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FAROL JURÍDICO - CURSO SOBRE PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA

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faroljurídicoead@gmail.com
mailto:dicoead@gmail.com
CURSO SOBRE PRISÕES 
E LIBERDADE 
PROVISÓRIA –
PROFESSOR LENILDO 
MÁRCIO DA SILVA
•INTRODUÇÃO
Existem, atualmente, no Brasil, 03 
(três) tipos de prisão provisória: 
• # PRISÃO EM FLAGRANTE
• # PRISÃO TEMPORÁRIA
• # PRISÃO PREVENTIVA
NA REDAÇÃO ORIGINÁRIA DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL...
• existiam outras duas formas de prisão processual com
regras próprias: prisão por sentença condenatória
recorrível e prisão por pronúncia.
• Tais modalidades de prisão, todavia, deixaram de existir
em decorrência das Leis n. 11.689/2008 e 11.719/2008.
• A própria redação do art. 283 do CPP, alterada pela Lei n.
12.403/2011, prevê que ninguém poderá ser preso senão
em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente, em decorrência de
sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de prisão
temporária ou prisão preventiva.
Para cada tipo de prisão, existe um 
instrumento processual adequado.
• Os instrumentos processuais utilizados para obtenção
da liberdade do Acusado/Réu preso são:
• # RELAXAMENTO DE PRISÃO;
• # PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA;
• # PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA;
• # PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA;
• # HABEAS CORPUS.
ATENÇÃO!
• O conhecimento acerca da NATUREZA E
FINALIDADE de cada tipo de PRISÃO
PROVISÓRIA é fundamental para compreensão
de qual instrumento processual deve ser
manuseado para obtenção da liberdade do
Acusado/Réu!
• Analisaremos cada uma das modalidades de
prisão provisória e os pedidos de liberdade
cabíveis em cada situação.
•DA PRISÃO EM 
FLAGRANTE
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
• Trata -se de modalidade de prisão processual
expressamente prevista no art. 5º, LXI, da
Constituição Federal, e regulamentada nos arts. 301 a
310 do Código de Processo Penal.
• Estabelece o artigo 301 do Código de Processo Penal:
• Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
policiais e seus agentes deverão prender quem quer
que seja encontrado em flagrante delito.
ARTIGO 302 DO CPP
• Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
• I - está cometendo a infração penal;
• II - acaba de cometê-la;
• III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
faça presumir ser autor da infração;
• IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.
ARTIGO 303 DO CPP
• Art. 303. Nas infrações permanentes,
entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência.
•HIPÓTESES QUE 
CARACTERIZAM O 
FLAGRANTE DELITO
INCISO I — CONSIDERA -SE EM FLAGRANTE DELITO 
QUEM ESTÁ COMETENDO A INFRAÇÃO PENAL. 
• FLAGRANTE PRÓPRIO OU REAL - trata -se de
situação em que o sujeito é visto durante a
realização dos atos executórios da infração
penal ou colaborando para sua concretização.
Assim, pode ser preso em flagrante, por
exemplo, aquele que for visto efetuando os
disparos contra a vítima do homicídio ou
apontando a arma para a vítima do roubo.
INCISO II — CONSIDERA -SE EM FLAGRANTE DELITO 
QUEM ACABA DE COMETER A INFRAÇÃO. 
• FLAGRANTE PRÓPRIO OU REAL - é a hipótese
em que o sujeito é encontrado ainda no local
dos fatos, imediatamente após encerrar os
atos de execução do delito. É o que ocorre
quando vizinhos acionam a polícia por ouvir
disparos dentro de uma residência e os
policiais, lá chegando, encontram a vítima
morta e o homicida ao lado.
FLAGRANTE IMPRÓPRIO OU 
QUASE FLAGRANTE
• art. 302, III, do CPP, considera -se em flagrante delito
quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
faça presumir ser o autor da infração. Premissa dessa
modalidade de prisão em flagrante é que o agente já
tenha deixado o local do crime, após a realização de
atos executórios, e que seja perseguido.
• A lei esclarece que tal perseguição pode se dar por
parte da autoridade (policiais civis ou militares), do
ofendido (vítima) ou de qualquer outra pessoa.
ATENÇÃO!
• A expressão “logo após” abrange o tempo necessário para que a polícia 
seja acionada, compareça ao local, tome informações acerca das 
características físicas dos autores do crime e da direção por eles tomada, 
e saia no encalço destes. 
• Uma vez iniciada a perseguição logo após a prática do crime, não existe 
prazo para sua efetivação, desde que referida perseguição seja 
ininterrupta. 
• Por isso, a perseguição pode durar vários dias, desde que os policiais 
estejam o tempo todo em diligências, no encalço dos criminosos (fato 
que, em geral, só ocorre em crimes de maior gravidade). 
• Ao contrário do que se possa imaginar, iniciada a perseguição, não existe 
prazo de 24 horas para a efetivação da prisão em flagrante. O que existe 
na lei é um prazo de 24 horas para a lavratura do auto de prisão após 
esta ter se efetivado (art. 306, § 1º). Tampouco a palavra “perseguição” 
supõe que os fugitivos estejam na esfera visual dos perseguidores, mas 
tão somente que os últimos estejam no encalço dos autores do crime, à 
sua procura.
NESSE SENTIDO:
• “é cediço que iniciada a perseguição logo após o crime, sendo ela
incessante nos termos legais, não importa o tempo decorrido
entre o momento do crime e a prisão dos seus autores. Tem -se
admitido pacificamente que esse tempo pode ser de várias horas
ou mesmo dias (...). Observa -se que logo após a prática infracional
a vítima acionou a polícia através do Copom, que obviamente
logrou passar as informações a toda sua equipe com vistas à
colheita de informações que levassem à identificação dos
supostos autores, desencadeando uma rápida investigação policial
que resultou na prisão do paciente e do coautor. Nota -se que
mesmo tendo o encarceramento se efetivado algumas horas após
a infração, o ato se deu em razoável espaço temporal, aliás, em
tempo suficiente para o desdobramento das informações obtidas
em conjunto pelo aparato policial. Desta maneira a situação se
amolda à categoria do denominado flagrante em sentido
impróprio, ou quase flagrante, previsto no art. 302, inciso III da Lei
Adjetiva” (STJ — HC 126.980/GO — 5ª Turma — Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho — DJe 08.09.2009).
O próprio Código de Processo Penal em 
seu artigo 290, §1º, estabelece que:
• § 1o - Entender-se-á que o executor vai em
perseguição do réu, quando:
• a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
interrupção, embora depois o tenha perdido
de vista;
• b) sabendo, por indícios ou informações
fidedignas, que o réu tenha passado, há
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo
lugar em que o procure, for no seu encalço.
O INÍCIO DA PERSEGUIÇÃO...
• a que se refere o art. 302, III, do CPP diz respeito
ao término da ação delituosa e começo da fuga
do bandido.
• Não se pode, portanto, considerar presente tal
situação quando alguém que está viajando é
vítima de furto e, ao retornar para casa, dias ou
horas depois, aciona a polícia ao perceber que
os bens da residência foram subtraídos.
PARA A CONFIGURAÇÃO DO FLAGRANTE 
IMPRÓPRIO É IRRELEVANTE QUE...
• o agente tenha conseguido ou não consumar o
crime que pretendia cometer.
• É plenamente possível tal modalidade de
flagrante em crimes tentados.
• Ex.: ladrão foge do local do crime sem nada levar
por ter soado o alarme sonoro existente no
estabelecimento, sendo, por conta disso,
desencadeada uma perseguição que culmina em
sua prisão.
