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VIAS DE INFECÇÃO ODONTOGÊNICA

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Manual
VIAS DE INFECÇÃO
ODONTOGÊNICA
L A C A P E | L A C A P E U F C
LIGA DE ANATOMIA DE CABEÇA E PESCOÇO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
@ LACAPEUFC
Vias de Infecção Odontogênica
As infecções odontogênicas são resultados de infecções
bacterianas que podem ficar circunscritas em sua área de
origem ou podem propagar-se através de vasos linfáticos e
venosos, mas principalmente através da difusão nos espaços
conjuntivos da região de cabeça e pescoço, cuja sua
delimitação irá depender das estruturas anatômicas que as
circundam. Essa propagação depende da virulência dos
microrganismos envolvidos*. O conhecimento das vias de
propagação de infecções odontogênicas faz-se importante no
diagnóstico clínico e tratamento da infecção.
 A etiologia desse tipo de infecção pode ser de origem periapical (ex.:
necrose pulpar por lesão cariosa) ou periodontal (ex.: invasão de bactérias nos tecidos
adjacentes ocasionadas por bolsa periodontal), na qual podem estar localizadas,
formando abscessos periapicais, ou tomar maiores proporções, formando celulites ou
fleimões. 
ETIOLOGIA:
A primeira barreira que uma infecção odontogênica periapical encontra é o próprio
osso alveolar, podendo ficar circunscrita ao periápice ou, caso não haja o tratamento,
se propagar. Neste último caso, a infecção pode perfurar a cortical óssea de menor
resistência, podendo permanecer subperiosteal, elevando o periósteo, ou, mais
comumente, perfurando-o. Para que haja um diagnóstico do comprometimento dos
espaços faciais é necessário o conhecimento da topografia dentoalveolar, da
localização do ápice radicular dental no sentido vestíbulo-lingual, assim como dos
músculos da região de cabeça e pescoço associados.
A topografia dentoalveolar da maxila é caracterizada por uma cortical óssea
vestibular fina, sendo a via preferencial de infecções originadas na maxila. Já na
mandíbula, a cortical óssea vestibular é mais fina apenas na região de incisivos a pré-
molares, havendo espessamento na cortical vestibular na região de molares devido a
presença da linha oblíqua externa, sendo assim a cortical óssea lingual a via
preferencial de infecções em molares inferiores. Entretanto a relação entre o
comprimento, a inclinação e a associação das raízes dos dentes com os músculos
adjacentes ajudam a determinar a direção da disseminação infecciosa.
* Pacientes diabéticos não controlados podem sofrer rápida multiplicação bacteriana, mesmo com
microrganismos de baixa virulência.
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Após a infecção perfurar a cortical óssea de
menor resistência, a infecção se dissemina para
os espaços faciais. Ademais, existem outras vias
de disseminação de uma infecção odontogênica,
como a via linfática cuja propagação da
infecção se dá através dos capilares linfáticos, os
quais irão se apresentar com aumento de
volume, doloridos e palpáveis. Outra via de
disseminação é a via sanguínea, principalmente
a venosa, e menos comumente a propagação ao
longo de bainhas nervosas.
A infecção originada de incisivos centrais superiores tende a drenar para região
vestibular, abaixo do músculo orbicular da boca, apresentando normalmente uma
fístula na mucosa gengival. Quando originada de incisivos laterais superiores, essa
infecção pode se disseminar em sentido vestibular, devido à fina cortical óssea, ou ir
em direção palatina, devido à inclinação da raiz desses dentes para o palato. Em casos
extremos, essa infecção pode alcançar a cavidade nasal. 
Em relação aos caninos superiores, a drenagem do abcesso pode ocorrer intrabucal,
quando a perfuração se dá abaixo do músculo levantador do ângulo da boca, ou
extrabucal, quando o ápice do canino está acima da inserção do músculo levantador
do ângulo da boca, acometendo o espaço canino. Em pré-molares, a infecção pode
seguir por vestibular ou ir em direção palatina, devido ao fato do primeiro pré-molar
superior apresentar duas raízes (uma vestibular e outra palatina); quando essa
infecção evolui acima do músculo bucinador, há o acometimento do espaço bucal. 
