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/ INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Divisão de Educação Previdenciária DEPREV Programa de Educação Previdenciária - PEP Apostila da Oferta BPC-021-004 (de 03 a 14/03/2021) / BPC - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA INTRODUÇÃO Sabemos que a proteção da Previdência Social se faz presente ao longo da vida das pessoas e que para ter direito aos benefícios previdenciários é preciso contribuir mensalmente. No entanto, uma parcela da população não contribui para o sistema previdenciário, por diversas razões. Para essas pessoas, foi criada uma política pública do Governo que as ampara, quando reunidas algumas condições que veremos ao longo do curso. Nesta aula vamos abordar os Benefícios Assistenciais direcionados às pessoas amparadas pela Assistência Social, as quais são desfavorecidas e não possuem capacidade contributiva, isto é, não tiveram condições de contribuir com o sistema previdenciário. SEGURIDADE SOCIAL Para iniciarmos o assunto, precisamos relembrar que a Seguridade Social abrange a Previdência, a Saúde e a Assistência Social. Os serviços públicos de saúde ( SUS ) são gratuitos e prestados a todas as pessoas, independentemente de classe social, sem necessidade de haver contribuição prévia. Os benefícios assistenciais são de competência da Assistência Social, conforme previsto no artigo 203 da Constituição Federal. São prestados a quem deles necessitar, também independentemente de haver contribuição prévia. Por outro lado, os benefícios e serviços previdenciários dependem de contribuição prévia para o reconhecimento dos direitos. O INSS é o órgão responsável pela operacionalização e manutenção do Benefício de Prestação Continuada ao Idoso e à Pessoa com Deficiência. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA Dentre os Benefícios Assistenciais que constam na LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742 de 07/12/1993), ultima alteração emitida pela Lei 13.982 de 02/04/20 e também pelo Decreto 9.462 de 08 de agosto de 2018, que alterou o Decreto 6.214 de 26/09/2007 o mais conhecido é o Benefício de Prestação Continuada - BPC. 1. Benefício de Prestação Continuada da Pessoa Idosa; 2. Benefício de Prestação continuada da Pessoa com Deficiência. Esses benefícios são de natureza não contributiva e tem como objetivo a proteção das pessoas com deficiência e aos idosos(a partir de 65 anos de idade), desde que preenchidos os requisitos da legislação pertinente à época de seu requerimento. É importante lembrar que existem dois benefícios da Previdência Social específicos para pessoas com deficiência que contribuem regularmente para o INSS. São eles: a Aposentadoria por Idade e Aposentadoria por Tempo de Contribuição, ambos para segurados com deficiência (Lei 142/2013). O que os diferencia do Benefício de Prestação Continuada para Pessoa com Deficiência é que, este se trata de benefício assistencial e para requerê-lo o cidadão não depende de contribuição previdenciária, mas considera-se a condição socioeconômica da pessoa e dos familiares com quem reside. / O BPC é devido ao brasileiro nato ou naturalizado, e às pessoas de nacionalidade portuguesa, desde que comprovem em qualquer dos casos, residência no Brasil e atendam aos demais critérios definidos em Lei. Para requerer este benefício, o idoso ou pessoa com deficiência podem fazê-lo pela Internet através do serviço "Meu INSS", pelo aplicativo no celular ou ainda ligando para a Central 135. Também é possível requerer o benefícios assistenciais por meio da rede de Assistência Social do Município. REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BPC O BPC é um benefício que garante 1 salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso acima de 65 anos, que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Lei 13.982 de 02/04/2020: O critério da renda mensal per capita passa a ser inferior a 1/4 do salário mínimo. ( Medida Provisória nº 1.023, de 31 de dezembro de 2020.) O BPC será devido a mais de um membro da mesma família desde que atendido os demais critérios. Não serão considerados no cálculo da renda familiar o valor do BPC ou do benefício previdenciário no valor de 1 salário mínimo concedido a idoso acima de 65 anos de idade ou a pessoa com deficiência, quando requerido por outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família. Quando