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Electrodinâmica Clássica Ensino à Distância Universidade Pedagógica Rua Comandante Augusto Cardoso nº135 Direitos de autor (copyright) Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução, deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores. Universidade Pedagógica Rua Comandante Augusto Cardoso, nº 135 Telefone: 21-320860/2 Telefone: 21 – 306720 Fax: +258 21-322113 Agradecimentos À COMMONWEALTH of LEARNING (COL) pela disponibilização do Template usado na produção dos Módulos. Ao Instituto Nacional de Educação a Distância (INED) pela orientação e apoio prestados. Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado em todo o processo. Ficha Técnica Autor: Jonatane Macie Desenho instrucional: Custódio Lúrio Revisão Linguística: Jerónimo Simão Maquetização : Aurélio Armando Pires Ribeiro Ilustração: Valdinácio Florêncio Paulo Ensino à Distância i Índice Visão geral 1 Bem-vindo ao Módulo de Electrodinâmica Clássica ................................................... 1 Objectivos do curso .......................................................................................................... 1 Objectivos.... ........................................................................................ 1 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2 Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2 Ícones de actividade .......................................................................................................... 4 Acerca dos ícones .......................................................................................... 4 Habilidades de estudo ....................................................................................................... 5 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 6 Avaliação .......................................................................................................................... 7 Unidade 1 9 Aparato Matemático (Análise Vectorial) ......................................................................... 9 Introdução ................................................................................................................ 9 Lição nº1 10 1.1. Campos Escalares. O Gradiente de um Campo Escalar em diferentes coordenadas e suas Propriedades ............................................................................................................ 10 Introdução .............................................................................................................. 10 Sumário ........................................................................................................................... 18 Lição nº2 22 1.2. Campos vectoriais. Fluxo de um campo vectorial. Teorema de Ostroradsky Gauss22 Introdução .............................................................................................................. 22 Sumário ........................................................................................................................... 29 Lição nº3 33 1.3. Circulação e Rotacional de um campo vectorial. .................................................... 33 Teorema de Stokes e Teorema de Green ........................................................................ 33 Introdução .............................................................................................................. 33 Sumário ........................................................................................................................... 43 Lição nº4 46 1.4. Operações diferenciais de 2ª ordem ......................................................................... 46 Introdução .............................................................................................................. 46 ii Índice Sumário ........................................................................................................................... 53 Lição nº5 57 1.5. Função de Dirac e suas propriedades. ...................................................................... 57 Aplicação da função Delta ............................................................................................. 57 Introdução .............................................................................................................. 57 Sumário ........................................................................................................................... 62 Lição nº 6 64 Revisão da Unidade 1 ..................................................................................................... 64 Introdução .............................................................................................................. 64 Unidade 2 69 Electrostática ................................................................................................................... 69 Introdução .............................................................................................................. 69 Lição nº1 70 2.1. Carga eléctrica e suas propriedades. Lei de Coulomb ............................................. 70 Introdução .............................................................................................................. 70 Sumário ........................................................................................................................... 74 Exercícios ........................................................................................................................ 75 Lição nº2 77 2.2. Vectores do campo Electrostático no Vácuo ........................................................... 77 Introdução .............................................................................................................. 77 Sumário ........................................................................................................................... 81 Exercícios ........................................................................................................................ 82 Lição nº3 84 2.3. Equações principais de Electrostática. Potencial electrostático .............................. 84 Introdução .............................................................................................................. 84 Sumário ........................................................................................................................... 86 Exercícios ........................................................................................................................ 88 Lição nº4 90 2.4. Lei de Gauss e Simetria ........................................................................................... 90 Introdução .............................................................................................................. 90 Sumário ........................................................................................................................... 93 Lição nº5 97 2.5. Electrostática e condições de Fronteira ................................................................... 97 Introdução .............................................................................................................. 97 Ensino à Distância iii Sumário .........................................................................................................................105 Exercícios ...................................................................................................................... 106 Unidade 3 114 Movimento de cargas num campo eléctrico. Correntes estacionárias e Magnetostática114 Introdução ............................................................................................................ 114 Lição nº1 115 3.1. Movimento de cargas num campo eléctrico. Correntes estacionárias ................... 115 Introdução ............................................................................................................ 115 Sumário ......................................................................................................................... 120 Exercícios ...................................................................................................................... 122 Lição nº2 123 .2. Magnetostática ......................................................................................................... 123 Introdução ............................................................................................................ 123 3.2.1.Campo originado por cargas em movimento.Força de Lorentz e campo magnético. Lei de Biot-Savart e suas aplicações ............................................................................. 124 Sumário ......................................................................................................................... 128 Exercícios ...................................................................................................................... 130 Lição nº3 132 3.3. EQUAÇÕES PRINCIPAIS DA MAGNETOSTÁTICA. POTENCIAL VECTOR132 Introdução ............................................................................................................ 