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2009
Fundamentos do Texto em
LÍNGUA INGLESA I
Márcia Costa Bonamin
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
© 2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização 
por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
B697 Bonamin, Márcia Costa. / Fundamentos do Texto em Língua 
Inglesa I. / Márcia Costa Bonamin. — Curitiba : IESDE 
Brasil S.A. , 2009.
244 p.
ISBN: 978-85-387-0233-7
1. Língua Inglesa – Compêndio para estrangeiros. 2. Língua 
Inglesa – Estudo e ensino. I. Título. 
CDD 428.24
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Jupiter Images / DPI Images
IESDE Brasil S.A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
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Mestre em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo (PUC-SP). Especialista em Gramática da Língua Inglesa pela UniSant’Anna, 
SP. Licenciada em Língua e Literatura Inglesas pela PUC-SP.
Márcia Costa Bonamin
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Sumário
O texto – conceitos e abordagens ..................................... 11
O que é um texto? ..................................................................................................................... 11
Definições de texto ................................................................................................................... 11
O texto oral e o texto escrito ................................................................................................. 15
Formalidade versus informalidade na linguagem ......................................................... 17
Tipos de texto e gêneros ....................................................... 25
Discurso, gênero e texto ......................................................................................................... 25
Tipos de texto e gêneros textuais ....................................................................................... 29
Contexto de situação e de cultura ...................................................................................... 32
Comparação e contraste entre tipos de texto e gêneros............................................ 33
Diferenças organizacionais e linguísticas 
de textos em língua materna e língua estrangeira ...............41
Organização retórica português/inglês ............................................................................ 41
Principais diferenças linguísticas entre L1 e L2 – aspectos gramaticais ................ 44
Principais diferenças linguísticas entre L1 e L2 – 
aspectos lexicais (vocabulário) ............................................................................................. 48
Unidades textuais ..................................................................... 57
Coerência e coesão ................................................................................................................... 57
Coesão gramatical e lexical.................................................................................................... 60
Marcadores de discurso .......................................................................................................... 62
A organização do parágrafo .................................................................................................. 65
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Principais tipos de texto I ...................................................... 73
Texto descritivo .......................................................................................................................... 73
Escrevendo um parágrafo descritivo.................................................................................. 78
Texto narrativo – conceito e caracterização .................................................................... 79
Escrevendo um parágrafo narrativo ................................................................................... 81
Principais tipos de texto II ..................................................... 89
Texto dissertativo-expositivo ................................................................................................ 89
Escrevendo um parágrafo dissertativo-expositivo ....................................................... 94
Texto dissertativo-argumentativo ....................................................................................... 95
Escrevendo um parágrafo dissertativo-argumentativo .............................................. 96
Gêneros do discurso ..............................................................103
Gêneros – apresentação .......................................................................................................103
Gêneros e sua função social ................................................................................................106
Gêneros digitais .......................................................................................................................107
Caracterização e emprego dos gêneros textuais I – 
textos instrucionais.........................................................................117
Textos instrucionais – tipos e características .................................................................118
Manuais de Instruções – análise e caracterização .......................................................119
Regras e regulamentos – análise e caracterização ......................................................122
Escrevendo textos instrucionais ........................................................................................124
Caracterização e emprego dos gêneros textuais II – 
textos persuasivos/argumentativos ................................135
Textos persuasivo-argumentativos: tipos e características ......................................135
Propagandas comerciais e institucionais .......................................................................138
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Cartas ao editor ........................................................................................................................142
Escrevendo textos persuasivo/argumentativos ...........................................................144
Gêneros textuais da área acadêmica ..............................157
Abstracts – caracterização e escrita ...................................................................................157
Resenha – caracterização e escrita....................................................................................159
Resumo artigos – caracterização e escrita .....................................................................163
Gêneros textuais no mundo dos negócios ...................177
Cartas e e-mails comerciais – caracterização e escrita ..............................................177
Cartas de apresentação .........................................................................................................185
Currículo Vitae – caracterização e escrita .......................................................................187
Textos, gêneros e o ensino ..................................................197
Gêneros do discurso e PCN / PCNEM / PCN+ ................................................................197Que tipo de gêneros textuais escolher? ..........................................................................200
Aplicação pedagógica de gêneros textuais ...................................................................208
Gabarito .....................................................................................219
Referências ................................................................................237
Anotações .................................................................................243
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Apresentação
A disciplina Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I tem como obje-
tivo fornecer subsídios para o reconhecimento das estruturas organizacionais e 
linguísticas de textos e gêneros que circulam na sociedade, a fim de que se possa 
distingui-los, compará-los e contrastá-los em suas várias ocorrências no discurso. 
A partir dessa abordagem, também irá propor atividades de produção de peque-
nos textos visando a prática dos conceitos aprendidos.
O conteúdo foi dividido em 12 capítulos. Nos capítulos iniciais, de números 
1 a 6, trabalharemos na conceituação de texto e gênero e suas características dis-
tintivas. Posteriormente, serão apontados os contrastes estruturais e linguísticos 
entre a língua portuguesa e a língua inglesa, bem como os aspectos de formalidade 
e informalidade da língua estrangeira.
Em seguida, trataremos especificamente dos tipos de texto mais impor-
tantes, que são: descritivo, narrativo, dissertativo e argumentativo, incluindo as 
questões de coerência e coesão. Através da análise de vários exemplos desses 
textos, os alunos deverão produzir parágrafos a partir dos modelos estudados.
A partir da Aula 7, o conceito de gênero textual, será mais bem detalhado. 
Destacaremos alguns exemplares das categorias de textos instrucionais e persu-
asivos, além dos que circulam no discurso acadêmico e na área comercial. Após o 
estudo da estruturação retórica e dos aspectos léxico-gramaticais, trabalharemos 
com a produção contextualizada com base nos modelos discutidos.
Finalizaremos com um capítulo dedicado à discussão de textos e gêneros 
à luz dos PCNs e apontaremos alguns caminhos ao futuro docente para aplicação 
pedagógica dos gêneros do discurso.
Bons estudos!
Márcia Costa Bonamin
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O texto – conceitos e abordagens
Dentre as competências e habilidades a serem desenvolvidas por es-
tudantes está a formação de leitores e produtores de textos competen-
tes, que são capazes de interpretar um texto de modo linear e crítico, 
sabendo utilizá-lo em um evento de comunicação específica. Em outras 
palavras, para uma interpretação adequada de determinado artigo, não 
basta somente identificar as ideias ali tratadas, mas também analisá-lo 
nas entrelinhas a partir do momento sócio-histórico em que se encontra. 
Além disso, para produzir um texto, é preciso, igualmente, que se domine 
uma série de estratégias de organização e estruturação textual, além de 
aspectos gramaticais e lexicais (vocabulário), tendo sempre em mente a 
situação particular em que determinado texto é originado e utilizado.
Com esse propósito, trataremos, inicialmente, das definições de texto, 
da distinção entre textos orais e escritos e dos aspectos de formalidade e 
informalidade na linguagem.
O que é um texto?
Atualmente, a Linguística Textual e a Análise do Discurso, nos forne-
cem subsídios indispensáveis para a análise de textos. Enquanto a primei-
ra estuda os aspectos linguísticos e as condições discursivas que formam a 
base da construção da textualidade, a segunda aborda as construções ideo-
lógicas presentes em um texto, tido como produto da atividade discursiva.
Desse modo, a partir dessas duas disciplinas do campo da linguística 
teremos embasamento para compreender o texto como um conjunto de 
sentidos que é resultado de uma prática social e que deve ser considerado 
em seu contexto social e cultural.
Definições de texto
Veremos, a seguir, duas definições de texto, na perspectiva de alguns 
autores de destaque. Primeiramente, na visão de Ingedore Koch (1997, p. 
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12
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
22), docente da Unicamp e responsável por trabalhos significativos na área da Lin-
guística Textual, o texto é
a manifestação verbal constituída de elementos linguísticos selecionados e ordenados pelo 
falantes, durante a atividade verbal, de modo a permitir aos parceiros, na interação, não 
apenas depreensão de conteúdos semânticos, em decorrência da ativação de processos e 
estratégias de ordem cognitiva, como também a interação (ou atuação) de acordo com as 
práticas socioculturais.
Já, para Ângela Kleiman (1995, p. 4), outra pesquisadora da Unicamp, “O texto 
é considerado por alguns especialistas como uma unidade semântica onde os 
vários elementos são materializados através de categorias lexicais, sintáticas, 
semânticas, estruturais.”
