esses protetores apresentam partículas de tamanho extremamente reduzido, chegando 
a obter até mesmo o aspecto transparente, diferente daquele aspecto esbranquiçado da maioria 
dos protetores solares de antigamente. E os ativos mais usados são o óxido de zinco e o dióxido 
de titânio. 
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• Filtro solar químico (ou orgânicos)
O filtro solar químico é totalmente diferente do físico, tanto pelo aspecto molecular 
quanto pelo mecanismo de ação. As moléculas do filtro químico são orgânicas, geralmente com 
cadeia aromática. Essas moléculas são capazes de absorver a radiação UV, transformando-a em 
outra radiação menos energética e não danosa. De acordo com a molécula, pode-se ter a absorção 
da radiação UVA e/ou UVB.
• Fator de proteção contra raios ultravioleta 
A proteção contra as radiações ultravioleta é identificada nos rótulos por meio da sigla 
FPS (fator de proteção solar). O valor numérico que acompanha essa sigla indica quantas vezes 
mais, em relação ao tempo, o indivíduo com esse cosmético sobre a pele esta protegido, ou seja, 
um protetor com FPS 10 indica que seu usuário estará 10 vezes mais protegido, em relação ao 
tempo, do que se estivesse sem protetor. Esse tempo existe porque cada pessoa tem um tempo de 
proteção natural, resultante da ação da melanina. Apenas depois desse tempo é que começamos 
sofrer os danos da exposição ao sol. 
A indústria cosmética determina o FPS dos produtos seguindo o modelo internacional 
proposto pela FDA em 1978. De acordo com a metodologia, deve-se aplicar o protetor solar a 
ser testado em uma área da pele de voluntários na concentração de 2mg/cm2. Esses voluntários 
serão submetidos a doses progressivas de radiação ultravioleta de luz artificial e, após 16 a 24 
horas de exposição, realiza-se a leitura da dose eritematosa (queimada) mínima (DEM) da área 
com protetor solar e de uma área sem protetor solar. Assim, faz-se para cada voluntário a razão 
entre a DEM com proteção e a DEM sem proteção (Figura 5). 
 
 FPS Proteção(%)
2 50
4 75
8 87,5
15 93,3
2095
25 96
30 96,6
40 97,5
50 98
64 99
Tabela 1 - Capacidade de proteção de acordo com o FPS. Fonte: Matos (2014).
A porcentagem de proteção oferecida por um FPS 15 é de 93,3% e a de um FPS 30 É 
96,6%. Portanto, mesmo duplicando o tempo de proteção, ou seja, o valor do FPS, a capacidade 
de proteção aumenta pouco. Assim, ao utilizar um cosmético com FPS 15, tem-se cerca e 6,7% de 
radiação UVB entrando em nossa pele, e ao utilizar FPS 30, esse valor é cerca de 3,4%. Como essa 
diferença tente a ser cada vez menor à medida que aumentamos o valor do FPS, generaliza-se que 
acima de 30 são todos iguais, considerando-se a porcentagem de radiação UVB que entrará na 
pele, mas não o tempo de duração do protetor solar sobre ela.
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É importante ressaltar que esses valores de tempo levam em consideração o produto que 
realmente está sobre o local a ser protegido (pele, cabelos, lábios). À medida que o indivíduo 
transpira ou faz qualquer atividade que possa remover esse produto do local de proteção, esse 
valor não será o mesmo. Por isso, é muito importante o retoque do produto não apenas após o 
tempo de ação do produto, mas também sempre que se perceba que algo possa tê-lo removido.
 Tipos de produtos de Grau 1 Tipos de produtos de Grau 2
1. Água de colônia, Água Perfumada, Perfume e Extrato Aromático. 1.
Água oxigenada 10 a 40 volumes (in-
cluídas as cremosas exceto os 
produtos de uso medicinal)
2. Amolecedor de cutícula (não cáus-tico). 2. Antitranspirante axilar.
3. Aromatizante bucal. 3. Antitranspirante pédico. 
4. Base facial/corporal (sem finalidade fotoprotetora). 4. Ativador/ acelerador de bronzeado.
5. Batom labial e brilho labial (sem finalidade fotoprotetora). 5. Batom labial e brilho labial infantil. 
6. Blush/Rouge (sem finalidade fotoprotetora). 6. Bloqueador Solar/anti-solar. 
7.
Condicionador/Creme rinse/
Enxaguatório capilar (exceto os 
com ação antiqueda, anticaspa e/
ou outros benefícios específicos que 
justifiquem comprovação prévia). 
7. Blush/ rouge infantil. 
8. Corretivo facial (sem finalidade fotoprotetora). 8. Bronzeador. 
9.
Creme, loção e gel para o rosto 
(sem ação fotoprotetora da pele e 
com finalidade exclusiva de hi-
dratação).
9. Bronzeador simulatório. 
10.
Creme, loção, gel e óleo esfoliante 
("peeling") mecânico, corporal e/ou 
facial. 
10. Clareador da pele. 
11.
Creme, loção, gel e óleo para as 
mãos (sem ação fotoprotetora, 
sem indicação de ação protetora 
individual para o trabalho, como 
equipamento de proteção individu-
al - EPI - e com finalidade exclusiva 
de hidratação e/ou refrescância).
11. Clareador para as unhas químico
12.
Creme, loção, gel e óleos para as 
pernas (com finalidade exclusiva de 
hidratação e/ou refrescância). 
12. Clareador para cabelos e pelos do corpo. 
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13.
Creme, loção, gel e óleo para 
limpeza facial (exceto para pele 
acnéica).
