Buscar

P1 - LINGUAGENS e HUMANS_3ª SÉRIE_30-08_COM GABARITO

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1 LINGUAGENS / HUMANAS 
LINGUAGENS / HUMANAS 
 
LINGUAGENS 
 
 
INGLÊS (Questões de 01 a 06) 
 
QUESTÃO 01 
Differences of floral resources use between honey bees and wild bees in an intensive farming system. 
 
Bees provide an essential pollination service for crops and wild plants. However, substantial declines in bee 
populations and diversity have been observed in Europe and North America for the past 50 years, partly due to the loss 
of natural habitats and reduction of plant diversity resulting from agricultural intensification. To mitigate the negative 
effects of agricultural intensification, agri-environmental schemes (AES) have been proposed to sustain bees and other 
pollinators in agri-systems. AES include the preservation of semi-natural habitats such as grasslands, fallows, 
woodlots, hedgerows or set-aside field margins. However, empirical evidence suggests that the use of those semi-
natural habitats by bees may vary greatly among bee functional groups and may further be influenced by the presence 
of alternative foraging habitats such as mass-flowering crops. The present study sets out to investigate whether the 
three bee groups typically targeted by AES (honey bees, bumble bees and other wild bees) differ in the way they use 
those semi-natural habitats relative to common mass-flowering crops (oilseed rape, sunflower, alfalfa) in an intensive 
agricultural farming system. A clear segregation pattern in the use of floral resources appeared between honey bees 
and wild bees, with the former being tightly associated with mass-flowering crops and the latter with semi-natural 
habitats. Bumble bees had an intermediate strategy and behaved as habitat generalists. Therefore, it would be sensible 
to treat the three bee groups with distinct AES management strategies, and to further consider potential effects on AES 
efficiency of alternative foraging habitats in the surrounding. This study also stresses the importance of native floral 
resources, particularly in semi-natural herbaceous habitats, for sustaining wild bee populations. 
 
A leitura do texto permite concluir que se trata de um(a): 
 
 resumo de artigo científico. 
 resenha de artigo jornalístico. 
 sinopse de documentário. 
 apresentação de livro didático. 
 conclusão de reportagem. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 02 
Can one family, alone, protect their children from an industry that annually spends US$ 15 billion to manipulate them? 
 
It is up to everyone, parents and citizens committed in one way or another with social well-being and our 
children’s future, to take control of the situation and demand a more conscientious and less greedy position from 
marketing specialists. Nevertheless, as stated by Susan Linn in her book entitled “Children of Consumption – A Stolen 
Childhood”, parents cannot resolve this problem alone. 
By questioning, denouncing abuse, orienting and saying “no” whenever necessary, we can deter the clearly 
vicious cycle whereby a manipulated child inevitably manipulates his/her parents, and they, wanting to see their child 
happy, give in to consumerism, confusing love with permissiveness. Both publicly and at home, having a limit 
is fundamental. 
As part of her efforts, Susan included in her book suggestions of defending arguments against consumerism aimed at 
educators, health professionals, defense groups, foundations, concerned citizens and politicians. 
Disponível em <http://alana.org.br/wp-content/uploads/2014/08/whatto- do-to-protect-our-children-from-consumerism.pdf>. Acesso em 19 
ago. 2015. 
 
Com o volume de informações em circulação crescendo constantemente, a discussão a respeito do impacto da 
propaganda sobre o desenvolvimento infantil é cada vez mais necessária. Contribuindo para essa discussão, o livro 
da autora Susan Linn: 
 
 2 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
 denuncia as formas de abuso por parte das agências de propaganda e orienta como as instituições devem proceder 
nesses casos. 
 busca mostrar aos pais a necessidade de questionar e denunciar os abusos da mídia em relação à publicidade 
infantil e também de orientar as crianças sobre o consumismo. 
 afirma ser inevitável que as crianças consumistas manipulem os pais e que estes devem buscar resolver seus 
problemas sozinhos. 
 discorre sobre o círculo vicioso do consumismo infantil e critica a maneira com que os pais impõem limites. 
 procura ser um guia sobre os princípios do consumismo na infância, sendo usado por agências de publicidade ou 
instituições governamentais. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 03 
 
 
 
A publicidade atua diretamente no estímulo de desejos e no estabelecimento de padrões. Independentemente da 
mensagem que transmitem ou do produto que oferecem, as peças publicitárias podem ser um caminho para entender 
o comportamento, os hábitos e os valores de determinada sociedade. Com base nisso, o anúncio acima, dos anos 
1960, retrata uma sociedade do tipo 
 
 patriarcal, sendo o homem superior à mulher. O anúncio retrata o marido como responsável por tomar todas as 
decisões importantes e estratégicas, enquanto a esposa assume o papel de cozinheira da família. 
 patriarcal, sendo o homem superior à mulher. O anúncio retrata o homem na frente da mulher, encobrindo-a, além 
de afirmar que ela é a responsável por tudo, inclusive cozinhar. 
 patriarcal, sendo o homem superior à mulher. O anúncio retrata a profissão do marido, que é chefe de cozinha, 
sendo ele responsável por todas as decisões importantes da casa, enquanto a mulher é responsável pelo trabalho 
mecânico de cozinhar. 
 matriarcal, sendo a mulher superior ao homem. O anúncio retrata a esposa como responsável pela obtenção da 
comida e sobrevivência da família, enquanto o homem cuida de outras funções. 
 igualitária, sendo o homem e a mulher igualmente importantes. O anúncio mostra que existe uma divisão de tarefas, 
sendo o homem responsável por algumas questões e a mulher, por outras, inclusive cozinhar. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: 
 
 
 
 
 3 LINGUAGENS / HUMANAS 
QUESTÃO 04 
The Human Genome Project (HGP) was one of the great feats of exploration in history - an inward voyage of discovery 
rather than an outward exploration of the planet or the cosmos; an international research effort to sequence and map 
all of the genes - together known as the genome - of members of our species, Homo sapiens. ___________ completed 
in April 2003, the HGP gave us the ability, for the first time, to read nature's complete genetic blueprint for building a 
human being. 
 
Os conectivos são operadores lógicos responsáveis pela ligação das ideias dentro do texto. Pela leitura do texto acima, 
deduz-se que o melhor conectivo para preencher a lacuna deixada propositalmente no texto, seria 
 
 As a result 
 However 
 At first 
 Finally 
 First of all 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 05 
Timothy the tortoise was about 160 years old when he died at his home near Exeter in November 2005. Timothy, whose 
early life was spent at sea, was thought to be the oldest resident in Britain at the time. He was found by a British naval 
officer, Captain John Courtenay Everard, on a Portuguese ship in 1854. Everard, (1) ___________ was a relative of the 
Earl of Devon, adopted him and he became the mascot on a succession of British ships for nearly forty years. In 1892 
he went to live at Powderham Castle, (2) _______ is the historic home of the Earls of Devon, and in 1935 he was given a 
permanent home in the castle’s rose garden. 
 
Que opção abaixo, completaria corretamente os espaços (1) e (2), respectivamente, deixados propositalmente no texto 
acima? 
 
 whom / when 
 whom / who 
 what / whose 
 who / whose 
 who / which 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 06 
Bring Your A Game 
By KATHY CALVIN 
Published: July 16, 2011 
 
 
 
 
 4 LINGUAGENS / HUMANAS 
I was born in Fort Wayne, Ind., and moved to Dayton, Ohio, when I was 6. I colored paper doilies as
a child and sold 
them around the neighborhood. In high school, I worked as a temp, which gave me experience in different companies. 
I also worked at McDonald’s and as a babysitter. 
(http://www.nytimes.com/2011/07/17/jobs/17boss.html?ref=jobs) 
 
Com a chegada do novo século, surgiram novas mudanças de hábitos e, também, de gêneros textuais. No entanto, 
falar sobre si, ainda, continua sendo algo atual e um pré-requisito para muitas oportunidades de emprego. O memorial 
é um gênero textual bastante recorrente para seleção de novos funcionários na área de trabalho. O texto acima traz 
um breve memorial de Kathy Calvin, publicado em julho desse ano. Pela leitura do texto, deduz-se que Kathy: 
 
 atualmente trabalha como babá em Ohio. 
 nasceu em Fort Wayne e se mudou para Ohio na infância. 
 no ensino médio trabalhou em várias companhias, o que lhe proporcionou experiência para ingressar na área de 
trabalho. 
 no mesmo período em que trabalhou no McDonald’s também trabalhou como babá. 
 Hoje mora em Ohio, juntamente com sua família, e continua trabalhando no McDonald’s. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: 
 
 
 
ESPANHOL (Questões de 01 a 06) 
 
Las impredecibles relaciones entre la metrópolis ibérica y sus antiguas colonias. 
La ‘reconquista’ de las Indias. 
Miguel Ángel Bastenier 
 