Em uma definição mais abrangente, fornecida por Halliday e Hasan (1989, 
p.10) dois grandes estudiosos da linguagem, o texto é
linguagem que é funcional [...] pode ser tanto oral como escrita [...] e é constituída de 
significados a serem expressos ou codificados, em palavras ou estruturas, os quais podem 
ser re-expressos continuamente, recodificados em sons ou em símbolos escritos [...] o texto é 
essencialmente uma unidade semântica.1
Além disso, para aqueles autores (1989, p. 11) o texto é “[...] um produto de um 
processo contínuo de escolhas de significado que podemos representar como 
múltiplos caminhos ou passagens através de redes que constituem o sistema 
linguístico”.2 Assim, o que podemos apreender a partir dessas definições? Alguns 
conceitos estão listados a seguir.
A linguagem é funcional e tem unidade semântica, isto é, linguagem que �
tem o papel de transmitir significados em situações específicas.
Manifestação verbal que permite a interação, a partir de certa comunida- �
de linguística, ou seja, uma linguagem que carrega significados que são 
interpretados em sociedades e culturas específicos.
Uma unidade de significado que é ao mesmo tempo produto (como um �
diálogo, por exemplo) e processo, pois existem múltiplas variações de sua 
realização.
Manifestação linguística que se materializa através de certa estrutura, ou �
seja, tem uma organização que lhe dá coerência e coesão.
1 Tradução livre da autora.
2 Tradução livre da autora.
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O texto - conceitos e abordagens
13
Em suma, a função de um texto é transmitir uma mensagem ao receptor, es-
tabelecendo uma interação com ele. Para isso, devemos utilizar:
uma organização textual coesa e coerente � , ou seja, o texto deve ser 
constituído de elementos linguísticos dispostos de tal modo que possam 
ser compreendidos corretamente, permitindo, assim, que a função comu-
nicativa possa ser realizada;
uma estruturação adequada, � isto é, a mensagem poderá estar contida 
em gêneros específicos, com organização textual diferenciada. Por exem-
plo, a mesma informação poderá ser comunicada através de um bilhete 
ou de um e-mail, ou através de um memorando ou de um ofício, cada qual 
estruturado de modo diferente;
um nível de linguagem (registro) decorrente de contextos sociais es- �
pecíficos.Conforme mencionamos no segundo item provavelmente será 
utilizada uma linguagem mais informal no bilhete, enquanto o memorando 
ou o ofício terão uma linguagem mais formal. Em ambos os casos, os parti-
cipantes do discurso estão adequando suas escolhas lexicais (de palavras) e 
semânticas (de significado) ao contexto social em que se encontram e aos 
seus participantes. Assim, no mesmo contexto, uma secretária, por exemplo, 
poderia escolher textos orais ou escritos diferentes para se comunicar com 
seus colegas, seu superior imediato ou com o presidente da empresa, consi-
derando o grau hierárquico e de proximidade com esses interlocutores. Que 
tal agora vermos alguns exemplos de textos que ilustrem esses conceitos?
Texto 1 – Manual do aparelho de CD/DVD portátil da Sony, 2004.
Power Connections (continued)
D
iv
ul
ga
çã
o:
 S
on
y.
Battery Pack
You can use the NP-FX700 rechargeable battery
pack (supplied) to enjoy the player when an AC ou-
tlet is not available.
• Charge the battery pack before using it for the first
time.
� Attaching the battery pack (supplied)
1. Match the hooks of the battery pack into the holes
on the bottom of the player.
2. Press and slide the battery pack until the hooks
click.
NOTES:
• Do not detach the battery pack during playback.
• Be careful not to drop the battery pack.
� Detaching the battery pack
1.Press RELEASE switch
2. Slide the battery pack until the hooks click.
NOTE:
If you use the battery pack separately to the main
unit, use the safeguard to maintain the horizontal.
Introductions
19
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14
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Texto 2 – Carta 
Dear Abby,
I am a 54-year-old divorced woman who raised three kids on my own for 15 
years. I would now like to make a major change in my life and move to a small 
town in a Southern state. My kids are grown except for my youngest, who will 
graduate from high school this summer and probably attend college.
My parents, who don’t even live in this town, are opposed to the idea. 
They say I am “abandoning my children,” which makes me feel guilty.
Am I wrong for wanting a new life of my own? My loved ones can always 
come to visit me. Do I owe it to my parents to stay here?
(Disponível em: <http://news.yahoo.com/s/ucda/20080526/lf_ucda/motherofthreewantsto-
fleeheremptynest;_ylt=AmBmMLDtIlrubpuUaQleU9HNbbUC>. Acesso em: 12 jun. 2008.)
Análise dos exemplos
Características Texto 1 Texto 2
É coerente? Transmite 
a mensagem de forma 
comunicativa, conforme 
esperado?
Embora seja parte de um manu-
al, ele transmite, passo a passo, 
conforme esperado, como co-
nectar uma bateria.
Trata-se de uma carta ou e-mail 
pedindo conselhos, enviada atra-
vés de um site de notícias. Possui 
um desenvolvimento normal de 
começo, meio e fim e termina 
com algumas perguntas, o que é 
típico desse tipo de texto.
É funcional? Tem um 
objetivo comunicativo 
claro?
É um texto instrutivo e parece 
cumprir sua função de guiar o 
leitor na colocação da bateria 
do equipamento.
É um texto comunicativo pois 
o escritor dirige-se à colunista 
Abby pedindo conselhos sobre 
um problema específico.
Tem uma forma e um 
nível de linguagem 
adequados?
O seu layout denota uma or-
ganização típica desses textos, 
com figuras e explicações em 
tópicos. A linguagem é mais 
formal: Release the switch (libere 
o interruptor), contendo voca-
bulário técnico “AC outlet” (saída 
de corrente alternada).
Tem uma estruturação comum 
às cartas especialmente obser-
vado através da saudação Dear 
Abby (Querida Abby). Tem lin-
guagem informal kids (filhos), 
My loved ones (meus amados).
Considerando os comentários do quadro, podemos dizer que os exemplos 
acima têm características que os distinguem como exemplares de textos.
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O texto - conceitos e abordagens
15
O texto oral e o texto escrito
Quando se pensa em texto, geralmente vem à mente a ideia de um artigo jorna-
lístico, ou capítulos de livros, receitas culinárias ou quaisquer tipos de textos escri-
tos veiculados pelo meio impresso (jornal, revista, livro) ou hipermídias (internet).
Mas será que textos são unidades de significado tipicamente escritas? Os 
textos – vistos como unidades funcionais de significado que se realizam em situ-
ações sociocomunicativas – são materializados através da fala ou da escrita.
E qual seria, então, a diferença entre essas duas modalidades? Observe o 
quadro a seguir:
Características da linguagem oral e escrita
(M
A
RC
U
SC
H
I, 
20
01
, p
. 2
7-
31
)
Oral Escrita
contextualizada
dependente
implícita
redundante
não-planejada
imprecisa
não-normatizada
fragmentária
descontextualizada
autônoma
explícita
condensada
planejada
precisa
normatizada
completa
Em um primeiro momento, esse dois modos parecem opostos. Na realidade, em 
uma visão mais ortodoxa, poderíamos dizer que o texto escrito, utilizando a variante 
culta da linguagem, é mais formal, estruturado e complexo, enquanto o texto oral é 
mais espontâneo, transitório e simples, embora possua, também, estrutura própria.
A linguagem escrita é mais estável e complexa, tendo permanência mais 
longa. A linguagem oral tem suporte na entoação e nos gestos, e é mais dinâmica 
e efêmera. Imagino que você teria mais facilidade em ler um texto escrito há 100 
anos atrás, do que entender uma conversa informal entre adolescentes do século 
XXI, não é mesmo? Isso acontece porque a linguagem oral é mais transitória e 
cheia de expressões idiomáticas que se modificam com o tempo.
Com advento da internet, começaram a se intensificar as discussões acerca do 
contínuo oral-escrito, o que tem muita relevância quando vamos discutir a lingua-
gem em uso e sua aplicação ao ensino. Assim, novos gêneros, ou melhor, novas 
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16
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
realizações de antigos gêneros começaram a despontar com características de 
vários textos mesclados. Desse modo, assistimos à criação de gêneros oriundos 
da linguagem oral, mas que são realizados por meio da escrita, como o bate-pa-
po (chat), por exemplo, e de gêneros tipicamente escritos, como as cartas, sendo 
transpostos para a internet com um estilo mais conversacional, como os e-mails.
Vejamos alguns exemplos.
Exemplo 1
#1
Yesterday, 11:01 AM 
D
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po
ní
ve
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tp
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ch
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Ac
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2 
ju
n.
 2
00
8.