FLAGRANTE PRESUMIDO OU FICTO
• Nos termos do art. 302, IV , do CPP, considera -se
ainda em flagrante delito quem é encontrado,
logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele o autor da
infração.
• Nessa modalidade, o sujeito não é perseguido,
mas localizado, ainda que casualmente, na
posse das coisas mencionadas na lei, de modo
que a situação fática leve à conclusão de que ele
é autor do delito.
É O QUE OCORRE, POR EXEMPLO, QUANDO...
• alguém rouba um carro e, algumas horas
depois, é parado em uma blitz de rotina da
políciaque constata a ocorrência do roubo e,
por isso, leva o condutor do veículo até a
vítima que o reconhece, ou, ainda, quando o
furtador de uma bolsa feminina é flagrado
por policiais em uma praça, vasculhando o
interior da bolsa minutos após o furto.
O ALCANCE DA EXPRESSÃO “LOGO DEPOIS”...
• deve ser analisado no caso concreto, em geral de acordo
com a gravidade do crime, para se dar maior ou menor
elastério a ela, sempre de acordo com o prudente arbítrio
do juiz.
• Em pesquisas de jurisprudências é possível verificar que
têm sido plenamente aceitas as prisões ocorridas várias
horas após o crime.
• Em alguns casos mais graves, como nos de homicídio, JÁ
SE ADMITIU O FLAGRANTE FICTO ATÉ NO DIA SEGUINTE
AO DO CRIME, MAS NUNCA DOIS DIAS DEPOIS OU MAIS.
NESSE SENTIDO:
• “não há falar em nulidade da prisão em questão, pois,
apesar das peculiaridades do caso, restou configurada
a hipótese prevista no art. 302, IV , do CPP, que trata
do flagrante presumido. A expressão ‘logo depois’
admite interpretação elástica, havendo maior
margem na apreciação do elemento cronológico,
quando o agente é encontrado em circunstâncias
suspeitas, aptas, diante de indícios, a autorizar a
presunção de ser ele autor de delito, estendendo o
prazo a várias horas, inclusive ao repouso noturno até
o dia seguinte, se for o caso” (STJ — RHC 7.622 — 6ª
Turma — Rel. Min. Fernando Gonçalves — DJU
08.09.1998 — p. 118 -119)
AINDA NESSE SENTIDO...
• “tem -se como legítimo o flagrante, atendida a
flexibilidade cronológica da expressão ‘logo
depois’, de homicida que estava sendo
procurado e foi encontrado treze horas após o
crime, ainda com o veículo e arma por ele
utilizados (art. 302, IV , do CPP). Ocorrendo as
hipóteses que autorizam a prisão preventiva e a
legitimidade do flagrante, improcede o pedido
de liberdade provisória” (STJ — RHC 1.798/RN —
6ª Turma — Rel. Min. José Cândido de Carvalho
Filho — DJ 16.03.1992 — p. 3.107).
ATENÇÃO! 
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA!
• Se o autor do delito não foi preso no local da infração
e não está sendo perseguido, sua apresentação
espontânea perante o delegado de polícia impede sua
prisão em flagrante, já que a situação não se
enquadra em nenhuma das quatro hipóteses de
flagrância elencadas no art. 302 do CPP, devendo o
infrator ser liberado após sua oitiva.
• Se, todavia, a autoridade policial entender necessário,
em razão da gravidade do delito ou para viabilizar a
investigação, poderá representar para que o juiz
decrete a prisão preventiva ou a temporária.
NESSE SENTIDO:
• “Habeas corpus. Prisão em flagrante. Falta de
pressuposto legal. Inocorre a quase flagrância
se não há perseguição ordenada a pessoa
certa, logo após o fato delituoso. Tampouco
tem cabimento a prisão quando o agente se
entrega a polícia, depois do fracasso da
perseguição contra ele empreendida” (STF —
RHC 64.550/PA — 2ª Turma — Rel. Min.
Francisco Rezek — DJ 12.12.1986 — p. 104)
E...
• “Prisão em flagrante. Não tem cabimento
prender em flagrante o agente que, horas depois
do delito, entrega -se a polícia, que o não
perseguia, e confessa o crime. Ressalvada a
hipótese de decretação da custódia preventiva,
se presentes os seus pressupostos. Concede -se a
ordem de habeas corpus, para invalidar o
flagrante” (STF — RHC 61.442/MT — 2ª Turma
— Rel. Min. Francisco Rezek — DJ 10.02.1984 —
p. 1.065).
NESTES CASOS DE PRISÃO EM FLAGRANTE, CABE, PARA 
OBTENÇÃO DA LIBERDADE DO ACUSADO...
• O RELAXAMENTO DE PRISÃO, no caso de se
identificar alguma ilegalidade/irregularidade na
prisão, ou, ainda, o PEDIDO DE LIBERDADE
PROVISÓRIA, com ou sem fiança, dependendo
do delito que está sendo imputado ao Acusado.
• Nesse caso, como, aliás, nos demais casos de
pedido de liberdade provisória, REGRA GERAL,
NÃO SE ADENTRA NO MÉRITO DA PRÁTICA
CRIMINOSA da qual se está sendo imputado o
Acusado.
O RELAXAMENTO DE PRISÃO POSSUI 
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ARTIGO...
5º, INCISO LXV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
E NO ARTIGO 310, INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL:
• Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente:
• I - relaxar a prisão ilegal;
• (...)
ALGUMAS HIPÓTESES QUE CONSTITUEM 
ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE
• # NÃO É POSSÍVEL A PRISÃO EM FLAGRANTE DE QUEM SE
APRESENTA ESPONTANEAMENTE À AUTORIDADE
POLICIAL;
• # É ILEGAL A PRISÃO EM FLAGRANTE IMPOSTA NO
MOMENTO DO EXAURIMENTO DO DELITO;
• # É ILEGAL O FLAGRANTE QUANDO O AGENTE É
INSTIGADO A PRATICAR O DELITO (FLAGRANTE
PREPARADO);
• # AUSÊNCIA DE NOTA DE CULPA.
JÁ O PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA 
POSSUI SUA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL...
• NO ARTIGO 310, INCISO III, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL:
• Art. 310. Ao receber o auto de prisão em
flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
• III - conceder liberdade provisória, com ou sem
fiança.
• E, TAMBÉM...
ARTIGO 321 DO C.P.P.:
• Art. 321. Ausentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva,
o juiz deverá conceder liberdade provisória,
impondo, se for o caso, as medidas
cautelares previstas no art. 319 deste
Código e observados os critérios constantes
do art. 282 deste Código.
ARTIGO 319 DO CPP:
• Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
• I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar
e justificar atividades;
• II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o
risco de novas infrações;
• III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
• IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária
para a investigação ou instrução;
• V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou
acusado tenha residência e trabalho fixos;
• VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou
financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
• VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração;
• VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
• IX - monitoração eletrônica.
ARTIGO 282 DO CPP
• Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:(Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
• I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;
• II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
ou acusado.
• § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
• § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou,
quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
requerimento do Ministério Público.
• § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido
de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do
requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.
• § 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante
requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida,
impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único).• § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
• § 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida
cautelar (art. 319).
ATENÇÃO AO ARTIGO 322 DO CPP!
• Art. 322. A autoridade policial somente
poderá conceder fiança nos casos de infração
cuja pena privativa de liberdade máxima não
seja superior a 4 (quatro) anos.
• Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança
será requerida ao juiz, que decidirá em 48
(quarenta e oito) horas.
E, LEMBREM-SE QUE NÃO SE CONCEDE FIANÇA, NOS 
CASOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 323 E 324 DO CPP!
