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HEMOSTASIA E COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS - T1 DANIELA FRANCO HEMOSTASIA NORMAL (hemostasia primária com formação do tampão plaquetário e hemostasia secundária com formação do coágulo de fibrina). A resposta hemostática normal ao dano vascular depende da interação entre a parede vascular, plaquetas e fatores de coagulação. O sistema homeostático é um equilíbrio entre mecanismos pró-coagulantes e anticoagulantes, aliado a um processo de fibrinólise. COMPONENTES DA RESPOSTA HEMOSTÁTICA PLAQUETAS: são produzidas na medula óssea, pela fragmentação do citoplasma do megacariócito. O principal regulador da produção de plaquetas é a trombopoetina, produzida no fígado e rins, essa aumenta o número e ritmo de maturação de megacariócitos via receptor c-MPL. Valor de referência: 250.000/ul (limites de 150 a 400.000). E a sobrevida das plaquetas é de 7 a 10 dias. As plaquetas tem 3 tipos de grânulos de armazenamento: densos, alfa e lisossomos. Os grânulos alfa contém fatores de coagulação, VWF, fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF, que acelera cicatrização da lesão vascular)), B-tromboglobulina e fibrinogênio. Os grânulos densos tem ADP, ATP, serotonina e cálcio. Os lisossomos tem enzimas hidrolíticas. Função das plaquetas: a principal é a formação do tempão mecanismo durante a resposta hemostática normal a lesão celular. A função pode ser dividida em reações de adesão, agregação, liberação e amplificação. A imobilização das plaquetas nos sítios de lesão vascular requer interações plaqueta-parede vascular (adesão) e plaqueta-plaqueta (agregação), ambas mediadas por VWF. O VWF está envolvido na adesão dependente das condições de fluxo das plaquetas a parede vascular e a outras plaquetas(agregação). Além disso, transporta fator VIII. É sintetizado por células endoteliais e megacariócitos, e armazenado no corpúsculo de Weibel-Palade das células endoteliais e nos grânulos alfa das plaquetas. Pode ser liberado por influencia de estresse, exercício, adrenalina e infusão de desmopressina. Agregação plaquetária: é a ligação cruzada das plaquetas por meio de receptores ativos de GPIb/IIIa com pontes de fibrinogênio. Reação de liberação e amplificação de plaquetas: a ativação primária por vários agonistas induz a sinalização intracelular, levando a liberação do conteúdo dos grânulos alfa. Este tem papel importante na formação e estabilização de agregados plaquetários e, além disso, o ADP liberado pelos grânulos densos desempenha importante papel de realimentações (feedback) do estímulo a ativação plaquetária. O tromboxano A2 (TXA2) é o pivô do segundo ciclo de realimentação da amplificação secundária da ativação plaquetária, necessária a firmeza e a estabilidade. O TXA2 diminui os níveis plaquetários de cAMP e inicia reação de liberação. Além de potencializar a reação de agregação, tem atividade vasoconstritora. Atividade pró-coagulante das plaquetas: depois da agregação e da liberação das plaquetas, o fosfolipídio da membrana exposto (fator plaquetário III) fica disponível para duas reações na cascata de coagulação. Ambas as reações mediadas pelo fosfolipídios dependem de cálcio. A primeira envolve os fatores IXa, VIIIa e na formação do fator Xa. A segunda (protombinase) resulta na formação de trombina a partir da interação dos fatores Xa, Va e protombina (II) Inibidores naturais da função plaquetária: óxido nítrico é liberado por células endoteliais, dos macrófagos e das plaquetas, ele inibe a ativação plaquetária e promove vasodilatação. A prostaciclina inibe agregação plaquetária e evita sua deposição no endotélio vascular. CASCATA DA COAGULAÇÃO. A coagulação envolve um sistema de amplificação, no qual substancias de iniciação ativam em sequência, por proteólise, uma cascata de proteínas precursoras circulantes (os fatores enzimáticos da coagulação), culminando na geração da trombina. Essa por sua vez converte o fibrinogênio em fibrina. A fibrina infiltra os agregados de plaquetas nos locais de lesão vascular e converte os tampões primários e instáveis de plaquetas em tampões estáveis. INICIAÇÃO A coagulação inicia-se pela interação do fator tecidual (TF), ligado a membrana, exposto após lesão vascular e ativado por uma proteína enzimática dissulfeto-isomerase com fator VIIa. O fator tecidual é o único iniciador da geração de trombina e formação de fibrina. Ele está expresso