Nx1987
Registered User
Join Date: Jun 2008
Posts: 2
Time spent in forums: 50 m 27 sec 
Reputation Power: 0 
Computer Virus!!
The best way to keep your computer protected from viruses is to have...
• Anti-Virus
• Anti-Spyware
• Firewall
to keep your Pc in a good condition, i think u all must take that way.
Reply
No exemplo 1, extraído de um Fórum da área de informática, que discute 
como se proteger contra vírus de computadores, vemos que não há preocupa-
ção com a forma do texto, e nem com a correção da linguagem – i (I) –, através 
de abreviações e jargões – Pc (PC), u (you) –, estabelecendo-se, assim, um estilo 
mais conversacional.
Exemplo 2
Science news
A new way to protect computer networks from internet worms
ScienceDaily (Jun. 5, 2008) — Scientists may have found a new way to combat 
the most dangerous form of computer virus. The method automaticallydetects 
within minutes when an Internet worm has infected a computer network.
Network administrators can then isolate infected machines and hold 
them in quarantine for repairs.
Ness Shroff, Ohio Eminent Scholar in Networking and Communications at 
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O texto - conceitos e abordagens
17
Ohio State University, and his colleagues describe their strategy in the cur-
rent issue of IEEE Transactions on Dependable and Secure Computing.
They discovered how to contain the most virulent kind of worm: the kind 
that scans the Internet randomly, looking for vulnerable hosts to infect [...].
(Disponível em: <www.sciencedaily.com /releases/2008/06/080604143419.htm>. 
Acesso em: 13 jun. 2008.)
No exemplo 2, extraído de um site de divulgação de notícias científicas, o 
artigo discorre sobre um novo modo de proteger as redes, de vírus da internet 
(worms). Como se pode notar, esse é um texto mais denso e organizado. Verifique 
que muitas palavras são cognatas, ou seja, parecidas com o português (protect, 
computer, scientists, isolate, infected, strategy) por serem derivadas do latim. A es-
colha desses vocábulos, na língua inglesa, torna o texto mais formal, o que é con-
sistente com o tipo de texto apresentado.
Vemos, assim, que embora ambos os textos abordem um tópico semelhan-
te, temos um público-alvo diferente (no exemplo 1, usuários de computador, 
no exemplo 2, o profissional que trabalha com redes de computador) inserido 
numa situação sociocomunicativa diversa. Consequentemente, temos estrutu-
ração e estilos de linguagem diferentes.
As linguagens oral e escrita estão essencialmente ligadas à formalidade e à 
informalidade do discurso, que estão expostos a seguir.
Formalidade versus informalidade na linguagem
Às vezes você precisa mudar o modo como fala ou escreve quando se dirige a 
diferentes pessoas ou se encontra em diferentes situações. Se você encontra um 
amigo, o tipo de linguagem que utiliza é diferente do que se estivesse conver-
sando com um estranho. Em uma entrevista de emprego você provavelmente 
deve utilizar uma linguagem distinta da que utiliza em casa, com a família.
Notamos, então, que os níveis de formalidade são utilizados comumente por 
todos e adequados à situação em que nos encontramos ou à pessoa a quem 
nos dirigimos. No discurso oral você certamente utilizaria a variante informal em 
festas de família e formal se estivesse participando de uma entrevista de empre-
go. Do mesmo modo, no discurso escrito você seria provavelmente mais infor-
mal num cartão postal e mais formal em uma monografia acadêmica.
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18
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Mesmo que você tenha acertado a maior parte dos itens, acredito que, em 
alguns casos, você tenha ficado em dúvida. Por exemplo, você pode ter se ques-
tionado se consultas médicas e e-mails comerciais são sempre formais. Bem, não 
necessariamente. Assim, ainda que algumas situações sejam tradicionalmente 
formais (uma entrevista de emprego, por exemplo), em outras a formalidade vai 
depender da situação em questão, além do grau de intimidade dos participantes 
para que a escolha linguística seja feita.
Portanto, embora haja uma superposição entre as duas modalidades, o estilo 
oral tem mais a ver com a linguagem oral e o estilo formal mais com o escrito. 
Um discurso, feito por um político em campanha, embora falado, tende a ser 
mais formal, pois foi escrito para ser lido. Por outro lado, um e-mail convidan-
do um amigo para uma festa, provavelmente utilizará um estilo mais informal, 
devido ao assunto e à familiaridade entre os participantes.
Da mesma forma, embora façam parte da mesma modalidade (oral ou es-
crita), dois gêneros podem não se realizar da mesma forma. No modo escrito, 
por exemplo, uma carta comercial enviada a um cliente de longa data tende a 
ter grau de formalidade diferente de uma correspondência enviada a um órgão 
governamental. Também, na modalidade oral, uma entrevista com um político 
tende a ser mais formal do que uma conversa entre amigos.
O Inglês formal está, então, relacionado a um tipo de linguagem mais rígido 
e estruturado, como relatórios técnicos, livros didáticos ou acadêmicos. Temos 
sentenças longas e cuidadosamente construídas, poucas abreviações e um vo-
cabulário mais complexo e especializado.
O Inglês informal está próximo à linguagem oral. Embora tenha suas próprias 
regras, não é tão rígido em relação à gramática e ao vocabulário. A informalida-
de na escrita envolve o uso de frases curtas, abreviações e uma escolha de um 
vocabulário do dia-a-dia.
O quadro abaixo, resume as principais características de ambos os estilos de 
linguagem.
Formalidade Informalidade
Vocabulário
Palavras com base no latim: Discover
Palavras menos conhecidas: Physician
Vocabulário
Palavras de raiz anglo-saxônica (verbos fra-
sais): Find out
Palavras mais conhecidas: Doctor
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O texto - conceitos e abordagens
19
Formalidade Informalidade
Poucas abreviações
-Thank you.
- I would like to inform that we will return 
on Saturday.
Abreviações
- Tks.
- I’d like to inform that we’ll return on 
Saturday.
Gramática
Construções passivas:
This building was constructed by an inter-
national company. (este prédio foi construí-
do por uma empresa internacional).
Construções impessoais:
- Details of the activity will be found in the 
manual.
- It appears that the plane has not arrived 
yet.
Sintagmas nominais:
A highly structured two-word expression.
Sentenças complexas:
When he came to our house, yesterday, 
after staying in place where he didn’t enjoy, 
he was so happy.
Gramática
Construções ativas:
An international company constructed this 
building. (uma empresa internacional cons-
truiu este prédio).
Sintagmas verbais:
An expression that has two words and is 
highly structured.
Sentenças simples:
He was happy when he got home yesterday. 
He didn´t enjoy the place he was.
Texto complementar
Diferenças entre a comunicação oral e escrita
(FERRARO; PALMER, 2008. Adaptado)
A maioria de nós, intuitivamente, entende que há diferenças entre a lin-
guagem oral e escrita. Toda a comunicação inclui a transferência de infor-
mação de uma pessoa à outra, e enquanto a transferência de informação é 
somente o primeiro passo no processo de entendimento de um fenômeno 
complexo, é um primeiro passo importante. A escrita é uma forma de transfe-
rência razoavelmente estática, enquanto a fala é uma forma de transferência 
dinâmica. Para ser um falante eficaz você deve explorar o dinamismo da co-
municação oral mas também aprender a trabalhar dentro de suas limitações. 
Enquanto há um alto nível de imediatismo e um baixo nível de retenção na 
palavra falada, um falante tem, através dessa modalidade, mais habilidade 
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20
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
de engajar a audiência psicologicamente e usar formas complexas de comu-
nicação não-verbal.
A linguagem escrita pode ser significantemente mais precisa. As palavras 
escritas podem ser escolhidas com maior deliberação e pensamento, e o ar-
gumento escrito pode ser sofisticado e longo. Esses atributos da escrita são 
controlados pelo escritor e pelo leitor, visto que o escritor pode escrever e 
reescrever e o leitor ler e reler.
A fala pode também ser mais precisa. Entretanto, isso só acontece com 
alto grau de preparação. Uma vez proferidas, as palavras não podem ser re-
tratadas, embora se possaesclarecer algum mal-entendido ou se desculpar. 
Além disso, a comunicação oral pode ser significativamente mais efetiva em 
expressar significados à audiência. A distinção entre precisão e efetividade é 
devido ao extensivo repertório de sinais disponíveis ao falante: gestos, ento-
ação ou sinais visuais como a aparência, por exemplo. Um falante tem mais 
controle sobre o que o ouvinte vai ouvir do que o escritor sobre o leitor.
A leitura da audiência é esforço sistemático e cumulativo não disponível 
ao escritor. Na medida em que alguém fala, a audiência demonstra alguns 
sinais visuais se o argumento está sendo compreendido ou se é interessante. 
