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Radiologia 1 FÍSICA DAS RADIAÇÕES Prótons com carga elétrica positiva e nêutrons com carga elétrica neutra, estão localizados no núcleo de um átomo. Elétrons tem a carga elétrica negativa e estão ao redor do núcleo do átomo dispostos em camadas orbitais. Energia de ligação é a força que o núcleo produz sobre os elétrons, ou seja, quanto maior a quantidade de prótons, maior será a energia de ligação do átomo. EXCITAÇÃO E IONIZAÇÃO Não confunda excitação com ionização! As radiações ionizantes são aquelas que possuem energia acima da energia de ligação dos elétrons do átomo com o núcleo. Dessa forma, a energia das radiações ionizantes é capaz de arrancar elétrons de seus orbitais, formando assim, íons positivos. Devido a energia que o elétron adquire, ele se desloca pelo interior da matéria podendo interagir com outros elétrons ou núcleos, vindo a formar novos íons, até que sua energia seja completamente dissipada e este elétron seja capturado por moléculas que constituem a matéria irradiada. A excitação não consiste na remoção do elétron do átomo, apenas na sua elevação a um nível energético maior (estado excitado), saindo, portanto, do nível fundamental. Ao retornar ao nível fundamental, a energia perdida pelo elétron é emitida na forma de luz. Se um átomo perder elétrons, trem predomínio de carga positiva. Se um átomo perder prótons tem predomínio de carga negativa. Com a remoção de elétrons das camadas K, L e M de um átomo, serão formados o raio X, raio gama e partículas de alta energia. Com a remoção de elétrons das camadas externas de um átomo, serão formados fótons de baixa intensidade, como raio ultravioleta, luz visível e infravermelho. RADIAÇÃO Radiação é a propagação, emissão e transmissão de energia (ondas ou partículas) através do espaço (vácuo) ou através da matéria. Radiação com comprimento de onda pequena, possui maior frequência. Radiação com comprimento de onda maior, possui menor frequência. Radiologia 2 Então, quanto MENOR o comprimento de onda, maior será o poder de penetração da radiação, consequentemente, maior será o “estrago”. E quanto MAIOR o comprimento de onda, menor será o poder de penetração da radiação, realizando menor “estrago”. PROPRIEDADES DO RAIO X 1. Caminham em linha reta; 2. Possuem a velocidade da luz no vácuo; 3. São divergentes; 4. Não são desviados pelos campos elétricos e magnéticos; 5. Podem sensibilizar chapas fotográficas (radiografias); 6. São inivisíveis e inodores; 7. Podem penetrar em campos opacos; 8. Não sofrem em condições normais reflexão e refração; 9. Produzem ionização nos sistemas biológicos (efeitos somáticos e genéticos); 10. Produzem fluorescência e fosforescência em várias substâncias. PRODUÇÃO DE RADIO X A radiação x é produzida pela conversão de energia, quando um elétron com alta cinética, proveniente de um cátodo colide com o ânodo, em uma ampola contendo vácuo. Os componentes para a produção da radiação são: (1) fonte geradora de elétrons, (2) acelerador de elétrons e (3) alvo ou anteparo. FORMAS DE PRODUÇÃO DE RAIO X Radiação por freamento (72 a 90%), são produzidas quando cargas elétricas que foram aceleradas sofrem desaceleração, por meio de um alvo ou anteparo e com isso emitem a radiação X. Na produção de raios X de freamento são produzidos também raios X característicos referentes ao material com o qual a radiação está interagindo. Esses raios X característicos somam-se ao espectro de raios X de freamento e aparecem com picos destacados nesse espectro. CAMADAS EXTERNAS. Radiação característica (10 a 28%), são produzidas quando o elétron em movimento se choca com um elétron da camada interna do átomo do alvo de tungstênio e o desloca, com isso a camada de energia que este elétron do átomo ocupava fica vaga. Este átomo agora ionizado precisa se estabilizar. Para isto um elétron de uma camada mais externa migra para a vaga na camada de energia interna, liberando neste processo uma determinada e bem precisa quantidade de energia (fóton) na forma de raios-X. CAMADAS INTERNAS. Radiologia 3 INTERAÇÃO DOS RAIOS X COM A MATÉRIA Pode ocorrer: Absorção, que é a conversão da energia cinética dos fótons para energia cinética dos elétrons absorventes. Espalhamento não modificado, dissipação não modificada ou espalhamento puro, acontece quando a energia do fóton é menor que a energia de ligação do elétron. O fóton incidente se interage com um elétron das camadas mais externa, vibrando-o e o deixando de existir, sem perda de energia. Espalhamento fotoelétrico, absorção fotoelétrica ou absorção pura, acontece quando a energia do fóton é maior ou igual a energia de ligação do elétron. O fóton incidente colide com um elétron das camadas mais internas. Com a remoção do elétron, o fóton deixa de existir. Esse fotoelétron, pode encaminhar no absorvente até a dissipação de sua energia que é depositada no absorvente. Espalhamento incoerente, dissipação modificada ou efeito Compton, acontece quando a energia do fóton é maior que a energia de ligação do elétron. Isso, irá remover elétrons das camadas mais externas e de átomos com baixa energia de ligação. Parte da energia do fóton remove o elétron e o restante é possuído pelo fóton que muda a direção. O elétron retirado interage com o meio até perder toda energia – ionização. NOÇÕES DE ELETRICIDADE Tensão ou potencial, é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença em energia potencial elétrica por unidade de carga elétrica entre dois pontos. Campo elétrico, é o campo de força provocado pela ação de cargas elétricas, (elétrons, prótons ou íons) ou por sistemas delas. Cargas elétricas colocadas num campo elétrico estão sujeitas à ação de forças elétricas, de atração e repulsão. Corrente elétrica, é o fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica ou é o deslocamento de cargas dentro de um condutor, quando existe uma diferença de potencial elétrico entre as extremidades. Corrente alternada, é uma corrente elétrica cujo sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao longo do tempo. Condutores, são materiais nos quais as cargas elétricas se deslocam de maneira relativamente livre. Quando tais materiais são carregados em alguma região pequena, a carga distribui-se prontamente sobre toda a superfície do material. Força eletromatriz, é a propriedade de que dispõe um dispositivo qualquer à qual tende a ocasionar produção de corrente elétrica num circuito. Intensidade / amperagem, é a intensidade de uma corrente elétrica em amperes. Radiologia 4 Transformadores, á a indução magnética, a passagem de uma corrente elétrica através de um enrolamento ou bobina, produzindo um campo magnético. APARELHOS E TUBOS DE RAIO X Constituição do aparelho: 1. Base; 2. Corpo; 3. Braço articulador; 4. Cabeçote. Partes do aparelho: Gerador de elétrons – é feito de uma copa de molibdênio com filamento de tungstênio. É o responsável por gerar elétrons e ser o transformador de baixa tensão do aparelho. Acelerador de elétrons – é o transformador de alta tensão, responsável pelo comprimento de onda e pela qualidade do raio X produzido. Alvo ou anteparo - é feito de tungstênio por ter alto ponto de fusão, alto número atômico e ser um bom condutor de eletricidade. A ampola de tungstênio é envolta por óleo para o resfriamento e isolamento térmico da mesma. Foco linear ou efeito de Benson, é a área focal que é inclinada em um ângulo de 20° em relação ao feixe de raios X criando um efeito que chamamos de Efeito Benson onde temos uma área focal efetiva menor (o que irá melhorar a nitidez). Filtração e colimação, tem a função de restringir o feixe útil de raios X, diminuindo a área irradiada, diminuindo a dose de radiação nos indivíduos expostos, para que isso ocorra são utilizados anéis de chumbo (1mm) ou alumínio (2,5mm). ACESSÓRIOS DO APARELHO DE RAIO X Filtro de alumínio inerente – responsável por filtrar as ondas de comprimento maior do feixe primário. Filtro de alumínio adicional – responsável por dar mais qualidade à radiografia quando impressionada. Colimador – tem a função de barrar as ondas divergentes para que seja possível trabalhar apenas com o feixe primário de raio X (com menor comprimento de onda). Grade anti-difusora – artifício utilizado para diminuir os raios X secundários formados a partir dos pacientes nas radiografias extrabucais. Essa grade pode ser fixa ou móvel. Radiologia 5 Alumínio (chapa) – tem função de evidenciar o perfil mole na telerradiografia laterai. Posicionadores radiográficos – peças utilizadas para a posição/angulação ideal para execução de técnicas radiográficas. Colgaduras – são peças de aço que se prendem aos filmes radiográficos para facilitar os banhos químicos e à secagem. FILMES RADIOGRÁFICOS É o meio que se utiliza para fazer o registro da imagem radiográfica após a sua exposição à radiação X e processado nas soluções de processamento adequadas. ***Em radiografias digitais são utilizados sensores para o processamento e registro de imagens. CLASSIFICAÇÃO DE FILMES RADIOGRÁFICOS Quanto a sua utilização: Intrabucais – utilizados para radiografar o interior da cavidade bucal. São mais sensíveis ao raio X e possuem grânulos de prata menores e mais próximos uns dos outros. (são do tipo no screen). Extrabucais – utilizados para radiografar o exterior da cavidade bucal. São mais sensíveis à luz do que ao raio X e possuem grânulos de prata maiores e mais afastados uns dos outros o que diminui a definição da radiografia. (são do tipo screen, necessitam de