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2009 Fundamentos do Texto em LÍNGUA INGLESA I Márcia Costa Bonamin Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br © 2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. B697 Bonamin, Márcia Costa. / Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I. / Márcia Costa Bonamin. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 244 p. ISBN: 978-85-387-0233-7 1. Língua Inglesa – Compêndio para estrangeiros. 2. Língua Inglesa – Estudo e ensino. I. Título. CDD 428.24 Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: Jupiter Images / DPI Images IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Mestre em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Gramática da Língua Inglesa pela UniSant’Anna, SP. Licenciada em Língua e Literatura Inglesas pela PUC-SP. Márcia Costa Bonamin Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Sumário O texto – conceitos e abordagens ..................................... 11 O que é um texto? ..................................................................................................................... 11 Definições de texto ................................................................................................................... 11 O texto oral e o texto escrito ................................................................................................. 15 Formalidade versus informalidade na linguagem ......................................................... 17 Tipos de texto e gêneros ....................................................... 25 Discurso, gênero e texto ......................................................................................................... 25 Tipos de texto e gêneros textuais ....................................................................................... 29 Contexto de situação e de cultura ...................................................................................... 32 Comparação e contraste entre tipos de texto e gêneros............................................ 33 Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira ...............41 Organização retórica português/inglês ............................................................................ 41 Principais diferenças linguísticas entre L1 e L2 – aspectos gramaticais ................ 44 Principais diferenças linguísticas entre L1 e L2 – aspectos lexicais (vocabulário) ............................................................................................. 48 Unidades textuais ..................................................................... 57 Coerência e coesão ................................................................................................................... 57 Coesão gramatical e lexical.................................................................................................... 60 Marcadores de discurso .......................................................................................................... 62 A organização do parágrafo .................................................................................................. 65 Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Principais tipos de texto I ...................................................... 73 Texto descritivo .......................................................................................................................... 73 Escrevendo um parágrafo descritivo.................................................................................. 78 Texto narrativo – conceito e caracterização .................................................................... 79 Escrevendo um parágrafo narrativo ................................................................................... 81 Principais tipos de texto II ..................................................... 89 Texto dissertativo-expositivo ................................................................................................ 89 Escrevendo um parágrafo dissertativo-expositivo ....................................................... 94 Texto dissertativo-argumentativo ....................................................................................... 95 Escrevendo um parágrafo dissertativo-argumentativo .............................................. 96 Gêneros do discurso ..............................................................103 Gêneros – apresentação .......................................................................................................103 Gêneros e sua função social ................................................................................................106 Gêneros digitais .......................................................................................................................107 Caracterização e emprego dos gêneros textuais I – textos instrucionais.........................................................................117 Textos instrucionais – tipos e características .................................................................118 Manuais de Instruções – análise e caracterização .......................................................119 Regras e regulamentos – análise e caracterização ......................................................122 Escrevendo textos instrucionais ........................................................................................124 Caracterização e emprego dos gêneros textuais II – textos persuasivos/argumentativos ................................135 Textos persuasivo-argumentativos: tipos e características ......................................135 Propagandas comerciais e institucionais .......................................................................138 Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Cartas ao editor ........................................................................................................................142 Escrevendo textos persuasivo/argumentativos ...........................................................144 Gêneros textuais da área acadêmica ..............................157 Abstracts – caracterização e escrita ...................................................................................157 Resenha – caracterização e escrita....................................................................................159 Resumo artigos – caracterização e escrita .....................................................................163 Gêneros textuais no mundo dos negócios ...................177 Cartas e e-mails comerciais – caracterização e escrita ..............................................177 Cartas de apresentação .........................................................................................................185 Currículo Vitae – caracterização e escrita .......................................................................187 Textos, gêneros e o ensino ..................................................197 Gêneros do discurso e PCN / PCNEM / PCN+ ................................................................197Que tipo de gêneros textuais escolher? ..........................................................................200 Aplicação pedagógica de gêneros textuais ...................................................................208 Gabarito .....................................................................................219 Referências ................................................................................237 Anotações .................................................................................243 Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Apresentação A disciplina Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I tem como obje- tivo fornecer subsídios para o reconhecimento das estruturas organizacionais e linguísticas de textos e gêneros que circulam na sociedade, a fim de que se possa distingui-los, compará-los e contrastá-los em suas várias ocorrências no discurso. A partir dessa abordagem, também irá propor atividades de produção de peque- nos textos visando a prática dos conceitos aprendidos. O conteúdo foi dividido em 12 capítulos. Nos capítulos iniciais, de números 1 a 6, trabalharemos na conceituação de texto e gênero e suas características dis- tintivas. Posteriormente, serão apontados os contrastes estruturais e linguísticos entre a língua portuguesa e a língua inglesa, bem como os aspectos de formalidade e informalidade da língua estrangeira. Em seguida, trataremos especificamente dos tipos de texto mais impor- tantes, que são: descritivo, narrativo, dissertativo e argumentativo, incluindo as questões de coerência e coesão. Através da análise de vários exemplos desses textos, os alunos deverão produzir parágrafos a partir dos modelos estudados. A partir da Aula 7, o conceito de gênero textual, será mais bem detalhado. Destacaremos alguns exemplares das categorias de textos instrucionais e persu- asivos, além dos que circulam no discurso acadêmico e na área comercial. Após o estudo da estruturação retórica e dos aspectos léxico-gramaticais, trabalharemos com a produção