’El verdadero imperio español está aún por construirse; pero, quizás, estamos ya en camino. En los siglos XVI 
y XVII España presidía el primer imperio de Occidente. Es fama —pero siempre mala— la fabulosa cantidad de riquezas, 
sobre todo minerales, que la Corona extraía de América. Pero, a pesar de que estamos hablando de cientos de miles 
de toneladas de plata —básicamente, de lo que hoy son los Estados de México y Bolivia— y una cantidad mucho menos 
significativa de oro, esa fortuna apenas sirvió para pagar una parte mucho menor de las obligaciones imperiales, que 
se expresaban en una guerra universal y permanente europea; es decir, que daba para cubrir los intereses de la 
gigantesca deuda rápidamente acumulada por la monarquía, pero no para evitar varias bancarrotas. 
 El investigador del instituto Elcano de Madrid, Javier Noya, allega unos datos para la reflexión. El 11% del PIB 
español se genera en América Latina como consecuencia de las inversiones allí efectuadas en las últimas décadas. Y 
así, desde el restablecimiento de la democracia en España, en la segunda mitad de los 70, se ha venido constituyendo 
entre la península y América Latina un mercado común de hecho, que abarca todas las potencias del espíritu. 
 Los gobernantes latinoamericanos han hecho ya reflejo condicionado de la presentación de sus “cartas 
credenciales” en Europa empezando por Madrid, como le cupo hasta al presidente boliviano, Evo Morales, todo menos 
admirador de España. Hoy, la capital española sólo le cede a Washington en importancia como plaza diplomática para 
América Latina, y el empalagoso idilio de Íngrid Betancourt con París no pasa de una originalidad de quien quiere 
reconstruirse como actor político en Bogotá. 
 Igualmente, en las librerías de todas las capitales de Iberoamérica el porcentaje de libros editados en España 
es mayor que nunca, sin exceptuar las de Argentina y México, y los autores de ficción en la lengua española de este 
lado del Atlántico están crecientemente interesados en que los editen en España y presentar sus libros en Madrid o 
Barcelona, al tiempo que el público español percibe como propios aún sin ignorar de dónde proceden autores de la 
talla de Vargas Llosa o García Márquez. 
 Se cumplen casi diez años de la incursión directa de las grandes editoriales y grupos de medios españoles en 
el continente, y las cifras les son favorables. El Grupo Prisa ha sido uno de los que más ha invertido, con acciones en 
las principales cadenas radiales en Latinoamérica, convirtiéndose en el líder de la convergencia mediática. Lo que 
sorprende es que en medio de esta ‘reconquista’ española, la cultura del país ibérico poco se ve, y lo reconocen las 
editoriales. Ayer, Jorge Herralde, fundador de la editorial española Anagrama, señaló que en los últimos años la 
compañía se ha centrado en autores latinoamericanos debido a la falta de escritores españoles que puedan competir 
en el mercado literario. 
 
 
http://www.nytimes.com/2011/07/17/jobs/17boss.html?ref=jobs
 
 5 LINGUAGENS / HUMANAS 
QUESTÃO 01 
El autor del artículo desarrolla el siguiente tópico: 
 
 las crecientes relaciones entre España con Latinoamérica y sus beneficios para el país europeo. 
 el creciente interés de los artistas por entrar en el mercado español. 
 las grandes inversiones de España en Bolivia. 
 la construcción de los imperios occidentales. 
 las conflictivas y tensas relaciones entre España y Latinoamérica. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: Para acertar essa questão de compreensão, o candidato deverá ser capaz de identificar a única opção 
que aponta ao tema do artigo que é as novas relações comerciais entre América Latina e a Espanha e os benefícios 
para ambos, especialmente para o país europeu. A única opção correta é a (e) porque as demais apontam a pontos 
parciais do texto ou são incorretas. 
QUESTÃO 02 
En el párrafo 2 “un mercado común de hecho” quiere decir que: 
 
 muchos hechos sucedieron a raíz de este mercado común. 
 el mercado entre la península y América Latina existe sin que haya una norma o prescripción legal previa. 
 el mercado entre la península y América Latina ya es un proyecto maduro y trabajado. 
 el mercado común fue impuesto por la península a América Latina. 
 hubo un acuerdo previo para constituir este mercado común. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: Para acertar esta questão de compreensão, o candidato deverá ser capaz de identificar o significado 
do locativo função de adjetivo “de hecho” no contexto do texto. A opção (C) é a correta porque “de hecho” quer dizer 
que os acontecimentos ocorreram sem um acordo legal ou norma prévia. As demais opções devem ser descartadas 
porque dão outros sentidos diferentes ao proposto no texto. 
 
QUESTÃO 03 
El autor hace dos referencias temporales a esta nueva y contemporánea inserción de España en el mercado 
latinoamericano en el (los) párrafo (s): 
 
 2 y 5. 
 2. 
 1. 
 1 y 2. 
 4 y 5. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: Para acertar esta questão de compreensão, o aluno deverá ser capaz de perceber que dois parágrafos 
contêm a informação solicitada. Os dados sobre o tempo das novas relações entre a Espanha e América - Latina 
aparecem no parágrafo 2 e 5. A opção correta é a E. 
 
QUESTÃO 04 
En el párrafo 4 el conector “al tiempo” puede ser reemplazado por: 
 
 entonces. 
 y 
 luego. 
 mientras. 
 después. 
 
GABARITO: D 
 
 6 LINGUAGENS / HUMANAS 
COMENTÁRIO: O acerto desta questão de vocabulário depende da capacidade do aluno para interpretar o sentido do 
“al tiempo” que denota uma relação de simultaneidade. O vocábulo “mientras” se traduz em português pela palavra 
“enquanto”, que transmite a ideia mencionada anteriormente. 
 
QUESTÃO 05 
¿Cuáles son las dos ideas principales que se expresa en los dos últimos dos párrafos? 
 
 España es el mayor editor de libros de habla hispana y los autores españoles son los más publicados. 
 A los escritores latinoamericanos les interesa ser publicados en España y los lectores españoles no los conocen. 
 Argentina y México son los mercados editoriales que más publican autores de habla hispana y los españoles están 
muy interesados en ser publicados en Latinoamérica. 
 Los latinoamericanos se resisten a presentar sus libros en España, aun cuando los lectores españoles sienten sus 
obras como propias. 
 Los latinoamericanos son los más publicados por editoriales españolas y España es uno de los mayores editores 
de libros de habla hispana. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: O aluno deverá ser capaz de compreender as duas ideias principais nos dois últimos parágrafos. O 
acerto desta questão de compreensão depende da capacidade do aluno de ver a complexidade das idéias
expressadas. Espanha é um dois maiores editores em língua espanhola, mas os espanhóis não são os mais 
publicados. Os autores latino-americanos são os mais publicados na Espanha. Há muito interesse nos autores latino-
americanos de serem publicados e conhecidos na Espanha. A recepção deles é muito boa entre o público espanhol. 
 
QUESTÃO 06 
La palabra “pero” mantiene el mismo sentido que la palabra: 
 
 Todavía 
 Sin embargo 
 Aún 
 Despacio 
 Más 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: A palavra “pero” significa “mas” e é uma conjunção adversativa, assim como a expressão “sin 
embargo”, que significa “porém”. As palavras “todavía” e “aún” significam “ainda” e são advérbios de tempo, e a palavra 
“más” significa “mais” e é um advérbio de intensidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 LINGUAGENS / HUMANAS 
LITERATURA (Questões de 01 a 14) 
LITERATURA 
 
QUESTÃO 01 
Daí a pouco, em volta das bicas era um zum-zum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, 
após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio d’água que escorria da altura e uns cinco palmos. O chão 
inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada 
nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses 
não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com 
força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. 
 
AZEVEDO, Aluísio de. O cortiço. São Paulo: FTD, 1993.p. 41. 
 
 
 
Tanto na pintura quanto no fragmento apresentados verificam-se características do 
 
 Modernismo 
 Simbolismo 
 Arcadismo 
 Realismo 
 Barroco 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: Na pintura de Almeida Junior, uma mulher jovem, com vestimenta preta sugerindo viuvez, de cabeça 
baixa, segura uma foto na mão esquerda, enquanto com a direita cobre a boca com um xale preto. Seu rosto expressa 
grande saudade talvez pelo marido ausente, sugerido pelo chapéu de palha pendurado na parede, reforçando 
sentimento de solidão e tristeza. 
Já na obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, retratação histórica do Brasil no século XIX, é destacada a realidade 
econômica, social e cultural da época, as relações de exploração do trabalho paralelamente à descrição das relações 
instintivas dos personagens, acentuadas pela zoomorfização (“suspendendo o cabelo todo para o alto do casco” e 
“esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão”). Assim, a ênfase dada 
ao "retrato do real", resultante da insatisfação com a subjetividade do estilo romântico, permite afirmar que, tanto na 
pintura quanto no fragmento apresentados, verificam-se características do Realismo, como mencionado em [D]. 
 