écran ou placa intensificadora). Dosimetros – são muito sensíveis à radiação e utilizados na mensuração da radiação que um indivíduo recebe ao trabalhar constantemente como operador de radiação X. Quanto ao seu tipo: Screen – são os filmes que necessitam de écran ou placa intensificadora para o seu registro. No Screen – são os filmes que não necessitam do écran ou placa intensificadora. Quanto ao número: Simples – uma película radiográfica apenas. Dupla – duas películas radiográficas em uma mesma embalagem. Radiologia 6 Écran ou placa intensificadora, são constituídos de pequenos cristais fluorescentes, sob ação dos raios X, aumentando seu efeito fotográfico e diminuindo o tempo de exposição. São classificados conforme o tamanho dos cristais (rádio, médio e lento). Se utilizarmos filmes radiográficos azuis, o écran tem que produzir fluorescência azul e com filmes verdes, fluorescência verde, para que assim os filmes possam ser sensibilidades com eficácia. Sensibilidade, é a eficácia que o filme radiográfico responde à exposição, ou seja, a capacidade de o filme produzir imagem com maior ou menor quantidade de radiação. COMPOSIÇÃO DO FILME RADIOGRÁFICO Base, que é uma lâmina de poliéster rígido e de fácil manipulação. É plano, fino, transparente, azulada ou esverdeada. Emulsão, é composta de sais halogenados de prata, onde o iodeto de prata é responsável pela sensibilidade. Essa emulsão é dupla, está em ambos os lados da base. Camada adesiva, é uma camada de verniz/gelatina, que é responsável pela fixação da fixação da emulsão à base. Tem a função de proteção do filme radiográfico durante o manuseio. Invólucro, é opaco a luz, envolve o filme e contém uma parte de papelão preto (na frente do filme – face sensível) e uma lâmina de chumbo (atrás do filme – responsável por absorver as radiações secundárias, impedindo que essas radiações impressionem o filme novamente). PROPRIEDADES DOS FILMES RADIOGRÁFICOS Densidade, é o grau de escurecimento que a radiografia vai ter após o seu processamento. Essa densidade varia de acordo com a emulsão e com a miliamperagem aplicada durante a realização da técnica radiográfica. Contraste, é a graduação das diferentes densidades nas diferentes áreas do filme. Variando dos tons de cinza entre o radiopaco (branco) e o radiolúcido (preto). ALTO CONTRASTE, escala curta de cores, menor grau de variação de tons de cinza. BAIXO CONTRASTE, escala longa de cores, maior grau de variação de tons de cinza. Latitude, é a capacidade de um filme se superexposto ou subexposto e produzir imagens aceitáveis para o diagnóstico. Definição ou detalhe, é a capacidade de um filme registrar detalhes muito finos e pequenos (perceber as bordas de uma estrutura). Efeito de granulação do filme, poder Radiologia 7 de resolução e tipo de solução de processamento. Para definição, é necessário levar em consideração: 1. Granulação do filme (quanto maior o cristal, menor o detalhamento); 2. Soluções de processamento (quanto mais energética, menos detalhes, pois irá processar rapidamente, dificultando a modificação do grão de prata); 3. Quilovoltagem (responsável pelo contraste); 4. Placas intensificadoras (ajudarão a dar melhores detalhes quando o filme for processado); 5. Superexposição (uma superexposição a radiação X, diminuirá a quantidade de detalhes que esse filme possa vir a ter). ARMAZENAMENTO DO FILME Os filmes radiográficos deverão ser armazenados em lugares frescos, secos e protegidos das radiações locais. Armazenados em torno de 10º a 21ºC e com 40 a 60% de umidade relativa do ar. É necessário EVITAR o empilhamento de objetos sobre os filmes, pois as emulsões são sensíveis pressão e a dobra. Se deve atentar a data de validade do filme radiográfico. REGISTRO DE IMAGEM Filme radiográfico, é o dispositivo que não foi exposto à radiação e que será utilizado para registrar uma imagem radiográfica. Imagem Latente, ou seja, o filme que foi exposto a radiação X, para que se possa obtê-la é preciso ter um grau de absorção, levando em consideração: - Comprimento de onda da radiação ionizante; - Composição, espessura e densidade do objeto; O que tornará essa imagem radiopaca ou radiolúcida. - Radiopaco, quando o filme é pouco impressionado. - Radiolúcido, quando o filme é bastante impressionado. Uma radiografia de boa qualidade precisa ter densidade (grau de escurecimento) ideal e escala longa (vários tons de cinza). Radiologia 8 PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO Nada mais é que o processo de transformação da imagem latente em imagem real. São divididos em 4 fases: 1. Revelação (onde o revelador irá atuar em cristais de prata que foram impressionados), esse processo reduz os cristais de prata impressionados à prata metálica. O revelador é composto por: (a) água destilada, (b) elon (redutor – detalhe), (c) hidroquinona (redutor – contraste), (d) carbonato de sódio (alcanalizante – amolece a gelatina), (e) sulfito de sódio (antioxidante) e (f) brometo de potássio (restringe sais não expostos à radiação X); 2. Banho intermediário, é realizado em água corrente e tem a função de neutralizar a ação do revelador e evitar a contaminação do fixador pelo revelador; 3. Fixação, tem a função principal de dissolver os cristais de prata que não foram impressionados quando expostos ao raio X e endurecer a gelatina para dar resistência à abrasão e secagem rápida. O fixador é composto por: (a) água destilada, (b) hiposulfito de sódio (solvente no qual irá eliminar os sais de prata não impressionados) e (c)sulfito de sódio (antioxidante); 4. Lavagem final, tem a função de remover componentes químicos do fixador e é realizado em água corrente por 10 a 20 minutos. Os restos de brometo que porventura estiverem no filme radiográfico irão oxidar quando em contato com o ar, se tornarão amarelados. SOLUÇÕES DE PROCESSAMENTO As soluções de processamento podem ser do tipo: PRONTA (revelador rápido ou lento), LÍQUIDO CONCENTRADO (para dissolução quando utilizado) e PÓ PARA PREPARO (que tem maior duração). CARACTERÍSTICAS DAS SOLUÇÔES PROCESSADAS Degradação das soluções, é a deterioração sofrida pela ação do oxigênio do ar, luzes de segurança, tempo de preparo e quantidade de filmes processados. É possível ver que a solução foi ou está sendo degradada quando houver mudança de cor. O revelador que normalmente é incolor ou levemente amarelado, irá apresentar coloração marrom escura, podendo não exercer mais a função. E o fixador que normalmente é incolor ou levemente esverdeado, irá apresentar coloração branco leitosa. Radiologia 9 Exaustão, é a perda da capacidade da solução reveladora de reduzir os sais de prata à preta metálica ou a solução fixadora de dissolver os sais de prata não ionizados. Esse fator depende da quantidade de filmes já processados. MÉTODOS DE PROCESSAMENTO Processamento manual (convencional), levando em consideração o tempo e a temperatura. (*técnica do monobanho) No processamento manual, o revelador depende do tipo de solução sendo ela, rápida ou lenta (é preciso atentar à temperatura para saber o tempo de imersão). O banho intermediário irá durar aproximadamente 20 segundos. Posteriormente a imersão no fixador será de 10 minutos e por fim a lavagem final com tempo de 10 a 20 minutos. Processamento automático, através de máquinas com rápido processamento devido às temperaturas mais altas. Com a vantagem de rapidez na operação, uniformidade do resultado e pequeno espaço requerido. À nível de curiosidade, os processamentos especiais não são indicados, mas podem ser manobras para melhorar o resultado da radiografia já impressionada. Quando filmes ficaram por muito tempo em reveladores e/ou muito tempo expostos à radiações, existem soluções que podem “salvar” o filme radiográfico. Todos os filmes radiográficos devem estar acompanhados com NOME do paciente, IDADE e DATA de execução, para possíveis comparações futuras. O negatoscópio é o aparato utilizado para a visualização e análise da radiografia. FATOR ENERGÉTICO Miliamperagem está intimamente ligada à quantidade de radiação produzida e quantidade de raios X produzidos nos tubos de raio X. Tempo de exposição, será um dos fatores responsáveis pela densidade radiográfica, devido a quantidade de radiação aplicada no indivíduo durante a execução da técnica radiográfica. Quilovoltagem, se apresentar-se alta, terá baixo contraste e escala longa. Se apresentar-se baixa, terá alto contraste e escala curta. A quilovoltagem está intimamente ligada a qualidade de imagem (contraste radiográfico). Quanto maior a quilovoltagem, maior será a aceleração de elétrons, maior será a força com que eles irão atingir o anteparo, menor será o comprimento de onda e maior será a penetração. Distância a intensidade da radiação varia na lei inversa do quadrado da distância. Radiologia 10 FATOR OBJETO Está ligado ao grau de absorção da radiação pelos tecidos, pois cada componente tem seu grau de absorção, fazendo assim com que o filme seja mais ou menos impressionado. A espessura do dente e do periodonto, juntamente com os materiais restauradores e/ou elementos implantados, influenciam no resultado da radiografia. *** Em condições normais, não é possível diferencias cemento e dentina em uma radiografia, a não ser que a pessoa tenha hipercementose. FATOR GEOMÉTRICO Os raios X caminham em linha reta, são similares a luz e seguem as leis que regem a ótica geométrica. O tamanho da área focal é um fator que influência na resolução radiográfica. Quanto menor o tamanho da área focal, menor será a penumbra. O