o critério de renda per capta for igual ou superior a 1/4 do salário mínimo, o requerente poderá comprovar gastos com tratamentos de saúde não disponibilizados pelo SUS, nos moldes da Ação Civil Pública - ACP5044874-22.2013.404.7100/RS, para que seja analisado pelo Serviço Social do INSS, que emitirá Parecer Social considerando o comprometimento da renda ou não, tanto para o idoso quanto para a pessoa com deficiência. Os documentos a serem apresentados são os seguintes: Receita médica; Comprovante de gastos; Negativa por parte do Estado no fornecimento do tratamento de saúde. Apresentados os documentos, o requerente será encaminhado ao Serviço Social do INSS para a realização do Parecer Social. A partir do Decreto 8.805 de 2016, que alterou o Decreto 6.214 de 26/09/2007, a Pessoa com Deficiência somente será avaliada pelo Serviço Social do INSS e Perícia Médica Federal se a renda per capta estiver dentro dos critérios de renda inferior a 1/4 do salário mínimo ou, comprovadamente por documentos que exista gastos com tratamento médico não cobertos pelo SUS, cujo Parecer Social tenha sido emitido favoravelmente pelo comprometimento da renda familiar. A inscrição do requerente e sua família no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal constitui requisito indispensável para requerimento, operacionalização e manutenção dos benefícios junto ao INSS. O Cadastro Único é realizado no CRAS - Centro de Referência de Assistência Social do Município onde o requerente resida. As informações prestadas no CadÚnico servirão de base para a avaliação do critério da renda per capita familiar quando do requerimento e também na manutenção do benefício já existente. O recadastramento do CadÚnico junto ao CRAS deverá ocorrer de 2 em 2 anos, ou a qualquer momento em que ocorrer qualquer alteração nas informações prestadas, e servirá de base para o benefício ser concedido ou mantido (nos casos de quem já receba o BPC). A falta do recadastramento do CadÚnico no CRAS ou a identificação de divergência das informações confrontadas com outras bases de dados do Governo Federal, poderão fazer com que o benefício seja suspenso ou cessado. O responsável familiar (RF) deverá comparecer ao CRAS levando os documentos do requerente e todo grupo familiar que residam sob o mesmo teto. Os documentos são: CPF, identidade, comprovação do estado civil, comprovação de renda e comprovante de residência. Lembramos que o CPF - Cadastro de Pessoa Física deverá ser para todos, mesmo que seja criança, pois é obrigatório (Portaria Conjunta n° 3, de 21/09/2018). De acordo com o Artº23 da Portaria Conjunta nº 3, de 21 de setembro de 2018 o cruzamento periódico de informações deverá ocorrer mensalmente para verificação da manutenção do critério de renda do grupo familiar e do acúmulo do benefício com outra renda no âmbito da Seguridade Social ou, no caso da pessoa com deficiência, da renda decorrente do exercício de atividade remunerada. Havendo a identificação de alteração na renda, o benefício será bloqueado e o beneficiário será notificado, preferencialmente por meio da rede bancária e, terá o prazo de dez dias para apresentar defesa. Caso este apresente o agendamento da defesa dentro deste prazo, a mesma será considerada tempestiva e o mesmo terá 30 dias para solicitar o desbloqueio do benefício. Não havendo a apresentação da defesa tempestiva, ou o contato do beneficiário em até 30 dias da data do bloqueio do benefício, este será suspenso e somente poderá ser reativado após o julgamento do recurso, caso seja solicitado pelo beneficiário posteriormente.QUEM TEM DIREITO AO BPC? Os benefícios de prestação continuada são destinados aos dois grupos descritos abaixo: 1. Pessoa idosa acima de 65 anos (homem/mulher). 2. Pessoa com deficiência - aquela que tem impedimentos de longo prazo (a partir de 2 anos ), de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade. / Nas duas condições acima, a pessoa que solicita o benefício deve ter renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo vigente à época do requerimento. (Medida Provisória nº 1.023, de 31 de dezembro de 2020.) A renda per capita familiar é a soma total da renda da família, dividida pelo número de pessoas que fazem parte do grupo familiar, vivendo na mesma casa. RENDA PER CAPITA DO GRUPO FAMILIAR ELEGÍVEL PARA O BPC Nem todas as pessoas que vivem com o requerente do BPC é considerada familiar elegível para fins de verificação da renda per capita. Nem todas as pessoas que constam no CadÚnico são elegíveis para o BPC. São considerados como renda mensal bruta familiar: salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado e rendimentos do mercado informal ou autônomo. São consideradas a renda do requerente e dos familiares elegíveis para o BPC conforme abaixo: 1. Requerente; 2. Cônjuge (esposa/o ou companheira/o). 