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PRISÃO PROCESSUAL

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“Quando você está certo daquilo que pretende alcançar... 
Quando o mundo todo lhe diz que não conseguirá, e ainda assim você 
acredita ser possível... 
Quando você mantém o foco firme no objetivo... 
Quando você crê que DEUS estará presente a cada segundo da tua jornada... 
Quando você compreende que desafios e obstáculos existem tão somente para 
serem superados... 
Com persistência e coragem você consegue... 
E quando finalmente conseguir, desfrute a vitória ... saboreie o sucesso... 
É indescritível a emoção de uma boa conquista... 
Muito obrigado pela parceria, compreensão e paciência”. 
Prof. Nidal Ahmad 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1. PRISÃO PROCESSUAL ..................................................................................................... 5 
2. PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................................................. 6 
3. PRISÃO PREVENTIVA: Revogação da prisão preventiva ..................................................... 29 
4. PRISÃO TEMPORÁRIA .................................................................................................. 46 
 
PADRÃO DE RESPOSTAS .............................................................................................. 54 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
5 
 PRISÃO PROCESSUAL 
 
1) Introdução 
 
A prisão processual, também chamada de prisão cautelar ou provisória, 
ocorre por força da necessidade de segregação cautelar do acusado da prática de um delito durante 
as investigações ou no curso da ação penal nas hipóteses previstas na legislação processual penal. 
É aquela que ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
Não visa a punição do agente, mas de impedir que volte a praticar novos 
delitos ou que adote conduta voltada a influenciar na instrução criminal ou na aplicação da sanção 
decorrente da prática delituosa. 
Nos termos do artigo 283 do CPP, três são as espécies de prisão 
provisória: prisão em flagrante (art. 301 a 310 CPP), preventiva (art. 311 a 316 CPP) e 
temporária (Lei 7.960/89). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE – artigo 301/310 do CPP 
PRISÃO PREVENTIVA – artigo 311/316 do CPP 
PRISÃO TEMPORÁRIA – Lei 7.960/89 
ESPÉCIES DE PRISÃO PROVISÓRIA 
01
 
*para todos verem: esquema 
 
 
6 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
2.1) CONCEITO 
Trata-se de medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e 
processual, consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é 
surpreendido cometendo uma infração penal ou quando acabou de cometê-la, ou quando 
perseguido, logo após, em situação que faça presumir ser autor da infração, ou, ainda, quando 
encontrado, logo depois à prática da infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser o autor da infração. 
Em síntese, a prisão em flagrante ocorre quando presente uma das 
hipóteses previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal. 
A Lei nº 12.403/2011 introduziu o artigo 310, inciso II, do CPP, suprimindo 
a possibilidade de a prisão em flagrante prender por si só, na medida em que, se presentes os 
requisitos do artigo 312 do CPP e inadequada ou insuficiente a aplicação das medidas cautelares 
diversas da prisão, o juiz deverá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. 
Logo, forçoso concluir que a prisão em flagrante passou a assumir 
natureza precautelar, com duração limitada até a adoção pelo juiz de uma das providências do 
artigo 310 do CPP (relaxar a prisão em flagrante, convertê-la em prisão preventiva ou conceder a 
liberdade provisória). 
 
2.2) ESPÉCIES DE FLAGRANTE – Art. 302 CPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
PRÓPRIO 
Art. 302, inciso III, do CPP. Ver art. 290, CPP. 
Art. 302, inciso I, do 
CPP. 
 
Art. 302, inciso II, do 
CPP. 
 
Preso praticando o 
delito ou quando 
acabou de 
cometê-lo 
Perseguição 
ININTERRUPTA 
IMPRÓPRIO 
Encontrado – Art. 
302, IV, CPP 
PRESUMIDO 
a)
) 
b)
) 
c)
) 
02
 
*para todos verem: esquema 
 
 
7 
a) Flagrante próprio – Art. 302, I e II, CPP 
Trata-se de prisão efetivada no momento em que o sujeito está praticando 
uma infração penal, ou quando acabou de cometê-la. 
A prisão deve ocorrer de imediato, sem qualquer intervalo de tempo entre 
a prática da infração e a detenção. Ocorre, pois, quando o agente ainda está no local do crime. 
 
Ex: prisão em flagrante no exato instante em que o agente criminoso busca sair da agência bancária 
onde praticava o delito de roubo. 
 
b) Flagrante impróprio (QUASE-FLAGRANTE) – Art. 302, III, CPP 
Trata-se da hipótese em que o agente é perseguido, logo após a infração, 
no contexto que faça presumir ser o autor do fato. 
A definição da expressão “logo após” traduz uma relação de imediatidade, 
com perseguição iniciada em momento bem próximo da infração. Aqui o agente já deixou o local do 
crime. 
É o tempo que decorre entre a prática do delito e as primeiras coletas de 
informações a respeito da identificação do autor e a direção seguida na fuga, iniciando-se, logo 
após, imediatamente a perseguição. Uma vez cessada a perseguição, cessa a situação de 
flagrância. Ou seja, a perseguição deve ser contínua, sem interrupções. 
A concepção de perseguição pode ser extraída do art. 290, § 1º, do CPP, 
notadamente das alíneas “a” e “b” do parágrafo primeiro. 
Não confundir início da perseguição com duração da perseguição. O início 
da perseguição deve ser logo após o fato; a perseguição, no entanto, pode perdurar por muitas 
horas e até dias, como, por exemplo, em crime de roubo a banco, em que a polícia chega 
imediatamente ao local, faz o primeiro levantamento e, de imediato, sai em perseguição dos 
suspeitos, que se embrenharam numa mata por mais de 30 horas. Nesse caso, considerando que a 
perseguição deflagrada logo após à prática da infração penal foi ininterrupta, eventual prisão em 
flagrante será legal. 
Se o agente for preso após cessada a perseguição, sem mandado judicial, 
a prisão será ilegal, devendo, pois, ser relaxada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADO: a perseguição deve ser ininterrupta. Uma vez cessada a 
perseguição, não há mais situação de flagrância, devendo-se, a partir 
de então, efetivar-se a prisão somente munido de mandado judicial 
(prisão preventiva ou temporária, conforme o caso). 
 
 
 
8 
c) Flagrante presumido – Art. 302, inciso IV, do CPP 
Aqui o agente não é “perseguido”, mas “encontrado”, logo depois da 
prática da infração penal, na posse de instrumentos, armas, objetos ou papéis em situação que 
permita presumir ser ele o autor da infração. 
Quanto ao alcance da expressão “logo depois”, a jurisprudência tem 
admitido prisões ocorridas várias horas depois do crime. Não aceita, no entanto, prisão muitos dias 
depois ao do crime. 
 
2.3) OUTRAS VARIAÇÕES DAS ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
A) FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO 
O flagrante preparado ou provocado ocorre quando uma pessoa, policial 
ou particular, provoca, induz ou instiga alguém a praticar uma infração penal, somente para poder 
prendê-la. Nesse caso, não fosse a ação do agente provocador, o sujeito não teria dado início à 
prática do delito, pelo menos nas circunstâncias pelas quais foi preso. 
Trata-se, na verdade, de hipótese de crime impossível, já que, por força da 
preparação engendrada pelo policial ou terceiro para prendê-lo, seria impossível a consumação do 
crime. Em síntese, simultaneamente à indução à prática do crime, o agente provocador do flagrante 
age para evitar a consumação. 
É o que diz a Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Trata-se de 
hipótesede crime impossível, que não é punível nos termos do artigo 17 do Código Penal. 
 
Ex: Policial disfarçado encomenda de um suspeito de praticar crime de falsidade de documento uma 
carteira de identidade fictícia, e, no momento combinado para a entrega do dinheiro e o 
recebimento do documento falsificado, realiza a prisão em flagrante. 
 
Em que pese a súmula mencionar somente o flagrante pela polícia, a 
ilegalidade também pode decorrer de flagrante preparado por particular. 
 
Ex: Suspeitando que a empregada doméstica esteja furtando objetos da residência, dona de casa 
deixa uma joia na mesa de centro da sala, ficando à espreita. No momento em que a empregada 
pega a joia, a dona de casa, auxiliada ou não por outras pessoas, a detém, prendendo-a em 
flagrante. Trata-se de prisão ilegal, já decorrente de flagrante preparado. 
 
Em suma, o flagrante provocado é ilegal, devendo, pois, a prisão ser 
relaxada. 
 