 
 
 
 
 8 LINGUAGENS / HUMANAS 
QUESTÃO 02 
O laço de fita 
 
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... 
Prendi meus afetos, formosa Pepita. 
 
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! 
Não rias, prendi-me 
Num laço de fita. 
Na selva sombria de tuas madeixas, 
Nos negros cabelos de moça bonita, 
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, 
 
Formoso enroscava-se 
O laço de fita. 
 
[...] 
 
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale 
Abrirem-me a cova... formosa Pepita! 
 
Ao menos arranca meus louros da fronte, 
E dá-me por c'roa... 
Teu laço de fita. 
 
ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015 (fragmento). 
 
Exemplo da lírica de temática amorosa de Castro Alves, o poema constrói imagens caras ao Romantismo. Nesse 
fragmento, o lirismo romântico se expressa na 
 
 representação infantilizada da figura feminina. 
 criatividade inspirada em elementos da natureza. 
 opção pela morte como solução para as frustrações. 
 ansiedade com as atitudes de indiferença da mulher. 
 fixação por signos de fusão simbólica com o ser amado. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: O signo do laço de fita, presente no título e ao longo do poema, representa o corpo da amada, que o 
seduz e o envolve tal como a serpente que aprisiona a sua vítima (“Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem”) e o 
acompanhará até o momento da morte: ”Pois bem! Quando um dia na sombra do vale/Abrirem-me a cova... dá-me 
por c'roa (...) Teu laço de fita”. Na idealização romântica, amor e morte se interligam, por isso o eu lírico se entrega à 
cova aberta, submisso, porque coroado pelo amor da amada, simbolizado no laço de fita. Assim, é correta a opção [E]. 
 
QUESTÃO 03 
Leito de folhas verdes 
 
Brilha a lua no céu, brilham estrelas, 
Correm perfumes no correr da brisa, 
A cujo influxo mágico respira-se 
Um quebranto de amor, melhor que a vida! 
 
A flor que desabrocha ao romper d’alva 
Um só giro do sol, não mais, vegeta: 
Eu sou aquela flor que espero ainda 
Doce raio do sol que me dê vida. 
 
DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento). 
 
 
 9 LINGUAGENS / HUMANAS 
Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela 
 
 reprodução de estereótipos sociais e de gênero. 
 presença de traços marcadores de nacionalidade. 
 sublimação do desejo por meio da espiritualização. 
 correlação feita entre estados emocionais e natureza. 
 mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: No poema, os elementos da natureza aparecem como imagens que se desdobram em estados 
emocionais. Para exemplificar, podemos pensar nos raios de sol que, no poema, são associados a um estado de 
alegria, ou na brisa que aparece associada ao amor. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto para a(s) questão(ões) a seguir. 
 
E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et Tartufe? Ai, amiga minha, a resposta é naturalmente a mesma, 
– também ela comia bem, dormia largo e fofo, – coisas que, aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando quer 
amar. Se esta última reflexão é o motivo secreto da vossa pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e 
que eu não me quero senão com dissimulados. 
Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia 
chamou‐lhe “o anjo da consolação”. 1E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, 
resumindo em Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar as novas amigas, e fazer‐lhe perder em um dia o trabalho 
de longos meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha trouxe no número seguinte, nomeando, particularizando 
e glorificando as outras comissárias – “estrelas de primeira grandeza”. 
 
Machado de Assis, Quincas Borba. 
QUESTÃO 04 
No excerto, o autor recorre à intertextualidade, dialogando com a comédia de Molière, Tartufo (1664), cuja personagem 
central é um impostor da fé. Tal é a fama da peça que o nome próprio se incorporou ao vocabulário, inclusive em 
português, como substantivo comum, para designar o “indivíduo hipócrita” ou o “falso devoto”. No contexto maior do 
romance, sugere‐se que a tartufice 
 
 se cola à imagem da leitora, indiscreta quanto aos amores alheios. 
 é ação isolada de Sofia, arrivista social e benemérita fingida. 
 diz respeito ao filósofo Quincas Borba, o que explica o título do livro. 
 se produz na imprensa, apesar de esta se esquivar da eloquência vazia. 
 se estende à sociedade, na qual o cinismo é o trunfo dos fortes. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: Na peça de Molière, Tartufo é personagem símbolo de uma sociedade hipócrita, em que a maioria tem 
como objetivo granjear privilégios e elevar seu status social, mesmo que para tal tenha de mentir, roubar ou transgredir 
qualquer preceito ético e moral. Segundo o enunciado, o termo tartufo passou a ter a acepção de pessoa 
hipócrita ou falso religioso, o que permite deduzir que a tartufice caracteriza não só a personagem Sofia, mas, de forma 
genérica, a sociedade, “na qual o
cinismo é o trunfo dos fortes”, como transcrito em [E]. 
 
QUESTÃO 05 
Talvez julguem que isto são voos de imaginação: é possível. Como não dar largas à imaginação, quando a realidade 
vai tomando proporções quase fantásticas, quando a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio país a 
inteligência, o talento, as artes, o comércio, as grandes ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve? Na ordem dos 
melhoramentos materiais, sobretudo, cada dia fazemos um passo, e em cada passo realizamos uma coisa útil para o 
engrandecimento do país. 
 
ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. 
Acesso em: 12 ago. 2013. 
 
 
 
 
 10 LINGUAGENS / HUMANAS 
No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à) 
 
 passado glorioso. 
 progresso nacional. 
 inteligência brasileira. 
 imponência civilizatória. 
 imaginação exacerbada. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: No fragmento da crônica de José de Alencar, “Ao correr da pena”, publicada em 1854, são inúmeras as 
referências ao crescimento cultural, social e econômico experimentado pela sociedade brasileira da época, o que 
permite deduzir que a temática nacionalista vai sendo construída pelo elogio ao progresso nacional, como se 
transcreve em [B]. 
 
QUESTÃO 06 
Futurismo. O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944), foi publicado 
em Paris em 1909. Nesse manifesto, Marinetti declara a raiz italiana da nova estética: “queremos libertar esse país (a 
Itália) de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários”. Falando da Itália para o mundo, 
o Futurismo coloca-se contra o “passadismo” burguês e o tradicionalismo cultural. A exaltação da máquina e da 
“beleza da velocidade”, associada ao elogio da técnica e da ciência, torna-se emblemática da nova atitude estética e 
política. 
 
(https://enciclopedia.itaucultural.org.br. Adaptado.) 
 
Verifica-se a influência dessa vanguarda artística nos seguintes versos do poeta português Fernando Pessoa: 
 
 Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante! 
Outra vez a obsessão movimentada dos ônibus. 
E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo 
[dentro de todos os comboios 
De todas as partes do mundo, 
De estar dizendo adeus de bordo de todos os navios, 
Que a estas horas estão levantando ferro ou 
[afastando-se das docas. 
 
 O sonho é ver as formas invisíveis 
Da distância imprecisa, e, com sensíveis 
Movimentos da esprança e da vontade, 
Buscar na linha fria do horizonte 
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte – 
Os beijos merecidos da Verdade. 
 
 O teu silêncio é uma nau com todas as velas pandas... 
Brandas, as brisas brincam nas flâmulas, teu sorriso... 
E o teu sorriso no teu silêncio é as escadas e as andas 
Com que me finjo mais alto e ao pé de qualquer paraíso... 
 
 Não me compreendo nem no que, compreendendo, faço. 
Não atinjo o fim ao que faço pensando num fim. 
É diferente do que é o prazer ou a dor que abraço. 
Passo, mas comigo não passa um eu que há em mim. 
 
 Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena 
[cansarmo-nos. 
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como 
[o rio. 
Mais vale saber passar silenciosamente 
E sem desassossegos grandes. 
 
 11 LINGUAGENS / HUMANAS 
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam 
[a voz, 
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, 
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre 
[correria, 
E sempre iria ter ao mar. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: É correta a opção [A], pois, no excerto de Álvaro de Campos, expressões como “raiva mecânica 
constante”, “obsessão movimentada dos ônibus” e “a fúria de estar indo ao mesmo tempo/dentro de todos os 
comboios” celebram a dinâmica da máquina e da velocidade e consequente valorização do homem de ação, em forte 
contestação ao sentimentalismo burguês e ao tradicionalismo cultural. 
 
QUESTÃO 07 
 
 
 
A obra Paisagem italiana (1805), do pintor alemão Jakob Philipp Hackert (1737-1807), remete, sobretudo, ao ideário 
do 
 
 Realismo. 
 Romantismo. 
 Arcadismo. 
 Barroco. 
 Naturalismo. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: É correta a opção [C], pois a pintura de Hackert remete ao ideário árcade, pelo desenvolvimento em tela 
do pastoralismo e bucolismo – ideal de vida simples, junto à natureza sintetizada no topo locus amoenus. 
 