3. Filhos/enteados solteiros. 4. Irmãos solteiros. 5. Pai/mãe e, na ausência de um destes, o padrasto ou a madrasta*. 6. Menores tutelados. * A partir do Decreto 9.462, de 08 de agosto de 2018 ocorre a mudança de entendimento de composição do grupo familiar, passando a analisar o estado civil do requerente. O CadÚnico pode conter outros familiares diferentes dos elegíveis para o BPC mas somente os acima serão considerados para o cálculo da renda per capita familiar. Assim, por exemplo, se um requerente reside com um avô, madrinha, tia, irmão casado ou viúvo, mesmo que estes tenham renda, não serão considerados para o BPC. SITUAÇÕES ESPECIAIS RELACIONADAS AO BPC Por força legal, existem situações específicas em relação a renda do grupo familiar. Benefícios de transferência de renda como o Programa do Bolsa Família não entram no cálculo da renda para acesso ao BPC, mas quando este é concedido, seu valor poderá interferir nos critérios de manutenção do recebimento do Bolsa Família junto ao CRAS. Contribuições como segurado facultativo não são consideradas como renda. Dessa forma, tanto os familiares sem renda, como o próprio beneficiário do BPC, poderão contribuir como facultativo, caso deseje no futuro garantir outros benefícios previdenciários. O beneficiário do BPC na condição de pessoa com deficiência poderá acumular o benefício com a remuneração advinda do contrato de aprendizagem, limitada ao prazo máximo de dois anos (Lei 12.470, de 31/08/2011). Poderá existir no mesmo grupo familiar mais de um Benefício de Prestação Continuada (BPC). CÁLCULO DA RENDA PER CAPTA PARA FINS DE BPC Para calcular a renda per capita de um grupo familiar, deve-se somar os rendimentos de todos os membros e depois dividir o resultado pelo quantitativo de membros. AVALIAÇÃO SOCIAL - AVALIAÇÃO PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA Somente se estiver elegível no critério da renda, o requerente será agendado para avaliação social e a perícia médica federal. A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de incapacidade feitas pelo Serviço Social do INSS e pela Perícia Médica Federal. A pessoa é avaliada no seu todo e não somente quanto à sua condição física: será verificada a implicação da deficiência na vida da pessoa. Estes dois profissionais, avaliam: Aspecto social: Fatores ambientais, Atividades e Participação. Aspecto médico: Funções do corpo, Atividades e Participação. Ambas avaliações considerarão a limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social, segundo suas especificidades. DIREITO AO BPC Para verificar o direito ao BPC, INSS considera: / Pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade. Impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de dois (2) anos. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES O BPC é intransferível, ou seja, em caso de morte do beneficiário, não será gerada pensão para seus dependentes. O valor não recebido em vida pelo beneficiário será pago aos seus herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil, mediante Alvará Judicial. O benefício não gera direito ao pagamento de abono anual, ou seja, não dá direito ao 13º salário. O BPC não está sujeito a desconto de qualquer contribuição, salvo de pensão alimentícia. Não está previsto desconto de empréstimos consignados. O beneficiário do BPC não pode acumular este benefício com qualquer outro no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, salvo o da assistência médica e no caso de recebimento de pensão especial de natureza indenizatória. O BPC pode ser cancelado se a pessoa deixar de atender aos critérios da renda per capita familiar, ou se deixar de atender aos critérios de impedimento de longo prazo no caso de pessoas com deficiência. A revisão dessas condições é realizada a cada 2 anos. Caso a pessoa idosa ou com deficiência esteja acolhida em instituições de longa permanência como hospital, abrigo ou instituição congênere, isso não prejudica seu direito ao recebimento do BPC/LOAS. O indígena idoso que não receba qualquer outro benefício no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo o da assistência médica, tem direito ao Benefício Assistencial de Prestação Continuada - BPC. O beneficiário recluso em regime fechado, não fará jus ao BPC, uma vez que a sua manutenção está sendo provida pelo Estado. O cumprimento de pena exclusivamente em regime semiaberto ou aberto não prejudicam o direito ao acesso ao BPC. Fazem jus ao BPC os adolescentes com deficiência em cumprimento de medida socioeducativa, desde que estejam em regime semiaberto, liberdade assistida ou outra medida em meio aberto e atendam aos requisitos do BPC. OUTROS BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS Os dois benefícios de prestação Continuada previstos na LOAS/93 são os mais conhecidos pela sociedade. No entanto, existem outros benefícios assistenciais operacionalizados e mantidos pelo INSS e que também protegem os brasileiros em situações diversas. São eles: PENSÃO ESPECIAL - DESTINADAS ÀS CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS (Lei 13.985 de 07 de abril de 2020, que revoga o Art. 18 da Lei 13.301 de 27/06/2016) A Lei 13.985, de 07 de abril de 2020, revogou o art. 18 da Lei nº 13.301, de 27 de junho de 2016, que previa fazer jus ao Benefício de Prestação Continuada temporário, a que se refere o art. 20 da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, pelo prazo máximo de três anos, na condição de pessoa com deficiência, a criança vítima de microcefalia decorrente de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e, instituiu no seu Art. 1º a Pensão Especial destinada às crianças com síndrome congênita do Zika Vírus. A Pensão Especial será mensal, vitalícia e intransferível e terá valor de um salário mínimo. Não poderá ser acumulada com indenizações pagas pela União em razão de decisão judicial ou com outro BPC, não gera direito a abono anual (13º salário), nem pensão por morte. Será devida a partir do dia posterior a cessação do BPC ou dos benefícios referidos no §2º do Artigo 1º, que não poderão ser acumulados com a pensão. Será realizado exame pericial pelo perito médico federal para constatar a relação da síndrome congênita adquirida pela contaminação pelo vírus da zika. PENSÃOESPECIAL - PORTADORES DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA É uma Pensão Especial garantida aos deficientes portadores da Síndrome de Talidomida, nascidos a partir de 1º de janeiro de 1957, conforme a Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982. O benefício é devido ao portador de deformidade física decorrente do uso da Talidomida, independentemente da época de sua utilização. PENSÃO ESPECIAL - SERINGUEIRO DA AMAZÔNIA E SEUS DEPENDENTES Benefício concedido ao seringueiro que trabalhou na Região Amazônica atendendo ao apelo do Governo brasileiro, contribuindo para o esforço de guerra na produção de borracha durante a Segunda Guerra Mundial. Este benefício é vitalício. PENSÃO ESPECIAL – DEPENDENTES DAS VÍTIMAS DA HEMODIÁLISE DE CARUARU Concedido aos dependentes das vítimas fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais em Caruaru\PE no período compreendido entre fevereiro e março de 1996. Este benefício é vitalício. / PENSÃO ESPECIAL – PESSOAS ATINGIDAS PELA HANSENÍASE É concedido às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios em hospitais colônia, até 31 de dezembro de 1986. Este benefício é vitalício. PROTEÇÃO SOCIAL Os Benefícios Assistenciais integram um conjunto de ações que garantem proteção social e inclusão para milhares de pessoas. Conhecer esses benefícios e saber que podemos contribuir para que um número cada vez maior de pessoas tenha proteção social é uma responsabilidade imensurável. Este conhecimento oportunizado por estas aulas possibilita uma expansão do saber e, assim, poderemos fazer muito mais, principalmente quando atuamos em parceria. FINALIZANDO Chegamos ao término deste curso e esperamos que você tenha aprendido um pouco mais sobre os Benefícios Assistenciais operacionalizados pelo INSS. Agora, é importante que você realize a Avaliação de Aprendizagem. Sucesso! Equipe da Escola PEP: escolapep.inss.gov.br (https://escolapep.inss.gov.br/escolapep.inss.gov.br) https://escolapep.inss.gov.br/escolapep.inss.gov.br
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