em fibroblastos da adventícia e nos pequenos músculos da parede vascular. O fator VII do plasma circula ativado, mas não expressa atividade proteolítica, exceto quando ligado ao TF. O complexo VIIa-TF, ativa fator IX e X. AMPLIFICAÇÃO A via inicial (Xase extrínseca) e inativada pelo inibidor da via do fator tecidual (TFPI), que forma um complexo com VIIa, TF e Xa. A geração de trombina passa a ser dependente da tradicional via intrínseca. Fatores VIII e V são convertidos em VIIIa e Va pela trombina. Nessa fase de amplificação a Xase intrínseca, formada por IXa e VIIIa na superfície de fosfolipídio e na presença de cálcio, ativa Xa suficiente, que em combinação com Va, PL e Ca2+, forma o complexo protombinase e resulta na geração de trombina. Esta age no fibrinogênio para formar o coágulo de fibrina. A trombina hidrolisa fibrinogênio, liberando fibrinopeptídios A e B para formar monômeros de fibrina. Estes unem-se para formar um polímero insolúvel de fibrina. A atividade dos fatores II, VII, IX e X dependem de vitamina K, responsável pela carboxilação de resíduos terminais de ácido glutâmico. CÉLULAS ENDOTELIAIS Tem papel de manutenção da integridade vascular. Fornecem membrana basal que separa o colágeno, a elastina e a fibronectina do tecido conectivo subendoteliais do sangue circulante. Perda ou dano ao endotélio resulta e ativação do mecanismo hemostático. A célula endotelial produz prostaglandinas, ON, e a extonucleotidade CD39 que possuem ação vasodiltadoras e inibem agregação plaquetária. RESPOSTA HOMEOSTÁTICA o Vasoconstrição: O vaso lesado tem constrição reflexa das artérias adjacentes, são responsáveis pela diminuição do fluxo sanguíneo. Essa resposta evita a exsanguinação e a diminuição do fluxo permite ativação de contato de plaquetas e fatores de coagulação. o Formação do tampão hemostático primário: depois da ruptura do revestimento endotelial há aderência inicial de plaquetas ao tecido exposto, medida pelo VWF. A exposição de colágeno e a geração de trombina pela ativação do fator tecidual produzida no sítio da lesão fazem as plaquetas aderentes liberarem o conteúdo dos grânulos e ativarem a síntese de prostaglandina, levando a formação de TXA2. O ADP liberado provoca ingurgitamento e agregação das plaquetas. Plaquetas rolando no sentido do fluxo sobre VWF exposto, com ativação dos receptores GPIIb/IIIa, aderem firme. Essa agregação contínua de plaquetas promove crescimento do tempão hemostático, o qual recobre o tecido exposto. Esse tempão hemostático primário instável costuma ser suficiente para conter o sangramento. De acordo com o aumento de ADP e TXA2 o tampão vai aumentando de tamanho. OBS: A prostaciclina contém a extensão do tampão para não ficar muito grande. o Estabilização do tampão plaquetário pela fibrina (hemostasia secundária): A hemostasia definitiva é obtida quando a fibrina (formada pela coagulação do sangue) é aderida a massa de plaquetas. Depois da lesão vascular, a formação de Xase (VIIa, TF, PL e Ca²) inicia a cascata de coagulação. A trombina gerada no sítio da lesão converte o fibrinogênio do plasma em fibrina, potencializa a agregação de plaquetas, e ativa fatores XI e XIII e cofatores V e VIII. LIMITAÇÕES FISIOLÓGICAS DA COAGULAÇÃO: A coagulação descontrolada do sangue causaria oclusão perigosa dos vasos (trombose). Inibidores dos fatores de coagulação: o Inibidor do Fator tecidual: é sintetizado pelas células endoteliais e acumula-se no sitio da lesão pela ativaçãolocal das plaquetas. Inibe os fatores Xa, VIIa e o fator tecidual. o Antitrombina: inativação de trombina e derina- proteases. É potencializado pela heparina. o Cofator II de heparina: inibe trombina. Proteína C e S: São inibidores dos cofatores de coagulação V e VIII. A trombina liga-se ao receptor trombomodulina da superfície da célula endotelial, e o complexo resultante ativa a serina- protease proteína C (vitamina K dependente) capaz de destruir fatores V e VIII, evitando assim a ativação da trombina. E a ação da proteína C é intensificada pela proteína S, que liga a proteína C na superfície da plaqueta. Além disso, a proteína C estimula a fibrinólise. FIBRINÓLISE A fibrinólise faz parte da hemostasia normal. O plasminogênio (proteína pró-enzima B- globulina no sangue) é convertida na serina-protease plasmina por ativadores da parede vascular (ativação intrínseca) ou dos tecidos (ativação extrínseca). A via mais importante é a do ativador