contextualizada com base nos modelos discutidos. Finalizaremos com um capítulo dedicado à discussão de textos e gêneros à luz dos PCNs e apontaremos alguns caminhos ao futuro docente para aplicação pedagógica dos gêneros do discurso. Bons estudos! Márcia Costa Bonamin Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto – conceitos e abordagens Dentre as competências e habilidades a serem desenvolvidas por es- tudantes está a formação de leitores e produtores de textos competen- tes, que são capazes de interpretar um texto de modo linear e crítico, sabendo utilizá-lo em um evento de comunicação específica. Em outras palavras, para uma interpretação adequada de determinado artigo, não basta somente identificar as ideias ali tratadas, mas também analisá-lo nas entrelinhas a partir do momento sócio-histórico em que se encontra. Além disso, para produzir um texto, é preciso, igualmente, que se domine uma série de estratégias de organização e estruturação textual, além de aspectos gramaticais e lexicais (vocabulário), tendo sempre em mente a situação particular em que determinado texto é originado e utilizado. Com esse propósito, trataremos, inicialmente, das definições de texto, da distinção entre textos orais e escritos e dos aspectos de formalidade e informalidade na linguagem. O que é um texto? Atualmente, a Linguística Textual e a Análise do Discurso, nos forne- cem subsídios indispensáveis para a análise de textos. Enquanto a primei- ra estuda os aspectos linguísticos e as condições discursivas que formam a base da construção da textualidade, a segunda aborda as construções ideo- lógicas presentes em um texto, tido como produto da atividade discursiva. Desse modo, a partir dessas duas disciplinas do campo da linguística teremos embasamento para compreender o texto como um conjunto de sentidos que é resultado de uma prática social e que deve ser considerado em seu contexto social e cultural. Definições de texto Veremos, a seguir, duas definições de texto, na perspectiva de alguns autores de destaque. Primeiramente, na visão de Ingedore Koch (1997, p. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 12 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I 22), docente da Unicamp e responsável por trabalhos significativos na área da Lin- guística Textual, o texto é a manifestação verbal constituída de elementos linguísticos selecionados e ordenados pelo falantes, durante a atividade verbal, de modo a permitir aos parceiros, na interação, não apenas depreensão de conteúdos semânticos, em decorrência da ativação de processos e estratégias de ordem cognitiva, como também a interação (ou atuação) de acordo com as práticas socioculturais. Já, para Ângela Kleiman (1995, p. 4), outra pesquisadora da Unicamp, “O texto é considerado por alguns especialistas como uma unidade semântica onde os vários elementos são materializados através de categorias lexicais, sintáticas, semânticas, estruturais.” Em uma definição mais abrangente, fornecida por Halliday e Hasan (1989, p.10) dois grandes estudiosos da linguagem, o texto é linguagem que é funcional [...] pode ser tanto oral como escrita [...] e é constituída de significados a serem expressos ou codificados, em palavras ou estruturas, os quais podem ser re-expressos continuamente, recodificados em sons ou em símbolos escritos [...] o texto é essencialmente uma unidade semântica.1 Além disso, para aqueles autores (1989, p. 11) o texto é “[...] um produto de um processo contínuo de escolhas de significado que podemos representar como múltiplos caminhos ou passagens através de redes que constituem o sistema linguístico”.2 Assim, o que podemos apreender a partir dessas definições? Alguns conceitos estão listados a seguir. A linguagem é funcional e tem unidade semântica, isto é, linguagem que � tem o papel de transmitir significados em situações específicas. Manifestação verbal que permite a interação, a partir de certa comunida- � de linguística, ou seja, uma linguagem que carrega significados que são interpretados em sociedades e culturas específicos. Uma unidade de significado que é ao mesmo tempo produto (como um � diálogo, por exemplo) e processo, pois existem múltiplas variações de sua realização. Manifestação linguística que se materializa através de certa estrutura, ou � seja, tem uma organização que lhe dá coerência e coesão. 1 Tradução livre da autora. 2 Tradução livre da autora. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto - conceitos e abordagens 13 Em suma, a função de um texto é transmitir uma mensagem ao receptor, es- tabelecendo uma interação com ele. Para isso, devemos utilizar: uma organização textual coesa e coerente � , ou seja, o texto deve ser constituído de elementos linguísticos dispostos de tal modo que possam ser compreendidos corretamente, permitindo, assim, que a função comu- nicativa possa ser realizada; uma estruturação adequada, � isto é, a mensagem poderá estar contida em gêneros específicos, com organização textual diferenciada. Por exem- plo, a mesma informação poderá ser comunicada através de um bilhete ou de um e-mail, ou através de um memorando ou de um ofício, cada qual estruturado de modo diferente; um nível de linguagem (registro) decorrente de contextos sociais es- � pecíficos.Conforme mencionamos no segundo item provavelmente será utilizada uma linguagem mais informal no bilhete, enquanto o memorando ou o ofício terão uma linguagem mais formal. Em ambos os casos, os parti- cipantes do discurso estão adequando suas escolhas lexicais (de palavras) e semânticas (de significado) ao contexto social em que se encontram e aos seus participantes. Assim, no mesmo contexto, uma secretária, por exemplo, poderia escolher textos orais ou escritos diferentes para se comunicar com seus colegas, seu superior imediato ou com o presidente da empresa, consi- derando o grau hierárquico e de proximidade com esses interlocutores. Que tal agora vermos alguns exemplos de textos que ilustrem esses conceitos? Texto 1 – Manual do aparelho de CD/DVD portátil da Sony, 2004. Power Connections (continued) D iv ul ga çã o: S on y. Battery Pack You can use the NP-FX700 rechargeable battery pack (supplied) to enjoy the player when an AC ou- tlet is not available. • Charge the battery pack before using it for the first time. � Attaching the battery pack (supplied) 1. Match the hooks of the battery pack into the holes on the bottom of the player. 2. Press and slide the battery pack until the hooks click. NOTES: • Do not detach the battery pack during playback. • Be careful not to drop the battery pack. � Detaching the battery pack 1.Press RELEASE switch 2. Slide the battery pack until the hooks click. NOTE: If you use the battery pack separately to the main unit, use the safeguard to maintain the horizontal. Introductions 19 Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 14 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Texto 2 – Carta Dear Abby, I am a 54-year-old divorced woman who raised three kids on my own for 15 years. I would now like to make a major change in my life and move to a small town in a Southern state. My kids are grown except for my youngest, who will graduate from high school this summer and probably attend college. My parents, who don’t even live in this town, are opposed to the idea. They say I am “abandoning my children,” which makes me feel guilty. Am I wrong for wanting a new life of my own? My loved ones can always come to visit me. Do I owe it to my parents to stay here? (Disponível em: <http://news.yahoo.com/s/ucda/20080526/lf_ucda/motherofthreewantsto- fleeheremptynest;_ylt=AmBmMLDtIlrubpuUaQleU9HNbbUC>. Acesso em: 12 jun. 2008.) Análise dos exemplos Características Texto 1 Texto 2 É coerente? Transmite a mensagem de forma comunicativa, conforme esperado? Embora seja parte de um manu- al, ele transmite, passo a passo, conforme esperado, como co- nectar uma bateria. Trata-se de uma carta ou e-mail pedindo conselhos, enviada atra- vés de um site de notícias. Possui um desenvolvimento normal de começo, meio e fim e termina com algumas perguntas, o que é típico desse tipo de texto. É funcional? Tem um objetivo comunicativo claro? É um texto instrutivo e parece cumprir sua função de guiar o leitor na colocação da bateria do equipamento. É um texto comunicativo pois o escritor dirige-se à colunista Abby pedindo conselhos sobre um problema específico. Tem uma forma e um nível de linguagem adequados? O seu layout denota uma or- ganização típica desses textos, com figuras e explicações em tópicos. A linguagem é mais formal: Release the switch (libere o interruptor), contendo voca- bulário técnico “AC outlet” (saída de corrente alternada). Tem uma estruturação comum às cartas especialmente obser- vado através da saudação Dear Abby (Querida Abby). Tem lin- guagem informal kids (filhos), My loved ones (meus amados). Considerando os comentários do quadro, podemos dizer que os exemplos acima têm características que os distinguem como exemplares de textos. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto - conceitos e abordagens 15 O texto oral e o texto escrito Quando se pensa em texto, geralmente vem à mente a ideia de um artigo jorna- lístico, ou capítulos de livros, receitas culinárias ou quaisquer tipos de textos escri- tos veiculados pelo meio impresso (jornal, revista, livro) ou hipermídias (internet). Mas será que textos são unidades de significado tipicamente escritas? Os textos – vistos como unidades funcionais de significado que se realizam em situ- ações sociocomunicativas – são materializados através da fala ou da escrita. E qual seria, então, a diferença entre essas duas modalidades? Observe o quadro a seguir: Características da linguagem oral e escrita (M A RC U SC H I, 20 01 , p . 2 7- 31 ) Oral Escrita contextualizada dependente implícita redundante não-planejada imprecisa não-normatizada fragmentária descontextualizada autônoma explícita condensada planejada precisa normatizada completa Em um primeiro momento, esse dois modos parecem opostos. Na realidade, em uma visão mais ortodoxa, poderíamos dizer que o texto escrito, utilizando a variante culta da linguagem, é mais formal, estruturado e complexo, enquanto o texto oral é mais espontâneo, transitório e simples, embora possua, também, estrutura própria. A linguagem escrita é mais estável e complexa, tendo permanência mais longa. A linguagem oral tem suporte na entoação e nos gestos, e é mais dinâmica e efêmera. Imagino que você teria mais facilidade em ler um texto escrito há 100 anos atrás, do que entender uma conversa informal entre adolescentes do século XXI, não é mesmo? Isso acontece porque a linguagem oral é mais transitória e cheia de expressões idiomáticas que se modificam com o tempo. Com advento da internet, começaram a se intensificar as discussões acerca do contínuo oral-escrito, o que tem muita relevância quando vamos discutir a lingua- gem em uso e sua aplicação ao ensino. Assim, novos gêneros, ou melhor, novas Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 16 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I realizações de antigos gêneros começaram a despontar com características de vários textos mesclados. Desse modo, assistimos à criação de gêneros oriundos da linguagem oral, mas que são realizados por meio da escrita, como o bate-pa- po (chat), por exemplo, e de gêneros tipicamente escritos, como as cartas, sendo transpostos para a internet com um estilo mais conversacional, como os e-mails. Vejamos alguns exemplos. Exemplo 1 #1 Yesterday, 11:01 AM D is po ní ve l e m : < ht tp :// ar ch iv es .d ev sh ed .c om /f or um s/ co m pu te r- vi ru s- 12 8/ co m pu te r- vi ru s- 24 21 37 5. ht m l> . Ac es so e m : 1 2 ju n. 2 00 8. Nx1987 Registered User Join Date: Jun 2008 Posts: 2 Time spent in forums: 50 m 27 sec Reputation Power: 0 Computer Virus!! The best way to keep your computer protected from viruses is to have... • Anti-Virus • Anti-Spyware • Firewall to keep your Pc in a good condition, i think u all must take that way. Reply No exemplo 1, extraído de um Fórum da área de informática, que discute como se proteger contra vírus de computadores, vemos que não há preocupa- ção com a forma do texto, e nem com a correção da linguagem – i (I) –, através de abreviações e jargões – Pc (PC), u (you) –, estabelecendo-se, assim, um estilo mais conversacional. Exemplo 2 Science news A new way to protect computer networks from internet worms ScienceDaily (Jun. 5, 2008) — Scientists may have found a new way to combat the most dangerous form of computer virus. The method automaticallydetects within minutes when an Internet worm has infected a computer network. Network administrators can then isolate infected machines and hold them in quarantine for repairs. Ness Shroff, Ohio Eminent Scholar in Networking and Communications at Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto - conceitos e abordagens 17 Ohio State University, and his colleagues describe their strategy in the cur- rent issue of IEEE Transactions on Dependable and Secure Computing. They discovered how to contain the most virulent kind of worm: the kind that scans the Internet randomly, looking for vulnerable hosts to infect [...]. (Disponível em: <www.sciencedaily.com /releases/2008/06/080604143419.htm>. Acesso em: 13 jun. 2008.) No exemplo 2, extraído de um site de divulgação de notícias científicas, o artigo discorre sobre um novo modo de proteger as redes, de vírus da internet (worms). Como se pode notar, esse é um texto mais denso e organizado. Verifique que muitas palavras são cognatas, ou seja, parecidas com o português (protect, computer, scientists, isolate, infected, strategy) por serem derivadas do latim. A es- colha desses vocábulos, na língua inglesa, torna o texto mais formal, o que é con- sistente com o tipo de texto apresentado. Vemos, assim, que embora ambos os textos abordem um tópico semelhan- te, temos um público-alvo diferente (no exemplo 1, usuários de computador, no exemplo 2, o profissional que trabalha com redes de computador) inserido numa situação sociocomunicativa diversa. Consequentemente, temos estrutu- ração e estilos de linguagem diferentes. As linguagens oral e escrita estão essencialmente ligadas à formalidade e à informalidade do discurso, que estão expostos a seguir. Formalidade versus informalidade na linguagem Às vezes você precisa mudar o modo como fala ou escreve quando se dirige a diferentes pessoas ou se encontra em diferentes situações. Se você encontra um amigo, o tipo de linguagem que utiliza é diferente do que se estivesse conver- sando com um estranho. Em uma entrevista de emprego você provavelmente deve utilizar uma linguagem distinta da que utiliza em casa, com a família. Notamos, então, que os níveis de formalidade são utilizados comumente por todos e adequados à situação em que nos encontramos ou à pessoa a quem nos dirigimos. No discurso oral você certamente utilizaria a variante informal em festas de família e formal se estivesse participando de uma entrevista de empre- go. Do mesmo modo, no discurso escrito você seria provavelmente mais infor- mal num cartão postal e mais formal em uma monografia acadêmica. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 18 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Mesmo que você tenha acertado a maior parte dos itens, acredito que, em alguns casos, você tenha ficado em dúvida. Por exemplo, você pode ter se ques- tionado se consultas médicas e e-mails comerciais são sempre formais. Bem, não necessariamente. Assim, ainda que algumas situações sejam tradicionalmente formais (uma entrevista de emprego, por exemplo), em outras a formalidade vai depender da situação em questão, além do grau de intimidade dos participantes para que a escolha linguística seja feita. Portanto, embora haja uma superposição entre as duas modalidades, o estilo oral tem mais a ver com a linguagem oral e o estilo formal mais com o escrito. Um discurso, feito por um político em campanha, embora falado, tende a ser mais formal, pois foi escrito para ser lido. Por outro lado, um e-mail convidan- do um amigo para uma festa, provavelmente utilizará um estilo mais informal, devido ao assunto e à familiaridade entre os participantes. Da mesma forma, embora façam parte da mesma modalidade (oral ou es- crita), dois gêneros podem não se realizar da mesma forma. No modo escrito, por exemplo, uma carta comercial enviada a um cliente de longa data tende a ter grau de formalidade diferente de uma correspondência enviada a um órgão governamental. Também, na modalidade oral, uma entrevista com um político tende a ser mais formal do que uma conversa entre amigos. O Inglês formal está, então, relacionado a um tipo de linguagem mais rígido e estruturado, como relatórios técnicos, livros didáticos ou acadêmicos. Temos sentenças longas e cuidadosamente construídas, poucas abreviações e um vo- cabulário mais complexo e especializado. O Inglês informal está próximo à linguagem oral. Embora tenha suas próprias regras, não é tão rígido em relação à gramática e ao vocabulário. A informalida- de na escrita envolve o uso de frases curtas, abreviações e uma escolha de um vocabulário do dia-a-dia. O quadro abaixo, resume as principais características de ambos os estilos de linguagem. Formalidade Informalidade Vocabulário Palavras com base no latim: Discover Palavras menos conhecidas: Physician Vocabulário Palavras de raiz anglo-saxônica (verbos fra- sais): Find out Palavras mais conhecidas: Doctor Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto - conceitos e abordagens 19 Formalidade Informalidade Poucas abreviações -Thank you. - I would like to inform that we will return on Saturday. Abreviações - Tks. - I’d like to inform that we’ll return on Saturday. Gramática Construções passivas: This building was constructed by an inter- national company. (este prédio foi construí- do por uma empresa internacional). Construções impessoais: - Details of the activity will be found in the manual. - It appears that the plane has not arrived yet. Sintagmas nominais: A highly structured two-word expression. Sentenças complexas: When he came to our house, yesterday, after staying in place where he didn’t enjoy, he was so happy. Gramática Construções ativas: An international company constructed