 
 
9 
* Flagrante provocado x usuário de drogas 
No contexto de droga, deve-se verificar o caso concreto e as informações 
que constam no enunciado. 
Imaginemos a hipótese de um policial se disfarçar de usuário de drogas. 
Esse policial se aproxima do suspeito e solicita determinada quantia de drogas, que lhe é entregue 
pelo suspeito. Em relação ao verbo "vender" não há dúvidas de que se trata de flagrante provocado. 
Todavia, o artigo 33 da Lei de Drogas (Lei 11343/2006) prevê 18 condutas. No caso, embora seja 
flagrante provocado em relação à conduta vender, a prisão será legal em relação às condutas, por 
exemplo, "trazer consigo", "guardar", "ter em depósito", uma vez que em relação às demais 
condutas (trazer consigo, guardar, etc..), o suspeito não foi provocado ou influenciado a praticar. Ou 
seja, quando o policial disfarçado se aproximou, o agente já trazia consigo a droga, sendo, em razão 
disso, possível sua prisão em relação a essa conduta de trazer consigo. 
Agora, se o policial induz o suspeito a fornecer-lhe a droga que, no 
momento, não a possuía, ou seja, que não trazia consigo, e por conta da insistência do policial 
empregou esforço para conseguir, aí sim se pode falar em flagrante provocado e, portanto, ilegal, 
uma vez que o suspeito somente trouxe consigo a droga, porque foi induzido pelo policial a 
conseguir para ele. 
 
B) FLAGRANTE ESPERADO 
O flagrante esperado ocorre quando a autoridade policial, tomando 
conhecimento, por fonte segura, de que será praticado um delito, desloca-se até o local indicado, 
fica de campana e realiza a prisão quando iniciado os atos executórios do delito 
O flagrante esperado não se confunde com o flagrante provocado, uma 
vez que, ao contrário deste, no flagrante esperado não há indução ou instigação da autoridade 
policial para que o agente dê início à execução do delito. 
O flagrante esperado constitui modalidade de flagrante válido, regular e, 
portanto, legal. 
 
C) FLAGRANTE FORJADO 
O flagrante forjado se caracteriza pela criação de provas para forjar a 
prática de um crime inexistente. Aqui a ação da autoridade policial ou de um particular visa a 
simular um fato típico inexistente, com o objetivo de incriminar falsamente alguém. 
 
Ex: policial coloca/enxerta droga no interior do veículo de determinada pessoa para prendê-la pelo 
delito de tráfico ilícito de entorpecentes. 
 
Trata-se de hipótese de flagrante absolutamente nulo/ilegal, merecendo, 
pois, ser relaxado. Nesse caso, o único infrator será o agente forjador, que pratica o delito de 
 
 
10 
denunciação caluniosa (art. 339 do CP), e, se for agente público, também abuso de autoridade (Lei 
4.898/65). 
 
D) FLAGRANTE RETARDADO OU DIFERIDO OU AÇÃO CONTROLADA 
 
Caracteriza-se pela possibilidade de retardar o momento da prisão em 
flagrante, não obstante estar o delito em curso, justamente para buscar maiores informações ou 
provas contra pessoas envolvidas em organizações criminosas ou tráfico ilícito de entorpecentes. 
O flagrante retardado ou diferido funciona como autorização legal para que 
a prisão em flagrante seja retardada ou protelada para outro momento, que não aquele em que o 
agente está em situação de flagrância. Trata-se, pois, de uma autorização legal para que a 
autoridade policial e seus agentes, que, a princípio, teriam a obrigação de efetuar a prisão em 
flagrante (art. 301, 2ª parte, CPP), deixem de fazê-lo, visando a uma maior eficácia da investigação. 
Há previsão de ação controlada, com destaque ao flagrante retardado ou 
diferido, por exemplo no art. 53, II, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas) e art. 8º da Lei 12.850/2013 
(Lei das Organizações Criminosas). 
Nos termos do artigo 53, II, da Lei 11.343/2006, a não atuação policial na 
prisão imediata em flagrante depende de autorização judicial e manifestação do MP. Essa 
autorização judicial está condicionada ao conhecimento do itinerário provável e à identificação dos 
agentes do delito ou de colaboradores. 
Conforme o artigo 8º, § 1º, da Lei 12.850/2013, o retardamento da 
intervenção policial não exige prévia autorização judicial, mas mera comunicação ao juiz competente 
que, se for o caso, fixará os limites da atuação e comunicará ao MP. 
A Lei nº 9613/98, que trata da Lavagem de Dinheiro, também prevê o 
instituto da ação controlada no seu artigo 4º-B, sendo possível suspender a ordem de prisão poderá 
ser suspensa pelo juiz, com prévia manifestação do MP, quando a sua execução imediata puder 
comprometer as investigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
DIFERIDO/ 
RETARDADO 
ESPERADO espera a prática do delito para prender em flagrante. Prisão LEGAL. 
Cumpre no futuro 
PREPARADO/ 
PROVOCADO 
 
provoca, induz ou instiga 
 
 
Prisão ILEGAL 
 
Para aprofundar INVESTIGAÇÃO 
* artigo 53, inciso II, da Lei n. 11.343/2006; 
 
* artigo 8º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). 
 
 
Súmula 145 STF. CRIME IMPOSSÍVEL (artigo 17 do CP) 
 
Prisão ILEGAL 
 
acusa INOCENTE 
 
FORJADO 
 
 
 
 
*para todos verem: esquema 
 
 
12 
2.4) PROCEDIMENTO PARA A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
Auto de prisão em flagrante é o documento elaborado, via de regra, sob a 
presidência da autoridade policial, contendo as formalidades que revestem a prisão em flagrante, 
tendo por objetivo precípuo retratar os fatos que ensejaram a restrição de liberdade do agente e, 
ainda, reunir os primeiros elementos de convicção acerca da infração penal que motivou a prisão. 
Uma vez preso em flagrante, por policial ou particular, o acusado deve ser 
conduzido à presença da autoridade policial. Se a autoridade policial considerar se tratar de situação 
de flagrância e que o fato constitui crime, determinará a lavratura do auto de prisão, incumbindo-lhe 
proceder da seguinte forma: 
 
a) oitiva do condutor: 
O condutor é a pessoa que levou o preso até a Delegacia de Polícia e o 
apresentou à autoridade policial. Pode ser policial ou qualquer pessoa. Embora na maioria das vezes 
o condutor seja quem procedeu à prisão, não precisa necessariamente ser o responsável pela 
detenção do suspeito. 
Ex: seguranças de determinada loja prendem em flagrante uma pessoa 
pela prática do delito de furto e acionam a polícia militar, que conduzem o preso à Delegacia de 
Polícia. Será um dos policiais, portanto, quem apresenta o preso ao delegado de polícia, figurando, 
assim, como condutor. 
 
b) oitiva de testemunhas: 
Em seguida, devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o 
condutor, que, pelos arts. 304, caput, e 304, §1º, do CPP, devem ser, no mínimo, duas (referem-se 
a “testemunhas”, no plural). 
Não há vedação a que sirvam como testemunhas agentes policiais. 
A falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de 
prisão em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão assinar a peça pelo menos duas 
pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade (art. 304, § 2º, do CPP). 
Considera-se, portanto,testemunha de apresentação aquelas que presenciaram o momento em que 
o condutor apresentou o preso à autoridade policial. 
 
c) Interrogatório do preso. 
O interrogatório deve observar as mesmas formalidades exigidas para o 
interrogatório judicial, previstas nos arts. 185 a 196 do CPP, dentre as quais se destaca a 
advertência ao preso do seu direito constitucional ao silêncio, sem que isso possa ser interpretado 
em seu desfavor (art. 5º, LXIII, da CF1). 
 
1 Esse dispositivo é fundamental para qualquer interrogatório, seja na fase de investigação ou no curso da ação penal: 
 
 
13 
d) Nota de culpa: 
Nos termos do artigo 306, § 1º e § 2º, do CPP, superadas essas etapas, 
cumpre à autoridade policial, em até 24 horas após a realização da prisão, encaminhar o auto de 
prisão em flagrante devidamente instruído ao juiz competente, bem como entregar ao preso, no 
mesmo prazo, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, 
o nome do condutor e os das testemunhas. 
Trata-se a nota de culpa de documento por meio do qual a autoridade 
policial cientifica o preso dos motivos de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. 
Se não for entregue nota de culpa, o flagrante deve ser relaxado por falta 
de formalidade essencial. 
Além disso, a Lei 13.257/2016, incluiu o § 4º ao artigo 304, segundo o 
qual “Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de 
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual 
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.” 
 
2.5) GARANTIAS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DO PRESO 
 
A) Da comunicação imediata ao juiz competente e ao Ministério Público 
 
De acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público 
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
O artigo 5º, LXII, da CF/88 dispõe que a prisão de qualquer pessoa e o 
local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso 
ou à pessoa por ele indicada. 
A ausência da comunicação imediata da prisão em flagrante ao juiz 
competente e ao Ministério Público torna a prisão ilegal, devendo, portanto, ser relaxada. 
 
