Buscar

APOSTILA CFS PMPB

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 317 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 317 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 317 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 
WAMBACURSOS 
 
 
 
 DIREITO PENAL 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 DIREITO CONSTITUCIONAL 
 LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
 DIREITO MILITAR 
 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 LÍNGUA PORTUGUESA 
 GEOGRAFIA DA PARAÍBA 
 HISTÓRIA DA PARAÍBA 
 NOÇÕES DE SOCIOLOGIA 
 RACIOCÍNIO LÓGICO 
 NOÇÕES DE INFORMÁTICA 
 
 
 
 
QUEM CONHECE, CONFIA. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 
WAMBACURSOS 
 
 
 
DIREITO PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUEM CONHECE, CONFIA. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL 
 
Os princípios são as regra, os preceitos básicos que dão origem a uma ciência, seja ela de qualquer 
natureza. Toda ciência sem exceção, possui seus princípios norteadores e com o direito não poderia ser 
diferente, pois como ciência também precisa de regras que lhe concedam base e sustentação, servindo como 
ponto de partida e de equilíbrio para a interpretação dos textos legais, e das normas impostas pelo Estado. 
Segundo consta na obra de Fernando (CAPEZ, 2004, p. 14), é da dignidade da pessoa humana que 
nascem os princípios orientadores e limitadores do Direito Penal (DP). Damásio (JESUS, 2009, p. 9-12) 
define quatorze Princípios Fundamentais do Direito Penal, porém para o CFSD 2014, iremos enfocar 
nosso estudo em apenas dez. 
 
Princípio da Legalidade 
É constitucional explícito Art. 5º, XXXIX, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal; CF/88. Garantia Individual Constitucional. Código Penal - Art. 1º - Não há crime 
sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Estabelece que o Estado deva se 
submeter ao império da Lei. No direito Penal desdobra-se em outros dois princípios, o da Reserva Legal e o 
da Anterioridade. 
O postulado (sub-princípio) da Reserva Legal significa a necessidade de Lei Formal que determine o fato 
típico e a respectiva pena, destacando a formalidade legal prevista, só podendo ser criados pelo processo 
legislativo previsto na Constituição Federal. 
 
Princípio da Anterioridade 
Necessidade de uma lei anterior ao fato que se quer punir. 
 
 
Princípio da Retroatividade da Lei mais Benéfica ou da Irretroatividade da Lei Penal 
 
Art.5º XXXIX da Constituição Federal Art. 2º parágrafo único do Código Penal, A lei posterior, que 
de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado. A Lei penal não pode retroagir salvo quando para beneficiar o Réu. De 
regra a Lei Penal não retroagirá, porém quando a nova lei beneficiar o réu, mesmo que transitada em julgado 
sentença condenatória, poderá este ser beneficiado. Não podemos deixar de abordar o instituto da "abolitio 
criminis", Art. 2º caput do Código Penal. Ocorre quando um fato deixa de ser crime em virtude de lei 
posterior. Nessa situação, o agente não poderá ser ou permanecer condenado, pois o fato, anteriormente 
praticado, deixou de ser crime. Apagam-se assim os efeitos penais, persistindo os civis (ex. dever de 
indenizar). 
 
Princípio da Personalidade ou (Princípio da Responsabilidade Pessoal, Princípio da Pessoa lida deda 
Pena, da Intransmissibilidade) 
É constitucional explícito Art. 5º XLV, nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens serem, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido da Constituição Federal. 
Significa que a lei não poderá ultrapassar a pessoa do condenado. Não podem os seus familiares, seus 
herdeiros responder por algo que não fizeram. Não se inserem neste princípio a indenização civil e o 
confisco de produto do crime. 
 
 
Princípio da Individualização da Pena 
É constitucional explícito Art. 5º XLVI, a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre 
outras, as seguintes, da Constituição Federal. A pena não deve ser padronizada, o que significa seguir os 
parâmetros da lei, mas considerando as circunstâncias individuais do agente bem como as do fato em si. 
Objetivamente cada um terá a pena exata que lhe cabe. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 
 
Princípio da Humanidade (Princípio da Humanidade das Penas) 
 
É constitucional explícito Art. 5º, III, XLVI, XLVII e XLIX da Constituição Federal 
Decorre também da Declaração dos Direitos do Homem - ONU (1948), do Pacto de San José da Costa Rica. 
O Direito Penal deve tratar com benignidade vislumbrando sempre a coletividade social. Seria inaceitável 
tratar de forma desumana o indivíduo mesmo quando tenha sido condenado por transgredir o ordenamento 
penal. Não se admitem penas cruéis como as penas de caráter perpétuo, de morte (salvo em caso de guerra 
declarada), de trabalhos forçados, de banimento ou toda e qualquer pena de castigos corporais. Qualquer 
pena que possa atingir a condição físico -psicológica do ser humano é inconstitucional (Zaffaroni). Este 
princípio não vem sendo cumprido na atualidade brasileira. O simples fato do não cumprimento da Lei de 
Execuções Penais demonstra esta realidade. A conseqüência é que o STF e o STJ têm mitigado, relativizado 
alguns institutos da LEP por não haver possibilidade de cumprimento. Exemplo é a possibilidade de prisão 
domiciliar na falta de albergue para cumprimento da sua pena no regime semi-aberto (Informativo nº 512 do 
STF- Não pode o Estado impor regime prisional mais rigoroso do que a pena permite). 
 
Princípio da Intervenção Mínima 
É princípio implícito também conhecido como da subsidiariedade ou da fragmentariedade. Alguns 
autores dizem que a Intervenção Mínima se subdivide em duas dimensões, a subsidiariedade e 
fragmentariedade. O Princípio da subsidiariedade traz a idéia de que o direito penal só deverá ser utilizado 
quando não houver alternativa, quando já tiverem se esgotado todas as outras hipóteses de solução, 
afirmando ser o direito penal a "ultima ratio". O Direito Penal não deve ser a primeira opção "prima ratio", 
existe outros ramos do direito preparado para solucionar as lides as desavenças, compondo-as sem maiores 
conseqüências. Na dimensão da Fragmentariedade interessa ao direito Penal punir as ações mais graves 
praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, aquelas verdadeiramente lesivas a vida em sociedade. É 
constante nos julgados do STF e do STJ a utilização da Fragmentariedade como razão para a aplicação do 
Princípio da Insignificância. 
 
Princípio da Culpabilidade (Princípio da Responsabilidade Subjetiva). 
 
Art. 18 do Código Penal 
 
Ninguém poderá ser punido se não houver agido com dolo ou culpa. A responsabilidade no direito penal 
deverá ser subjetiva "nullun crimem cine culpa". O parágrafo do Art. 18 do Código Penal ainda estabelece 
que, ninguém poderá ser punido se não agir com dolo, salvo se houver previsão expressa em lei. De regra só 
se pune aquele que agiu com dolo, a condenação por crime culposo é exceção e só cabe quando prevista em 
lei. 
É uma exigência do estado democrático de direito. Inadmitindo a responsabilidade penal objetiva (que 
dispensa o exame do elemento subjetivo, culpando o sujeito pelo mero nexo causal de sua conduta). Em 
hipóteses extremas previstas em lei se aceita a responsabilidade penal objetiva. 
 
 
Princípio da Taxatividade 
As leis Penais devem ser claras, precisas e bem elaboradas de forma que seus destinatários possam 
compreendê-las, não podem aqueles que devem cumprir a Lei terem dúvidas pelo modo como foram 
elaboradas. Não se admite a criação de tipos que contenham conceitos vagos ou imprecisos. Impõe-se ao 
Poder Legislativo, na elaboração das leis, que redija tipos penais com a máxima precisão de seus elementos. 
É nitidamente decorrente da legalidade, logo, Constitucional Implícito.Princípio da Vedação da Punição pelo mesmo Fato 
 
Previsão implícita na Convenção Americana de Direitos Humanos. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Conhecido como "ne bis in idem" e significa que ninguém deve ser processado e punido duas vezes 
pela mesma infração penal. 
Este princípio veda a dupla incriminação, assim, não se pode punir alguém duas vezes pelo mesmo 
fato. Encontra-se fundamento no artigo 8.º, 4 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos: "O acusado 
absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos". 
(Marcelo Santin Gonçalves, Princípios Constitucionais de Direito Penal). 
 
 
A lei Penal no Tempo 
 De acordo com o princípio tempus regit actum, a lei rege, em geral, os fatos praticados durante a sua 
vigência. Não pode, em tese, alcançar fatos ocorridos em período anterior ao início de sua vigência nem ser 
aplicada àqueles ocorridos após a sua revogação. Entretanto, por disposição expressa do próprio diploma 
legal, é possível a ocorrência da retroatividade e da ultratividade da lei. Denomina-se retroatividade o 
fenômeno pelo qual uma norma jurídica é aplicada a fato ocorrido antes do início de sua vigência e 
ultratividade à aplicação dela após a sua revogação. 
 