132 Sumário ......................................................................................................................... 137 Exercícios ...................................................................................................................... 139 Introdução ............................................................................................................ 140 Auto-avaliação ................................................................................... 144 Unidade 4 146 Conceitos e Equações Fundamentais de Electrodinâmica ............................................ 146 Introdução ............................................................................................................ 146 Lição nº1 147 4.1. Campo electromagnético. Concepção e fundamentação da teoria do campo Electromagnético .......................................................................................................... 147 Introdução ..................................................................................................................... 147 Sumário ......................................................................................................................... 153 Exercícios ...................................................................................................................... 155 Lição nº2 156 4.2.Potenciais Electrodinâmicos. Calibração dos potenciais. Invariância dos potenciais electromagnéticos em relação a transformação de calibração ..................... 156 Introdução ............................................................................................................ 156 iv Índice Sumário ......................................................................................................................... 164 Exercícios ...................................................................................................................... 165 Lição nº3 166 4.3. Densidade de energia do campo magnético e densidade do fluxo de energia ....... 166 Introdução ............................................................................................................ 166 Sumário ......................................................................................................................... 171 Exercícios ...................................................................................................................... 172 Lição nº4 174 Lei de conservação do Impulso do campo electromagnético (tensor Maxwelliano das tensões) ......................................................................................................................... 174 Introdução ............................................................................................................ 174 Sumário ......................................................................................................................... 178 Exercícios ...................................................................................................................... 179 Chave de Correcções 180 Revisão da Unidade 4 ................................................................................................... 181 Introdução ............................................................................................................ 181 Unidade nº5 186 Ondas Electromagnéticas .............................................................................................. 186 Introdução ............................................................................................................ 186 Lição nº1 187 5.1.Concepção de Onda Electromagnética ................................................................... 187 Sumário ......................................................................................................................... 192 Exercícios ...................................................................................................................... 194 Lição nº2 197 5.3. Onda Plana ............................................................................................................. 197 Introdução ............................................................................................................ 197 Sumário ......................................................................................................................... 206 Exercícios ...................................................................................................................... 207 Lição nº3 208 Introdução ............................................................................................................ 208 Ensino à Distância v 5.4.1. Onda Plana Monocromática (senoidal). .............................................................. 208 Sumário ......................................................................................................................... 214 Exercícios ...................................................................................................................... 215 Lição nº4 216 5.6. Difracção das ondas Electromagnéticas. Fórmula de Kirchhoff. .......................... 216 Introdução ............................................................................................................ 216 Sumário ......................................................................................................................... 225 Exercícios ...................................................................................................................... 227 _Toc277751071 Lição nº5 228 5.8.Difracção de Fraunhofer ......................................................................................... 228 Introdução ............................................................................................................ 228 Sumário ......................................................................................................................... 231 Exercícios ......................................................................................................................233 Unidade nº6 239 Balanço Energético ....................................................................................................... 239 Introdução ............................................................................................................ 239 Lição nº1 240 6.1. Dedução da Equação de Balanço de Energia ......................................................... 240 Introdução ............................................................................................................ 240 Sumário ......................................................................................................................... 246 Exercícios ...................................................................................................................... 248 Lição nº2 249 6.4. Aplicação dos Resultados Obtidos ........................................................................ 249 Introdução ............................................................................................................ 249 Sumário ......................................................................................................................... 254 Exercícios ...................................................................................................................... 255 Unidade nº7 257 Campo Electromagnético em Substância. .................................................................... 257 Permissividades e Susceptibilidades ............................................................................. 257 Introdução ............................................................................................................ 257 Lição nº1 258 7.1.Campo Electromagnético em Substância. Permissividades e Susceptibilidades .... 258 Introdução ............................................................................................................ 258 vi Índice Sumário ......................................................................................................................... 266 Exercícios ...................................................................................................................... 269 Chave de Correcções 270 Lição nº2 271 Polarização de Substância. Vector de Polarização (Intensidade de Polarização) ......... 271 Introdução ............................................................................................................ 271 Sumário ......................................................................................................................... 277 Exercícios ...................................................................................................................... 278 Chave de Soluções 278 Lição nº3 280 7.1.6. Densidade de Carga Induzida. Susceptibilidade da Carga Induzida. Corrente de Polarização .................................................................................................................... 280 Introdução ............................................................................................................ 280 Sumário ......................................................................................................................... 