QUESTÃO 08 
Caso pluvioso 
 
A chuva me irritava. Até que um dia 
descobri que maria é que chovia. 
 
A chuva era maria. E cada pingo 
de maria ensopava o meu domingo. 
 
E meus ossos molhando, me deixava 
como terra que a chuva lavra e lava. 
 
 12 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
E eu era todo barro, sem verdura... 
maria, chuvosíssima criatura! 
 
Ela chovia em mim, em cada gesto, 
pensamento, desejo, sono, e o resto. 
 
Era chuva fininha e chuva grossa, 
Matinal e noturna, ativa... Nossa! 
 
ANDRADE, C. D. Viola de bolso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952 (fragmento). 
 
Considerando-se a exploração das palavras “maria” e “chuvosíssima” no poema, conclui-se que tal recurso expressivo 
é um(a) 
 
 registro social típico de variedades regionais. 
 variante particular presente na oralidade. 
 inovação lexical singularizante da linguagem literária. 
 marca de informalidade característica do texto literário. 
 traço linguístico exclusivo da linguagem poética. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: Em “Caso pluvioso”, Carlos Drummond de Andrade cria diversas palavras com as quais desenvolve a 
trama da chuva para expressar as sensações perturbadoras que o assaltavam. O termo metafórico “maria”, 
identificação da mulher com a chuva, e o uso do superlativo em “chuvosíssima”, com importante valor expressivo para 
a atmosfera hiperbólica do poema, constituem, assim, recursos poéticos com o qual o poeta pode expressar, de forma 
singular, os seus sentimentos. Ou seja, trata-se de inovação lexical singularizante da linguagem literária, como se 
afirma em [C]. 
 
QUESTÃO 09 
Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira. 
 
O sapo-tanoeiro 
[...] 
Diz: — “Meu cancioneiro 
É bem martelado. 
 
Vede como primo 
Em comer os hiatos! 
Que arte! E nunca rimo 
Os termos cognatos. 
 
O meu verso é bom 
Frumento sem joio. 
Faço rimas com 
Consoantes de apoio. 
 
Vai por cinquenta anos 
Que lhes dei a norma: 
Reduzi sem danos 
A formas a forma. 
 
Clame a saparia 
Em críticas céticas: 
Não há mais poesia 
Mas há artes poéticas...” 
 
(Estrela da vida inteira, 1993.) 
 
 13 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos 
 
 modernistas. 
 românticos. 
 naturalistas. 
 parnasianos. 
 árcades. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: O poema metalinguístico “Os sapos” apresenta o que, para os modernistas, não deveria ser a poesia. 
O sapo-boi, o sapo-tanoeiro, o sapo-pipa são personagens metafóricos representativos de determinados poetas que 
defendem preceitos da poética parnasiana, em especial o sapo-tanoeiro (parnasiano aguado), que passa a descrever 
o seu cancioneiro, a sua poética, baseado na forma. Bandeira, através da paródia, critica a preocupação excessiva dos 
parnasianos com a forma, em detrimento do conteúdo. Assim, é correta a opção [D]. 
 
QUESTÃO 10 
 
 
 
Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a predominância da função meta linguística da linguagem, como 
seria de se esperar. Identificam-se elementos que subvertem o gênero por meio da incorporação marcante de 
características da função 
 
 conativa, como em “(valeu, galera)!”. 
 referencial, como em “é festejar o próprio ser.” 
 poética, como em “é a felicidade fazendo visita.” 
 emotiva, como em “é quando eu esqueço o que não importa.” 
 fática, como em “é o dia que recebo o maior número de ligações no meu celular.” 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: No texto de João Doederlein observa-se a preocupação no uso de palavras e na composição do 
discurso, típica de escritores
que utilizam as redes sociais para disseminar uma produção autoral, moderna e diferente 
dos princípios mais comuns a essas plataformas digitais. Assim, nessa simulação de verbete de dicionário, a função 
metalinguística dá espaço à incorporação da poética, como exemplificado pela expressão “é a felicidade fazendo 
visita.”, mencionada na opção [C]. 
 
 
 
 
 
 
 14 LINGUAGENS / HUMANAS 
QUESTÃO 11 
Leia os versos de Manoel de Barros. 
 
Escrever nem uma coisa 
Nem outra – 
A fim de dizer todas – 
Ou, pelo menos, nenhumas. 
 
Assim, 
Ao poeta faz bem 
Desexplicar – 
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes. 
 
(Poesia completa, 2013.) 
 
Tanto na forma quanto no conteúdo, o poema 
 
 descreve uma maneira de fazer poesia que consiste em criar um enigma, a ser resolvido pelo leitor, que revelará o 
significado do poema. 
 prescreve uma escrita que consiste em subtrair das palavras seu sentido rígido usual, fazendo aparecer nelas 
significados inusitados. 
 defende que a poesia deve ser construída com elementos bem encadeados da realidade, de modo a formular uma 
crítica social fundamentada. 
 critica a poesia espontânea e ingênua que não se preocupa em utilizar corretamente os elementos da linguagem 
prescritos pela gramática. 
 argumenta em favor de uma poesia libertária, que expresse os estados de espírito mais extremos do ser humano. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: O poema de Manoel de Barros expressa a característica paradoxal da verdadeira poesia, que, segundo 
o eu lírico, busca dizer em seu verso o que é inexprimível. Desta forma, resta ao poeta a “desexplicação”, deixando que 
as regras do fazer poético operem e a linguagem, em vez de lançar luz, confunda, transtorne os sentidos das palavras 
e surpreenda o leitor. Assim, é correta a opção [B]. 
 
QUESTÃO 12 
 
 
 
 
 15 LINGUAGENS / HUMANAS 
Ao correlacionar o trabalho humano ao da máquina, o autor vale-se da disposição visual do texto para 
 
 expressar a ideia de desumanização e de perda de identidade. 
 ironizar a realização de tarefas repetitivas e acríticas. 
 realçar a falta de sentido de atividades burocráticas. 
 sinalizar a alienação do funcionário de repartição. 
 destacar a inutilidade do trabalhador moderno. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: O poema, em um bloco de escrita maciça e geometricamente delimitada na página em branco, 
restringe-se a um campo semântico típico de uma repartição em que a burocracia entediante do trabalho se conjuga 
à rotina alienante dos funcionários que, como “asmáquinaspermaanecemmasós”, “semóciosnemlaços” “sem sonho 
ou delírio”, “apenas trabalham, trabalham:com ódio”. Assim, o autor vale-se da disposição visual do texto para 
expressar a ideia de desumanização e de perda de identidade do trabalho, como se afirma em [A]. 
 
QUESTÃO 13 
A carroça sem cavalo 
 
 Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se 
muitos barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, 
eram acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-
se com a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia 
objetos barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo 
dominou a pequena cidade. Conta-se ainda que um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o 
animal. Nas noites de manifestação da assombração, a carroça saía de um nevoeiro, assustava a população e, depois 
de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro. 
 
Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado). 
 
Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social específica, esse 
texto tem por função 
 
 abordar histórias reais. 
 informar acontecimentos. 
 questionar crenças populares. 
 narrar histórias do imaginário social. 
 situar fatos de interesse da sociedade. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] 
As narrativas populares compõem um importante elemento da cultura de um povo. Elas de alguma forma revelam as 
representações coletivas que servem para cristalizar práticas comuns do convívio social dos indivíduos. 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] 
O artigo relata um fato de temática inusitada e com um toque de fantástico, recursos bastante comuns em narrativas 
populares de tradição oral, conhecidas também como “causos”, cuja etimologia é proveniente do cruzamento de caso 
e causa. No Brasil, esse tipo de contos recebeu influência de indígenas, africanos e portugueses, representando uma 
importante fonte de identidade cultural e social, preservação da memória, união de gerações e interação de grupos. 
Assim, é correta a opção [D]. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto. 
 
O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido 
da gente pobre. (…) Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era 
sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por 
que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? (…) Não podia ser preguiça só ou indolência. 
Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar relativamente. (…) Seria a terra? Que 
 
 16 LINGUAGENS / HUMANAS 
seria? E todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e 
simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!... 
 