 
PRINCÍPIOS DA LEI PENAL NO TEMPO 
 
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA 
 A primeira hipótese trata da lei nova que torna típico fato anteriormente não incriminado. 
Nessa hipótese a lei penal e irretroativa. 
 
 
 
ABOLITIO CRIMINIS 
 Ocorre a chamada abolitio criminis quando a lei nova já não incrimina fato que anteriormente era 
considerado como ilícito penal. A nova lei, que se presume ser mais perfeita que a anterior, demonstrando 
não haver mais, por parte do estado, interesse na punição do autor de determinado fato, retroage para 
alcançá-lo. 
 Não há abolitio criminis se a conduta praticada pelo acusado e prevista na lei revogada; e ainda 
submissível a outra lei penal em vigor. Pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus 
reflexos penais, permanecendo apenas os civis. 
 
NOVATIO LEGIS IN PEJUS 
 A terceira hipótese refere-se à nova lei mais severa a anterior. Vige, no caso, o princípio da 
irretroatividade da lei penal ―a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu‖. 
 
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS 
 A última hipótese é a da lei nova mais favorável que a anterior. Além da abolitio criminis, a 
lei nova pode favorecer o agente de várias maneiras. ―A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
LEI INTERMEDIÁRIA 
Em caso de vigência de três leis sucessivas, deve-se ressaltar que sempre será aplicada a lei mais 
benigna, entre elas: a posterior será retroativa quando às anteriores e a antiga será ultrativa em relação 
àquelas que a sucederem. Se, entre as leis que se sucedem, surge ma intermediária mais benigna, embora não 
seja nem a do tempo do crime nem daquele em que a lei vai ser aplicada, essa lei intermediária mais 
benévola aplicada, segundo art. 2º do CP. 
 
CONJUGAÇÃO DE LEIS 
 Com a aplicação hipotética das duas leis em confronto, se poderá escolher a mais benigna. 
 
COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DA LEI MAIS BENÉFICA 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 A aplicação da lei mais favorável cabe ao magistrado que presidir o processo enquanto não houver 
proferido sentença, ou, se o feito já estiver sentenciado, ao Tribunal que julgar eventual recurso. 
 
LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS 
 De acordo com o art. 3º do CP, a lei excepcional ou temporária embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que as determinaram, aplicas-se ao fato praticado ao fato praticado 
durante sua vigência. 
 Leis temporárias são as que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. 
 Leis excepcionais são as que vigem durante situações de emergência. 
 Essas espécies de lei tem ultratividade, ou seja, aplicam-se ao fato cometido sob o seu império, 
mesmo depois de revogadas pelo decurso do tempo ou pela superação do estado excepcional. 
 
A RETROATIVIDADE E A LEI PENAL EM BRANCO 
 Revogada a norma complementar (decreto, portaria, regulamento, etc.), não desaparecerá o crime. O 
que foi revogado ou alterado é a norma complementar e não a lei. Para os que entendem a norma 
complementar integra alei penal, sendo ela excepcional ou temporária possui também o caráter de 
ultratividade diante do art. 3º do CP. 
 Assim, pode-se concluir que há de se fazer uma distinção: a) se a norma penal em branco tem caráter 
excepcional ou temporário, aplica-se o art. 3º do CP, sendo a norma complementar ultrativa; b)se, ao 
contrário, não tem ela caráter temporário ou excepcional, aplica-se o art. 2º, parágrafo único, ocorrendo a 
abolitio criminis. 
 
TEMPO DO CRIME 
 Necessário se torna saber qual é o tempo do crime, ou seja, a ocasião, o momento, a data em que se 
considera praticado o delito para a aplicação da lei penal a seu autor. 
 Três são as teorias a respeito da determinação do tempo do crime. Pela teoria da atividade, 
considera-se como tempo do crime o momento da conduta (ação ou omissão). Pela teoria do resultado (ou do 
efeito), considera-se tempo do crime o momento de sua consumação, não se levando em conta a ocasião em 
que o agente praticou a ação. Por fim, a teoria mista considera como tempo do crime tanto o momento da 
conduta como o d resultado. 
Art. 4º ―Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado‖. 
Quanto ao termo inicial do prazo de prescrição, determina-se que a prescrição começa a correr do dia 
em que o crime se consumou. Na decadência, o prazo é contado do dia em que o ofendido veio a saber quem 
é o autor do crime ou, em se tratando de ação privada subsidiária, do dia em que se esgota o prazo para 
oferecimento da denúncia. 
 
A LEI PENAL NO ESPAÇO 
 Pode um crime violar interesses de dois ou mais países, quer por ter sido a ação praticada no 
território de um e a consumação dar-se em outro. 
 
PRINCÍPIOS DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
 O princípio da territorialidade prevê a aplicação da lei nacional ao fato praticado no território do 
próprio país. 
O princípio da nacionalidade (ou de personalidade) cogita da aplicação da lei do país de origem do 
agente, pouco importando o local onde o crime foi praticado. O estado tem o direito de exigir que o seu 
cidadão no estrangeiro tenha determinado comportamento (nacionalidade ativa - somente se considera, se o 
autor do delito é nacional, sem se cogitar da vítima; nacionalidade passiva - exige, para a aplicação da lei 
penal, que sejam nacionais o autor e o ofendido do ilícito penal. 
Pelo princípio da proteção (da competência real, de defesa), aplica-se a lei do país ao fato que atinge bem 
jurídico nacional, sem qualquer consideração a respeito do local onde foi praticado o crime ou da 
nacionalidade do agente. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Pelo princípio da competência universal (ou da justiça cosmopolita), o criminoso deve ser julgado e punido 
onde for detido, segundo as leis deste país, não se levando em conta o lugar do crime, a nacionalidade do 
autor ou o bem jurídico lesado. 
Por fim há o princípio da representação, subsidiário, que determina a aplicação da lei do país quando, por 
deficiência legislativa ou desinteresse de outro que deveria reprimir o crime, este não o faz, e diz respeito aos 
delitos cometidos em aeronaves ou embarcações. 
 
TERRITORIALIDADE 
 Prevê o art. 5º do CP: ―aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional‖. É evidente, portanto, que a nossa legislação 
consagra, como base para a aplicação da lei penal no espaço, o princípio da territorialidade. 
CONCEITO DE TERRITÓRIOEm sentido estrito (material), território abrange o solo (e subsolo) sem solução de continuidade e 
com limites reconhecidos, as águas interiores, o mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo. 
Território por extensão (ou ficção) - para os efeitos penais, consideram-se como extensão do 
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro, onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou 
de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar. 
 
LUGAR DO CRIME 
 Para a aplicação da regra da territorialidade é necessário entretanto, que se esclareça qual é o lugar 
do crime: 
1 teoria da atividade (ou da ação), em que o lugar do crime é o local da conduta criminosa (ação ou omissão); 
2 a teoria do resultado (ou do efeito), em que se considera para a aplicação da lei o local da consumação (ou 
do resultado) do crime; 
3 a teoria da ubiqüidade (ou da unidade mista), pela qual se entende como lugar do crime tanto o local da 
conduta como o do resultado. 
 
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
 O art. 7º do CP prevê a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos no estrangeiro. São os casos de 
extraterritorialidade da lei penal. 
 O inciso I refere-se aos casos de extraterritorialidade incondicionada, uma vez que é obrigatória a 
aplicação da lei brasileira ao crime cometido fora do território brasileiro. 
 As hipóteses direito inciso I, com exceção da última (d), fundadas no princípio de proteção, são as 
consignadas nas alíneas a seguir enumeradas: 
a Contra a vida ou a liberdade do presidente da república. 
b Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do distrito federal, de estado, de território, de município, de 
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público; 
c Contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Nesta última hipótese adotou-se o 
princípio da justiça ou competência universal. 
Em todas essas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
 