• Art. 323. Não será concedida fiança:
• I - nos crimes de racismo;
• II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos
definidos como crimes hediondos;
• III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
ARTIGO 324 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL:
• Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
• I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo,
qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste
Código;
• II - em caso de prisão civil ou militar;
• III - (revogado);
• IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da
prisão preventiva (art. 312).
•COMO FORMULAR AS 
PEÇAS E OS SEUS 
RESPECTIVOS PEDIDOS?
COMO FORMULAR AS PEÇAS E OS 
SEUS RESPECTIVOS PEDIDOS?
No caso da peça de RELAXAMENTO DE
PRISÃO, deve-se, simplesmente, fazer a
fundamentação legal da peça, narrar a prisão
efetivada, identificar a
ilegalidade/irregularidade ocorrida e
requerer que a PRISÃO SEJA RELAXADA E O
ACUSADO POSTO EM LIBERDADE,
requerendo, ainda, a expedição urgente do
ALVARÁ DE SOLTURA e identificando, no
pedido, ONDE o Acusado está preso.
NO CASO DO PEDIDO DE LIBERDADE 
PROVISÓRIA COM FIANÇA
• Narra-se as circunstâncias da prisão do Acusado, a/as
imputação/ões que lhe é/são atribuída(s), e
evidencia-se que trata-se/tratam-se de delito (s)
afiançável(eis), apresentando, também, os requisitos
para concessão da liberdade provisória, ou seja,
residência fixa, profissão definida e bons
antecedentes criminais.
• O pedido a ser formulado é o de estabelecimento de
fiança, no menor valor possível, e cumprimento em
caráter urgente de ALVARÁ DE SOLTURA, indicando
ONDE o Acusado encontra-se preso.
A FUNDAMENTAÇÃO DO PEDIDO DE LIBERDADE 
PROVISÓRIA MEDIANTE FIANÇA, ENCONTRA-SE...
Nos artigos 310, inciso III, e no artigo 312 do
Código de Processo Penal.
Além dos referidos dispositivos, deve-se
argumentar também com base nos artigos 323 e
324 do Código de Processo Penal, onde estão
elencadas as hipóteses em que a fiança não será
concedida, expondo que o Acusado não está
inserido em nenhuma das hipóteses impeditivas
de concessão do benefício, previstas em lei.
A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO PEDIDO 
DE LIBERDADE PROVISÓRIA, SEM FIANÇA, 
• É a mesma do Pedido de Liberdade Provisória
com fiança, inclusive com relação à estrutura,
a diferença é que ele geralmente é formulado
nos casos de CRIMES INAFIANÇÁVEIS, e no
pedido requer-se, simplesmente, a
CONCESSÃO DA LIBERDADE AO ACUSADO,
identificando ONDE ele se encontra preso,
para cumprimento do ALVARÁ DE SOLTURA.
faroljurídicoead@gmail.com
mailto:dicoead@gmail.com
CURSO SOBRE PRISÕES 
E LIBERDADE 
PROVISÓRIA –
PROFESSOR LENILDO 
MÁRCIO DA SILVA
•DA PRISÃO 
TEMPORÁRIA
DA PRISÃO TEMPORÁRIA
• É uma medida privativa da liberdade de
locomoção, decretada por tempo
determinado, destinada a possibilitar as
investigações de crimes considerados graves,
durante o inquérito policial.
• Sua disciplina encontra -se na Lei n. 7.960/89.
HIPÓTESES DE CABIMENTO
• Nos termos do art. 1º, da Lei n. 7.960/89,
CABERÁ PRISÃO TEMPORÁRIA:
• I — Quando for imprescindível para as
investigações durante o inquérito policial, ou
seja, quando houver indícios de que, sem a
prisão, as diligências serão malsucedidas.
• II — Quando o indiciado não tiver residência fixa
ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade.
• III — Quando houver indícios de autoria ou de
participação em um dos seguintes crimes:
• homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado,
roubo, extorsão, extorsão mediante sequestro,
estupro, atentado violento ao pudor, rapto
violento, epidemia com resultado morte,
envenenamento de água potável ou substância
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte,
quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de
drogas, crimes contra o sistema financeiro e
crimes previstos na Lei de Terrorismo.
ATENÇÃO! IMPORTANTE!
• O crime de rapto violento consta desse dispositivo,
porém foi revogado como infração penal autônoma e,
nos termos da Lei n. 11.106/2005, passou a ser
considerado figura qualificada do crime de sequestro
(art. 148, § 1º, V , do CPP). Assim, como a conduta —
privação da liberdade de alguém para fim libidinoso
— continua sendo ilícita, tendo havido apenas
alteração na capitulação jurídica, cabível a prisão
temporária para quem a realizar.
• O crime de atentado violento ao pudor também
consta do dispositivo, contudo, tal delito foi revogado
pela Lei n. 12.015/2009, tendo sido unificado com o
crime de estupro.
A LEI N. 12.850/2013
• modificou a denominação do crime de
quadrilha ou bando para associação
criminosa e passou a exigir o envolvimento
de apenas três pessoas para sua configuração
(antes eram necessárias quatro pessoas).
• Assim, é possível a prisão temporária no
crime de associação criminosa.
O ART. 2º, § 4º, DA LEI N. 8.072/90 
POSSIBILITA TAMBÉM A DECRETAÇÃO 
• DA PRISÃO TEMPORÁRIA nos crimes de
TERRORISMO, TORTURA E EM TODOS OS
CRIMES HEDIONDOS — ainda que não
constem do rol supracitado, como o crime de
estupro de vulnerável (art. 217 -A), criado
pela Lei n. 12.015/2009.
ART. 2º, § 4º, LEI N. 8.072/90
• Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
• (...)
• § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe
a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade.
E QUAIS SÃO OS CRIMES HEDIONDOS?
• Art. 1o da Lei n.º 8.072/90. São considerados hediondos os
seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
•
• I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e
VII);(Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
• I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição;(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
E QUAIS SÃO OS CRIMES HEDIONDOS?
• II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
• III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
• IV - extorsão mediante seqüestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
• V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
• VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 
2o, 3o e 4o);
• VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
• VII-A – (VETADO)
• VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com 
a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 
1998).
E QUAIS SÃO OS CRIMES HEDIONDOS?
• VIII- favorecimento da prostituição ou de outra
forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput,
e §§ 1º e 2º).
• Parágrafo único. Consideram-se também
hediondos o crime de genocídio previsto
nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de
outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de
arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003,
todos tentados ou consumados.
IMPORTANTE!
• Apesar de divergências a respeito, prevalece
o entendimento de que a prisão temporária
só é cabível nos crimes mencionados no
inciso III e desde que também presente a
hipótese do inciso I ou do inciso II.
• A prisão temporária só pode ser decretada
durante o inquérito policial, nunca durante o
tramitar da ação.
CASO DECRETADA A PRISÃO...
• será expedido mandado de prisão em duas vias,
sendo que uma delas será entregue ao indiciado e
servirá como nota de culpa (art. 2º, § 4º).
• A prisão só poderá ser executada após a expedição do
respectivo mandado (art. 2º, § 5º).
• Efetuada a prisão, a autoridade deve informar o preso
acerca de seus direitos constitucionais (art. 2º, § 6º)
— de permanecer calado, de ter sua prisão
comunicada aos familiares ou pessoa por ele indicada
etc.
NOS TERMOS DO ART. 3º 
DA LEI N. 7.960/89
• os presos temporários devem permanecer,
obrigatoriamente, separados dos demais
detentos (provisórios ou condenados).