(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma) 
 
QUESTÃO 14 
Em Lima Barreto, a sequência grande de perguntas ao longo do texto configura o: 
 
 discurso direto, em que há reprodução da fala da personagem ou do diálogo entre personagens. 
 discurso indireto, em que o narrador conta aos leitores o que a personagem disse. Não há travessão. 
 discurso indireto livre, em que há o pensamento da personagem, expresso pelo narrador, em meio à narrativa. 
 solilóquio, em que a personagem extravasa os seus pensamentos e emoções em monólogos, sem dirigir-se 
especificamente a qualquer ouvinte. 
 fluxo da consciência, em que há transcrição do complexo processo de pensamento não-linear de uma personagem, 
com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de 
associação de ideias. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: A sequência de perguntas ao longo do texto de Lima Barreto configura discurso indireto livre, em que 
o pensamento da personagem é expresso pelo narrador, em meio à narrativa, como se afirma em [C]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 LINGUAGENS / HUMANAS 
HUMANAS 
 
HISTÓRIA (Questões de 01 a 10) 
 
QUESTÃO 01 
No que dizia respeito ao Estado a ser construído, genericamente o modelo disponível era aquele que prevalecia no 
mundo ocidental. Tratava-se de organizar um aparato político-administrativo com jurisdição sobre um território 
definido, que exercia as competências de ditar as normas que deveriam regrar todos os aspectos da vida na sociedade, 
cobrar compulsoriamente tributos para financiá-lo e às suas políticas, exercer o poder punitivo para aqueles que não 
respeitassem as normas por ele ditadas. 
 
(Miriam Dolhnikoff. História do Brasil império, 2019.) 
 
O texto refere-se à organização política do Brasil após a independência, em 1822. O novo Estado brasileiro, antes da 
outorga da Constituição de 1824, foi baseado em padrões 
 
 federalistas e garantia completa autonomia às províncias. 
 liberais e contava com sistema político representativo.
absolutistas e fundava-se no exercício dos três poderes pelo imperador. 
 elitistas e era controlado apenas pelos portugueses residentes no país. 
 democráticos e permitia a ampla participação da população brasileira. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: A princípio, o modelo político adotado pelo Império Brasileiro no pós-Independência baseou-se no já 
existente modelo liberal e representativo europeu. Todavia, com o passar do tempo, o uso do Poder Moderador por d. 
Pedro II acabou por centralizar as decisões políticas em suas mãos. 
 
QUESTÃO 02 
O pastor norte-americano Pat Robertson, dono do canal de comunicação Christian Broadcasting Network, afirmou 
que a tragédia provocada pelo terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, foi decorrente do “pacto com o diabo” que 
setores da população haitiana teriam feito para que o país se tornasse independente. Nas palavras do Pastor, "Os 
haitianos estavam sob o jugo da França. Eles se uniram e fizeram um pacto com o diabo. Disseram: 'Serviremos a ti 
caso nos liberte da França'". 
 
(Adaptado de Haroldo Ceravolo Sereza, “Pastor americano atribui terremoto a 'pacto com o Diabo' e provoca protestos; país se libertou da França 
em 1804”. Uol notícias. 14/01/2010. Disponível em https://noticias.uol.com.br/especiais/terremoto-haiti/ultnot/2010/01/14/ult9967u9.jhtm. 
Acessado em 30/08/2017.) 
 
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. 
 
 A independência do Haiti foi decisiva para que o Império Brasileiro, que projetava a construção de um Estado Nação 
reconhecido internacionalmente, reprimisse movimentos como a Revolta Malês, em Salvador (1835). 
 A declaração do Pastor é pautada em preconceitos em relação às práticas religiosas dos afrodescendentes no 
Haiti. A conquista espiritual, parte dos projetos imperialistas, garantiu a eliminação de religiões consideradas 
pagãs nas Américas. 
 Colônia francesa nas Antilhas, Saint Domingue tornou-se responsável por 40% da produção mundial de cacau no 
século XVIII. A mão de obra empregada era majoritariamente escrava, com a exploração de africanos ou de seus 
descendentes. 
 O processo de independência do Haiti foi apoiado por outras colônias, interrompendo o projeto imperialista europeu 
no Novo Mundo. Após 1804, os EUA conduzem as ações imperialistas na América, tornando-se a principal 
referência cultural no continente. 
 A independência política do brasil influenciou diretamente na organização e execução das revoltas regenciais. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: A independência do Haiti impactou não apenas o Brasil, mas todo o Continente Americano: promovida 
pela população negra, a independência culminou na abolição da escravatura no novo país. Por isso, os demais países 
americanos passaram a reprimir violentamente movimentos de caráter negro libertador, como a Revolta dos Malês, 
na Bahia. 
 
 18 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
QUESTÃO 03 
Para os Sabinos, o que prevalecia no Brasil após a independência do país era o “colonialismo de Corte”. O que isso 
significava? 
 
 Que não houve independência, pois a situação de dependência de Portugal se mantinha. 
 Uma expressão de uma insatisfação com a centralização política no Rio de Janeiro e com o crescente abafamento 
de pleitos locais em nome da unidade nacional. 
 A insatisfação com o fato de a regência no Rio de Janeiro ficar, desde a abdicação de Pedro I, sob o controle dos 
restauracionistas, que pretendiam a volta à colonização. 
 Que os sabinos eram a expressão dos “Exaltados” já que, durante a sublevação, em nenhum momento abriram 
mão de se separarem do Brasil. 
 Apesar das intensas lutas federalistas que antecederam a Sabinada, aquelas não tinham nenhuma conexão com 
esta, já que criticavam a separação da província da Bahia do restante do Brasil. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: A constituição brasileira de 1824 foi centralizadora, concedendo muito poder ao imperador através do 
poder Moderador, Padroado e Beneplácito, nomeação do presidente de província pelo imperador, etc. Desta forma, as 
elites das províncias foram sufocadas por esta magna carta gerando inúmeros conflitos contra o poder central como 
a Confederação do Equador, 1824 em Pernambuco, Farroupilha no Rio Grande do Sul entre 1835-1845 e a Sabinada 
na Bahia que defendeu uma separação provisória da Bahia em relação ao Brasil. Daí o “Colonialismo de Corte”, uma 
excessiva centralização do poder no Rio de Janeiro prejudicando as demais elites. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. 
 
O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República era a maior cidade do país, com mais de 500 mil habitantes. Capital 
política e administrativa, estava em condições de ser também, pelo menos em tese, o melhor terreno para o 
desenvolvimento da cidadania. Desde a independência e, particularmente, desde o início do Segundo Reinado, quando 
se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente, a cidade passou a ser o 
centro da vida política nacional. O comportamento político de sua população tinha reflexos imediatos no resto do país. 
A Proclamação da República é a melhor demonstração dessa afirmação. 
 
(José Murilo de Carvalho. Os bestializados, 1987.) 
 
QUESTÃO 04 
O texto afirma que a consolidação do Rio de Janeiro como “o centro da vida política nacional” ocorreu com 
 
 a reunião dos órgãos administrativos na capital e o fechamento das assembleias provinciais. 
 a proclamação da independência política e a implantação do regime republicano no país. 
 a concentração do poder nas mãos do imperador e a ascensão econômica de São Paulo. 
 o declínio da economia açucareira nordestina e o início da exploração do ouro nas Minas Gerais. 
 o crescimento populacional da capital e a democratização política no Segundo Reinado. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: Ao citar que “(...) desde a independência e, particularmente, desde o início do Segundo Reinado, quando 
se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente (...)” o Rio de Janeiro ganhou 
importância, o texto relaciona a centralidade política do Rio de Janeiro no país aos governos de d. Pedro I e d. Pedro 
II e ao sucesso do café paulista no Segundo Reinado. 
 
QUESTÃO 05 
O texto a seguir é um fragmento de decreto de D. Pedro I, de 1823, em que o imperador dissolve a Assembleia 
Constituinte. 
 
Havendo Eu convocado, como Tinha Direito de convocar, a Assemblea Geral, Constituinte e Legislativa, [...] e havendo 
esta Assemblea perjurado ao tão solemne juramento, que prestou á Nação [...]: Hei por bem, como Imperador, e 
Defensor Perpetuo do Brasil, dissolver a mesma Assemblea, e convocar já huma outra na forma das Instruções, feitas 
para a convocação desta, que agora acaba; a qual deverá trabalhar sobre o Projecto de Constituição, que Eu Hei-de 
 
 19 LINGUAGENS / HUMANAS 
em breve Apresentar; que será duplicadamente mais liberal, do que a extincta Assemblea acabou de fazer. 
 
D. PEDRO I. Decreto de dissolução da Assembleia Nacional Constituinte, em 12 nov. 1823 apud PEREIRA, V. “A longa ‘noite da agonia’”. Revista de 
História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: SABIN, ano 7, n. 76, jan. 2012, p. 42. 
 
 
Com base na justificativa do ato político explicitado no texto do decreto, e analisando as suas consequências, 
identifica-se um antagonismo entre: 
 
 Monarquia e República 
 Capitalismo e Socialismo 
 Imperialismo e Independência 
 Absolutismo e Liberalismo 
 Nacionalismo e antilusitanismo 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: O texto de D. Pedro I faz referência à noite da agonia quando o monarca dissolveu a assembleia 
nacional constituinte porque estava descontente com o projeto da mandioca caracterizado pela xenofobia (no caso 
contra os portugueses) e pelo liberalismo uma vez que limitava o poder do rei. Em 1824 foi outorgada a Constituição 
brasileira profundamente centralizadora dando amplo poder
ao imperador através do poder Moderador, Padroado, 
Beneplácito e a nomeação dos presidentes de província. O Brasil tornou-se uma monarquia constitucional com uma 
fachada absolutista. 
 