289 Exercícios ...................................................................................................................... 290 Lição nº4 291 7.1.8. Sistema Completo das Equações do Campo Electromagnético em Substância . 291 Introdução ............................................................................................................ 291 Sumário ......................................................................................................................... 299 Exercícios ...................................................................................................................... 300 Lição nº5 302 7.1.9. Condições de fronteira para os vectores do campo. ............................................ 302 Introdução ............................................................................................................ 302 Sumário ......................................................................................................................... 309 Exercícios ...................................................................................................................... 310 Ensino à Distância 1 Visão geral Bem-vindo ao Módulo de Electrodinâmica Clássica Caro estudante, para poder seguir o estudo da Electrodinâmica Clássica, espera-se que você tenha uma preparação adequada em Matemática e Física. Isso implica bom conhecimento de cálculo avançado, um conhecimento básico de equações diferenciais e álgebra, um conhecimento rudimentar de números complexos, de matrizes e de séries de Fourier. Quanto aos assuntos de Física, você deve ter completado o treinamento padrão em Mecânicas, Oscilações, Ondas, Electricidade e Magnetismo. Mesmo supondo preenchidos estes pré-requisitos, é frequentemente reconhecida a necessidade de se rever um pouco do material preparatório, no início de uma lição . Seguiremos esta prática, dedicando um pouco de tempo à Análise Vectorial, que está relacionada com o material desenvolvido neste módulo. Com certeza que tal revisão deve ser rápida e teremos que omitir a maioria dos detalhes, em particular, os que envolvem demonstrações matemáticas. Para uma discussão completa, remetemos o estudante aos textos usuais de cálculo avançado e análise vectorial. Objectivos do curso Quando terminar o estudo do Módulo de Electrodinâmica Clássica, você será capaz de: Objectivos � Apresentar as equações fundamentais da electrodinâmica; � Interpretar as equações fundamentais da electrodinâmica; � Explicar os fenómenos tratados na electricidade e magnetismo e na física escolar; � Formular os conceitos básicos da electrodinâmica, dos fenómenos ligados a ela bem como as suas interacções, as leis que regem esses fenómenos e a capacidade de resolução de problemas; � Aplicar as bases teóricas da teoria da electricidade e magnetismo evidenciando as técnicas de cálculo das múltiplas situações que se apresentam na prática. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo destina-se à formação de professores em exercício que possuem a 12ª Classe ou equivalente e inscritos no Curso à Distância, fornecido pela Universidade Pedagógica. Como está estruturado este módulo Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Pedagógica encontram-se estruturados da seguinte maneira: Páginas introdutórias � Um índice completo. � Uma visão geral detalhada do curso/módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa de conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo. Conteúdo do módulo O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação. O Módulo de Electrodinâmica Clássica compreende sete unidades, nomeadamente: (1) Introdução matemática; (2) Electrostática; (3) Correntes estacionárias (Magneto estática); (4) Equações fundamentais da Electrodinâmica; (5) Ondas electromagnéticas; (6) Balanço energético e (7) Campos electromagnéticos no Meio (substância). Na unidade sobre Introdução matemática, você deverá fazer o estudo do aparato matemático, concentrando a atenção nas equações diferenciais e álgebra; um conhecimento rudimentar de números complexos, de matrizes e de séries de Fourier. Esta unidade tem como objectivo preparar conhecimentos e habilidades que serão necessários para todas as unidades subsequentes. Na unidade sobre Electrostática, você vai tratar do conceito de carga eléctrica, dos tipos de interacções entre as cargas eléctricas, vai perceber que a exposiçãodos fenómenos electrostáticos baseia-se frequentemente na lei de Coulomb. Partiremos do sistema de equações de Maxwell visto na cadeira de Electricidade e magnetismo, que nos levará às equações de Electrostática na qualidade de uma das suas formas particulares. Podemos considerar a electrostática como um “parágrafo preparatório” da teoria de electromagnetismo que ao estudar permite assimilar as operações da análise vectorial e as noções mais simples. Posteriormente, desse material encontrará uma aplicação ao enunciar conceitos mais complexos. E, Ensino à Distância 3 finalmente, em electrostática procuramos a fonte de certas noções que se aplicam extensamente na técnica (potencial, capacidade, etc.). Na unidade respeitante a Magneto estática, você vai perceber que na esfera de acções das equações de magneto estática incluem-se os campos magnéticos invariáveis com respeito ao tempo e à ausência de correntes. Posteriormente, examinaremos a gama de fenómenos a que elas respondem. A unidade sobre Equações fundamentais da Electrodinâmica vai tratar de estender os conhecimentos que você já teve no estudo de Electricidade e Magnetismo nos níveis do ensino secundário e no 2º ano da Universidade. Ainda nesta unidade, aprofundar-se-á o conhecimento sobre as equações de Maxwell. Usando os conhecimentos da unidade anterior sobre Equações diferenciais, você vai aplicar as equações de Maxwell na resolução de exercícios múltiplos sobre o campo electromagnético. Os conteúdos principais desta unidade, comportam o seguinte: carga e corrente eléctrica, campo electromagnético, equações fundamentais da electrodinâmica e teorema de Poyting. Estes temas terão uma abordagem das partes essenciais que foram discutidas nos anos anteriores do curso de física. Concepções tais como: idealização dos objectos (campo electromagnético uma função contínua) definição de grandezas físicas (por exemplo: intensidade da corrente eléctrica, campos vectoriais do campo electromagnético) formulação de teoremas empíricos serão abordados sob ponto de vista de unidade, tal como aconteceu na Mecânica. Serão seleccionados resultados que constituem a base para uma abordagem teórica sólida. São, por exemplo: as equações de Maxwell e de materiais, as equações de movimento (movimento newtoniano) que descrevem o movimento das cargas eléctricas num campo electromagnético. Na unidade de Ondas electromagnéticas, você, uma vez mais, vai fazer o uso do sistema de equações de Maxwell na sua forma completa. Prestaremos particular atenção aos processos que transcorrem segundo a lei das oscilações harmónicas e, neste caso, o emprego do método das amplitudes complexas conduzem o sistema de equações de Maxwell a uma forma extremamente reduzida. É muito importante que, ao mesmo tempo este método crie na Electrodinâmica novas noções substanciais, cuja transcendência não se limita ao seu papel no aparato formal. Na unidade de Balança de Energia, você vai deduzir a equação de balanço de energia electromagnética usando equações diferenciais tratadas na álgebra vectorial, vai aprofundar o conhecimento sobre o fluxo de vector de Poynting e isso permitir-lhe-á compreender mais facilmente o Balance de energia para oscilações harmónicas. Na unidade do Campo electromagnético no Meio, você vai estudar certas representações mais simples sobre as partículas carregadas nos campos electromagnéticos, não tocaremos nem na física quântica nem na relativista. Os modelos da física clássica, revelam-se suficientes para a explicação de muitos processos que em radiotécnica têm grande importância. Outros recursos Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para que você os explore. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na Internet. Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação As tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada lição. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo. Comentários e sugestões Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este módulo. Ícones de actividade Ao longo deste manual, irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Acerca dos ícones Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por “adrinka”. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia. Os ícones incluídos neste manual são... (ícones a ser enviados - para efeitos de testagem deste modelo, reproduziram-se os ícones adrinka, mas foi-lhes dada uma sombra amarela para os distinguir dos originais). Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada um com uma descrição do seu significado e da forma como nós interpretamos esse significado para representar as várias actividades ao longo deste curso/módulo. Ensino à Distância 5 Comprometimento/ perseverança Actividade Resistência, perseverança Auto-avaliação “Qualidade do trabalho” (excelência/ autenticidade) Avaliação / Teste “Aprender através da experiência” Exemplo / Estudo de caso Paz/harmonia Debate Unidade/relações humanas Actividade de grupo Vigilância / preocupação Tome Nota! “Eu mudo ou transformo a minha vida” Objectivos “[Ajuda-me] deixa- me ajudar-te” Leitura “Pronto a enfrentar as vicissitudes da vida” (fortitude / preparação) Reflexão “Nó da sabedoria” Terminologia Apoio / encorajamento Dica Habilidades de estudo Caro estudante! Para frequentar com sucesso este módulo, terá que buscar através de uma leitura cuidadosa das fontes de consulta a maior parte da informação ligada ao assunto abordado. Para o efeito, no fim de cada unidade, apresenta-se uma sugestão de livros para leitura complementar; Antes de resolver qualquer tarefa ou problema, o estudante deve certificar-se de ter compreendido a questão colocada; É importante questionar se as informações colhidas na literatura são relevantes para a abordagem do assunto ou resolução de problemas; Sempre que possível, deve fazer uma sistematização das ideias apresentadas no texto. Desejamos - lhe muitos sucessos! Precisa de apoio? Dúvidas e problemas são comuns ao longo de qualquer estudo. Em caso de dúvida numa matéria, tente consultar os manuais sugeridos no fim da lição e disponíveis nos Centros de Ensino à Distância (CEAD) mais próximos. Se tiver dúvidas na resolução de algum exercício, procure estudar os exemplos semelhantes apresentados no manual. Se a dúvida persistir, consulte a orientação que aparece no fim dos exercícios. Se a dúvida persistir, veja a resolução do exercício. Sempre que julgar pertinente, pode consultar o tutor que está à sua disposição no CEAD mais próximo. Não se esqueça de consultar também colegas da escola que tenham compreendido ou feito a cadeira de Electrodinâmica Clássica, vizinhos e até estudantes de universidades que vivam na sua zona e tenham ou estejam a fazer cadeiras relacionadas com Electrodinâmica Clássica. Tarefas (avaliação e auto- avaliação) Ao longo deste módulo, irá encontrar várias tarefas que acompanham o seu estudo. Tente sempre solucioná-las. Consulte a resolução para confrontar o seu método e a solução apresentada. O estudante deve promover o hábito de pesquisa e a capacidade de selecção de fontes de informação, tanto na Internet como em livros. Consulte manuais disponíveis e referenciadosno fim de cada lição para obter mais informações acerca do conteúdo que esteja a estudar. Se usar livros de outros autores ou parte deles na elaboração de algum trabalho, deverá citá-los e indicar esses livros na bibliografia. Não se esqueça que usar um conteúdo, livro ou parte do livro em algum trabalho, sem referenciá-lo é plágio e pode ser penalizado por isso. As citações e referências são uma forma de reconhecimento e respeito pelo pensamento de outros. Estamos cientes de que o estimado estudante não gostaria de ver uma ideia sua a ser usada sem que fosse referenciado, não é? Na medida de possível, procure alargar as competências relacionadas com o conhecimento científico, as quais exigem um desenvolvimento de competências, como autocontrole da sua aprendizagem. Ensino à Distância 7 As tarefas colocadas nas actividades de avaliação e de auto-avaliação deverão ser realizadas num caderno à parte ou em folha de formato A4. Avaliação O Módulo de Electrodinâmica Clássica terá dois testes e um exame final que deverá ser feito no Centro de Recursos mais próximo, ou em local a ser indicado pela administração do curso. O calendário das avaliações será também apresentado oportunamente. A avaliação visa não só informar-nos sobre o seu desempenho nas lições, mas também estimular-lhe a rever alguns aspectos e a seguir em frente. Durante o estudo deste módulo o estudante será avaliado com base na realização de actividades e tarefas de auto-avaliação previstas em cada Unidade. Ensino à Distância 9 Unidade 1 Aparato Matemático (Análise Vectorial) Introdução Para poder seguir este módulo sem maiores dificuldades, espera-se que você tenha uma preparação adequada em Matemática para além de bases em Física. Isso implica bom conhecimento de cálculo avançado, um conhecimento básico de equações diferenciais e álgebra. Um conhecimento rudimentar de números complexos, de matrizes e de séries de Fourier. Dedicaremos um pouco de tempo à Análise Vectorial que está relacionada, de várias maneiras, com o material desenvolvido neste módulo. Esta unidade é composta por cinco temas: O primeiro tema é sobre Campos escalares. O gradiente de um campo escalar em diferentes coordenadas e suas propriedades; O segundo tema é sobre campos vectoriais. Fluxo de um campo vectorial. Teorema de Ostrogradsky Gauss; O terceiro tema é sobre Circulação e Rotacional de um campo vectorial. Teorema de Stokes e de Green., O quarto tema é sobre, Operações diferenciais de 2ª ordem. Operador de Laplace.O potencial vector; O quinto tem é sobre Função de Dirac e sua aplicação. Tempo de estudo da Unidade: 14:00 Horas Esta Unidade tem cinco lições, estando previsto para cada uma delas um tempo de estudo de 2 horas e a lição número 6 tem 4 horas é de revisão de toda a unidade. Este número de horas é um indicativo para você para ter um apoio para gerir melhor o seu tempo; e é considerado suficiente para você conseguir atingir os objectivos definidos no início de cada lição. Todavia, pode ser que você leve menos tempo numa lição e mais tempo noutra, não há nenhum problema, desde que consiga apreender. Lição nº1 1.1. Campos Escalares. O Gradiente de um Campo Escalar em diferentes coordenadas e suas Propriedades Introdução O estudo de Gradiente de um campo escalar e tem muita importância para o curso de Física que você vai frequentar. O tema constitui uma ferramenta matemática para o estudo de várias áreas da ciência e da tecnologia. Tempo de estudo da lição: 02:00 Horas Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Definir campo escalar; � Dar alguns exemplos de campo escalar; � Explicar o conceito de superfície de nível de um campo escalar; � Estabelecer a diferença entre superfície de nível de um campo escalar e linha de nível; � Identificar a derivada direccional do campo escalar num dado ponto na direcção que vai desse ponto a um outro qualquer; � Enunciar o conceito de gradiente de um campo escalar e dando o significado geométrico da direcção fornecida pelo gradiente; � Expressar o gradiente nos sistemas de coordenadas cartesianas, cilíndricas e esféricas; � Aplicar as propriedades de gradiente na resolução de exercícios. � Terminologia Nesta lição, você deverá prestar muita atenção nos seguintes termos e conceitos: • Campo; campo escalar; • Linhas de níveis; superfícies de níveis; • Derivada direccional; Gradiente de um campo escalar Ensino à Distância 11 1.1.1. O conceito de Campo Definição : Campo é a grandeza que quantifica as acções à distância. O campo pode ser escalar ou vectorial. Quando o campo assume forma vectorial, tem associado linhas de campo. 1.1.2.Exemplos de Campos Escalares. Superfícies e Linhas de Níveis O campo de temperaturas e o campo electrostático, fornecem um exemplo de campo escalar. Definição: Denomina-se campo escalar à lei de correspondência que associa a cada ponto do espaço, ou de uma parte do espaço, uma grandeza escalar. Um campo escalar descreve-se mediante uma função escalar do ponto M. ( )Mfu = Se introduzirmos um sistema cartesiano de coordenadas x, y, z teremos, ( ).,, zyxfu = Geometricamente, um campo caracteriza-se pelas superfícies de nível. Denomina-se superfície de nível de um campo escalar o lugar geométrico dos pontos aos quais a função escalar do campo associa um certo valor constante. A equação de superfície de nível será, pois, ( ) ,,, Czyxf = onde C = constante. Se um campo de temperatura for produzido por uma fonte pontual de calor num meio homogéneo e isótropo, as superfícies de nível serão as esferas com centro na fonte de calor (campo centro- simétrico). No caso de uma fonte linear, rectilínea, infinita, uniformemente aquecida, as superfícies de nível (superfícies isotérmicas) serão os cilindros coaxiais cujo eixo coincide com a fonte de calor. Um campo escalar chama-se plano se, o campo de duas dimensões induzido por este campo sobre cada plano paralelo a um plano dado, for o mesmo. Se identificarmos um destes planos com o plano coordenado xoy, a função do campo tomará a forma ( ),, yxfu = isto é, será independente da coordenada z. Do ponto de vista geométrico, os campos planos caracterizam-se pelas linhas de nível. Denomina-se linha de nível o lugar geométrico dos pontos aos quais a função escalar associa um certo valor constante. 