Como regra geral, vale lembrar que as pessoas se lembrarão de metade do 
que foi falado numa palestra de vinte minutos.
A comunicação oral usa palavras com menor número de sílabas do que 
o discurso escrito, as sentenças são mais curtas, e pronomes que se autore-
ferem como “I” são comuns. Nessa modalidade também são permitidos sen-
tenças incompletas e muitas sentenças começam com but, and e except.
O aspecto mais importante das diferenças entre modalidades é que cada uma 
tem a sua lógica e essa deve ser respeitada em cada situação comunicativa.
Dicas de estudo
Os livros abaixo tratam de forma sucinta e interessante os tópicos abordados 
nesta aula.
SIQUEIRA, J. H. S. . O Texto: movimentos de leitura, táticas de produção, critérios 
de avaliação. 7. ed. São Paulo: Selinunte, 1990.
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O texto - conceitos e abordagens
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MCCARTHY, M. Discourse Analysis for Language Teachers. New York: Cambridge 
University Press, 1992.
Atividades
1. A partir das explicações do tópico O que é um texto, analise os extratos de 
texto a seguir e preencha o quadro abaixo indicando se os fragmentos apre-
sentados podem ser considerados textos e qual é o tipo de texto. Dê tam-
bém uma justificativa para a sua resposta. Alguns itens já foram preenchidos 
para você.
Extrato 1 Extrato 2
October 23, 2006.
Cheese Specialists Inc.
456 Rubble Road
Rockville, IL
Dear Mr. Flintstone:
Yesterday, all my troubles seemed so far away 
Now it looks as though they’re here to stay 
Oh, Oh, I believe in yesterday...
Kenneth Beare
Director of Ken’s Cheese House
Strawberry Cake
Ingredients
68 NILLA Wafers, divided
3 cups sliced strawberries, divided
3 cups cold milk
2 (4 serving size) packages JELL-O
Directions
Cover bottom of serving bowl with 24 of the 
wafers. Pour milk .Add dry pudding mixes. 
Beat for 2 minutes or until well blended...
Extrato 3
Girl – Excuse me, how can I get to the post office, please?
Police Officer – Finally you cross the street. After you turn left. Cross the street again.
First, you go straight.
Quadro Atividade
Extrato Tipo de texto Justificativa
1 Não pode ser considerado um texto 
porque...
2
3 Diálogo. Solicitação de informações sobre 
como chegar a um determinado lugar.
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
2. Informe na coluna à esquerda se as sentenças têm um estilo Formal (F) ou 
Informal (I). Posteriormente, combine as colunas de modo a indicar qual a 
sentença mais adequada em cada uma das situações listadas.
Sentença Estilo Situação
(1) How are you doing Fred? ( ) Reserva de Quarto em Hotel
(2) Dear Sir or Madam F ( ) Conversa Telefônica
(3) I’m sorry, Mr. Smith is not available at 
the moment ( ) Relatório Comercial
(4) Can I come and stay for a night? ( ) Cumprimento
(5) Margaret Anderson, Director of 
Personnel has requested this report on 
employee benefits satisfaction. ( 2 ) Saudação em cartas comerciais
3. Combine as sentenças, transcritas da atividade anterior, (à esquerda, no quadro 
abaixo) com seu estilo oposto correspondente (à direita). Se formal nas senten-
ças à esquerda, seu oposto é informal nas sentenças à direita e vice-versa.
Sentença Estilo Correspondente Estilo
(1) How are you doing Fred? I ( 3 ) Sorry, John isn’t in right now. F
(2) Dear Sir or Madam ( ) Hi Mark
(3) I’m sorry, Mr. Smith is not availa-
ble at the moment.
( ) I would like to reserve a room for 
the night.
(4) Can I come and stay for a night? ( ) The personnel boss has asked to 
write if the workers are happy with 
their benefits.
(5) Margaret Anderson, Director of 
Personnel has requested this report 
on employee benefits satisfaction.
( ) How do you do?
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O texto - conceitos e abordagens
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
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Tipos de texto e gêneros
Não poderíamos imaginar a nossa vida diária sem textos. Os textos 
orais e escritos permeiam nosso cotidiano e deles nos apoderamos para 
realizar os tipos mais simples de atividades, como deixar um recado para 
um membro da família fixado na geladeira.
Para que entendamos melhor os principais conceitos que cercam esse 
tópico, discorremos, primeiramente, sobre as esferas de realização da lin-
guagem: texto, gênero e discurso. Em seguida, faremos a distinção entre 
tipos de textos e gêneros situados em seu contexto de cultura e situação e, 
finalmente, apresentaremos a inter-relação entre tipos textuais e gêneros.
Discurso, gênero e texto
A possibilidade de se gerar ou se entender textos e gêneros é infinita 
devido ao grande repertório de tipos de texto e da gama de gêneros do 
discurso que circulam em nossa sociedade.
Os textos se materializam através dos gêneros textuais que fazem parte 
de determinado domínio discursivo. Em outras palavras, um texto, enten-
dido como uma unidade de significado se realiza através de uma forma, 
a que inicialmente denominaremos gênero. Este irá acontecer em certa 
situação sócio-histórica, por meio de instâncias discursivas.
Talvez não seja uma tarefa muito simples distinguir tipos textuais (uma 
narração), gêneros (uma receita culinária) e discursos (linguagem jornalís-
tica). Por essa razão, trataremos, a seguir, de discutir e conceitualizar cada 
um desses itens, para que você possa melhor compreender esses termos.
Discurso
Nossa concepção de discurso é diferente daquela postulada por Saussure 
(1966) em sua clássica distinção entre langue (sistema linguístico, um conjun-
to de opções e possibilidades) e parole (um enunciado em particular, emitido 
por um indivíduo a partir de um sistema de escolhas).
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Adotaremos, neste trabalho, a perspectiva do linguista Michael Halliday, que 
não coloca o discurso como ato individual, mas como uma unidade de lingua-
gem que está enraizado num contexto específico. Assim, para esse autor, o texto 
é ao mesmo tempo uma unidade de significado e uma forma de (inter)ação, po-
dendo, assim ser analisado tanto em termos de linguagem como sistema e como 
elemento semiótico que reflete processos discursivos e socioculturais ligados a 
estruturas sociais. Exemplos de discurso citados pelo autor incluem o jornalístico 
e o acadêmico. O filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin também aborda o dis-
curso, denominando-o instâncias discursivas. Segundo ele, o discurso não abran-
ge um gênero em particular, mas dá origem a vários deles. Assim, no discurso 
religioso podemos ter o gênero sermão e no jornalístico a reportagem.Gêneros
O mundo moderno requer que desenvolvamos habilidades comunicativas 
para que possamos interferir participativa e criticamente na sociedade em que 
vivemos. Em todos os contextos culturais e sociais existem atividades represen-
tadas na linguagem. Segundo Meurer (2002, p.11), três aspectos são definidores 
do contexto: sobre o que se fala, quem fala e como se fala, que nos possibilitam 
ser mais ou menos articulados no uso da linguagem, para atingirmos nossos ob-
jetivos. Materializando em forma de texto uma determinada interação humana, 
a linguagem se constitui como gênero.
Autores como Jean Paul Bronckart, Bakhtin e outros conceituam o gênero 
na Análise do Discurso. Entretanto, em nossa proposta, adotaremos a visão de 
Swales que apresenta um modelo pedagógico para análise de gêneros. Para 
Swales (1990, p. 58) um gênero compreende uma classe de eventos comunica-
tivos, cujos membros compartilham os mesmos propósitos comunicativos. Tais 
propósitos são reconhecidos pelos membros especialistas da comunidade dis-
cursiva de origem e, portanto, constituem o conjunto de razões (rationale) para o 
gênero. Essas razões moldam a estrutura esquemática do discurso, influenciam e 
impõem limites à escolha de conteúdo e de estilo.
O traço principal, definidor de gênero para o autor, também compartilhado 
por Bhatia (1993) é o propósito comunicativo, compartilhado por uma comunida-
de discursiva que o reconhece, lhe dá forma e modifica. A organização retórica, 
ou seja, o modo como blocos textuais são estruturados, é outro aspecto impor-
tante na caracterização do gênero.
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Tipos de texto e gêneros
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Para exemplificar, poderíamos dizer que uma receita culinária é um gênero, 
pois tem o propósito comunicativo de instruir alguém a realizar um determina-
do tipo de prato culinário. Esse gênero faz parte de uma comunidade discursiva 
(cozinheiros, chefes de cozinha, amantes da culinária) que o utilizam para instruir 
terceiros a realizar determinados tipos de pratos. Ele também possui uma orga-
nização retórica (Ingredientes e Modo de Fazer) conhecida pelos que o escrevem 
e pelos que o leem, tornando-se mais fácil sua circulação na sociedade.