B) Da comunicação imediata da prisão à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
 
Nos termos do artigo 306 do CPP e artigo 5º, LXII e LXIII, da CF/88, 
cumpre à autoridade policial providenciar a comunicação imediata da prisão em flagrante à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada, garantindo-lhe, assim, a assistência da família. 
Essa comunicação tem por objetivo certificar familiares acerca da 
localização do preso, bem como viabilizar ao preso o apoio e a assistência da família. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da 
família e de advogado; 
 
 
 
14 
A comunicação à família ou à pessoa pelo preso indicada constitui direito 
subjetivo do flagrado. Se não for observada essa formalidade pela autoridade policial, a prisão em 
flagrante será ilegal, devendo, pois, ser relaxada. 
 
C) Da assistência de advogado ao preso 
 
Nos termos do artigo 5º, inciso LXIII, parte final, da Constituição Federal, 
o preso tem direito à assistência da família e de advogado. 
A presença de advogado não é imprescindível à lavratura do auto de prisão 
em flagrante. De outro lado, se o preso constituir/contratar advogado, não cabe, à evidência, à 
autoridade policial vedar a presença do advogado constituído nos atos que integram a lavratura do 
auto de prisão em flagrante, podendo o profissional acompanhar a oitiva do condutor, das 
testemunhas, bem como o interrogatório do flagrado. 
Se o flagrado não informar o nome do seu advogado, deverá a autoridade 
policial encaminhar, em até 24 horas, cópia integral do APF à Defensoria Pública, nos termos do 
artigo 306, § 1º, do Código de Processo Penal. 
Em síntese, a inobservância de qualquer dessas formalidades gera a 
ilegalidade da prisão em flagrante, devendo o juiz, ao receber os autos, deixar de homologar o auto 
de prisão em flagrante e determinar o relaxamento da prisão por 
ilegalidade formal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.6) PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS AO RECEBER O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE – Art. 
310 do CPP 
Ao receber o Auto de Prisão em Flagrante, o Juiz deverá adotar uma das 
providências previstas na nova redação do artigo 310 do CPP: 
 
 
GARANTIAS LEGAIS e CONSTITUCIONAIS DO PRESO 
COMUNICAÇÃO AO JUIZ (imediata) 
COMUNICAÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO 
COMUNICAÇÃO FAMÍLIA ou QUEM INDIQUE 
ACESSO A ADVOGADO (DPE se não indicar adv.) 
A falta é 
ilegal 
*para todos verem: esquema 
 
 
15 
A) 
 
B) 
 
C) 
 
 
Nesse sentido, num primeiro momento, o Magistrado deverá analisar o 
aspecto formal, a legalidade do auto de prisão em flagrante, bem como se há situação de flagrância, 
conforme as hipóteses do artigo 302 do CPP. Se observadas as formalidades, o Juiz homologa; na 
hipótese de alguma ilegalidade, seja formal ou material, o Juiz deverá relaxar a prisão em flagrante. 
Num segundo momento, uma vez homologado o auto de prisão em 
flagrante, o Juiz deverá verificar a necessidade de conversão da prisão em flagrante em prisão 
preventiva ou a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança e a eventual imposição de 
medida cautelar diversa. 
Em sendo legal a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a 
liberdade provisória ou se converterá a prisão em flagrante em prisão preventiva2. 
Convém ressaltar, por pertinente, que a prisão preventiva somente poderá 
ser decretada em substituição da prisão em flagrante se estiverem presentes os requisitos do art. 
312 do CPP3 E se não for suficiente outra medida diversa da prisão, bem como se presente uma das 
hipóteses do artigo 313 do CPP. 
Assim, pela leitura do artigo 310, II, CPP, verifica-se que a prisão 
preventiva é a última ratio das medidas cautelares. Ela somente deve ser decretada quando 
todas as demais medidas cautelares se revelarem inadequadas e insuficientes para o caso concreto. 
Em outras palavras, a insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão (aquelas previstas no 
artigo 319 do CPP) passou a ser mais um requisito para o cabimento da prisão preventiva. 
Logo, por ser medida de caráter excepcional, o juiz somente poderá 
converter a prisão em flagrante em prisão preventiva se estiverem presentes os requisitos do artigo 
312 e 313 do CPP. 
Em síntese: O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá, 
fundamentadamente, converter a prisão em flagrante em preventiva (inciso II, primeira parte), 
desde que: 
a) a prisão seja legal (inciso I); 
b) as medidas cautelares diversas da prisão se revelarem inadequadas ou insuficientes (inciso II, 
parte final); 
 
2 Antes da Lei nº 12.403/2011, o agente ficava preso em decorrência da prisão em flagrante. O Juiz simplesmente homologava o 
APF e mantinha a prisão em flagrante. Com a alteração, o juiz, se presentes os requisitos, deverá converter a prisão em flagrante 
em prisão preventiva. Eis a razão do caráter precautelar da prisão em flagrante (pois dura até ser convertida em preventiva ou 
concedida a liberdade provisória). 
3 Garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal. Será 
estudado oportunamente. 
RELAXAR O FLAGRANTE 
CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA 
CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA (com ou sem fiança ou 
medidas cautelares) 
 
 
16 
c) o agentenão tenha praticado o fato ao amparo das causas de exclusão da ilicitude previstas no 
art. 23, do CP; 
d) estejam presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP. 
Caso contrário, será concedida liberdade provisória (com ou sem fiança ou 
cautelar diversa da prisão). 
 
 
 
 
Questão 01 – XXVIII EXAME 
Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em razão de manobra indevida, acabou por 
atropelar uma vítima, causando-lhe lesões corporais. Com a chegada da Polícia Militar, foi solicitado 
que Matheus realizasse exame de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi informado pela 
autoridade policial, que comparecera ao local, que ele seria obrigado a realizar o exame para 
verificar eventual prática também do crime previsto no Art. 306 da Lei nº 9.503/97. 
Diante da afirmativa da autoridade policial, Matheus, apesar de não desejar, viu-se obrigado a 
realizar o teste do bafômetro. Após conclusão do inquérito policial, com oitiva e representação da 
vítima, foi o feito encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a Matheus 
apenas a prática do crime do Art. 303, da Lei nº 9.503/97, prosseguindo as investigações com 
relação ao crime do Art. 306 do mesmo diploma legal. Ainda na exordial acusatória, foi requerida a 
decretação da prisão preventiva de Matheus, pelo risco de reiteração delitiva, tendo em vista que ele 
seria reincidente específico, já que a única anotação constante de sua Folha de Antecedentes 
Criminais, para além do presente processo, seria a condenação definitiva pela prática de outro crime 
de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor. No recebimento da denúncia, o 
juiz competente decretou a prisão preventiva. Considerando as informações narradas, na condição 
de advogado(a) de Matheus, responda aos itens a seguir. 
A) Poderia Matheus ter sido obrigado a realizar o teste de bafômetro, conforme informado pela 
autoridade 
policial, mesmo diante de sua recusa? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual requerimento deveria ser formulado, em busca da liberdade de Matheus, diante da decisão 
do 
magistrado, que decretou sua prisão preventiva em razão de sua reincidência? Justifique. (Valor: 
0,65) 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Questão 04 – XXII EXAME 
Diego e Júlio caminham pela rua, por volta das 21h, retornando para suas casas após mais um dia 
de aula na faculdade, quando são abordados por Marcos, que, mediante grave ameaça de morte e 
utilizando simulacro de arma de fogo, exige que ambos entreguem as mochilas e os celulares que 
carregavam. Após os fatos, Diego e Júlio comparecem em sede policial, narram o ocorrido e 
descrevem as características físicas do autor do crime. Por volta das 5h da manhã do dia seguinte, 
policiais militares em patrulhamento se deparam com Marcos nas proximidades do local do fato e 
verificam que ele possuía as mesmas características físicas do roubador. Todavia, não são 
encontrados com Marcos quaisquer dos bens subtraídos, nem o simulacro de arma de fogo. Ele é 
encaminhado para a Delegacia e, tendo-se verificado que era triplamente reincidente na prática de 
crimes patrimoniais, a autoridade policial liga para as residências de Diego e Júlio, que comparecem 
em sede policial e, em observância de todas as formalidades legais, realizam o reconhecimento de 
Marcos como responsável pelo assalto. O Delegado, então, lavra auto de prisão em flagrante em 
desfavor de Marcos, permanecendo este preso, e o indicia pela prática do crime previsto no Art. 
157, caput, do Código Penal, por duas vezes, na forma do Art. 69 do Código Penal. Diante disso, 
Marcos liga para seu advogado para informar sua prisão. Este comparece, imediatamente, em sede 
policial, para acesso aos autos do procedimento originado do Auto de Prisão em Flagrante. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado de Marcos, responda, de 
acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, aos itens a seguir. 
A) Qual requerimento deverá ser formulado, de imediato, em busca da liberdade de Marcos e sob 
qual fundamento? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Oferecida denúncia na forma do indiciamento, qual argumento de direito material poderá ser 
apresentado pela defesa para questionar a capitulação delitiva constante da nota de culpa, em 
busca de uma punição mais branda? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
Questão 02 - XII EXAME DE ORDEM 
Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimônio 
sem deixar rastros que pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson, policial e irmão 
de uma das vítimas de Ricardo, decide que irá empenhar todos os seus esforços na busca de uma 
maneira para prender, em flagrante, o facínora. 
Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiança deste. 
Certo dia, decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na próxima 
empreitada. Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que 
bastaria ao amigo seguir as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente 
da casa lotérica e, percebendo o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no 
referido estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasião em que o ajudaria a render as pessoas 
 
