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Fisiologia Endócrino - RESUMO

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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
1
Endócrin�
O apetite nas refeições aumentou e ele sempre parecia estar com fome. Entretanto, apesar de
comer mais, ele estava perdendo peso. Quando começou a pedir água, em vez de refrigerante, a
mãe de David ficou preocupada, e quando ele urinou na cama três noites seguidas, ela soube que
algo estava errado. O me ́dico ouviu os sintomas de David e pediu exames para determinar a
concentrac ̧ão de glicose no sangue e na urina. Os resultados dos exames confirmaram o
diagnóstico: David tinha diabetes melito. No caso de David, a doença era devida à falta de insulina,
um hormônio produzido pelo pâncreas.
HORMÔNIOS
são mensageiros químicos secretados para o sangue por ce ́lulas epiteliais especializadas. Os
hormônios são responsáveis por diversas funções corporais consideradas conti ́nuas e de longo prazo.
Processos que estão principalmente sob controle hormonal incluem metabolismo, regulac ̧ão do
meio interno (temperatura, balanço hi ́drico e de i ́ons), reproduc ̧ão, crescimento e
desenvolvimento. Os hormônios agem nas suas células-alvo de três maneiras básicas: (1)
controlando a taxa de reac ̧ões enzimáticas, (2) controlando o transporte de íons ou mole ́culas
atrave ́s de membranas celulares ou (3) controlando a expressão ge ̂nica e a síntese proteica.
SOLUCIONANDO O PROBLEMA
A bola deslizou pelo buraco e saiu do campo: outro bogey. O jogo de golfe de Ben Crenshaw estava mesmo
muito ruim. O profissional de 33 anos tinha vencido o torneio de golfe Masters Tournament há apenas um ano,
mas agora algo estava errado. Ele estava fraco e cansado, havia perdido peso e sentia calor o tempo todo. Ele
atribuiu seus sintomas ao estresse, mas a sua fami ́lia tinha outra opinião. Ele, então, consultou um médico. O
diagno ́stico? Doença de Graves, a qual resulta em uma hiperatividade da glândula tireoide.
Por exemplo, uma estátua pré-colombiana de uma mulher mostra uma massa na frente de seu
pescoc ̧o. Essa massa representa a glândula tireoide aumentada, ou bócio, uma condição comum no
alto dos Andes, onde a dieta não continha iodo necessário para produzir os hormônios da tireoide.
Uma vez que uma glândula ou estrutura fosse suspeita de produzir hormônios, os passos clássicos
para se identificar uma glândula endócrina inclui ́am:
1. Remover a glândula suspeita. Isso é o equivalente a induzir um estado de deficiência
hormonal. Se a glândula produz hormônios, o animal deveria começar a exibir
anormalidades anatômicas, comportamentais ou fisiológicas.
2. Substituir o hormônio. Isso pode ser feito ao se colocar a glândula de volta ao animal ou
administrar um extrato da glândula. A terapia de substituição deveria eliminar os sintomas
da deficiência hormonal.
3. Criar um estado de excesso hormonal. Implantar uma glândula extra ou administrar um
extrato da glândula e observar se aparecem sintomas caracteri ́sticos de excesso hormonal.
Uma vez que uma glândula era identificada como potencial fonte de hormônios, os cientistas
purificaram os extratos da glândula para isolar a substância ativa. A atividade do hormônio era
testada ao se injetar o extrato purificado em animais e monitorando as respostas.
Hormônios que foram identificados por essa técnica são também chamados de hormônios clássicos.
Estes incluem os hormônios do pâncreas, da tireoide, das glândulas suprarrenais, da hipófise e das
gônadas, todas glândulas endócrinas independentes que podem ser facilmente identificadas e
removidas cirurgicamente. No entanto, nem todos os hormônios são provenientes de glândulas
identificáveis, e a descoberta desses hormônios tem sido mais lenta. Por exemplo, muitos hormônios
envolvidos na digestão são secretados por células endócrinas espalhadas por toda a parede do
estômago ou do intestino, dificultando sua identificação e isolamento.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
2
O que faz de uma substância química um hormônio?
Em 1905, o termo hormônio foi criado a partir da palavra grega hormon que significa “excitar”. A
definição tradicional de hormônio é a de uma substância química produzida por uma ce ́lula ou um
grupo de células e liberada no sangue para o seu transporte até um alvo distante, onde exerce seu
efeito em concentrac ̧ões muito baixas. Entretanto, à medida que os cientistas descobrem mais sobre
a comunicação qui ́mica no corpo, essa definição está sendo questionada continuamente.