this building. (uma empresa internacional cons- truiu este prédio). Sintagmas verbais: An expression that has two words and is highly structured. Sentenças simples: He was happy when he got home yesterday. He didn´t enjoy the place he was. Texto complementar Diferenças entre a comunicação oral e escrita (FERRARO; PALMER, 2008. Adaptado) A maioria de nós, intuitivamente, entende que há diferenças entre a lin- guagem oral e escrita. Toda a comunicação inclui a transferência de infor- mação de uma pessoa à outra, e enquanto a transferência de informação é somente o primeiro passo no processo de entendimento de um fenômeno complexo, é um primeiro passo importante. A escrita é uma forma de transfe- rência razoavelmente estática, enquanto a fala é uma forma de transferência dinâmica. Para ser um falante eficaz você deve explorar o dinamismo da co- municação oral mas também aprender a trabalhar dentro de suas limitações. Enquanto há um alto nível de imediatismo e um baixo nível de retenção na palavra falada, um falante tem, através dessa modalidade, mais habilidade Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 20 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I de engajar a audiência psicologicamente e usar formas complexas de comu- nicação não-verbal. A linguagem escrita pode ser significantemente mais precisa. As palavras escritas podem ser escolhidas com maior deliberação e pensamento, e o ar- gumento escrito pode ser sofisticado e longo. Esses atributos da escrita são controlados pelo escritor e pelo leitor, visto que o escritor pode escrever e reescrever e o leitor ler e reler. A fala pode também ser mais precisa. Entretanto, isso só acontece com alto grau de preparação. Uma vez proferidas, as palavras não podem ser re- tratadas, embora se possaesclarecer algum mal-entendido ou se desculpar. Além disso, a comunicação oral pode ser significativamente mais efetiva em expressar significados à audiência. A distinção entre precisão e efetividade é devido ao extensivo repertório de sinais disponíveis ao falante: gestos, ento- ação ou sinais visuais como a aparência, por exemplo. Um falante tem mais controle sobre o que o ouvinte vai ouvir do que o escritor sobre o leitor. A leitura da audiência é esforço sistemático e cumulativo não disponível ao escritor. Na medida em que alguém fala, a audiência demonstra alguns sinais visuais se o argumento está sendo compreendido ou se é interessante. Como regra geral, vale lembrar que as pessoas se lembrarão de metade do que foi falado numa palestra de vinte minutos. A comunicação oral usa palavras com menor número de sílabas do que o discurso escrito, as sentenças são mais curtas, e pronomes que se autore- ferem como “I” são comuns. Nessa modalidade também são permitidos sen- tenças incompletas e muitas sentenças começam com but, and e except. O aspecto mais importante das diferenças entre modalidades é que cada uma tem a sua lógica e essa deve ser respeitada em cada situação comunicativa. Dicas de estudo Os livros abaixo tratam de forma sucinta e interessante os tópicos abordados nesta aula. SIQUEIRA, J. H. S. . O Texto: movimentos de leitura, táticas de produção, critérios de avaliação. 7. ed. São Paulo: Selinunte, 1990. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto - conceitos e abordagens 21 MCCARTHY, M. Discourse Analysis for Language Teachers. New York: Cambridge University Press, 1992. Atividades 1. A partir das explicações do tópico O que é um texto, analise os extratos de texto a seguir e preencha o quadro abaixo indicando se os fragmentos apre- sentados podem ser considerados textos e qual é o tipo de texto. Dê tam- bém uma justificativa para a sua resposta. Alguns itens já foram preenchidos para você. Extrato 1 Extrato 2 October 23, 2006. Cheese Specialists Inc. 456 Rubble Road Rockville, IL Dear Mr. Flintstone: Yesterday, all my troubles seemed so far away Now it looks as though they’re here to stay Oh, Oh, I believe in yesterday... Kenneth Beare Director of Ken’s Cheese House Strawberry Cake Ingredients 68 NILLA Wafers, divided 3 cups sliced strawberries, divided 3 cups cold milk 2 (4 serving size) packages JELL-O Directions Cover bottom of serving bowl with 24 of the wafers. Pour milk .Add dry pudding mixes. Beat for 2 minutes or until well blended... Extrato 3 Girl – Excuse me, how can I get to the post office, please? Police Officer – Finally you cross the street. After you turn left. Cross the street again. First, you go straight. Quadro Atividade Extrato Tipo de texto Justificativa 1 Não pode ser considerado um texto porque... 2 3 Diálogo. Solicitação de informações sobre como chegar a um determinado lugar. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 22 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I 2. Informe na coluna à esquerda se as sentenças têm um estilo Formal (F) ou Informal (I). Posteriormente, combine as colunas de modo a indicar qual a sentença mais adequada em cada uma das situações listadas. Sentença Estilo Situação (1) How are you doing Fred? ( ) Reserva de Quarto em Hotel (2) Dear Sir or Madam F ( ) Conversa Telefônica (3) I’m sorry, Mr. Smith is not available at the moment ( ) Relatório Comercial (4) Can I come and stay for a night? ( ) Cumprimento (5) Margaret Anderson, Director of Personnel has requested this report on employee benefits satisfaction. ( 2 ) Saudação em cartas comerciais 3. Combine as sentenças, transcritas da atividade anterior, (à esquerda, no quadro abaixo) com seu estilo oposto correspondente (à direita). Se formal nas senten- ças à esquerda, seu oposto é informal nas sentenças à direita e vice-versa. Sentença Estilo Correspondente Estilo (1) How are you doing Fred? I ( 3 ) Sorry, John isn’t in right now. F (2) Dear Sir or Madam ( ) Hi Mark (3) I’m sorry, Mr. Smith is not availa- ble at the moment. ( ) I would like to reserve a room for the night. (4) Can I come and stay for a night? ( ) The personnel boss has asked to write if the workers are happy with their benefits. (5) Margaret Anderson, Director of Personnel has requested this report on employee benefits satisfaction. ( ) How do you do? Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br O texto - conceitos e abordagens 23 Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 24 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros Não poderíamos imaginar a nossa vida diária sem textos. Os textos orais e escritos permeiam nosso cotidiano e deles nos apoderamos para realizar os tipos mais simples de atividades, como deixar um recado para um membro da família fixado na geladeira. Para que entendamos melhor os principais conceitos que cercam esse tópico, discorremos, primeiramente, sobre as esferas de realização da lin- guagem: texto, gênero e discurso. Em seguida, faremos a distinção entre tipos de textos e gêneros situados em seu contexto de cultura e situação e, finalmente, apresentaremos a inter-relação entre tipos textuais e gêneros. Discurso, gênero e texto A possibilidade de se gerar ou se entender textos e gêneros é infinita devido ao grande repertório de tipos de texto e da gama de gêneros do discurso que circulam em nossa sociedade. Os textos se materializam através dos gêneros textuais que fazem parte de determinado domínio discursivo. Em outras palavras, um texto, enten- dido como uma unidade de significado se realiza através de uma forma, a que inicialmente denominaremos gênero. Este irá acontecer em certa situação sócio-histórica, por meio de instâncias discursivas. Talvez não seja uma tarefa muito simples distinguir tipos textuais (uma narração), gêneros (uma receita culinária) e discursos (linguagem jornalís- tica). Por essa razão, trataremos, a seguir, de discutir e conceitualizar cada um desses itens, para que você possa melhor compreender esses termos. Discurso Nossa concepção de discurso é diferente daquela postulada por Saussure (1966) em sua clássica distinção entre langue (sistema linguístico, um conjun- to de opções e possibilidades) e parole (um enunciado em particular, emitido por um indivíduo a partir de um sistema de escolhas). Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 26 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Adotaremos, neste trabalho, a perspectiva do linguista Michael Halliday, que não coloca o discurso como ato individual, mas como uma unidade de lingua- gem que está enraizado num contexto específico. Assim, para esse autor, o texto é ao mesmo tempo uma unidade de significado e uma forma de (inter)ação, po- dendo, assim ser analisado tanto em termos de linguagem como sistema e como elemento semiótico que reflete processos discursivos e socioculturais ligados a estruturas sociais. Exemplos de discurso citados pelo autor incluem o jornalístico e o acadêmico. O filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin também aborda o dis- curso, denominando-o instâncias discursivas. Segundo ele, o discurso não abran- ge um gênero em particular, mas dá origem a vários deles. Assim, no discurso religioso podemos ter o gênero sermão e no jornalístico a reportagem.Gêneros O mundo moderno requer que desenvolvamos habilidades comunicativas para que possamos interferir participativa e criticamente na sociedade em que vivemos. Em todos os contextos culturais e sociais existem atividades represen- tadas na linguagem. Segundo Meurer (2002, p.11), três aspectos são definidores do contexto: sobre o que se fala, quem fala e como se fala, que nos possibilitam ser mais ou menos articulados no uso da linguagem, para atingirmos nossos ob- jetivos. Materializando em forma de texto uma determinada interação humana, a linguagem se constitui como gênero. Autores como Jean Paul Bronckart, Bakhtin e outros conceituam o gênero na Análise do Discurso. Entretanto, em nossa proposta, adotaremos a visão de Swales que apresenta um modelo pedagógico para análise de gêneros. Para Swales (1990, p. 58) um gênero compreende uma classe de eventos comunica- tivos, cujos membros compartilham os mesmos propósitos comunicativos. Tais propósitos são reconhecidos pelos membros especialistas da comunidade dis- cursiva de origem e, portanto, constituem o conjunto de razões (rationale) para o gênero. Essas razões moldam a estrutura esquemática do discurso, influenciam e impõem limites à escolha de conteúdo e de estilo. O traço principal, definidor de gênero para o autor, também compartilhado por Bhatia (1993) é o propósito comunicativo, compartilhado por uma comunida- de discursiva que o reconhece, lhe dá forma e modifica. A organização retórica, ou seja, o modo como blocos textuais são estruturados, é outro aspecto impor- tante na caracterização do gênero. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 27 Para exemplificar, poderíamos dizer que uma receita culinária é um gênero, pois tem o propósito comunicativo de instruir alguém a realizar um determina- do tipo de prato culinário. Esse gênero faz parte de uma comunidade discursiva (cozinheiros, chefes de cozinha, amantes da culinária) que o utilizam para instruir terceiros a realizar determinados tipos de pratos. Ele também possui uma orga- nização retórica (Ingredientes e Modo de Fazer) conhecida pelos que o escrevem e pelos que o leem, tornando-se mais fácil sua circulação na sociedade. Texto Após havermos discutido os conceitos de discurso e gênero, nos tópicos an- teriores, como definiríamos, agora, o texto? Neste ponto, tomaremos a definição de Davies (1995, p. 94) segundo a qual o texto é um extrato de escrita que possui coerência e textura, com um ou vários autores e marcado claramente por um começo e um fim. O texto seria, então, uma unidade linguística materializada por meio de de- terminado gênero, que lhe dá forma e determina sua função social. Para tornar mais claro, observe o texto abaixo: Texto 1 Boil potatoes in ‘coats’, remove skin and cut into cubes. Remove skin from cucumbers, apples and onions and cut like potatoes. Mix the ingredients. Prepare the sauce: clean the garlic and cut into small cubes. Mix with given ingredients. Mix the sauce with the salad. Serve with different kinds of sausages or chops. The recipe is for 6-8 portions. (Disponível em: <www.bestcookrecipes.com/recipe,potato_salad>. Acesso em: 21jun. 2008.) Esse texto tem o objetivo de instruir como preparar algum tipo de alimen- to. É coerente e organizado e podemos entendê-lo facilmente. Mas que texto é esse? Qual é a sua função social? Ao mesmo tempo em que se assemelha a um gênero muito conhecido em nossa sociedade, parece que falta algo para ele se configurar como tal. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 28 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I É muito provável que você tenha reconhecido tratar-se de instruções de como preparar batatas. Algumas palavras como: prepare, ingredients, mix, salad, serve, devem ter ajudado. Entretanto, verificamos, então, que faltam elementos na or- ganização retórica, ou seja, na estruturação do Texto 1, para que ele se torne semelhante a outras receitas que conhecemos. Veja, abaixo, se assim fica mais fácil de identificar o texto como uma receita. Texto 2 Ingredients: D isp on ív el e m : < w w w .b es tc oo kr ec ip es .c om /r ec ip e, po ta to _s al ad >. A ce ss o em : 2 1 ju n. 2 00 8. 3 pounds (1 1/2 kilograms) of potatoes 2-3 pickles 1/2 pound (25 dag) of cucumbers 1 pound (40 dag) of fresh apples 1-2 onions Sauce: 1 medium jar of mayonnaise 3/4 cup of sour cream 18 % 1 tablespoon of vinegar 2 cloves of garlic salt sugar parsley leaves IE SD E Br as il S. A . Directions: Boil potatoes in ‘coats’, remove skin and cut into cubes. Remove skin from cucumbers, apples and onions and cut like potatoes. Mix the ingredients. Prepare the sauce: clean the garlic and cut into small cubes. Mix with given ingredients. Mix the sauce with the salad. Serve with different kinds of sausages or chops. The recipe is for 6-8 portions. Vimos, então, que o texto 1, embora completo e coerente, necessita de um gênero para que possamos nomeá-lo e reconhecer sua estrutura e sua função comunicativo-discursiva. Assim, tomando o texto 2, vimos que o texto contido no Exemplo 1, é, na realidade, parte do gênero Receita Culinária, especificamente uma receita de Salada de Batata (ou Salada de Maionese, como alguns a chamam). Podemos dizer, então, que discurso, gênero e texto, cada qual em sua esfera de atuação, ao mesmo tempo que delimitam e materializam as práticas sociais humanas. A esse respeito, o analista crítico do discurso Norman Fairclough (1992, p. 22) comenta que “qualquer evento discursivo (isto é, qualquer exemplo de discurso) é considerado simultaneamente um texto, um exemplo de prática discursiva e um exemplo de prática social”. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 29 Desenvolveremos, a seguir, as noções de gêneros e tipologia textual, para ampliarmos nossas colocações sobre esses dois enfoques teóricos. Tipos de texto e gêneros textuais Para Marcuschi (2002, p. 22), tipologia textual é um termo usado “para desig- nar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógi- cas)”. Há vários tipos de textos descritos, tais como: textos persuasivos, instrucio- nais, informativos, entre outros. Entretanto, os mais conhecidos e comumente solicitados em vestibulares e concursos públicos são a Descrição (tipo de texto em que descreve um lugar, uma pessoa, ou um objeto), a Narração (modalidade textual em que se conta um fato real ou não que ocorreu em um determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens) e a Dissertação/Argumentação (estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de ideias com base na argumentação). Os exemplos abaixo, ilustram esses tipos principais de texto. Descrição It is a typical classroom: a few wooden chairs, a whiteboard and the teacher’s desk. On the wall there is a big old clock and some children drawings. There are no curtains. On the ceiling two fans and some lights. Narração I was waiting in the examining room. My mother was walking back and forth in the hallway, but my father kept me company. The doctor was always late. I knew I would have to wait some more time so I picked up a torn magazine that was lying on the floor and started reading it. Argumentação The government should provide more financial assistance to parents who use childcare. Childcare centers may assist children in their early development. Moreover, they may give children an opportunityto mix with other children and to develop social skills at an early age. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 30 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Temos, no primeiro exemplo, uma descrição de uma sala de aula, no segundo o relato de uma pessoa que está na sala de espera de um consultório médico, junto com seus pais e no terceiro, uma pessoa comenta sobre a assistência que o governo deveria fornecer às escolas de ensino infantil. Enquanto que tipos de textos exercem seu papel comunicativo de informar, persuadir, instruir ou descrever, somente realizam sua função social quando in- seridos em algum gênero. A descrição de uma sala de aula, citada no exemplo acima, poderia fazer parte de vários gêneros tais como de um anúncio de alu- guel de salas ou um relatório de uma empresa de seguros: somente assim dei- xaria de ser simplesmente uma descrição para ser utilizada para um propósito comunicativo real. Há, ainda, na literatura, muita discussão a respeito da terminologia e da cons- tituição de tipos de textos e gêneros, Marcuschi (2002), Travaglia (1991), Silva (1999) dentre outros, ou seja, esses conceitos poderão ainda ser ampliados, pois ainda estão sujeitos a um amplo debate. Os gêneros textuais, conforme descrevemos anteriormente, são a materia- lização de textos orais ou escritos, inseridos em uma estrutura conhecida por seus interlocutores. Têm uma finalidade definida, ocorrendo em um contexto social específico. Por suas características externas à linguagem, ou seja, visto po- dermos classificá-lo por sua função sociocomunicativa, audiência e propósito, e não somente por suas características linguísticas, é que diferenciamos gêneros de tipos de texto. Para melhor compreensão, comentaremos brevemente o gênero Resenha. O exemplo abaixo se refere à resenha crítica do filme The Incredible Hulk (O Incrível Hulk). D iv ul ga çã o: U ni ve rs al P ic tu re s. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 31 June 13, 2008. Caution: contents turn angry when shaken By A. O. SCOTT Five years ago there was a movie about Dr. Bruce Banner, a scientist who, when agitated, turns large and green. It was called “Hulk” and it didn’t do very well, either with critics or with the legions of comic-book fans expected to sacri- fice a portion of their pocket money every summer to keep the movie studios afloat. Now Universal and Marvel, every bit as indomitable as their rampaging asparagus-colored intellectual property, have given the franchise another try. The new movie about poor Dr. Banner, directed by Louis Leterrier (“The Transporter,” “Transporter 2”) from a script by Zak Penn (“X2,” “X-Men: The Last Stand”), is called “The Incredible Hulk.” But let’s not get carried away: “The Adequate Hulk” would have been a more suitable title. There are some big, thumping fights and a few bright shards of pop-cultural wit, but for the most part this movie seems content to aim for the generic mean. If you really need a superhero to tide you over until Hellboy and Batman resurface next month — and honestly, do you? really? why? — I guess this big green dude will do. The latest Hulk, a computer-generated behemoth with torn pants and tou- sled hair, is a slightly improved version of the character created by Stan Lee and Jack Kirby 46 years ago, though a cameo appearance by Lou Ferrigno, the Hulk on the old television series, may induce some fond nostalgia for the analog days when a superhero could be impersonated by an actual person.. […] Directed by Louis Leterrier; written by Zak Penn, based on the Marvel comic book by Stan Lee and Jack Kirby; director of photography, Peter Men- zies Jr.; edited by John Wright, Rick Shaine and Vincent Tabaillon; music by Craig Armstrong; production designer, Kirk M. Petruccelli; visual effects su- pervisor, Kurt Williams; produced by Avi Arad, Gale Anne Hurd and Kevin Feige; released by Universal Pictures and Marvel Entertainment. Running time: 1 hour 54 minutes. WITH: Edward Norton (Bruce Banner), Liv Tyler (Betty Ross), Tim Roth (Emil Blonsky), Tim Blake Nelson (Samuel Sterns), Ty Burrell (Leonard) and William Hurt (General Ross). (Disponível em: <http://movies.nytimes.com/2008/06/13/movies/ 13hulk.html?ref=movies&pagewanted=print>. Acesso em: 23 jun. 2008.) Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 32 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Poderíamos dizer que temos aqui um tipo de texto persuasivo em que o autor procura nos convencer a compartilhar sua opinião a respeito desse filme. Com um título um tanto irônico Caution: contents turn angry when shaken (Cuidado, o conteúdo fica zangado quando sacudido) , o autor não somente fornece sua opi- nião, mas também descreve e apresenta outras informações a respeito do filme e de seus personagens. Ele escreve a partir de seu próprio estilo, mas segue algu- mas convenções tais como: informar duração do filme, atores e diretor; destacar pontos positivos e negativos; resumir a estória. Essas convenções permitem que o autor exerça a função comunicativa desse gênero, qual seja, descrever, avaliar e recomendar (ou desqualificar) um filme, o que lhe permite atingir a sua audiência (leitores, internautas etc.) com maior eficiência. Contexto de situação e de cultura Todo texto, oral ou escrito, ocorre em um contexto de uso específico. Podemos dizer que os sistemas linguísticos são estruturados pelo uso e manifestam-se em dois níveis contextuais, quais sejam, o contexto de situação e o de cultura. O antropólogo polonês Bronislaw Malinowski (apud HALLIDAY; HASAN, 1989) foi precussor da teoria acerca do contexto de uso, ou contexto de situação (context of situation), que foi o termo criado por ele para expressar todo um ambiente onde o texto seria analisado. Esse tópico foi posteriormente desenvolvido por J. R. Firth, que criou sua própria teoria linguística (HALLIDAY; HASAN, 1989), in- cluindo os elementos envolvidos no contexto, que são: os participantes, a ação dos participantes, características da situação e efeitos da ação verbal. A teoria ganhou corpo com o trabalho de Michael H. K. Halliday e seus seguidores, por meio da gramática sistêmico-funcional. Esse nível de análise surge como moti- vador das escolhas de registro (vocabulário, aspectos gramaticais), ou seja, em nível léxico-gramatical. Malinowski também percebeu que precisaria de outro tipo de contexto que desse conta não só do que estava acontecendo, mas também de aspectos culturais envolvidos em uma determinada prática social: o contexto cultural, que iria operar no âmbito do gênero. Para Halliday e Hasan (1989) o contexto de cultura é mais amplo, definindo a atividade social de uma cultura especifica de modo que os sig- nificados de determinados textos tenham um propósito, ou seja, costumes e valo- res de uma determinada sociedade que influenciam a interpretação dos textos. Assim, enquanto o contexto de situação, determinando a escolha de regis- tros, torna os textos diferentes, a escolha dos gêneros, a partir do contexto de Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 33 cultura, os torna mais semelhantes, especialmente por conta das convenções a que esses estão sujeitos. Por exemplo, imagine um repórter entrevistando um cantor de rock em um dia, e o Papa em outro. Embora esteja restrito às convenções do gênero Entrevis- ta Jornalística (estruturado em perguntas e respostas, com o propósito de extrair informações de interesse do leitor) o jornalista utilizaráum vocabulário e uma organização sintática (construções mais complexas, vocabulário mais formal) para comunicar-se com o chefe da igreja católica, enquanto provavelmente fará uso de um vocabulário informal na conversa com o cantor de rock. Enquanto as diferenças entre os textos se situa em nível das variáveis de re- gistro (neste caso a relação entre os participantes) – o que implica em escolhas diferentes para relações (formais, informais) distintas – sua semelhança decorre da função que esses textos cumprem no contexto cultural. No caso citado, o propósito é extrair informações específicas do entrevistado para um fim deter- minado que pode ser: esclarecer, informar ou entreter, dentre outros. Daí decor- re que textos com grande variação em termos de registro (contexto de situação) podem pertencer ao mesmo gênero (contexto cultural) tornando esses dois níveis de análise intrinsicamente ligados. Comparação e contraste entre tipos de texto e gêneros Neste ponto, você já deve ter notado a estreita relação entre tipos de textos e gê- neros textuais. Convém retomar, entretanto, o caráter de formação interna, ou seja, de construção e organização da linguagem daquele primeiro, enquanto o segundo se constitui pelo uso das estruturas discursivas em situações reais de comunicação. Para ilustrar, vamos analisar trechos de um Manual do Aparelho Celular F9200 da LG. D iv ul ga çã o: L G . Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 34 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Manuais são gêneros textuais que têm o propósito comunicativo de instruir os usuários a utilizar de modo eficiente determinado produto. É claro que há uma in- finidade de manuais e que esses possuirão diferenças em seu registro e seu estilo (formal, informal, técnico, acadêmico) dependendo de seu público-alvo e da co- munidade discursiva a que pertencem. Ainda assim, possivelmente poderemos encontrar na maioria deles, uma estruturação semelhante incluindo tópicos que expliquem como instalar, como usar ou como resolver possíveis problemas. Pense nos manuais que você já leu, eles não têm sempre algo em comum? Para iniciar, vejamos o extrato da página 16 do manual citado acima. Você con- seguiria identificar, qual é o propósito dessa parte? Your Phone D iv ul ga çã o: L G . Your phone´s Features 1. Earpiece 2. Side keys: These keys are used to control the volume of ringtone in standby mode and speaker volume during a call. 3,10. Left soft key/Right soft key: Each of these keys perform the functions indicated by the text on the display immediately above them. 4. Send key: You can dial a phone number and answer incoming calls. Press this key in standby mode to quickly access the most recent incoming, outgoing and missed calls. 5. Aphanumeric keys: Theses keys are used to dial a number in standby mode and to enter number or characters in edit mode. 6. Microphone: Can be muted during a call for privacy. 7. Display screen: Displays phone status icons, menu items, Web information, pictures and more in full color. 8.5- way joystick or Navigation key: Enables scrolling through names, phone numbers, menus or settings. The 5-way joystick is also used to move the cursor up and down, right and left when writing text, using the calendar, and in some game applications. Pressing the joystick briefly selects the function. Short press will launch the WAP browser. Allows you to select and confirm menu options. 9. Message Key: Use to retrieve or send text messages. 