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
O inciso II, do art. 7º, prevê tr6es hipóteses de aplicação da lei brasileira a autores de crimes 
cometidos no estrangeiro. São os casos de extraterritorialidade condicionada, pois dependem dessas 
condições: 
a Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. Utilizou-se o princípio da justiça ou 
competência universal; 
b Crimes praticados por brasileiro. Tendo o país o dever de obrigar o seu nacional a cumprir as leis, permite-se 
a aplicação da lei brasileira ao crime por ele cometido no estrangeiro. Trata-se do dispositivo da aplicação do 
princípio da nacionalidade ou personalidade ativa; 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
c Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando 
em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Inclui-se no CP o princípio da representação. 
A aplicação da lei brasileira, nessas três hipóteses, fica subordinada a todas as condições estabelecidas pelo § 
2º do art. 7º. Depende, portanto, das condições a seguir relacionadas: 
a Entrada do agente no território nacional; 
b Ser o fato punível também no país em que foi praticado. Na hipótese de o crime ter sido praticado em local 
onde nenhum país tem jurisdição (alto mar, certas regiões polares), é possível a aplicação da lei brasileira. 
c Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição 
d Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo 
a lei mais favorável. 
 O art. 7º, § 3º, prevê uma última hipótese da aplicação da lei brasileira: a do crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. É ainda um dispositivo calcado na teoria de proteção, além dos 
casos de extraterritorialidade incondicionada. Exige o dispositivo em estudo, porém, além das condições já 
mencionadas, outras duas: 
 que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição (pode ter sido requerida, mas não concedida; 
 que haja requisição do ministro da justiça. 
 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
 Considerando que, sendo possível a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em território de 
outro país, ocorrerá também a incidência da lei estrangeira, dispõe o código como se deve proceder para se 
evitar a dupla posição. Cumprida a pena pelo sujeito ativo do crime no estrangeiro, será ela descontada na 
execução pela lei brasileira, quando forem idênticas, respondendo efetivamente o sentenciado pelo saldo a 
cumprir se a pena imposta no Brasil for mais severa. Se a pena cumprida no estrangeiro for superior à 
imposta no país, é evidente que esta não será executada. 
 No caso de penas diversas, aquela cumprida no estrangeiro atenuará a aplicada no Brasil, de acordo 
com a decisão do juiz no caso concreto, já que não há regras legais a respeito dos critérios de atenuação que 
devem ser obedecidos. 
 
 
DISPOSIÇÕES FINAIS SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 A sentença penal estrangeira produz alguns efeitos no brasil , independentemente de qualquer 
condição. É considerada nesses casos, como fato jurídico, capaz de produzir efeitos jurídicos perante a lei 
brasileira. Bastará, pois uma prova documental idônea (certidão devidamente trazida, por exemplo) para que 
a sentença estrangeira produza aqueles efeitos previstos expressamente na lei penal brasileira. 
 
CONTAGEM DE PRAZO 
 O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo (art. 10, primeira parte, do CP). Trata-se, no 
dispositivo, de disciplinar a contagem do prazo penal que tem relevância especial nos casos de duração de 
pena, do livramento condicional, do sursis, Da decadência, da prescrição, etc., institutos de direito penal. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Há no caso imprecisão tecnológica. O 
calendário comum a que se refere o legislador tem o nome de gregoriano, em contraposição ao juliano, 
judeu, árabe, etc. 
 
FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA 
 Segundo o art. 11, desprezam-se, nas penas privativas de liberdade nas restritivas de direitos, as 
frações de dia e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. Também se tem entendido que, por analogia com o 
art. 11, deve ser desprezada a fração de dia multa, como se faz para o dia de pena privativa de liberdade. 
Extintos o cruzeiro antigo e o cruzado, o novo cruzeiro e o cruzeiro real, o real é a unidade monetária 
nacional, devendo ser desprezados os centavos, fração da nova moeda brasileira. 
(apostila Direito Penal – Por Marcelo Martin Ferigato) 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
A lei preserva, em seu texto, sentidos que variam de acordo com o contexto social, adequando seus 
princípios às necessidades atuais daquela sociedade. Explicar um texto de lei, ou ainda aclarar seu 
entendimento é interpretar a lei. Ao realizar a interpretação da lei, chega-se a um resultado pretendido ou 
querido pelo legislador. Quando a lei foi criada, houve uma construção de paradigmas, entendimentos, 
princípios, posições de doutrina e tudo o mais que, em torno de um artigo de lei, se faça necessário para que 
haja uma valoração de um bem juridicamente protegido. É natural que a sociedade evolua e o entendimento 
de um dispositivo de lei se modifique, ainda que as palavras nele impressas não mudem. O que se altera é a 
avaliação sobre aquele artigo de lei e a adequação daquele dispositivo às necessidades sociais. ?Cabe ao 
jurista buscar sempre o escopo da lei, ou seja, o resultado prático que ela se propõe a realizar (Luiz Regis 
Prado)?. Caso não houvesse a interpretação da lei, o seu alcance seriamuito restrito ou por demais 
abrangente, inadequado à conjuntura social, que por si só é dinâmica. em outras palavras: a sociedade evolui 
e a lei também deve evoluir e quando ela mesma não é alterada, deve-se alterar sua interpretação, para que a 
sociedade não reste desprotegida. 
 Existem algumas formas de interpretação adotadas pela doutrina nacional, conforme se depreende a seguir: 
 
 1. QUANTO AO SUJEITO (ORIGEM): 
 
Interpretação Autêntica ou Legislativa: a interpretação é realizada pelo próprio texto de lei. Não vincula o 
sujeito, porque não esgota matéria. É realizada pelo mesmo órgão da qual emana a lei, ou seja, o legislador 
edita uma nova lei cm o objetivo de aclarar o sentido e o alcance de uma disposição já existente. 
 
 Interpretação Doutrinária: é o tipo de interpretação que os estudiosos da ciência do Direito dão para 
determinados temas jurídicos. São posições intelectuais acerca de assuntos debatidos em textos de livros, 
artigos de revista, posicionamentos científicos. 
 
 Interpretação Jurisprudencial ou judicial: realizada através da análise de decisões reiteradas sobre 
determinado tema. A interpretação jurisprudencial vincula o sujeito, porquanto haja, em súmula vinculante, a 
necessidade de se ater ao seu conteúdo de maneira fidedigna. 
 
2. QUANTO AO MODO 
 1. Literal ou gramatical: considera como parâmetro interpretativo o sentido literal das palavras. Pela 
literalidade da lei é possível extrair-se um entendimento do que se exija na dicção da lei. 
 2. Teleológica: através da interpretação teleológica, o aplicador indaga a intenção do legislador, a 
vontade da lei propriamente dita. 
 3. Histórica: é fruto de uma construção e de um posicionamento em dado momento histórico. 
 4. Sistemática: interpreta-se em conjunto com toda a legislação em vigor, ou com os princípios gerais de 
Direito, ou ainda com toda a doutrina existente no caso. É sistemática, porquanto reúne diversificadas fontes 
para a completude de seu sentido. 
 5. Progressiva: interpreta-se considerando o progresso da ciência (medicina, informática). 
 
3. QUANTO AO RESULTADO: 
 
1. Declarativa: a letra da lei corresponde exatamente à intenção do legislador no momento da sua criação. 
2. Restritiva: deve-se reduzir o alcance da palavra da lei, para que a intenção do legislador seja alcançada 
pelo aplicador. 
3. Extensiva: amplia-se o alcance da palavra da lei para corresponder à intenção do legislador. Nesse caso, o 
alcance da palavra é ampliado, para que o tipo penal não fique sem aplicação. 
4. Analógica: na interpretação analógica, o significado que se busca é extraído do próprio dispositivo, porque 
existe uma norma para ser aplicada ao caso concreto, no entanto são levadas em consideração expressões 
genéricas e abertas utilizadas pelo legislador. 
 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA x INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA 
 A interpretação extensiva não se confunde com a interpretação analógica; na interpretação 
analógica, o significado que se busca é extraído do próprio dispositivo, pois existe norma a ser aplicada ao 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
caso concreto, levando em conta as expressões genéricas e abertas consideradas pelo legislador. Em ambos 
os tipos de interpretação já existem normas para o caso concreto, mas na extensiva amplia-se o alcance da 
expressão, já na analógica o legislador exemplifica e, ao final, fecha a expressão de forma genérica, 
permitindo ao julgador encontrar outros exemplos. 
As hipóteses de interpretação acima expostas não se confundem com a ANALOGIA, que é regra de 
INTEGRAÇÃO, não interpretação. Na analogia, o recurso é diferente: não existe uma norma a ser aplicada 
ao caso concreto, portanto a integração da norma é realizada, visualizando-se o que o legislador estipulou 
para outro caso similar. 
 Embora haja uma minoria doutrinária em defesa da proibição da analogia de maneira abrangente, a maioria 
entende que a analogia é possível no direito penal sim, desde que não incriminadora e a favor do réu. É a 
chamada Analogia "in bonam partem". (Walkyria Carvalho, Artigo) 
 
 
 
INFRAÇÃO PENAL: ESPÉCIES 
CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL 
. 
O que diferencia as infrações de natureza penal das infrações civis ou administrativas é a sua 
gravidade; não há distinção essencial. 
Enquanto os ilícitos civis e administrativos são punidos de forma mais branda, as infrações penais 
levam à aplicação de penas, que são as mais graves sanções existentes no ordenamento jurídico, incluindo a 
privação de liberdade. 
No Direito Brasileiro dividem-se as infrações penais em: 
 crimes, aos quais são cominadas penas de detenção ou reclusão; e 
 contravenções, que são punidas com prisão simples ou multa. 
 