FOCO CLÍNICO
Diabetes: a descoberta da insulina
O diabetes melito – condição metabólica associada com alterac ̧ões da func ̧ão da insulina. Relação
entre o diabetes e o pâncreas. Identificaram uma substância antidiabe ́tica nos extratos do pâncreas.
Em 1922, a insulina purificada foi utilizada nos primeiros ensaios cli ́nicos. A ciência descobriu um
tratamento para uma doença que era fatal. Mole ́culas que atuam como hormônios são secretadas
não apenas por glândulas endócrinas clássicas, mas também por ce ́lulas endócrinas isoladas
(hormônios do sistema endócrino difuso), por neurônios (neuro-hormônios) e, ocasionalmente, por
células do sistema imune (citocinas).
Hormônios são secretados na corrente sanguínea
Secrec ̧ão é o movimento de uma substância de dentro das ce ́lulas para o líquido extracelular ou
diretamente para o meio externo.
* O termo ecto-hormônio foi dado a moléculas sinalizadoras secretadas no meio externo.
Feromônios são ecto-hormônios especializados que atuam sobre outros organismos da mesma
espécie para provocar uma resposta fisiológica ou comportamental. Alguns estudos têm mostrado
que as glândulas sudori ́paras secretam esteroides voláteis relacionados aos hormônios sexuais, que
podem atuar como feromônios sexuais humanos.
Os hormônios são transportados para alvos distantes
Hormônio deve ser transportado pelo sangue ate ́ uma ce ́lula-alvo distante. Para complicar a
classificação das moléculas sinalizadoras, existe o fato de que uma mole ́cula pode atuar como
hormônio quando secretada a partir de um local, ou como uma substância parácrina ou autócrina
quando secretada a partir de um local diferente. Hormônios exercem seus efeitos em
concentrac ̧ões muito baixas. Alguns sinalizadores qui ́micos transportados no sangue para alvos
distantes não são considerados hormônios, pois têm de estar presentes em concentrações
relativamente altas antes que seu efeito possa ser observado. Por exemplo, a histamina liberada
durante as reações alérgicas graves pode atuar em células em todo o corpo, mas sua concentrac ̧ão
excede os níveis aceitos para um hormônio. Muitas citocinas parecem cumprir os critérios de
definição de um hormônio. Entretanto, especialistas em pesquisa sobre citocinas não as consideram
hormônios, uma vez que as citocinas são sintetizadas e liberadas conforme a demanda, em
contraste com os hormônios pepti ́dicos clássicos, que são produzidos previamente e armazenados na
célula endócrina. Algumas citoninas, por exemplo, a eritropoietina, a molécula que controla a
produção de eritrócitos – foram classificadas como hormônios antes de o termo citocina ter sido
cunhado.
Os hormônios agem se ligando a receptores
Todos os hormônios se ligam a receptores na célula-alvo e iniciam respostas bioqui ́micas. Essas
respostas são o mecanismo de ação celular do hormônio. Como você pode ver, um único hormônio
pode atuar em múltiplos tecidos. Para complicar ainda mais, os efeitos podem variar em diferentes
tecidos ou nos diferentes estágios de desenvolvimento, ou, ainda, um hormônio pode não ter efeito
em uma célula em particular. A insulina é um exemplo de hormônio com efeitos variados. Nos
tecidos adiposo e muscular, ela altera as protei ́nas transportadoras da glicose e as enzimas do
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
3
metabolismo da glicose. No fi ́gado, ela modula a atividade enzimática, mas não tem efeito direto nas
protei ́nas transportadoras daglicose. No encéfalo e em alguns outros tecidos, o metabolismo da
glicose é totalmente independente de insulina.
A ac ̧ão hormonal precisa ser finalizada
A atividade sinalizadora dos hormônios e de outros sinais qui ́micos deve ter duração limitada para o
corpo poder responder às mudanças em seu estado interno. Por exemplo, a insulina e ́ secretada
quando as concentrac ̧ões de glicose no sangue aumentam após uma refeic ̧ão. Enquanto a insulina
está presente, a glicose sai do sangue e entra nas células. Entretanto, se a atividade da insulina
continuar por muito tempo, o ni ́vel de glicose do sangue pode cair a um ni ́vel tão baixo que o sistema
nervoso se torna incapaz de funcionar apropriadamente – uma situação potencialmente fatal.