Texto
Após havermos discutido os conceitos de discurso e gênero, nos tópicos an-
teriores, como definiríamos, agora, o texto? Neste ponto, tomaremos a definição 
de Davies (1995, p. 94) segundo a qual o texto é um extrato de escrita que possui 
coerência e textura, com um ou vários autores e marcado claramente por um 
começo e um fim.
O texto seria, então, uma unidade linguística materializada por meio de de-
terminado gênero, que lhe dá forma e determina sua função social.
Para tornar mais claro, observe o texto abaixo:
Texto 1
Boil potatoes in ‘coats’, remove skin and cut into cubes. Remove skin from 
cucumbers, apples and onions and cut like potatoes. Mix the ingredients.
Prepare the sauce: clean the garlic and cut into small cubes. Mix with 
given ingredients. Mix the sauce with the salad.
Serve with different kinds of sausages or chops.
The recipe is for 6-8 portions.
(Disponível em: <www.bestcookrecipes.com/recipe,potato_salad>. Acesso em: 21jun. 2008.)
Esse texto tem o objetivo de instruir como preparar algum tipo de alimen-
to. É coerente e organizado e podemos entendê-lo facilmente. Mas que texto é 
esse? Qual é a sua função social? Ao mesmo tempo em que se assemelha a um 
gênero muito conhecido em nossa sociedade, parece que falta algo para ele se 
configurar como tal.
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28
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
É muito provável que você tenha reconhecido tratar-se de instruções de como 
preparar batatas. Algumas palavras como: prepare, ingredients, mix, salad, serve, 
devem ter ajudado. Entretanto, verificamos, então, que faltam elementos na or-
ganização retórica, ou seja, na estruturação do Texto 1, para que ele se torne 
semelhante a outras receitas que conhecemos. Veja, abaixo, se assim fica mais 
fácil de identificar o texto como uma receita.
Texto 2
Ingredients:
D
isp
on
ív
el
 e
m
: <
w
w
w
.b
es
tc
oo
kr
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ip
es
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 A
ce
ss
o 
em
: 2
1 
ju
n.
 2
00
8.
3 pounds (1 1/2 kilograms) of potatoes
2-3 pickles
1/2 pound (25 dag) of cucumbers
1 pound (40 dag) of fresh apples
1-2 onions
Sauce:
1 medium jar of mayonnaise
3/4 cup of sour cream 18 %
1 tablespoon of vinegar
2 cloves of garlic
salt
sugar
parsley leaves
IE
SD
E 
Br
as
il 
S.
 A
.
Directions:
Boil potatoes in ‘coats’, remove skin and cut into cubes. Remove skin from cucumbers, apples 
and onions and cut like potatoes. Mix the ingredients.
Prepare the sauce: clean the garlic and cut into small cubes. Mix with given ingredients. Mix 
the sauce with the salad.
Serve with different kinds of sausages or chops.
The recipe is for 6-8 portions.
Vimos, então, que o texto 1, embora completo e coerente, necessita de um 
gênero para que possamos nomeá-lo e reconhecer sua estrutura e sua função 
comunicativo-discursiva. Assim, tomando o texto 2, vimos que o texto contido no 
Exemplo 1, é, na realidade, parte do gênero Receita Culinária, especificamente uma 
receita de Salada de Batata (ou Salada de Maionese, como alguns a chamam).
Podemos dizer, então, que discurso, gênero e texto, cada qual em sua esfera 
de atuação, ao mesmo tempo que delimitam e materializam as práticas sociais 
humanas. A esse respeito, o analista crítico do discurso Norman Fairclough 
(1992, p. 22) comenta que “qualquer evento discursivo (isto é, qualquer exemplo 
de discurso) é considerado simultaneamente um texto, um exemplo de prática 
discursiva e um exemplo de prática social”.
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Tipos de texto e gêneros
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Desenvolveremos, a seguir, as noções de gêneros e tipologia textual, para 
ampliarmos nossas colocações sobre esses dois enfoques teóricos.
Tipos de texto e gêneros textuais
Para Marcuschi (2002, p. 22), tipologia textual é um termo usado “para desig-
nar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística 
de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógi-
cas)”. Há vários tipos de textos descritos, tais como: textos persuasivos, instrucio-
nais, informativos, entre outros. Entretanto, os mais conhecidos e comumente 
solicitados em vestibulares e concursos públicos são a Descrição (tipo de texto 
em que descreve um lugar, uma pessoa, ou um objeto), a Narração (modalidade 
textual em que se conta um fato real ou não que ocorreu em um determinado 
tempo e lugar, envolvendo certos personagens) e a Dissertação/Argumentação 
(estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de ideias com base 
na argumentação).
Os exemplos abaixo, ilustram esses tipos principais de texto.
Descrição
It is a typical classroom: a few wooden chairs, a whiteboard and the teacher’s 
desk. On the wall there is a big old clock and some children drawings. There are 
no curtains. On the ceiling two fans and some lights.
Narração
I was waiting in the examining room. My mother was walking back and forth 
in the hallway, but my father kept me company. The doctor was always late. I 
knew I would have to wait some more time so I picked up a torn magazine that 
was lying on the floor and started reading it.
Argumentação
The government should provide more financial assistance to parents who 
use childcare. Childcare centers may assist children in their early development. 
Moreover, they may give children an opportunityto mix with other children 
and to develop social skills at an early age.
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Temos, no primeiro exemplo, uma descrição de uma sala de aula, no segundo 
o relato de uma pessoa que está na sala de espera de um consultório médico, 
junto com seus pais e no terceiro, uma pessoa comenta sobre a assistência que 
o governo deveria fornecer às escolas de ensino infantil.
Enquanto que tipos de textos exercem seu papel comunicativo de informar, 
persuadir, instruir ou descrever, somente realizam sua função social quando in-
seridos em algum gênero. A descrição de uma sala de aula, citada no exemplo 
acima, poderia fazer parte de vários gêneros tais como de um anúncio de alu-
guel de salas ou um relatório de uma empresa de seguros: somente assim dei-
xaria de ser simplesmente uma descrição para ser utilizada para um propósito 
comunicativo real.
Há, ainda, na literatura, muita discussão a respeito da terminologia e da cons-
tituição de tipos de textos e gêneros, Marcuschi (2002), Travaglia (1991), Silva 
(1999) dentre outros, ou seja, esses conceitos poderão ainda ser ampliados, pois 
ainda estão sujeitos a um amplo debate.
Os gêneros textuais, conforme descrevemos anteriormente, são a materia-
lização de textos orais ou escritos, inseridos em uma estrutura conhecida por 
seus interlocutores. Têm uma finalidade definida, ocorrendo em um contexto 
social específico. Por suas características externas à linguagem, ou seja, visto po-
dermos classificá-lo por sua função sociocomunicativa, audiência e propósito, e 
não somente por suas características linguísticas, é que diferenciamos gêneros 
de tipos de texto.
Para melhor compreensão, comentaremos brevemente o gênero Resenha. 
O exemplo abaixo se refere à resenha crítica do filme The Incredible Hulk (O 
Incrível Hulk).
D
iv
ul
ga
çã
o:
 U
ni
ve
rs
al
 P
ic
tu
re
s.
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Tipos de texto e gêneros
31
June 13, 2008.
Caution: contents turn angry when shaken
By A. O. SCOTT
Five years ago there was a movie about Dr. Bruce Banner, a scientist who, 
when agitated, turns large and green. It was called “Hulk” and it didn’t do very 
well, either with critics or with the legions of comic-book fans expected to sacri-
fice a portion of their pocket money every summer to keep the movie studios 
afloat. Now Universal and Marvel, every bit as indomitable as their rampaging 
asparagus-colored intellectual property, have given the franchise another try.
The new movie about poor Dr. Banner, directed by Louis Leterrier (“The 
Transporter,” “Transporter 2”) from a script by Zak Penn (“X2,” “X-Men: The Last 
Stand”), is called “The Incredible Hulk.” But let’s not get carried away: “The 
Adequate Hulk” would have been a more suitable title. There are some big, 
thumping fights and a few bright shards of pop-cultural wit, but for the most 
part this movie seems content to aim for the generic mean. If you really need 
a superhero to tide you over until Hellboy and Batman resurface next month 
— and honestly, do you? really? why? — I guess this big green dude will do.