A diferença entre crimes e contravenções também está, unicamente, na sua gravidade. Os crimes, por 
atingirem bens jurídicos mais importantes, são punidos de maneira mais severa. 
Como denominador comum entre crimes e contravenções, a doutrina costuma usar a palavra ―delito‖, ou 
mesmo ―crime‖, em sentido amplo. No presente texto, quando nos referirmos a crime, estaremos abrangendo 
as contravenções. 
 
Elementos da infração penal. 
Qualquer delito possui os seguintes elementos: 
1. tipicidade: enquadramento do fato ao modelo (tipo) descrito na lei penal; 
2. ilicitude: contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico; 
3. culpável: praticado de forma reprovável pelo seu agente. 
A punibilidade, embora deva existir para que seja aplicada a pena, não é considerada elemento do delito. 
 
Espécies de infração penal. 
A doutrina costuma esboçar diversas classificações dos crimes. Tratemos das principais: 
 
Crimes próprios, impróprios e de mão-própria: nos crimes próprios, exige-se uma especial qualificação 
do agente, como os crimes de funcionário público, ou o infanticídio, que só pode ser praticado pela mãe; os 
impróprios podem ser cometidos por qualquer pessoa, a exemplo do homicídio ou do furto. Os crimes de 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
mão-própria são aqueles que o agente tem de cometer pessoalmente, sem que possa delegar sua execução. 
Ex.: falso testemunho, prevaricação etc. 
 
Crimes unissubjetivos e plurissubjetivos: Unissubjetivos são os delitos que podem ser praticados por uma 
única pessoa, embora, eventualmente, sejam cometidos em concurso de agentes. Ex.: homicídio, roubo, 
estupro etc. Os plurissubjetivos necessariamente têm de ser praticados por mais de uma pessoa: quadrilha ou 
bando, rixa, bigamia etc. 
 
Crime habitual: Constituído por atos que, praticados isoladamente, são irrelevantes para o Direito Penal, 
mas, cometidos de forma reiterada, passam a constituir um delito. Por exemplo: quem tira proveito da 
prostituição alheia, de maneira eventual, não comete o delito de rufianismo; mas, se existe habitualidade na 
prática desses atos, constituir-se-á o crime. Outros exemplos: exercício ilegal da medicina, curandeirismo, 
manter casa de prostituição etc. 
 
Crimes de ação única e de ação múltipla: Nos de ação única, o tipo penal só descreve uma forma de 
conduta: matar, subtrair, fraudar; os tipos de ação múltipla descrevem variadas formas. No art. 122, pratica-
se o delito induzindo, instigando ou auxiliando a prática do suicídio. Qualquer das modalidades de conduta é 
incriminada. 
 
Crimes unissubsistentes e plurissubsistentes: Se a conduta não pode ser fracionada, como na ameaça ou na 
injúria, em que o crime é praticado por um único ato, diz-se que o delito é unissubsistente. Como 
conseqüência, a tentativa é impossível. A maioria dos delitos, entretanto, é plurissubsistente, pois o sujeito 
ativo pode dividir a conduta em vários atos (homicídio, roubo, peculato), daí a possibilidade de haver 
tentativa. 
Crimes de dano e de perigo: Quando o tipo penal descreve a efetiva lesão ao bem jurídico, o crime é de 
dano: homicídio, furto, lesão corporal etc. Mas o tipo penal pode exigir apenasque o bem jurídico seja 
exposto a perigo, como no caso da omissão de socorro, do porte ilegal de arma, da direção perigosa. 
Distinguem-se os delitos de perigo em: crimes de perigo concreto, quando a lei exige seja o perigo 
comprovado, como na direção perigosa; ou crimes de perigo presumido, em que a lei considera haver perigo, 
independentemente de prova, a exemplo da omissão de socorro ou do porte ilegal de arma. 
 
Crimes simples e complexos: Quando o tipo penal descreve uma conduta em que apenas um bem jurídico é 
lesionado ou ameaçado de lesão, o crime será simples: homicídio (vida), furto (patrimônio) etc. Mas existem 
crimes em que mais de um bem jurídico é atingido ou exposto a perigo, e o tipo penal reúne elementos de 
outros crimes, formando um crime novo: roubo (furto + lesão corporal ou ameaça), extorsão mediante 
seqüestro (extorsão + seqüestro) etc. 
 
Crimes materiais, formais e de mera conduta. Nos materiais, o tipo penal descreve a conduta e o resultado 
(homicídio, roubo, peculato); nos formais, descreve-se a conduta mas não se exige que o resultado seja 
atingido (crimes contra a honra, extorsão); já nos de mera conduta inexiste resultado possível (violação de 
domicílio, desobediência). Estudaremos melhor essas três espécies de crimes quando tratarmos do resultado 
(item 1.7.3). 
 
Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. 
 
Capacidade penal ativa. 
Capacidade penal ativa é a possibilidade de a pessoa figurar como sujeito ativo, ou seja, como autor da 
infração penal. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
O sujeito ativo é o indivíduo que, sozinho ou em concurso com outras pessoas, pratica a conduta 
descrita no tipo penal. A capacidade penal ativa é exclusiva, portanto, das pessoas físicas ou naturais, pois a 
conduta exige manifestação da vontade humana. 
Algumas leis penais referem-se à ―responsabilidade penal‖ da pessoa jurídica, mas nesse caso o 
legislador apenas está intitulando de ―pena‖ a punição de natureza administrativa. A Ciência do Direito Penal 
trabalha com conceitos de conduta e de pena relacionados apenas às pessoas físicas. 
Como a pessoa jurídica é uma instituição formada por pessoas físicas, estas responderão 
criminalmente pelos atos que, praticados através da pessoa jurídica, correspondam a algum crime. 
 
Capacidade penal passiva. 
O sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico lesionado ou ameaçado de lesão pela conduta 
delituosa. 
São duas as espécies de sujeitos passivos: 
 sujeito passivo formal ou constante: o Estado, titular da ordem jurídica que, em todo delito, resulta 
lesionada; 
 sujeito passivo material ou eventual: é a vítima, o ofendido, ou seja, a pessoa física ou jurídica titular do bem 
jurídico diretamente atingido. 
 
O Estado pode, ao mesmo tempo, figurar como sujeito constante e sujeito eventual. Isso se dá, por 
exemplo, nos crimes contra a Administração Pública, em que bens jurídicos estatais são violados pelo 
funcionário ou pelo particular autor do delito. 
Como se vê, também as pessoas jurídicas possuem capacidade penal passiva, pois a prática do delito 
independe da manifestação da vontade da vítima. 
Discute-se a possibilidade de as pessoas jurídicas figurarem como sujeitos passivos de crimes contra a 
honra. Predomina o entendimento de que não podem ser vítimas de calúnia ou de injúria. 
Na calúnia, atribui-se ao indivíduo a autoria de um fato descrito como crime ou contravenção; como as 
pessoas jurídicas não possuem capacidade penal ativa, seria impossível tal prática. 
Já na injúria, o sujeito ativo procura, através da ofensa, atingir a honra subjetiva da vítima, a opinião 
que a pessoa tem dela mesma. Como as pessoas jurídicas não possuem honra subjetiva, impossível a injúria. 
Mas elas possuem honra objetiva, ou seja, a opinião do meio social sobre alguém, o que as faz passíveis de 
difamação. 
 