Normalmente, o organismo evita essa situação de diversas maneiras: limitando a secreção de
insulina, removendo ou inativando a insulina circulante e finalizando a atividade da insulina nas
células-alvo. Em geral, os hormônios circulantes são degradados em metabólitos inativos por
enzimas encontradas principalmente no fi ́gado e nos rins. Os metabólitos são então excretados pela
bile ou na urina. A taxa de degradação hormonal é indicada pela meia-vida do hormônio na
circulação, ou seja, o tempo necessário para reduzir a concentração do hormônio pela metade.
Portanto, a meia-vida e ́ um indicador de quanto tempo um hormônio fica ativo no corpo.
Os hormônios ligados aos receptores de membrana da célula-alvo têm a sua atividade finalizada de
diversas maneiras. Enzimas que estão sempre presentes no plasma podem degradar hormônios
peptídicos ligados aos receptores da membrana celular. Em alguns casos, o complexo
hormônio-receptor é levado para dentro da célula por endocitose e o hormônio é, então, digerido
pelos lisossomos. As enzimas intracelulares metabolizam os hormônios que entram nas ce ́lulas.
A CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Os hormônios podem ser classificados de acordo com diferentes esquemas. Divide os hormônios
entre aqueles cuja liberac ̧ão e ́ controlada pelo ence ́falo e aqueles cuja liberac ̧ão não e ́ controlada
por ele. Outro esquema agrupa hormônios de acordo com a sua capacidade de se ligar a receptores
acoplados a protei ́nas G, receptores ligados a tirosi- nas-cinase ou a receptores intracelulares, e
assim por diante. Um esquema final divide os hormônios em tre ̂s principais classes químicas:
hormônio pepti ́dico/proteico, hormônios esteroides e hormônios derivados de
aminoácidos/ami ́nicos.
A maioria dos hormônios e ́ peptídeo ou proteína
Si ́ntese, armazenamento e liberação dos hormônios pepti ́dicos A si ́ntese e o empacotamento dos
hormônios pepti ́dicos em vesi ́culas secretoras delimitadas por membranas são similares aos de
outras protei ́nas. O peptídeo inicial originado de um ribossomo é uma protei ́na grande e inativa,
conhecida como pre ́-pró-hormônio. Os pré-pró-hormônios contêm uma ou mais cópias de um
hormônio pepti ́dico, uma seque ̂ncia-sinal que direciona a proteína ao lúmen do retículo
endoplasmático rugoso e outras sequências de pepti ́deos que podem ou não possuir atividade
biológica. À medida que o pre ́-pró-hormônio inativo se move através do reti ́culo endoplasmático, a
seque ̂ncia-sinal e ́ removida, criando uma molécula menor, ainda inativa, chamada de
pró-hormônio. No aparelho de Golgi, o pró-hormônio e ́ empacotado em vesículas secretoras junto
com enzimas proteoli ́ticas, que cortam o pró-hormônio, originando hormônios ativos e outros
fragmentos. Esse processo é chamado de modificac ̧ão pós-traducional.
Si ́ntese prévia; precursor armazenado em vesi ́culas secretoras; Protei ́nas transportadoras; Ligados a
protei ́nas carreadoras; Longa Nu ́cleo; Ativação de genes para a transcrição e tradução; Indução da
si ́ntese de novas protei ́nas; Tiroxina (T4)
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Receptores de hormônios peptídicos e a transduc ̧ão
de sinal. Hormônios pepti ́dicos (H) não entram nas
células-alvo e devem se ligar a receptores membrana
(R) para iniciar processo de transdução de sinal.
Hormônios esteroides são derivados do colesterol. Os
hormônios esteróides possuem estrutura qui ́mica
similar porque são todos derivados do colesterol.