 
18 
presentes. Confiante nas suas próprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por Wilson, 
Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o 
sinal e, tão logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto. Todavia, é surpreendido ao 
constatar que tanto Wilson quanto todos os “clientes” presentes na casa lotérica eram policiais 
disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da comunidade e dos demais 
policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão imputa a 
Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. 
Nesse sentido, atento tão somente às informações contidas no enunciado, responda 
justificadamente: 
A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80) 
B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de Ricardo relativamente à sua 
responsabilidade 
Jurídico penal? (Valor: 0,45) 
 
 
2.7) PEÇAS PRÁTICAS NO CONTEXTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
2.7.1) RELAXAMENTO DA PRISÃO 
I) BASE LEGAL 
 
 
 
 
 
II) IDENTIFICAÇÃO 
O pedido de relaxamento de prisão guarda relação com PRISÃO ILEGAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAXAMENTO DA PRISÃO PRISÃO ILEGAL 
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 5º, LXV da CF/88 
*para todos verem: esquema 
 
 
19 
PEÇA: 
 RELAXAMENTO DA PRISÃO 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO ILEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
 
III) CONTEÚDO 
A prisão ilegal pode decorrer de ilegalidade formal e/ou material. 
 
A) ILEGALIDADE FORMAL 
Ocorre quando o auto de prisão em flagrante não observou as 
formalidades procedimentais previstas no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos do art. 5º da 
Constituição Federal, notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV. 
As ilegalidades formais podem ocorrer durante ou depois da lavratura do 
auto de prisão em flagrante. 
Além da inobservância das formalidades no art. 304 e 306 do CPP e dos 
incisos do art. 5º da Constituição Federal, notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV, pode incidir a 
ilegalidade pelo excesso de prazo da prisão, como, por exemplo, na conclusão do inquérito policial 
além do prazo previsto em lei, sem justificativa plausível ou, ainda, não oferecimento da denúncia 
de réu preso (prazo 05 dias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALGUMAS ILEGALIDADES FORMAIS 
* Inobservância das formalidades legais e constitucionais na lavratura do APF. 
* Não comunicação imediata da prisão à autoridade judiciária. 
* Não comunicação imediataao Ministério Público 
* Não encaminhamento do APF à Defensoria Pública, quando o autuado não informa 
nome de advogado. 
* Não entrega da nota de culpa no prazo de 24 horas. 
* Não viabilizar assistência de advogado. 
* Não comunicação imediata à família. 
* Falta de representação do ofendido, sendo hipótese de prisão decorrente de crime de 
ação penal pública condicionada à representação. 
* Ausência de requerimento da vítima na hipótese de prisão em flagrante por crime de 
ação penal privada; 
* Inversão da ordem de oitiva prevista no artigo 304 do CPP. 
* Falta de laudo de constatação da natureza da substância entorpecente (art. 50, §1º, 
da Lei 11.343/2006) 
*para todos verem: esquema 
 
 
20 
 
B) ILEGALIDADE MATERIAL 
Além das formalidades legais e constitucionais para a lavratura do APF, 
devem estar presentes situações autorizadoras da prisão em flagrante. 
Nesse sentido, se a prisão realizada não se enquadra em nenhuma das 
hipóteses do artigo 302 do CPP, a prisão será materialmente ilegal. Em outras palavras, se não 
estiver configurada nenhuma das hipóteses de flagrância, a prisão é ilegal. 
Assim, em tese, a ilegalidade da prisão em flagrante, na forma material, 
ocorre invariavelmente antes do início da lavratura do auto de prisão em flagrante. 
 
 
 
 ALGUMAS ILEGALIDADES MATERIAIS 
* Preso sem estar em situação de flagrância (artigo 302 do CPP) 
* Flagrante preparado/provocado – Súmula 145 do STF 
* Flagrante forjado 
* Preso por fato atípico 
 
 
21 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO 
JÚRI DA COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL 
DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL 
DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., por seu procurador infra-assinado, com procuração 
em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o RELAXAMENTO DA 
PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no artigo 310, inciso I, Código de Processo Penal e artigo 
5º, LXV da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:. 
I) DOS FATOS4 
II) DO DIREITO5 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, a fim de que possa responder a eventual 
processo em liberdade; 
b) a expedição do respectivo alvará de soltura; 
c) vista ao Ministério Público6 - 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local..., data... 
ADVOGADO... 
AOB... 
 
4 Fazer um breve relato dos fatos. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
5 Buscar no enunciado informações que permitam desenvolver teses voltadas à ilegalidade formal e/ou material. 
6 Alguns autores consideram desnecessária vista ao MP. Por cautela, até porque não há notícia de que ensejaria perda de 
pontos, pode-se adicionar o pedido de vista ao MP. 
 
 
22 
 
2.7.2) LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
I) CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Entende-se por liberdade provisória o instituto destinado a conferir ao 
acusado o direito de responder ao processo em liberdade, mediante o cumprimento ou não de 
determinadas condições. 
Nas palavras de Avena, com o advento da Lei 11.719/2008, modificada a 
redação do art. 408 (que restou substituído pelo atual art. 413) e revogado o art. 594, ficou o 
instituto da liberdade provisória limitado à prisão em flagrante.7 
Esse também é o entendimento de Nucci8, segundo o qual “a liberdade 
provisória, com ou sem fiança, é um instituto compatível com a prisão em flagrante, mas não com a 
prisão preventiva ou temporária. Nessas duas últimas hipóteses, vislumbrando não mais estarem 
presentes os requisitos que a determinam, o melhor a fazer é revogar a custódia cautelar, mas não 
colocar o réu em liberdade provisória, que implica sempre o respeito a determinadas condições”. 
A liberdade provisória está prevista no artigo 310, inciso III, do CPP, 
segundo o qual ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz poderá, fundamentadamente, 
conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança. Está prevista ainda no art. 5º, LXVI, da CF/88, 
 
77 AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. São Paulo: Método. 2013. p. 973. 
88 NUCCI, Guilherme Souza. Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: RT. 2016, p. 785. 
FAÇA VOCÊ MESMO! 
 
Para exercitar a peça acima, 
consulte o material disponível no 
módulo “Prisão Processual”, 
constante no Sistema EAD. O 
enunciado correspondente está 
no E-book “Estruturação de 
Peças”, na pág. 3. Já a resolução 
consta na pág. 21 do mesmo 
material. 
Após realizar a peça, assista à 
respectiva aula de estruturação! 
 
 
23 
PEÇA: 
 LIBERDADE PROVISÓRIA 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO FLAGRANTE 
LEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou 
sem fiança. 
Além disso, o artigo 321 do CPP dispõe que, ausentes os requisitos que 
autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, 
se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP e observados os critérios 
constantes do art. 282 do CPP. 
Segundo Lopes Júnior, a liberdade provisória é disposta como uma medida 
cautelar (na verdade, uma contracautela), alternativa à prisão preventiva, nos termos do art. 310, 
III, do CPP. No sistema brasileiro, situa-se após a prisão em flagrante e antes da prisão preventiva, 
como medida impeditiva da prisão cautelar [...] É a liberdade provisória uma forma de evitar que o 
agente preso em flagrante tenha sua detenção convertida em preventiva.9 
 
II) BASE LEGAL 
 
 
 
 
 
III) IDENTIFICAÇÃO 
Cabe pedido de liberdade provisória nas hipóteses de prisão flagrante 
legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV) CONTEÚDO 
Se a prisão em flagrante se revestir de legalidade, pode o magistrado 
conceder a liberdade provisória sem nenhuma restrição, ou, ao contrário, impor ao agente a 
prestação de fiança e/ou outra medida cautelar diversa da prisão. 
 