IMPUTABILIDADE PENAL 
Imputabilidade penal é a condição ou qualidade que possui o agente de sofrer a aplicação de pena. E, 
por sua vez, só sofrerá pena aquele que tinha ao tempo da ação ou da omissão capacidade de compreensão e 
de autodeterminação frente o fato. 
Assim, imputabilidade é a capacidade de o agente, no momento da ação ou da omissão, entender o 
caráter ilícito do fato e de determinar-se frente tal fato. 
Somente o imputável sofrerá pena. 
Para ser imputável o agente deve ter capacidade de: 1- entender o caráter ilícito do fato 
(compreensão das coisas) e 2 – determinar-se de acordo com esse entendimento (capacidade de dirigir sua 
conduta considerando a compreensão 
que anteriormente teve). 
A lei pressupõe a imputabilidade. Extraordinariamente, o legislador arrola as hipóteses de exclusão 
da imputabilidade. Assim, em princípio todos são imputáveis. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
De acordo com Fernando Capez , a imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na 
capacidade de entendimento, e outro volitivo, que a faculdade de controlar e comandar a própria vontade. 
HIPOTESES DE EXCLUSÃO DA IMPUTABILIDADE. 
Partindo do pressuposto de que todos, maiores de 18 anos de idade, são imputáveis, o legislador, no artigo 26 
e seguintes do CP arrola as hipóteses em que a presunção é arredada, ou seja, as hipóteses em que há a 
inimputabilidade. 
Observe, primeiramente, a redação do disposto no artigo 26 do CP, cuja literalidade segue. 
Inimputáveis 
Art. 26 – É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Notamos, então, que, de acordo com tal dispositivo, serão considerados inimputáveis: 
1- O doente mental. 
2- Aquele que tem desenvolvimento mental incompleto. 
3- Aquele que tem desenvolvimento mental retardado. 
Observe, entretanto, o que dispõe o artigo 27 do CP sobre os menores. A letra da lei segue abaixo. 
Menores de dezoito anos 
Art. 27 – Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas 
estabelecidas na legislação especial. 
Notamos, agora, que além daqueles casos mencionados no artigo 26, o legislador considera também 
inimputável o menor de 18 anos de idade. Para o legislador, aquele que não completou 18 anos de idade tem 
desenvolvimento mental incompleto. Trata-se de uma presunção absoluta. Assim, basta ser menor para ser 
considerado inimputável. 
No entanto, mais adiante, no artigo 28, inciso II, parágrafo 1º, do CP, o legislador prevê outra hipótese de 
inimputabilidade. Trata da embriaguez completa que decorre de força maior ou caso fortuito. Observe a letra 
da lei. 
Artigo 28, II, § 1º – É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou 
força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato 
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Diante de tais dispositivos, podemos arrolar as seguintes hipóteses de inimputabilidade: 
1- Doença mental. 
2- Desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
3- A menoridade. 
4- A embriaguez completa que decorre do fortuito ou de força maior. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Trataremos de cada uma das hipóteses de exclusão da imputabilidade. 
Primeiramente, vamos tratar da menoridade, onde, diferentemente das demais, impera presunção absoluta. 
 
ILICITUDE 
 
CONCEITO 
A segunda característica do crime é denominada, pela maior parte de nossos doutrinadores, de 
antijuridicidade. É preferível denominá-la, com ASSIS TOLEDO, ilicitude, expressão mais correta, para 
refletir a relação de antagonismo entre o fato típico e todo o ordenamento jurídico, como queria HANS 
WELZEL. 
Utilizar a expressão antijuridicidade é inadmissível nos tempos modernos, pelo menos entre os estudiosos do 
Direito, uma vez que não se podeimaginar um fato ser, ao mesmo tempo, jurídico e antijurídico1. É de toda 
obviedade: um crime é, sempre, um fato capaz de alterar ou modificar as relações entre as pessoas, criando 
direitos e obrigações. É um fato do qual resultam conseqüências de natureza jurídica para certo número de 
pessoas. 
É, de conseqüência, um fato da vida que tem relevância e interesse para o Direito. É, assim dizer, um fato 
jurídico. 
A expressão antijuridicidade remete à prévia locução: antijurídico. Anti é prefixo que significa o contrário, 
contra, oposto, logo, antijurídico só poderia querer significar o fato ―contrário ou contra o jurídico‖, ou 
―oposto ao jurídico‖. O crime é um fato contra o direito e não contra o jurídico; por isso, melhor, por mais 
apuradas tecnicamente, as expressões ilícito e ilicitude. 
10.1.1 Ilicitude formal e ilicitude material 
VON LISZT distinguia uma ilicitude formal de outra material, dizendo que seria formalmente ilícita a 
conduta humana que violasse a norma penal, e substancialmente ilícito o comportamento humano que ferisse 
o interesse social tutelado pela própria 
1 TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1991. p. 160. 
 
TIPICIDADE 
CONCEITO 
Fato típico, em um conceito formal, é a descrição de uma conduta considerada proibida, para qual se 
estabelece uma sanção. Um fato típico é aquele que se adequa a essa descrição. 
Para Zafaroni o tipo penal é um instrumento legal, logicamente necessário e de natureza 
predominantemente descritiva, que tem por função a individualização de condutas humanas penalmente 
relevantes (por estarem penalmente proibidas). 
Em síntese: 
a) O tipo pertence à lei – é na lei que encontramos os tipos penais: na parte especial do CP e nas leis 
especiais. 
b) O tipo é logicamente necessário, porque sem o tipo nos poríamos a averiguar a antijuridicidade e a 
culpabilidade de uma conduta que, na maioria dos casos, resultaria sem relevância penal alguma. 
c) O tipo é predominantemente descritivo, porque os elementos descritivos são os mais importantes 
para individualizar uma conduta e, dentre eles, o verbo tem especial significação, pois é precisamente a 
palavra que gramaticalmente serve para conotar uma ação. Não obstante, os tipos, às vezes, não são 
absolutamente descritivos, porque ocasionalmente recorrem a conceitos que remetem ou são sustentados por 
um juízo valorativo jurídico ou ético, chamados de elementos normativos do tipo penal. 
A função dos tipos é a individualização das condutas humanas que são penalmente proibidas. 
 
2. Tipo e Tipicidade 
Não se deve confundir o tipo com a tipicidade. O tipo é a fórmula que pertence à lei, enquanto a 
tipicidade pertence à conduta. 
Um fato típico é uma conduta humana, por isso prevista na norma penal. Tipicidade é a qualidade que 
se dá a esse fato. 
Tipo penal é o próprio artigo da lei. Fato típico é inerente a norma penal. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Típica é a conduta que apresenta característica específica de tipicidade (atípica a que não apresenta); 
tipicidade é a adequação da conduta a um tipo; tipo é a fórmula legal que permite averiguar a tipicidade da 
conduta. 
O juiz comprova a tipicidade comparando a conduta particular e concreta com a individualização típica, 
para ver se adéqua ou não a ela. Este processo mental é o juízo de tipicidade que o juiz deve realizar. 
 
CULPABILIDADE 
CONCEITO 
Culpabilidade é um dos conceitos integrantes do conceito definidor de uma Infração penal. Ele diz 
respeito à motivação e objetivos subjetivos do agente praticante da conduta ilegal. A Culpabilidade aufere, a 
princípio, se o agente da conduta ilícita é penalmente culpável, isto é, se ele agiu com Dolo, ou pelo menos 
com Imprudência, Negligência ou Imperícia, nos caso em que a lei prever como puníveis tais modalidades1 . 
Segundo o Direito Penal, um Humano, ao praticar uma conduta ilícita, pode ter Culpa latu sensu por suas 
ações, se a praticou com Dolo, isto é, intenção consciente de praticar a conduta antijurídica pra obter o 
resultado. Pode ainda haver Culpa strictu sensu, quando o agente não objetivava o resultado ilegal produzido 
por sua conduta, mas, por agir comImprudência, Imperícia ou Negligência, se tornou responsável penalmente 
por seus atos2 . 
A Teoria do crime afirma que só se configuram como Infrações penais as condutas típicas, ilícitas e 
culpáveis, sendo que o não cumprimento de um desses quesitos elementares impede que a conduta seja 
classificada como Infração3 . Baseado nisso, o Princípio da Culpabilidade afirma que Culpa, nos casos em 
que a Lei prever isso. Assim sendo, um humano que praticou uma conduta típica e ilegal pode não ter culpa 
alguma, uma vez que não objetivou subjetivamente nada de ilegal ou imoral, nunca buscou o resultado 
ilícito, apesar de o ter inadvertidamente produzido, e, por fim, não praticou nada em sua conduta manchado 
por imperícia, imprudência ou negligência, resumindo nada de proibido ou repreensível em sua conduta, pelo 
qual possa ser penalmente culpável. E sua conduta, não importa a gravidade da lesão ou a importância do 
bem jurídico atingido, não configura Infração penal4 . 
Ainda é necessário pra configurar plenamente a Culpabilidade, averiguar a presença dos Elementos 
Essenciais da Culpabilidade, quais sejam: A Imputabilidade Penal; a Potencial Consciência da Ilicitude do 
Fato; e a Exigibilidade de Conduta Diversa. O não cumprimento de um desses elementos exclui a 
Culpabilidade do agente e a Infração resta não configurada 
 