Diferentemente dos hormônios pepti ́dicos, que são
produzidos em tecidos distribui ́dos por todo o corpo,
os hormônios esteróides são produzidos apenas em
alguns órgãos. O córtex da glândula suprarrenal, a
porção externa da glândula suprarrenal, produz
diversos tipos de hormônios esteróides. Cada glândula
suprarrenal situa-se sobre o topo de cada rim. As
gônadas produzem esteroides sexuais (estrogênio,
progesterona e androgênio), e a pele pode produzir
vitamina D. Em mulheres grávidas, a placenta e ́
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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tambe ́m uma fonte de hormônios esteróides. As ce ́lulas que secretam hormônios esteróides
possuem uma grande quantidade de retículo endoplasmático liso, a organela na qual os esteroides
são sintetizados. Os esteroides são lipofílicos e se difundem facilmente através de membranas, tanto
para fora da sua célula secretora quanto para dentro das células-alvo. Essa propriedade também
indica que as células que secretam esteroides não podem armazenar esses hormônios em vesi ́culas
secretoras. Em vez disso, elas sintetizam seu hormônio quando ele é necessário. Quando um
esti ́mulo ativa a célula endócrina, precursores no citoplasma são rapidamente convertidos em
hormônio ativo. A concentrac ̧ão do hormônio no citoplasma aumenta, e os hormônios se movem
para fora da ce ́lula por difusão simples.
A maioria das mole ́culas de hormônios esteróides encontrados no sangue estão ligadas a proteínas
carregadoras. A ligação de um hormônio esteroide a uma protei ́na carregadora protege o hormônio
da degradação enzimática, o que resulta em um aumento da sua meia-vida. Por exemplo, o cortisol,
um hormônio produzido pelo córtex da glândula suprarrenal, tem uma meia-vida de 60 a 90
minutos. Embora a ligação de hormônios esteróides a protei ́nas carreadoras aumente a sua
meia-vida, isso também bloqueia sua entrada nas células-alvo.
* Os hormônios esteróides não medeiam vias reflexas que requerem respostas rápidas.
Recentemente, os pesquisadores descobriram que diversos hormônios esteróides, incluindo
estroge ̂nio e aldosterona, têm receptores na membrana celular associados a vias de transduc ̧ão de
sinal, assim como os hormônios pepti ́dicos.
Hormônios esteroides
A maioria dos hormônios esteróides são produzidos no córtex da glândula suprarrenal e nas
gônadas (ovários e testículos). Os hormônios esteróides não são estocados nas células endócrinas,
devido à sua natureza lipofílica. Estes são produzidos sob demanda e se difundem para fora da
ce ́lula endócrina.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Alguns hormônios são derivados de um único aminoácido
Hormônios derivados de aminoácidos, ou ami ́nicos, são mole ́culas pequenas criadas a partir do
triptofano ou da tirosina, ambos contendo ane ́is carbônicos em seus grupos R (radical). As
catecolaminas e os hormônios tireoideanos – são sintetizados a partir da tirosina. As catecolaminas
são uma modificação de uma u ́nica molécula de tirosina. Os hormônios tireoideanos são uma
combinação de duas mole ́culas de tirosina com átomos de iodo.
As catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) são neuro-hormônios que se ligam a
receptores na membrana das ce ́lulas, assim como ocorre com os hormônios pepti ́dicos. Os
hormônios da tireoide, produzidos pela glândula tireoide, a qual tem o formato de uma borboleta e
se localiza no pescoc ̧o, comportam-se como hormônios esteróides, com receptores intracelulares
que ativam genes.
CONTROLE DA LIBERAÇÃO HORMONAL
Alguns hormônios possuem estímulos claros que iniciam sua liberação, como ainsulina, que é
secretada em resposta ao aumento da concentração de glicose no sangue. Outros hormônios
possuem estímulos menos óbvios ou são secretados continuamente, em geral acompanhando o
ritmo circadiano.
A ce ́lula endócrina e ́ o sensor em um reflexo endócrino simples
O hormônio e ́ o sinal de saída e a resposta geralmente serve como um sinal de retroalimentac ̧ão
negativa que desliga o reflexo.
O hormônio da paratireoide (PTH), que controla a homeostasia do cálcio, é um exemplo de um
hormônio que utiliza um reflexo endócrino simples. O PTH é secretado por quatro pequenas
glândulas paratireoides no pescoço. As células da glândula paratireoide monitoram a concentração
de Ca2 no plasma com a ajuda de receptores de Ca2 acoplados à protei ́na G em suas membranas. O
hormônio da paratireoide é transportado atrave ́s do sangue para agir nos ossos, rins e intestino,
iniciando respostas que aumentam a concentração de Ca2 no plasma. O aumento na concentração
plasmática de Ca2 é um sinal de retroalimentação negativa, que desliga o reflexo e finaliza a
liberação do PTH.