tecidual do plasminogênio (TPA) das células endoteliais, ele é uma serina-protease que se liga a fibrina, aumentando a sua capacidade de converter o plasminogênio ligado ao trombo em plasmina. A proteína C estimula a firbinólise por destruir inibidos plasmáticos de TPA. A geração de plasmina na lesão limita a extensão do trombo. A plamina digere fibrinogênio, fibrina e fatores V e VIII. PRINCÍPIOS DOS TESTES DE COAGULAÇÃO (TP, TTPa e TS) e que parte da coagulação é avaliada por cada um deles, correlacionado com as principais coagulopatias.) A hemostasia defeituosa com sangramento pode resultar em distúrbio vascular, trombocitopenia ou distúrbio na função plaquetária, ou defeito na coagulação sanguínea. Vários testes são usados para avaliar os componentes da hemostasia. HEMOGRAMA COMPLETO O hemograma inclui contagem de plaquetas, estabelecendo a trombocitopenia. TESTES DE TRIAGEM DA COAGULAÇÃO Avaliação do sistema extrínseco e intrínseco da coagulação e da conversão de fibrinogênio em fibrina. o Tempo de trombina (TP): avalia fatores VII, X, V, protrombina (II) e fibrinogênio. O tempo normal de coagulação é de 10 a 14 segundos, pode ser expresso como Internacional Normalized Ratio (INR) o Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA): avalia os fatores VIII, IX, XI, XII, X, V, protrombina e fibrinogênio. E o tempo normal para coagulação é de 30 a 40 segundos. o Tempo de coagulação de trombina (TT): É sensível a deficiência de fibrinogênio ou a inibição da trombina. Tempo de coagulação de 14 a 16 segundos. TEMPO DE SANGRAMENTO É útil para detectar função anormal de plaquetas, incluindo diagnóstico de deficiência de VWF. O exame é feito com aplicação de pressão no antebraço com manguito, seguida de incisões na pele a superfície flexora do antebraço com uma lanceta. Normalmente o sangramento cessa em 3 a 8 minutos. TESTE DE FUNÇÃO PLAQUETÁRIA Agregometria das plaquetas, que mede a queda de absorção da luz no plasma rico em plaquetas à medida que as plaquetas se agregam. A agregação primária e causada por um agente externo, e a secundária é produzida por agentes agregantes liberados pelas próprias plaquetas (ADP, colágeno, ristocetina, ácido araquidônico e adrenalina). O sangue aspirado é depositado numa membrana com colágeno/ADP, e assim as plaquetas começam a aderir (ligação de VWF com GPI), resultando em oclusão, e o tempo disso é cronometrado. COAGULOPATIAS HEREITÁRIAS Caracterizar a fisiopatologia, quadro clínico e laboratorial das principais coagulopatias hereditárias: hemofilia A, hemofilia B e Doença de von Willebrand. A hemofilia A (hemofilia clássica) e a hemofilia B (doença de Christmas) são doenças hemorrágicas hereditárias, decorrentes de deficiências quantitativas ou qualitativas dos fatores VIII e IX, respectivamente. As hemofilias são herdadas como condições recessivas ligadas ao cromossomo X, acometendo quase que exclusivamente indivíduos do sexo masculino. DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DAS HEMOFILIAS O diagnóstico confirmatório da hemofilia A e B baseia-se na quantificação da atividade coagulante dos fatores VIII e IX, respectivamente. A suspeita diagnóstica baseia-se na história clínica hemorrágica e/ou antecedente familiar. o Exames laboratoriais Como os fatores VIII e IX fazem parte do mecanismo intrínseco da coagulação, os testes que avaliam essa via estarão anormais, havendo normalidade da contagem plaquetária, do tempo de sangramento e do Tempo de Protrombina (TP). Contudo, a intensidade do prolongamento do Tempo de Tromboplastina Parcial ativado (TTPa) irá depender da gravidade da hemofilia. o Classificação A frequência e a gravidade do quadro hemorrágico estão relacionadas com as concentrações plasmáticas do fator deficiente, de modo que a gravidade da doença é diretamente proporcional ao grau de deficiência do fator. O paciente hemofílico grave terá história de hemorragias desde a infância, com o aparecimento posterior de sangramentos intra-articulares, hematomas musculares pós-traumáticos e mesmo espontâneos. A presença de sangramentos pós-exodontias e procedimentos cirúrgicos, principalmente amidalectomia, é outro sintoma característico. As formas leves de hemofilia podem trazer problemas diagnósticos, especialmente se o paciente nunca foi submetido a cirurgia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Como as hemofilias apresentam manifestações hemorrágicas semelhantes, não é possível