9 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 9ª ed. São Paulo: Saraiva. 2016, p. 703. 
BASE LEGAL: art. 310, inciso III, CPP, art. 321 do CPP e art. 5º, LXVI 
da CF/88 
*para todos verem: esquema 
 
 
24 
Nos crimes afiançáveis, ausentes os requisitos que autorizam a prisão 
preventiva, é possível a concessão da liberdade provisória com fiança. 
 
Convém registrar, por pertinente, que há crimes inafiançáveis, tais 
como os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, 
crimes hediondos, bem como crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático. É o que se extrai do artigo 323 do CPP e art. 5º, XLII 
e XLIII, CF/88. Nesses casos, se ausentes os requisitos da prisão preventiva, será possível a 
concessão da liberdade provisória vinculada a fixação de uma medida cautelar diversa da prisão, 
salvo a fiança. Eis as hipóteses de liberdade provisória sem fiança: 
 
A) AUSÊNCIA DOS FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA (ART. 321 DO CPP) 
 
Nos termos do artigo 321 do CPP, ausentes os requisitos da prisão 
preventiva, o juiz deverá conceder a liberdade provisória, sendo-lhe facultado, com a observância 
dos critérios da necessidade e da adequação previstos no art. 282 do CPP, exigir a prestação de 
fiança com a finalidade de assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do 
seu andamento ou em caso de resistência injustificadaà ordem judicial, bem como aplicar outras 
medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP. 
Se o crime for inafiançável racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, terrorismo, crimes hediondos, bem como crimes cometidos por grupos armados, civis 
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (artigo 323 do CPP e art. 5º, 
XLII e XLIII, CF/88), busca-se a liberdade provisória, com pedido subsidiário de fixação de medida 
cautelar diversa da prisão. 
 
B) QUANDO HOUVER INDICATIVOS DE QUE O AGENTE PRATICOU A INFRAÇÃO PENAL 
ABRIGADO POR EXCLUDENTES DE ILICITUDE (ART. 310, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP) 
 
Trata-se da hipótese em que os elementos constantes no auto de prisão 
em flagrante indicam ter o agente praticado o fato em situação de legítima defesa, estado de 
necessidade, exercício regular do direito ou estrito cumprimento do dever legal. 
Nesses casos, deverá o juiz conceder a liberdade provisória ao agente, 
independentemente se o fato praticado caracteriza delito afiançável ou inafiançável. 
Embora não esteja previsto no artigo 310, parágrafo único, do CPP, parte 
da doutrina entende possível a concessão da liberdade provisória nas hipóteses de excludente de 
culpabilidade (embriaguez acidental completa, coação moral irresistível, erro de proibição, etc), uma 
vez que, ao final, o agente não será privado de liberdade. 
 
 
 
25 
QUESTÃO 4 – XXIV EXAME 
Pablo, que possui quatro condenações pela prática de crimes com violência ou grave ameaça à 
pessoa, estava no quintal de sua residência brincando com seu filho, quando ingressa em seu 
terreno um cachorro sem coleira. O animal adota um comportamento agressivo e começa a tentar 
atacar a criança de 05 anos, que brincava no quintal com o pai. Diante disso, Pablo pega um pedaço 
de pau que estava no chão e desfere forte golpe na cabeça no cachorro, vindo o animal a falecer. 
No momento seguinte, chega ao local o dono do cachorro, que, inconformado com a morte deste, 
chama a polícia, que realiza a prisão em flagrante de Pablo pela prática do crime do Art. 32 da Lei 
nº 9.605/98. Os fatos acima descritos são integralmente confirmados no inquérito pelas 
testemunhas. Considerando que Pablo é multirreincidente na prática de crimes graves, o Ministério 
Público se manifesta pela conversão do flagrante em preventiva, afirmando o risco à ordem pública 
pela reiteração delitiva. Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de 
Pablo, que deverá se manifestar antes da decisão do magistrado quanto ao requerimento do 
Ministério Público, responda aos itens a seguir. 
 A) Qual pedido deverá ser formulado pela defesa de Pablo para evitar o acolhimento da 
manifestação pela conversão da prisão em flagrante em preventiva? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Sendo oferecida denúncia, qual argumento de direito material poderá ser apresentado em busca 
da absolvição de Pablo? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
C) QUANDO, EMBORA AFIANÇÁVEL O CRIME, NÃO POSSUI O FLAGRADO CONDIÇÕES 
ECONÔMICAS PARA PEGAR A FIANÇA (ART. 350 DO CPP) 
 
V) LIBERDADE PROVISÓRIA X TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES 
 
A jurisprudência e a doutrina oscilavam em relação ao artigo 44 da Lei 
11.343/2006, que veda a concessão de liberdade provisória no crime de tráfico ilícito de 
entorpecentes. 
Todavia, o STF, no julgamento do HC 104.339/SP, considerou 
inconstitucional o disposto no artigo 44 da Lei 11.343/2006 também na parte que veda a concessão 
da liberdade provisória, sob o fundamento de que o dispositivo viola o princípio da presunção da 
inocência e da dignidade da pessoa humana, bem como que a Lei 11.464/2007, ao excluir dos 
crimes hediondos e equiparados a vedação à liberdade provisória, sendo posterior à Lei de Drogas, 
revogou, tacitamente, o artigo 44 desta Lei, que proibia o benefício ao crime de tráfico de drogas. 
Assim, é possível conceder a liberdade provisória ao agente preso em 
flagrante pelo delito de tráfico ilícito de entorpecentes, desde que ausentes os requisitos que 
autorizam a decretação da prisão preventiva. 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 4 - XVI EXAME 
Wesley, estudante, foi preso em flagrante no dia 03 de março de 2015 porque conduzia um veículo 
automotor que sabia ser produto de crime pretérito registrado em Delegacia da área em que residia. 
Na data dos fatos, Wesley tinha 20 anos, era primário, mas existia um processo criminal em curso 
em seu desfavor, pela suposta prática de um crime de furto qualificado. Diante dessa anotação em 
sua Folha de Antecedentes Criminais, a autoridade policial representou pela conversão da prisão em 
flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco concreto para a ordem pública, pois o 
indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato judicial. Você, como advogado(a) indicado 
por Wesley, é comunicado da ocorrência da prisão em flagrante, além de tomar conhecimento da 
representação formulada pelo Delegado. Da mesma forma, o comunicado de prisão já foi 
encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado, sendo todas as legalidades da prisão em 
flagrante observadas. Considerando as informações narradas, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a medida processual, diferente de habeas corpus, a ser adotada pela defesa técnica de 
Wesley? (Valor: 0,50) 
B) A representação da autoridade policial foi elaborada de modo adequado? (Valor: 0,75) 
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso. 
Inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei n. 11.343/2006 na parte que veda a concessão da 
liberdade provisória 
Ofensa ao princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88. 
Ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III, da CF/88. 
.. 
 
Ofensa ao princípio do devido processo legal, previsto no artigo 5º, inciso LIV, da CF/88. 
*para todos verem: esquema 
 
 
27 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL 
DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL)10 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI 
DA COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DE COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº... 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado..., por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a LIBERDADE PROVISÓRIA, com base no art. 
310, inciso III, do Código de Processo Penal, art. 321 do Código de Processo Penal, e art. 5º, 
LXVI, da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I) DOS FATOS11 
II) DO DIREITO12 
* Fazer referência, se for o caso, a fiança e/ou medidas cautelares diversas da 
prisão previstas no artigo 319 e 320 do CPP.13 
 
10 Ver art. 109 da CF 
11 Narrar os fatos, fazendo um breve relato. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
12 Ausência dos requisitos da prisão preventiva (art. 321 CPP) e/ou hipótese de excludente de ilicitude (art. 310, 
parágrafo único, CPP), presunção da inocência (art. 5º, LVII, CF/88) 
13 13 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar 
atividades 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado permanecerdistante desses locais para evitar o risco de novas infrações 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a 
investigação ou instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha 
residência e trabalho fixos; 
 VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver 
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando 
os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a 
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com 
outras medidas cautelares. 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as 
saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 
(vinte e quatro) horas. 
 
 
 
28 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA, a fim de que possa responder a eventual processo em liberdade; 
b) a expedição do respectivo alvará de soltura; 
c) fixação de fiança14 e/ou medida cautelar diversa da prisão15; 
d) vista ao Ministério Público. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local... e data... 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 Se o crime for afiançável. 
15 Extrair do enunciado a mais adequada ao caso concreto. 
 