Outros hormônios que seguem o padrão de reflexo endócrino simples incluem os hormônios
clássicos insulina e glucagon. As células endócrinas pancreáticas são sensores que monitoram a
concentração de glicose no sangue. Se a concentração de glicose no sangue aumenta, as células
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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pancreáticas respondem, secretando insulina. A insulina viaja através do sangue até seus
tecidos-alvo, que aumentam a captação da glicose e seu metabolismo. O movimento de glicose para
dentro das células diminui a concentração de glicose no sangue, atuando como um sinal de
retroalimentação negativa, que desliga o reflexo e finaliza a liberação de insulina.
Uma das associac ̧ões mais fascinantes entre o ence ́falo e o sistema endócrino e ́ a influe ̂ncia das
emoc ̧ões sobre a secrec ̧ão e a func ̧ão de hormônios.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Os neuro-hormônios são secretados no sangue por neurônios
São sinais químicos liberados para o sangue por um neurônio. O sistema nervoso humano produz
tre ̂s principais grupos de neuro-hormônios: (1) catecolaminas, produzidas por neurônios
modificados da medula da glândula suprarrenal, (2) neuro-hormônios hipotalâmicos secretados pela
neuro-hipófise e (3) neuro-hormônios hipotalâmicos que controlam a liberação de hormônios da
adeno-hipófise. Devido ao fato de os dois u ́ltimos grupos de neuro-hormônios estarem associados à
glândula hipófise, descrevemos esta importante estrutura endócrina primeiro.
A glândula hipófise e ́ na verdade duas glândulas fundidas
A glândula hipófise é uma estrutura do tamanho de um feijão-de-lima, que se projeta do ence ́falo
para baixo, conectada a ele por uma fina haste e que repousa em uma cavidade óssea protetora. A
glândula da hipófise possui dois tipos diferentes de tecido, os quais se uniram durante o
desenvolvimento embrionário. A adeno-hipófise e ́ uma verdadeira glândula endócrina de origem
epitelial, derivada do tecido embrionário que forma o teto da cavidade oral (palato).
A neuro-hipófise é o local de armazenamento e liberac ̧ão de dois neuro-hormônios: ocitocina e
vasopressina. Os neurônios que produzem a ocitocina e a vasopressina estão agrupados em áreas
do hipotálamo, conhecidas como: nu ́cleo paraventricular e nu ́cleo supraóptico. Uma vez que os
neuro-hormônios são empacotados em vesi ́culas secretoras, eles são transportados para a
neuro-hipófise por longas projeções de neurônios, chamadas de axônios. Após a chegada das
vesi ́culas nos terminais axonais, os neuro-hormônios são estocados ali e esperam um sinal para
serem liberados.
* A adeno-hipófise secreta seis hormônios: prolactina (PRL), tireotrofina (TSH), adrenocorticotrofina
(ACTH), hormônio do crescimento (GH), hormônio foli ́culo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante
(LH). A secrec ̧ão de todos os hormônios da adeno-hipófise e ́ controlada por neuro-hormônios
hipotalâmicos.
A glândula hipófise
A hipófise é constitui ́da de duas glândulas com origens embrionárias diferentes, as quais se
fundiram durante o desenvolvimento.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Um sistema porta conecta o hipotálamo à adeno-hipófise
A maioria dos hormônios do corpo são secretados no sangue
e se tornam rapidamente dilui ́dos quando distribui ́dos pelo
volume sangui ́neo de 5L. Os neuro-hormônios hipotalâmicos
entram no sangue no primeiro grupo de capilares e vão
diretamente através das veias porta até o segundo grupo de
capilares na adeno-hipófise, onde se difundem para
alcançarem as células-alvo.
O sistema porta hipotálamo-adeno-hipófise é formalmente
conhecido como sistema porta-hipotalâmico-hipofisário.