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Molares superiores também podem apresentar disseminação intraoral por vestibular ou
por palatina, ou extrabucal, quando ultrapassa a origem do músculo bucinador e
acomete o espaço bucal. Ademais, pode afetar outros espaços faciais, como o
infratemporal ou mais raramente o espaço submassetérico
A infecção originada de incisivos inferiores tende a perfurar a cortical óssea vestibular,
restringindo-se vestibularmente quando ocorre acima do músculo mentoniano,
entretanto, quando ocorre abaixo desse músculo, a infecção atinge o espaço
submentoniano. Quando ocorre em canino inferior sua disseminação é
preferencialmente para vestibular, mas caso seu ápice ultrapasse a inserção muscular,
pode acometer o espaço submentoniano.
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Em relação aos pré-molares inferiores, o abscesso pode ser intraoral ou extrabucal.
Eventualmente essa infecção pode difundir-se para o espaço sublingual, quando o
ápice dental se encontrar acima da origem do músculo milo-hiódeo. 
Abscessos associados ao primeiro e segundo molar inferior podem propagar-se por
vestibular de forma intraoral, ou de forma extrabucal, quando ocorre abaixo da origem
do músculo bucinador, afetando o espaço bucal. Quando a perfuração ocorre pela
lingual, pode acometer o espaço sublingual (caso o ápice dental se encontre acima do
músculo milo-hióide) ou, mais raramente, o espaço submandibular (caso o ápice dental
se encontre abaixo do músculo milo-hióide). 
A infecção originada do terceiro molar inferior difunde-se preferencialmente por
lingual, visto que seu ápice está mais próximo da lâmina lingual, sendo mais comum o
acometimento do espaço submandibular, pois o ápice desse dente geralmente
encontra-se abaixo da origem do músculo milo-hióideo. Quando esse dente se encontra
no sentido horizontal ou mesioangular, a infecção pode se dá posteriormente ao
músculo milo-hióideo, acomentendo o espaço pterigomandibular.
Fonte: Google Imagens.
Fonte: Google Imagens. Fonte: Google Imagens.
@ LACAPEUFC
Espaços Faciais
Quando uma infecção odontogênica não é tratada, ela tende a progredir e se espalhar
através dos espaços faciais. Os espaços faciais são espaços virtuais preenchidos por
tecido conjuntivo frouxo, tecido adiposo ou estruturas neurovasculares, sendo
delimitados por fáscias e músculos. Diante de infecções, as fáscias podem ser
perfuradas, levando ao acúmulo de material purulento nessa região. Soma-se a isso, o
fato de essas estruturas serem mal irrigadas, possuindo uma baixa capacidade de
defesa. 
Os espaços faciais são classificados em: espaço facial primário, secundário e cervical,
sendo o primeiro dividido em primário da maxila e primário da mandíbula.
POSSÍVEIS VIAS DE DISSEMINAÇÃO DE INFECÇÃO ODONTOGÊNICA
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ESPAÇO CANINO
ORIGEM: Infecção do dente canino superior, quando o ápice deste se encontra acima
do músculo levantador do ângulo da boca.
LOCALIZAÇÃO: Superfície anterior da maxila, entre os músculos levantadores do lábio
superior. Neste espaço localiza-se o feixe vásculo-nervoso infraorbital.
LIMITES: Espaço facial delimitado anteriormente pela pele, posteriormente pela
superfície anterior da maxila, superiormente pelo músculo levantador do lábio superior
e inferiormente pelo músculo levantador do ângulo da boca.
ESPAÇO BUCAL
ORIGEM: Infecção de molares e pré-molares superiores, quando seus ápices se
localizam acima do músculo bucinador. Ou, menos comum, infecção proveniente de pré-
molares inferiores, quando seu ápice se localiza abaixo da origem do músculo
bucinador. 
LOCALIZAÇÃO: Entre o músculo bucinador e a pele e mucosa da bochecha. Esse
espaço é preenchido pelo corpo adiposo da bochecha.