ideal é que a área focal seja menor. Quanto mais afastada a fonte do objeto e filme, mais fiel será a imagem. Quanto mais próximo o objeto do filme, menor será a ampliação da imagem. Quanto mais paralelo o objeto do filme, menor será o grau de distorção. Os feixes de raio X devem estar o mais perpendicular possível ao objeto e ao filme. FATO DE MOVIMENTAÇÂO O aparelho, objeto e filme, devem estar estacionários, para que assim não haja distorção da imagem e assim não aconteça de perder os pequenos detalhes. ***VÉU ou FOG é uma densidade extraindesejável sobreposta à densidade básica de uma película. Este efeito é dado pela radiação secundária. FATOR ARMAZENAMENTO Armazenar filmes em locais frescos e secos, observando sempre a validade para que não haja a precipitação da prata. Quando fora da validade, esses filmes devem ser dispensados em locais adequados. Radiologia 11 TÉCNICA PERIAPICAL Bissetriz / Isometria Paralelismo Digital Para se obter um melhor resultado na técnica periapical, é necessário que: o filme esteja o mais próximo do objeto a ser radiografado; o filme deve estar o mais paralelo possível do objeto a ser radiografado e o feixe de raio X deve estar com a fonte no infinito. É necessário estabelecer a angulação correta da bissetriz para obtermos a forma mais fidedigna dos dentes. Então, para radiografarmos a maxila, usaremos as angulações positivas e para fotografarmos a maxila, usaremos as angulações negativas. ÂNGULOS VERTICAIS REGIÃO MAXILA MANDÍBULA Molar +20º a +30º 0º a -5º Pré Molar +30º a +40º -5º a -10º Caninos +40º a +45º -10º a -15º Incisivos +45º a +50º -15º a -20º Para saber se a imagem não está alongada ou encurtada é preciso observar a proporção. Sendo que a coroa deve ter 1/3 e a raiz 2/3. ÂNGULOS HORIZONTAIS REGIÃO MAXILA MANDÍBULA Incisivo 0º 0º Caninos 60º a 75º 45º a 50º Pré molares 70º a 80º 70º a 80º Molares 80º a 90º 80º a 90º Radiologia 12 BISSETRIZ Área de incidência central do feixe de raio X deve ser: Maxila, traça-se uma linha do tragus a asa do nariz Incisivos centrais – ápice nasal Caninos - asa do Nariz Pré molares – linha abaixada do centro da pupila em intercessão com a linha traçada do tragus a asa do nariz. Molares – linha abaixada a 1 cm atrás da comissura palpebral externa em intercessão com a linha traçada do tragus a asa do nariz. Mandíbula, traça-se uma linha do tragus a comissura labial paralela ao plano horizontal. Incisivos centrais – linha abaixada do ápice nasal até 0,5cm acima do bordo inferior da mandíbula. Caninos – linha abaixada da asa do nariz até 0,5cm acima do bordo inferior da mandíbula. Pré molares – linha abaixada do centro da pupila até 0,5cm acima do bordo inferior da mandíbula. Molares – linha abaixada a 1 cm da comissura palpebral externa até 0,5cm acima do bordo inferior da mandíbula. POSICIONAMENTO DO FILME A face sensível do filme deve estar voltada para o feixe central do raio X. O longo eixo do filme deve estar paralelo ao longo eixo dos dentes anteriores e para dentes posteriores, o filme deve estar perpendicular ao longo eixo do dente. O picote do filme SEMPRE deverá estar posicionado para incisal quando em dentes anteriores e para oclusal em dentes posteriores, seja na arcada superior ou na arcada inferior. MANUTENÇÃO DO FILME PELO PACIENTE - BISSETRIZ Quando a técnica não for realizada com a utilização de posicionadores, os filmes devem ser manipulados na cavidade oral com ajuda do polegar da mão oposta ao lado que será radiografado (quando forem radiografias da maxila e dedos indicadores quando forem radiografias de mandíbula). Radiologia 13 TÉCNICA PERIAPICAL DO PARALELISMO É a técnica que utiliza posicionadores para o filme ficar paralelo ao longo do eixo do dente. PARALELISMO X BISSETRIZ VANTAGENS DESVANTAGENS Fácil execução Maior possibilidade de movimentação Menor grau de ampliação Desconforto Padronização de radiografias Maior custo operacional INDICAÇÃO DA TÉCNICA PERIAPICAL 1. Relação anatômica entre dentição decídua e permanentes; 2. Alterações dentais (cáries, alterações de forma, reinscidências); 3. Análise de tecidos dentinários e pulpares (cáries, nódulos pulpares, reabsorção radicular, conduto radicular); 4. Para manipulação dos condutos radiculares (tamanho, forma, número de raízes e número de condutos); 5. Anomalias dentinárias, lesões periapicais e ossos adjacentes. TÉCNICA DIGITAL A imagem radiográfica é formada em pixels (2D) na radiografia digital, em diferentes tons de cinza. Existem então, 2 diferentes tipos de captura de imagem: Direto – CDC – que utiliza-se dispositivos de carga acoplada, esses sensores são sensíveis a luz e a imagem é enviada diretamente para a tela de computadores, não sendo necessário todo procedimento de processamento (alto custo) e CMOS – que utiliza semicondutores de óxido de metalcomplementares. Indireta – SP – PSP – que se utiliza placas de fósforo fosfoestimulada. Nesse procedimento as imagens realizadas necessitam de serem apagadas antes da próxima exposição para que não tenha o efeito de imagens fantasmas por capturas anteriores. É necessário o carregamento imediato da imagem radiografada pois com o tempo pode haver a deterioração da imagem. Radiologia 14 CARACTERÍSTICA DE IMAGENS DIGITAIS Capacidade de distinguir diferentes densidades. Capacidade de monitorar o resultado por diferentes saídas. Acuidade do observador, sendo possível distinguir maior número de tons de cinza. (a radiografia digital alcança até 65 mil tons de cinza) Variação conforme o tamanho do elemento de unidade. Detector de latitude. Sensibilidade do sensor. REALCE DA IMAGEM Imagem melhorada ou ajustada. É possível melhorar contraste, brilho, nitidez e ruídos. É possível equalizar a imagem para melhor visualização. É possível realizar a inversão de contraste (positiva/negativa). Há a diminuição de ruídos para melhor visualização e resolução. Há ferramentas que permitem a conversão de cores para destacar diferentes objetos. Existe a possibilidade de ativar a ferramenta relevo e obter uma imagem que se aproxima do 3D. Existe a possibilidade de realizar mensurações/medições. Desitometria óssea. CONSIDERAÇÕES Placas de PSP são susceptíveis a dobras e arranhões, sendo permanente e levando a perda do sensor. Não pode realizar imersão das placas para a descontaminação da mesma. Evitam a poluição ambiente, pois não há o descarte contínuo de chumbo. O investimento é mais caro, porém a transmissão de imagem é imediata. Radiologia 15 ANATOMIA RADIOGRÁFICA DENTO ALVEOLAR Dente – esmalte, dentina, cemento, cavidade pulpar e conduto radicular. Espaço Periodontal – espaço do ligamento periodontal, lâmina dura e crista alveolar óssea. Apófise Alveolar – trabeculado ósseo. Em uma radiografia é possível observar o espaço onde encontram-se os ligamentos e a polpa radicular, mostrando-se radiolucida. Alterações inflamatórias podem ser observadas através do ligamento periodontal (linha radiolucida), ela se apresenta mais delgada na região mediana da raiz e mais espessa na parte apical e cervical (ampulheta). É possível ver uma linha radiopaca próximo ao ligamento periodontal, que é a lâmina dura. Alterações nessa estrutura indicam que o processo inflamatório não está no ligamento, já avançou para a lâmina óssea. Crista óssea alveolar é de extrema importância, para a sustentação do dente. Quando há uma agressão na crista em estágio evolutivo poderá apresentar reabsorção óssea. OBS.: Não são em todas as radiografias que é possível observar as estruturas anatômicas. ESTRUTURAS ANATÔMICAS DA MAXILA REGIÃO DE INCISIVOS CENTRAIS Espinha nasal anterior (em formato de V); Canal incisivo (FOTO - forame em 2 partes, formato de meia lua); Assoalho da fossa nasal; Septo intermaxilar (cartilagem do septo, vômer, lâmina perpendicular do osso etimoide); Canais nutrientes; Fossa nasal; Forame nasal; Concha nasal inferior (ou corneta); Sombra da narina; Seio maxilar Sutura Intermaxilar. Radiologia 16 REGIÃO DE LATERAL E CANINOS Assoalho do seio maxilar; Seio maxilar (uma maior parte); Y invertido de Ennis (FOTO - formado pelo assoalho da fossa nasal e pela parede anterior do seio maxilar); Fossa canina ou fosseta mitiforme (depressão acentuada radiolucida que pode ser confundida com um cisto durante um diagnóstico – está entre o lateral e o canino). REGIÃO DE PRÉ MOLARES E MOLARES Seio maxilar (pode apresentar formações de septos no interior do seio que o divide em 2 ou mais lojas, é chamado de septo do seio ou septo sinusal). Processo zigomático da maxila (que dependendo da angulação da técnica executada pode aparecer de diferentes formas); Invaginação do seio maxilar ou extensão alveolar do seio maxilar; Pneumatização do seio maxilar (espaço que o seio maxilar ocupa do dente que foi retirado do alvéolo); Processo zigomático; Arco zigomático; Processo coronóide; Hâmulo pterigoide (FOTO - forma de gancho, posterior a tuberosidade da maxila); Divertículo sinusal (extensão vestíbulo palatino do seio maxilar). Radiologia 17 ESTRUTURAS ANATÔMICAS DA MANDÍBULA REGIÃO DE DENTES ANTERIORES Tubérculos genianos (são 4 tubérculos e juntos formam a imagem de um anel); Foramina lingual (no meio dos tubérculos); Bordo inferior da mandíbula; Protuberância mentual; Canais nutritivos; Endostose (crescimento ósseo para dentro do osso); Exostose (FOTO - crescimento ósseo para fora do osso); Fossa mentual (variação anatômica na área radicular de incisivos que pode simular uma lesão). REGIÃO DE DENTES POSTERIORES Canal mandibular; Forame mentoniano; Fóvea submandibular (muito