The latest Hulk, a computer-generated behemoth with torn pants and tou-
sled hair, is a slightly improved version of the character created by Stan Lee and 
Jack Kirby 46 years ago, though a cameo appearance by Lou Ferrigno, the Hulk 
on the old television series, may induce some fond nostalgia for the analog 
days when a superhero could be impersonated by an actual person.. […]
Directed by Louis Leterrier; written by Zak Penn, based on the Marvel 
comic book by Stan Lee and Jack Kirby; director of photography, Peter Men-
zies Jr.; edited by John Wright, Rick Shaine and Vincent Tabaillon; music by 
Craig Armstrong; production designer, Kirk M. Petruccelli; visual effects su-
pervisor, Kurt Williams; produced by Avi Arad, Gale Anne Hurd and Kevin 
Feige; released by Universal Pictures and Marvel Entertainment. Running 
time: 1 hour 54 minutes.
WITH: Edward Norton (Bruce Banner), Liv Tyler (Betty Ross), Tim Roth (Emil 
Blonsky), Tim Blake Nelson (Samuel Sterns), Ty Burrell (Leonard) and William 
Hurt (General Ross).
(Disponível em: <http://movies.nytimes.com/2008/06/13/movies/ 
13hulk.html?ref=movies&pagewanted=print>. Acesso em: 23 jun. 2008.)
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Poderíamos dizer que temos aqui um tipo de texto persuasivo em que o autor 
procura nos convencer a compartilhar sua opinião a respeito desse filme. Com 
um título um tanto irônico Caution: contents turn angry when shaken (Cuidado, o 
conteúdo fica zangado quando sacudido) , o autor não somente fornece sua opi-
nião, mas também descreve e apresenta outras informações a respeito do filme 
e de seus personagens. Ele escreve a partir de seu próprio estilo, mas segue algu-
mas convenções tais como: informar duração do filme, atores e diretor; destacar 
pontos positivos e negativos; resumir a estória. Essas convenções permitem que 
o autor exerça a função comunicativa desse gênero, qual seja, descrever, avaliar e 
recomendar (ou desqualificar) um filme, o que lhe permite atingir a sua audiência 
(leitores, internautas etc.) com maior eficiência.
Contexto de situação e de cultura
Todo texto, oral ou escrito, ocorre em um contexto de uso específico. Podemos 
dizer que os sistemas linguísticos são estruturados pelo uso e manifestam-se em 
dois níveis contextuais, quais sejam, o contexto de situação e o de cultura.
O antropólogo polonês Bronislaw Malinowski (apud HALLIDAY; HASAN, 1989) 
foi precussor da teoria acerca do contexto de uso, ou contexto de situação (context 
of situation), que foi o termo criado por ele para expressar todo um ambiente 
onde o texto seria analisado. Esse tópico foi posteriormente desenvolvido por 
J. R. Firth, que criou sua própria teoria linguística (HALLIDAY; HASAN, 1989), in-
cluindo os elementos envolvidos no contexto, que são: os participantes, a ação 
dos participantes, características da situação e efeitos da ação verbal. A teoria 
ganhou corpo com o trabalho de Michael H. K. Halliday e seus seguidores, por 
meio da gramática sistêmico-funcional. Esse nível de análise surge como moti-
vador das escolhas de registro (vocabulário, aspectos gramaticais), ou seja, em 
nível léxico-gramatical.
Malinowski também percebeu que precisaria de outro tipo de contexto que 
desse conta não só do que estava acontecendo, mas também de aspectos culturais 
envolvidos em uma determinada prática social: o contexto cultural, que iria operar 
no âmbito do gênero. Para Halliday e Hasan (1989) o contexto de cultura é mais 
amplo, definindo a atividade social de uma cultura especifica de modo que os sig-
nificados de determinados textos tenham um propósito, ou seja, costumes e valo-
res de uma determinada sociedade que influenciam a interpretação dos textos.
Assim, enquanto o contexto de situação, determinando a escolha de regis-
tros, torna os textos diferentes, a escolha dos gêneros, a partir do contexto de 
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Tipos de texto e gêneros
33
cultura, os torna mais semelhantes, especialmente por conta das convenções a 
que esses estão sujeitos.
Por exemplo, imagine um repórter entrevistando um cantor de rock em um 
dia, e o Papa em outro. Embora esteja restrito às convenções do gênero Entrevis-
ta Jornalística (estruturado em perguntas e respostas, com o propósito de extrair 
informações de interesse do leitor) o jornalista utilizaráum vocabulário e uma 
organização sintática (construções mais complexas, vocabulário mais formal) 
para comunicar-se com o chefe da igreja católica, enquanto provavelmente fará 
uso de um vocabulário informal na conversa com o cantor de rock.
Enquanto as diferenças entre os textos se situa em nível das variáveis de re-
gistro (neste caso a relação entre os participantes) – o que implica em escolhas 
diferentes para relações (formais, informais) distintas – sua semelhança decorre 
da função que esses textos cumprem no contexto cultural. No caso citado, o 
propósito é extrair informações específicas do entrevistado para um fim deter-
minado que pode ser: esclarecer, informar ou entreter, dentre outros. Daí decor-
re que textos com grande variação em termos de registro (contexto de situação) 
podem pertencer ao mesmo gênero (contexto cultural) tornando esses dois 
níveis de análise intrinsicamente ligados.
Comparação e contraste 
entre tipos de texto e gêneros
Neste ponto, você já deve ter notado a estreita relação entre tipos de textos e gê-
neros textuais. Convém retomar, entretanto, o caráter de formação interna, ou seja, 
de construção e organização da linguagem daquele primeiro, enquanto o segundo 
se constitui pelo uso das estruturas discursivas em situações reais de comunicação.
Para ilustrar, vamos analisar trechos de um Manual do Aparelho Celular F9200 
da LG.
D
iv
ul
ga
çã
o:
 L
G
.
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34
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Manuais são gêneros textuais que têm o propósito comunicativo de instruir os 
usuários a utilizar de modo eficiente determinado produto. É claro que há uma in-
finidade de manuais e que esses possuirão diferenças em seu registro e seu estilo 
(formal, informal, técnico, acadêmico) dependendo de seu público-alvo e da co-
munidade discursiva a que pertencem. Ainda assim, possivelmente poderemos 
encontrar na maioria deles, uma estruturação semelhante incluindo tópicos que 
expliquem como instalar, como usar ou como resolver possíveis problemas.
Pense nos manuais que você já leu, eles não têm sempre algo em comum? 
Para iniciar, vejamos o extrato da página 16 do manual citado acima. Você con-
seguiria identificar, qual é o propósito dessa parte?
Your Phone 
D
iv
ul
ga
çã
o:
 L
G
.
Your phone´s Features
1. Earpiece
2. Side keys: These keys are used to control the 
volume of ringtone in standby mode and 
speaker volume during a call.
3,10. Left soft key/Right soft key: Each of these 
keys perform the functions indicated by the 
text on the display immediately above them.
4. Send key: You can dial a phone number 
and answer incoming calls. Press this key in 
standby mode to quickly access the most 
recent incoming, outgoing and missed calls.
5. Aphanumeric keys: Theses keys are used to 
dial a number in standby mode and to enter 
number or characters in edit mode.
6. Microphone: Can be muted during a call for 
privacy.
7. Display screen: Displays phone status icons, 
menu items, Web information, pictures and 
more in full color.
8.5- way joystick or Navigation key: Enables 
scrolling through names, phone numbers, 
menus or settings.
 The 5-way joystick is also used to move the 
cursor up and down, right and left when 
writing text, using the calendar, and in some 
game applications.
 Pressing the joystick briefly selects the 
function.
 Short press will launch the WAP browser.
 Allows you to select and confirm menu 
options.
9. Message Key: Use to retrieve or send text 
messages.
11. End/Power key: Allow you to power the 
phone on or off, end calls, or returns to standby 
mode.
12. Clear key: Allows you to delete the characters 
entered or return you to the previous screen.
Como você deve ter notado, essa divisão do Manual descreve, com detalhes, 
cada uma das teclas de função do aparelho, para que o usuário possa utilizá-lo 
adequadamente. Diríamos, então, tratar-se de um tipo de texto descritivo, carac-
terizado pela explicação do uso de cada tecla ou dispositivo.
Veremos agora um trecho da página 22 do Manual. Você reconhece a função 
comunicativa desse trecho?
D
iv
ul
ga
çã
o:
 L
G
.
Turning Your Phone On and Off
1. Hold on the key untill the phone switches on.
2. If the phone asks for a PIN, enter the PIN and press 
the left soft key [OK].
The phone searches for your network and after finding 
it, the idle screen, illustrated below, appears on both 
displays. Now, you can make or receive a call.