PUNIBILIDADE 
CONCEITO 
 O poder/dever que tem o Estado de aplicar a pena àquele que tenha praticado uma infração penal é 
denominado IUS PUNIENDI (direito de punir). A PUNIBILIDADE, então, é consequência do crime. Diz-se 
punível a conduta que pode receber pena. 
2. Causas que excluem a punibilidade 
A regra é que o injusto culpável é sempre passível de punição. Entretanto, a lei prevê algumas situações que 
afastam a punibilidade de determinados atos. As razões para essas exclusões são diversas, mas as hipóteses 
de excludentes de punibilidades devem estar previstas em lei. 
Conforme o art. 107 do Código Penal, são causas que excluem a punibilidade: 
 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
 I - pela morte do agente; 
 II - pela anistia, graça ou indulto; 
 III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como 
criminoso; 
 IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
 V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de 
ação privada; 
 VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
 VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infra%C3%A7%C3%A3o_penal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imprud%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neglig%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imper%C3%ADcia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpabilidade#cite_note-1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Penal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imprud%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imper%C3%ADcia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neglig%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpabilidade#cite_note-2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpabilidade#cite_note-3
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tipicidade&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ilicitude&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpabilidade#cite_note-4
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imputabilidade_Penal
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Potencial_Consci%C3%AAncia_da_Ilicitude_do_Fato&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Potencial_Consci%C3%AAncia_da_Ilicitude_do_Fato&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Exigibilidade_de_Conduta_Diversa&action=edit&redlink=1WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
EXCLUDENTES DE ILICITUDE E DE CULPABILIDADE 
As excludentes de culpabilidade, também denominadas de dirimentes ou eximentes, são três: 
a) causas que excluem a imputabilidade; 
b) causas que excluem a consciência da ilicitude e 
c) causas que excluem a exigibilidade de conduta diversa. 
As causas excludentes de ilicitude, por sua vez, estão previstas no artigo 23, do Código Penal: 
 
EXCLUSÃO DE ILICITUDE 
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
DA MENORIDADE. 
Aquele que, ao tempo da ação ou da omissão (atividade), era menor de 18 anos de idade, é considerado 
inimputável, pois o legislador presume, de forma absoluta, que o menor tem desenvolvimento mental 
incompleto. 
A presunção é absoluta. Assim, não admite prova em sentido contrário. Basta demonstrar-se a menoridade 
que o sujeito não sofrerá aflição penal, pois inimputável. 
Questão interessante é saber quando o agente adquire a maioridade penal. O sujeito passa a ser considerado 
maior para efeito penal quando adquire 18 anos completos. 
Considera-se completados 18 anos de idade no dia do 18º aniversário do sujeito, independente da hora em 
que tenha nascido. Assim, já na primeira hora de seu 18º aniversário o sujeito passa de inimputável para 
imputável. 
O disposto no artigo 27 do CP é retratado na Constituição Federal . Assim, maioridade penal é matéria 
constitucional. Não pode o legislador ordinário tratar, como o fez recentemente com maioridade civil, de 
maioridade penal. 
DA DOENÇA MENTAL E DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO. 
Aqui, sob a mesma rubrica, vamos tratar daquele que é doente mental e daquele que tem desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado. Não é nosso objetivo discutir os motivos que levam à patologia ou o 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Mais nos interessa as consequências. 
Doente mental é aquele que acometido de alguma patologia não possui condição de discernimento das 
coisas. 
Tem desenvolvimento mental incompleto ou retardado aquele que não possui ainda condição de 
compreensão das coisas. Tem desenvolvimento mental incompleto aquele que, não completou seu 
desenvolvimento mental, mas com o tempo o completará. Já o retardado é aquele que não tem o 
desenvolvimento mental completo e jamais o terá, pois não possui condição pessoal para progredir. 
Tanto o doente mental, como aquele que tem desenvolvimento mental incompleto ou retardado, será 
considerado inimputável, desde que seu aspecto biológico (o desenvolvimento mental incompleto ou 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
retardado e a doença mental) lhes retire a capacidade plena de entender o caráter ilícito do fato e de 
determinar-se diante de tal situação. 
Assim, preste atenção, não é a condição biológica que gera a inimputabilidade. 
Para que ocorra a inimputabilidade, necessário que a condição biológica leve à retirada da capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Pelo legislador foi adotado o sistema biopsíquico. Há, então, necessidade da condição biológica agregada 
com a condição ou deficiência psíquica. 
Assim, por exemplo, aquele que é doente mental, por si só, não é considerado inimputável. Será inimputável 
quando a sua condição biológica peculiar lhe retirar a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Observe, com muita atenção, a redação do artigo 26 do CP, cuja literalidade segue. 
INIMPUTÁVEIS 
Art. 26 – É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
De acordo com o dispositivo, fica fora de dúvida que pelo legislador o aspecto biológico não basta. 
Necessário que a condição biológica dê causa à retirada completa da capacidade de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Inimputável = aspecto biológico + aspecto psíquico. 
Inteira incapacidade de entender e de determinar-se. 
Doença mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. 
DA EMBRIAGUEZ COMPLETA. 
O nosso legislador, no artigo 28 do CP11, cuja letra segue abaixo, com o objetivo de espancar qualquer 
dúvida, afirma de forma peremptória que a emoção e a paixão, bem como a embriaguez, voluntária ou 
culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, não excluem a imputabilidade penal. 
 
Não excluem a imputabilidade: 
1- a emoção e a paixão. 
2- A embriaguez, voluntária ou culposa. 
 
Embriaguez: Estado de intoxicação aguda decorrente do álcool ou substância análoga. 
Voluntária: Aquela em que o agente embriaga-se voluntária e livremente. 
Culposa: Aquela em que por descuido o agente se embriaga. (ex: aquele estando sob efeito de medicamento 
para emagrecer ingere, por falta de cautela, álcool). 
No entanto, o que nos interessa é o disposto no artigo 28, II, parágrafo 1º do CP, onde o legislador arrola 
mais uma hipótese de exclusão a imputabilidade. Em tal dispositivo que segue exposto, o legislador afirma 
que a embriaguez completa que decorra do caso fortuito ou de força maior, exclui a imputabilidade, pois o 
agente é isento de pena. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
§ 1º – É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, 
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Emoção e paixão 
Art. 28 – Não excluem a imputabilidade penal: 
I – a emoção ou a paixão; 
Embriaguez 
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
Precisamos, antes de tudo, conceituar embriaguez completa. Ao depois, falaremos dela decorrente de fortuito 
ou força maior. 
Embriaguez completa: é a intoxicação aguda. Diz-se completa, uma vez que leva à falta de coordenação 
motora e confusão mental, não tendo o agente mais consciência e vontade livres . 
Força maior: Ocorre quando o agente não sabe que está ingerindo substância que causa a embriaguez. 
Observe a hipótese daquele que está hospitalizado e recebe dose de morfina. Tal substância causa 
embriaguez. 
Caso Fortuito: Ocorre, por sua vez, quando o agente é embriagado sem que externe para tanto sua vontade. 
Tal embriaguez decorre normalmente de coação física ou moral irresistível. 
Aqui, como causa excludente da imputabilidade, necessário que a embriaguez seja completa e decorra do 
fortuito ou de força maior. 
No entanto, não basta que ocorra a embriaguez (aspecto biológico). Necessário, ainda, que do estado de 
embriaguez o agente seja inteiramente privado da capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Portanto, mais uma vez, há a conjugação de fator biológico com fato psíquico. Assim, relevante, para a 
inimputabilidade, o aspecto biopsciológico ou biopsiquico. 
 
Inimputável = aspecto biológico + aspecto psíquico. 
Inteira incapacidade de entender e de determinar-se. 
Embriaguez completa que decorra do fortuito ou da força maior. 
 