Existem dois outros sistemas porta no corpo, os quais você
encontrará ao estudar fisiologia: um nos rins e o outro no trato
digestório
Hormônios da via hipotálamo-adeno-hipófise
O hipotálamo secreta hormônios liberadores (-RH) e
hormônios inibidores (-IH) que agem nas ce ́lulas endócrinas
da adeno-hipófise influenciando a secrec ̧ão de seus
hormônios.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Os hormônios da adeno-hipófise controlam o crescimento, o metabolismo e a reproduc ̧ão
Um hormônio da adeno-hipófise, a prolactina (PRL), controla a produc ̧ão de leite (lactação) nas
mamas femininas. O hormônio do crescimento (GH, growth hormone; também chamado de
somatotrofina) afeta o metabolismo de diversos tecidos, ale ́m de estimular a produc ̧ão hormonal
pelo fígado. A prolactina e o hormônio de crescimento são os únicos dois hormônios da
adeno-hipófise que possuem hormônios hipotalâmicos inibidores.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Via do hormônio do crescimento. O hormônio liberador do
hormônio do crescimento (GHRH) estimula a secreção do
hormônio do crescimento (GH). O hormônio do crescimento
age diretamente em muitos tecidos do corpo, mas tambe ́m
influencia a produc ̧ão hepática de fatores de crescimento
semelhantes à insulina (IGFs ou somatomedinas), outro
grupo de hormônios que regulam o crescimento.
INTERAÇÕES HORMONAIS
O glucagon sintetizado no pâncreas é o principal hormônio
responsável pela elevac ̧ão dos níveis de glicose no sangue,
mas não é o u ́nico hormônio que tem esse efeito. O cortisol
aumenta a concentração de glicose no sangue, assim como a
adrenalina.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
13
Por exemplo, a maturac ̧ão do sistema genital é controlada pelo hormônio liberador de
gonadotrofinas do hipotálamo, pelas gonadotrofinas da adeno-hipófise e pelos hormônios
esteroides das gônadas. Entretanto, se o hormônio da tireoide não estiver pre- sente em
quantidades suficientes, a maturação do sistema genital é atrasada. Como o hormônio da tireoide
por si só não consegue estimular a maturação do sistema genital, considera-se que este hormônio
tem um efeito permissivo na maturac ̧ão sexual.
Os resultados dessa interação podem ser resumidos da se- guinte maneira:
● hormônio da tireoide sozinho - sem desenvolvimento do sistema genital
● hormônios sexuais sozinhos - atraso na maturação do sistema genital
● hormônios da tireoide com hormônios sexuais - desenvolvimento normal do sistema genital
DISFUNÇÕES ENDÓCRINAS
Para ilustrar as disfunções endócrinas, usaremos um u ́nico exemplo, o da produc ̧ão de cortisol no
córtex da glândula suprarrenal. Essa é uma via reflexa complexa que inicia com a secreção do
hormônio liberador da corticotrofina (CRH) pelo hipotálamo. O CRH estimula a liberac ̧ão da
adrenocorticotrofina (ACTH) pela adeno-hipófise. O ACTH, por sua vez, controla a síntese e a
liberac ̧ão do cortisol do córtex da glândula suprarrenal. Como em outras vias reflexas homeostáticas,
a retroalimentação negativa desliga a via. À medida que o cortisol aumenta, ele agecomo um sinal
de retroalimentac ̧ão negativa, fazendo a hipófise e o hipotálamo diminuírem a secrec ̧ão de ACTH e
CRH, respectivamente.
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Neste capi ́tulo, aprendemos como o sistema endócrino
ajuda a regular os processos mais lentos no corpo. Como
você verá, o sistema nervoso fica responsável por respostas
mais rápidas, necessárias para a manutenção da
homeostasia.
A glândula pineal é uma estrutura do tamanho de uma
ervilha, localizada profundamente no ence ́falo de seres
humanos. Há aproximadamente 2 mil anos, considerava-se
que este “trono da alma” agisse como uma válvula que
regulava o fluxo de espi ́ritos vitais e de conhecimento para
o encéfalo. Em 1950, entretanto, os cientistas conclui ́ram
que ela era uma estrutura vestigial sem função conhecida.
A melatonina é um hormônio derivado de aminoácidos
sintetizada a partir do triptofano. A melatonina é o
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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“hormônio da escuridão”, secretado à noite, enquanto dormimos. É o mensageiro químico que
transmite informac ̧ão sobre os ciclos claro-escuro para o centro encefálico que governa o relógio
biológico do corpo.
Resumo Hormônios
1. A especificidade de um hormônio depende de seus receptores e de suas vias de transdução de
sinal associadas.
2. Um hormônio e ́ uma substância química secretada no sangue por uma ce ́lula, ou por um grupo
de células, para o transporte até um alvo distante, onde e ́ eficaz em concentrac ̧ões muito baixas.