1.1.3.Derivada direccional Seja dado um campo escalar descrito pela função ( ).Mfu = Tomemos no espaço um ponto M0 e escolhamos uma direcção determinada pelo vector l . Em seguida, tomemos um outro ponto M de modo que o vector MM 0 seja paralelo a l . Consideremos a diferença ( ) ( )0MfMfu −=∆ e designemos por l∆ o comprimento do vector MM 0 . O quociente l u ∆ ∆ é a velocidade média de variação do campo escalar por unidade de comprimento na direcção escolhida. Façamos tender o ponto M para 0M de modo que o vector MM 0 permaneça paralelo a l .Nestas condições, 0→∆l . Definição: se existir para 0→∆l o limite da razão l u ∆ ∆ , este limite denomina-se derivada direccional de ( )Mfu = em 0M na direcção de l e designa-se , l u ∂ ∂ isto é, por definição ( ) ( ) .,0limlim 0 0 lMMlquando l MfMf l u l u →∆ ∆ − = ∆ ∆ = ∂ ∂ A derivada direccional assim definida é invariante, ou seja, independente da escolha particular de coordenadas. Fig.1.1 Suponhamos que num sistema cartesiano de coordenadas o campo se dê pela função ( ) ( )zyxfMf ,,= a qual é derivável em ( )0000 ,, zyxM , então a derivada numa direcção dada l para uma função u=f(x,y,z) é: γβα cos/cos/cos// MoMoMoMo z u y u x u l u ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∂ ∂ (1) onde γβα ,, são os ângulos entre a direcção l e os eixos correspondentes das coordenadas e os cosenos directores γβα cos,cos,cosdo vector kajaial 321 ++= encontram- se pelas fórmulas: l a1cos =α , l a 2cos =β e l a3cos =γ 2 3 2 2 2 1 aaal ++= Ensino à Distância 13 N.B. A derivada numa direcção dada caracteriza a velocidade com que varia a função nesta direcção. As notações 000 ,, Mz u My u Mx u ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ significam que as derivadas parciais são calculadas no ponto 0M . Exemplo 1. Encontrar a derivada direccional do campo yzxzu 22 += no ponto ( )2,0,10M ao longo da circunferência = −= += 2 ,1 ;cos1 z tseny tx no sentido de crescimento do parâmetro t. Solução: Escrevendo a equação da circunferência na forma vectorial, ( ) ( ) ( ) .21cos1 kjtsenittr +−++= , encontramos o vector τ tangente à mesma no ponto genérico M jtitsen dt dr .cos. +−==τ . Visto que ao ponto ( )2,0,10M que se encontra no plano xoz no primeiro octante, corresponde ao valor 2 π =t do parâmetro, temos neste ponto ijisen M −=+−= . 2 cos. 20 ππ τ . Daqui, obtemos os valores dos cosenos directores da tangente: 0cos,0cos,1cos ==−= γβα . O cálculo das derivadas parciais do campo escalar dado no ponto ( )2,0,10M ( ) ,422,42,4 00000 2 0 =+= ∂ ∂ == ∂ ∂ == ∂ ∂ M yxz Mz u M z My u M z Mx u dá-nos, finalmente: ( ) 40.40.41.4 00 −=++−= ∂ ∂ = ∂ ∂ M u Ml u τ Se considerarmos um campo plano ( )yxfu ,= , teremos a seguinte expressão para a derivada em ( )000 , yxM na direcção de l ,cos 000 αα sen My u Mx u Ml u ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∂ ∂ (2) onde α é o ângulo formado por l e o eixo ox. Obs. As próprias derivadas parciais z u y u x u ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ,, serão as derivadas direccionais de u segundo a direcção dos eixos coordenados ox, oy, oz, respectivamente. A fórmula (1) da derivada direccional é válida mesmo se M tender para 0M segundo uma trajectória curvilínea, se esta última admitir uma tangente paralela a l no ponto 0M . Exemplo 2. Achar a derivada da função z=2x2 -3y2 no ponto p(1;0), na direcção que forma com o eixo OX um ângulo de 120º. Solução: ;4x x z = ∂ ∂ ;4)( = ∂ ∂ p x z ;6y y z −= ∂ ∂ 0)( =∂ ∂ p y u 2 1 120coscos −== oα ; 2 3 120 == osensenα Assim, 2cos −= ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∂ ∂ αα sen y z x z l z como se trata de um campo plano e a função z(x,y) é diferenciável. 1.1.4.Gradiente de um campo escalar Para descrevermos este operador, importa primeiro falar do operador nabla. Operador Nabla Quando um vector é uma função de várias variáveis escalares, admite, evidentemente, derivadas parciais em relação a cada uma, as demais consideradas constantes. Assim, se ( ),,, zyxvv = a variação total → vd , do vector v , devido às variações simultâneas em x, y, z, respectivamente, dx, dy, dz, é ...dz z v dy y v dx x v vd ⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ = →→→ → A expressão anterior pode ser escrita de forma simbólica, da seguinte maneira: →→ ⋅⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ = vdz z dy y dx x vd )( A expressão entre parêntesis podendo ser considerada como um operador diferencial, semelhantemente ao operador , dx d D = utilizado em Análise Matemática. Hamilton teve a ideia de considerar esse operador como o produto escalar de dois vectores, o primeiro dos quais é inteiramente simbólico. →→→→ ⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ =∇ k z j y i x este vector simbólico é um operador diferencial de grande significado, permitindo por sua vez a conceituação de novos operadores muito importantes na Física, em especial. Ele é Ensino à Distância 15 chamado de nabla, nabla hamiltoniano, del ou até atled (delta ao contrário, devido ao símbolo consagrado para a sua representação). O operador nabla ∇ → , assim definido, revelou-se um “prestidigitador” de grandes recursos, capaz de transformar um escalar num vector, um vector num escalar, ou noutro vector. Este operador não tem significado físico nem geométrico. Por ser operador, pode-se, à esquerda, aplicá-lo a uma função à direita. Ex. ∇∇∇ vxevf .; . Se uma grandeza escalar V varia no espaço, constituindo o que se chama, de forma expressiva, um campo escalar, isto é, se ),,,( zyxVV = (onde essa função V deve ser uma função contínua de ponto e apresentar uma variação elementar dV) é possível conceber um vector derivando desse campo escalar, cujas componentes são respectivamente, as derivadas parciais de V: zsegundocomponente z V ysegundocomponente y V xsegundocomponente x V ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ A esse vector dá-se o nome de gradiente de V e representa-se por Vgrad . Temos portanto, por definição: →→→ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = k z V j y V i x V Vgrad em coordenadas cartesianas. Em virtude da definição do operador nabla )( → ∇ , podemos definir o gradiente simbolicamente por: VVgrad ⋅∇= → Exemplo 1. encontrar o gradiente do campo escalar zyxu 32 +−= Solução: kjiugrad 321 +−= A superfície de nível deste campo serão os planos Czyx =+− 32 . O >−=< 3,2,1ugrad é normal a esta família de planos. Exemplo 2. encontrar o mais forte incremento da superfície yxu = no ponto ( )4,2,2M . Solução: ,ln. 1 xjxiyxugrad yy += − ( )2max 2ln14)(,2ln44 +==∂ ∂ += gradu l u ji M gradu (o máximo é tomado ao variar-se a direcção l ). Exemplo 3. Encontrar o gradiente da função ( ) ( ) ( )20 2 0 2 0 zzyyxxr −+−+−= que dá a distância entre o ponto genérico ( )zyxP ,, e um ponto fixo ( )0000 ,, zyxP . Solução: temos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0 2 0 2 0 2 0 000 r zzyyxx kzzjyyixx k z r i y r i x r rgrad = −+−+− −+−+− = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = isto é, o vector unitário de PP0 . Exemplo 4. encontrar o ângulo Θ formado pelos gradientes das funções xyyxueyxu 222 ++=+= no ponto ( )1,10M . Solução: calculando no ponto ( )1,10M os gradientes das funções dadas, teremos j y x i x y M gradv ji Myx yjxi M gradu 11, 2 00220 ++ += + = + + = 1.1.5. Operador Gradiente noutras Coordenadas • Gradiente em coordenadas curvilíneas ortogonais arbitrárias Seja o campo escalar ( )321 ,, qqqVV = 3 33 2 22 1 11 111 e q V H e q V H e q V H Vgrad ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = , sendo 321 , HeHH coeficientes métricos (ou seja, coeficientes de Lamé). .3,2,1, 222 = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = i q z q y q x H iii i • Gradiente em Coordenadas Cilíndricas Seja ( )zVV ,,ϕρ= , ze z V e V e V gradV ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = ϕρ ϕρρ 1 • Gradiente em coordenadas no sistema esféricas seja ( )ϕθ ,,rVV = ϕθ ϕθθ e V rsen e V r e r V gradV r ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = 11 Ensino à Distância 17 Significado geométrico do vector gradiente • O gradiente é ortogonal (perpendicular) à superfície de nível definido por teCzyxvV == ),,( e tem sentido dos V crescentes. A sua intensidade é dn dV na abcissa da normal. O gradiente transforma campos escalares em campos vectoriais, como por exemplo na electricidade relaciona-se o campo eléctrico com o potencial pela expressão: .gradVE −= → Verificamos quando estudamos as questões relativas à Energia Mecânica, que a força, nos campos conservativos, é igual e contrária ao gradiente da função de forças. • O gradiente aponta na direcção de crescimento da função do campo; • A sua direcção é aquela segundo a qual a derivada direccional no ponto dado tem valor máximo e o seu módulo é igual a este máximo. (3) (o gradiente é invariante com respeito ao sistema de coordenadas). O gradiente segundo a (3) indica a direcção na qual a taxa de variação do campo é maior no ponto dado. Ilustração Geométrica gradVgradfseja =Fig.1.2 Conclusão: o gradV é um vector que dá como resultado a máxima variação da função e a direcção em que esta máxima variação ocorre. 