Atenção : Se a embriaguez é completa, mas não decorre do fortuito ou da força maior, sendo, portanto, 
voluntária ou culposa, não há a retirada da imputabilidade. Caso completa e decorra de força maior ou caso 
fortuito, necessário que ocorra o aspecto psíquico, ou seja, privação da capacidade de discernimento. 
Por enquanto, nos interessa somente fixar as hipóteses de exclusão da imputabilidade. No próximo tópico 
vamos continuar nossa exposição tratandoda semi-imputabilidade e das conseqüências que advém da 
inimputabilidade. 
Necessário que tenhamos, por ora, a certeza absoluta de que ao inimputável não haverá a aplicação de pena. 
(Apostila Prof. Aldo Corrêa de Lima). 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
Concursus delinquentium, diferente de concursus delictorum (concurso de crimes). 
Existe concurso de pessoas quando mais de um agente pratica o fato típico, seja praticando a conduta 
descrita em seu núcleo (co-autoria), seja auxiliando de alguma forma a produção do resultado (participação). 
A doutrina finalista aponto como autor o agente que tem o domínio da situação, de modo que o autor 
intelectual, embora não pratique diretamente a conduta típica (matar alguém, por exemplo), conduz a prática 
do delito. 
Existe apenas nos crimes unissubjetivos, sendo chamado de concurso eventual. Nos crimes plurissubjetivos 
há, necessariamente, o concurso de mais de uma pessoa: adultério, rixa, quadrilha ou bando etc. 
Não é necessário que as condutas sejam idênticas para que haja co-autoria, mas que haja um fato para o qual 
concorram os diversos atos. Já na participação, ao fato principal acedem condutas diversas, como o 
emprestar de uma arma (auxílio material, cumplicidade) ou o induzir à prática do crime (participação moral). 
Há três teorias sobre o concurso de agentes: 
 monista: considera o crime um todo indivisível, punindo-se todos os agentes nele envolvidos; 
 dualista: separa os autores dos partícipes, determinando haver crimes diversos para estes e aqueles; 
 pluralística: há um crime para cada autor, com conseqüências diferentes. 
O CP, ao cuidar do assunto no art. 29, utilizou a teoria monista, como corolário da teoria da equivalência dos 
antecedentes, prevista no art. 13. Assim, é agente do crime todo aquele que de alguma forma contribuiu para 
que o resultado ocorresse. Abrandou-a, porém, quando determinou que cada um responderia ―na medida de 
sua culpabilidade‖. 
Para que haja concurso de agentes é necessário (Mirabete): 
1. pluralidade de condutas; 
2. relevância causal de cada uma das ações; 
3. liame subjetivo entre os agentes; 
4. identidade de fato. 
Devem estar presentes, portanto, além de caracteres objetivos, uma identidade subjetiva entre os diversos 
agentes. Não é necessário o prévio ajuste, bastando que um deseje aderir à vontade do outro, mesmo com a 
oposição deste. 
Pode haver co-autoria em crime culposo, mas não participação, já que a identidade não se refere ao resultado 
(que não é desejado), mas à causa. 
Não pode haver participação dolosa em crime culposo e vice-versa, pois há de haver identidade de elementos 
subjetivos. 
Nos crimes omissivos impróprios, são partícipes os que, devendo e podendo evitar o resultado, omitem-se, 
permitindo sua produção. Já nos omissivos próprios, todos são co-autores. 
O §1º faculta ao juiz, entendendo ser de menor importância a participação, reduzir a pena de um sexto a um 
terço. Já o §2º determina que, se algum dos agentes desejava participar de crime menos grave, não 
responderá pelo excesso ocorrido, salvo no caso de ser o resultado previsível, quando esta pena será 
aumentada até metade. 
 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA 
HOMICÍDIO – De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da vida de um homem por outro homem. 
De forma objetiva, é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da vida do ser humano. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta típica limitada a ―matar alguém‖. Esta espécie de 
homicídio não possui características de qualificação, privilégio ou atenuação. É o simples ato da prática 
descrita na interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma pessoa. 
Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo primeiro – É a conduta típica do homicídio que recebe o 
benefício do privilégio, sempre que o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social 
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima, podendo o juiz 
reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo segundo – É a conduta típica do homicídio onde se 
aumenta a pena pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguintes condições: mediante paga ou 
promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar perigo comum; por 
traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido; e para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. 
Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro – É a conduta típica do homicídio que se dá pela 
imprudência, negligência ou imperícia do agente, o qual produz um resultado não pretendido, mas previsível, 
estando claro que o resultado poderia ter sido evitado. 
No homicídio culposo a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica 
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se 
não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo o 
homicídio doloso, a pena é aumentada de um terço se o crime é praticado contra pessoa menor de quatorze 
ou maior de sessenta anos. 
Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar à pena, se as 
conseqüências da infração atingir o próprio agente de forma tão grave que torne desnecessária a sanção 
penal. 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incuravel; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco 
de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Diminuição de pena 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a 
um terço. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Substituição da pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos 
mil réis a dois contos de réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
Lesão corporal culposa 
§ 6° Se a lesão é culposa: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Aumento de pena 
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste 
Código. 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
Violência Doméstica 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem 
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou 
de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste 
artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra 
pessoa portadora dedeficiência. 
 
Objeto material – O tipo do artigo 129 do Código Penal acaba por tutelar a integralidade corporal 
da pessoa, responsabilizando aquele que, por sua conduta, causa dano às funções biológicas, anatômicas, 
fisiológicas ou psíquicas de terceiro (da vítima). 
Dentro do delito de lesão corporal, o enquadramento da conduta do autor deve ocorrer em razão da 
gravidade do resultado sobre a vítima. 
Sujeito ativo – O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa, já que a lei não exige alguma 
condição especial daquele que ofende a integridade corporal de outrem. 
Considerando-se criminosa apenas a ofensa física provocada em outrem, conclui-se que a autolesão 
não é crime. Assim, a pessoa que ataca seu próprio corpo não responde pelo crime de lesão corporal. 
No entanto, se a autolesão tiver o intuito de permitir o recebimento de indenização ou valor de 
seguro, a conduta será criminosa, enquadrando-se, então, como estelionato, previsto no artigo 171, § 2.º, 
inciso V, do Código Penal. 
Sujeito passivo - Qualquer pessoa física pode ser sujeito passivo do crime, excluindo-se, pelas 
razões já citadas, o autor que provoca lesões em si mesmo. 
Elemento subjetivo – Constitui-se no animus nocendi, na vontade agredir fisicamente, que resta 
demonstrada quando o autor do fato pratica conduta que resultará na ofensa à integridade corporal de 
terceiro, atuando conscientemente nesse sentido. 
Consumação: 
O delito se consuma quando a agressão do autor resulta na efetiva ofensa à integridade física ou à 
saúde da vítima, comprovando-se a lesão pelo auto de exame de lesões corporais. 
Cogita-se possível a tentativa quando, apesar de não alcançado o resultado lesivo, o efetivo dano 
corporal, prevalecer na conduta do autor o elemento subjetivo de ofender a integridade corporal ou a saúde 
de outrem. 
Se a vítima não restar ofendida em sua integridade física ou em sua saúde, e também faltar elementos 
para demonstrar o intuito do autor nesse sentido, o seu dolo, a conduta pode caracterizar residualmente vias 
de fato, prevista no artigo 21 da Lei das Contravenções Penais. 
 
Art. 137 - Rixa 
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da 
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
1. Objeto Jurídico – 
Com o fim de tutelar ordem pública e coibir sua perturbação, assim como preservar a 
incolumidade da pessoa, o Código Penal descreve a figura da rixa, que se caracteriza quando há uma briga, 
um entrevero desordenado envolvendo três pessoas ou mais, em que não é possível distinguir as condutas 
dos participantes. 
Exige-se que a contenda se dê com três pessoas ou mais porque no embate entre duas apenas 
configura a prática da contravenção vias de fato ou de lesões corporais recíprocas. 
Assim, a norma penal quer reprimir o ato da pessoa que, em meio a uma coletividade em 
combate, atua com violência indeterminada contra outrem, ocasião em que não se mostra possível 
individualizar a autoria das agressões. 
A exceção posta na parte final do dispositivo (―... salvo para separar os contentores.‖) poderia 
caracterizar, ao menos em tese, uma situação de legítima defesa de terceiro. Não obstante, vê-se a intenção 
do legislador de antecipar o debate nesse sentido, já descrevendo a hipótese em que a intervenção no tumulto 
não resultará em responsabilidade daquele que atua para pôr fim ao delito. 
2. Sujeito Ativo e Sujeito Passivo: Por pressupor uma agressão mútua, recíproca e indefinida 
entre os participantes, eles todos são simultaneamente sujeitos ativos e passivos do crime. 
3. Elemento Subjetivo: Exige-se o animus rixandi. A voluntária participação na contenda 
caracteriza o dolo do sujeito na prática do crime, não havendo sanção àquela praticada culposamente. 
4. Consumação e tentativa: Diz-se inviável a tentativa por se considerar que a conduta e o 
evento exaurem-se simultaneamente. 
5. Rixa Qualificada: Apesar de a norma dispensar, na definição do crime, a individualização 
das condutas dos contendores, trata de dar pena mais severa para hipóteses extremas nas quais a violência 
resulta em lesão corporal grave ou morte de qualquer dos envolvidos (crime preterdoloso). 
 
Na hipótese de lesão corporal grave, também responderá pela forma qualificada o próprio 
lesionado. 
 