PRAZOS
• De acordo com art. 2º, caput, da Lei n. 7.960/89, a duração da
prisão temporária é de cinco dias, prorrogável por mais cinco em
caso de extrema e comprovada necessidade.
• Somente o juiz de direito poderá prorrogar a prisão.
• Saliente -se, todavia, que o art. 2º, § 4º, da Lei n. 8.072/90 (Lei dos
Crimes Hediondos) permite que a prisão temporária seja
decretada por prazo de trinta dias, prorrogável por igual período,
quando se trate de crime hediondo, tráfico de drogas, terrorismo
ou tortura.
• É preciso ressalvar que o juiz pode decretar a prisão temporária
por tempo inferior ao máximo estabelecido no texto legal ou
prorrogá -la por tempo menor, mencionando expressamente o
tempo de duração da prisão no despacho decisório.
DO MANDADO DE PRISÃO CONSTARÁ
• o prazo de duração da prisão temporária, que, uma vez
expirado, implicará a imediata libertação do indiciado,
salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
• É muito comum que, ao término das investigações e
próximo ao fim do prazo da prisão temporária, a
autoridade policial ou o Ministério Público requeiram a
decretação da prisão preventiva, de modo que o indiciado
não chega a ser solto, pois isso poderia dificultar a
recaptura.
• A não libertação do preso após o exaurimento do prazo
constitui modalidade específica do crime de abuso de
autoridade (art. 4º, i, da Lei n. 4.898/65).
NO CASO DA PRISÃO TEMPORÁRIA, 
CABE, ESPECIFICAMENTE, UM PEDIDO
• DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA,
todavia, o referido pedido só faz sentido no
caso das prisões temporárias decretadas com
base na Lei n.º 8.072/90, a qual permite que
a prisão temporária seja decretada por prazo
de trinta dias, prorrogável por igual período,
quando se trate de crime hediondo, tráfico
de drogas, terrorismo ou tortura.
•COMO FORMULAR A 
PEÇA E O SEU PEDIDO?
O PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO 
TEMPORÁRIA DEVE SER FUNDAMENTADO
• no esvaziamento de necessidade da prisão, ou no não
cumprimento dos requisitos para a sua decretação.
• Não existe dispositivo legal específico autorizando o
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA,
razão pela qual o fundamento legal da peça deve
abordar os dispositivos legais que autorizam a sua
decretação, evidenciando através de argumentos e, se
possível, provas, a desnecessidade de manutenção da
medida cautelar de segregação do Acusado.
NA PEÇA, O PEDIDO A SER 
FORMULADO É...
• a REVOGAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA DO
ACUSADO, com a expedição urgente do
ALVARÁ DE SOLTURA, indicando ONDE o
Acusado se encontra preso.
faroljurídicoead@gmail.com
mailto:dicoead@gmail.com
CURSO SOBRE PRISÕES 
E LIBERDADE 
PROVISÓRIA –
PROFESSOR LENILDO 
MÁRCIO DA SILVA
•DA PRISÃO 
PREVENTIVA
DA PRISÃO PREVENTIVA
• Trata -se de modalidade de prisão processual decretada
exclusivamente pelo juiz de direito quando presentes os
requisitos expressamente previstos em lei. Por se tratar de
medida cautelar, pressupõe a coexistência do FUMUS
COMMISSI DELICTI E DO PERICULUM LIBERTATIS.
• FUMUS COMMISSI DELICTI nada mais é do que a exigência
de que o fato investigado seja criminoso, bem como da
existência de indícios de autoria e prova da materialidade
da infração em apuração.
• Já o PERICULUM LIBERTATIS diz respeito à necessidade de
segregação do acusado, antes mesmo da condenação, por
se tratar de pessoa perigosa ou que está prestes a fugir
para outro país etc.
A POSSIBILIDADE DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO 
PREVENTIVA ENCONTRA EMBASAMENTO
• no art. 5º, LXI, da Constituição Federal, que
admite, antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória, a prisão por ordem
escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente (além da prisão em
flagrante).
A DECISÃO QUE DECRETA A PRISÃO 
PREVENTIVA DO ACUSADO/RÉU...
• deve ser suficientemente fundamentada em uma das
hipóteses legais, não bastando ao juiz, por exemplo, dizer,
genericamente, que aquele tipo de crime é grave.
• Deve, desse modo, apreciar as circunstâncias específicas
que tornam grave aquele crime em apreciação no caso
concreto e que tornam temerária a liberdade do réu ou,
ainda, justificar a medida em outra das hipóteses legais
(risco de fuga, ameaça a testemunhas etc.).
• A insuficiência da fundamentação dará causa à revogação
da prisão por meio de habeas corpus interposto em prol
do acusado.
NESSE SENTIDO:
• “a fundamentação da prisão preventiva — além da
prova da existência do crime e dos indícios de autoria
—, há de indicar a adequação dos fatos concretos à
norma abstrata que a autoriza como garantia da ordem
pública, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal (CPP, arts. 312
a 315). A gravidade do crime imputado, um dos
malsinados crimes hediondos (Lei n. 8.072/90), não
basta à justificação da prisão preventiva que tem
natureza cautelar, no interesse do desenvolvimento e
do resultado do processo, e só se legitima quando a
tanto se mostrar necessária: não serve a prisão
preventiva, e nem a Constituição permitiria que pra
isso fosse utilizada, a punir sem processo, em atenção
à gravidade do crime imputado, do qual, entretanto,
ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória (CF, art. 5º,
LVII)” (STF — RHC 68.631 — 1ª Turma — Rel. Min.
Sepúlveda Pertence — DJ 23.08.1991 — p. 11.265).
IMPORTANTE!
• É NULO o tipo de decisão onde
apenas se lê:
• “nos termos do requerimento do
Ministério Público, decreto a prisão
preventiva de João da Silva” ou
“presentes os requisitos legais, nos
termos da representação da
autoridade policial, decreto a prisão
preventiva”.
NESSE SENTIDO:
• “a fundamentação do decreto de prisão preventiva
não pode limitar -se a acolher o pedido do
representante do Ministério Público. No caso, a
decisão impugnada, além de sucinta, limita -se a
repetir os termos da lei, nada adiantando o Juiz sobre
sua própria convicção quanto à necessidade da prisão
cautelar” (STJ — RHC — Rel. Min. Jesus Costa Lima —
RT 703/358).
• Apesar de existirem também julgados em sentido
contrário...
ATENÇÃO!
• QUANDO SE TRATAR DE DOIS OU MAIS
INFRATORES, A DECISÃO DEVE APRECIAR A
SITUAÇÃO ESPECÍFICA DE CADA UM DELES
(EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA, POR
EXEMPLO).
TEM NATUREZA INTERLOCUTÓRIA 
SIMPLES A DECISÃO QUE...
• DECRETA OU DENEGA A PRISÃO PREVENTIVA.
• Em caso de decretação, mostra -se cabível o HABEAS
CORPUS e, na denegação, o RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO (art. 581, V, do CPP).
• Cabe ainda RECURSO EM SENTIDO ESTRITO contra a
decisão que revoga a prisão preventiva, admitindo -
se, também, a impetração de MANDADO DE
SEGURANÇA para a obtenção de efeito suspensivo ao
recurso paraque, em eventual liminar, o tribunal
mantenha o réu preso até a decisão de mérito.
OPORTUNIDADE DE DECRETAÇÃO 
DA PRISÃO PREVENTIVA
• Após as alterações trazidas pela Lei n. 12.403/2011, a decretação da
prisão preventiva pode se verificar em três situações:
• a) quando o autor da infração tiver sido preso em
flagrante e o juiz, ao receber a cópia do auto no
prazo de 24 horas da prisão, convertê - la em
preventiva.