222 max ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ == ∂ ∂ z V y V x V gradu V l 1.1.6. Algumas Propriedades Aritméticas de Gradiente de uma função escalar Sendo ϕφ e funções escalares ( ) ( ) ϕφφϕφϕ ϕφϕφ →→→ →→→ ∇+∇=∇ ∇±∇=±∇ . . ii i Sumário • Campo é a grandeza que quantifica as acções à distância. O campo pode ser escalar ou vectorial. Quando o campo assume uma forma vectorial, tem associado linhas de campo. • Denomina-se campo escalar a lei de correspondência que associa a cada ponto do espaço, ou de uma parte do espaço, uma grandeza escalar. O campo de temperaturas, o campo electrostático, fornecem um exemplo de campo escalar. • Denomina-se superfície de nível de um campo escalar o lugar geométrico dos pontos aos quais a função escalar do campo associa um certo valor constante. A equação de superfície de nível será, pois, ( ) ,,, Czyxf = onde C = constante. • Um campo escalar chama-se plano se o campo de duas dimensões induzido por este campo sobre cada plano, paralelo a um plano dado, é o mesmo. Se identificarmos um destes planos com o plano coordenado xoy, a função do campo tomará a forma ( ),, yxfu = isto é, será independente da coordenada z. • Os campos planos caracterizam-se pelas linhas de nível. Denomina-se linha de nível o lugar geométrico dos pontos aos quais a função escalar associa um certo valor constante. • Se existir para 0→∆l o limite da razão l u ∆ ∆ , este limite denomina-se derivada direccional de ( )Mfu = em 0M na direcção de l e designa-se , l u ∂ ∂ isto é, por definição ( ) ( ) .,0limlim 0 0 lMMlquando l MfMf l u l u →∆ ∆ − = ∆ ∆ = ∂ ∂ • Se uma grandeza escalar V varia no espaço, constituindo o que se chama, de forma expressiva, um campo escalar, isto é, se ),,,( zyxVV = (onde essa função V deve ser uma função contínua de ponto e apresentar uma variação elementar dV) é possível conceber um vector derivando desse campo escalar e Ensino à Distância 19 cujas componentes são respectivamente, as derivadas parciais de V: x V ∂ ∂ , y V ∂ ∂ e z V ∂ ∂ . A esse vector dá-se nome de gradiente de V e representa-se por gradV. Temos portanto, por definição: →→→ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = k z V j y V i x V Vgrad em coordenadas cartesianas. • O gradiente transforma campos escalares em campos vectoriais, como por exemplo na electricidade relaciona-se o campo eléctrico com o potencial pela expressão: .gradVE −= → • O gradV é um vector que dá como resultado a máxima variação da função e a direcção em que esta máxima variação ocorre. Exercícios 1. Encontrar a derivada da função u=1/z, onde rr = , na direcção do vector γβα coscoscos kjil ++= . Determinar as condições sob as quais esta, se anula. 2. Encontrar a direcção segundo a qual a taxa de variação de cada um dos seguintes campos escalares no ponto respectivo é maior, assim como o valor desta última: ( ) xyzMu = ; ( )1,1,2 −oM 3. Encontrar a variação do campo escalar ( )senzyxf ++= coscosln na origem, em direcção ao ponto (1,2,1). 4. Encontrar a derivada direccional do campo escalar xyzu = no ponto ( )1,1,10 −M na direcção do vector que vai do ponto 0M ao ponto ( )1,3,21M . 5. Calcular a derivada do campo escalar arctgxyu = no ponto ( )1,10M situado sobre a parábola 2xy = , na direcção da última e no sentido dos x crescentes. 6.Determinar o gradiente da intensidade do vector posição r . 7. Dado um campo escalar 1' −−= rrf , demonstre que 3 ' ' rr rr gradf − − = Ensino à Distância 21 Chave de Correcção . 1. ( ) lrse l u r lr l u ⊥= ∂ ∂ −= ∂ ∂ ∧ 0; ,cos 2 2. 3 na direcção do vector kjia 22 +−−= 3. 12 6 . 4. 17 3 (os valores do campo crescem na direcção considerada pois )0 0 > ∂ ∂ Ml u 5. : 52 3 = ∂ ∂ l u 6. 222 zyx zkyjxi ++ ++ 7. 3 ' ' rr rr gradf − − = Lição nº2 1.2. Campos vectoriais. Fluxo de um campo vectorial. Teorema de Ostroradsky Gauss Introdução O estudo desta lição tem importância para todos os temas das unidades que se seguem. Deste modo, é necessário que você domine estas operações para não ter dificuldades em resolver quaisquer exercícios e problemas que envolvam este conhecimento. Tempo de estudo da lição: 02:00 Horas Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos • Definir um campo vectorial; • Explicar o conceito de fluxo de um campo vectorial; • Enunciar o conceito de Divergência de campos vectoriais; • Indicar o operador divergência em diferentes coordenadas; • Enunciar as propriedades de Divergência e o seu significado físico; • Explicar o fluxo de um campo vectorial através de uma superfície fechada; • Calcular divergência de um campo vectorial. Terminologia Nesta lição, você deverá prestar muita atenção aos seguintes termos e conceitos : • Campo vectorial, linhas de campo, campo solenoidal • Fluxo de um campo vectorial • Divergência de um campo vectorial Definição: Se a cada ponto M do espaço ou de uma região do espaço associarmos um vector ( ),Maa = então diremos que está definido um campo vectorial. Se no espaço for introduzido um sistema de coordenadas cartesianas, descrever um campo vectorial ( ),Maa = significará indicar três funções escalares do ponto ( ) ( ) ( ),,, MRMQMP de modo que ( ) ( ) ( ) ( )kzyxRjzyxQizyxPMa ,,,,,, ++= . Definição: denomina-se linha de campo de um campo vectorial, a linha curva que em cada ponto M é tangente ao vector do campo ”a”. Ensino à Distância 23 θθθθ Φ=ΑΦ=ΑΦ=ΑΦ=Α S Φ=ΑΦ=ΑΦ=ΑΦ=Α S cos θθθθ S A n Fig.1.4 ∫=Φ ndSA. Fig.1.3 As linhas de campo podem ser abertas ou fechadas e a sua densidade é sempre directamente proporcional à intensidade de campo. Numa representação geométrica, a maior concentração das linhas de campo significa uma maior intensidade do mesmo. 1.2.1.Fluxo de um Campo Um feixe de linhas de campo é semelhante a um caudal em que o campo fosse o vector velocidade e as linhas de campo as linhas de circulação. No caso do vector velocidade associado ao movimento dum fluído, a influência do caudal depende da posição relativa da superfície que lhe sente os efeitos em face das linhas de circulação e da sua densidade, sendo máximo quando as linhas de circulação são perpendiculares à superfície, a secção recta, e mínimo ou mesmo nulo quando a superfície é paralela às linhas de circulação. Assim, chamaremos a esta influência fluxo. 1.2.2. Fluxo do vector A através duma superfície S colocada em várias posições em relação às linhas de força Definição: Fluxo de Campo através de um segmento de superfície limitado por um contorno (fechado) é uma grandeza que mede o impacto do feixe de linhas de força que atravessa esse segmento de superfície, na respectiva secção recta, definida pela projecção da superfície sobre a secção recta mais próxima e representa-se naturalmente por . s dSΦ = ∫ An Definição: Fluxo de Campo através duma superfície que limita um volume, é a diferença entre o número de linhas de campo que entra e o número de linhas de campo que saem dessa superfície, de acordo com a orientação que as definem, sendo a normal à superfície sempre dirigida para o exterior. Num campo com linhas de campo abertas, terá necessariamente de existir uma região do espaço circunscrito por uma superfície fechada aonde o número de linhas de campo que entraé diferente do número de linhas de campo que saem. Mas num campo com linhas de campo fechadas qualquer que seja a região do espaço, o número de linhas de campo que entra em qualquer volume fechado é sempre igual ao das que saem. Associada às linhas de campo fechadas estabeleceremos a seguinte definição: Campo solenoidal - é um campo com linhas de força fechadas. O campo solenoidal conserva o fluxo (fig.1.5). Vejamos como estes conceitos são suportados matematicamente. Fig.1.5 Linhas de força fechadas: O número de linhas de força que entra numa certa secção recta, é igual ao número de linhas que sai desta. 1.2.3. Fluxo de um Campo vectorial Por definição: sdF s ∫∫=Φ Sentido físico: consideremos um tubo de água furado. sdF s ∫∫=Φ ; amF = mas Vm .ρ= sd dt vd V dt vd VaVF s ∫∫=Φ⇔==⇒ ρρρ O fluxo mostra a rapidez da variação da velocidade da partícula elementar que vai sair no orifício considerado. 1.2.4. Propriedades do Fluxo de um Campo Vectorial Ensino à Distância 25 a) O fluxo muda de sinal ao mudar a orientação da superfície (quando se substitui a normal n por outra de sentido inverso). b) O fluxo é linear com respeito à adição de campos (sobreposição de campos): ( ) ( ) ( )dsnbdsnadsnba s o s o s o ∫∫∫∫∫∫ +=+ ,,, µλµλ para λ e µ constantes. c) O fluxo é aditivo se a superfície s for composta de um nº finito de pontos s1, s2, …,sm, cada uma das quais é lisa, então o fluxo do campo ‘a’ (M) através de s será a soma dos fluxos do vector a (M) através das superfícies s1,s2,…, sm: 1.2.5. Divergência Seja kZjYiXv ++= , uma função vectorial contínua e com derivadas contínuas pelo menos até à primeira ordem. Por definição: V vds vvdiv s v ∫ → →→→ =⋅∇=⋅ 0 lim ou =vdiv. ( ) z Z y Y x X vv ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇=∇ ,. sendo X,Y e Z componentes de v. A integral da divergência de um vector, estendida ao volume é igual ao fluxo que, de fora para dentro, atravessa a superfície regular que limita o volume. Obs. A Divergência transforma campos vectoriais em campos escalares; isto é, aplica-se a um campo vectorial e dá como resultado um escalar. A divergência de um campo qualquer “a” em M é a densidade volumétrica do fluxo de “a” neste ponto. Nos pontos onde está satisfeita esta condição, div(a)>0 o campo “a” é criado, ao passo que nos pontos onde div(a)<0 este, é aniquilado. N.B. Se o campo é ao mesmo tempo pontecial e solenoidal então, div.