radiolucida); Corticais superior e inferior do canal mandibular; Linha oblíqua interna e Linha oblíqua externa. TÉCNICA INTERPROXIMAL Essa técnica tem a função de se observar diretamente a coroa e a face dos dentes. Nela é possível se obter uma radiografia com qualidade, pouca ampliação e pouca distorção. É possível observar o terço médio da raiz dos inferiores até o terço médio da raiz dos superiores. Necessita que o odontologista confeccione uma asa de mordida com fita durex ou fita crepe e fixe ao filme para executar esta técnica (existem posicionadores também). Radiologia 18 A área de incidência do feixe de raios X é a mesma que se usa na técnica da bissetriz. A angulação é de +8º no sentido vertical, +70º a +80º no sentido horizontal para pré molares e +80º a +90º no sentido horizontal para molares. O regime de trabalho do aparelho deve ser de 70Kvp e deve se incidir o mais paralelo possível ao filme. Para melhor resultado deve aumentar a exposição em 50% ou deixar o filme por mais tempo no revelador. Essa técnica favorece a observação do odontologista em: Lesões de furca; Cáries interproximais; Cristas ósseas; Infiltrações; Cálculos dentais; Materiais restauradores em excesso; Adaptação de próteses de coroa. CÁRIES EM RADIOGRAFIAS INTERPROXIMAIS Como já descrito, essa técnica favorece o reconhecimento de cáries interproximais, desmineralização do esmalte, presença de cálculos dentais... Se diagnosticarmos uma cárie e o indivíduo readequar tendo o hábito de higiene oral correta e frequente, o quadro da doença pode ser reversível, em dentes anteriores é mais fácil de ser reversível pois o ponto de contato é menor. A radiografia é um momento ESTÁTICO, por isso, deve ser datada e guardada para futuras comparações, se necessário. Inicialmente, uma pessoa que apresenta desmineralização de um dente à nível microscópico, não será possível ser visualizada por radiografias. Até 25% de desmineralização, não é possível de ser observado na radiografia, só enxerga quando o desmineraliza mais de 25% da estrutura. Também é possível observar nas radiografias a ação da dentina reacionária, confirmando assim o diagnostico de cárie ou pela diminuição do corno pulpar. Observações: Alguns dentes, tem o formato ovalado, sendo assim suas laterais podem se apresentar mais radiolucidas, podendo confundir com cáries. Em algumas radiografias, é possível observar uma radiopacidade próximo às restaurações, podendo ser materiais protetores de polpa. Cáries oclusais em fase inicial (a nível de esmalte) não irão aparecer em radiografias interproximais, porém pode ter esse diagnostico a partir do abaixamento do corno pulpar. Radiologia 19 TÉCNICA OCLUSAL Essa técnica pode ser utilizada para: Visualizar as arcadas superior e inferior e/ou parte destas arcadas. Em pacientes edêntulos, a fim de verificar a pesquisa de raízes residuais, dentes inclusos ou supranumerários. Áreas com grandes lesões e anomalias; Verificação de fraturas nas maxilas; Pesquisa de sialolitos no canal submandibular (vesículas, cálculos, pedras); Mensurações ortodônticas e Estudo de fendas palatinas. RADIOGRAFIAS QUE PODEM SER REALIZADAS COM ESSA TÉCNICA MAXILA MANDÍBULA Oclusão total Oclusão total Oclusão de incisivos Oclusão de caninos Oclusão parcial Oclusão de pré molares Oclusão de molares Região de sínfise Assoalho do seio maxilar Região do túber da maxila O feixe de raios X deve incidir sobre o longo eixo do filme perpendicular ao longo eixo do plano horizontal, o filme deve ser colocado no interior da cavidade bucal podendo restar de 3 a 5mm para fora. Pacientes destentados devem ocluir e segurar o filme com os polegares para radiografar a arcada superior e com os indicadores para radiografar a arcada inferior. Para a execução deve-se aumentar a distância em 20cm (totalizando 40cm) para que assim se utilize os feixes de raio X divergentes e não impressione o formato de meia lua no filme. Usar 1,5 segundos para irradiar áreas maiores, pois elas absorvem maior radiação. MAXILA REGIÃO ÂNGULO VERTICAL ÂNGULO HORIZONTAL ÁREA DE INCIDÊNCIA Total +65º 0º Glabela Incisivos +65º 0º Ápice Nasal Caninos +65º +45º Forame infraorbitário Pré-molares e Molares +65º +90º Forame infraorbitário Assoalho do seio Maxilar +65º a +80º 0º Forame infraorbitário Tuber da Maxila +65º a +80º +135º 3cm atrás da comissura palpebral externa MANDÍBULA Total -90º 0º Centro do assoalho bucal Parcial -90º 0º Corpo da mandíbula Região da Sínfise -55º 0º Região de sínfise Radiologia 20 ERROS DE TÉCNICA E PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO Existem uma série de erros que podem acontecer durante todo o processo para execução de técnicas radiográficas. Tecnicamente, uma radiografia perfeita, deve ter: O mínimo de distorção, para se parecer o máximo com a realidade; Ter um grau médio de densidade e contraste (nem muito e nem pouco); Apresentar o máximo de detalhes (bordas, estruturas, canais nutrientes, etc...); Ter a proporção correta de coroa/raiz, sendo 1/3 coroa para 2/3 de raiz. É necessário analisar somente o dente que se tem intenção de radiografar, pois, as bordas de um filme radiográfico têm angulações diferentes, sendo assim, não é possível ter uma boa interpretação dos dentes laterais ao proposto. Os possíveis erros podem ser: 1. Picote voltado para o lado errado (quando se radiografa os dentes devem estar voltados sempre para oclusal ou para incisal); 2. Face sensível voltada para o interior da cavidade (a face sensível – colorida – deve estar sempre voltada para o feixe de raio X); 3. Inclinação errada do feixe de raio X (a inclinação errada pode influenciar no resultado final, causando distorção da imagem, como sobreposição, encurtamento, alongamento...); 4. Foco errado da área de incidência (o foco errado do feixe de raio X pode gerar o efeito meia lua, após o processamento do filme); 5. Pouco/Muito tempo de exposição ao feixe de raio X (pouco tempo de exposição, pode resultar numa radiografia com baixa densidade – muito clara e muito tempo de exposição pode resultar numa radiografia com alta densidade – muito escura). Dica para saber se a radiografia tem boa densidade: observar se há divisão entre dentina e esmalte. 6. Pouco/Muito tempo de revelação da radiografia (pouco tempo de revelação, pode resultar numa radiografia com baixa densidade – muito clara e muito tempo de revelação pode resultar numa radiografia com alta densidade – muito escura). A radiografia deve SEMPRE ficar 10 minutos no revelador, pouco tempo no revelador ela ficará branco leitosa, o ideal é que ela fique brilhante! 7. Dupla exposição do filme ao feixe de raio X (a dupla exposição causará um efeito “fantasma” na radiografia, não podendo ser analisada); 8. Posicionamento perpendicular para anteriores e paralelo para posteriores (o correto é posicionar o filme paralelo ao plano sagital e paralelo ao longo do eixo do dente para dentes anteriores e perpendicular ao plano horizontal em dentes posteriores); 9. Radiografias amareladas devido excesso de fixador (excesso e fixador deixa a radiografia amarelada com o passar do tempo – o correto é lavar o filme radiográfico em água corrente de 10 a 20 minutos depois de sair do fixador); 10. Posicionamento errado do paciente (o posicionamento correto para radiografar maxilar é com o paciente olhando para os joelhos e o posicionamento correto para radiografar mandíbula é com o paciente com a cabeça levemente inclinada); Radiologia 21 11. A meia lua não deve ser confundida com dobramentos no filme (os dobramentos nos filmes são indicados quando há presença de riscos paralelos nos filmes após o processamento); 12. Arranhões nos filmes processados (é comum aparecer aranhões nos filmes processados, por isso, é necessário tomar cuidado com múltiplas colgaduras durante o processamento, excesso de colgaduras podem arranhar os filmes); 13. Pequenos pontos pretos no filme já processado (esses pontinhos pretos que aparecem nos filmes após o processamento, indicam que o filme pode estar fora do prazo de validade); 14. Diferentes densidades em uma mesma radiografia (uma radiografia pode apresentar diferentes densidade devido os níveis baixos de revelador e fixador nos tanques de processamento, por isso, devemos sempre atentar para os níveis das soluções); 15. Velamento parcial do filme radiográfico (é necessário sempre estar atento na caixa portátil de revelação – os movimentos de abrir e fechar a tampa da caixa pode fazer com que a borracha de vedação afrouxe os parafusos causando o velamento parcial dos filmes); 16. Piercing, próteses e óculos (é necessário sempre pedir para que os pacientes retirem esses adereços, pois podem aparecer na radiografia dificultando a interpretação da mesma); 17. Manchas claras, parecidas com gotas (respingar água e fixador no filme radiográfico antes do mesmo ser emergido no revelador pode causar manchas indesejadas); 18. Imagens indesejadas parecidas com raízes de plantas (descargas eletrostáticas podem aparecer na radiografia processada, quando isso acontecer a técnica deve ser repetida); 19. Marcas de digitais (ao manipular uma radiografia devemos sempre estar atentos e segurar nos bordos da radiografia, para que as digitais não fiquem marcadas); EFEITOS BIOLÓGICOS DO RAIO X Quando um indivíduo é exposto à radiação X, ocorrerá uma absorção destes raios em seu organismo, isso fará com que seja produzido ionização das células, e consequentemente a desestabilização dos átomos. Teremos então a produção de substâncias que irão gerar efeitos biológicos (somáticos e genéticos). Inicialmente, a radiação quebrará a molécula de água e os átomos irão interagir com os radicais livres, gerando substâncias tóxicas modificando assim a síntese de metabolismo, resultando em DNA defeituosos. Os efeitos produzidos serão somáticos ou a radiação poderá interagir diretamente com o DNA produzindo efeitos genéticos. Radiologia 22 ESTÁGIOS 1. Físico – absorção da energia – excitação e ionização. 