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Tipos de texto e gêneros
35
Provavelmente você notou que essa parte procura instruir o usuário no cor-
reto manuseio do equipamento, mais especificamente, como ligá-lo e desligá-lo. 
Esse trecho, pode então ser considerado um texto instrutivo caracterizado pelo 
uso de imperativos (Hold down the key – Segure a tecla) e pela sequência lógica 
de ações: 1. Hold down the key; 2. If the telephone asks for PIN [...] e ilustrações para 
melhor compreensão.
Desse modo, você pode perceber, que embora o manual seja um gênero e por 
isso, tenha uma estruturação estável e convencionalizada, pode conter vários tipos 
de textos (no exemplo acima o descritivo e o instrutivo) que cumprem funções es-
pecíficas em partes determinadas desse gênero, mas que, individualmente, não 
chegam a desempenhar uma função particular dentro das práticas sociais.
Texto complementar
Sobre os gêneros textuais
(BALTAR, 2008. Adaptado)
Há muito se tem falado em leitura e produção de textos nas nossas salas 
de aula. Entretanto uns professores pedem para os alunos escrever uma 
redação, outros pedem uma pequena narrativa, outros um pequeno texto, 
outros uma composição, outros pedem para que os alunos escrevam cartas, 
bilhetes, anúncios, contos etc.
Na tentativa de resolver essas hesitações terminológicas, e a título de siste-
matização de nosso trabalho de pesquisa-ação UCS-PRODUTORE: laborató-
rio de produção e de recepção de textos – os gêneros textuais, proporemos 
as seguintes definições:
chamaremos de � textos as unidades básicas de ensino que se organi-
zam sempre dentro de certas restrições de natureza temática, com-
posicional e estilística, o que os caracteriza como pertencentes a um 
determinado gênero textual. Para os PCN, por exemplo, o texto e a no-
ção de gênero textual, constitutiva do texto, precisa ser tomada como 
objeto de ensino em nossas escolas;
chamaremos de � gêneros textuais a diversidade de textos que ocorrem 
nos ambientes discursivos de nossa sociedade, os quais são materiali-
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
zações linguísticas de discursos textualizadas, com suas estruturas re-
lativamente estáveis, conforme Bakhtin, disponíveis no intertexto para 
serem atualizados nos eventos discursivos que ocorrem em socieda-
de; em outras palavras os gêneros textuais são unidades triádicas re-
lativamente estáveis, passíveis de serem divididas para fim de análise 
em unidade composicional, unidade temática e estilo, disponíveis num 
inventário de textos (arquitexto ou intertexto), criado historicamen-
te pela prática social, com ocorrência nos mais variados ambientes 
discursivos, que os usuários de uma língua natural atualizam quando 
participam de uma atividade de linguagem, de acordo com o efeito de 
sentido que querem provocar nos seus interlocutores;
chamaremos de � modalidades discursivas as formas de organização lin-
guístico-discursivas em número limitado que existem e que são per-
cebidas no folhado textual dos gêneros textuais na formade predomi-
nância, com a finalidade de produzir um efeito discursivo específico 
nas relações entre os usuários de uma língua, como é o caso do narrar, 
do relatar, do argumentar, do expor, do descrever e do instruir;
chamaremos � sequências textuais os modos de organização linear que 
visam a formar uma unidade textual coesa e coerente, que vão expres-
sar linguisticamente o efeito de sentido que as modalidades discursi-
vas pretendem instaurar na interação entre os interlocutores de uma 
atividade de linguagem;
chamaremos de � suportes textuais os espaços físicos e materiais onde 
estão grafados os gêneros textuais, como por exemplo, o livro, o jor-
nal, o computador, o folder, o manual de instrução, a folha da bula de 
remédio etc.;
chamaremos de � ambientes discursivos os lugares ou as instituições 
sociais onde se organizam formas de produção com respectivas es-
tratégias de compreensão onde ocorrem as atividades de linguagem, 
através dos textos empíticos classificados em gêneros textuais; por 
exemplo, o ambiente discursivo escolar, acadêmico, mídia, jurídico, re-
ligioso, político etc.;
chamaremos de � eventos discursivos as atividades de linguagem que se 
dão no tempo e em determinados ambientes discursivos, através de gê-
neros textuais constituídos de modalidades discursivas e de sequências 
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Tipos de texto e gêneros
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textuais, envolvendo enunciadores determinados, com objetivos espe-
cíficos de interagir com enunciatários reais;
admitiremos o uso de � gêneros de discurso, como o discurso do judici-
ário, da mídia, da escola, da academia, o discurso religioso, o familiar, 
o político etc.; referindo-se respectivamente aos ambientes discursivos 
correspondentes.
Obs.: Enquanto que o número de gêneros textuais numa determinada so-
ciedade é, em princípio, ilimitado, ampliando-se de acordo com os avanços 
culturais e tecnológicos, sendo passível de se fazer um corte sincrônico num 
determinado tempo e lugar, para efeito de análise, o número de modalida-
des discursivas é menor e mais ou menos limitado. Vejamos a seguinte tabela 
para melhor compreender estas definições:
Tabela 1 – Terminologia
Gênero 
textual
Modalidade 
discursiva
Suporte do 
texto
Ambiente 
discursivo 
(instituição)
Interação 
verbal 
enunciadores
Novela Narrar Televisão Mídia televisiva Autores 
telespectadores 
Crônica Expor / 
Argumentar 
Seção coluna 
de jornal/revista 
Mídia impressa 
jornal/revista 
Escritor leitor de 
jornal/revista 
Romance Narrar Livro Indústria 
literária 
Escritor leitor 
Entrevista 
 
Interativo/ 
Dialogal
Revista Mídia escrita Jornalista e 
entrevistado/
leitor 
Carta ofício Expor/ 
Argumentar 
Folha papel 
timbrado e 
envelope 
Acadêmico 
escolar oficial 
Universidade/
Escola 
Prefeitura 
Biografia Relatar Livro Indústria 
literária 
Escritor/Leitor 
Manual de 
instrução de TV 
Instruir Folheto, folder, 
livro impresso 
Indústria-
comércio 
(mercantil) 
Empresa indús-
tria cliente 
Cheque Expor/Instruir Talão de 
cheque 
Bancária Cliente - Banco 
Editorial Argumentar/
Expor
Jornal /revista 
impressos 
Mídia jornal 
impresso 
Empresa 
(jornal/revista) 
leitor 
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Gênero 
textual
Modalidade 
discursiva
Suporte do 
texto
Ambiente 
discursivo 
(instituição)
Interação 
verbal 
enunciadores
Noticiário Relatar Jornal TV rádio Mídia Apresentador 
público 
Narração de 
jogo de futebol 
Narrar Rádio/TV Mídia esportiva Narrador – 
ouvintes/teles-
pectadores 
Dicas de estudo
O site da BBC-Skillswise disponível em: <www.bbc.co.uk/skillswise/words/re-
ading/typesoftext/index.shtml> traz informações, exercícios e jogos sobre tipos 
de texto. Nele você encontrará elementos complementares ao nosso estudo tais 
como a distinção entre textos descritivos, persuasivos, informativos e instrutivos, 
acompanhados de exercícios. Há também um jogo on-line em que você poderá 
testar seus conhecimentos sobre o tema.
Atividades
1. Escolha dentre as alternativas, a que tipo de textos pertencem, respectiva-
mente, cada um dos trechos abaixo:
a) instrução.
b) descrição.
c) narração.
d) argumentação/dissertação.
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Tipos de texto e gêneros
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 Extrato 1 )(
The vehicle is silver with aluminum body. It has ABS brakes, leathers seats 
and resistant bumper shields.
 Extrato 2 )(
Don’t leave your bags unattended when you are at the airport. Make 
sure you have all the documents requested by local authorities. Never carry 
dangerous products inside your handbag.
 Extrato 3 )(
The place we stayed in was just perfect. The main bedroom was roomy, 
with lots of natural light coming from a huge bay window. I would recommend 
it for anyone who wants to relax and enjoy nature.
 Extrato 4 )(
The lady entered the bank to cash a check. She was heading for the cashier 
when she noticed some strange movement at the main entrance. It took her 
a couple of minutes to realize it was a bank robbery.
2. Com base nos tipos de texto a que se referem os extratos da atividade ante-
rior, combine as colunas de modo a informar de que gêneros eles poderiam 
fazer parte. Mais de uma alternativa é possível.