 
29 
Em síntese: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAÇA VOCÊ MESMO! 
 
Para exercitar a peça acima, 
consulte o material disponível no 
módulo “Prisão Processual”, 
constante no Sistema EAD. O 
enunciado correspondente está no 
E-book “Estruturação de Peças”, 
na pág. 9. Já a resolução consta 
na pág. 21 do mesmo material. 
Após realizar a peça, assista à 
respectiva aula de estruturação! 
Quando não for caso de conversão da prisão em flagrante em 
preventiva 
Formal ou material 
ma 
 
ou material 
Ausência dos requisitos preventiva – art. 321 CPP e 
excludentes ilicitude – art. 310, parágrafo único do CPP 
Medidas cautelares – art. 319 do CPP 
FLAGRANTE 
DELITO 
PRISÃO 
LEGAL 
PRISÃO 
ILEGAL 
LIBERDADE 
PROVISÓRIA 
Se indeferido, 
HABEAS 
CORPUS 
 
Se denegado, 
ROC 
RELAXAMENTO 
DA 
PRISÃO 
 
Se indeferido, 
HABEAS CORPUS 
 
Se denegado, 
ROC 
*para todos verem: esquema 
 
 
30 
PRISÃO PREVENTIVA: Revogação da prisão preventiva 
 
3.1) CONCEITO 
Trata-se de modalidade de prisão processual decretada exclusivamente por 
juiz competente quando presentes os pressupostos e as hipóteses previstas em lei (arts. 312 e 313 do 
CPP). 
Possui natureza cautelar, uma vez que visa a tutela da sociedade, da 
investigação criminal e garantir a aplicação da pena. Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a 
coexistência do 
 
Como repercute na esfera da liberdade do acusado, que constitui direito e 
garantia fundamental do cidadão, a possibilidade de decretação da prisão preventiva encontra 
embasamento também no artigo 5º, especificamente no inciso LXI, da Constituição Federal, que 
permite a prisão provisória, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, desde que 
precedida de ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. Em síntese, 
somente é possível decretar a prisão 
preventiva 
 
 
 
 
Conforme dispõe o art. 283, §2º, do CPP, a prisão poderá ser efetuada em 
qualquer dia e a qualquer hora, respeitada a garantia fundamental da inviolabilidade do domicílio, 
prevista no artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal, segundo o qual salvo na hipótese de prisão 
em flagrante, a prisão somente pode ser efetivada mediante ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente. 
De acordo com o artigo 293 do CPP, durante o período noturno, no caso 
de prisão preventiva e temporária, em que se exige mandado de prisão expedido por juiz 
competente, é vedado à autoridade policial ingressar em domicílio alheio para efetivar a prisão do 
suspeito. Todavia, nesse caso, se o morador consentir com o ingresso no seu domicílio, a autoridade 
policial poderá efetivar a prisão. 
Durante o período noturno, se o morador não permitir o ingresso no seu 
domicílio, a autoridade policial deverá aguardar o amanhecer, com os primeiros raios solares, para 
invadir, com ou sem consentimento do morador, a residência e aí sim efetivar a prisão. Se invadir 
sem permissão do morador, a prisão será ilegal, devendo ser relaxada. 
O mandado de prisão deverá preencher os requisitos do artigo 285, 
parágrafo único, do CPP. 
 
“por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”. 
fumus bonis iuris (ou fumus comissi delicti) e do periculum in mora (ou periculum libertatis). 
 
Necessita de Mandado 
03
 
 
 
31 
3.2) LEGITIMAÇÃO 
Diante do que dispõe o art. 5º, LXI, CF/88, no sentido de que ninguém 
será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei, 
resta claro que a prisão preventiva somente pode ser decretada por ordem judicial. 
Nesse caso, o Magistrado decreta, durante a investigação criminal ou ação 
penal, a prisão preventiva, que deve ser cumprida mediante a expedição do respectivo mandado. A 
prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal. 
Conforme se extrai do artigo 311 do CPP, durante a investigação policial, o 
juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício, mas apenas a requerimento do Ministério Público 
ou representação da autoridade policial. 
Durante a ação penal, a decretação da prisão preventiva pode ser decretada 
de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente de 
acusação, ou representação da autoridade policial. 
Se, na fase de investigação, o juiz decretar de ofício, a prisão preventiva 
será ilegal, sendo, nesse caso, cabível relaxamento de prisão. 
 
3.3) PRESSUPOSTOS 
Nos termos da parte final do artigo 312 do CPP, a prisão preventiva 
somente é possível, se, no caso concreto, houver indícios suficientes de autoria e prova da 
materialidade: 
 
 
 
Como o dispositivo se refere expressamente a “crime”, forçoso concluir 
que não cabe prisão preventiva nas contravenções penais. 
 
3.4) FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 312 
De acordo com o artigo 312 do CPP, a prisão preventiva pode ser 
decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução 
criminal, para assegurar a aplicação da lei penal ou em caso de descumprimento das obrigações 
impostas por força de outras medidas cautelares. 
 
 
32 
 
a) Garantia da ordem pública 
A prisão preventiva para garantia da ordem pública somente deve ocorrer 
em hipóteses de crimes que se revestem de especial gravidade no caso concreto, seja pela pena 
prevista, seja, sobretudo, pelos meios de execução utilizados. Cabe, ainda, prisão preventiva para 
garantia da ordem pública diante do risco de reiteradas investidas criminosas e quando presentesituação de comprovada intranquilidade coletiva no seio social ou de uma determinada comunidade. 
A gravidade em abstrato do crime não autoriza a prisão preventiva. O 
juiz deve analisar a gravidade de acordo com as circunstâncias do caso concreto. Se não fosse 
assim, todo crime de homicídio ou de roubo, por serem abstratamente graves, autorizariam a prisão 
preventiva compulsória. 
Em suma: a gravidade em concreto que autoriza a prisão preventiva é 
aquela revelada não só pela pena abstratamente prevista para o crime, mas também pelos meios de 
execução, quando a perversidade e o desprezo pelo bem jurídico atingido reclamarem medidas 
imediatas para assegurar a ordem pública, decretando-se a prisão preventiva. Diante disso, a 
gravidade em abstrato não constitui motivo idôneo a embasar um decreto de preventiva, devendo o 
Magistrado fundamentar sua decisão, nos termos do artigo 93, IX, da CF/88, art. 5º, LXI, da CF/88, 
bem como artigo 315 do CPP. 
Embora os tribunais superiores utilizem, em determinadas decisões, a 
expressão revogação da prisão preventiva, a FGV, no exame de 2010/03 e XIV Exame, sinalizou no 
*para todos verem: esquema 
 
 
33 
sentido de considerar, nesse caso, a ilegalidade de prisão, na medida em que, após constar no 
enunciado que o juiz decretou a prisão preventiva considerando a gravidade em abstrato do crime, 
no padrão de resposta da prova de 2010/03 constou a expressão “Ilegalidade na decretação da 
prisão preventiva”. No XIV Exame, após constar no enunciado que “Cristiano foi denunciado pela 
prática do delito tipificado no Art. 171, do Código Penal. No curso da instrução criminal, o 
magistrado que presidia o feito decretou a prisão preventiva do réu, com o intuito de garantir a 
ordem pública, “já que o crime causou grave comoção social, além de tratar-se de um crime grave, 
que coloca em risco a integridade social, configurando conduta inadequada ao meio social.”, a 
questão seguiu com a seguinte redação, “O advogado de Cristiano, inconformado com a fundamentação da 
medida constritiva de liberdade, impetrou Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito de relaxar tal 
prisão, já que a considerava ilegal”. 
Ressalta-se, por pertinente, que o clamor público, por si só, não autoriza 
o decreto da prisão preventiva, servindo como uma referência adicional para o exame da 
necessidade da custódia cautelar, devendo, portanto, estar acompanhado de situação concreta 
excepcional, que justifique a prisão processual. 
 
b) Conveniência da instrução criminal 
É empregada quando houver risco efetivo para a instrução criminal e não 
meras suspeitas ou presunções. Ou seja, simples receio ou medo da vítima ou testemunha em 
relação ao acusado, não autoriza o decreto da prisão preventiva. 
Não cabe prisão preventiva com fundamento na conveniência da instrução 
criminal quando se pretende interrogar ou compelir o acusado a participar de algum ato probatório 
(acareação, reconstituição ou reconhecimento), sobretudo pela violação ao direito ao silêncio. 
Se a prisão preventiva foi decretada exclusivamente com base na 
conveniência da instrução criminal, uma vez encerrada a instrução, não há mais motivo para subsistir 
o decreto, impondo-se, então, a revogação, conforme se infere dos arts. 316 e 282, § 5º, ambos do 
CPP. Do contrário, passa a preventiva a se constituir uma forma de execução antecipada de pena, 
configurando constrangimento ilegal. 
 