distinguir a hemofilia A da hemofilia B somente através de critérios clínicos. As hemofilias caracterizam-se clinicamente pelo aparecimento de sangramentos, que ocorrem após traumatismos de intensidade mínima. Contudo, muitas manifestações hemorrágicas peculiares às hemofilias, como as hemartroses e os sangramentos musculares, muitas vezes acontecem sem associação com traumas evidentes. o Hemofilia grave: apresentam manifestações hemorrágicas de repetição e hemartroses gravesas quais, quando não tratadas adequadamente, evoluem para artropatias crônicas e incapacitantes. o Hemofilia moderada, os hematomas e hemartroses nem sempre estão associados a traumatismos evidentes. o Hemofilia leve: os sangramentos somente ocorrem após traumas ou cirurgias, porém podem apresentar hemartroses espontâneas, especialmente em articulações onde previamente ocorreu hemorragia pós-traumática não tratada corretamente. Muitas vezes, essa forma de hemofilia é diagnosticada somente na idade adulta. Quando o nível plasmático do fator deficiente é superior a 40% não há manifestações hemorrágicas. No período neonatal somente surgem sangramentos se o recém-nascido é submetido a traumatismos ou cirurgias. As manifestações hemorrágicas surgem quando começam a engatinhar. Nessa ocasião os sangramentos orais são frequentes, principalmente os originados da mordedura da língua e dos lábios, tendendo a ser intermitentes e podendo persistir por semanas. HEMARTROSE: é a presença de hemorragia no espaço intra- articular. Manifestação mais comum, principalmente na forma mais grave. As articulações mais acometidas são os joelhos, cotovelos, tornozelos, ombros, coxofemorais e punhos. Nos pacientes com hemofilia grave, as hemartroses usualmente começam aos 2 ou 3 anos de idade. Muitos pacientes irão apresentar uma articulação com sangramentos mais frequentes, por causa das alterações crônicas que resultam na artropatia hemofílica. HEMATOMAS: constituem a segunda causa mais comum de sangramento em pacientes hemofílicos graves. Quando pequenos e superficiais, os hematomas são autolimitados. Contudo, em pacientes com hemofilia grave eles podem aumentar progressivamente e dissecar em todas as direções. Os hematomas, quando não tratados adequadamente, podem resultar em organização fibrosa, com contratura muscular. Um hematoma particularmente importante é o que ocorre no músculo íleo-psoas, o qual se delimita com a pelve, na face posterior, e com a forte fáscia muscular, na face anterior,local por onde passa o nervo femoral. Desse modo, mesmo hematomas de pequeno volume causam dor, de intensidade variável, no quadrante inferior do abdômen, acompanhada de flexão da coxa. A pressão sobre as fibras musculares pode levar à morte celular, com presença de leucócitos polimorfonucleares, células mononucleares fagocíticas e células imaturas do tecido conectivo, terminando com a ocorrência de fibrose. HEMATÚRIA: é uma manifestação comum, ocorrendo em 2/3 dos hemofílicos, em geral após os 12 anos de Idade. Usualmente a hematúria é autolimitada, podendo persistir por dias a semanas, independentemente do tratamento de substituição com concentrado de fator. SANGRAMENTO EM SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sangramento intracraniano é o evento hemorrágico mais perigoso para o paciente hemofílico, ocorrendo após traumatismos ou espontaneamente. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, no entanto a prevalência em dois picos, na infância, sobretudo em recém-nascidos, e após os 50 anos de idade. Todo hemofílico com cefaleia não habitual, especialmente se intensa ou com duração superior a 4 horas, deve ser investigado quanto à presença de sangramento intracraniano. HEMOFILIA A É a mais comum. É uma mutação no gene do fator VIII. Características clínicas: Lactantes podem ter hemorragia profusa, hemorragia em articulações e tecidos moles, e suscetibilidade a equimose. Pode ter hematomas musculares (pode levar a invalidez), e se causar pressão pode ter uma neuropatia ou necrose isquêmica. Pacientes com AIDs e hepatite C levam a hemofilia severa. HEMOFILIA B É a deficiência do fator IX, clinicamente é idêntico a hemofilia A, só podem ser diferenciadas por testes específicos de coagulação, é menos incidente. DOENÇA DE VON WILLEBRAND (VDW) A VWD é o distúrbio hereditário mais comum. Há diminuição do nível plasmático ou função anormal do VWF por causa de uma mutação. O VWF é produzido pelas células