(gradu)=0 e a função de pontencial u é harmónica; isto é, satisfaz a equação de Laplace, 02 =∇=∆ Um campo vectorial ( ) kZjYiXzyxv ++=,, , diz-se campo vectorial potencial se o v for o gradiente duma certa função escalar u(x,y,z): graduv = . ( ) ( )dsnadsna s o s o ∫∫∫∫ −+ −= ,, ( )dsna m k s o k ∑∫∫ = =Φ 1 , z u k y u j x u iv ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = O campo v(x,y,z) para o qual 0. =vdiv isto é, o campo vectorial que não contém origens, chama-se solenoidal ou tubular. Exemplo: 1. Calcular rdiv , sabendo que zkyjxir ++= . Solução: temos ,zkyjxir ++= de modo que zRyQxP === ,, e, de acordo com a fórmula de adiv , 3= ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = z z y y x x rdiv . 2. Calcular ( ),.audiv onde ( )Mu é uma função escalar do ponto e ( )Ma uma função vectorial: ( ) ( ) ( ) ( )kzyxRjzyxQizyxPMa ,,,,,, ++= . Solução: visto que a fórmula z R y Q x P diva ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = nos dá ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )ugradaadivuuadiv temos ugradadivau z u R y u Q x u P z R y Q x P u z u R z R u y u Q y Q u x u P x P u z uR y uQ x uP uadiv ,. ,. += += ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = Sentido físico: a divergência de um campo vectorial ( ) ( )rvdivrv .; , dá como resultado o fluxo líquido (fluxo que sai – fluxo que entra) por unidade de volume. Ensino à Distância 27 Fig. 1.6: Dois campos vectoriais de divergência positiva/divergência nula Na figura 1.6, em M, o campo é nulo, mas na sua vizinhança não o é. Quando for 0<⋅∇ → v a figura que representa esta situação é: Figura 1.7: Campo vectorial de divergência negativa Resumindo: Fig.1.8 1.2.6. Algumas propriedades do operador de divergência a) ( ) FFF •∇+∇=•∇ ψψψ b) [ ]( ) [ ] [ ]GFFGGF ,,,, ∇−∇=∇ 1.2.7. Operador Divergência em outras Coordenadas • Divergência em Coordenadas curvilíneas Ortogonais arbitrárias Seja ( )321 ,, qqqvv = ( ) ( ) ( ) . 1 3 213 2 312 1 321 321 ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = → q HHv q HHv q HHv HHH vdiv • Divergência em Coordenadas Cilíndricas Seja ( )zvv ,,ϕρ= z vv vvdiv z ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = → ϕρ ρ ρρ ϕ ρ 1 ).( 1 • Divergência em Coordenadas Esféricas Seja ( )ϕθ ,,rvv = ( ) ( ) ϕθ θ θθ ϕ θ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = → v rsen vsen rsen vr rr vdiv r 1 . 1 . 1 2 2 1.2.8. Fluxo de um Campo Vectorial através de uma superfície fechada. O Teorema de Gauss-Ostrogradsky Teorema: O fluxo total de um campo vectorial através de uma superfície fechada s é: dVFdivsdF Vs ∫∫∫∫∫ ==Φ Fig. 1.9 O fluxo do campo vectorial é igual à divergente do mesmo campo vectorial. Demonstração: Seja Φ a superfície em causa. Vamos dividir a superfície em 2 partes: Ensino à Distância 29 sdFsdF ss ∫∫∫∫ +=Φ+Φ=Φ 21 21 . Se dividirmos a superfície em 4 partes: sdFsdFsdFsdF ssss ∫∫∫∫∫∫∫∫ +++=Φ+Φ+Φ+Φ=Φ 4321 4321 Se dividirmos a superfície em n partes, dVFdivsdFs vn ∫∫∫∑ ==Φ⇒→∆ ∞ =1 lim0 Mas o divergente por definição é: V sFd Fdiv ∆ = ∫∫ lim , 0→∆V , ∫∫=∆⇒ s FdsVdivF lim Φ==⇔ ∫∫∫∫∫ sdFdVFdiv sv lim c.q.d. N.B. se a um campo vectorial definido numa região G e ,0=adiv diz-se que a é um campo solenoidal. Sumário • Se a cada ponto M do espaço ou de uma região do espaço associarmos um vector ( ),Maa = então diremos que está definido um campo vectorial. • Fluxo de Campo através de um segmento de superfície limitado por um contorno (fechado) é uma grandeza que mede o impacto do feixe de linhas de força que atravessa esse segmento de superfície, na respectiva secção recta, definida pela projecção da superfície sobre a secção recta mais próxima e representa-se naturalmente por, • Fluxo de Campo através duma superfície que limita um volume, é a diferença entre o número de linhas de campo que entra e o número de linhas de campo que saem dessa superfície, de acordo com a orientação que as definem, sendo a normal à superfície sempre dirigida para o exterior. • Campo solenoidal é um campo com linhas de força fechadas. O campo solenoidal conserva o fluxo. a) O fluxo muda de sinal ao mudar a orientação da superfície; b) O fluxo é linear com respeito à adição de campos (sobreposição de campos); b) O fluxo é aditivo se a superfície s compor-se de um nº finito de pontos s1, s2, …,sm, cada uma das quais é lisa, então o fluxo do campo ‘a’ (M) através de s será a soma dos fluxos do vector a (M) através das superfícies s1,s2,…, sm: • Seja kZjYiXv ++= , uma função vectorial contínua e com derivadas contínuas pelo menos até à primeira ordem. Por definição: V vds vvdiv s v ∫ → →→→ =⋅∇=⋅ 0 lim ou =vdiv. ( ) z Z y Y x X vv ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇=∇ ,. sendo X,Y e Z componentes de v. • A Divergência transforma campos vectoriais em campos escalares; isto é, aplica-se a um campo vectorial e dá como resultado um escalar. • A divergênciade um campo qualquer ´´a´´ em M é a densidade volumétrica do fluxo de ´´a´´ neste ponto. Nos pontos onde está satisfeita esta condição, div(a)>0 o campo ´´a´´ é criado, ao passo que nos pontos onde div(a)<0 este, é ´´aniquilado. • Se o campo é ao mesmo tempo pontecial e solenoidal então, div.(gradu)=0 e a função de pontencial u é harmónica; isto é, satisfaz a equação de Laplace, 02 =∇=∆ • Um campo vectorial ( ) kZjYiXzyxv ++=,, , diz-se campo vectorial potencial se v for o gradiente duma certa função escalar u(x,y,z): graduv = . Teorema de Ostrogradsky-Gauss: O fluxo total de um campo vectorial através de uma superfície fechada s é: dVFdivsdF Vs ∫∫∫∫∫ ==Φ O fluxo do campo vectorial é igual à divergente do mesmo campo vectorial. N.B. se a um campo vectorial definido numa região G e ,0=adiv diz-se que a é um campo solenoidal. Ensino à Distância 31 Exercícios 1. Sabendo que φ , ϕ e f representam escalares, funções de ponto, u , v e F r vectores funções de ponto e gradfFFfdivFfdiv +=• )( , determine: a) ( )ϕφ +∇ c) ( )uφ•∇ b) ( )φϕ∇ d) ( )ffdiv ∇ 2. Com auxílio do teorema de divergência, calcule o fluxo do campo →→→→ ++= kzxjyzixyA 222 através da superfície esférica 2222 Rzyx =++ 3. Demonstre que o resultado →→ ∫∫ rfd . da integral de superfície é o mesmo para a superfície de um cubo.. 4. Calcule o fluxo do vector kzjyixa 222 ++= através da superfície fechada 2222 Rzyx =++ , Z=0 ( )0>Z . 5. O campo electrostático devido a uma carga pontual de grandeza q é: 24 r rq E o oπε = . Calcule divE. 6. Quais dos seguintes campos vectoriais, são solenoidais? a) ( ) ( ) ( )kxyzjzxyiyzxa 222222 −+−+−= b) ( ) ( )kyzjyxiya 13 2322 +++−= Chave de Correcção 1.a) ( ) ϕφϕφ ∇+∇=+∇ r b) ( ) ϕφφϕφϕ ∇+∇=•∇ rrr c) ( ) uuu •∇+∇=•∇ φφφ rr d) ( ) ( ) fffffdiv 22 .∇+∇=∇ rrr 2. 5 4 5rπ 4. 4 2 1 Rπ 5. divE=0 ( )0≠r . 6. .a) É solenoidal b) Não é solenoidal Ensino à Distância 33 Lição nº3 1.3. Circulação e Rotacional de um campo vectorial. Teorema de Stokes e Teorema de Green Introdução Nesta lição você irá aprender a determinar a Circulação e o Rotacional de um campo vectorial. Deste modo, é necessário que você domine estas operações para não ter dificuldades em resolver quaisquer exercícios e problemas que envolvam este conhecimento como por exemplo, problemas de cálculo de trabalho de um campo de força ao longo de um determinado segmento. Tempo de estudo da lição: 02:00 Horas Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Explicar o conceito de Circulação de um campo vectorial; � Enunciar as propriedades de Circulação de um campo vectorial; � Calcular a Circulação ao longo de uma trajectória fechada e, num campo conservativo; � Enunciar o Teorema de Stokes e de Green; � Enunciar o conceito de Rotacional de um campo vectorial; indicando o Rotacional em diferentes coordenadas; � Enunciar as propriedades do rotacional Terminologia Nesta lição sobre Circulação e Rotacional de um campo vectorial, você deverá prestar maior atenção aos seguintes termos e conceitos fundamentais: − Circulação de um campo vectorial − Rotacional de um campo vectorial _ Circulação num campo conservativo _ Campos solenoidais 1.3.1.Circulação de um campo vectorial ao longo de um circuito fechado Por definição: ∫=Γ l ldF 1.3.2. Propriedades de Circulação de Vectores a) A circulação é linear com respeito à adição de campos (sobreposição ): ( ) ( ) ),(,, 2121 dradradraa LLL ∫∫∫ +=+ µλµλ onde λ e µ são constantes numéricas. b) A circulação é aditiva com respeito à concentração de circuitos: ( ) ( ) ( )∫∫∫ += + 2121 ,,, LLLL dradradra c) A circulação muda de sinal ao mudar a orientação da trajectória L: ( ) ( )∫∫ −= ABBA dradra ,, , onde A e B são respectivamente, a Origem e a Extremidade de L. 1.3.3. Cálculo da Circulação ao longo de uma trajectória fechada ( )∫=Γ L dra, , se o campo a = a (M) for dado em coordenadas a = P (x,y,z)i+Q(x,y,z)j+R(x,y,z)k, então: ∫ ++=Γ L RdzQdyPdx Teorema: para que a circulação do vector “a” ao longo de uma trajectória L que liga dois pontos A e B não dependa da forma de L, é necessário e suficiente que o campo a=P(x,y,z)i+Q(x,y,z)j+R(x,y,z)k, seja irrotacional, isto é, rota (M)=0 . Exemplo 1. Achar a circulação do vector r r a = , onde r é o vector –posição do ponto genérico ao longo do segmento de recta de origem ( )ArA e extremidade ( )BrB . Solução: a circulação procurada será ( ) ( )∫∫ = ABAB r drr dra , , . (1) Da igualdade ( ) ( ) ( ) ( )drrdrrrdrrrd ,2,,, =+= obtemos ( ) ( ) ( ) ,2 2 1 2 1 , 2 1 , 2 rdrrdrrdrrddrr =•=== donde ( ) rd r drr = , . (2) Substituindo (2) na integral (1), temos ( ) AB r rABAB rrrdrddra B A −=== ∫∫∫ , . Note-se que, em geral, rddr ≠ . Ensino à Distância 35 Exemplo 2. Calcular o trabalho de campo de força ( )kzyxxjyiF ++++= ao longo do segmento de recta AB de origem ( )4,3,21M e extremidade ( )5,4,32M . Solução: O trabalho procurado será igual à circulação do campo de força ao longo do segmento ( ) ( )∫∫ ++++== 2121 ,:21 MMMM dzzyxxdyydxdrFAMM . Assim, encontremos as equações canónicas da recta que passa por 21 MeM : 1 4 1 3 1 2 − = − = − zyx . Daqui dxdzdxdy xz xy == += += , 2 1 Assim como x deve variar entre 2 e 3 (as abcissas respectivamente), o trabalho procurado será: ( ) ( )∫∫ =+=+++++++= 3 2 3 2 2 33 45211 dxxdxxxxxxA . Exemplo 3. Averigue se a integral seguinte independe do caminho de integração L 2222 yx xdy yx ydx L + + + − ∫ . Solução: A integrada perde sentido em ( )0,0o . Excluímos pois, este ponto. No restante do plano (que não será simplesmente conexo) os coeficientes de dx e dy são contínuos e possuem derivadas parciais contínuas. Verifica-se a identidade + − ∂ ∂ ≡ +∂ ∂ 2222 yx y yyx x x . Mas também, se calcularmos esta integral ao longo da circunferência L: ,222 Ryx =+ obteremos π ππ 2 cos 2 0 2 0 2 2222 22 == + = + +− ∫∫ ∫ dtdtR tRtsenR yx xdyydx L . Assim, pelo facto de a circulação ao longo de um circuito fechado não ser nula, resulta que a integral dependa do caminho de integração. 