 
 
*para todos verem: esquema 
 
 
34 
 
c) Garantia da aplicação da lei penal 
 
Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar 
ao Estado o exercício do seu direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é considerado autor 
da infração penal. 
É a prisão para evitar que o agente empreenda fuga, tornando inútil a 
sentença penal por impossibilidade de aplicação da pena cominada. 
Todavia, o risco de fuga não pode ser presumido. Tem de estar fundado 
em circunstâncias concretas. Logo, não havendo nenhum elemento concreto, mas mera suspeita de 
fuga, não há motivo suficiente para o decreto da prisão preventiva. 
 
 
d) Garantia de ordem econômica 
 
Nesse caso, visa-se, com a decretação da prisão preventiva, impedir que o 
agente, causador de seriíssimo abalo à situação econômico-financeira de uma instituição financeira 
ou mesmo de órgão do Estado, permaneça em liberdade, demonstrando à sociedade a impunidade 
reinante nessa área. 
Equipara-se o criminoso do colarinho branco aos demais delinquentes 
comuns, na medida em que o desfalque em uma instituição financeira pode gerar maior repercussão 
na vida das pessoas, do que um simples roubo contra um indivíduo qualquer. 
 
e) Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares 
 
Nos termos do art. 312, parágrafo único, do CPP, a prisão preventiva 
também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas 
por força de outras medidas cautelares (art. 319 do CPP), conforme art. 282, § 4º, do CPP. 
Nesse caso, é imprescindível que o juiz atente para a proporcionalidade, 
devendo sempre priorizar a cumulação de medidas cautelares ou adoção de outra mais grave, 
optando pela prisão preventiva em último caso. 
Em síntese, o Juiz deve priorizar a aplicação de medida cautelar diversa da 
prisão caso entenda adequada e suficiente diante do caso concreto. Ex: Suponha que o juiz 
determine a proibição do acusado de estabelecer contato com pessoa determinada (art. 319, III, 
CPP) e ele descumpre a medida. Nesse caso, o juiz deve, primeiro, optar por substituir a medida ou 
*para todos verem: esquema 
 
 
35 
aplicar outra em cumulação, para só então, se persistir o descumprimento, decretar a preventiva, 
conforme dispõe o art. 312, parágrafo único, c/c o art. 282, § 4º, CPP. 
 
 
3.5) CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 313 
Não se mostra suficiente a presença de um dos fundamentos da prisão 
preventiva, devendo, além disso, ser decretada somente em determinadas espécies de infração penal 
ou sob certas circunstâncias. Trata-se das condições de admissibilidade previstas no artigo 313 do 
CPP. 
 
 
 
Nos termos desse inciso, somente é cabível a prisão preventiva para os 
crimes dolosos com pena máxima, privativa de liberdade, superior a quatro anos. 
O limite de 04 anos tem a sua razão de ser, porquanto, se condenado 
definitivamente, o agente poderá, se preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código Penal, ter 
substituída sua pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Nesse sentido, se condenado o 
agente não irá, a princípio, para prisão, com muito mais razão não poderá ser mantido preso quando 
incide a seu favor a presunção da inocência. 
Além disso, se condenado a pena não superior a 04 anos, o agente poderá 
cumprir a pena privativa de liberdade em regime aberto, podendo sair para trabalhar durante o dia e 
retornar ao cárcere à noite. 
São inúmeros os crimes que, em razão deste inciso, não comportam prisão 
preventiva, tais como furto simples (art. 155 CP), apropriação indébita (art. 168 CP), receptação 
simples (art. 180 CP), descaminho (Art. 334 do CP), dentre outros. 
No caso de concurso material de crimes, somam-se as penas para fins de 
prisão preventiva. Nos casos de concurso formal de crimes e crime continuado, considera-se a causa 
de aumento no máximo e a de diminuição no mínimo. Em qualquer caso, se a pena máxima for 
superior a 04 anos, poderá, em tese, ser decretada a prisão preventiva. 
Tratando-se de causas de aumento de pena e de diminuição da pena, deve-
se considerar a quantidade que mais aumente ou que menos diminua, respectivamente, a fim de se 
chegar a pena máxima cominada ao delito. 
Ex1: Furto noturno, previsto no artigo 155, § 1º, CP, a pena é aumentada 
em 1/3. O furto simples não autoriza o decreto da prisão preventiva, pois a pena máxima cominada é 
A) NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA PRIVATIVADE LIBERDADE MÁXIMA SUPERIOR 
A 4 (QUATRO) ANOS: 
*para todos verem: esquema 
 
 
36 
de 04 anos. Todavia, se for praticado durante repouso noturno, a pena é aumentada em 1/3, 
superando os 04 anos e, por conseguinte, autorizando o decreto da prisão preventiva. 
Ex2: Tentativa de estelionato. Conforme o artigo 171 do CP, a pena máxima 
cominada ao delito de estelionato é de 05 anos. Na hipótese de tentativa de estelionato, esta pena 
poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3, conforme dispõe o art. 14, parágrafo único, do Código Penal. Se 
aplicada sobre a pena de 05 anos a redução mínima (1/3), a pena resultará em 03 anos e 04 meses, 
quantidade, portanto, incompatível com o disposto no artigo 313, inciso I, do CPP, o decreto da prisão 
preventiva. 
Assim, se uma pessoa primária está sendo processada por crime cuja pena 
máxima não excede 4 anos, descabe inicialmente a prisão preventiva, ainda que existam provas de 
que ela, por exemplo, está ameaçando testemunhas, podendo, nesse caso, ser aplicada uma das 
medidas cautelares previstas no art. 319 CPP. Somente se descumprida a medida cautelar, pode-se 
aventar a possibilidade de decreto da preventiva, com base no artigo 282, § 4º, c/c art. 312, 
parágrafo único, CPP. 
 
 
T 
rata-se da hipótese do réu reincidente em crime doloso. Nesse sentido, 
ainda que se trate de crime com pena máxima não superior a quatro anos, poderá ser decretada a 
prisão preventiva se o réu for reincidente em crime doloso, desde que presente um dos fundamentos 
do art. 312 do CPP. 
Convém ressaltar que, se for reincidente, mas não em crime doloso (registra 
contra si sentença condenatória transitada em julgado por crime culposo e depois pratica crime 
doloso), somente será possível decretar a prisão preventiva se a pena máxima cominada ao delito 
superar 04 (quatro) anos, se previsto um dos fundamentos do artigo 312 do CPP. 
 
 
 
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência doméstica e familiar 
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a 
execução das medidas protetivas de urgência. 
Além das medidas protetivas previstas na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da 
Penha), a nova redação do artigo 313 do CPP incluiu os casos de violência doméstica, não só em 
relação à mulher, mas à criança, adolescente, idoso, enfermo ou qualquer pessoa com deficiência. 
Essas medidas protetivas estão previstas no art. 22 da Lei 11.340/2006 (Lei 
Maria da Penha), arts. 43 a 45 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), e arts. 98 a 101 do ECA (Lei 
8069/90). 
C) SE O CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, CRIANÇA, 
ADOLESCENTE, IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, PARA GARANTIR A 
EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
B) SE O RÉU OSTENTAR CONDENAÇÃO ANTERIOR DEFINITIVA POR OUTRO CRIME DOLOSO NO 
PRAZO DE 05 ANOS DA REINCIDÊNCIA 
 
 
37 
Convém registrar que, neste caso, a prisão preventiva será decretada 
apenas para garantir a execução das medidas protetivas de urgência, indicando, assim, a necessidade 
de imposição anterior das cautelares protetivas de urgência. 
 
 
Questão 01 - XXVIII Exame 
Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em razão de manobra indevida, acabou por 
atropelar uma vítima, causando-lhe lesões corporais. Com a chegada da Polícia Militar, foi solicitado que 
Matheus realizasse exame de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi informado pela autoridade 
policial, que comparecera ao local, que ele seria obrigado a realizar o exame para verificar eventual 
prática também do crime previsto no Art. 306 da Lei nº 9.503/97. Diante da afirmativa da autoridade 
policial, Matheus, apesar de não desejar, viu-se obrigado a realizar o teste do bafômetro. Após conclusão 
do inquérito policial, com oitiva e representação da vítima, foi o feito encaminhado ao Ministério Público, 
que ofereceu denúncia imputando a Matheus apenas a prática do crime do Art. 303, da Lei nº 9.503/97, 
prosseguindo as investigações com relação ao crime do Art. 306 do mesmo diploma legal. Ainda na 
exordial acusatória, foi requerida a decretação da prisão preventiva de Matheus, pelo risco de reiteração 
delitiva, tendo em vista que ele seria reincidente específico, já que a única anotação constante de sua 
Folha de Antecedentes Criminais, para além do presente processo, seria a condenação definitiva pela 
prática de outro crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor. No 
recebimento da denúncia, o juiz competente decretou a prisão preventiva. Considerando as informações 
narradas, na condição de advogado(a) de Matheus, responda aos itens a seguir. A) Poderia Matheus ter 
sido obrigado a realizar o teste de bafômetro, conforme informado pela autoridade policial, mesmo diante 
de sua recusa? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual requerimento deveria ser formulado, em busca da liberdade de Matheus, diante da decisão do 
magistrado, que decretou sua prisão preventiva em razão de sua reincidência? Justifique. (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
Questão 01 – XX EXAME DA OAB 
Fausto, ao completar 18 anos de idade, mesmo sem ser habilitado legalmente, resolveu sair com o carro 
do seu genitor sem o conhecimento do mesmo. No cruzamento de uma avenida de intenso movimento, 
não tendo atentado para a sinalização existente, veio a atropelar Lídia e suas 05 filhas adolescentes, que 
estavam na calçada, causando-lhes diversas lesões que acarretaram a morte das seis. Denunciado pela 
prática de seis crimes do Art. 302, § 1º, incisos I e II, da Lei nº 9503/97, foi condenado nos termos do 
pedido inicial, ficando a pena final acomodada em 04 anos e 06 meses de detenção em regime 
semiaberto, além de ficar impedido de obter habilitação para dirigir veículo pelo prazo de 02 anos. A 
pena privativa de liberdade não foi substituída por restritivas de direitos sob o fundamento exclusivo de 
que o seu quantum ultrapassava o limite de 04 anos. No momento da sentença, unicamente com o 
 