LIMITES: Esse espaço é delimitado lateralmente pela pele, tela subcutânea e mucosa
da bochecha, medialmente pelo músculo bucinador, superiormente pelo arco
zigomático, inferiormenteacima da borda inferior da mandíbula, posteriormente pelo
músculo masseter.
SINAIS CLÍNICOS: Edema da região acima delimitada, apresentando inchaço na
região da bochecha. 
Obs: A infecção do espaço bucal pode evoluir em direção a o espaço infratemporal ou
em direção ao espaço submassetérico, contudo esse acometimento é mais raro.
@ LACAPEUFC
Espaços Faciais Primários da Maxila
SINAIS CLÍNICOS: Edema na região, lateralmente ao
nariz, apresentando desaparecimento do sulco nasolabial,
podendo alcançar o ângulo medial do olho, causando sinais
semelhantes a uma dacriocistite (inflamação do saco
lacrimal) e tecido conjuntivo da pálpebra inferior.
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ESPAÇO INFRATEMPORAL 
ORIGEM: Infecção proveniente do terceiro molar superior.
LOCALIZAÇÃO: Posteriormente à tuberosidade da maxila. Neste espaço localizam-se
os músculos pterigoideos, medial e lateral.
LIMITES: Espaço anteriormente delimitado pela maxila, superiormente pela base do
crânio e superfície infratemporal da asa maior do osso esfenoide, medialmente pela
lâmina lateral do processo pterigoide do osso esfenoide e lateralmente este continua-se
como espaço temporal profundo. 
SINAIS CLÍNICOS: Apresenta poucos sinais clínicos, podendo apresentar às vezes,
apenas trismo e espasmo muscular.
Obs: A infecção do espaço infratemporal pode evoluir e acometer o espaço facial
secundário, o espaço temporal; ou mesmo alcançar o espaço parafaríngeo e órbita,
através da fissura orbital inferior.
Fonte: Hupp, 2009.
ESPAÇO BUCAL
Espaço já descrito nos espaços faciais primários da maxila. 
ESPAÇO SUBLINGUAL
ORIGEM: Infecção proveniente de molares e pré-molares inferiores, quando a infecção
perfura a cortical lingual e o ápice dental está acima da origem do músculo milo-
hióideo.
LOCALIZAÇÃO: Assoalho da boca. 
LIMITES: Inferiormente pelo músculo milo-hióideo, superiormente pela mucosa do
soalho da boca, anterolateralmente pelo corpo da mandíbula e posteriormente pelo
osso hioide, comunicando-se com o espaço submandibular e com os espaços
secundários.
SINAIS CLÍNICOS: Edema intrabucal em região de soalho da boca, elevação do
soalho da boca e da língua, podendo apresentar dificuldade de respirar.
@ LACAPEUFC
Espaços Faciais Primários da Mandíbula
Fonte: Teixeira, 2008.
Fonte: Teixeira, 2008. Fonte: Hupp, 2009.
@ LACAPEUFC
ESPAÇO SUBMANDIBULAR
ORIGEM: Infecção proveniente de molares inferiores, principalmente do 3° e às vezes o
2° molar inferior. O acometimento desse espaço ocorre quando a perfuração da cortical
lingual e o ápice dental se encontra abaixo do músculo milo-hióideo.
LOCALIZAÇÃO: Região submandibular.
LIMITES: Superiormente pelo músculo milo-hióideo, inferiormente pela lâmina de
revestimento da fáscia cervical, músculo platisma e pele, antero-lateralmente pelo
corpo da mandíbula e posteriormente comunica-se com os espaços secundários. 
SINAIS CLÍNICOS: Inchaço extrabucal na região submandibular, que vai da borda
inferior da mandíbula ao músculo digástrico e posteriormente até o osso hióide.
ESPAÇO SUBMENTONIANO
ORIGEM: Infecção proveniente de incisivos e caninos inferiores, quando seus ápices se
encontram abaixo do músculo mentual.
LOCALIZAÇÃO: Região submentoniana.