1.3.4. Rotacional Seja X,Y e Z componentes de campo vectorial v e, kZjYiXv ++= O rotacional transforma campos vectoriais em campos vectoriais. [ ] k y X x Y j x Z z X i z Y y Z Z z Y y X x kji vvxvvRot ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂=∧∇=∇=∇∇= ......... , Exemplo1. Encontrar o rotacional do vector ( ) ( ) ( )kzxjzyizxa +++++= 2 Solução: rota= zxzyzx zyx kji +++ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ 2 . Desenvolvendo o determinante segundo os elementos da primeira linha e efectuando sobre os elementos da terceira linha as operações de derivação parcial indicadas pelos operadores diferenciais da segunda linha, encontramos ( ) .12 jxiarot −−−= Exemplo 2. Encontrar o rotacional do vector intensidade de campo magnético H, onde kII •= Solução: O vector dá-se pela expressão [ ]rIH ,2 2ρ = ou xj I yi I zyx I kji H 222 22 00 2 ρρρ +−== onde 222 yx +=ρ . Daqui, em virtude de )0( 22 ≠+ yx A S A ( ) ( ) 0 22 2 22 0 22 222 222 222 222 2222 2222 = + −+ + + −+ = = +∂ ∂ + +∂ ∂ = ++ − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = k yx yyx yx xyx I k yx yI yyx xI xyx xI yx yI zyx kji Hrot [ ] k y X x Y j x Z z X i z Y y Z Z z Y y X x kji vvxvvRot ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂=∧∇=∇=∇∇= ......... , Ensino à Distância 37 Assim, obtemos que 0=Hrot por toda a parte, com excepção dos pontos de oz onde as fórmulas perdem sentido ao se anularem os denominadores. O campo do vector H é, por conseguinte, irrotacional em todos os pontos do espaço com excepção dos situados sobre o eixo oz. O campo vectorial v(x,y,z) para o qual 0=rotv , diz-se irrotacional. E todo o campo irrotacional é potencial e o inverso, sendo igualmente verdadeiro. Rot(gradu)=0 ou seja ( ) 0=∇∇=∇∇ VxVx Exemplo 3. Mostrar que a circulação ( )∫ L dra, do vector kyxjyzxizxya 2222 2 1 ++= é independente de L. Solução: As componentes de a são funções deriváveis por toda a parte. O domínio G de a é, por conseguinte, em todo o espaço temos a identidade 0 2 1 2222 = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = yxyzxzxy zyx kji arot . Logo, a integral ( ) ∫∫ ++= LL dzyxyzxdxzxydra 2222 2 1 , não depende da forma da trajectória L. Em particular, no caso de campo plano ( ) ( ) ( ) jyxQiyxPMa ,, += (1) ter-se-á ( ) k y P x Q QP zyx kji Mrota ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = 0 Daqui resulta que para o campo plano (1), a condição ( ) 0=Marot em coordenadas cartesianas será x Q y P ∂ ∂ = ∂ ∂ . Deste modo, obtivemos que a condição necessária e suficiente para que a integral ( ) ( )∫ + L dyyxQdxyxP ,, , onde ( ) ( )yxQeyxP ,, são definidas num domínio simplesmente conexo, não depende da forma de L, é que se cumpra a relação x Q y P ∂ ∂ ≡ ∂ ∂ . Observação: A restrição imposta ao domínio G de a de ser simplesmente conexo, pode-se escolher um a apropriado tal que a circulação dependa do caminho de integração bem que ( ) 0≡Marot . 1.3.5. Operador Rotacional em diferentes Coordenadas • Rotacional em coordenadas cartesianas →→→→ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = k y v x v j x v z v i z v y v vrot x yzxyz • Rotacional em coordenadas cilíndricas ( ) ( ) z zz e vv e v z v e z vv vrot ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = → ϕρ ρ ρρ ρ ϕρ ρϕ ϕ ρ ρ ϕ 11 • Rotacional em coordenadas esféricas Fig.1.10 C. Significado Físico de Operador Rotacional O rotacional de um campo vectorial ( )rv , ( )rvrot dá como resultado um vector cujos componentes x, y e z dão a circulação desse campo vectorial por unidade de área respectivamente nos planos normais a esses componentes. A definição dada, como a dos demais operadores diferenciais estudados, é puramente matemática. O rotacional encontra, no entanto, diversas aplicações ( ) ( ) ( ) ϕθθϕθϕ θϕθϕθθθ e v vr rr e r vr r v rsen e v vsen rsen vrot rrr ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = → 111 . 1 Ensino à Distância 39 físicas, não só em Mecânica dos sólidos, como em Mecânica dos fluidos e em Electricidade. • O operador rotacional é a ferramenta apropriada para testar se a integral de linha de um campo vectorial depende ou não do caminho. • O rotacional, etimologicamente, deriva de rotação, razão pela qual se usa em física no estudo dos fluidos, sempre que há movimento de rotação, ou seja, a formação de turbilhões e remoinhos. Rotacional transforma campos vectoriais em campos vectoriais 1.3.6. Algumas Propriedades do Operador Rotacional Sendo ϕφ e funções escalares Teorema de Stokes: A circulação do campo vectorial de um circuito fechado L é igual ao fluxo rotacional de F através de qualquer superfície s, cujo bordo é L. sdFrotldF sl ∫∫∫ = HrotFrot = (veja figura) Fig.1.11: Demonstração - dividimos a superfície em 2 partes: 21 Γ+Γ=Γ gama←Γ ( ) →→→→→→ →→→→→→→→→→→→→→ ∧∇+∇∧= ∧∇ ∧∇−∧∇⋅=∧⋅∇∧∇±∧∇= ±∧∇ uuuii vuuvvuiiivuvui φφφ. .. rr -se dividirmos em n partes teremos: s ldF Frot s ∆ = ∫ lim , 0→∆s ; V sdF divF s ∆ = ∫∫ lim , 0→∆V � Qal o sentido físico da circulação? Exemplo 1. Encontrar a circulação do vector zkjxyia −+= 2 ao longo do circuito L: = =+ 3 422 z yx a) por integração directa; b) mediante o Teorema de Stokes. Solução: a) o circuito L é a circunferência de raio R=2 que jaz no plano z=3 (fig. Abaixo). Escolhamos sobre a última orientação indicada na figura. Na forma paramétrica L será dada por ( ),20 3 ,2 ,cos2 π<≤ = = = t z senty tx de modo que 0,cos2,2 ==−= dzdttdydtsentdx . Portanto, a circulação, é ( )[ ]∫ −=−+−= π π 2 0 2 40.3cos2.cos422 dttttsentsenC . 2) a fim de calcular a circulação por meio do Teorema de Stokes, escolhamos uma superfície ∑ cujo bordo seja L. É imediata a eleição do circulo delimitado por L. Para concordar, a orientação de L com o sentido da normal 0n ao circulo devemos, segundo as nossas convenções, escolher a última igual a k. Assim obtemos ( ) .12 2 kx zxy zyx kji arot −= − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = Donde segundo o Teorema de Stokes, ( ) ( ) ( ) πρπρρϕρϕσσ π 4 0 2 2 21cos212, 22 0 2 0 0 −=−=−= ∑ − ∑ == ∫∫∫∫∫∫ dddxdnarotC Ensino à Distância 41 Exemplo 2. Calcular a circulação do campo vectorial cuja representação em coordenadas esféricas é: ( ) ϕθ esenrRera r .. ++= , ao longo da circunferência L: = = 2 π θ Rr no sentido do crescimento de ϕ (veja a fig.1.13). Fig.1.13 Solução: Dado que as coordenadas do campo são ( ) θϕθ senrRaarar +=== ,0, ,em virtude da fórmula ( ) ϕθθ ϕθ dsenardardradra L r L ++=∫∫ , a circulação procurada é ( ) ( ) ϕθϕθθ dsenrRrrdrdsensenrRrrdr LL ∫∫ ++=++ 2. Sobre o circuito L com o centro na origem cumpre-se as relações πϕ π θ 20, 2 ,0, <≤=== drRr e, por conseguinte 2 2 0 22 422 RdRdRC L πϕϕ π === ∫∫ . 1. 3.7. Cálculo da Circulação num Campo Conservativo Teorema: A circulação num campo conservativo a(M) é igual à diferença entre os valores que toma o potencial escalar na extremidade e na origem da trajectória de integração: ( ) ( ) ( )12 2 1 , MMdra M M ϕϕ −=∫ Exemplo 1. Mostrar que o campo electrostático E devido a uma carga pontual q colocada, por exemplo, na origem das coordenadas: , 3 r r q E = ,222 zyxr ++= é conservativo. Solução: Deve-se mostrar a existência de uma função ( )zyx ,,ϕ tal que as relações ( ) ( ) ( ) z zyxR y zyxQ x zyxP ∂ ∂ = ∂ ∂ = ∂ ∂ = ϕϕϕ ,,,,,,,, sejam satisfeitas. Em nosso caso, ( ) ( ) ( ) 333 ,,,,,,,, r qz zyxR r qy zyxQ r qx zyxP === , visto que 32 11 r x x r rrx −= ∂ ∂ −= ∂ ∂ , e que 33 1 , 1 r z rzr y ry −= ∂ ∂ −= ∂ ∂ ( obtém-se de modo semelhante), resulta que a função ( ) 222 ,, zyx q r q zyx ++ −=−=ϕ será o potencial escalar do campo E: E r q grad = − . Neste exemplo, a origem das coordenadas, onde está concentrada a carga q, será um ponto de singularidade do campo E. Exemplo 2. calcular a circulação do campo vectorial kzjyixr ++= ao longo do segmento de recta de origem ( )3,0,11 −M e extremidade ( )0,1,22 −M . Solução: mostremos
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