endoteliais e megacariócitos, promove adesão de plaquetas ao subendotélio em condições de fluxo tumultuado e é a molécula portadora do fator VIII, protegendo-o de destruição prematura (isso explica da diminuição do fator VIII nessa doença); A elevação de VWF é visto em fase aguda das lesões, inflamação, neoplasia ou gravidez. É a maior molécula do sangue. HEMODERIVADOS (INDUSTRIALIZADOS) DE HEMOCOMPONENTES (OBTIDOS POR FRACIONAMENTO DO SANGUE TOTAL). HEMODERIVADOS • Albumina É um hemoderivado obtido industrialmente através de fracionamento do plasma de doadores de sangue. Concentrações: 5-25%. Indicações: reposição volêmica em procedimentos de plasmaférese, hipotensão pós paracentese, nefropatia ou enteropatia perdedora de proteínas com edema que não responde a uso de diuréticos e queimaduras com hipoproteinemia. • Complexo protrombinico ativado Hemoderivado de origem plasmática liofilizado e industrializado. Contém os fatores de coagulação – II, VII, IX e X ativados. Indicações: prevenção de hemorragia antes de procedimentos invasivos ou tratamento de sangramento em pacientes hemofílicos portadores de inibidores. • Complexo protrombinico Contém os fatores II, VII, IX, X de coagulação. Indicações: prevenção de sangramento em procedimentos invasivos ou para tratamento de sangramentos em portadores de deficiências de um dos fatores presentes no complexo protrombínico (II, VII,IX,X), quando não dispomos de concentrado de fator específico. Pode ser usado ainda em hemofílicos com deficiência de Fator VIII com presença de inibidores e para reverter o efeito anticoagulante dos medicamentos cumarínicos (varfarina) em casos de sangramentos importantes. • Fator IX Produzido através do plasma fresco congelado. Indicações: pacientes com deficiência do fator IX ou prevenção de sangramento em caso de realização de procedimentos invasivos nesses pacientes. • Fator VIII Derivado do plasma. Indicações: prevenção e tratamento de sangramento em pacientes portadores de hemofilia A (deficiência do fator VIII). HEMOCOMPONENTES • Concentrado de Hemácias O concentrado de hemácias (CH) é obtido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue total (ST) e da remoção da maior parte do plasma. Seu volume varia entre 220ml e 280ml. • Concentrado de Plaqueta O concentrado de plaquetas (CP) pode ser obtido a partir de unidade individual de sangue total ou por aférese, coletadas de doador único. MÉTODO 1: sangue total 🡪 centrifugação leve 🡪 plasma rico em plaquetas 🡪 (PRP) 🡪 centrifugação em alta rotação 🡪 concentrado de plaquetas MÉTODO 2: sangue total 🡪 centrifugação 🡪 buffy coat 🡪 extratores automatizados de plasma + bolsas top and bottom 🡪 sangue para saída superior (top) e concentrado de hemácias para saída inferior (bottom) • Plasma O plasma fresco congelado (PFC) consiste na porção acelular do sangue obtida por centrifugação a partir de uma unidade de sangue total e transferência em circuito fechado para uma bolsa satélite. Pode ser obtido também a partir do processamento em equipamentos automáticos de aférese. É constituído basicamente de água, proteínas (albumina, globulinas, fatores de coagulação e outras), carboidratos e lipídios. • Plasma sem Crioprecipitado O plasma isento de crioprecipitado (PIC) é aquele do qual foi retirado, em sistema fechado, o crioprecipitado. É depletado de FVIII, fibrinogênio e multímeros de alto peso molecular de Fator de von Willebrand, embora contenha a metaloproteinase responsável por sua metabolização. • Plasma de 24 horas O plasma de 24 horas (P24) é o hemocomponente separado do sangue total por centrifugação entre 8h e 24 horas após a coleta e congelado 20 completamente, no máximo em uma hora, atingindo temperaturas iguais ou inferiores a 30°C negativos. • Crioprecipitado O crioprecipitado contém glicoproteínas de alto peso molecular como de Fator VIII, Fator VIII:vWF (fator von Willebrand), fibrinogênio, Fator XIII e fibronectina. A principal fonte de fibrinogênio concentrado é o crioprecipitado. • Concentrado de Granulócitos Os concentrados de granulócitos (CG) são hemocomponentes obtidos por aférese de doador único, por meio de máquinas separadoras de células, de fluxo contínuo ou descontínuo, cujo rendimento de coleta pode ser melhorado pela utilização de doadores estimulados com a administração de fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) e corticosteróides.
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