2. Físico/Químico – efeito direto - lesão de estruturas do DNA - efeito indireto – radiólise da água, liberação de radicais livres, recombinação da molécula de água. 3. Lesões bioquímicas e metabólicas – produzindo efeitos biológicos (mal funcionamento dos tecidos) somáticos e alterações genéticas. “A radiossensibilidade celular é diretamente proporcional à atividade mitótica e inversamente proporcional ao grau de diferenciação.” ORGÃOS / TECIDOS / CÉLULAS MAIS SENSÍVEIS Células indiferenciadas; Tecidos e órgãos mais jovens; Atividade metabólica intensa; Taxa de proliferação e crescimento celular. OBS.: Linfócitos são as células mais sensíveis, serão mais lesionadas. OBS.: Células nervosas são as células menos sensíveis, menos lesionadas. FATORES RELACIONADOS À RADIOSSENSIBILIDADE 1. Atividade mitótica; 2. Grau de diferenciação celular; 3. Metabolismo celular (quando há presença de oxigênio, a radiossensibilidade triplica); 4. Vasculariação (hiperoxigenação, haverá liberação de radicais oxidantes, e tornando mais radio sensível); 5. Vizinhança (tecidos necrosados introduzem células na circulação gerando a toxicidade à distância, por migração destas células). AÇÃO DOS RADICAIS IONIZANTES NAS CÉLULAS - Alterações morfológicas: Vacuolização e coloração atípica; Picnose (mudança da cromatina); - Alterações da fisiologia celular: Diminuição ou paralização da movimentação celular; Alteração do crescimento celular; Ausência de enzimas e catalisadores celulares; Acúmulo de produtos intermediários; Ausência de produtos finais. Radiologia 23 - Alterações na permeabilidade celular: Queda do potencial elétrico devido à perda de potássio na circulação. - Produção de DNA defeituosos – anomalias cromossômicas. - Desintegração de mitocôndrias e Aparelho de Golgi, fazendo com que a célula entre em colapso até sua morte. CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS EM RELAÇÃO À RADIAÇÃO Radiosensíveis – vida curta e divisão regular. Radiorreativas – vida variável e divisão irregular. Radiorresistentes – vida longa e células sem divisão celular. EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO Efeitos biológicos estocásticos – É quando há o acúmulo de radiação com resposta à longo prazo. São efeitos em que a probabilidade de ocorrência é proporcional à dose de radiação recebida, sem a existência de limiar. Isto significa, que doses pequenas, abaixo dos limites estabelecidos por normas e recomendações de radioproteção, podem induzir tais efeitos. Efeitos biológicos determinísticos - São efeitos causados por irradiação total ou localizada de um tecido, causando um grau de morte celular não compensado pela reposição ou reparo, com prejuízos detectáveis no funcionamento do tecido ou órgão. Existe um limiar de dose, abaixo do qual a perda de células é insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de um modo detectável. EFEITOS SOMÁTICOS Quanto maior o aumento da dose de radiação, maiores serão os efeitos somáticos. Existe um padrão de dose máxima permitida. Em odontologia é importante saber sobre a Dose Gonodal que corresponde a 1/1000 da dose pele. Ou seja, 1/1000 é a radiação que chegará até os aparelhos reprodutores. O ritmo de aplicação é outro fator que influência em efeitos somáticos. Quanto maior o ritmo de aplicação, maiores serão os efeitos da radiação. Doses fracionadas são menos letais que doses totais. Exposições agudas, são grandes doses aplicadas num curto espaço de tempo (ex.: acidente nuclear). Exposições crônicas, são pequenas doses aplicadas num curto espaço de tempo (ex.: radioterapia). Radiologia 24 O tamanho da área irradiada também é um fator importante. Uma quantidade alta de radiação localizada provocará uma queimadura e essa mesma quantidade de radiação aplicada, porém distribuída por todo corpo, é uma dose fatal, levando a morte do indivíduo. A radiação alfa é 10 vezes mais ionizante que os raios X. A idade do indivíduo – indivíduos mais jovens são mais sensíveis. Conformação do tecido irradiado, composição de células. PERÍODO DE LATÊNCIA É o tempo desde a exposição da pessoa aos raios X até o momento em que há manifestações clínicas. Essas manifestações podem ser: 1. Manifestações em 30 dias – moléstias agudas. Forma aguda grave – grande dose de radiação no corpo todo (acidentes nucleares). Podendo causar síndromes: Síndrome Hematopoiética – morte em até 8 semanas. Síndrome Gastrointestinal – morte em até 15 dias. Síndrome do Sistema Nervoso Central – morte em até 2 ou 3 dias. Forma aguda frusta – exposição aguda delimitada ao corpo. Radioterapia – podendo o indivíduo apresentar queimaduras na pele o que produz uma inflamação da derme por radiação. Dose de castração – é a dose que afeta os aparelhos reprodutores. Essa dose deve ser maior e localizada em homens devido à localização dos testículos. Em mulheres a dose é menor e pode ser por radiação secundária. 2. Manifestações em até 30 anos – moléstias crônicas. Forma de exposição crônica, onde pequenas radiações penetram o corpo todo por um longo período. Podendo acometer pessoas que tem contato com fontes naturais de radiação, maquinas de bronzeamento, fall out. Radiação por porções limitadas no corpo, ou seja, pequenas exposições crônicas e repetidas. Radiodermite Grau I – eritema e vasodilatação local. Radiodermite Grau II – epidermite, destruição de células com presença de bolhas e vermelhidão. Radiodermite Grau III – lesões mais profundas que atingem a derme com necrose e ulceração da pele, onde evolui para cicatriz fibrosa. Radiodermite profissional – é necessário várias doses no profissional durante sua carreira para manifestações clínicas como: atrofia da pele, unhas friáveis e quebradiças, cutículas ulceradas e diminuição em aproximadamente 5 anos de sobrevivência. Radiologia 25 IRRADIAÇÃO DO EMBRIÃO E DO FETO EM DESENVOLVIMENTO A radiação excessiva em mulheres grávidas pode causar: Alterações no desenvolvimento dos fetos ou embriões; Mutações somáticas e genéticas nesse embrião, como a deformação de 1 orgão Lesões no sistema nervoso central do feto; Possíveis manifestações neoplásicas pós-natal. Na 1ª e 2ª semana, mediante a quantidade da dose de radiação, pode levar ao óbito pré natal. Na 2ª a 7ª semana de gestação, o feto pode desenvolver anomalias no seu desenvolvimento, pois está em intensa atividade mitótica, sendo mais sensível a radiação. Um embrião que absorve radiação superior a 1Rem, pode desenvolver microcefalia, retardo mental, crescer pequeno demais, ter catarata, má formação genital e/ou microftalmia. OBS.: *O cérebro do embrião tem o período mais sensível que vai de 8 a 15 semanas de fecundação, radiação exercida nesse tempo causará retardo grave. EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO Pessoas que foram expostas em tratamentos como radioterapia sofrem uma série de alterações celulares, sofrem uma série de reações, tais como: Mucosite – inflamação da mucosa com vermelhidão. Necrose de algumas células na 2ª semana após a exposição e ulcerações, escamações da mucosa com exposição de tecido conjuntivo. Final – dificuldade de alimentar, desconforto e dor. Recuperação - + ou – 2 meses (ou anos), onde essa mucosa tende a ficar atrófica, fina e relativamente avascular. Diminuindo a quantidade de vasos, diminuindo a chegada de células de defesa e tendo como consequência a obliteração dos vasos. Papilas gustativas – acontece a perda de 1000 a 10000 vezes a sensação do paladar por 2 ou 3 semanas (reversível). Ocorre também alterações salivares com a diminuição do fluxo salivar. Recuperação – 60 a 120 dias após o tratamento radioterápico. Glândulas salivares – ocorrerá o processo de hiposalivação progressiva, dependendo das doses de radiação que forem aplicadas. Xerostomia, redução parcial ou total da formação de saliva e dor. O pH da saliva vai para 5,5 causando descalcificação do esmalte dentinário e reduzindo em 44% sua capacidade tampão. Com a diminuição da ação da saliva, aumenta o número de bactérias, favorecendo até mesmo o surgimento de cáries e cândida albicans. Recuperação – de 6 a 12 semanas quando as glândulas salivares são poupadas. Radiologia 26 Cárie rampante – seu surgimento é dado pelo mal funcionamento das glândulas salivares, onde tem-se a diminuição do fluxo salivar, redução do pH da cavidade bucal, aumento da viscosidade salivar e diminuição da ação detergente. Características – lesões superficiais e extensas – atingindo as faces vestibular, oclusal, incisal e lingual. Há o envolvimento parcial de cemento e dentina, aparentemente com pigmentação escura e desgaste de bordos incisais. Tratamento – aplicação tópica de fluoreto de sódio a 1% por 5 minutos em moldeira individual. Dentes – os dentes são afetados quanto à quantidade de radiação. Grave retardo no desenvolvimento de dentes ou por condições generalizadas. A radiação pode até mesmo destruir o germe caso a radiação aconteça antes do processo de calcificação do mesmo. Após a calcificação poderá afetar a má formação do mesmo. OBS.: o mecanismo de erupção é radioressitente. Ossos – nos ossos acontecerá a destruição de osteoblastos