LIMITES: Espaço delimitado superiormente pelo milo-hióideo, inferiormente pela fáscia
cervical, músculo platisma e a pele, ântero-lateralmente pelos dois ventres anteriores do
músculo digástrico e posteriormente pelo osso hióide.
SINAIS CLÍNICOS: Edema na ponta ou abaixo do mento, na região de linha média.
Obs: A infecção do espaço submentoniano pode comunicar-se com o espaço
submandibular. 
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Fonte: Google Imagens. Fonte: Google Imagens.
Fonte: Google Imagens.
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Espaços Faciais Secundários
A infecção do espaço facial primário, quando não tratada, progride para os espaços
faciais secundários, os quais são mais severos e perigosos, sendo mais difícil de tratar.
O espaço facial secundário também é conhecido como espaço mastigador, por ser
relacionado à musculatura da mastigação; esse termo é utilizado para referir-se aos
espaços massetérico, pterigomandibular e temporal em conjunto, podendo ser
considerado como único por se tratar de espaços interligados por músculos e fáscias, e
ser ocupado por tecido conjuntivo frouxo e pelo corpo adiposo mastigador, e por se
comunicarem livremente.
ESPAÇO MASSETÉRICO
ORIGEM: Geralmente proveniente da infecção do espaço bucal, porém também pode
ser acometido diretamente por uma infecção oriunda de tecidos moles em torno do
terceiro molar inferior (pericoronarite).
LOCALIZAÇÃO: Entre a região externa do ramo da mandíbula e o músculo masseter.
LIMITES: Espaço delimitado medialmente pela região externa do ramo da mandíbula
e lateralmente pelo músculo massetérico.
SINAIS CLÍNICOS: Inchaço em torno do ângulo da mandíbula, na região do músculo
massetérico, com presença de trismo muscular.
Fonte: Hupp, 2009.
ESPAÇO TEMPORAL (SUPERFICIAL E PROFUNDO)
ORIGEM: Espaço raramente afetado, pode ser acometido por infecção proveniente dos
espaços massetérico e pterigomandibular.
LOCALIZAÇÃO: Entre a fáscia temporal e o músculo temporal (espaço temporal
superficial). Entre o músculo temporal e a fossa temporal (espaço temporal profundo).
LIMITES: Espaço delimitado medialmente pela fossa temporal e espaço infratemporal
mais abaixo, lateralmente pela fáscia temporal e 
SINAIS CLÍNICOS: Trismo muscular e inchaço na região temporal, acima do arco
zigomático e posterior à borda lateral da órbita.
@ LACAPEUFC
ESPAÇO PTERIGOMANDIBULAR
ORIGEM: Geralmente proveniente da infecção dos espaços sublingual e
submandibular, porém pode também ser diretamente acometido por agulhas
anestésicas contaminadas, durante a punção anestésica do nervo alveolar inferior e
nervo lingual, que se encontram neste espaço.
LOCALIZAÇÃO: Entre a região interna do ramo da mandíbula e o músculo
pterigoideo medial. 
LIMITES: Espaço delimitado lateralmente pela região interna do ramo da mandíbula,
medialmente pelo músculo pterigóideo medial, superiormente pelo músculo pterigóideo
lateral e posteriormente pelo espaço parafaríngeo.
SINAIS CLÍNICOS: Trismo muscular, dificuldade de
deglutir e respirar, edema intraoral com aumento de
volume no palato mole e arco palatoglosso, com
desvio da úvula para o lado oposto da origem da
infecção. Ausência de edema extra-oral.
Obs: O espaço pterigomandibular se comunica com o espaço submassetérico, podendo
envolver o espaço subparotídeo.
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ESPAÇO FARÍNGEO LATERAL
ORIGEM: Geralmente acometido por infecções provenientes do espaço
pterigomandibular.
LOCALIZAÇÃO: Lateral à faringe.
LIMITES: Espaço delimitado lateralmente pelo músculo pterigóideo medial,
medialmente pelo músculo constrictor superior da faringe (revestido pela fáscia
bucofaríngea), entre a parede lateral da faringe e a fáscia do músculo pterigoideo
medial, superiormente delimitado pela base do crânio, pelo osso esfenoide,
anteriormente pela rafe pterigomandibular, póstero-medialmente pela fáscia pré-
vertebral e inferiormente pelo osso hióide, pela glândula submandibular e músculo
digástrico.