QUESTÃO 06 
Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução Francesa, que: 
 
 teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social, a burguesia, única 
beneficiária da nova ordem. 
 fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu impedir o retorno das forças sócio-políticas do 
Antigo Regime. 
 nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma camponesa e uma popular 
urbana, a dos chamados "sans-culottes". 
 foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, 
em mais de um século, o progresso econômico da França. 
 abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da riqueza, quanto do ponto de vista 
político, impediu que a burguesia a concluísse. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 07 
O motivo pelo qual o conjunto de mudanças políticas que resultou na implantação do regime republicano na França, 
no século XVIII, pode, genericamente, ser classificado como uma revolução burguesa, é o fato de que nesse processo: 
 
 a estrutura social francesa viu-se reduzida a uma polarização entre o bloco de apoio ao antigo regime - no qual se 
encontravam a aristocracia, os camponeses e os trabalhadores urbanos - de um lado, e o bloco de apoio à república 
operário-burguesa, de outro. 
 a burguesia conseguiu a adesão ideológica da aristocracia, especialmente no que respeita à "abertura das carreiras 
públicas aos talentos individuais", o que possibilitou a ascensão de seus representantes ao poder do Estado. 
 o comando da burguesia desde o início se revelou como irrefutável, uma vez que ela colocou a serviço de seus 
objetivos revolucionários os mais variados setores da população, - liderando assim uma restauração do Antigo 
Regime. 
 as vanguardas operário-camponesas colocaram-se ao lado da burguesia, pois tinham claro que suas 
reivindicações somente alcançariam um patamar de conseqüência numa sociedade em que as relações burguesas 
de produção já estivessem desenvolvidas. 
 
 20 LINGUAGENS / HUMANAS 
 os resultados políticos das sucessivas convulsões sociais geradas nos quadros da crise do estado monárquico 
francês foram, ao final, capitalizados pela burguesia, que pôde assim dar início à viabilização de seus interesses 
políticos e econômicos. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 08 
Na Revolução Francesa, foi uma das principais reivindicações do Terceiro Estado: 
 
 a manutenção da divisão da sociedade em classes rigidamente definidas. 
 a concessão de poderes políticos para a nobreza, preservando a riqueza dessa classe social. 
 a abolição dos privilégios da nobreza e instauração da igualdade civil. 
 a união de poderes entre Igreja e Estado, com fortalecimento do clero. 
 o impedimento do acesso dos burgueses às funções políticas do Estado. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 09 
"Mesmo se o alvo perseguido não tivesse sido alcançado, mesmo se a constituição por fim fracassasse, ou se voltasse 
progressivamente ao Antigo Regime, ... tal acontecimento é por demais imenso, por demais identificado aos interesses 
da humanidade, tem demasiada influência sobre todas as partes do mundo para que os povos, em outras 
circunstâncias, dele não se lembrem e não sejam levados a recomeçar a experiência." 
 (Kant, O CONFLITO DAS FACULDADES, 1798). 
 
O texto trata: 
 
 do iluminismo e do avanço irreversível do conhecimento filosófico; revelando-se falso nos seus prognósticos sobre 
o futuro político- constitucional. 
 do retorno do Antigo Regime, na Europa, depois do fracasso da Revolução francesa, revelando-se incapaz de 
vislumbrar o futuro da história. 
 da Revolução Francesa, dos seus desdobramentos políticos e constitucionais, revelando a clarividência do autor 
sobre sua importância e seu futuro. 
 da Revolução inglesa, do impacto que causou no mundo, com seus princípios liberais e constitucionais, revelando-
se profético sobre seu futuro. 
 do despotismo ilustrado, dos seus princípios filosóficos e constitucionais e de seu impacto na política européia, 
revelando caráter premonitório. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: 
 
QUESTÃO 10 
No contexto da Revolução Francesa, a organização do Governo Revolucionário significou uma forte centralização do 
poder: o Comitê de Salvação Pública, eleito pela Convenção, passou a ser o efetivo órgão do Governo... . Havia ainda 
o Comitê de Segurança Geral, que dirigia a polícia e a justiça, sendo que estava subordinado ao Tribunal Revolucionário 
que tinha competência para punir, até a morte todos os suspeitos de oposição ao regime. O conjunto de medidas de 
exceção adotadas pelo Governo revolucionário deram margem a que essa fase da Revolução viesse a ser conhecida 
como: 
 
 os Massacres de Setembro. 
 o Período do Terror. 
 o Grande Medo. 
 O Período do Termidor. 
 o Golpe do 18 de Brumário. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: 
 
 21 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
GEOGRAFIA (Questões de 01 a 10) 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Qual fator climático está ligado às zonas térmicas? 
 
 Altitude 
 Latitude. 
 Massas de ar. 
 Radiação solar. 
 Correntes marítimas. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: As zonas térmicas da terra são definidas através do fator climático latitude que vai influenciar 
diretamente na quantidade de radiação solar que uma determinada região vai receber. 
 
QUESTÃO 02 
Podemos entender por precipitação como sendo o retorno do vapor d’água atmosférica no estado líquido ou sólido à 
superfície da terra. Formas de precipitação: chuva, neve, granizo, orvalho e geada, sendo que os dois últimos ocorrem 
por deposição na superfície terrestre. 
 
Disponível em: https://www.infoescola.com/meteorologia/tipos-de-chuvas/. 
Acesso em: 16/08/2021. 
 
 
Existem três principais tipos de chuvas, que estão relacionados com fatores que a originaram. No caso da imagem 
acima são chuvas 
 
 frontais. 
 ciclônicas. 
 torrenciais. 
 orográficas. 
 convectiva 
https://www.infoescola.com/quimica/vapor-dagua/
https://www.infoescola.com/meteorologia/granizo/
https://www.infoescola.com/meteorologia/geada/
https://www.infoescola.com/meteorologia/tipos-de-chuvas/
 
 22 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: A imagem está representando as chuvas orográficas que são chuvas ocasionadas pela barreira 
topográfica. 
 
QUESTÃO 03 
 
 
Desmatamento na Amazônia. 
Disponível em: https://www.acritica.com/channels/governo/news/de-heroi-da-preservacao-a-vilao-do-desmatamento. Acesso em: 16/08/2021. 
 
Dentre os diversos problemas climáticos, o desmatamento na Amazônia pode proporcionar 
 
 escassez hídrica no litoral nordestino. 
 chuvas torrenciais no bioma do cerrado. 
 redução de chuvas no Centro-Sul do Brasil. 
 intensificação do buraco na camada de ozônio. 
 aumento das temperaturas apenas na região Norte. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: O desmatamento da Amazônia pode provocar redução de chuvas no Centro-Sul do Brasil, pois haverá 
uma diminuição do processo de evapotranspiração devido à redução das árvores. 
 
QUESTÃO 04 
A estrutura geológica do Brasil é basicamente constituída por crátons (ou escudos cristalinos e maciços antigos) e 
bacias sedimentares. 
Essas últimas são predominantes, ocupando cerca de 60% do território, o que pode indicar: 
 
 uma boa disponibilidade de combustíveis fósseis. 
 a predominância de áreas de planície. 
 a ausência de depressões relativas. 
 uma acentuada amplitude altimétrica. 
 a não existência de terras verdadeiramente fé. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: As bacias sedimentares são constituídas essencialmente de sedimentos e matéria orgânica, por essa 
razão é possível encontrar combustíveis fósseis como petróleo, gás natural e carvão mineral. 
 
 
 
 
 
 23 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
QUESTÃO 05 
TEMPO REI
– GILBERTO GIL 
“A letra da canção enfoca o tempo e o espaço que transcorrem e transformam tanto a matéria quanto o pensamento. 
Os versos da canção de Gilberto Gil, “Pães de Açúcar/ Corcovados/ Fustigados pela chuva e pelo eterno vento”, podem 
referir-se a um conceito da geografia física, o qual “constitui o conjunto de processos operantes na superfície terrestre 
que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos” 
 
Leinz, V.; Amaral, S. Geologia Geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1985. 
O conceito acima referido é o 
 
 intemperismo. 
 metamorfismo. 
 magmatismo. 
 epirogênese. 
 tectonismo. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: As seguintes partes da canção: “Pães de Açúcar/ Corcovados/ Fustigados pela chuva e pelo eterno 
vento” e “constitui o conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos 
minerais das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos” se referem ao desgaste da superfície 
terrestre e correspondem ao conceito de intemperismo. 
 