Dos crimes contra o patrimônio 
Furto - Artigo 155 do CPB – É o ato pelo qual o agente subtrai coisa alheia móvel para si ou para outrem. É 
a posse de coisa alheia de modo definitivo. 
Furto privilegiado - Artigo 155 - parágrafo segundo - Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a 
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa. De acordo com o parágrafo terceiro desse artigo, equipara-se à coisa móvel 
a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
Furto qualificado – 155 - parágrafo quarto - A pena é aumentada e o crime é considerado qualificado se 
ocorrer, na prática do furto: a destruição ou o rompimento de obstáculo à subtração da coisa; o abuso de 
confiança, a fraude, a escalada ou a destreza; o emprego de chave falsa; ou ainda o concurso de duas ou mais 
pessoas. A pena é também aumentada se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior. 
Furto de coisa comum - 156 – Ocorre quando o condômino, co-herdeiro ou sócio, subtrai para si ou para 
outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum. 
Furto de uso – Quando o agente retira a coisa alheia para dela fazer uso momentaneamente, devolvendo-a 
ao real proprietário. Não existe crime e sim a ocorrência de ilícito civil. 
Furto famélico – Não se pune o furto quando o agente pratica o ato para matar a fome. 
Furto de coisa de pequena monta – Não se pune o furto quando a coisa furtada é de valor insignificante. 
DO ROUBO E DA EXTORSÃO 
Roubo - Artigo 157 do CPB – Ato pelo qual o agente subtrai coisa móvel alheia, para si ou para outrem, 
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência. 
Roubo próprio – O agente pratica o ato de violência antes da ocorrência da subtração. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
Roubo impróprio - Depois de subtraída a coisa, o agente emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, 
a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
Roubo qualificado – Sempre é qualificado o crime de roubo com aumento da pena de um terço até metade: 
se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; se há o concurso de duas ou mais pessoas; se a 
vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; se a subtração for de 
veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; e se o agente mantém a 
vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
Roubo seguido de morte - Artigo 155 - parágrafo terceiro – Aplica-se o aumento da pena por qualificação 
se, na prática do furto, ocorre violência e se desta resulta lesão corporal grave ou morte. 
Extorsão - Artigo 158 - Constranger ou obrigar alguém – mediante violência ou grave ameaça, com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica – a fazer, tolerar que se faça ou deixar 
fazer alguma coisa. 
Aumento de pena - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se 
a pena de um terço até metade. 
Extorsão mediante seqüestro - Artigo 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, 
qualquer vantagem, como condição ou valor de resgate. 
Qualificação do crime – Ocorre se o seqüestro dura mais de vinte e quatro horas; se o seqüestradoé menor 
de dezoito ou maior de sessenta anos; ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Delação para benefício – Artigo 159 - parágrafo quarto - Se o crime é cometido em concurso, o 
concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de 
um a dois terços. 
Extorsão indireta - Exigir ou receber como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento 
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro. 
 
Dos crimes contra a administração pública 
Peculato - Artigo 312 - Ocorre quando o funcionário público apropria-se de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular - de que tem a posse em razão do cargo - ou desvia-o, em proveito 
próprio ou alheio. 
Incorre no crime o funcionário público que, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, 
ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de funcionário. 
Peculato culposo - artigo 312 - parágrafo segundo - Ocorre quando o funcionário concorre culposamente 
para o crime de outrem. Quando a reparação do dano se precede à sentença irrecorrível, extingue a 
punibilidade. Se lhe é posterior, reduz da metade a pena imposta. 
Concussão - Artigo 316 - Ocorre quando o agente exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente - 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela - vantagem indevida. 
Excesso de exação - Artigo 316 - parágrafo primeiro – Ocorre se o funcionário exige tributo ou 
contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio 
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
Corrupção passiva - artigo 317 - Ocorre quando o agente solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta 
ou indiretamente - ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela - vantagem indevida, 
ou aceita promessa de tal vantagem. 
A pena é aumentada de um terço se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou 
deixa de praticar qualquer ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
Prevaricação - Artigo 319 - Ocorre quando o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
Prevaricação de Diretor de penitenciária e/ou agente público - Artigo 319 - Ocorre quando o Diretor de 
Penitenciária e/ou agente público, deixa de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho 
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 
Corrupção ativa - Artigo 333 - Ocorre quando o agente oferece ou promete vantagem indevida a 
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
 
WAMBACURSOS 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL 
PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
QUEM CONHECE, CONFIA. 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 1. O INQUÉRITO POLICIAL E SUAS CARACTERÍSTICAS 
Sob a égide da constituição federal, Aury Lopes Jr. define: 
"Inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar informações sobre algo, colher informações acerca de 
um fato, perquirir". (2008, p. 241). 
Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar, de caráter inquisitivo, 
presidido pela autoridade policial, que visa reunir elementos informativos com objetivo de contribuir para a 
formação da ―opinio delicti” do titular da ação penal. 
O inquérito tem por objetivo subsidiar a propositura da ação penal. O IP pode ser descrito como um 
procedimento preliminar, de cunho administrativo e investigatório. Vale ressaltar que não se trata de única 
modalidade de investigação preliminar. Com relação às características do inquérito policial: 
1.1. Procedimento inquisitivo: Todas as funções estão concentradas na mão de única pessoa, o delegado de 
polícia. 
Recordando sobre sistemas processuais, suas modalidades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo 
possui funções concentradas nas mãos de uma pessoa. O juiz exerce todas as funções dentro do processo. No 
acusatório puro, as funções são muito bem definidas. O juiz não busca provas. O Brasil adota o sistema 
acusatório não-ortodoxo. No sistema misto: existe uma fase investigatória, presidida por autoridade policial e 
uma fase judicial, presidida pelo juiz inquisidor. 
Não há que se falar em lide no inquérito policial, uma vez que não há conflito de interesses, nem partes. A 
justificativa de tal afirmação é a ausência do contraditório e ampla defesa. No entanto, parte da doutrina 
entende que, mesmo no processo penal, não há que se falar em lide, pois não há conflito de interesses. De 
acordo com doutrina amplamente majoritária, não há que se falar em contraditório e ampla defesa no IP. No 
entanto, tem ganhado força no Brasil um movimento denominado ―processualização dos procedimentos‖, 
cuja expectativa assenta-se na ideia de que princípios constitucionais sejam também aplicados à fase 
investigatória preliminar, quando houver compatibilidade, respeitando o devido processo legal (como 
ferramenta de garantia). Nesse sentido, Aury Lopes Jr. 
1.2. Procedimento sigiloso: O inquérito policial tem o sigilo natural como característica em razão de duas 
finalidades: 1) Eficiência das investigações; 2) Resguardar imagem do investigado. O sigilo é intrínseco ao 
IP, diferente da ação penal, uma vez que não é necessária a declaração de sigilo no inquérito. Apesar de 
sigiloso, deve-se considerar a relativização do mesmo, uma vez que alguns profissionais possuem acesso ao 
mesmo, como é o exemplo do juiz, do promotor de justiça e do advogado do ofendido, vide Estatuto da 
OAB, lei 8.906/94, art. 7º, XIX. O advogado tem o direito de consultar os autos dos IP, ainda que sem 
procuração para tal. 
1.4. Procedimento escrito: os elementos informativos produzidos oralmente devem ser reduzidos a termo. 
O termo ―eventualmente datilografado‖ deve ser considerado, através de uma interpretação analógica, como 
"digitado". A partir de 2009, a lei 11.900/09 passou a autorizar a documentação e captação de elementos 
informativos produzidos através de som e imagem (através de dispositivos de armazenamento). 
1.5 Indisponível: a autoridade policial não pode arquivar o inquérito policial. O delegado pode sugerir o 
arquivamento, enquanto o MP pede o arquivamento. O sistema presidencialista é o que vigora para o trâmite 
do IP, ou seja, deve passar pelo magistrado. Poderá o delegado deixar de instaurar o inquérito? Sim. Poderá 
não instaurar o inquérito nas seguintes hipóteses: 1) se o fato for atípico (atipicidade material); 2) não 
 
WAMBACURSOS: IG(@WAMBACURSOS); E-MAIL: WAMBACURSOS@HOTMAIL.COM 
 
 
ocorrência do fato; 3) se estiverem presentes causas de extinção de punibilidade, como no caso da prescrição. 
Pode o delegado invocar o princípio da insignificância com o objetivo de deixar de lavrar o auto de prisão 
em flagrante ou de instaurar inquérito policial? Não, uma vez que o presente caso é sobre atipicidade 
material, não formal. Com relação à excludente de ilicitude, a doutrina majoritária entende que o delegado 
deve instaurar o inquérito e ratificar o auto de prisão em flagrante, uma vez que a função da autoridade 
policial é subsunção do fato à norma. 
1.6. Dispensável: Segundo art. 12 do CPP: 
―Art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou 
outra.‖ 
O termo ―sempre que servir‖ nos leva à conclusão de que, na medida em que o titular da ação penal já tenha 
elementos para propositura, lastro probatório idôneo de fontes diversas, por exemplo, o inquérito poderá ser 
dispensado. 
Segundo o art. 46, §1º do mesmo dispositivo legal: 
“Art. 46 - O prazo para oferecimento

Outros materiais