e em menor grau osteoclastos. Haverá a substituição de medula óssea por tecido medular adiposo e ou tecido conjuntivo fibroso, tornando-se hipovascular, hipóxico e hipocelular. A formação de necrose (osteoradionecrose) será consequência da diminuição da atividade celular. Sendo assim o tecido ósseo também estará sujeito a infecções devido a perda de vascularização. Ácidos nucléicos – haverá a quebra de uma ou de ambas as fitas de DNA, acarretando na perda ou mudança da base do DNA. Com isso, o DNA sofrerá efeitos biológicos, gerando a mutação do DNA. OBSERVAÇÃO.: É necessário que o cirurgião dentista fique ATENTO e evite realizar radiografias 6 meses após o tratamento para a recuperação da mucosa do paciente e deve AGUARDAR 5 anos para a realização de cirurgias, pois a reparação óssea estará comprometida. Conclui-se então que as radiações são ionizantes, toda dose é eficaz para produzir alterações químicas nas células e que as ações mutogênicas das radiações são cumulativas, independente do ritmo de aplicação. HIGIENE E PROTEÇÃO É necessário seguir algumas normas e padrões para a proteção quando o assunto está relacionado ao uso de raio X em pacientes: 1. Realizar a calibração periódica do aparelho; 2. Filtração e colimação do aparelho; 3. Utilização de filmes ultra rápidos para um menor tempo de exposição do paciente 4. Utilização de avental de chumbo e protetor de tireóide como previsto por LEI. Radiologia 27 Para profissionais da área, é necessário que: 1. NUNCA fiquem em direção ao feixe de raio X e nem atrás do cabeçote do aparelho. 2. Não segurar o filme da boca do paciente e nem segurar o cabeçote do aparelho. 3. Posicionar-se a pelo menos 1,80m de distância ou entre 90º e 135º em relação ao feixe útil de raio X. 2ª PROVA MÉTODOS RADIOGRÁFICOS DE LOCALIZAÇÃO Radiografia é uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional, por isso é necessário eliminar ao máximo os possíveis erros que possam atrapalhar durante um diagnóstico. MÉTODO DE CLARK Baseado no princípio do PARALAXE (usado em astronomia), conhecido também como deslizamento. Usa-se determinada inclinação para que NÃO haja nenhuma sobreposição. Se o observador se desloca para qualquer lado: a) O objeto mais próximo se desloca para o lado contrário ao do observador. b) O objeto mais distante se desloca para o mesmo lado do observador. INDICAÇÃO – Tratamentos endodônticos (1), localização de anomalias e processos patológicos em evolução, fraturas dentárias (2), presença de corpos estranhos e dentes retidos (3). (1) É realizada modificação no ângulo horizontal para que se possa visualizar de maneira melhor canais de dentes biradiculares sobrepostos ou de dentes triradiculares. (2) Todas as vezes que incidirmos o feixe de raio X sobre a fratura, ela apresentará uma linha radiolúcida. Caso a incidência esteja errada, a fratura e apresentará na forma de um anel. (3) Dentes retidos (que não tem força eruptiva), desimpactados (aqueles os quais existem barreiras que impedem a erupção), podem produzir alterações em raízes de dentes já erucpionados e pelo método de clark é possível saber qual a proximidade deste dente com a raiz do dente erupcionado. Por exemplo, para que não haja erro na instrumentação de ápice radicular durante o tratamento endodôntico, é necessário realizar radiografias com incidência: ORTORRADIAL, MESIORRADIAL E DISTOMESIAL. Sendo possível assim, descobrir para qual lado está inclinado os ápices radiculares. Radiologia 28 MÉTODO DE MILLER WINTER OU TÉCNICA DO ÂNGULO RETO É indicado para a localização de dentes inclusos, corpos estranhos e processos patológicos em mandíbula. A técnica consiste em: uma radiografia periapical e uma radiografia oclusal (com filme periapical) cujas incidências são perpendiculares entre si, daí o nome técnica do ângulo reto. Na periapical o ideal é que a faça com a técnica do paralelismo, já na oclusal o paciente morde levemente a película e inclina a cabeça para trás. Vantagem: dependendo da posição do elemento a ser radiografado esta técnica permite boa visualização. Desvantagens: São necessárias duas radiografias; pacientes com náuseas, trismo, hiperativo, podem sentir incômodo. MÉTODO DE DONAVAN Quando a técnica de Miller & Winter não registra inteiramente o terceiro molar incluso. Geralmente quando estão na horizontal ou inclinas fica difícil, pois o ramo da mandíbula dificulta o posicionamento do filme para a radiografia oclusal. Esta técnica é indicada sempre que a radiografia oclusal da técnica Miller & Winter não mostrar, inteiramente, as raízes do 3° molar inferior. A técnica consiste em: posicionar o filme inclinado sobre o ramo da mandíbula; pedir ao paciente para segurar o filme com o dedo indicador do lado oposto na região mésio-oclusal do 2° molar; o paciente inclina a cabeça para trás e para o lado Radiologia 29 oposto; a incidência do feixe deve ser no sentido ângulo da mandíbula-ápice do nariz. Tempo de exposição de 1 segundo. Vantagens: utilização de uma película apenas, praticidade da técnica. Desvantagens: paciente impossibilitado de usar as mãos, com trismo, com náusea. MÉTODO DE PARMA Esta técnica é indicada para mandíbula quando a radiografia periapical convencional não registra inteiramente o terceiro molar inferior incluso. A técnica consiste em: inclinar o filme deixando a sua borda disto-inferior próxima ao assoalho bucal (se causar desconforto pode dobrar essa borda para lingual). MÉTODO TEMPORO – TUBEROSIDADE DE MATALDI Indica-se este método para 3º molar superiores retidos, porção posterior do assoalho nasal e região do túber da maxila. Técnica: Posição do paciente – igual à bissetriz para maxila. Posição do filme – longo eixo do filme paralelo ao longo do 2º molar superior, bordo medial do filme na face mesial e na altura do bordo oclusal do 2º molar superior. Ângulo vertical – 40º a 45º Ângulo horizontal – 100º a 110º Incidência – intercessão do plano bipupilar com o bordo anterior da orelha. MÉTODO DE LE MASTER Indica-se esse método a fim de eliminar a sobreposição do processo zigomático da maxila nos dentes molares. Técnica: colocação de um rolete de algodão afim de obter o paralelismo entre o filme e o dente com a diminuição do ângulo vertical. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS COM EMPREGO DE CONTRASTE Injeção de contraste Uso de cones de guta percha para localização do trajeto de fistulas, bolsas periodontais, etc... Sialografia é um meio complementar de diagnóstico minimamente invasivo que consiste na introdução de um produto de contraste pelo canal das glândulas parótida ou submandibular e na realização de uma série de radiografias da glândula salivar a ser estudada. Radiologia 30 *REMOÇÃO DE RAIZES RESIDUAIS – são indicadas quando há um alo radiolúcido circundando a raiz ou quando for realizado um implante dentário na região. *REMOÇÃO DO 3º MOLAR – são indicados quando há um espessamento do saco pericoronário ou quando o terceiro molar está próximo demais da raiz do segundo molar. *REMOÇÃO DE DENTES SUPRANUMERÁRIOS – deve ser avaliada pela idade do paciente, formação dentária e danos aos dentes adjacentes, possibilidade de intervenção precoce no tratamento ortodôntico e também avaliação das possíveis implicações clínicas. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS EXTRABUCAIS Indicação: Explorações amplas; Trismos (realiza-se extrabucais com finalidade de averiguar o motivo de restrição da movimentação da mandíbula); Paciente com reflexo de náuseas e intolerância a filmes intrabucais; Politraumatismos e Lesões multifaciais. Técnica: Distância da área focal – objeto/filme – 60 a 90 cm; Quilovoltagem – 90 Kvp Miliamperagem – 10 a 20 mA Tempo de exposição – até 3 segundos. É necessário écrans para realização de radiografias extrabucais, pois a área radiografada é maior e absorve mais radiação. O écrans tem como finalidade intensificar o efeito dos raios X. Incidências: AP – antero posterior PA – póstero anterior IS – ínfero superior SI – supero inferior LL – latero lateral Classificação de radiografias extrabucais: Laterais: Mandíbula – corpo, ramo e ângulo Cabeça – tecidos moles e tecidos duros Cefalométricas – telerradiografias (usadas em ortodontia) Postero – anterior: PA de mandíbula PA de seio maxilar (radiografar me pé, para ver a quantidade de líquido no seio) PA de seio frontal (radiografar me pé, para ver a quantidade de líquido no seio) Radiologia 31 Axiais (IS) – base de crânio Tomografias computadorizada – possui desvantagens por serem de alto custo, onde existe uma dificuldade em adquirir o equipamento, emitem maior dose de radiação e materiais metálicos produzem artefatos. A imagem é formada a partir de vários cortes (conforme a programação do tomógrafo). As tomografias tem uma margem de erro de 0,81% se comparadas às peças anatômicas reais. Panorâmicas Ressonância magnética Imagens 3D – têm maior nitidez, possuem menores erros, são documentações digitais, mais fáceis de serem armazenadas onde é possível realizar uma análise fidedigna e minuciosa de toda a arcada. TOMOGRAFICA COMPUTADORIZADA – CONE BEAM Normalmente formam imagens 2D. São bastante usadas na odontologia e é conhecida por esse nome pois seu feixe de raio X tem formato cônico. Imagens 3D são formadas a partir de tomógrafos rotacionais, por isso é usada em áreas menores – pouca distorção. FOV – é o campo de visão, é a dimensão do cone, que pode ser de 8x8 ou 5x5, dependendo da área a ser tomografada, é mudada a programação do FOV. Possui qualidade melhor que a tomografia