SINAIS CLÍNICOS: Inchaço na região lateral do pescoço e parede lateral da faringe,
que atinge até a linha média, trismo severo, principalmente do músculo pterigóideo
medial, e dificuldade de deglutir. O paciente pode apresentar complicações como:
edema da laringe, trombose da veio jugular interna e erosão da artéria carótida
interna e ramos, com grande hemorragia, interferência nos nervos cranianos IX, X, XI e
XII.
Obs: Esse espaço comunica-se com o espaço submandibular. O abscesso pode avançar
e descer em direção a cavidade torácica ou mesmo alcançar a base do crânio. A
infecção pode perfurar a fáscia bucofaríngea ou a lâmina pré-vertebral, atingindo o
espaço retrofaríngeo.
@ LACAPEUFC
Espaços Faciais Cervicais
Quando uma infecçãodo espaço facial secundário não é tratada, a infecção avança e
pode, por continuidade ir em direção posterior e acometer os espaços faciais cervicais.
Apesar de ser raro o acometimento dos espaços faciais cervicais, por se comunicarem
com o mediastino, a infecção desse espaço pode resultar em graves sequelas.
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ESPAÇO RETROFARÍNGEO
ORIGEM: Geralmente provenientes da infecção do espaço faríngeo lateral, quando há
perfuração na fáscia bucofaríngea ou a pré-traqueal.
LOCALIZAÇÃO: Posterior à faringe.
LIMITES: Espaço delimitado anteriormente pelo músculo constrictor superior da faringe
e pela fáscia bucofaríngea, posteriormente pela fáscia alar, superiormente pela base
do crânio e inferiormente ao nível da vértebra C7 a T1, através de um fundo-se-saco
produzido pela fusão da lâmina pré-vertebral com a fáscia alar.
SINAIS CLÍNICOS: Necessita de avaliação radiográfica da lateral do pescoço, onde
pode ser percebido aumento dos tecidos moles posteriores à faringe e ao esôfago, além
da inversão da curvatura da coluna cervical. 
Obs: Pode haver complicações, por se tratar de uma infecção grave, que seguindo em
direção inferior, pode atingir o mediastino posterior, no tórax, pode ocorrer obstrução
de vias aéreas, devido ao deslocamento da parte posterior da faringe e esôfago
anteriormente; ruptura do abscesso retrofaríngeo com aspiração de secreção purulenta
para os pulmões, causando asfixia; disseminação da infecção para o mediastino,
resultando em uma grave infecção do toráx. Além dessas complicações, a infecção
deste espaço pode perfurar a fáscia alar, atingindo o espaço pré-vertebral.
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@ LACAPEUFC
ESPAÇO PRÉ-VERTEBRAL
ORIGEM: Geralmente proveniente da infecção do espaço retrofaríngeo, quando a
fáscia alar é perfurada.
LOCALIZAÇÃO: Posteriormente ao espaço retrofaríngeo.
LIMITES: Espaço delimitado superiormente pela base do crânio, pelo tubérculo
faríngeo, anteriormente pela fáscia alar, posteriormente pela lâmina pré-vertebral e
inferiormente pelo diafragma. 
SINAIS CLÍNICOS: Podem ocorrer complicações graves como às do espaço
retrofaríngeo, porém com o agravante de este espaço ter uma extensão inferior até o
diafragma, aumentando ainda mais as chances de ocorrerem complicações torácicas.
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Angina de Ludwig
Acometimento infeccioso simultâneo dos espaços sublingual,
submandibular e submentual, bilateralmente. Celulite que tende
a invadir os espaços faciais mais profundos, ocasionando
edema e obstrução das vias áreas. Trata-se de uma condição
muito grave, no qual sua rápida progressão pode acometer os
espaços faciais secundário e cervicais e levar o paciente a óbito
se não tratado urgentemente. Diante desse quadro, observa-se
elevação da língua, trismo muscular severo, dificuldade de
deglutir e respirar, por obstrução das vias aéreas superiores,
sendo em alguns casos necessária traqueostomia.