13. Colônia infantil. 
14.
Creme, loção, gel e óleo para o 
corpo (exceto os com finalidade 
específica de ação antiestrias, ou an-
ticelulite, sem ação fotoprotetora da 
pele e com finalidade exclusiva de 
hidratação e/ou refrescância).
14. Condicionador anticaspa /antiqueda. 
15.
Creme, loção, gel e óleo para os pés 
(com finalidade exclusiva de hi-
dratação e/ou refrescância). 
15. Condicionador infantil. 
16. Delineador para lábios, olhos e sobrancelhas. 16. Dentifrício anticárie. 
17. Demaquilante. 17. Dentifrício antiplaca.
18.
Dentifrício (exceto os com flúor, 
os com ação antiplaca, anticárie, 
antitártaro, com indicação para 
dentes sensíveis e os clareadores 
químicos).
18. Dentifrício antitártaro. 
19. Depilatório mecânico/epilatório. 19. Dentifrício clareador/ clareador dental químico. 
20. Desodorante axilar (exceto os com ação antitranspirante). 20. Dentrifrício para dentes sensíveis. 
21. Desodorante colônia. 21. Dentifrício infantil. 
22. Desodorante corporal (exceto deso-dorante íntimo). 22. Depilatório químico. 
23. Desodorante pédico (exceto os com ação antitranspirante). 23. Descolorante capilar. 
24.
Enxaguatório bucal aromatizante 
(exceto os com flúor, ação antissép-
tica e antiplaca). 
24. Desodorante antitranspirante axilar. 
25. Esmalte, verniz, brilho para unhas. 25. Desodorante antitranspirante pédico. 
26. Fitas para remoção mecânica de impureza da pele. 26. Desodorante de uso íntimo
27. Fortalecedor de unhas. 27. Enxaguatório bucal antiplaca
28. Kajal. 28. Enxaguatório bucal antisséptico.
29. Lápis para lábios, olhos e sobrancel-has. 29. Enxaguatório bucal infantil. 
30.
Lenço umedecido (exceto os com 
ação antisséptica e/ou outros 
benefícios específicos que justi-
fiquem a comprovação prévia). 
30. Enxaguatório capilar anticaspa/an-tiqueda.
31. Loção tônica facial (exceto para pele acneica). 31. Enxaguatório capilar infantil.
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32. Máscara para cílios. 32. Enxaguatório capilar colorante / to-nalizante. 
33.
Máscara corporal (com finalidade 
exclusiva de limpeza e/ou hi-
dratação).
33. Esfoliante "peeling" químico.
34.
Máscara facial (exceto para pele ac-
neica, peeling químico e/ou outros 
benefícios específicos que justi-
fiquem a comprovação prévia).
34. Esmalte para unhas infantil.
35. Modelador/fixador para sobrancel-has. 35. Fixador de cabelo infantil. 
36. Neutralizante para permanente e alisante. 36.
Lenços Umedecidos para Higiene 
infantil.
37. Pó facial (sem finalidade fotoprote-tora). 37. Maquiagem com fotoprotetor.
38.
Produtos para banho/imersão: sais, 
óleos, cápsulas gelatinosas e banho 
de espuma.
38. Produto de limpeza/ higienização infantil.
39. Produtos para barbear (exceto os com ação antisséptica). 39.
Produto para alisar e/ ou tingir os 
cabelos 
40.
Produtos para fixar, modelar e/ou 
embelezar os cabelos: fixadores, 
laquês, reparadores de pontas, 
óleo capilar, brilhantinas, mouss-
es, cremes e géis para modelar e 
assentar os cabelos, restaurador 
capilar, máscara capilar e umidifica-
dor capilar.
40.
Produto para área dos olhos (exceto 
os de maquiagem e/ou ação hidratante 
e/ou demaquilante).
41. Produtos para pré-barbear (exceto os com ação antisséptica). 41. Produto para evitar roer unhas.
42. Produtos pós-barbear (exceto os com ação antisséptica). 42. Produto para ondular os cabelos. 
43. Protetor labial sem fotoprotetor. 43. Produto para pele acneica.
44. Removedor de esmalte. 44. Produto para rugas.
45.
Sabonete abrasivo/esfoliante 
mecânico (exceto os com ação an-
ti-séptica ou esfoliante químico).
45. Produto protetor da pele infantil. 
46.
Sabonete facial e/ou corporal (ex-
ceto os com ação antisséptica ou 
esfoliante químico).
46. Protetor labial com fotoprotetor.
47. Sabonete desodorante (exceto os com ação antisséptica). 47. Protetor solar.
48. Secante de esmalte. 48. Protetor solar infantil.
49. Sombra para as pálpebras. 49. Removedor de cutícula.
50. Talco/pó (exceto os com ação an-ti-séptica). 50.
Removedor de mancha de nicotina 
químico. 
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51.
Xampu (exceto os com ação an-
tiqueda, anticaspa e/ou outros 
benefícios específicos que justi-
fiquem a comprovação prévia).
51. Repelente de insetos.
52.
Xampu condicionador (exceto os 
com ação antiqueda, anticaspa e/
ou outros benefícios específicos que 
justifiquem comprovação prévia).
52. Sabonete anti-séptico.
53 Sabonete infantil. 
54 Sabonete de uso íntimo.
55 Talco/amido infantil.
56 Talco/pó antisséptico.
57 Tintura capilar temporária/progressi-va/permanente.
58 Tônico/loção Capilar.
59 Xampu anticaspa/antiqueda.
60 Xampu colorante.
61 Xampu condicionador anticaspa/an-tiqueda.

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