11. End/Power key: Allow you to power the phone on or off, end calls, or returns to standby mode. 12. Clear key: Allows you to delete the characters entered or return you to the previous screen. Como você deve ter notado, essa divisão do Manual descreve, com detalhes, cada uma das teclas de função do aparelho, para que o usuário possa utilizá-lo adequadamente. Diríamos, então, tratar-se de um tipo de texto descritivo, carac- terizado pela explicação do uso de cada tecla ou dispositivo. Veremos agora um trecho da página 22 do Manual. Você reconhece a função comunicativa desse trecho? D iv ul ga çã o: L G . Turning Your Phone On and Off 1. Hold on the key untill the phone switches on. 2. If the phone asks for a PIN, enter the PIN and press the left soft key [OK]. The phone searches for your network and after finding it, the idle screen, illustrated below, appears on both displays. Now, you can make or receive a call. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 35 Provavelmente você notou que essa parte procura instruir o usuário no cor- reto manuseio do equipamento, mais especificamente, como ligá-lo e desligá-lo. Esse trecho, pode então ser considerado um texto instrutivo caracterizado pelo uso de imperativos (Hold down the key – Segure a tecla) e pela sequência lógica de ações: 1. Hold down the key; 2. If the telephone asks for PIN [...] e ilustrações para melhor compreensão. Desse modo, você pode perceber, que embora o manual seja um gênero e por isso, tenha uma estruturação estável e convencionalizada, pode conter vários tipos de textos (no exemplo acima o descritivo e o instrutivo) que cumprem funções es- pecíficas em partes determinadas desse gênero, mas que, individualmente, não chegam a desempenhar uma função particular dentro das práticas sociais. Texto complementar Sobre os gêneros textuais (BALTAR, 2008. Adaptado) Há muito se tem falado em leitura e produção de textos nas nossas salas de aula. Entretanto uns professores pedem para os alunos escrever uma redação, outros pedem uma pequena narrativa, outros um pequeno texto, outros uma composição, outros pedem para que os alunos escrevam cartas, bilhetes, anúncios, contos etc. Na tentativa de resolver essas hesitações terminológicas, e a título de siste- matização de nosso trabalho de pesquisa-ação UCS-PRODUTORE: laborató- rio de produção e de recepção de textos – os gêneros textuais, proporemos as seguintes definições: chamaremos de � textos as unidades básicas de ensino que se organi- zam sempre dentro de certas restrições de natureza temática, com- posicional e estilística, o que os caracteriza como pertencentes a um determinado gênero textual. Para os PCN, por exemplo, o texto e a no- ção de gênero textual, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino em nossas escolas; chamaremos de � gêneros textuais a diversidade de textos que ocorrem nos ambientes discursivos de nossa sociedade, os quais são materiali- Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 36 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I zações linguísticas de discursos textualizadas, com suas estruturas re- lativamente estáveis, conforme Bakhtin, disponíveis no intertexto para serem atualizados nos eventos discursivos que ocorrem em socieda- de; em outras palavras os gêneros textuais são unidades triádicas re- lativamente estáveis, passíveis de serem divididas para fim de análise em unidade composicional, unidade temática e estilo, disponíveis num inventário de textos (arquitexto ou intertexto), criado historicamen- te pela prática social, com ocorrência nos mais variados ambientes discursivos, que os usuários de uma língua natural atualizam quando participam de uma atividade de linguagem, de acordo com o efeito de sentido que querem provocar nos seus interlocutores; chamaremos de � modalidades discursivas as formas de organização lin- guístico-discursivas em número limitado que existem e que são per- cebidas no folhado textual dos gêneros textuais na formade predomi- nância, com a finalidade de produzir um efeito discursivo específico nas relações entre os usuários de uma língua, como é o caso do narrar, do relatar, do argumentar, do expor, do descrever e do instruir; chamaremos � sequências textuais os modos de organização linear que visam a formar uma unidade textual coesa e coerente, que vão expres- sar linguisticamente o efeito de sentido que as modalidades discursi- vas pretendem instaurar na interação entre os interlocutores de uma atividade de linguagem; chamaremos de � suportes textuais os espaços físicos e materiais onde estão grafados os gêneros textuais, como por exemplo, o livro, o jor- nal, o computador, o folder, o manual de instrução, a folha da bula de remédio etc.; chamaremos de � ambientes discursivos os lugares ou as instituições sociais onde se organizam formas de produção com respectivas es- tratégias de compreensão onde ocorrem as atividades de linguagem, através dos textos empíticos classificados em gêneros textuais; por exemplo, o ambiente discursivo escolar, acadêmico, mídia, jurídico, re- ligioso, político etc.; chamaremos de � eventos discursivos as atividades de linguagem que se dão no tempo e em determinados ambientes discursivos, através de gê- neros textuais constituídos de modalidades discursivas e de sequências Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 37 textuais, envolvendo enunciadores determinados, com objetivos espe- cíficos de interagir com enunciatários reais; admitiremos o uso de � gêneros de discurso, como o discurso do judici- ário, da mídia, da escola, da academia, o discurso religioso, o familiar, o político etc.; referindo-se respectivamente aos ambientes discursivos correspondentes. Obs.: Enquanto que o número de gêneros textuais numa determinada so- ciedade é, em princípio, ilimitado, ampliando-se de acordo com os avanços culturais e tecnológicos, sendo passível de se fazer um corte sincrônico num determinado tempo e lugar, para efeito de análise, o número de modalida- des discursivas é menor e mais ou menos limitado. Vejamos a seguinte tabela para melhor compreender estas definições: Tabela 1 – Terminologia Gênero textual Modalidade discursiva Suporte do texto Ambiente discursivo (instituição) Interação verbal enunciadores Novela Narrar Televisão Mídia televisiva Autores telespectadores Crônica Expor / Argumentar Seção coluna de jornal/revista Mídia impressa jornal/revista Escritor leitor de jornal/revista Romance Narrar Livro Indústria literária Escritor leitor Entrevista Interativo/ Dialogal Revista Mídia escrita Jornalista e entrevistado/ leitor Carta ofício Expor/ Argumentar Folha papel timbrado e envelope Acadêmico escolar oficial Universidade/ Escola Prefeitura Biografia Relatar Livro Indústria literária Escritor/Leitor Manual de instrução de TV Instruir Folheto, folder, livro impresso Indústria- comércio (mercantil) Empresa indús- tria cliente Cheque Expor/Instruir Talão de cheque Bancária Cliente - Banco Editorial Argumentar/ Expor Jornal /revista impressos Mídia jornal impresso Empresa (jornal/revista) leitor Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 38 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Gênero textual Modalidade discursiva Suporte do texto Ambiente discursivo (instituição) Interação verbal enunciadores Noticiário Relatar Jornal TV rádio Mídia Apresentador público Narração de jogo de futebol Narrar Rádio/TV Mídia esportiva Narrador – ouvintes/teles- pectadores Dicas de estudo O site da BBC-Skillswise disponível em: <www.bbc.co.uk/skillswise/words/re- ading/typesoftext/index.shtml> traz informações, exercícios e jogos sobre tipos de texto. Nele você encontrará elementos complementares ao nosso estudo tais como a distinção entre textos descritivos, persuasivos, informativos e instrutivos, acompanhados de exercícios. Há também um jogo on-line em que você poderá testar seus conhecimentos sobre o tema. Atividades 1. Escolha dentre as alternativas, a que tipo de textos pertencem, respectiva- mente, cada um dos trechos abaixo: a) instrução. b) descrição. c) narração. d) argumentação/dissertação. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Tipos de texto e gêneros 39 Extrato 1 )( The vehicle is silver with aluminum body. It has ABS brakes, leathers seats and resistant bumper shields. Extrato 2 )( Don’t leave your bags unattended when you are at the airport. Make sure you have all the documents requested by local authorities. Never carry dangerous products inside your handbag. Extrato 3 )( The place we stayed in was just perfect. The main bedroom was roomy, with lots of natural light coming from a huge bay window. I would recommend it for anyone who wants to relax and enjoy nature. Extrato 4 )( The lady entered the bank to cash a check. She was heading for the cashier when she noticed some strange movement at the main entrance. It took her a couple of minutes to realize it was a bank robbery. 