 
38 
fundamento de que o acusado, devidamente intimado, deixou de comparecer espontaneamente a última 
audiência designada, que seria exclusivamente para o seu interrogatório, o juiz decretou a prisão cautelar 
e não permitiu o apelo em liberdade, por força da revelia. Apesar de Fausto estar sendo assistido pela 
Defensoria Pública, seu genitor o procura, para que você, na condição de advogado(a), preste assistência 
jurídica. Diante da situação narrada, como advogado(a), responda aos seguintes questionamentos 
formulados pela família de Fausto: 
A) Mantida a pena aplicada, é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Em caso de sua contratação para atuar no processo, o que poderá ser alegado para combater, 
especificamente, o fundamento da decisão que decretou a prisão cautelar? (Valor: 0,60) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não pontua 
 
QUESTÃO 4 – XX EXAME PROVA REAPLICADA EM PORTO VELHO/RO (por conta da falta de 
luz no dia da prova geral da 2ª fase) 
Maria, primária e com bons antecedentes, trabalha há vários anos dirigindo uma van de transporte de 
crianças. Certo dia, após mudar o itinerário sempre observado, resolve fazer compras em um 
supermercado, onde permaneceu por duas horas, esquecendo de entregar uma das crianças de 03 anos 
na residência da mesma. Ao retornar ao veículo, encontra a criança desfalecida e, desesperada, leva-a ao 
hospital, não conseguindo, porém, evitar o óbito. Acabou denunciada e condenada pela prática do injusto 
do Art. 133, § 2º, do Código Penal (abandono de incapaz com resultado morte) à pena de 04 anos de 
reclusão em regime aberto. Apesar de ter respondido ao processo em liberdade, não foi permitido à 
Maria apelar em liberdade, fundamentandoo juiz a ordem de prisão na grande comoção social que o fato 
causou. A família dispensou o advogado anterior e o(a) procurou para que assumisse a defesa de Maria. 
Considerando apenas as informações narradas na situação hipotética, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a tese de direito material a ser alegada em eventual recurso defensivo para evitar a punição de 
Maria pelo crime pelo qual foi denunciada? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual a medida que deve ser adotada na busca da liberdade imediata de Maria e com qual 
fundamento? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
Questão 02 - XVII EXAME 
Glória, esposa ciumenta de Jorge, inicia uma discussão com o marido no momento em que ele chega do 
trabalho à residência do casal. Durante a discussão, Jorge faz ameaças de morte à Glória, que, de 
imediato comparece à Delegacia, narra os fatos, oferece representação e solicita medidas protetivas de 
urgência. Encaminhados os autos para o Ministério Público, este requer em favor de Glória a medida 
protetiva de proibição de aproximação, bem como a prisão preventiva de Jorge, com base no Art. 313, 
inciso III, do CPP. O juiz acolhe os pedidos do Ministério Público e Jorge é preso. Novamente os autos 
 
 
39 
são encaminhados para o Ministério Público, que oferece denúncia pela prática do crime do Art. 147 do 
Código Penal. Antes do recebimento da inicial acusatória, arrependida, Glória retorna à Delegacia e 
manifesta seu interesse em não mais prosseguir com o feito. A família de Jorge o procura em busca de 
orientação, esclarecendo que o autor é primário e de bons antecedentes. Considerando apenas a 
situação narrada, na condição de advogado(a) de Jorge, esclareça os seguintes questionamentos 
formulados pelos familiares: 
A) A prisão de Jorge, com fundamento no Art. 313, inciso III, do Código de Processo Penal, é válida? 
(Valor: 0,60) 
B) É possível a retratação do direito de representação por parte de Glória? Em caso negativo, explicite as 
razões; em caso positivo, esclareça os requisitos. (Valor: 0,65) Obs.: o examinando deve fundamentar 
suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação 
 
QUESTÃO 02 - XV EXAME 
Durante inquérito policial que investigava a prática do crime de extorsão mediante sequestro, esgotado o 
prazo sem o fim das investigações, a autoridade policial encaminhou os autos para o Judiciário, 
requerendo apenas a renovação do prazo. O magistrado, antes de encaminhar o feito ao Ministério 
Público, verificando a gravidade em abstrato do crime praticado, decretou a prisão preventiva do 
investigado. Considerando a narrativa apresentada, responda aos itens a seguir. 
A) Poderia o magistrado adotar tal medida? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) A fundamentação apresentada para a decretação da preventiva foi suficiente? Justifique. (Valor: 0,60) 
O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
QUESTÃO 3 – EXAME DE 2010/03 
Jeremias é preso em flagrante pelo crime de latrocínio, praticado contra uma idosa que acabara de sacar 
o valor relativo à sua aposentadoria dentro de uma agência da Caixa Econômica Federal e presenciado 
por duas funcionárias da referida instituição, as quais prestaram depoimento em sede policial e 
confirmaram a prática do delito. Ao oferecer denúncia perante o Tribunal do Júri da Justiça Federal da 
localidade, o Ministério Público Federal requereu a decretação da prisão preventiva de Jeremias para a 
garantia da ordem pública, por ser o crime gravíssimo e por conveniência da instrução criminal, uma vez 
que as testemunhas seriam mulheres e poderiam se sentir amedrontadas caso o réu fosse posto em 
liberdade antes da colheita de seus depoimentos judiciais. Ao receber a inicial, o magistrado decretou a 
prisão preventiva de Jeremias, utilizando-se dos argumentos apontados pelo Parquet. Com base no caso 
acima, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, 
indique os argumentos defensivos para atacar a decisão judicial que recebeu a denúncia e decretou a 
prisão preventiva. 
 
 
 
 
40 
REVOGAÇÃO 
 DA PREVENTIVA 
PRISÃO PREVENTIVA 
LEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
3.6) PEÇAS PRIVATIVAS DE ADVOGADO NO CONTEXTO DE PRISÃO PREVENTIVA 
 
3.6.1) REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
I) BASE LEGAL 
 
 
 
 
II) IDENTIFICAÇÃO 
Prisão preventiva legal. Quando não mais subsistir o motivo que ensejou o 
decreto da prisão preventiva. Trata-se de peça privativa de advogado. 
 
III) CONTEÚDO 
Buscar no enunciado informações no sentido de que não mais subsistem 
os motivos que ensejaram o decreto da prisão preventiva, previstos no artigo 312 do Código de 
Processo Penal, ou seja, que o agente não representa risco à ordem pública, à ordem econômica, à 
conveniência da instrução criminal, bem como à aplicação da lei penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BASE LEGAL: art. 316 do CPP 
*para todos verem: esquema 
 
 
41 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA ... (SE CRIME 
DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL)16 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA ... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA ... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº... 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado..., por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com 
base no artigo 316 do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I) DOS FATOS17 
II) DO DIREITO 
* Mencionar, por cautela, o disposto no art 5º, LVII, da CF/88 (princípio da presunção da inocência). 
* Demonstrar que cessaram os motivos que ensejaram a prisão preventiva (a ausência dos fundamentos do 
artigo 312 do CPP). 
* Fazer, se for o caso, referência a medidas cautelares, invocando os artigos 282 e 319 e 320 do CPP18. 
 
16 Ver art. 109 da CF 
17 Narrar os fatos, fazendo um breve relato. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
18 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar 
atividades 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva 
o indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a 
investigação ou instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha 
residência e trabalho fixos; 
 VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando 
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais. 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de 
reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para

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