• b) quando o autor da infração não tiver sido preso
em flagrante, mas as circunstâncias do caso
concreto demonstrarem sua necessidade.
• c) quando o acusado descumprir,
injustificadamente, medida cautelar diversa da
prisão anteriormente imposta.
a) quando o autor da infração tiver sido
preso em flagrante e o juiz, ao receber a
cópia do auto no prazo de 24 horas da
prisão, convertê - la em preventiva.
• Nesse caso, não é necessário requerimento do Ministério
Público ou representação da autoridade policial, conforme
se depreende da própria leitura do art. 310 do CPP.
• Diz o caput do referido artigo que o juiz, ao receber a
cópia do auto de prisão em flagrante “deverá” relaxá -la se
for ilegal, convertê -la em preventiva ou conceder a
liberdade provisória, isto é, o fato de ter havido prisão em
flagrante e de o indiciado estar no cárcere permite que o
juiz, de ofício, tome qualquer das providências que o texto
legal elenca.
ESTE MESMO DISPOSITIVO DISPÕE 
QUE O JUIZ SÓ DECRETARÁ A PRISÃO
• PREVENTIVA se concluir que são inadequadas
ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão, previstas nos arts. 319 e
320 do CPP (monitoramento eletrônico,
recolhimento domiciliar noturno etc.).
b) quando o autor da infração não tiver
sido preso em flagrante, mas as
circunstâncias do caso concreto
demonstrarem sua necessidade.
• Nessa hipótese, o juiz não pode decretar a
prisão de ofício, durante as investigações
policiais, mas apenas se houver requerimento
da acusação ou representação da autoridade
policial.
• Durante o tramitar da ação penal a decretação
pode se dar de ofício e em razão de
requerimento de Ministério Público, do
querelante ou do assistente de acusação.
c) quando o acusado descumprir,
injustificadamente, medida cautelar
diversa da prisão anteriormente imposta.
• O descumprimento da medida justificará a
substituição por outra, a cumulação de
medidas ou, em último caso, a decretação da
prisão preventiva (art. 282, § 4º, do CPP).
REQUISITOS PARA DECRETAÇÃO 
DA PRISÃO PREVENTIVA
• No art. 312 do CPP encontram -se elencados
os PRESSUPOSTOS E OS FUNDAMENTOS que
justificam a prisão preventiva.
• Por sua vez, no art. 313 estão previstas as
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE de referida
modalidade de prisão cautelar.
PRESSUPOSTOS
• Só é possível a prisão preventiva se, no caso
concreto, houver INDÍCIOS SUFICIENTES DE
AUTORIA E PROVA DA MATERIALIDADE DO
CRIME.
• Importa ressalvar que o art. 312, ao se referir
apenas a CRIME, E NÃO GENERICAMENTE A
INFRAÇÃO PENAL, DEIXA CLARA A
IMPOSSIBILIDADE DE PRISÃO PREVENTIVA NAS
CONTRAVENÇÕES PENAIS.
FUNDAMENTOS
• Esse tópico refere -se aos motivos (às razões de
fato) que autorizam o juiz a decretar a prisão
preventiva, sendo, portanto, aspecto primordial
do tema.
• De acordo com o art. 312 e seu parágrafo único,
pode ela ser decretada como GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA, DA ORDEM ECONÔMICA, POR
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, PARA
ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL OU EM
CASO DE DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
IMPOSTAS POR FORÇA DE OUTRAS MEDIDAS
CAUTELARES.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
ARTIGO 312, CAPUT, CPP
• Entende -se cabível a custódia cautelar
quando se mostra necessário afastar
imediatamente o acusado do convívio social
em razão da sua grande periculosidade
demonstrada pelo cometimento de delito de
extrema gravidade ou por ser pessoa voltada
à prática reiterada de infrações penais.
A GRAVIDADE DO DELITO 
• é razão suficiente para a decretação da
prisão, porém, deve o juiz apreciar esta
gravidade de acordo com as circunstâncias
daquele crime em apuração no caso
concreto.
• Se não fosse assim, a prisão preventiva seria
compulsória sempre que determinada
espécie de crime fosse cometido.
O CLAMOR PÚBLICO
• provocado por determinado delito, por si só,
não justifica a decretação da preventiva.
• Pode até ser considerado como um
argumento a mais, um plus, mas nunca como
argumento único.
NESSE SENTIDO:
• “o estado de comoção social e de eventual indignação
popular, motivado pela repercussão da prática da
infração penal, não pode justificar, por si só, a
decretação da prisão cautelar do suposto autor do
comportamento delituoso, sob pena de completa e
grave aniquilação do postulado fundamental da
liberdade. O clamor público — precisamente por não
constituir causa legal de justificação da prisão
processual (CPP, art. 312) — não se qualifica como
fator de legitimação da privação cautelar da liberdade
do indiciado ou do réu” (STF — HC 80.179/SP — Rel.
Min. Celso de Mello — DJU 28.09.2001).
GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA
ARTIGO 312, CAPUT, CPP
• Trata -se de prisão decretada a fim de coibir
graves crimes contra a ordem tributária (arts. 1º
a 3º da Lei n. 8.137/90), o sistema financeiro (Lei
n. 7.492/86), a ordem econômica (Lei n.
8.176/91; arts. 4º a 6º da Lei n. 8.137/90) etc.
• São os crimes de “colarinho branco” de grande
repercussão que podem gerar prejuízos
disseminados a investidores de bolsa de valores,
a instituições financeiras e até mesmo aos
órgãos do Governo.
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
ARTIGO 312, CAPUT, CPP
• É decretada, por exemplo, quando o agente, em
liberdade, ameaça testemunhas ou a vítima para que
prestem depoimento favorável a ele em juízo ou para
que não o reconheçam como o autor do crime no dia
da audiência, ou ainda no caso de estar forjando
provas em seu favor ou destruindo provas em seu
desfavor.
• Além da decretação da prisão preventiva pelo delito
já em apuração, o autor da ameaça poderá ainda ser
responsabilizado por outro crime denominado coação
no curso do processo (art. 344 do CP).
GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
ARTIGO 312, CAPUT, CPP
• Baseia -se na existência de indícios de que o
acusado está prestes a se evadir ou de que já
fugiu para furtar -se ao cumprimento da pena
em caso de condenação.
• Ex.: réu que se esconde para não ser citado
dando causa à suspensão do processo, nos
termos do art. 366 do CPP, ou réu acusado de
homicídio que alugou avião para fugir do país
etc.
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES IMPOSTAS 
POR FORÇA DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
• Desde o advento da Lei n. 12.403/2011, o juiz pode optar
pela aplicação de medida cautelar diversa da prisão caso a
entenda adequada e suficiente diante do caso concreto.
• Suponha -se que o juiz proíba o acusado de manter
contato com determinada pessoa relacionada ao fato
criminoso (art. 319, III, do CPP) e ele, em liberdade,
descumpra a medida, ou que o juiz determine o
monitoramento eletrônico do réu e ele destrua a
tornozeleira eletrônica.
• Em tais casos, diz o art. 312, parágrafo único, do CPP que o
juiz pode decretar a prisão preventiva.
A LEI CONFERE, AINDA, AO 
MAGISTRADO A POSSIBILIDADE... 
• DE SUBSTITUIR A MEDIDA OU APLICAR
OUTRA EM CUMULAÇÃO EM VEZ DE
DECRETAR A PRISÃO (ART. 282, § 4º).