QUESTÃO 06 
Com o fim da Guerra Fria, estabeleceu-se uma nova ordem mundial, que substituiu o conflito Leste-Oeste do sistema 
bipolar por uma nova divisão dos países do mundo. Uma das formas de organização dessa nova ordem apresenta o 
mundo dividido entre países do Norte, desenvolvidos (ricos) e do Sul, subdesenvolvidos (pobres). O mapa a seguir 
mostra a divisão do mundo sob a ordem Norte-Sul. 
 
Mapa do Mundo com a divisão “Norte – Sul” 
 
SENE, 2005. 
 
Com base nas informações anteriores e em seus conhecimentos, podemos concluir que: 
 
 existe, nos países do Norte, desenvolvidos, uma distribuição equitativa entre as populações rural e urbana, sendo 
a sociedade de consumo altamente expressiva. 
 a desigualdade entre algumas regiões é cada vez maior. África subsaariana, por exemplo, está cada vez mais 
afastada da economia global, apesar de despertar interesse como região consumidora e opção de investimento de 
capital especulativo. 
 o chamado conflito Norte x Sul é de natureza econômica, portanto, diferente do extinto conflito Leste x Oeste, de 
natureza geopolítica. 
 governos de países em desenvolvimento, com finalidade de aumentar a sua capacidade de negociação com os 
países do Norte, nos organismos internacionais, têm buscado ampliar a cooperação Sul-Sul, através da 
constituição de associações como a ALCA e o NAFTA. 
 a demarcação Norte-Sul, apesar de ser de natureza essencialmente geopolítica e econômica, estabelece, também, 
uma divisão entre duas áreas ecológicas, a temperada e a tropical. 
 
 
 24 LINGUAGENS / HUMANAS 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: O mapa evidencia a divisão econômica da unimultipolaridade atual. O chamado conflito Norte x Sul é 
de natureza econômica, portanto, diferente do extinto conflito Leste x Oeste, de natureza geopolítica. 
 
QUESTÃO 07 
O afastamento do Reino Unido da União Europeia, que ficou conhecido como Brexit, foi aprovado em plebiscito em 
junho de 2016, depois de longas polêmicas acerca das campanhas relacionadas ao movimento. Sobre o Brexit: 
 
 
 
 é um movimento que questiona a globalização e o internacionalismo liberal, defendendo, em seu lugar, um forte 
regionalismo ou o fechamento comercial de fronteiras nacionais. 
 se trata de um movimento político realizado pelo Reino Unido, que se afasta da União Europeia para liderar uma 
cooperação internacional mútua de países emergentes. 
 acentua a tendência cada vez maior do Reino Unido de expandir suas relações comerciais globais, principalmente 
ao sair da União Europeia e dominar outros continentes. 
 demarca o ressurgimento radical de ideias derivadas do liberalismo econômico no Reino Unido, que busca se 
afastar da União Europeia, em função do programa governamental socialdemocrata dos países que formam esse 
bloco. 
 oposição à tendência liberal clássica adotada por alguns países europeus e o Reino Unido definiu de forma 
unânime que seria melhor sair da UE. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: O Brexit constitui o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, definido em referendo em 
2016. Trata-se de uma evidência do enfraquecimento do processo de globalização através de blocos econômicos 
comerciais. Revela o crescimento da extrema direita populista, nacionalista e xenófoba em relação aos imigrantes, 
além do avanço de tendências protecionistas e antiliberais que caracterizam a desglobalização. 
 
QUESTÃO 08 
A multiplicação dos acordos bilaterais, tratados de livre comércio e de blocos econômicos regionais constitui um dos 
fenômenos mais marcantes do cenário mundial pós Guerra Fria. Neste contexto, ocorre destaque para a União 
Europeia, considerado o bloco econômico com maior nível de integração e que enfrenta nos últimos anos uma grave 
crise econômica. Sobre a crise europeia e o bloco União Europeia podemos concluir que: 
 
 o crescimento econômico deste bloco está em descompasso com o resto do mundo, uma vez que, enquanto seus 
países membros têm lento crescimento econômico, os países que compõem outros blocos apresentam rápido 
crescimento, principalmente os que compõem o NAFTA. 
 a crise na Europa foi causada pela dificuldade de alguns países europeus em pagar as suas dívidas. Alguns países 
da região, a exemplo da Grécia e Portugal, não vêm conseguindo gerar crescimento econômico suficiente para 
honrar os compromissos firmados junto aos seus credores ao longo dos últimos anos. Tal fato é grave e poderá 
ultrapassar as fronteiras da chamada "Zona do Euro". 
 alguns países, a exemplo da Alemanha e França, que possuem maior desenvolvimento tecnológico, estão isentos 
desta recente crise econômica. O término da Guerra Fria e a reunificação alemã influenciaram na reformulação do 
equilíbrio geopolítico europeu. 
 
 25 LINGUAGENS / HUMANAS 
 a crise atinge todos os países integrantes do bloco com a mesma proporção, sendo o desemprego estrutural e 
conjuntural um dos mais sérios problemas dos países integrantes deste bloco econômico. 
 a economia mundial tem experimentado um crescimento lento desde a crise financeira dos Estados Unidos entre 
2008 e 2009. A crise americana atravessou fronteiras e influenciou no resto do mundo, inclusive na Europa e no 
contexto da União Europeia, atingindo na mesma proporção todos os países integrantes deste bloco. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: A crise em questão começou por volta de 2008 na qual foi causada pela dificuldade de alguns países 
europeus em pagar as suas dívidas. Alguns países da região, a exemplo da Grécia e Portugal, não vêm conseguindo 
gerar crescimento econômico suficiente para honrar os compromissos firmados junto aos seus credores ao longo dos 
últimos anos. Tal fato é grave e poderá ultrapassar as fronteiras da chamada "Zona do Euro". 
 
QUESTÃO 09 
A entrada da Venezuela como membro pleno do MERCOSUL permite que o Bloco reformule a sua composição e ganhe 
novo impulso graças à incorporação da terceira economia da América do Sul. Quanto ao ingresso da Venezuela no 
MERCOSUL: 
 
 foi aprovado de comum acordo pelos quatro membros plenos do bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai; 
 foi aprovada por Argentina, Brasil e Uruguai, sem o voto do Paraguai, suspenso do bloco em consequência do golpe 
de Estado naquele país; 
 foi aprovada apesar da discordância do Paraguai, pois o ingresso de novo país membro no MERCOSUL podia 
ocorrer por maioria simples; 
 foi aprovada apesar da discordância do Uruguai, beneficiada pela suspensão do Paraguai, em consequência do 
golpe branco que derrubou seu presidente; 
 contou com o apoio geral da imprensa brasileira, bem como da situação e da oposição política no Brasil, 
convencidos de que o governo venezuelano satisfaz a cláusula democrática, requisito necessário para o ingresso. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIO: A entrada da Venezuela no Mercosul só pode acontecer devido a aprovação por Argentina, Brasil e 
Uruguai, sem o voto do Paraguai, suspenso
do bloco em consequência do golpe de Estado naquele país; 
 
QUESTÃO 10 
"A tal ideologia globalitária, quase sem resistências, vem tentando demonstrar que, com a queda do Muro de Berlim e 
o fim do chamado mundo bipolar, o espaço político e econômico tornou-se mais homogêneo, menos conflitivo, 
havendo concordância a respeito das tendências evolutivas da economia e das sociedades". 
 
(Luiz Gonzaga Belluzzo. A Guerra do Brasil, São Paulo: Textonovo, 2006. p. 25) 
 
O autor se refere a uma interpretação da chamada nova ordem mundial. Sobre essa ordem podemos concluir que: 
 
 vivenciamos a globalização que tornou as relações comerciais internacionais bem mais harmoniosas, com a 
eliminação quase total dos obstáculos alfandegários. 
 assistimos ao fim da geopolítica, que é aquela ação dos países de colocarem à frente de todos os interesses gerais, 
seus próprios interesses econômicos e estratégicos. 
 na globalização há mais liberdade para a circulação de capitais no mundo, porém a falta de controles eficazes tem 
gerado situações de instabilidade econômica importantes. 
 o fim da ordem bipolar significou o fim do equilíbrio militar que mantinha certa paz no mundo; a consequência é o 
aumento significativo de conflitos e de guerras regionais. 
 Levou as empresas a ultrapassarem os limites regionais, atingindo mercados internacionais e equilibrando a 
economia global. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: De acordo com o exposto no texto, na globalização há mais liberdade para a circulação de capitais no 
mundo, porém a falta de controles eficazes tem gerado situações de instabilidade econômica importantes. 
 
 
 
 
 
 26 LINGUAGENS / HUMANAS 
FILOSOFIA / SOCIOLOGIA (Questões de 01 a 10) 
 
Texto 1 
 
Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou- se) o termo fake news para designar os relatos 
pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram e que são disseminados, em larga escala, nas 
mídias sociais, por pessoas interessadas nos efeitos que eles poderiam produzir. 
 