3. Feromônios são sinais qui ́micos liberados no meio externo.
4. Os hormônios se ligam a receptores para iniciar respostas, conhecidas como mecanismo de ação.
5. A atividade hormonal e ́ limitada pelo te ́rmino da secrec ̧ão, pela remoc ̧ão do hormônio do
sangue ou pelo término da atividade na célula-alvo.
6. A taxa de degradac ̧ão de um hormônio e ́ indicada pela meia-vida do hormônio.
A classificac ̧ão dos hormônios
7. Existem três tipos de hormônios: hormônios peptídicos/proteicos, compostos de três ou mais
aminoácidos; hormônios esteroides, derivados do colesterol; e hormônios derivados de
aminoácidos, derivados tanto da tirosina (p. ex., catecolaminas e hormônios da tireoide) como do
triptofano (p. ex., melatonina).
8. Os hormônios pepti ́dicos são produzidos como pré-pró-hormônios inativos e processados em
pró-hormônios. Os pró-hormônios são clivados formando hormônios ativos e fragmentos pepti ́dicos,
os quais são cossecretados.
9. Os hormônios peptídicos dissolvem-se no plasma e te ̂m uma meia-vida curta. Eles ligam-se a
receptores na membrana das células-alvo e iniciam respostas celulares rápidas pela transdução de
sinal. Em alguns casos, os hormônios pepti ́dicos tambe ́m estimulam a síntese de novas proteínas.
10. Os hormônios esteroides são sintetizados à medida que são necessários. Eles são hidrofóbicos,
e a maior parte dos hormônios esteroides presente no sangue está ligada a protei ́nas carreadoras.
Esteroides têm uma meia-vida prolongada.
11. Os receptores esteroides clássicos estão dentro das células, onde eles ativam e desativam genes
e regulam a si ́ntese de novas pro- tei ́nas. A resposta celular é mais lenta do que com os hormônios
pepti ́dicos. Os hormônios esteroides podem se ligar a receptores na membrana e ter efeitos não
genômicos.
12. Os hormônios ami ́nicos podem se comportar como hormônios pepti ́dicos ti ́picos ou como uma
combinação de hormônio esteroide e hormônio pepti ́dico.
Controle da liberac ̧ão hormonal
13. As células endócrinas clássicas agem tanto como sensor quanto como centro integrador na via
reflexa simples.
14. Muitos reflexos endócrinos envolvem o sistema nervoso, tanto por meio de neuro-hormônios
como por meio de neurônios que influenciam a liberação de hormônios.
15. A glândula hipófise é composta pela adeno-hipófise (uma glândula endócrina verdadeira) e pela
neuro-hipófise (uma extensão do encéfalo).
16. Neuro-hipófise libera dois neuro-hormônios, a ocitocina e a vasopressina produzidos no
hipotálamo.
17. Os hormônios tróficos controlam a secreção de outros hormônios.
18. Os hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores controlam a secreção de hormônios da
adeno-hipófise.
19. Os hormônios tróficos hipotalâmicos alcançam a hipófise.
20. Existem seis hormônios da adeno-hipófise: prolactina, hormônio do crescimento,
foli ́culo-estimulante, luteinizante, estimulador da tireoide e hormônio adrenocorticotrófico.
21. Reflexos endócrinos, os hormônios da via agem como sinais de retroalimentação negativa.
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre
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Interac ̧ões hormonais
22. Se a combinac ̧ão de dois ou mais hormônios produz um resultado que e ́ maior que o aditivo,
esta interac ̧ão e ́ o sinergismo.
23. Se um hormônio não pode exercer completamente seu efeito a menos que um segundo
hormônio esteja presente, o segundo hormônio tem um efeito permissivo em relação ao primeiro.
24. Se um hormônio se opõe à ação de um outro, os dois são antagonistas um do outro.
Disfunc ̧ões endócrinas
25. Doenças relacionadas ao excesso de hormônios são normalmente devidas à hipersecreção. Os
sintomas da deficiência hormonal ocorrem quando muito pouco de um dado hormônio é secretado
(hipossecreção). A responsividade anormal dos tecidos pode resultar de problemas com os
receptores do hormônio ou com as vias de transdução de sinal.
26. As disfunções primárias surgem na u ́ltima glândula endócrina da via reflexa. A disfunc ̧ão
secundária e ́ um problema com os hormônios tróficos da adeno-hipófise.
Evoluc ̧ão Hormonal
27. Muitos hormônios humanos são similares a hormônios encontrados em outros vertebrados.
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