PRIMARIEDADE, BONS ANTECEDENTES, 
RESIDÊNCIA E EMPREGO FIXO
• É absolutamente comum que os acusados se
insurjam contra a decretação da prisão
preventiva alegando que são primários ou que
têm bons antecedentes, ou, ainda, que possuem
residência ou emprego fixos.
• De ver -se, entretanto, que a lei não prevê
nenhum desses fatores como causa impeditiva
da prisão, se, por outro lado, estiver presente
algum dos fundamentos autorizadores da
decretação.
NESSE SENTIDO:
• “fatores como a primariedade, bons antecedentes,
residência fixa e profissão definida não bastam para
afastar a possibilidade de prisão preventiva quando
esta é ditada por qualquer das razões previstas no art.
312, do CPP” (STF — RHC — Rel. Min. Sidney Sanches
— RT 643/361); e “As condições pessoais favoráveis,
tais como primariedade,ocupação lícita e residência
fixa, entre outras, não têm o condão de, por si sós,
garantirem ao recorrente a revogação da prisão
preventiva se há nos autos elementos hábeis a
recomendar a manutenção de sua custódia cautelar.
Recurso ordinário desprovido” (STJ — RHC 56.007/PR
— Rel. Min. Felix Fischer — 5ª Turma — julgado em
16.06.2015 — DJe 05.08.2015).
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE
• O art. 313 do CPP esclarece que não basta a
presença de um dos fundamentos da prisão
preventiva, só podendo ela ser decretada em
determinadas espécies de infração penal ou
sob certas circunstâncias.
• São as chamadas CONDIÇÕES DE
ADMISSIBILIDADE.
COM EFEITO, REFERIDO DISPOSITIVO 
SÓ PERMITE A PREVENTIVA:
• I — NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA
SUPERIOR A 4 ANOS.
• Em tais crimes, se o réu, por exemplo,
ameaçar uma testemunha o juiz pode
decretar imediatamente a sua prisão
preventiva, ainda que ele seja primário e de
bons antecedentes.
• II — SE O RÉU OSTENTAR CONDENAÇÃO
ANTERIOR DEFINITIVA POR OUTRO CRIME
DOLOSO NO PRAZO DE 5
• ANOS DA REINCIDÊNCIA.
• Assim, ainda que se trate de crime com pena
máxima não superior a quatro anos, poderá ser
decretada a prisão preventiva se o réu for
reincidente em crime doloso e isso leve o
magistrado a entender que, por tal razão, ele
coloca em risco a ordem pública pela
considerável possibilidade de tornar a delinquir.
• III — SE O CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU
FAMILIAR CONTRA A MULHER , CRIANÇA, ADOLESCENTE,
IDOSO, ENFERMO OU PESSOA DEFICIENTE, QUANDO
HOUVER NECESSIDADE DE GARANTIR A EXECUÇÃO DE
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA.
• Essas medidas protetivas estão previstas no art. 69,
parágrafo único, da Lei n. 9.099/95, e no art. 22 da Lei n.
11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
• Exs.: suspensão do direito à posse de arma de fogo,
afastamento do lar, proibição de aproximação da vítima,
seus familiares ou testemunhas, restrição ou suspensão
de visitas aos dependentes menores etc.
• Há também medidas protetivas nos arts. 43 a 45 do
Estatuto do Idoso, e arts. 98 a 101 do Estatuto da Criança
e do Adolescente.
OBSERVAÇÃO
• O art. 313, parágrafo único, do CPP possibilita, ainda, a
prisão preventiva, quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê -la, devendo o preso
ser imediatamente solto tão logo seja obtida a
identificação.
• Note -se que este dispositivo, ao contrário dos demais, não
se refere exclusivamente a crimes dolosos.
• Assim, teoricamente, é possível a prisão preventiva em
um homicídio culposo na hipótese de o autor da infração
recusar -se a fornecer sua identificação, devendo, porém,
ser solto, assim que se obtenha a qualificação.
A PRISÃO PREVENTIVA NÃO PODE SER 
DECRETADA, EM NENHUMA HIPÓTESE
• se à infração cometida não for cominada pena privativa de
liberdade isolada, cumulativa ou alternativamente (art. 283, § 1º).
• Este dispositivo tem importância em relação ao crime de porte de
droga para uso próprio para o qual, atualmente, não existe
previsão de pena privativa de liberdade (art. 28 da Lei n.
11.343/2006).
• Existem também algumas contravenções apenadas somente com
multa como a de importunação ofensiva ao pudor (art. 61 da LCP).
• De ver -se, entretanto, que o art. 312, caput, do CPP inviabiliza a
prisão preventiva para toda e qualquer espécie de contravenção
(ainda que punida com pena de prisão).
É VEDADA A DECRETAÇÃO DE PRISÃO 
PREVENTIVA SE O JUIZ VERIFICAR...
• pelas provas constantes dos autos, que o
agente praticou o ato sob o manto de uma
das excludentes de ilicitude (legítima defesa,
estado de necessidade, exercício regular de
direito ou estrito cumprimento do dever
legal).
• Tal regra encontra -se no art. 314 do Código
de Processo Penal.
ARTIGO 314 DO CPP
• Art. 314. A prisão preventiva em nenhum
caso será decretada se o juiz verificar pelas
provas constantes dos autos ter o agente
praticado o fato nas condições previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal.
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO ACUSADO
• “A apresentação espontânea do Paciente à autoridade policial, a teor do
disposto no art. 317 do Código de Processo Penal, não impede a
decretação da prisão preventiva, nos casos em que a lei a autoriza. 5.
Ordem denegada” (STJ — HC 215.821/PE — Rel. Min. Laurita Vaz — 5ª
Turma — julgado em 15.03.2012 — DJe 27.03.2012);
• “Na linha dos precedentes desta Corte, a apresentação espontânea do
réu, por si só, não é motivo suficiente para a revogação de sua custódia
cautelar (precedentes desta Corte e do col. Pretório Excelso).
• V — As condições pessoais favoráveis, tais como primariedade, ocupação
lícita e residência fixa, entre outras, não têm o condão de, por si sós,
garantirem ao recorrente a revogação da prisão preventiva se há nos
autos elementos hábeis a recomendar a manutenção de sua custódia
cautelar. Recurso ordinário desprovido” (STJ — RHC 56.007/PR — Rel.
Min. Felix Fischer — 5ª Turma — julgado em 16.06.2015 — DJe
05.08.2015).
REVOGAÇÃO E NOVA DECRETAÇÃO
• O juiz pode a todo tempo revogar a prisão
preventiva caso desapareçam os motivos que
a ensejaram. Pode, também, redecretá -la se
os mesmos motivos ressurgirem ou, ainda,
com base em novos argumentos (art. 316 do
CPP).
• Todas as decisões deverão ser devidamente
fundamentadas.
ARTIGO 316 DO CPP
• Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
preventiva se, no correr do processo, verificar
a falta de motivo para que subsista, bem
como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
DURAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
• Após a decretação da prisão preventiva, o réu
não pode ficar preso por tempo indeterminado.
• Devem, assim, ser observados os prazos
estabelecidos na lei para o cumprimento dos
diversos atos processuais em caso de réu preso:
• a) Conclusão do inquérito: 10 dias (ou 15 em se
tratando de crime de competência da Justiça
Federal).
• b) Oferecimento de denúncia: 5 dias.
• c) Recebimento da denúncia: 5 dias, uma vez que se trata
de decisão interlocutória simples (art. 800, II, do CPP).
• d) Resposta escrita do réu: 10 dias a contar da citação.