2. Com base nos tipos de texto a que se referem os extratos da atividade ante- rior, combine as colunas de modo a informar de que gêneros eles poderiam fazer parte. Mais de uma alternativa é possível. Extrato 1 ( ) (a) Carta/E-mail comercial Extrato 2 ( ) (b) Carta/E-mail pessoal Extrato 3 ( ) (c) Anúncio de Venda Extrato 4 ( ) (d) Folheto de Instruções (e) Carta ao Editor (f ) Reportagem Jornalística Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 40 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira Seja para leitura ou para a escrita é importante entender as principais di- ferenças organizacionais e linguísticas entre a língua portuguesa e a língua inglesa. Se considerarmos um aprendiz adulto que já tenha estruturado de modo efetivo sua língua materna, constataremos que os principais erros ocor- rem devido à interferência daquela no aprendizado da língua estrangeira. A fim de ampliarmos essa discussão, abordaremos a organização retóri- ca1, ou seja, a estrutura da língua portuguesa contrastada à inglesa destacan- do especialmente as diferenças linguísticas entre essas línguas, com ênfase na gramática e no léxico (vocabulário e colocações). O texto complementar tratará da questão do erro, visto que é na prática escrita, em especial, que os contrastes linguísticos e as incorreções tornam-se mais evidentes. Organização retórica português/inglês Cada língua tem sua organização retórica, ou estrutural, que pode ser semelhante a outras ou não. As normas de escrita particulares a cada cul- tura são apropriadas pelas convenções de cada gênero, que lhes dá forma. Assim, para um estudo mais efetivo da estruturação organizacional de textos teríamos que fazê-lo a partir de cada gênero. Considerando que o contraste entre a organização textual da LP (língua portuguesa) e LI (língua inglesa) não é muito significativo, daremos, a título de ilustração, um exemplo, a partir de um estudo de Motta-Roth (1998) acerca de Abstracts (Resumos) em português e em inglês. O Abstract (Resumo) é um gênero importante na vidaacadêmica, pois é um sumário de um trabalho científico, seja de uma monografia, tese, dissertação ou artigo. A partir do modelo teórico de Swales (1990), Motta-Roth identificou a seguinte organização retórica de um Abstract: (a) situar a pesquisa (contex- tualização); (b) apresentar a pesquisa (objetivo); (c) descrever a metodologia (metodologia) , resumir os resultados (resultados) e discutir a pesquisa (con- 1 A retórica trata da organização estrutural da linguagem, ou seja, como essa se organiza em termos de discurso e nos aspectos gramaticais. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 42 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I clusão). Finalmente essa autora concluiu que não há diferenças significativas entre as línguas, em relação ao modo como o gênero Abstract é organizado. Para ilustrar, veja os exemplos 1 e 2 abaixo: Exemplo 1 – Extraído do periódico Child Abuse & Neglect. The health and well-being of neglected, abused and exploited children: The Kyiv Street Children Project Abstract Objective: to report on the backgrounds and physical and emotional well- being of street children using two street shelters in Kyiv, Ukraine . This study is important because personal accounts of street children may highlight individual of family factors that are associated with vulnerability for and risk of poor mental health, and these could have serious repercussions for the future. This study also poses a challenge to research because street children are a highly elusive population that services find hard to reach. Methods: ninety-seven children were recruited and interviewed using a semistructured, psychosocial interview schedule; psychopathology was measured using the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) and the Mood ans Feelings Questionnaire (MFQ). Results: seventy percent of street children scored for behavioral and emotional difficulties on the SDQ, and 74% scored for depression on the MFQ. Current health problems were reported by 78%, with 43%, described as persistent or severe. Two thirds of the children in the sample were not homeless but had chosen life on the streets in preference to permanent residence with their families. Their “survival” history on the streets contributed to the development of three different profiles of vulnerability. Conclusions: high rates of physical and emotional problems in a population of street children, many of whom were still connected to their families, emphasize the importance of developing different approaches for children with different vulnerabilities. This study also demonstrates the feasibility of embedding on-going field research into the service dimension of “front-line” social care agencies. ©2006 Elsevier Ltd. All rights reserved. Keywords: Abuse; Neglect; Exploitation; Street children. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira 43 Nesse primeiro exemplo de um artigo acadêmico sobre crianças de rua, vemos a organização marcada das partes do Abstract. Resumidamente, pode- ríamos dizer que o objetivo da pesquisa é relatar o estado emocional e físico de crianças de rua em dois abrigos na cidade de Kiev, na Ucrânia; a metodologia empregada está baseada em entrevistas; os resultados indicaram que 70% das crianças apresentavam problemas emocionais ou de comportamento e a con- clusão aponta para a importância de haver diferentes abordagens, especialmen- te por órgãos de assistência social, para o acolhimento dessas crianças. Exemplo 2 – Extraído do periódico Rev. Saúde Pública. (ROHDE; FERREIRA; ZOMER et al.) Abstract Impacto da vivência de rua nas amizades de crianças em idade escolar. Objetivo: trata-se de um estudo para avaliar as relações de amizade em meninos de rua de 7 a 11 anos da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil. Métodos: uma amostra de 30 meninos de rua foi comparada com outra de 51 meninos de 7 a 11 anos que viviam com suas famílias de baixa renda, utilizando-se a Entrevista Sobre Amigos e Companheiros da Cornell (Cornell Interview of Peers and Friends). Resultados: os dois grupos apresentaram escores globais na entrevista significativamente diferentes, sendo que o grupo de meninos de rua obteve o escore médio mais alto. Da mesma forma, os meninos de rua apresentaram escores de adequação do desenvolvimento, autoestima e habilidades sociais significativamente menores do que os meninos com família. Conclusões: levando-se em conta os resultados, é enfatizada a urgência do desenvolvimento de intervenções com as crianças com vivência de rua, especialmente com os meninos de rua. Keywords: Homeless youth [psychology]; Family; Interpersonal relations; Menores de rua [psicologia]; Família; Relações interpessoais. Como você pode notar, o Exemplo 2, em português, tem uma estruturação tex- tual semelhante ao Exemplo 1, em inglês. Os dois Abstracts possuem os mesmos itens (objetivo, métodos, resultado, conclusão e palavras-chaves (keywords) e têm o mesmo propósito – que é apresentar um resumo de um trabalho de pesquisa Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 44 Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I científica. Cabe mencionar, entretanto, isso não significa que a organização retó- rica seja semelhante em todos os gêneros das duas línguas. No entanto, é importante que você comece a observar semelhanças e distinções entre os gêneros na LI e LP (LI – inglesa) e (LP– portuguesa), para que possa aprovei- tar seu conhecimento da língua materna (português) para estruturação de textos na língua estrangeira (inglês), visto que há maiores similaridades do que diferenças. Embora em nível de análise do gênero, não tenhamos encontrado aspectos contrastivos muito diferenciados entre a língua materna (L1 – português) e a língua estrangeira (L2 – inglês), no aspecto léxico-gramatical (vocabulário e gra- mática) encontraremos estruturas peculiares a cada idioma, que têm origem cul- tural, ou seja, possuem raízes históricas e têm a ver com o modo com que cada cultura entende e descreve uma situação ou objeto. Principais diferenças linguísticas entre L1 e L2 – aspectos gramaticais Dentre os fatores de interferência da L1 na L2 está o aspecto gramatical. Embora haja muitas diferenças significativas, nos concentraremos nos tópicos mais pontuais da língua que poderão causar dificuldades na escrita, e possivel- mente na leitura em língua inglesa. São eles os verbos e a organização de alguns elementos na sentença. Verbos Modo interrogativo e negativo O padrão do inglês difere do português na estruturação das sentenças interroga- tivas e negativas. Na forma interrogativa, em inglês, há o acréscimo de verbos auxilia- res (do, does, did), que ocorrem antes do sujeito da sentença em todos os verbos, com exceção do verbo to be e dos modais (would, can, may, might, should, must, shall), em que há uma inversão do verbo, que aparecerá antes do sujeito. Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira 45 Exemplo: They dance – Do they dance? They can dance – Can they dance? Vemos que enquanto, em inglês, acrescentamos um elemento linguístico (verbo auxiliar) ou organizamos a sentença com o verbo antes do sujeito, em português a única diferença é o ponto de interrogação. Na forma negativa, o não (not) é acrescentado de modo semelhante nas duas línguas. No entanto, em português ele é sempre colocado antes do verbo (Ela não trabalha; Ela
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