Trombose do Seio Cavernoso
Trata-se de uma infecção do seio cavernoso através da propagação por via sanguínea,
no qual as bactérias podem disseminar-se através das veias que se comunicam com o
seio, pois nesta região elas não apresentam válvulas, e o fluxo sanguíneo pode ter
direção intracraniana. Nesse contexto, as veias mais importantes são a veia angular, a
qual se anastomosa com as veias oftálmicas superiores e/ou inferiores, que drenam
para o seio cavernoso; e o plexo venoso pterigóideo, o qual drena para as veias
emissárias esfenoidais que drenam para o seio cavernoso. 
Esse tipo de infecção é rara e
extremamente letal, em função das
estruturas nobres banhadas pelo seio
cavernoso, como a artéria carótida
interna, os nervos oftálmico (V¹ par),
oculomotor (III par) e troclear (IV
par), além de suas relações
importantes com as estruturas
encefálicas da fossa média do crânio.
Fonte: Teixeira, 2008.
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@ LACAPEUFC
Sinusite
Outras Localizações de Infecção Odontogênica
Estima-se que em 20% dos casos de sinusite são de origem dental, onde ocorre o
acometimento infeccioso de dentes superiores, cuja infecção avança em direção ao
soalho do seio maxilar.
 Infecção oriunda de dentes com íntima relação com o soalho do seio
maxilar, havendo a perfuração da parede superior. O material purulento localizado em
cavidades anatômicas, como o seio maxilar, recebe o nome de empiemas. Os dentes
que se aproximam mais do soalho do seio maxilar são geralmente, em ordem de maior
frequência: segundo, primeiro e terceiro molares superiores, e segundo e primeiro pré-
molares superiores. Diante desse quadro, podem ser observados sinais típicos de uma
sinusite.
 Raramente acometida por infecções odontogênicas, podendo ser
mais comum em pacientes com dimensão facial anterior reduzida, onde os incisivos
superiores podem, quando na presença de um processo infeccioso, perfurar o soalho da
cavidade nasal.
 Raramente proveniente de infecções odontogênicas, todavia podem ser
originadas a partir do acometimento infeccioso do espaço canino e do seio maxilar. O
paciente pode apresentar celulites orbitais ou periorbitais graves, inchaço e
vermelhidão das pálpebras e comprometimento das estruturas nervosas e vasculares
orbitais.
SEIO MAXILAR:
CAVIDADE NASAL:
ÓRBITA:
O tratamento das infecções odontogênicas que acometem os espaços faciais se dá
através da remoção do fator causal, através do tratamento cirúrgico, realizando a
exodontia ou endodontia do elemento dental que está causando a infeção, drenagem
do material purulento e terapia antibiótica, que deve ser aplicada antes do
procedimento de drenagem para evitar a disseminação da infecção. 
Tratamento
@ LACAPEUFC
LACAPE. Liga de Anatomia de Cabeça e Pescoço. Universidade
Federal do Ceará. Manual de Vias de Infecção Odontogênica.
Fortaleza-CE, 2021.
Referências 
TEIXEIRA, L. M. S.; REHER, P.; REHER, V. G. S. Anatomia Aplicada a Odontologia.
2. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
MADEIRA, M. C.; RIZZOLO, R. J. C. Anatomia da Face: Bases Anatomofuncionais
para a Prática Odontológica. 8. ed., São Paulo: Savier, 2012.
MANUAL DE VIAS DE INFECÇÃO ODONTOGÊNICA
ELABORAÇÃO DO MANUAL:
Ingrid Lorane de Sousa Domingos
COMO REFERENCIAR ESSE MANUAL:
Liga de Anatomia de Cabeça e Pescoço (LACAPE)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Curso de Odontologia, Campus Porangabuçu
Fortaleza, Ceará, Brasil
E-mail: lacapeufc@gmail.com
Instagram: @lacapeufc