Caso, porém, o réu não apresente sua resposta no prazo,
por meio de defensor constituído, os autos irão conclusos
para o juiz nomear defensor dativo ao réu que, após a
intimação, terá outros 10 dias para oferecer a resposta.
• e) Apreciação do magistrado quanto à resposta escrita
com possibilidade de absolvição sumária: 10 dias, posto
que o juiz pode proferir sentença absolutória (art. 800, I,
do CPP).
• f) Audiência para oitiva de testemunhas, debates e
sentença: 60 dias.
A ESSES PRAZOS DEVE SER SOMADO O DE 
24 HORAS PARA CADA ANDAMENTO...
• a ser dado pelo cartório judicial — fazer conclusão ao juiz
e encaminhar -lhe os autos para apreciar o recebimento da
denúncia; expedir mandado de citação após o juiz ter
recebido a denúncia; certificar eventual ausência de
resposta escrita e remeter os autos ao juiz para nomear
defensor; intimar o defensor nomeado; juntar a resposta
escrita e encaminhá -la ao juiz com conclusão; publicar e
cumprir a decisão do juiz que não absolveu sumariamente
o réu e determinou a realização da audiência.
• Além disso, deve -se dar um prazo razoável ao oficial de
justiça para cumprir o mandado de citação (3 dias pelo
menos).
ESSES PRAZOS SOMADOS ALCANÇAM O 
MONTANTE DE 120 DIAS NA ESFERA...
• ESTADUAL E DE 125 DIAS NA ESFERA FEDERAL.
• A jurisprudência, por sua vez, há muito tempo firmou
entendimento de que, uma vez iniciada a ação penal, os
prazos não devem ser contados isoladamente em relação
a cada um deles.
• Ao contrário, devem ser considerados englobadamente,
só se escoando quando ultrapassado o tempo de todos
eles somados, a contar da data da prisão.
• Findo tal prazo, poderá ser alegado constrangimento ilegal
por excesso de prazo e, como consequência, ser revogada
a preventiva.
PORÉM, CONTUDO, TODAVIA...
• Esse prazo não é fatal, sendo certo que a jurisprudência
entendeque uma série de fatores pode ser levada em
conta para permitir que o réu fique preso além desse
tempo (necessidade de citação do réu por carta
precatória, excesso de réus ou de testemunhas, demora
na elaboração de provas periciais de alto grau de
dificuldade, necessidade de adiamento de audiência pela
não condução do réu ao fórum, excesso de processos em
pauta etc.).
• Assim, o juiz, dentro do critério da razoabilidade e
decidindo fundamentadamente, pode deixar de soltar o
réu (hipótese em que o acusado poderá impetrar habeas
corpus no tribunal competente para tentar sua liberdade,
refutando os argumentos do juiz que o mantiveram no
cárcere).
ADEMAIS...
• quando a responsabilidade pelo atraso for da
defesa, não se justifica a libertação do
acusado por excesso de prazo nos termos da
Súmula n. 64 do Superior Tribunal de Justiça:
• “não constitui constrangimento ilegal o
excesso de prazo na instrução, provocado
pela defesa”.
É COMUM, POR EXEMPLO...
• que haja demasiada demora na apresentação da resposta
escrita, que é premissa para o juiz determinar o
prosseguimento do feito e designar a data da audiência de
instrução e julgamento.
• Posteriormente, o defensor alega excesso de prazo, que,
todavia, não pode ser reconhecido, já que a
responsabilidade pela demora foi exclusivamente da
defesa. Em tal caso, deve ser descontado o tempo do
atraso no oferecimento da resposta escrita.
• Muitas vezes, ainda, o réu arrola testemunhas de defesa
que não são encontradas ou requer diligências de difícil
cumprimento, o que faz com que sua prisão se alongue.
POR ISSO, DIZ-SE QUE O PRAZO É 
CONTADO DA DATA DA PRISÃO...
• ATÉ O TÉRMINO DA INSTRUÇÃO ACUSATÓRIA,
pois se não fosse assim os réus poderiam usar
do artifício de criar entraves no processo apenas
para ser revogada a prisão preventiva.
• Nesse sentido existe, inclusive, a Súmula n. 52
do Superior Tribunal de Justiça:
• “Terminada a instrução, fica superada a alegação
de constrangimento por excesso de prazo”.
PRISÃO PREVENTIVA DOMICILIAR
• Esta forma de cumprimento da prisão
preventiva é inovação trazida pela Lei n.
12.403/2011, que, na nova redação dada ao
art. 317 do CPP, possibilitou ao indiciado ou
réu permanecer fechado em sua residência, e
não em estabelecimento prisional, nas
seguintes hipóteses:
• A) SE FOR MAIOR DE 80 ANOS;
• B) SE ESTIVER EXTREMAMENTE DEBILITADO POR
MOTIVO DE DOENÇA GRAVE;
• C) SE SE TRATAR DE PESSOA IMPRESCINDÍVEL
AOS CUIDADOS ESPECIAIS DE PESSOA MENOR
DE 6 ANOS DE IDADE OU COM DEFICIÊNCIA;
• D) SE SE CUIDAR DE GESTANTE A PARTIR DO 7º
MÊS DE GRAVIDEZ OU SENDO ESTA DE ALTO
RISCO.
EM TAIS CASOS, O ACUSADO SÓ 
PODERÁ DEIXAR AS DEPENDÊNCIAS... 
• da residência com autorização judicial ou nas
datas em que haja ato do processo
(audiência, por exemplo).
• Como o texto legal se refere à prisão do
agente em sua própria residência, aqueles
que não a possuírem não poderão auferir
dessa modalidade de prisão (os moradores
de rua, por exemplo).
NOTE-SE QUE NAS HIPÓTESES “A”, “B” 
e “D”, A RAZÃO DA DECRETAÇÃO DA...
• prisão domiciliar é o fato de o autor da infração estar
consideravelmente debilitado (idade avançada, doença
grave ou gestação em fase final ou de risco).
• Nessas hipóteses, se o juiz verificar que a condição dessas
pessoas faz com que não coloquem em risco a
coletividade ou a instrução criminal, sequer deve decretar
a prisão, o que certamente ocorrerá em grande número
de casos.
• Se, ao contrário, o juiz concluir que, apesar das condições
etárias, de saúde ou gestacional, o agente coloca em risco
a ordem pública, a instrução criminal etc., deverá decretar
a prisão, porém na modalidade domiciliar.
EM SE TRATANDO DE MODALIDADE 
DE PRISÃO, EMBORA DOMICILIAR...
• o réu terá direito à detração, ou seja, poderá
descontar na pena a ser futuramente cumprida,
em caso de eventual condenação, o tempo de
prisão domiciliar.
• Por fim, ressalte-se que é ônus do acusado fazer
prova de que está em uma das situa ções para as
quais se mostra cabível a prisão domiciliar (art.
313, parágrafo único, do CPP).
QUAL O INSTRUMENTO 
ADEQUADO A SER 
FORMULADO E QUAL O 
PEDIDO A SER FEITO?
NO CASO DE DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA...
• O INSTRUMENTO ADEQUADO PARA OBTENÇÃO DA
LIBERDADE DO ACUSADO/RÉU É O PEDIDO DE
REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA.
• NELE, DEVE-SE EXPOR A MOTIVAÇÃO DA DECISÃO QUE
DECRETOU A SEGREGAÇÃO CAUTELAR E ATACÁ-LA
ESPECIFICAMENTE EM SEUS FUNDAMENTOS,
EVIDENCIANDO QUE, OU NUNCA EXISTIRAM, OU
DEIXARAM DE EXISTIR.