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia”. Estudos em 
Jornalismo e Mídia, nº 2, vol. 16, 2019.) 
 
Texto 2 
 
As vacinas foram os principais alvos de fake news entre todas as publicações monitoradas pelo Ministério da Saúde 
em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados pelo órgão tinham como alvo a vacinação. Reconhecido 
internacionalmente, o programa de imunização brasileiro viu doenças como sarampo e poliomielite voltarem a 
ameaçar o país em 2018 após os índices de cobertura vacinal caírem em 2017. 
 
(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news e reforça campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. 
Adaptado.) 
QUESTÃO 01 
Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio da fundamentação racional sustentado por Descartes, 
que propôs a 
 
 busca por um conhecimento seguro proveniente do ato de duvidar. 
 construção da compreensão a partir da lógica dialética. 
 eliminação da subjetividade na produção do conhecimento. 
 fundamentação das certezas a partir da experiência sensível. 
 percepção da realidade por meio da associação entre fé e razão. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: O pensamento filosófico de Descartes, no que diz respeito à Teoria do conhecimento, fundamenta-se 
no princípio metodológico da dúvida sistemática. Para Descartes, o ponto de partida para se chegar à verdade é 
colocar em questão todo conhecimento previamente estabelecido como verdadeiro, obtendo, com isso, um 
conhecimento mais seguro. Nesse sentido, o método cartesiano é o oposto do que se observa com o fenômeno das 
fake news, já que a disseminação de informações falsas tem como princípio a falta de rigorosidade com o que é 
apresentado como verdade, de forma que não há questionamento algum acerca das informações obtidas. 
 
QUESTÃO 02 
Nas primeiras linhas das Meditações Metafísicas, Descartes declara que “recebera muitas falsas opiniões por 
verdadeiras” e que “aquilo que fundou sobre princípios mal assegurados devia ser muito duvidoso e incerto”. 
 
(DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, In: MARÇAL, J. CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (org.) Antologia de textos filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 
2009, p. 153.) 
 
A fim de dar bom fundamento ao conhecimento científico, Descartes entende que é preciso: 
 
 confiar nas próprias opiniões. 
 certificar-se de que os outros pensam como nós. 
 seguir as opiniões dos mais sábios. 
 partir de princípios seguros e proceder com método. 
 aceitar que o conhecimento é duvidoso e incerto. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: Descartes defende que o conhecimento é bem fundamentado quando parte de princípios seguros e da 
prática metódica. Ele parte, então, da dúvida metódica, que o leva a questionar todas as prenoções, duvidando de tudo 
que até então foi considerado como certo. Junto à dúvida, é necessário também um ordenamento desse “caminho” 
investigativo da verdade, que constitui o que Descartes chama de método. O método seria, então, a organização do 
processo da dúvida. 
 
 27 LINGUAGENS / HUMANAS 
 
QUESTÃO 03 
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, 
enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo moral e coletivo, composto de tantos 
membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de 
todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado 
por seus membros de Estado [...]. 
 
(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.) 
 
O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do 
 
 coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização. 
 humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho. 
 socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica. 
 corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional. 
 contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: Rousseau está entre os pensadores classificados como “contratualistas”, haja vista que a teoria 
filosófica política formulada por ele se baseia no estabelecimento de um contrato social como fundamento da 
organização política da vida coletiva, estabelecendo os direitos e deveres dos cidadãos e a finalidade e os limites das 
instituições políticas. Essa produção se dá no contexto histórico de reação contra o Antigo Regime, baseado nas 
monarquias absolutistas modernas. 
 
QUESTÃO 04 
Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos 
costumes eram rústicos. Não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se 
reconhecerem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção, poupava-lhes muitos vícios. 
 
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado). 
 
No presente excerto, o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) exalta uma condição que teria sido vivenciada 
pelo homem em qual situação? 
 
 No sistema monástico, pela valorização da religião. 
 Na existência em comunidade, pela comunhão de valores. 
 No modelo de autogestão, pela emancipação do sujeito. 
 No estado de natureza, pelo exercício da liberdade. 
 Na vida em sociedade, pela abundância de bens. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: No fragmento, Rousseau faz referência ao estado natural, antes do estabelecimento da sociedade civil. 
O aluno deve perceber que a condição exaltada é essa uma vez que ele fala em “costumes rústicos” e na segurança
que o reconhecimento recíproco proporcionada, noções cuja noção não existe mais. A própria atitude de exaltar essa 
condição descrita também fornece ao aluno um indicativo de que Rousseau se refere ao estado de natureza, pois a 
análise de Rousseau sobre a sociedade civil apresenta a ruptura do estado natural em uma perspectiva negativa. 
 
QUESTÃO 05 
Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século XVIII, a filosofia 
política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças ocorridas naquele período. O que 
se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos 
que reforçavam a crença em uma autoridade divina. 
 
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”. In: Historiæ, vol. 3, no 3, 
2012. Adaptado.) 
 
 
 
 28 LINGUAGENS / HUMANAS 
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs 
 
 a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário. 
 a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes. 
 a justificativa do despotismo em nome da paz social. 
 a obediência às leis costumeiras de origem feudal. 
 a retirada do poder político do povo. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIO: Montesquieu, em sua obra “Do espírito das leis”, propõe a divisão dos poderes no Sistema de 
tripartição, no qual o Poder Legislativo seria a instância responsável pela elaboração, aperfeiçoamento ou revogação 
das leis; o Poder Executivo se ocuparia da execução das leis e da garantia da segurança; e o Poder Judiciário teria a 
atribuição de fiscalizar a ordem, julgando os litígios. Para Montesquieu, essa divisão de poderes tem como objetivo 
evitar a concentração dos poderes, o que tenderia ao abuso de poder. 
 
QUESTÃO 06 
“Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros 
e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos 
portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se 
fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é vista 
como uma gente nova, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza 
como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si mesmo, 
mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado mundial, 
através do desgaste da população. Sua unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo 
porque atuaram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se 
plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os 
caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas 
diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e aculturação que emprestam 
fisionomia própria a uma ou outra parcela da população.” 
 
(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 1995. Adaptado.) 
 
De acordo com o excerto, a gênese do povo brasileiro está associada a (ao): 
 
 ao propósito de ocupação de novos territórios pelos portugueses e à implantação de um empreendimento de 
povoamento, voltado à construção de um mercado interno amplo e diversificado. 
 à conquista de novos territórios pelos povos africanos, ameríndios e europeus e à implantação de um modelo de 
desenvolvimento econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado externo. 
 ao ímpeto pela descoberta de novos territórios pelos povos ameríndios e africanos e à implantação de um modelo 
de desenvolvimento social e econômico de inspiração europeia, dirigido ao progresso técnico e econômico 
nacional. 
 ao projeto de colonização de novos territórios e de seus respectivos povos pelos portugueses e à implantação de 
um empreendimento mercantil, voltado a atender às demandas do mercado externo. 
 ao propósito de conquista de novos territórios pelos europeus e à implantação de um modelo de desenvolvimento 
econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado local. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: A gênese do povo brasileiro está associada ao processo de colonização em que as relações de trabalho 
(e a produção) estavam voltadas aos interesses dos europeus, como se percebe no trecho “Velho, porém, porque se 
viabiliza como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si 
mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado 
mundial, através do desgaste da população“. 
 
 
 
 
 
 
 29 LINGUAGENS / HUMANAS 
QUESTÃO 07 
“A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, 
pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, 
mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor 
compreendê-lo historicamente.” 
(Cadernos da Escravidão em Arquivo Público Mineiro, 1988.) 
 
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve 
considerar que elas 
 
 permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos. 
 perderam a relação com o seu passado histórico. 
 derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira. 
 contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. 
 demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIO: O texto fala sobre a importância de entendermos que a herança cultural africana sobre a nossa cultura 
tem razões históricas e menciona que o processo cultural está sempre em movimento, sendo plural e complexo. Por 
isso, explica o texto, as nossas manifestações culturais de origem africana não são um mero resgate de um tempo 
longínquo, mas está associado ao fato de que o que nós somos está, também, ao povo negro. O enunciado nos 
questiona acerca da análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira e o Candomblé. 
 
QUESTÃO 08 
 “O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e 
destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos 
capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens. 
Pena: Prisão de dois a seis meses.” 
 
SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro, 1994 (adaptado). 
 
O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal 
regulamento expressava: 
 
 a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana. 
 a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano. 
 o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização. 
 a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao passado de 
escravidão. 
 o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIO: Um ano depois da Proclamação da República, o Código Penal brasileiro mostrava uma série de 
continuidades com o período monárquico e colonial anterior. Entre essas permanências está a discriminação e 
marginalização dos negros e da cultura africana, como

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais