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_2018-09-12__SIMULADO_-_DIREITO_PENAL_-_PARTE_GERAL_-_RAFAEL_MEDEIROS

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RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS 1 
PROFESSOR: RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS 
TURMA: CARREIRAS POLICIAIS 
SIMULADO - DIREITO PENAL 
PARTE GERAL 
PARTE GERAL 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO 
PENAL 
1. A responsabilidade pela indenização do prejuízo que 
foi causado pelo condenado ao cometer o crime não 
pode ser estendida aos seus herdeiros, sem que, com 
isso, seja violado o princípio da personalidade da pena. 
2. Em razão do princípio da presunção de inocência, não 
é possível haver prisão antes da sentença condenatória 
transitada em julgado. 
Julgue o item, considerando a lei e a jurisprudência dos 
tribunais superiores. 
3. Na aplicação dos princípios da insignificância e da 
lesividade, as condutas que produzam um grau mínimo 
de resultado lesivo devem ser desconsideradas como 
delitos e, portanto, não ensejam a aplicação de sanções 
penais aos seus agentes. 
Segundo os princípios norteadores do Direito Penal 
brasileiro, julgue o próximo item. 
4. O princípio da intervenção mínima no Direito Penal 
encontra reflexo nos princípios da subsidiariedade e da 
fragmentariedade. 
Considerando os princípios básicos de direito penal, julgue 
o item subsecutivo. 
5. Constituem funções do princípio da lesividade, proibir 
a incriminação de atitudes internas, de condutas que 
não excedam a do próprio autor do fato, de simples 
estados e condições existenciais e de condutas 
moralmente desviadas que não afetem qualquer bem 
jurídico. 
Julgue o item seguinte, com relação aos princípios 
constitucionais de direito penal. 
6. O princípio da presunção de inocência proíbe a 
aplicação de penas cruéis que agridam a dignidade da 
pessoa humana. 
Acerca dos princípios constitucionais e infraconstitucionais 
do Direito Penal, julgue o item subsecutivo. 
7. O indivíduo que, surpreendido por policiais, após 
consumir um cigarro de substância entorpecente, ainda 
se encontre sob influência do tóxico de forma a 
demonstrar a utilização pretérita, responderá pela 
conduta típica de trazer consigo. 
No tocante aos princípios constitucionais penais, julgue o 
item a seguir. 
8. No que se refere à aplicação do princípio da 
insignificância, o STF tem afastado a tipicidade material 
dos fatos em que a lesão jurídica seja inexpressiva, sem 
levar em consideração os antecedentes penais do 
agente. 
No tocante aos princípios constitucionais penais, julgue o 
item a seguir. 
9. O direito penal constitui um sistema exaustivo de 
proteção de todos os bens jurídicos do indivíduo, de 
modo a tipificar o conjunto das condutas que outros 
ramos do direito consideram antijurídicas. 
Texto B212585212B. 
Um indivíduo, sem antecedentes criminais, pagou, com 
cheque personalizado em nome de terceiro, mercadorias, 
no valor de R$ 2.300, compradas em determinado 
supermercado. Para tanto, apresentou cédula de identidade 
falsificada com sua fotografia, tendo induzido em erro a 
pessoa responsável pelo caixa do supermercado. 
Consumada a ação, tal indivíduo, arrependido, rasgou e 
destruiu o talão de cheques e a identidade falsificada, 
inutilizando-os definitivamente. 
Com referência ao Texto B212585212B, julgue o item. 
10. Nessa situação hipotética, o juiz responsável pelo 
julgamento do referido indivíduo deveria absolvê-lo 
por atipicidade de conduta, aplicando o princípio da 
insignificância. 
TÍTULO I – DA APLICAÇÃO DA LEI 
PENAL 
Art. 1º, Código Penal: “Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”. 
11. Este artigo é denominado pela doutrina como princípio 
da legalidade, sendo gênero que compreende duas 
espécies: reserva legal e anterioridade da lei penal. Tal 
postulado decorre da Constituição Federal e somente a 
lei, em sentido formal e estrito, poderá disciplinar 
norma penal incriminadora, isto é, lei ordinária ou 
complementar, editadas pelo Poder Legislativo. Diante 
disso, a impossibilidade de um juiz de direito fazer uso, 
no Direito Penal, de interpretação analógica, por ferir 
constitucionalmente a separação dos poderes, salvo, 
entretanto, para beneficiar o réu — in bonam partem. 
Considerando os princípios constitucionais e legais 
informadores da lei penal, julgue o item a seguir. 
12. A lei material penal terá vigência imediata quando for 
editada por meio de medida provisória, impactando 
diretamente a condenação do réu se a denúncia já tiver 
sido recebida. 
A respeito da aplicação da lei penal e dos elementos e das 
causas de exclusão de culpabilidade, julgue o item 
subsequente. 
13. O princípio da legalidade pode ser desdobrado em três: 
princípio da reserva legal, princípio da taxatividade e 
princípio da retroatividade como regra, a fim de 
garantir justiça na aplicação de qualquer norma. 
A respeito dos princípios constitucionais penais, julgue o 
item. 
14. Fere o princípio da legalidade, também conhecido por 
princípio da reserva legal, a criação de crimes e penas 
por meio de medida provisória. 
Considerando o disposto no Código Penal brasileiro quanto 
à aplicação da lei penal, julgue o próximo item. 
15. Se vigorava lei mais benéfica, depois substituída por lei 
mais grave, hoje vigente, é a lei mais grave que será 
aplicada ao crime continuado ou ao crime permanente, 
se a sua vigência foi iniciada antes da cessação da 
continuidade. 
 
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PROFESSOR: RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS 
TURMA: CARREIRAS POLICIAIS 
SIMULADO - DIREITO PENAL 
PARTE GERAL 
Acerca da aplicação da lei penal no tempo, em especial, 
abolitio criminis, é correto afirmar que: 
16. Tem efeito retroativo, atingindo, inclusive, os processos 
em fase de execução penal e afastando os efeitos civis 
de reparação do dano causado. 
Considerando os princípios constitucionais e legais 
informadores da lei penal, julgue o item a seguir. 
17. Considerando os princípios informativos da 
retroatividade e ultratividade da lei penal, a lei nova 
mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação 
penal tiver sido iniciada antes da sua vigência. 
Com referência à aplicação da lei penal, julgue o item 
subsequente. 
18. Com base na teoria da atividade, aos crimes 
permanentes e continuados pode ser aplicada nova lei, 
ainda que mais severa. 
A respeito da aplicação da lei penal e dos elementos e das 
causas de exclusão de culpabilidade, julgue o item 
subsequente. 
19. Se decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, não ultra-agem a 
lei excepcional ou temporária, assim, não se aplicando 
ao fato praticado durante sua vigência. 
TÍTULO II – DO CRIME 
Acerca dos crimes e suas classificações, julgue o item. 
20. Crimes vagos são aqueles que não possuem objeto 
material determinado. 
A relação de causalidade, estudada no conceito estratificado 
de crime, consiste no elo entre a conduta e o resultado 
típico. Acerca dessa relação, julgue o próximo item. 
21. O CP adota, como regra, a teoria da causalidade 
adequada, dada a afirmação nele constante de que “o 
resultado, de que depende a existência do crime, 
somente é imputável a quem lhe deu causa; causa é a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido”. 
22. Nos crimes materiais, a consumação só ocorre ante a 
produção do resultado naturalístico, enquanto que, nos 
crimes formais, este resultado é dispensável. 
Sobre o tipo dos crimes de omissão de ação, julgue o 
próximo item. 
23. Os tipos de omissão de ação podem aparecer sob a 
forma de omissão imprópria, fundada no dever jurídico 
especial de agir, que admite ações dolosas e culposas, e 
sob a forma de omissão própria, fundada no dever 
jurídico geral de agir, que admite apenas ações dolosas. 
Sobre o tipo dos crimes de omissão de ação, julgue o 
próximo item. 
24. A posição de garantidor do bem jurídico é elemento 
específico do tipo objetivo dos crimes de omissão 
imprópria, mas a produção do resultado típico de lesão 
do bem jurídico é elemento comum do tipo objetivo dos 
crimes de omissão própria e imprópria. 
Sobre tentativa e consumação, julgue o próximo item. 
25. A tentativainidônea é impunível, por ineficácia 
absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto. 
Sobre o iter criminis, julgue o próximo item. 
26. A punição da tentativa de crime culposo depende de 
expressa previsão legal. 
Um agente alvejou vítima com disparo e, embora tenha 
iniciado a execução do ilícito, não exauriu toda a sua 
potencialidade lesiva ante a falha da arma de fogo 
empregada, fugindo do local do crime em seguida. 
27. Nessa situação hipotética, a atitude do agente configura 
tentativa imperfeita, pois ele não conseguiu praticar 
todos os atos executórios necessários à consumação, 
por interferência externa. 
Julgue o item que se segue a respeito dos institutos da 
desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do 
arrependimento posterior. 
28. A voluntariedade e a espontaneidade da interrupção da 
execução do crime são requisitos caracterizadores 
fundamentais das hipóteses de desistência voluntária. 
Um indivíduo de dezenove anos de idade, livre, consciente 
e capaz, dirigiu-se a uma joalheria com a intenção de 
praticar furto. Na loja, passou-se por cliente e pediu a uma 
vendedora para ver algumas peças. Enquanto via as joias, 
aproveitando-se de um descuido da vendedora, o indivíduo 
colocou um colar de ouro em seu bolso e, em seguida, saiu 
da loja, sem nada ter comprado. Trinta minutos depois, ele 
retornou à loja e devolveu a joia, incentivado por sua mãe. 
Apesar disso, o gerente, representando a joalheria, decidiu 
registrar boletim de ocorrência sobre o fato em uma 
delegacia de polícia, e o homem foi indiciado por furto 
simples. Após o término do inquérito policial, o Ministério 
Público denunciou o acusado por furto simples. 
29. Em princípio, nesse caso, será possível o 
reconhecimento do arrependimento posterior. 
Julgue o item a seguir, que versa sobre a desistência 
voluntária, o arrependimento eficaz e posterior e o crime 
impossível. 
30. O crime impossível caracteriza-se pela ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do 
objeto, não ocorrendo a consumação do crime; nesse 
delito, considerado putativo pela doutrina, o agente 
acredita estar agindo ilicitamente, quando, na verdade, 
não está. 
Em relação aos crimes omissivo, impossível, doloso, 
culposo e preterdoloso, julgue o item. 
31. São elementos do fato típico culposo: conduta humana 
voluntária (ação/omissão), inobservância do cuidado 
objetivo (imprudência/negligência/imperícia), 
previsibilidade objetiva, ausência de previsão, 
resultado involuntário, nexo de causalidade e 
tipicidade. 
No que concerne a infração penal, fato típico e seus 
elementos, formas consumadas e tentadas do crime, 
culpabilidade, ilicitude, imputabilidade penal e em relação 
aos crimes contra a vida, considere a seguinte situação 
hipotética. 
32. José, estudante de curso de pós-graduação em Direito, 
estava dirigindo um automóvel por uma estrada, 
quando percebeu, à sua direita, um ciclista. Apesar de 
ter verificado a possibilidade de ocorrência de 
atropelamento, José não reduziu a velocidade e pensou: 
 
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PROFESSOR: RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS 
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SIMULADO - DIREITO PENAL 
PARTE GERAL 
“existe risco de atropelamento, mas sou muito hábil no 
volante e não haverá acidente”. Na hipótese de vir a 
matá-lo, responde por homicídio culposo, na 
modalidade culpa consciente. 
33. Não se admite a tentativa aos crimes unissubsistentes, 
culposos, preterdolosos, omissivos próprios e 
complexos. 
Julgue o item subsequente, relativo ao direito penal. 
34. Age com dolo eventual o agente que prevê possíveis 
resultados ilícitos decorrentes da sua conduta, mas 
acredita que, com suas habilidades, será capaz de evitá-
los. 
Quanto às penas, à tipicidade, à ilicitude e aos elementos e 
espécies da infração penal, julgue o item a seguir. 
35. Ocorre crime preterdoloso quando o agente pratica 
dolosamente um fato do qual decorre um resultado 
posterior culposo. Para que o agente responda pelo 
resultado posterior, é necessário que este seja 
previsível. 
Não aceitando o término do casamento, Felinto manteve 
Isaura por uma hora e meia sob a mira de um revólver. 
Durante esse tempo, o Delegado Moraes negociou a 
rendição de Felinto. Aos prantos, repetia que liberaria a ex-
mulher, contudo efetuaria disparo contra a sua cabeça, 
pondo fim à própria vida, pois não viveria sem sua amada. 
Passados mais alguns minutos, decidiu liberar Isaura. Ainda 
transtornado e de arma em punho, dirigiu-se à saída do 
local onde estava acuado pelos policiais e, 
inesperadamente, ao invés de se entregar, apontou o 
revólver aos integrantes do grupo tático, gritando que 
efetuaria um disparo. Nesse momento, vendo uma ameaça 
em Felinto, pois estava prestes a atirar contra os policiais, o 
Delegado Moraes efetuou disparo mortal. Em seguida, ao se 
aproximar do corpo da vítima, verificou que a arma de 
Felinto não estava municiada. 
36. Com base apenas nas informações narradas, visando a 
evitar qualquer responsabilização penal, a defesa 
técnica de Moraes deverá suscitar que ele atuou em 
contexto de erro de tipo permissivo invencível. 
Em relação ao direito penal, julgue o item a seguir. 
37. A culpa imprópria ocorre nas hipóteses de 
descriminantes putativas em que o agente, em virtude 
de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa 
dolosamente a um resultado, mas responde como se 
tivesse praticado um delito culposo. 
Oficial de Justiça ingressa em comunidade no interior do 
Estado de Santa Catarina para realizar intimação de 
morador do local. Quando chega à rua, porém, depara-se 
com a situação em que um inimputável em razão de doença 
mental está atacando com um pedaço de madeira uma 
jovem de 22 anos que apenas caminhava pela localidade. 
Verificando que a vida da jovem estava em risco e não 
havendo outra forma de protegê-la, pega um outro pedaço 
de pau que estava no chão e desfere golpe no inimputável, 
causando lesão corporal de natureza grave. 
38. Com base apenas nas informações narradas, não é 
incorreto afirmar que, de acordo com a doutrina 
majoritária, a conduta do Oficial de Justiça não 
configura crime, em razão da legítima defesa. 
Acerca das questões de tipicidade, ilicitude (ou 
antijuridicidade) e culpabilidade, bem como se suas 
respectivas excludentes, julgue o item. 
39. Há excludente de tipicidade em casos de estado de 
estado necessidade, legítima defesa, exercício regular 
do direito e estrito cumprimento do dever legal. 
Acerca da aplicabilidade das normas de direito penal, julgue 
o item seguinte. 
40. Em relação ao estado de necessidade, que constitui uma 
das causas excludentes de antijuridicidade, o direito 
penal brasileiro adotou a teoria unitária, segundo a 
qual não se deve fazer ponderação dos bens ou 
interesses em conflito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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	PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL
	TÍTULO I – DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
	TÍTULO II – DO CRIME

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