• IMPORTANTE DESTACAR, AINDA, QUE, TAMBÉM AQUI, É
IMPORTANTE QUE SE EVIDENCIE QUE O RÉU PREENCHE
OS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DA
LIBERDADE PROVISÓRIA: BONS ANTECEDENTES
CRIMINAIS, RESIDÊNCIA FIXA, E PROFISSÃO DEFINIDA.
O PEDIDO A SER FORMULADO É ...
• A REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, COM A 
EXPEDIÇÃO URGENTE DO ALVARÁ DE SOLTURA, 
CASO O ACUSADO/RÉU ESTEJA PRESO, OU DE 
SALVO – CONDUTO, CASO A PRISÃO AINDA NÃO 
TENHA SE EFETIVADO.
• NO CASO DO ACUSADO/RÉU ESTAR PRESO, É 
NECESSÁRIO INDICAR O LOCAL ONDE SE 
ENCONTRA SEGREGADO PARA CUMPRIMENTO 
DO ALVARÁ DE SOLTURA.
•DO HABEAS 
CORPUS
HABEAS CORPUS
• é uma ação autônoma de impugnação, de
natureza mandamental e com status
constitucional, previsto no artigo 5º, inciso
LXVIII, da Constituição Federal, e artigo 647 e
seguintes, do Código de Processo Penal.
• É UM REMÉDIO JURÍDICO QUE TEM POR
OBJETO O DIREITO À LIBERDADE DE
LOCOMOÇÃO DE ALGUÉM.
ARTIGO 5º, INCISO LXVIII, DA CF:
• (...)
• LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
ARTIGO 647 DO CPP
• Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar na iminência de
sofrer violência ou coação ilegal na sua
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de
punição disciplinar.
ARTIGO 648 DO CPP:
• Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
• I - quando não houver justa causa;
• II - quando alguém estiver preso por mais tempo do
que determina a lei;
• III - quando quem ordenar a coação não tiver
competência para fazê-lo;
• IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a
coação;
• V - quando não for alguém admitido a prestar fiança,
nos casos em que a lei a autoriza;
• VI - quando o processo for manifestamente nulo;
• VII - quando extinta a punibilidade.
O HABEAS CORPUS PODE SER UTILIZADO...
• ainda que não haja processo ou decisão a ser impugnada
e serve, não raro, como meio de rescindir a coisa julgada.
• Todavia, apesar de ação, exerce, algumas vezes, função de
impugnação de decisão judicial,ocasionando a revisão do
ato contra o qual foi investido.
• Ex.: habeas corpus concedido para reformar decisão que
indeferiu pedido de liberdade provisória.
• Como nas ações em geral, a impetração de habeas corpus
pressupõe a presença das condições da ação:
possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e
legitimidade das partes.
SÃO PARTES NO PROCESSO DE HABEAS CORPUS:
• # PACIENTE – quem sofre o constrangimento
ilegal;
• # IMPETRANTE – é aquele que ajuíza o
pedido de Habeas Corpus;
• # COATOR/IMPETRADO – quem exerce o
constrangimento, a coação sem fundamento
legal;
O HABEAS CORPUS PODE SER...
• # LIBERATÓRIO
• # PREVENTIVO
• Qualquer pessoa (denominado impetrante), física ou
jurídica, nacional ou estrangeira, pode impetrar habeas
corpus em favor de alguém (denominado paciente),
independentemente de possuir habilitação técnica para
tanto (desnecessário o patrocínio de advogado,
conforme disposição expressa no art. 1.º, § 1.º, do
Estatuto da Advocacia da Ordem dos Advogados do
Brasil – Lei 8.906/94).
HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO
• CORRETIVO OU REPRESSIVO — tem lugar
quando alguém sofrer violência ou coação
ilegal na liberdade de ir e vir, ou seja, quando
se pretende a restituição da liberdade a
alguém que já se acha com esse direito
violado;
HABEAS CORPUS PREVENTIVO
• jus fica -se sempre que alguém se achar na
iminência de sofrer a violência ou coação,
isto é, quando se pretende evitarque a ilegal
restrição à liberdade se efetive, desde que
haja fundado receio de que irá ocorrer.
É COM BASE NO CARÁTER 
PREVENTIVO DO HABEAS CORPUS
• que se exerce o controle de legalidade da persecução
penal, pois o evento prisão, em maior ou menor
probabilidade, afigura -se possível quando instaurado
inquérito policial ou ajuizada ação penal.
• Por esse motivo, permite -se, em certos casos, até
mesmo o trancamento de inquérito ou de ação penal
pela via do habeas corpus, desde que o fato apurado,
por exemplo, seja evidentemente atípico ou que já
esteja extinta a punibilidade.
CONSOLIDOU-SE, TODAVIA, O 
ENTENDIMENTO SEGUNDO O QUAL 
• não é cabível habeas corpus para discutir
matéria relativa a processo cujo crime é
apenado exclusivamente com multa, pois não se
estaria tutelando liberdade de locomoção.
• Nesse sentido, a Súmula n. 693, do Supremo
Tribunal Federal: “Não cabe habeas corpus
contra decisão condenatória a pena de multa,
ou relativo a processo em curso por infração
penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada”.
COMO FORMULAR O HC E 
QUAL O PEDIDO A SER 
FEITO?
O HABEAS CORPUS DEVE SER 
FORMULADO COM FUNDAMENTO
• No artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal e
artigos 647 e seguintes do Código de Processo Penal,
expondo-se com clareza qual a lesão ou ameaça de lesão
ao direito de ir e vir do Paciente, evidenciando as provas
do argumento exposto.
• O pedido a ser formulado é de expedição de alvará de
soltura ou salvo – conduto, dependendo do Paciente estar
preso ou em liberdade.
• Pode, também, ser formulado pedido para trancamento
da ação penal, por ausência de justa causa.
NESSE SENTIDO, GUILHERME DE 
SOUZA NUCCI, EM SUA OBRA...
• PRÁTICA FORENSE PENAL, nos fornece um esquema relativo à
estrutura da peça, às fls. 654:
• “A petição inicial da ação de habeas corpus deve conter os requisitos
básicos de qualquer ação penal:
• a) dirige-se ao juiz ou tribunal competente; b) indica-se o nome
completo do impetrante, com sua qualificação e endereço; c)
relaciona-se em favor de quem o habeas corpus está sendo impetrado
(nome completo do paciente) e onde se encontra. Se não for possível
fornecer o nome e a qualificação do paciente, indica-se, pelo menos,
dados básicos para ser localizado; d) aponta-se a autoridade coatora
da qual partiu a ordem ou o ato considerado coação ilegal; e) expõe-se
qual foi a ilegalidade cometida ou qual é a ameaça de coação; f)
insere-se a assinatura do impetrante, ou, quando não puder assinar, a
de quem, a seu rogo, puder fazê-lo.”
DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU QUE 
CONCEDER OU DENEGAR A ORDEM
• DE HABEAS CORPUS, cabe recurso em sentido
estrito (art. 581, X, do CPP).
• Se concedida a ordem, por outro lado, é
obrigatório o reexame da questão pela
instância superior (“recurso de ofício” — art.
574, I, do CPP).
ATENÇÃO!
• O Ministério Público pode ingressar com habeas
corpus em favor de qualquer pessoa, inclusive
do réu do processo no qual ele (promotor ou
procurador da República) figura como acusador.
• O delegado e o juiz somente podem impetrar
habeas corpus com relação a pessoa que não se
vincule com investigação ou processo por eles
presidido.
faroljurídicoead@gmail.com
mailto:dicoead@gmail.com

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