médica, pois é possível perceber com maior clareza áreas delicadas, como dentina/esmalte. O aparelho CONE BEAM é mais compacto e permite executar a tomografia com menor tempo de exposição, incidindo assim menor dose de radiação. Além disso, é possível fazer imagem somente das áreas de interesse. É muito utilizado na implantodontia, para: Realizar planejamento e avaliação da área a se realizar a implantodontia; Avaliar a quantidade de osso disponível; Avaliar possíveis áreas doadoras para enxerto ósseo; Realizar a localização de estruturas anatômicas nobres (ex.: canal mandibular); Auxiliar na escolha do posicionamento do implante. Utiliza-se também para análise de lesões patológicas, para: Detectar fraturas; Observar a relação das lesões com estruturas vitais; Analisar o posicionamento de dentes inclusos e supranumerários. Em cirurgias, para: Diagnósticos para pré e pós operatórios; Cirurgias ortognáticas (mudanças ósseas muito invasivas); Acompanhamento trans cirúrgico; Permite visualizar simulações (rotações); Permite inclusive visualizar possíveis resultados de tratamentos ortodônticos. Tomografias usa HIPODENSO e HIPERDENSO. Radiologia 32 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA É realizada com finalidade de: Análise de glândulas e ATP – porque o tecido mole é formado a partir de estruturas com baixo número atômico, mais sensíveis a radiofrequência. É possível visualizar de forma melhor os tecidos moles; Não libera radiação ionizante, a ressonância trabalha com prótons em movimento, trabalha com a radio frequência. Então, os prótons que antes estavam desorganizados (em nível baixo) irão entrar em contato com o campo magnético e se alinharão girando no mesmo eixo (passando para um nível alto), isso é chamado de PROCESSÃO, o qual resulta uma força. RADIOGRAFIA PANORÂMICA (360º) Com a radiografia panorâmica é possível visualizar o terço médio e o terço inferior da face, a execução dessas radiografias existem vantagens e desvantagens: VANTAGENS Ampla visibilidade de ossos faciais e dentes; Baixa dose de radiação ao paciente; Execução em pacientes com trismo – não abrem a boca; Exploração de áreas maiores, detectadas pelas radiografias intrabucais; Relação entre dentes decíduos e dentes permanentes. DESVANTAGENS Não apresenta detalhes de estruturas anatômicas (como cáries menores); Há superposição de faces proximais de pré molares. Há sobreposição da coluna vertical por se tratar de uma imagem de 360º PRINCÍPIOS DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA A radiografia panorâmica é realizada através de um aparelho específico que realiza uma técnica cinemática com movimentos elípticos ao redor do paciente, onde o tubo de radio X faz o movimento CONTRÁRIO ao filme. O FULCRO ou camada de imagem é onde será formada a imagem, tudo que estiver à frente do fulcro, aparecerá sem nitidez, afinado e alongado e tudo que estiver atrás do fulcro, aparecerá sem nitidez, achatado e borrado. POSICIONAMENTO DO PACIENTE NA PANORÂMICA - O paciente deve estar ocluindo em topo a topo (protrusão) e o plano sagital mediano deve estar perpendicular ao plano horizontal (PLANO DE FRANKFURT), além disso o paciente deve estar dentro do fulcro de raio X, com a coluna vertebral reta e a língua no palato, para obter-se maiores detalhes. Radiologia 33 APARELHOS DE RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS Existem: Aparelhos analógicos que utilizam filmes extrabucais. Aparelhos digitais que utilizam sensores. Esses aparelhos são bastante complexos e podem fazer: Imagens panorâmicas normais; Imagens frontal e lateral da ATM; Incidências tomográficas do seio maxilar; Incidências transversais de maxila e mandíbula. ERROS DE TÉCNICA PANORÂMICA Posicionamento à FRENTE do fulcro: Dentes sem detalhe, sem nitidez, alongados, afinados; Imagem excessiva da coluna vertebral; Excesso de imagens fantasmas na mandíbula. Posicionamento ATRÁS do fulcro: Dente sem detalhe, sem nitidez, achatados, borrados; Coluna superposta ao ramo da mandíbula; Sobreposição de pré molares. Posicionamento da LINGUA: Língua relaxada apresenta uma imagem radiolúcida no ápice dos incisivos superiores. Posicionamento em OCLUSÃO: Incisivos pouco nítidos, com sobreposição aos inferiores, com poucos detalhes. Posicionamento da CABEÇA do paciente: Se a cabeça do paciente ficar voltada para a direita ou para esquerda, apresentará uma parte aumentada (dentro do fulcro) e outra parte diminuída (fora do fulcro). Cabeça inclinada para baixo gera acentuação da linha do sorriso, com ramos convergentes e inclinados para mesial, com sobreposição do osso hióide a região anterior da mandíbula. (Porém obtêm-se imagem mais fidedigna da maxila) Cabeça inclinada para cima gera linha do sorriso invertida, com ramos bastante separado e divergentes, haverá sobreposição do palado duro sobre o ápice dos dentes superiores. (Porém, obtêm-se imagem mais fidedigna da mandíbula) Posicionamento da COLUNA do paciente: Caso o paciente fique com a coluna curva, haverá sobreposição da coluna vertebral na linha media do paciente, ou seja, no meio da radiografia. Radiologia 34 ROTEIRO DE INTERPRETAÇÃO Analisar primeiramente os dentes; Analisar o terço médio da radiografia; Analisar o corpo da mandíbula; Por fim, analisar o ramo da mandíbula. PANORÂMICA EM IMPLANTODONTIA A panorâmica possui porcentagens de distorção, sendo assim, é preciso atentar para distorção no ângulo vertical e no ângulo horizontal: Distorção no ângulo vertical – de 10 a 32% de ampliação – depende da fonte do raio X com o foco, o grau de distorção é determinado pela distância do arco do paciente ao filme. Distorção no ângulo horizontal – de 50 a70% de ampliação – é afetado pelo centro de rotação do raio X com o foco. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA 1. 92% das lesões irão aparecer radiolúcidas (exceto doença periodontal) 85% dessas lesões são periapicais. 2. 7% das lesões irão aparecer radiopacas (produzem mineralizações) Radiopacas ou iniciarão de lesões radiolúcidas, depois sofrem maturação 3. 1% das lesões irão aparecer mistas, sendo mista no início ou radiolúcidas/radiopacas e posteriormente mistas. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Aspecto radiográfico – diversidade em imagens radiográficas, não existe padrão. Localização – substituição tecidual, cistos no seio maxilar ou invasão de tecidos adjacentes. Imagem bidimensional – as regiões radiografadas são tridimensionais porém aparecem bidimensionais. Na imagem a lesão pode se apresentar de formas diferentes devido a angulação da incidência. CONHECIMENTOS PARA INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA 1. Conhecimento e domínio de técnicas intra e extrabucais – incidências e localizações. 2. Conhecimento de anatomia radiográfica – anatomia normal e variações. 3. Conhecimento de patologia radiográfica – comportamento das lesões e suas respectivas imagens radiográficas. Radiologia 35 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA Visualização total da região a ser interpretada e com melhor incidência. Visualização dos limites da região suspeita e dos tecidos ósseos normais adjacentes. Conhecimento da anatomia, suas variações e patologias com suas respectivas imagens radiográficas. Levantamento radiográfico de maxila e mandíbula mesmo sem suspeita clínica. Geralmente lesões são encontradas em exames de rotina, por isso, se faz necessário radiografar dentados e edêntulos. RADIOGRAFIA TECNICAMENTE PERFEITA 1. Deve ter o mínimo de distorção; 2. Deve ter um grau médio de densidade e contraste; 3. Deve ter o máximo possível de detalhes. ANÁLISE RADIOGRÁFICA É necessário ter o negatoscópio com luz branca difusa e com a mesma intensidade. Ter neostato. O ambiente deve estar escurecido para melhor análise e ter máscaras para iluminação excedente. Ter uma lupa com aumento de 2 a 4 vezes. Ao realizar a montagem de radiografias no arquivo é necessário ter: nome, idade e data. É de extrema importância a data pois as radiografias são realizadas num momento estático, por isso é necessário datar para futuras possíveis comparações. SEQUÊNCIA PARA ANÁLISE DE RADIOGRAFIAS 1. DENTE – observar se há anomalias de número, forma, desenvolvimento, crescimento (erupção) e desenvolvimento de estruturas. 2. COROA DENTÁRIA – observar se há interrupção da solução de continuidade da superfície da coroa, principalmente por cáries, abrasão, erosão, fraturas, defeitos no esmalte e cúspides adicionais. 3. RAIZ DENTÁRIA - observar se há reabsorção radicular externa, número de raízes, hipercementose (depósito excessivo de cemento sobre a raiz), dilaceração e dentinogênese imperfeita. 4. CAVIDADE PULPAR, CÂMARA PULPAR E CANASAL RADICULAR – observar se há reabsorção interna às estruturas, calcificações e obliterações. 5. CORTICAL ALVEOLAR – observar se há espessamento da lâmina dura, destruição cortical, causas locais e doenças sistêmicas. 