Extrato 1 ( ) (a) Carta/E-mail comercial
Extrato 2 ( ) (b) Carta/E-mail pessoal
Extrato 3 ( ) (c) Anúncio de Venda
Extrato 4 ( ) (d) Folheto de Instruções
(e) Carta ao Editor
(f ) Reportagem Jornalística
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
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Diferenças organizacionais e linguísticas de 
textos em língua materna e língua estrangeira
Seja para leitura ou para a escrita é importante entender as principais di-
ferenças organizacionais e linguísticas entre a língua portuguesa e a língua 
inglesa. Se considerarmos um aprendiz adulto que já tenha estruturado de 
modo efetivo sua língua materna, constataremos que os principais erros ocor-
rem devido à interferência daquela no aprendizado da língua estrangeira.
A fim de ampliarmos essa discussão, abordaremos a organização retóri-
ca1, ou seja, a estrutura da língua portuguesa contrastada à inglesa destacan-
do especialmente as diferenças linguísticas entre essas línguas, com ênfase 
na gramática e no léxico (vocabulário e colocações). O texto complementar 
tratará da questão do erro, visto que é na prática escrita, em especial, que os 
contrastes linguísticos e as incorreções tornam-se mais evidentes.
Organização retórica português/inglês
Cada língua tem sua organização retórica, ou estrutural, que pode ser 
semelhante a outras ou não. As normas de escrita particulares a cada cul-
tura são apropriadas pelas convenções de cada gênero, que lhes dá forma. 
Assim, para um estudo mais efetivo da estruturação organizacional de 
textos teríamos que fazê-lo a partir de cada gênero.
Considerando que o contraste entre a organização textual da LP (língua 
portuguesa) e LI (língua inglesa) não é muito significativo, daremos, a título 
de ilustração, um exemplo, a partir de um estudo de Motta-Roth (1998) acerca 
de Abstracts (Resumos) em português e em inglês. O Abstract (Resumo) é um 
gênero importante na vidaacadêmica, pois é um sumário de um trabalho 
científico, seja de uma monografia, tese, dissertação ou artigo.
A partir do modelo teórico de Swales (1990), Motta-Roth identificou a 
seguinte organização retórica de um Abstract: (a) situar a pesquisa (contex-
tualização); (b) apresentar a pesquisa (objetivo); (c) descrever a metodologia 
(metodologia) , resumir os resultados (resultados) e discutir a pesquisa (con-
1 A retórica trata da organização estrutural da linguagem, ou seja, como essa se organiza em termos de discurso e nos aspectos gramaticais.
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
clusão). Finalmente essa autora concluiu que não há diferenças significativas entre 
as línguas, em relação ao modo como o gênero Abstract é organizado.
Para ilustrar, veja os exemplos 1 e 2 abaixo:
Exemplo 1 – Extraído do periódico Child Abuse & Neglect.
The health and well-being of neglected, abused and 
exploited children: The Kyiv Street Children Project
Abstract
Objective: to report on the backgrounds and physical and emotional well-
being of street children using two street shelters in Kyiv, Ukraine . This study 
is important because personal accounts of street children may highlight 
individual of family factors that are associated with vulnerability for and risk 
of poor mental health, and these could have serious repercussions for the 
future. This study also poses a challenge to research because street children 
are a highly elusive population that services find hard to reach.
Methods: ninety-seven children were recruited and interviewed using 
a semistructured, psychosocial interview schedule; psychopathology was 
measured using the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) and the 
Mood ans Feelings Questionnaire (MFQ).
Results: seventy percent of street children scored for behavioral and 
emotional difficulties on the SDQ, and 74% scored for depression on the 
MFQ. Current health problems were reported by 78%, with 43%, described 
as persistent or severe. Two thirds of the children in the sample were not 
homeless but had chosen life on the streets in preference to permanent 
residence with their families. Their “survival” history on the streets contributed 
to the development of three different profiles of vulnerability.
Conclusions: high rates of physical and emotional problems in a 
population of street children, many of whom were still connected to their 
families, emphasize the importance of developing different approaches 
for children with different vulnerabilities. This study also demonstrates the 
feasibility of embedding on-going field research into the service dimension 
of “front-line” social care agencies.
©2006 Elsevier Ltd. All rights reserved.
Keywords: Abuse; Neglect; Exploitation; Street children.
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Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
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Nesse primeiro exemplo de um artigo acadêmico sobre crianças de rua, 
vemos a organização marcada das partes do Abstract. Resumidamente, pode-
ríamos dizer que o objetivo da pesquisa é relatar o estado emocional e físico de 
crianças de rua em dois abrigos na cidade de Kiev, na Ucrânia; a metodologia 
empregada está baseada em entrevistas; os resultados indicaram que 70% das 
crianças apresentavam problemas emocionais ou de comportamento e a con-
clusão aponta para a importância de haver diferentes abordagens, especialmen-
te por órgãos de assistência social, para o acolhimento dessas crianças.
Exemplo 2 – Extraído do periódico Rev. Saúde Pública.
(ROHDE; FERREIRA; ZOMER et al.)
Abstract
Impacto da vivência de rua nas amizades de crianças em idade escolar.
Objetivo: trata-se de um estudo para avaliar as relações de amizade em 
meninos de rua de 7 a 11 anos da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil.
Métodos: uma amostra de 30 meninos de rua foi comparada com outra 
de 51 meninos de 7 a 11 anos que viviam com suas famílias de baixa renda, 
utilizando-se a Entrevista Sobre Amigos e Companheiros da Cornell (Cornell 
Interview of Peers and Friends).
Resultados: os dois grupos apresentaram escores globais na entrevista 
significativamente diferentes, sendo que o grupo de meninos de rua obteve 
o escore médio mais alto. Da mesma forma, os meninos de rua apresentaram 
escores de adequação do desenvolvimento, autoestima e habilidades sociais 
significativamente menores do que os meninos com família.
Conclusões: levando-se em conta os resultados, é enfatizada a urgência 
do desenvolvimento de intervenções com as crianças com vivência de rua, 
especialmente com os meninos de rua.
Keywords: Homeless youth [psychology]; Family; Interpersonal relations; 
Menores de rua [psicologia]; Família; Relações interpessoais.
Como você pode notar, o Exemplo 2, em português, tem uma estruturação tex-
tual semelhante ao Exemplo 1, em inglês. Os dois Abstracts possuem os mesmos 
itens (objetivo, métodos, resultado, conclusão e palavras-chaves (keywords) e têm 
o mesmo propósito – que é apresentar um resumo de um trabalho de pesquisa 
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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
científica. Cabe mencionar, entretanto, isso não significa que a organização retó-
rica seja semelhante em todos os gêneros das duas línguas.
No entanto, é importante que você comece a observar semelhanças e distinções 
entre os gêneros na LI e LP (LI – inglesa) e (LP– portuguesa), para que possa aprovei-
tar seu conhecimento da língua materna (português) para estruturação de textos na 
língua estrangeira (inglês), visto que há maiores similaridades do que diferenças.
Embora em nível de análise do gênero, não tenhamos encontrado aspectos 
contrastivos muito diferenciados entre a língua materna (L1 – português) e a 
língua estrangeira (L2 – inglês), no aspecto léxico-gramatical (vocabulário e gra-
mática) encontraremos estruturas peculiares a cada idioma, que têm origem cul-
tural, ou seja, possuem raízes históricas e têm a ver com o modo com que cada 
cultura entende e descreve uma situação ou objeto.
Principais diferenças linguísticas 
entre L1 e L2 – aspectos gramaticais
Dentre os fatores de interferência da L1 na L2 está o aspecto gramatical. 
Embora haja muitas diferenças significativas, nos concentraremos nos tópicos 
mais pontuais da língua que poderão causar dificuldades na escrita, e possivel-
mente na leitura em língua inglesa. São eles os verbos e a organização de alguns 
elementos na sentença.
Verbos
Modo interrogativo e negativo
O padrão do inglês difere do português na estruturação das sentenças interroga-
tivas e negativas. Na forma interrogativa, em inglês, há o acréscimo de verbos auxilia-
res (do, does, did), que ocorrem antes do sujeito da sentença em todos os verbos, com 
exceção do verbo to be e dos modais (would, can, may, might, should, must, shall), em 
que há uma inversão do verbo, que aparecerá antes do sujeito.
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Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
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Exemplo:
They dance – Do they dance?
They can dance – Can they dance?
Vemos que enquanto, em inglês, acrescentamos um elemento linguístico 
(verbo auxiliar) ou organizamos a sentença com o verbo antes do sujeito, em 
português a única diferença é o ponto de interrogação.
Na forma negativa, o não (not) é acrescentado de modo semelhante nas duas 
línguas. No entanto, em português ele é sempre colocado antes do verbo (Ela 
não trabalha; Ela

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