6. ESPAÇO DO LIGAMENTO PERIODONTAL – observar se há pericementite (aumento do espaço do ligamento periodontal) ou se há redução do espaço do ligamento, litíase (formação de cálculo). Radiologia 36 PRINCÍPIOS QUE AUXILIAM NA INTERPRETAÇÃO IDADE Infância: querubismo (doença genética que ocasiona anomalias faciais pelo crescimento ósseo anormal), osteoporose, osteomielite com periostite proliferente. Idade adulta: cistos. – 20 anos (cistos traumáticos, ameloblastomas, odontomas, cementomas, mielona múltiplo. – acima de 40 anos (tumores). SEXO Homens – ameloblastoma, mieloma, sarcoma osteogênica. Mulher – cementoma, adenoameloblastoma. LOCALIZAÇÃO DA LESÃO Maxila e mandíbula Mandíbula: ameloblastoma, cistos traumáticos. Região de 3ºMI – cisto dentígeno, tumor odontogênico, queratocístico. Região de Incisivos da mandíbula – displasia cemento óssea periapical. TAMANHO E DURAÇÃO DA LESÃO Cisto – crescimento muito lento sendo possível ser contido por barreira óssea do organismo. Granuloma periapical – geralmente ultrapassa de 10mm. Tumores – muito crescimento, sendo os benignos com maior duração. EXPANSÃO DA CORTICAL ÓSSEA SEM DESTRUIÇÃO Lesão de crescimento muito lento – CISTO. EXPANSÃO DA CORTICAL ÓSSEA COM DESTRUIÇÃO Lesão de crescimento muito rápido – PROCESSO INFLA. OU CÂNCER. BORDO DA LESÃO Limites precisos – evolução lenta - cistos e tumor benigno. Bordas difusas – evolução rápida, destruição parcial de tecido ósseo – processos inflamatórios e tumores malignos. As lesões podem: - Ter tamanhos variados; - Podem produzir deslocamento dental; - Podem produzir reabsorção; - Podem produzir expansão cortical. Radiologia 37 As lesões podem se caracterizar por serem: Lesões uniloculares – lesões com apenas 1 compartimento (parece uma bolha). Lesões multiloculares – lesões com mais de um compartimento (várias bolhas). Lesões difusas – lesão que não tem a borda definida, apresenta-se espalhando. Lesões centrais – lesões centrais aos ossos. Lesões periféricas – lesões na periferia óssea. Lesões bem denfinidas – lesões nítidas e bem definidas, que não estão espalhando. Lesões corticalizadas – lesões que estão envoltas por um trabéculo ósseo. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DAS ALTERAÇÕES E LESÕES DO ORGÃO DENTÁRIO – PORÇÃO CORONÁRIA E PORÇÃO RADICULAR PORÇÃO CORONÁRIA Fraturas coronárias – linhas radiolúcidas escuras Desgastes incisais e oclusais Erosão – perda idiopática dos tecidos duros (ameias / interproximais) ao longo da margem gengival por ação de substâncias ácidas, frutas cítricas, refrigerantes.. Abfração – perda de tecidos duros na área cervical por tensão ou forças compressivas pelo estresse oclusal, podendo lascar a face das VIPS. Abrasão – lesão por ação mecânica, como escovação, grampo de próteses, hábitos – morder palito, caximbo, caneta, unha... Atrição – lesão na face oclusal e incisal, por hábitos mastigatórios. É um desgaste fisiológico e pode estar localizado em um dente ou em todos os dentes, como por exemplo bruxismo, que acomete dentes anteriores e caninos. Imagens radiolúcidas no esmalte – cáries proximais, oclusais, vestibulares, palatinas, linguais e cementárias. Mineralização da dentina – dentina secundária, reacional e/ou reparadora. Apresentando diferentes tons de radiopacidade. Nódulo pulpar – pulpólito – perda de polpa – radiopacidade arredondada ou ovalada dentro da câmara pulpar ou conduto radicular (pode ser um problema se houver necessidade de tratamento endodôntico). Radiologia 38 PORÇÃO RADICULAR Reabsorções radiculares – lesões que podem ser de origem fisiológica e/ou patológica. Reabsorção radicular INTERNA – lesão idiopática, fratura espontânea. É interna a parede dos condutos, podendo deixar o dente friável devido a perda de tecido na parede (parede fina demais). Reabsorção radicular EXTERNA – lesão geralmente apical, devido à traumas, reimplantes dentais, tratamentos ortodônticos, neoplasias, odontomas (formação de vários dentes), ameloblastoma, dentes inclusos e impactados. Essa lesão acomete de fora para dentro. Fraturas radiculares – as fraturas ou lesões podem ser longitudinais, transversais ou obliquas. Sendo as oblíquas as piores lesões. Trepanações ou perfurações – essas lesões ocorrem quando a lima de tratamentos endodônticos ultrapassa o conduto radicular, criando um conduto artificial. Hipercementose – são lesões apicais caracterizadas pelo espessamento do cemento. Doença de Paget (gigantismo, acromeglia, trauma oclusal e hipercementose). OBS1.: Se durante uma técnica radiográfica, um trauma radicular aparecer em formato de anel, a incidência foi realizada de forma errada. A incidência foi realizada fora do TRAÇO DA FRATURA, deve-se então mudar a angulação vertical e horizontal, além de realizar as incidências orto, mesio e distorradial. OBS2.: Em laudos de radiologia, deve-se descrever da seguinte forma: Tratamento endodôntico com extravasamento de material obturador. Tratamento endodôntico com material obturados insuficiente. Dente “tal” com tratamento endodôntico. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DAS ANOMALIAS DENTÁRIAS E MAXILARES Anomalia é um distúrbio de crescimento ou desenvolvimento de um determinado órgão, podendo ser moderado ou severo e de origem hereditária ou sistêmica. Agenesia é a ausência total de um órgão na cavidade bucal. Aplasia é o desenvolvimento insuficiente sem condições de funcionamento. Hipoplasia é o órgão que tem condições precárias pelo desenvolvimento insuficiente. Ectópia é o crescimento normal de um órgão em um local diferente do habitual. Heterotopia ? Heteroplasia ? Radiologia 39 ALTERAÇÕES NA FORMA Macrodontia – pode ser verdadeira, quando há o gigantismo hiposisário (dentes maiores) e pode ser falsa, quando na verdade os maxilares são pequenos. Microdontia – poder ser verdadeira, quando há o nanismo hipofisário (dentes menores) e poder ser falsa, quando na verdade os maxilares são maiores. Ex.: Lateral conóide. Pérola de Esmalte – são calcificações de esmalte na região radicular do dente em formato de pérolas. Geminação – é quando os germes dentinários passam por uma TENTATIVA de divisão, sendo assim, o dente apresentará 2 coroas e um conduto radicular. É necessário contar pra saber se é fusão ou geminação. Fusão – é quando os germes dentinários passam por uma TENTATIVA de união/fusão, sendo assim, o dente apresentará a coroa com 2 condutos radiculares. É necessário contar pra saber se é fusão ou geminação. Dens in dente / Dens invaginatus – é a invaginação do esmalte em direção a câmara pulpar, sendo assim, esses dentes apresentam uma linha radiopaca no interior da câmara e geralmente tem raízes mais curtas. Se necessário a execução de um tratamento endodôntico, essa invaginação pode ser um empecilho. Hipoplasia de esmalte (geralmente acomete 1 ou 2 dentes) – é o desenvolvimento incompleto ou defeituoso do esmalte em determinada fase de formação dental, podendo acometer decíduos e permanentes, sendo o dente afetado em partes ou por inteiro. Ex.: Fluorose. Amelogênese imperfeita – (generalizado) hipoplasia de esmalte hereditário, aplasia e calcificação. Pequenos defeitos ou até a completa ausência de esmalte. Caso a hipoplasia seja hereditária, afeta todos os dentes e suas coroas por inteiro. Nesses casos há maior chance de cárie, devido a dentina ser menos mineral. Dentinogênse imperfeita – é a formação imperfeita de dentina, chamada também de dentina opalescente, apresentando raízes curtas e cônicas. A dentina não oferece suporte para o esmalte que destaca-se com facilidade dos dentes (lascas). A dentina apresenta-se mais radiolúcida por não ser muito mineralizada. Dentes de Hutchinson – anomalia congênita hipoplásica, que apresenta incisivos em forma de chave de fenda e molares em forma de amora. Podem estar associada com sífilis congênita, para isso o paciente deve apresentar além das anomalias dentárias: alterações inflamatórias nos olhos e ouvidos e sífilis. Radiologia 40 Dilaceração – é a alteração/modificação em coroa ou raiz, onde o dente ou raiz apresenta angulações ou curvaturas bruscas de direção. Tortuosos. Taurodontismo – é o aumento da câmara pulpar estendendo-se até a área da raiz. Seu formato parece com a cabeça de um touro. ALTERAÇÃO DE NÚMERO Anodontia – é a falta de um dente por perda (fato conhecido). Agenesia – é a falta de um dente que não foi formado. Displasia ectodérmica – é hereditária, onde, no processo de formação dos dentes haverá a formação displásica no folheto germinativo. Apresenta também ausência de glândulas sudoríparas, pele seca, fina e lisa, alopecia (menor quantidade de pelos), além de anodontia total ou parcial, dentes cônicos e maloclusão. Dentes supranumerários ou acessórios – como o próprio nome diz, são dentes em excesso na cavidade, são dentes além da quantidade normal. Ex.: mesiodens – dente supranumerário entremeio dentes centrais superiores e paramolar, dente supranumerário de tamanho menor, posterior ao terceiro molar, também chamado de distomolar. Dentição pré decídua – anomalia rara onde estruturas cornificadas, sem raízes com característica de capuz de esmalte aparecem em cavidades bucais de bebês. Dentição pós permanente – são dentes após a dentição decídua que apresentam maior número de raízes. Ex.: pré molar com 3 raízes. ALTERAÇÃO NA ERUPÇÃO Dentes retidos ou impactados – os dentes retidos são aqueles que não tem força eruptiva, os dentes impactados são aqueles que não erupcionaram pois há uma barreira que os impede e os dentes semiretidos são aqueles que não erupcionaram por completo por falta de espaço. Erupção retardada – acontece decorrente de processos infecciosos, por falta de espaço, por maloclusão, dentre outros fatores. Ex.: Disostose Cleidocraniana. Concrescência – é a união de 2 dentes apenas pelo CEMENTO, onde acontece a fusão deles após a formação da raiz. Radiologia 41 ALTERAÇÃO DE MAXILARES Fenda palatina – é a falta de fusão entre os processos palatinos ou a falta de fusão dos processos palatinos com o processo frontonasal, podendo ser completa ou parcial, uni ou bilateral. Podem inclusive apresentar agenesia
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